TEORIA, HISTÓRIA E
CRÍTICA DA
ARQUITETURA E DO
URBANISMO II – TH 2
Profª. Ana Paula de O. Zimmermann Curso de Arquitetura e Urbanismo Escola de Artes e Arquitetura
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ORMA
U
RBANA
DAS
A
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ORMASU
RBANAS DASC
IDADES DEO
RIGEMP
ORTUGUESA
Há uma grande diferença
entre
o
Portugal
nortenho, rural e de
formação religiosa cristã,
e a região sul do país,
de organização urbana e
tendências paganizantes.
Essa diferença será a
responsável
pela
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IDADES DEO
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ORTUGUESA
Antes da formação do Estado português,
várias cidades, além daquelas de origem
moura, já existiam em seu território, plantadas
pela dominação romana ou mesmo pelas
anteriores a esta, sendo por ela apropriadas e
organizadas dentro de seus princípios estéticos.
Da dominação visigótica pouco se sabe no que
se refere à organização de centros urbanos além
do fato de reaproveitarem as cidades já
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ORTUGUESAPeríodo bárbaro: redução da urbanização.
As cidades vêm-se reduzidas na sua superfície,
em vias de despovoamento e privadas de muitos
dos seus equipamentos e funções urbanas.
A exceção a esta decadência urbana são as
funções religiosas e administrativas das cidades
que subsistiram como sedes episcopais
Lisboa, Santarém e Braga.
As cidades portuguesas apresentam
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ORTUGUESAEsta especificidade formal resulta de múltiplos
fatores:
as diferentes influências e concepções de espaço
que estão na origem da cultura urbana portuguesa;
a seleção de locais topograficamente dominantes
como núcleos iniciais dos aglomerados urbanos;
a íntima articulação dos traçados das cidades com
as particularidades topográficas locais;
a estruturação das cidades em núcleos distintos,
com malhas urbanas diferenciadas,
a localização de edifícios singulares em sintonia com
a topografia, e o importante papel destes edifícios na estruturação dos traçados urbanos;
a lenta estruturação formal das praças urbanas,
associadas a diferentes núcleos geradores e a funções distintas;
a constância da estrutura de loteamento e das
tipologias de construção a ela associadas;
o processo de planejamento e de construção da
cidade portuguesa, que é sempre projetada no sítio e com o sítio, isto é, quer a cidade se desenvolva
gradualmente quer se desenvolva a partir de um plano pré-definido, o seu traçado apenas se
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ORTUGUESA Século VIII - domínio muçulmano: expansão urbana. A rede de cidades estabelecida pelos romanos
revitaliza-se, através do restabelecimento das suas funções administrativas e do renovar da atividade comercial.
Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora, Alcácer do Sal, Mértola
e Silves surgem-nos como as principais cidades do centro e do sul do território neste período.
Algumas delas desenvolvem em torno de si constelações
de núcleos urbanos de menor dimensão, estruturando uma rede urbana densa e bem hierarquizada.
Lisboa começa neste período a assumir-se como grande
metrópole comercial. A norte do Tejo, Coimbra era a
Reconquista volta do poder cristão
Uma das primeiras preocupações foi eliminar
qualquer influência ou elemento que pudesse lembrar a presença muçulmana em parte do seu território por tempo tão significativo.
Mesquitas foram demolidas ou transformadas para
atender a ofícios religiosos cristãos e os edifícios públicos foram de tal forma descaracterizados que em nada podiam lembrar as técnicas, os
elementos decorativos ou mesmo as características próprias da arquitetura muçulmana.
Dentro da área de influência árabe, tais elementos
não puderam ser eliminados do conhecimento
Antiga mesquita de Mértola, no sul de Portugal, hoje Igreja
de Santa Maria da Assunção.
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ORTUGUESA Expulsar daí as pessoas de sangue mouro ou
eliminar de sua arquitetura as técnicas construtivas de origem muçulmana seriam tarefas impossíveis, transformando-se na base de formação da
nacionalidade portuguesa.
Exemplo de
Novos espaços foram ocupados, novas cidades
construídas, e a influência da Europa cristã passou a predominar nas novas edificações implantadas.
Séculos XI e XII “renascer urbano”.
Os tempos que se seguiram à criação do Estado
português, se bem que encontrando sua população no empenho desse renascer urbano e no propósito de uma ocupação definitiva do território, não foram de paz.
De forma acirrada, continuaram as disputas com os
árabes no sentido de garantir fronteiras, além de não haverem sido menos violentas as guerras com os
demais reinos cristão da Espanha, que não
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ORTUGUESA
Com relação à questão urbana, o que se pode
observar é a coexistência de uma infinidade
origens e formas de organização impressos às
vezes em um único núcleo urbano.
Aparecem desde elementos característicos das
dominações pré-romanas até influências vindas da
Europa cristã medieval.
Mesmo os núcleos implantados após a
Ao estar definitivamente demarcado, Portugal incluiu
em seu território nacional regiões que por cerca de quinhentos anos estiveram sob domínio mouro, o
que fez com que tais populações assumissem como seus os conhecimentos adquiridos no contato com os dominadores.
Em todas as cidades portuguesas encontramos
articuladas uma componente vernácula e uma componente erudita.
A componente vernácula corresponde à cidade que é
Este modelo de cidade tende a ser menos regular e a
ser estruturado fundamentalmente a partir de funções e de edifícios singulares, civis ou religiosos, situados em locais proeminentes da malha urbana.
Estes edifícios localizados em posições dominantes
assumem uma importância primordial, dando sentido e estruturando os espaços urbanos envolventes.
A componente erudita corresponde à participação de
técnicos especializados, detentores de um saber intelectual, no desenho da cidade.
Esta componente erudita, geralmente associada ao
poder, está presente nos traçados regulares
Este modelo de cidade tende a ser mais regular,
planejado e construído de acordo com um
esquema racional:
uma ordem geométrica pré-definida que estrutura
um traçado urbano, em cuja ordem se vêm inserir
os diferentes tipos de edifícios e de funções.
Neste caso, mais do que os edifícios, é o espaço
urbano em si mesmo, definido por um traçado
regular, que é o elemento fundamental.
Nas cidades de origem portuguesa cada uma
destas concepções espaciais acentua-se ou
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ORTUGUESA A tradição de regularidade da cidade romana vai ser
uma componente importante da cultura urbana portuguesa por via erudita.
A adoção de modelos racionais na cidade portuguesa é
uma constante ao longo dos séculos, sempre
associadas a ações de planejamento promovidas pelo poder.
Para além das cidades, a influência da civilização de
Roma estendia-se a todo o território, modelando a paisagem:
aquedutos, estradas e pontes
definição de um cadastro rural, baseado numa
Em Portugal estas duas componentes, vernácula e
erudita, vão-se sobrepondo e articulando ao longo dos séculos, enquanto nas cidades ultramarinas, esta
dualidade está muitas vezes presente simultaneamente nas suas várias fases de construção.
A cidade portuguesa caracteriza-se sempre pela síntese
destas duas componentes, harmonizando num todo coerente estas duas formas de fazer cidade.
A cidade portuguesa deve muitas das suas
características à cultura urbana mediterrânica.
De entre estas características podemos destacar:
a sua localização privilegiada na costa marítima; a escolha de sítios elevados para a implantação dos núcleos defensivos;
a estruturação da cidade em dois níveis: a cidade alta, institucional e política, e a cidade baixa, portuária e
comercial;
a cuidadosa adaptação do traçado das ruas às características topográficas locais;
um perímetro de muralhas, quando existia, que não
uma concepção de espaço urbano em que eram os edifícios localizados em posições dominantes que
davam sentido e estruturavam os espaços envolventes.
Na cidade portuguesa, os edifícios públicos, civis
ou religiosos, localizados em pontos proeminentes
do território e associados a uma arquitetura mais
cuidada que os destacava na malha urbana, tinham
um papel estruturante fundamental na organização
da cidade.
São estas características que observamos em
cidades como Lisboa, Porto ou Coimbra, já
A SEGURANÇA
Característica fundamental das cidades surgidas a
partir da reconquista é a preocupação com a segurança.
Mesmo nos menores núcleos, a construção ou mesmo
a manutenção da muralha tem lugar de destaque, o que faz desse elemento parte decisiva da paisagem que se pretende urbana .
A muralha vai ser também elemento utilizado para
demonstrar o surto de crescimento das cidades,
tendo em vista a constante construção de novas cintas abarcando áreas cada vez maiores do que aquelas contidas no interior do sítio primitivo.
A área amuralhada constituía um precioso indicativo
Em Portugal, a segunda metade do século XVII,
correspondendo ao período da guerra da
Restauração, após o domínio filipino, vai determinar a fortificação de muitas vilas e cidades fronteiriças, de acordo com as modernas regras de fortificação, e provocar a reestruturação das sua malhas urbanas.
Mas o grande campo de desenvolvimento do
urbanismo português, dos séculos XVI a XVIII, foram os territórios ultramarinos, através da fundação de fortes, de feitorias e de núcleos
urbanos ao longo das costas da África, do Brasil, da
O Castelo de Silves, no Algarve, em
Portugal. Constitui-se no maior castelo da região algarvia, sendo considerado como o mais belo exemplo da
arquitetura militar islâmica no país. Castelo dos Mouros em Sintra
em Portugal - Construído pelos mulçumanos no século IX.
Castelo de Mértola que a partir do século VIII conheceu a dominação muçulmana, os quais foram
Outra característica relacionada com a defesa é
o fato de estarem situadas sempre em um sítio
elevado, o que compromete seu traçado de
forma inequívoca, pela topografia do terreno.
A irregularidade das ruas e a distribuição das
diversas atividades econômicas dentro da malha
urbana, assim como o uso que se faz das vias,
acontecem de forma diferente em cada cidade.
Os traçados urbanos de origem muçulmana e os
princípios que lhes deram forma constituem
A civilização islâmica foi essencialmente urbana,
tendo dado forma a um tipo de cidade com uma
estrutura uniforme, apesar da sua aparente
desordem.
As interpretações da cidade islâmica que a
caracterizam pela ausência de ordem e de
planejamento resultam da sua comparação com a
cidade romana de colonização, onde essa ordem
é muito mais aparente para os olhos ocidentais.
Os muçulmanos tinham preocupações com a
escolha do sítio para a implantação das suas
cidades, que só se construíam em locais de
R
ECORDANDO: C
IDADEM
UÇULMANA
Características da cultura urbana muçulmana:
a tradição dos espaços fechados, a sinuosidade dostraçados
existência de rossios (espaços largos) de feira (extramuros ou junto às portas das muralhas)
estilo de vida não ostensivo prescrito pelo Corão contribuíam para o caráter íntimo das suas ruas,
tortuosas, das quais saíam ruas em cotovelo ou becos que davam acesso a pequenos conjunto de casas
o sombreamento e a pouca largura das ruas
T
RAÇADO URBANOP
ORTUGUÊS
articulação com as características físicas do
território.
A escolha do sítio era a primeira forma de relação
com o território.
muitas cidades portuguesas - incluindo Lisboa,
Porto, Coimbra - tinham o seu núcleo primitivo
localizado no topo de uma colina proeminente, a
partir do qual a cidade se desenvolvia.
A localização destes núcleos urbanos em pontos
dominantes do território, em locais de difícil
acesso e facilmente defensáveis, bem como as
cortinas de muralhas que geralmente os
Muitas cidades portuguesas eram construídas na costa
marítima ou nas margens de rios, dadas as atividades comerciais a que estavam associadas.
Esta localização costeira, associada à escolha de sítios
elevados para a implantação do núcleo original, levou a que a maior parte destas cidades estivesse organizada em dois níveis - a cidade alta e a cidade baixa – com funções e características bem distintas.
A cidade alta era a
sede do poder civil e religioso, enquanto a cidade baixa era o
local onde se
O ESPAÇO URBANO DA RUA
Para o muçulmano, a rua não é o espaço vivo e
dinâmico onde a cidade se organiza. É o caminho
que leva à casa, que passa a ser o local de vida, o elemento de maior importância estrutural urbana.
Para o cristão, ao contrário, o espaço livre possui uma
carga de valor muito mais forte, o que leva à
implantação de um considerável número de locais públicos com usos distintos dentro da malha urbana.
As ruas de grandes dimensões, como as avenidas e
alamedas da cidade moderna, inexistiam nessa época mas em todo o período encontramos vias de
importância fundamental dentro dos núcleos,
Com a função precípua de eixo ordenador,
encontramos em praticamente todas as povoações portuguesas da Idade Média a denominada Rua
Direita, que em princípio faz a ligação das duas principais portas da cidade, transformando-se, a
partir daí, na estrada que leva ao núcleo mais próximo, podendo ser ainda aquela que liga pontos importantes como a igreja, a feira, o rossio ou a cadeia.
A partir dos anos finais do século XIII vai surgir também
como elemento de grande valor urbano a chamada
“rua nova”, que vem a se constituir no principal núcleo de comércio e que vai se transformar no verdadeiro
coração da cidade.
No geral, o que se tem em relação às ruas é que cada
A PRAÇA
Outro elemento que muito bem caracteriza a cidade
cristã desse período é exatamente a existência dessa praça central, destinada principalmente ao mercado ou à igreja, além de outras manifestações e usos públicos.
Em várias cidades reconquistadas, principalmente
naquelas de origem moura, várias edificações tiveram de ser demolidas para que tal praça pudesse existir.
Em muitas cidades, principalmente no sul de
Portugal, essa praça, pela maneira como está
implantada, se apresenta de forma extremamente
A DIVISÃO DOS BAIRROS
As cidades cristãs do medievo português estavam
organizadas em paróquias, cada uma com sua igreja, seu cemitério, suas confrarias etc, constituindo
pequenos mundos, ou microcosmos, dentro da própria cidade.
Outra forma de divisão interna dos núcleos urbanos era
aquele relacionado à segregação dos grupos étnicos minoritários, notadamente dos mouros e judeus, cujos bairros recebiam os nomes de mouraria e judiaria.
As mourarias mais concentradas na região sul,
enquanto as judiarias podiam ser vistas com uma distribuição mais regular por todo o país. Ambos
FUNDAÇÃO DE CIDADES NOVAS
Em Portugal a fundação de cidades novas estava
ligada aos processos de reconquista e de
repovoamento dos territórios conquistados aos
Mouros e da necessária reorganização política e
econômica do Reino.
Estas cidades foram construídas principalmente
em zonas de fronteira, ou em áreas que
necessitavam de ser consolidadas e colonizadas.
D. Afonso III e D. Diniz, fundaram várias destas
povoações, em alguns casos reordenando
Q
UARTEIRÕES EL
OTES Os traçados regulares, concebidos de acordo com um
padrão geométrico, tendem para uma organização ortogonal de ruas e quarteirões.
Conjunto de quarteirões com forma retangular alongada,
cada um deles constituído por uma sucessão de
estreitos lotes urbanos paralelos, orientados no mesmo sentido, com uma face para uma rua principal e outra face para uma rua de traseiras.
Cada quarteirão era composto por um número idêntico
de lotes e as dimensões (das ruas, dos quarteirões e dos lotes) eram constantes dentro de cada cidade.
Os lotes urbanos variavam geralmente entre os 25 e os
C
IDADES DEE
XPANSÃOU
LTRAMARINHA No momento em que se inicia o desenvolvimento das
cidades atlânticas, os novos conceitos de cidade e as novas formas urbanas que irão resultar da pesquisa
teórica renascentista não estavam ainda sistematizados.
Os sítios escolhidos para a implantação inicial destes
núcleos urbanos apresentam características idênticas em muitos casos: amplas baías abrigadas viradas a Sul, com ótimas condições de porto natural, protegidas nos extremos por morros, promontórios ou ilhas que
Um caminho ao longo da costa, paralelo ao mar,
constituía a estrutura primordial de ocupação do território, ligando núcleos de ocupação primitivos, casas do donatário ou capelas localizadas nos extremos deste caminho.
Uma forma de povoamento linear desenvolvia-se ao
longo deste caminho que, em muitos casos, virá a transformar-se na rua principal do aglomerado e
continuará a ser, até hoje, a rua principal da cidade.
Numa fase subsequente desenvolviam-se uma ou duas
outras ruas, paralelas à primeira e a curta distância desta para o interior e algumas transversais de
pequena dimensão que as ligavam. Estruturava-se assim um pequeno número de quarteirões, de forma sensivelmente retangular, com a maior dimensão
Enquanto as fases iniciais de implantação eram da
responsabilidade dos próprios colonos, fases
posteriores de desenvolvimento contariam já
provavelmente com o apoio de especialistas que
faziam a arruação ordenada das novas expansões,
adotando princípios urbanizadores e referências
O
CUPAÇÃOT
ERRITORIAL DOB
RASIL Até 1530 não houveram iniciativas no sentido de
povoar as terras.
Existiam somente as feitorias – entreposto comercial,
construído com fortificações e instalado em regiões costeiras a fim de policiar o litoral brasileiro, para intimidar contrabandistas.
Fortificações defensivas e depósito de produtos,
geralmente madeira (pau-brasil).
1530 ~1580 Tentativa de Ocupação da Colônia Produção agrícola e descoberta de jazidas
A implantação dos núcleos urbanos eram tarefa dos
donatários e colonizadores, sendo que á coroa cabia seu controle e a urbanização.
Pontos estratégicos para controle e centralização da
população.
Fundação de várias vilas: função de defesa de caráter
militar, em posição de destaque em relação à topografia, à beira mar, protegidos por fortificações: casa forte e
galpão de depósito de materiais de exportação.
Fundados sem preocupação com um plano prévio,
os aglomerados surgidos nesse período apresentam basicamente as características gerais das cidades
portuguesas. As vilas como São Paulo, Olinda e Vitória tinham traçados irregulares.
Com relação aos edifícios: eram todos edificados em
taipa de mão e cobertos de palha. De traçado
irregular, e bem ao gosto lusitano, diferem esses
O
CUPAÇÃOT
ERRITORIAL DOB
RASIL União Portugal e Espanha sob uma mesma Coroa:
influência e governo espanhol nas terras portuguesas
Adoção, no Brasil, das determinações Filipinas, tanto
na arquitetura quanto nas questões urbanas.
Implantação de núcleos urbanos com traçado baseado
na legislação espanhola: traçado regular, tabuleiro de ruas retilíneas, que definem quarteirões iguais, quase sempre quadrados.
Ao centro forma-se a Praça, na qual estão os edifícios
mais importantes: a igreja, o paço municipal e as casas dos colonos e mercadores mais ricos.
A união das coroas facilitou o controle espanhol no
litoral brasileiro.
O interior ficou fora do controle do poder e inteiramente
nas mãos dos bandeirantes, o que de certa forma vai interferir, ou definir, os limites entre as colônias
portuguesa e espanhola, no momento seguinte.
Os núcleos urbanos remanescentes do primeiro século
apresentam uma característica bem peculiar, que é a localização, geralmente no alto de uma colina,
demonstrando a clara preocupação com a defesa.
O que pode ser considerado como o grande avanço
Substituição das construções simples do período
anterior por outras de melhor qualidade, com a substituição do barro pela pedra.
Cerca de 16 novos núcleos foram implantados em
território brasileiro (exemplos: Parati, Mogi das Cruzes, Santana do Paraíba, Cabo Frio, João Pessoa, Ubatuba, São Sebastião).
Tornaram-se comuns as vilas e cidades com sítios
O
CUPAÇÃOT
ERRITORIAL DOB
RASIL Período constituído pela retomada da coroa pelos portugueses. Novos objetivos: afirmação territorial das fronteiras e a
ocupação do interior.
Foi criada (1649) a Companhia Geral do Comércio,
providência tomada pelo padre Antonio Vieira, conselheiro do rei. Finalidade: controlar todo o comércio de importação e de exportação da colônia.
Surgimento de 24 novas vilas devido à população que
abandona as regiões tradicionalmente produtoras para se
instalar com novas unidades agrícolas, também monocultoras, em locais distantes e fora do controle oficial. Isso gera a necessidade de organização dessa população dispersa,
criando novos núcleos de onde se pudesse, exercer novamente o controle de toda a colônia.
Incentivo à formação de bandeiras, que passam a atuar
com finalidade mineradora.
Nas cidades, as exigências administrativas e a
permanência de tropas regulares levam à criação de populações fixas.
A centralização da atividade comercial e a implantação
da Companhia Geral do Comércio transformaram várias cidades do litoral em entrepostos, mudando a sua
estrutura interna.
Surgem bairros organizados a partir dos interesses
específicos de seus moradores, aglutinando cada um deles uma população vinculada a uma determinada atividade econômica (comerciantes, artesãos, etc).
Busca-se imprimir às cidades e aos seus principais
Leis proibiam modificações nas fachadas dos edifícios
quando ameaçassem perturbar o alinhamento das ruas ou a composição de conjunto das construções.
As Câmaras de várias cidades começarão a controlar o
surgimento de novas ruas e construções, impondo regras tanto no que tange ao alinhamento do edifício em relação à rua quanto no que diz respeito à tipologia das edificações e ao aproveitamento do terreno.
No caso dos edifícios públicos, houve uma quase que total
substituição por edificações mais ambiciosas, que
demonstrassem, através de sua monumentalidade, a nova situação de poder e de dominação.
As ordens religiosas, influenciadas por essa
monumentalidade, chegam a demolir as antigas edificações e levantar outras com caráter mais grandioso, de influências
barrocas.
Surge também uma nova tipologia de residência, a habitação
O
CUPAÇÃOT
ERRITORIAL DOB
RASIL A queda do preço do açúcar brasileiro no mercado
europeu leva a Coroa a incentivar a formação de
empresas exploradoras com o objetivo de percorrer o interior em busca de minerais preciosos.
Descoberta de ouro: 1696 - Ouro Preto, São João del
Rey, Mariana e Sabará. 1718 – Cuiabá; 1723 – Itajubá; 1724 - Rio das Contas; 1726 - Vila Boa de Goiás.
Descobrimento de diamantes: 1730 - Diamantina; 1744
– Paracatú; 1747 - Vila Bela da Santíssima Trindade.
A descoberta do ouro vai provocar uma corrida de
aventureiros à região das minas, ocorrendo o
surgimento de uma forma diferente de ocupação espacial.
Cada minerador estabelece-se com seus lotes de
escravos junto às catas, entrincheirando-se junto ao próprio local do trabalho, aproveitando muitas das vezes as próprias bocas das minas como abrigo.
Os primeiros povoados se estabeleceram tendo
como referências principais: a estrada, que
geralmente margeava os cursos d’água, e a capela, construída e ocupada de forma democrática e
coletiva.
A urbanização da região mineradora passa a ser
Os primeiros núcleos implantados junto aos pontos de
mineração recebiam o nome de “arraial” e eram estabelecidos próximos uns dos outros.
Adaptando-se à conformação irregular do terreno,
seguiam as meias encostas e acompanhavam as curvas dos cursos d’água pois eram regiões de topografia acidentada.
Era reduzido o número de estradas pois facilitava o
controle.
A estrada é utilizada como eixo principal de estrutura e
organização dos núcleos.
A construção das residências segue o partido de um
único pavimento, construídas parede-meia e perpendicularmente ao arruamento.
Tais edificações são implantadas no limite entre o lote e
B
IBLIOGRAFIA:
COELHO, Gustavo Neiva. O Espaço Urbano em Vila
Boa. Goiânia: UCG, 2001.
FERNANDES, José Manoel. A Arquitectura. Lisboa:
Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1991.
VAZ, Maria Diva A. C. e ZÁRATE, Maria Heoísa V. A
casa goiana: documentação arquitetônica. Goiânia: Ed. Da UCG, 2003.
http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/cartografia_po
tuguesa/textos/textos2/textos_06.htm
A
TIVIDADE:
ENTREGAR NO DIA17/05
Vamos FAZER : LEITURA DO TEXTO A CIDADE
PORTUGUESA NA CULTURA URBANA EUROPEIA (TEIXEIRA, 2012)
Responda:
Explique como o desenvolvimento científico e o método
projetual do Renascimento contribui para a busca da regularidade urbana.
Quais as características mediterrâneas encontradas na
tradição urbana portuguesa?
De que maneira as formas da administração urbana tiveram
influencia na morfologia das cidades?
Qual a relação existente entre os acampamentos militares