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NR 33 CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA SUPERVISORES DE ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS

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CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA SUPERVISORES

DE ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS

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2021

CURSO FORMAÇÃO

CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA SUPERVISORES

DE ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS

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Sumário

Módulo 1 - INTRODUÇÃO

Apresentação

Glossário

Módulo 2 - LEGISLAÇÃO SOBRE ESPAÇOS CONFINADOS

Introdução

Definição de espaço confinado

Módulo 3 -RESPONSABILIDADES

Introdução

Responsabilidades do empregador

Responsabilidades dos trabalhadores

Atribuições

Módulo 4 - GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA

Introdução

Medidas técnicas de prevenção

Medidas administrativas

Medidas pessoais

Medidas de capacitação

Módulo 5 - RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS

Introdução

Atmosfera de risco

Agentes de risco

Riscos físicos

Riscos biológicos

Riscos ergonômicos

Riscos mecânicos ou de acidentes

Riscos atmosféricos

Análise preliminar de risco - APR

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Sumário

Módulo 6 - PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO – PET

Introdução

Programa de entrada em espaços confinados

Itens a serem identificados na PET

Validade da PET

Preenchimento da PET

Módulo 7 - PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA – PPR

Introdução

Controle dos perigos respiratórios

Ar respirável

Programa de proteção respiratória (PPR)

Fator de proteção e omissão de uso

Módulo 8 - ÁREAS CLASSIFICADAS

Introdução

Identificação de áreas classificadas

Equipamentos em áreas classificadas

Classificação das áreas

Classes de temperatura

Grau de proteção – IP

Instalações elétricas em áreas classificadas

Módulo 9 - GASES E VAPORES

Introdução

Classificação sobre aspectos fisiológicos

Gases tóxicos e inflamáveis

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Sumário

Módulo 10 - CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA CONTROLE

DE RISCOS

Introdução

Riscos atmosféricos

Controle de riscos atmosféricos

Densidade dos gases

Monitoramento de gases

Detector de gases

Configuração dos alarmes nos detectores de gases

Calibração e testes em detectores de gás

Indicação de uso dos detectores

Utilização da bomba para amostragem remota

Ventilação em espaços confinados

Purga

Módulo 11 - NOÇÕES BÁSICAS DE RESGATE E SALVAMENTO

Introdução

Salvamento

Resgate

Módulo 12 - NOÇÕES BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS

Introdução

Princípios da reanimação cardiopulmonar (rcp)

Parada respiratória

Parada cardíaca

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Sumário

Módulo 13 - TREINAMENTO PRESENCIAL

Conclusão

Referências

(7)

MÓDULO

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INTRODUÇÃO

07

Olá! Seja bem-vindo ao Curso de Capacitação NR 33 para Supervisores de Entrada em espaços confinados.

1 - APRESENTAÇÃO

O objetivo deste treinamento é capacitar os Supervisores de Entrada a exercerem as atividades desenvolvidas em espaços confinados, reconhecerem suas atribuições e responsabilidades, assim como torná-los aptos a identificar e avaliar os riscos nelas presentes. Dessa forma, poderão adotar as medidas de controle adequadas e efetuar o correto preenchimento da documentação para a permissão de entrada e trabalho (PET), tornando segura a execução da atividade proposta.

O Supervisor de Entrada tem, entre outras, a importante função de preencher o documento da PET, que proporcionará à equipe de trabalhadores autorizados, que adentrarão no espaço confinado, as condições de segurança necessárias à sua realização.

A capacitação do Supervisor de Entrada deve ser a mais completa possível, uma vez que este deverá estar apto a reconhecer as situações de emergência e orientar os trabalhadores quanto à aplicação das técnicas corretas de abandono, salvamento e resgate.

2 - GLOSSÁRIO

Para que o trabalhador realize suas atividades em espaço confinado com segurança, é importante que ele conheça alguns termos utilizados com maior frequência, tanto na comunicação, quanto na documentação relativa ao assunto.

Dessa forma, apresentamos a seguir, as principais definições que estarão presentes na rotina diária dos trabalhadores em EC:

Abertura de linha ou alívio: abertura intencional de um duto, tubo, linha ou tubulação que está sendo ou foi utilizada para transportar materiais tóxicos, inflamáveis, corrosivos, gás ou qualquer fluido em pressões ou temperaturas capazes de causar danos materiais ou pessoais, visando a eliminar energias perigosas para o trabalho seguro em espaços confinados.

Análise preliminar de risco (APR): avaliação inicial dos riscos potenciais, suas causas, consequências e medidas de controle.

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Atmosfera IPVS: Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde: qualquer atmosfera que apresente risco imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante à saúde.

Base técnica: conjunto de normas, artigos, livros, procedimentos de segurança de trabalho e demais documentos técnicos utilizados para implementar o Sistema de Permissão de Entrada e Trabalho em espaços confinados.

Bloqueio: dispositivo que impede a liberação de energias perigosas, tais como: pressão, vapor, fluidos, combustíveis, água e outros, visando à contenção de energias perigosas para trabalho seguro em espaços confinados.

Chama aberta: mistura de gases incandescentes que emitem energia, também denominada chama ou fogo.

Condição imediatamente perigosa à vida ou à saúde - IPVS: Qualquer condição que possa colocar em risco imediato de morte, resultar em efeitos irreversíveis à saúde ou imediatamente severos, ou, ainda, resultar em dano ocular, irritação ou quaisquer outras condições que possam impedir a saída de um espaço confinado.

São consideradas condições IPVS:

• Gás/ Vapor ou névoa inflamável, em concentrações superiores a 10% do seu Limite Inferior de Explosividade (LIE);

• Concentração de oxigênio atmosférico abaixo de 19,5% ou acima de 23%, em volume;

• Concentração atmosférica de qualquer substância, cujo limite de tolerância seja publicado na NR 15 do Ministério do Trabalho e Emprego ou em recomendação mais restritiva (ACGIH), e que possa resultar na exposição do trabalhador a condições que estejam acima desse limite de tolerância;

• Qualquer outra condição atmosférica imediatamente perigosa à vida ou à saúde – IPVS.

Nota: Em relação ao termo IPVS, também é comum na literatura a adoção da sigla IDLH (Immediately Dangerous to Health and Life), sua equivalência na língua inglesa.

Contaminantes: gases, vapores, névoas, fumos e poeiras presentes na atmosfera do espaço confinado. Deficiência de oxigênio: atmosfera que contenha menos de 20,9% de oxigênio, em volume, na pressão atmosférica normal, a não ser que a redução do percentual seja devidamente monitorada e controlada. Engolfamento: é o envolvimento e captura de uma pessoa, por líquidos ou sólidos finamente divididos. Enriquecimento de Oxigênio: atmosfera que contenha mais de 23% de oxigênio, em volume.

Etiquetagem: fixação de rótulo num dispositivo isolador de energia para indicar que este, bem como o equipamento a ser controlado, não podem ser utilizados até a sua remoção.

Faísca: partícula candente gerada no processo de esmerilhamento, polimento, corte ou solda.

Gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados: conjunto de medidas técnicas de prevenção, e também administrativas, pessoais e coletivas, necessárias para a garantia da segurança do trabalho em espaços confinados.

Inertização: deslocamento da atmosfera existente em um espaço confinado por um gás inerte, que resulte numa atmosfera não combustível e com deficiência de oxigênio.

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suficientes para, em condições normais ou anormais, causar a ignição de uma dada atmosfera explosiva, conforme expresso no certificado de conformidade do equipamento.

Lacre: braçadeira ou outro dispositivo que precise ser rompido para abrir um equipamento.

Medidas especiais de controle: medidas adicionais de controle, necessárias para permitir a entrada e o trabalho em espaços confinados em situações peculiares, tais como: trabalhos a quente, atmosferas IPVS e outras.

Ordem de bloqueio: ordem de suspensão de operação normal do espaço confinado. Ordem de liberação: ordem de reativação da operação normal no espaço confinado. Oxigênio puro: atmosfera contendo somente oxigênio (100%).

Permissão de Entrada e Trabalho (PET): documento escrito contendo o conjunto de medidas de controle visando à entrada e desenvolvimento de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate em espaços confinados.

Proficiência: competência, aptidão, capacitação e habilidade, aliadas à experiência.

Programa de Proteção Respiratória: conjunto de medidas práticas e administrativas necessárias para proteger a saúde do trabalhador pela seleção adequada e uso correto dos respiradores.

Purga: método de limpeza que torna a atmosfera interior do espaço confinado isenta de gases, vapores e outras impurezas indesejáveis, através de ventilação ou lavagem com água ou vapor.

Quase-acidente: qualquer evento não programado que possa indicar a possibilidade de ocorrência de acidente.

Responsável Técnico: profissional habilitado para identificar os espaços confinados existentes na empresa e elaborar as medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais, de emergência e resgate.

Risco grave e iminente: qualquer condição que possa causar acidente de trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador.

Riscos psicossociais: influência na saúde mental dos trabalhadores, provocada pelas tensões da vida diária, pressão do trabalho e outros fatores adversos.

Salvamento: procedimento operacional padronizado, realizado por equipe com conhecimento técnico especializado, para resgatar e prestar os primeiros socorros a trabalhadores em caso de emergência. Sistema de permissão de entrada em espaços confinados: procedimento escrito para preparar uma Permissão de Entrada e Trabalho (PET).

Supervisor de Entrada: pessoa capacitada para operar a permissão de entrada. É a responsável pelo preenchimento e assinatura da Permissão de Entrada e Trabalho (PET), com o objetivo de possibilitar o desenvolvimento seguro dos trabalhos em espaços confinados.

Trabalhador Autorizado: trabalhador capacitado para entrar no espaço confinado, com o conhecimento dos seus direitos e deveres, assim como dos riscos e das medidas de controle existentes.

Trava: dispositivo (como chave ou cadeado) utilizado para garantir isolamento daqueles que possam liberar energia elétrica ou mecânica de forma acidental.

Vedo (tampa ou tampão): vedação para qualquer abertura; horizontal, vertical ou inclinada.

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MÓDULO

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1 - INTRODUÇÃO

Um dos grandes riscos de ocorrências de acidentes graves nas empresas encontra-se na realização de trabalho em ambientes confinados. Destacam-se os riscos de explosão, incêndio e asfixia sendo que, em muitos deles, as consequências costumam ser graves e até fatais.

Preocupados com essas questões, e no intuito de diminuir a ocorrência desses acidentes, os órgãos fiscalizadores e normativos brasileiros começaram a criar requisitos e exigências para controlar o acesso aos espaços confinados. Também é exigida a capacitação dos trabalhadores sujeitos a essas atividades e definição de atribuições e responsabilidades para as empresas e trabalhadores.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT divulgou em outubro de 2000 a norma NBR 14.606:2000 - Entrada em espaço confinado, que entrou em vigor a partir de 30/11/2000. Essa norma, em 2013, foi revisada e substituída pela versão 14606:2013 e passou a se chamar “Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – entrada em espaço confinado em tanques subterrâneos de superfície”. A partir dessa revisão, a norma supracitada não mais será aplicável às novas instalações em empreendimentos que nunca tiveram recebimento ou movimentação de combustível.

A ABNT também referencia à NBR 14.787:2002 – Espaço Confinado - Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção, que posteriormente foi substituída pela ABNT NBR 16577, onde são estabelecidos os requisitos para identificar, caracterizar e reconhecer os espaços confinados, bem como para implantar o sistema de gestão de forma a garantir, permanentemente, a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem nestes espaços, direta ou indiretamente, durante a realização dos trabalhos.

O extinto Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, por sua vez, divulgou através da Portaria SIT n.º 202, de 22 de dezembro de 2006, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 27/12/2006, a Norma Regulamentadora n° 33 ou NR-33 - SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS.

A NR33 sofreu algumas alterações com a Portaria MTE nº 1.409 de 29/08/2012 e, posteriormente, pela edição da Portaria SEPRT nº 915, de 30 de Julho de 2019.

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2 - DEFINIÇÃO DE ESPAÇO CONFINADO

Para fins de cumprimento da NR33, definiu-se que:

‘’Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio’’.

A NR-33 tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir, permanentemente, a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Assim sendo, todas as empresas que possuam trabalhadores em regime de CLT e que possuam espaços confinados, conforme determina essa norma regulamentadora, estão obrigadas a cumprir as exigências por ela estipuladas.

Para fins de cumprimento das determinações da norma, o empregador é responsável pela indicação formal de um trabalhador para atuar como responsável técnico (RT). Considerando as grandes responsabilidades de tal função, esse profissional deve ter conhecimento das instalações da empresa e domínio técnico das atividades por ela desenvolvidas, além, é claro, da habilitação legal para o seu desempenho. Ou seja, é necessário que tenha formação técnica em instituição reconhecida pelos órgãos oficiais de ensino e registro profissional no conselho de classe de sua categoria.

2.1 - IDENTIFICAÇÕES DOS ESPAÇOS CONFINADOS

Os espaços confinados são encontrados nos mais diversos setores da economia como, por exemplo, nas indústrias de papel e celulose, gráfica, alimentícia, de borracha, de couro, têxtil, químicas e petroquímicas, bem como na agricultura, agroindústria, indústria naval e de operações marítimas, além dos setores de gás, telefonia, eletricidade, água e esgoto, construção civil, siderurgia, metalurgia e beneficiamento de minérios.

São exemplos de espaços confinados encontrados em alguns ambientes laborais (respeitadas as especificidades de cada local e características para seu enquadramento na norma): bueiros, galerias, tanques, silos, chaminés, dutos e caixas subterrâneas, tonéis, biodigestores, transportadores enclausurados, misturadores, poços de válvulas, poços, cisternas, esgotos, reatores, colunas de destilação, torres de resfriamento, áreas de diques, filtros coletores, precipitadores, secadores, vasos de pressão e outros tipos de enclausuramento.

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emergência e resgate.

IMPORTANTE - Para que um local ou equipamento seja reconhecido e identificado como espaço confinado, deverá apresentar as seguintes condições:

• ambiente não projetado para ocupação humana contínua;

• meios limitados de entrada e saída, com dimensões que permitam a entrada de pessoas em seu interior;

• ventilação existente insuficiente para remover contaminantes ou existência de deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

O processo de identificação dos espaços confinados exige disciplina e conhecimento técnico. Deve ser realizado, preferencialmente, por uma equipe multidisciplinar, sob a condução do RT. Os trabalhadores envolvidos nesse processo devem ter o conhecimento técnico adequado.

Referida identificação deverá ser dinâmica, pois qualquer alteração ocorrida nos locais ou equipamentos poderá mudar as características físicas de um espaço, como também o resultado final da avaliação. Os procedimentos definidos devem ser específicos para cada local (identificado como espaço confinado), e seus respectivos equipamentos.

Após a identificação do espaço confinado, este deverá receber placas de sinalização permanentes, que contenham as especificações do anexo I da NR-33.

Anexo I – Sinalização para identificação de espaço confinado

O RT deverá criar os meios de controle adequados à realização de atividades neste espaço e as medidas de controle apropriadas, além de promover a comunicação, de acordo com os meios necessários, que possibilite o conhecimento de pessoas não autorizadas sobre as restrições de acesso ao local.

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• Se o empregador, ou seu representante com habilitação legal, decidir que os trabalhadores podem entrar no espaço confinado, deverá ter desenvolvido e implantado um programa escrito com permissão de entrada.

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MÓDULO

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1 - INTRODUÇÃO

A NR-33 define responsabilidades claras não só para o empregador, mas também para os trabalhadores que estejam envolvidos nas atividades realizadas em espaços confinados.

A citada norma é bastante objetiva ao determinar que são solidariamente responsáveis pelo cumprimento do que nela dispõe, os contratantes e contratados.

Com o objetivo principal de resguardar a saúde, a integridade física e a segurança dos executores dessas atividades, é fundamental que todos os envolvidos conheçam suas responsabilidades legais e exerçam com seriedade e profissionalismo suas atribuições.

2 - RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR

São responsabilidades do empregador:

• indicar formalmente o responsável técnico para o cumprimento da NR-33; • identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;

• identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

• implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir a existência permanente de ambientes com condições adequadas de trabalho;

• garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;

• garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II da NR-33;

• fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;

• acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas contratadas, e prover os meios e condições que as possibilitem atuar em conformidade com a NR-33;

• interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local;

• garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso

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aos espaços confinados.

3 - RESPONSABILIDADES DOS TRABALHADORES

São responsabilidades dos trabalhadores:

• colaborar com a empresa no cumprimento da NR-33;

• utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;

• comunicar ao vigia e ao supervisor de Entrada as situações de risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento;

• cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos, com relação aos espaços confinados.

É importante ressaltar que, da mesma maneira que o empregador é o responsável por garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos e medidas de controle existentes, a norma também obriga o trabalhador a cumprir todas as orientações recebidas nos treinamentos e comunicar ao vigia e ao supervisor de entrada, qualquer anormalidade ou situação de risco identificada, que possa comprometer sua saúde e segurança, como também a de terceiros.

4 - ATRIBUIÇÕES

De acordo com a legislação vigente, para a realização de atividades em espaços confinados, foram criadas algumas funções que, de acordo com a tarefa que realizam, recebem responsabilidades e atribuições diferentes: • O Responsável Técnico – RT. • O Supervisor de Entrada. • O Vigia. • O Trabalhador autorizado. • A Equipe de Resgate.

Basicamente, as principais atribuições de cada uma destas funções estão descritas a seguir.

4.1 - RESPONSÁVEL TÉCNICO - RT

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O RT deverá manter uma equipe multidisciplinar para apoiá-lo e trabalharão em conjunto para im-plementar e manter a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados. Ele também coordena, as medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir a existência permanente de ambientes com condições adequadas de trabalho. O RT não precisa executar, por si próprio, todas as ações que são de sua responsabilidade. Entretanto, cabe a ele a coordenação e gestão de todo este trabalho, sendo o elo entre os trabalhadores e o em-pregador.

4.2 - SUPERVISOR DE ENTRADA

Cabe ao Supervisor de Entrada a elaboração e assinatura da permissão de entrada (PET) para assim, poder permitir que a entrada dos trabalhadores nestes espaços ocorra com segurança. Este documen-to é uma das principais ferramentas de controle, que assegurará a execução segura de atividades em espaço confinado.

O Supervisor de Entrada deve:

• conhecer os riscos que possam ser encontrados durante a entrada e a realização da atividade, incluindo as informações sobre o modo, sinais, sintomas e consequências da exposição;

• executar os testes, analisar os resultados das medições, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na Permissão de Entrada e Trabalho;

• assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis e os meios para acioná-los, operantes;

• suspender os procedimentos de entrada e trabalho, se as condições se tornarem desfavoráveis; • conferir se as entradas ocorreram de forma apropriada, segundo a PET, e que todos os testes especificados, nesse documento, tenham sido executados. Assim também, deverá certificar-se de que todos os procedimentos e equipamentos listados na permissão estejam no local, antes que ocorra o endosso desta e a autorização para início da entrada;

• emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das atividades;

• determinar, no caso de troca de turno do vigia, que a responsabilidade pela continuidade da operação seja transferida para o próximo vigia;

• encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos serviços.

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4.3 - VIGIA

O vigia tem um papel essencial, principalmente por desempenhar a função de acompanhar o traba-lhador em sua atividade e garantir a sua segurança. Cabe a ele permanecer fora do espaço confinado e ser responsável pelo acompanhamento, comunicação e ordem de abandono para os trabalhadores autorizados.

Em virtude da diferença de treinamento entre o Vigia (curso de capacitação de 16 horas) e o Supervisor de Entrada (curso de capacitação de 40 horas), esses dois profissionais não podem se revezar em suas funções, exceto se o Vigia também possuir o treinamento de ambas as funçoes.

O Vigia não deverá entrar no espaço confinado.

Sua presença no lado de fora se justifica pela responsabilidade em zelar pelo trabalho que está sendo desenvolvido no interior do espaço confinado e pela segurança dos trabalhadores, sendo capaz de agir em caso de emergência. Ele deverá estar totalmente envolvido nas atividades de monitoramento das condições dentro e fora do espaço confinado. Assim, estará apto a identificar a existência das condi-ções adequadas de segurança para a permanência dos trabalhadores no interior deste espaço. O Vigia deve:

• estar ciente dos riscos da exposição para os trabalhadores autorizados;

• conhecer os riscos e as medidas de prevenção que possam ser enfrentados durante a entrada, incluindo informação sobre o modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;

• permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente com os trabalhadores autorizados durante as operações, até que seja substituído por outro vigia;

• manter uma contagem precisa do número de trabalhadores autorizados que estão no espaço confinado e assegurar a utilização dos meios corretos à identificação;

• operar os movimentadores de pessoas em situações normais ou de emergência;

• não realizar qualquer outra tarefa que possa comprometer o seu dever primordial, que é monitorar e proteger os trabalhadores;

• manter comunicação com os trabalhadores para averiguar suas condições e alertá-los quanto à necessidade de abandonar o espaço confinado;

• adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública ou privada, quando necessário;

• ordenar o imediato abandono do espaço confinado, sempre que reconhecer algum sinal ou condição de perigo, alarme, sintoma anormal, queixa, condição proibitiva, acidente, ou qualquer outra situação não prevista, como também quando não puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro vigia;

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confinado e assegurar que todos saiam, assim que encerrada a atividade.

4.4 - TRABALHADOR AUTORIZADO

Cabe ao trabalhador autorizado entrar no espaço confinado, com conhecimento dos seus direitos e deveres, bem como dos riscos e medidas de controle existentes.

O trabalhador autorizado, após ser capacitado, deverá:

• conhecer os riscos e medidas de prevenção que possam encontrar durante a entrada, incluindo informações sobre o modo, sinais ou sintomas e consequências da exposição;

• estar familiarizado com as atividades a serem desenvolvidas em espaços con-finados; • usar os equipamentos adequadamente;

• compreender a operação dos recursos de comunicação, a fim de permitir o monitoramento da atuação pelo vigia. Também é importante para possibilitar eventual alerta sobre a necessidade de abandono do espaço confinado;

• conhecer o plano de emergência e cumprir imediatamente a ordem de abandono, seja ela oriunda do Vigia, Supervisor de Entrada, ou ativação do sinal de alarme;

• alertar o Vigia sempre que detectar alguma condição proibida ou reconhecer algum sinal de perigo ou sintoma de exposição a uma situação perigosa, não prevista, que possa acarretar risco à própria saúde e segurança ou de terceiros.

4.5 - EQUIPE DE RESGATE

Cabe aos membros da equipe de resgate/salvamento retirar os trabalhadores dos espaços confinados em situação de emergência e prestar-lhes os primeiros socorros. Por isso os seus integrantes devem ser capacitados e regularmente treinados. O grupo recebe o mesmo treinamento que é ministrado aos trabalhadores autorizados.

O empregador, ou seu representante legal (RT), deve garantir que a equipe possua os equipamentos de proteção individual, respiratória e de resgate, necessários para operar em espaços confinados, além disso, que ela esteja preparada para utilizá-los.

É necessária a realização de treinamentos de exercício simulado de resgate em espaços confinados, ao menos uma vez a cada 12 meses, em que seja realizada a remoção de pessoas ou manequins dos espaços confinados existentes no estabelecimento. Devem-se contemplar todos os possíveis cenários de acidentes identificados nas análises de risco.

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Nos casos da utilização de movimentadores individuais de pessoas, os membros da equipe deverão estar aptos a operá-los.

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MÓDULO

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1 - INTRODUÇÃO

A NR-33 determina que seja criado e mantido um processo de gestão da segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados de forma planejada, programada, implementada e avaliada. Tal gestão deve ser feita com base na adoção de medidas de ordem técnica de prevenção, administrativas, pessoais e de capacitação.

2 - MEDIDAS TÉCNICAS DE PREVENÇÃO

Podem-se citar as seguintes medidas de ordem técnica para exemplificação:

• identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas;

• antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;

• proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos;

• prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;

• implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos em espaços confinados;

• avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro;

• manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado;

• monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras;

• proibir a ventilação com oxigênio puro;

• testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e

• utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência;

• em áreas classificadas, os equipamentos devem estar certificados ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – INMETRO;

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• adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou ex-plosão em trabalhos a quente, tais como: solda, aquecimento, esmeri-lhamento, corte ou outros que liberem chama aberta, faíscas ou calor;

• adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação, soter-ramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estáti-ca, queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e quaisquer outros que possam afetar a segurança e saú-de dos trabalhadores.

3 - MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Como medidas de ordem administrativa, temos:

• manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos desativados, e seus respectivos riscos;

• definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos do espaço confinado; • manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme o Anexo I da citada norma;

• implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;

• adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho, previsto no Anexo II da NR, às peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados;

• preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e Trabalho, antes do ingresso de trabalhadores em espaços confinados;

• possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da Permissão de Entrada e Trabalho;

• entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia cópia da Permissão de Entrada e Trabalho;

• encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações forem completadas, quando ocorrer uma condição não prevista ou quando houver pausa ou interrupção dos trabalhos;

• manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e Trabalho por cinco anos; • disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para o conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes, bem como para a fiscalização do trabalho;

• designar as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando os deveres de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida;

• estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no interior dos espaços confinados;

• assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;

• garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de controle existentes no local de trabalho; e

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considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.

4 - MEDIDAS PESSOAIS

Como medidas pessoais, temos:

• todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO;

• capacitar todos os trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente com os espaços confinados, sobre seus direitos, deveres, riscos e medidas de controle, conforme previsto no item 33.3.5 da norma;

• o número de trabalhadores envolvidos na execução dos trabalhos em espaços confinados deve ser determinado conforme a análise de risco;

• é vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma individual ou isolada.

5 - MEDIDAS DE CAPACITAÇÃO

Segundo a NR-33, é vedada a designação de trabalhadores para a execução de tarefas em espaços con-finados, sem a prévia capacitação. Ela também determina que todos trabalhadores autorizados, Vigias e Supervisores de Entrada devem receber capacitação periódica, a cada 12 meses, com carga horária mínima de 8 horas. Além disso, a norma define que a capacitação dos trabalhadores (supervisores, tra-balhadores autorizados e vigias) deve ser realizada dentro do horário de trabalho.

Para a capacitação inicial dos Trabalhadores autorizados e Vigias, a carga horária mínima é de 16 horas, com o seguinte conteúdo programático:

• definições;

• reconhecimento, avaliação e controle de riscos; • funcionamento de equipamentos utilizados;

• procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho; e • noções de resgate e primeiros socorros.

Para a formação inicial dos Supervisores de Entrada, a carga horária mínima é de 40 horas, com conte-údo o programático exposto acima, acrescido de:

• identificação dos espaços confinados;

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• área classificada;

• operações de salvamento.

Os instrutores designados pelo responsável técnico, que instruirão a capacitação, devem possuir com-provada proficiência no assunto.

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MÓDULO

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1 - INTRODUÇÃO

Para garantir a saúde, segurança e integridade física dos trabalhadores e terceiros em espaços confinados, as etapas de reconhecimento, avaliação e controle de riscos requerem atenção especial dos envolvidos.

Os acidentes em espaços confinados se tornam mais graves do que aqueles que ocorrem nos ambientes comuns, devido ao fato de se tratarem de locais muito restritos.

Um simples erro ou descuido, na preparação do espaço, seleção, ou manutenção dos equipamentos, análise dos riscos - APR, preenchimento da PET ou na correta execução da atividade laboral, pode causar um acidente grave e, na maioria das vezes, fatal.

Como a própria definição sugere, o espaço confinado é um lugar não projetado para a ocupação humana por um longo período de tempo. Isso se deve ao aspecto inóspito e agressivo à saúde e à segurança dos trabalhadores. Por essa razão, é muito importante que, nessa etapa de reconhecimento, os riscos sejam corretamente identificados e avaliados, para possibilitar a aplicação das devidas medidas de controle.

Antes da entrada em um espaço confinado, é necessário avaliar individualmente cada um dos riscos, para que sejam detectados os perigos reais ou em potencial de cada um.

O principal ponto de atenção a ser considerado nessa avaliação, está relacionado à atmosfera do local de trabalho.

2 - ATMOSFERA DE RISCO

A atmosfera de risco se caracteriza quando há escassa disposição de oxigênio ou a presença de gases em um espaço confinado, oferecendo riscos e expondo os trabalhadores a perigos de morte, incapacitação ou restrição da habilidade para auto-resgate. Além disso, pode resultar em lesão ou doença aguda causada por uma (ou mais) das seguintes situações:

• Concentração de oxigênio atmosférico abaixo de 19,5% ou acima de 23,0%;

• Gás ou vapor, ou névoa inflamável, em concentrações superiores a 10% do seu limite inferior de explosividade LIE;

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• A exposição do trabalhador à concentração atmosférica de qualquer substância, acima do limite de tolerância apontado pela NR-15 ou em normas internacionais mais restritivas, como a ACGIH (American Conference of Government Industrial Hygenists);

• Poeira combustível em concentração alta ou acima do Limite Inferior de Explosividade (LIE); • Qualquer outra condição atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde - IPVS.

A NR-33 determina que, em caso de existência de Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde, o espaço confinado somente poderá ser adentrado com a utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva, ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape.

3 - AGENTES DE RISCO

Durante a etapa de reconhecimento dos riscos presentes nos ambientes confinados, alguns agentes merecem atenção especial:

• Agentes físicos • Agentes biológicos • Agentes Ergonômicos • Acidentes

4 - RISCOS FÍSICOS

Os Agentes Físicos são:

• Temperaturas Extremas • Ruído • Vibrações • Pressões Anormais • Radiações • Energias Perigosas

4.1 - TEMPERATURAS EXTREMAS

A própria geometria do espaço confinado, aliada à dificuldade de ventilação natural e circulação do ar em seu interior, contribui para elevar a temperatura desse ambiente. Soma-se a isso, o calor agregado nas atividades desenvolvidas, como ocorre nos serviços de soldagem, na temperatura corporal dos trabalhadores e o próprio esforço físico despendido durante a execução das tarefas. Além disso, muitos desses ambientes são construídos com materiais altamente condutores de calor.

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30

precisão e de produtividade, entre outras, que também devem ser consideradas na avaliação dos riscos, uma vez que contribuem sobremaneira para a incidência de acidentes.

No controle do agente físico calor, devem ser utilizadas as determinações do anexo 3 da NR-15 e NHO-06 da Fundacentro.

As condições de frio extremo, embora menos comuns, também são muito relevantes e devem ser consideradas na identificação e controle dos riscos. Nesse tipo de ambiente, sérios danos podem ser causados aos trabalhadores como hipotermia, congelamento ou, em casos mais graves, a morte.

Medidas de controle administrativas, como o controle do tempo de exposição, devem ter seus procedimentos descritos, como também ser de conhecimento e parte da rotina dos trabalhadores.

4.2 - RUIDO

O ruído em ambiente fechado tende a se tornar ainda mais grave, em função da dificuldade de propagação das ondas sonoras.

O uso do EPI (Equipamento de Proteção Individual) adequado deve ser observado. Seu uso independe da atividade a ser realizada, devendo ser prevista e garantida alguma forma de comunicação entre o vigia e os trabalhadores no interior do espaço confinado.

No controle do agente físico ruído devem ser observados os critérios definidos no anexo I e II da NR-15 e NHO-01 da Fundacentro.

4.3 - VIBRAÇÕES

As vibrações, sejam em parte ou de corpo inteiro, podem causar danos aos trabalhadores, como distúrbios de visão e de equilíbrio, ou até danos gradativos mais sérios ao aparelho nervoso.

Para o controle desse agente físico, devem ser observados os critérios definidos no anexo 8 da NR-15 e os limites de tolerância definidos na ISO 2631 e ISO / DIS 5349.

4.4 - PRESSÕES ANORMAIS

As pressões anormais podem ocasionar danos graves ou fatais para os trabalhadores submetidos a essas condições, caso não sejam observados os critérios de segurança requeridos para o desenvolvimento das atividades.

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4.5 - RADIAÇÕES

Devem ser observadas todas as possíveis fontes de radiações ionizantes ou não-ionizantes capazes de influenciar na exposição do trabalhador ou interferir na capacidade/qualidade das informações dos equipamentos eletroeletrônicos de medição (podendo causar falsos alarmes) ou, ainda, de comunicação entre os trabalhadores.

4.6 - ENERGIAS PERIGOSAS

As fontes de energia que necessitem ser mantidas em determinada condição (aberta/fechada ou ligada/ desligada) para a realização segura da atividade no espaço confinado, devem possuir um sistema de bloqueio, evitando-se o acionamento indevido dos dispositivos. Existem vários tipos de bloqueio no mercado, também chamados de Lockout/Tagout.

Para se evitar o choque elétrico, a principal recomendação é desligar a fonte de energia e tomar todas as medidas necessárias (sinalização, teste de ausência de tensão, aterramento, trava e bloqueio), para evitar que seja religada indevidamente. Na impossibilidade de desligamento da fonte de energia, utilizar EPI’s, EPC’s (Equipamentos de Proteção Coletiva) e métodos de trabalho adequados para controlar os riscos elétricos.

5 - RISCOS BIOLÓGICOS

Frequentemente, as atividades desenvolvidas em espaço confinado submetem os trabalhadores ao contato direto com objetos, substâncias ou agentes/vetores que podem transmitir doenças como hepatite, brucelose, tétano, leptospirose e também possíveis infecções.

Tal fato ocorre porque os ferimentos poderão entrar em contato com superfícies, restos ou urinas de animais contaminados, pela picada de animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e cobras, que são muito comuns em ambientes de galerias, túneis e esgotos.

6 - RISCOS ERGONÔMICOS

Os problemas ergonômicos estão associados, na maioria das vezes, às dimensões reduzidas dos espaços, fato esse que exige maiores contorções do corpo, uso constante das mãos e dificuldade de resgate em caso de acidente. Assim sendo, os maiores danos ergonômicos estão relacionados a agressões à coluna vertebral, lombalgias, torções e esmagamento de discos da vértebra.

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7 - RISCOS MECÂNICOS OU DE ACIDENTES

Os riscos são: • Quedas

• Invasões e acessos não permitidos • Soterramento

• Afogamento • Engolfamento

7.1 - QUEDAS

Na execução de atividades em espaços confinados, é comum que os acessos possuam diferenças de nível, como câmaras subterrâneas, túneis, galerias, poços e interiores de equipamentos. Referido atributo torna esses locais ainda mais perigosos, em razão do risco de quedas.

Para controlar esses riscos, é necessário que sejam avaliados na APR as condições do local, tipo de piso, se há oleosidade ou umidade na entrada e dentro do local, as condições físicas dos degraus das escadas de acesso, entre outros, a fim de que sejam adotados os devidos controles.

Atenção especial deve ser dada à adoção dos tipos corretos de calçados de segurança, aos procedimentos de descida padronizados e à utilização de EPI’s e EPC’s, como os tripés, cinto paraquedista, linha de vida, mosquetões, movimentadores de pessoas, sistema trava-quedas, dentre outros.

7.2 - INVASÕES E ACESSOS NÃO PERMITIDOS

Os serviços em espaço confinado ocorrem, muitas vezes, em vias públicas ou áreas de circulação de pessoas, fato este que pode chamar a atenção de transeuntes e curiosos.

As áreas de serviço devem ser isoladas, de forma a permitir o ingresso exclusivo dos trabalhadores autorizados e impedir o acesso de pessoas não autorizadas, por meio de isolamento e sinalização adequada.

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33

7.3 - SOTERRAMENTO

Deverão ser avaliadas as condições do EC (espaço confinado) e de sua estrutura, com atenção especial aos casos de perfurações, em que precisão ser tomadas as medidas de controle específicas e efetuados os devidos escoramentos para evitar o soterramento dos trabalhadores em seu interior.

7.4 - AFOGAMENTO

É possível que exista o risco de afogamento nas atividades desenvolvidas em EC (espaço confinado). A condição de inundação do espaço deve ser alvo de atenção especial e seu controle deve ser feito, sempre que possível, por meio do bloqueio mecânico e impedimento de acesso aos controles de dispositivos, que possam interferir na condição requerida para o trabalho.

7.5 - ENGOLFAMENTO

O risco de engolfamento está presente, sobretudo, em atividades do setor da agroindústria, onde é comum o acesso em silos que contêm grãos ou outros sólidos que possam envolver o trabalhador, asfixiando-o. Devem ser utilizadas técnicas específicas, de acordo com os materiais onde são realizadas as atividades com risco de engolfamento.

8 - RISCOS ATMOSFÉRICOS

Conforme já mencionado no início deste capítulo, os maiores riscos para realização de atividades em EC estão relacionados à atmosfera do ambiente.

Para a correta identificação dos riscos dessa atmosfera, de forma a permitir que sejam adotados os devidos controles, faz-se necessário que sejam entendidas algumas teorias sobre as propriedades dos gases e vapores.

9 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO - APR

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34

A avaliação inicial ou avaliação local é o processo de análise onde os riscos aos quais os trabalhadores possam estar expostos num espaço confinado são identificados e quantificados.

A avaliação inclui a especificação dos testes que devem ser realizados e os critérios que devem ser utilizados.

A realização desses testes permite aos trabalhadores o planejamento e implementação de medidas de controle adequadas, que garantam a proteção dos trabalhadores autorizados. Também permite determinar se as condições de entrada e realização das atividades são aceitáveis.

Todos os espaços confinados devem ser considerados inseguros para entrada, até que sejam providos de condições mínimas de segurança e saúde. Ressaltamos que, como cada espaço tem suas especificidades, a análise efetuada em campo deve levar em consideração a realidade de cada ambiente.

As avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas fora do espaço confinado.

9.1 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO - APR

Na APR, devem ser consideradas todas as situações que possam ocorrer no ambiente do EC, onde será realizada a atividade. Entre elas, destacam-se:

• Falta ou excesso de oxigênio;

• Incêndio ou explosão, pela presença de vapores e gases inflamáveis; • Intoxicações por substâncias químicas;

• Infecções por agentes biológicos; • Afogamentos;

• Soterramentos; • Quedas;

• Choques elétricos.

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MÓDULO

(37)

1 - INTRODUÇÃO

A legislação vigente determina que, para a execução de qualquer atividade no interior de um espaço confinado, é necessário que exista uma autorização escrita, fornecida pelo empregador, ou seu representante legal, com o objetivo de permitir e controlar a entrada dos trabalhadores.

A Permissão de Entrada e Trabalho (PET) é um documento adotado e padronizado pela empresa, que deve ser de conhecimento de todos os trabalhadores que atuam direta ou indiretamente em espaços confinados.

A PET autoriza o(s) empregado(s), nela relacionado(s), a entrar(em) no espaço confinado. É feita a nomeação do vigia e supervisor, além da definição das condições para entrada, especificação da atividade a ser desenvolvida e listagem dos possíveis riscos, controles e medições necessárias a uma entrada planejada e segura.

A saída de toda equipe do espaço confinado por qualquer motivo, implica a emissão de nova permissão de entrada.

A PET deverá ficar exposta no local de trabalho, até o seu término. Após a realização da tarefa, esta permissão deverá ser arquivada.

A NR-33 também determina que, de forma complementar, nos estabelecimentos onde houver espaços confinados, devem ser observados os seguintes atos normativos:

• NBR 14606 - Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Entrada em espaço confinado em tanques subterrâneos e em tanques de superfície e;

• NBR 16577 - Espaço Confinado - Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção, bem como suas alterações posteriores.

2 - PROGRAMA DE ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS

De acordo com a NBR 16577/2017, o empregador deve manter um programa de entrada em espaço

PERMISSÃO DE ENTRADA E

TRABALHO – PET

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espaço confinado que deve adotar, no mínimo, as seguintes medidas:

• Manter, de forma permanente, um procedimento de permissão de entrada que contenha a respectiva permissão, arquivando-a;

• Implantar as medidas necessárias à prevenção de entradas não autorizadas; Identificar e avaliar os riscos dos espaços confinados, antes da entrada dos trabalhadores;

• Providenciar treinamento periódico para os trabalhadores relacionados aos espaços confinados, sobre os riscos a que estão expostos, medidas de controle e procedimentos seguros de trabalho;

• Manter, por escrito, os deveres dos supervisores de entrada, dos vigias e dos trabalhadores autorizados, com os respectivos nomes e assinaturas;

• Implantar serviço de emergências e resgate, que mantenha os membros sempre à disposição, devidamente treinados e com equipamentos em perfeitas condições de uso; • Providenciar exames médicos admissionais, periódicos, de mudança de função e de retorno ao trabalho, além dos demissionais, com emissão dos respectivos atestados de saúde ocupacional. Deverão também abordar os exames complementares, requisitados pelo médico do trabalho e previstos no PCMSO, de acordo com a avaliação de cada espaço confinado;

• Desenvolver e implementar os meios, procedimentos e práticas necessárias às operações de entradas seguras em espaços confinados, incluindo, mas não limitados, aos seguintes tópicos:

- Manter o espaço confinado devidamente sinalizado e isolado, providenciando o controle dos riscos mapeados, como forma de proteger os trabalhadores que nele irão adentrar;

- Implementar travas e bloqueios, quando houver necessidade;

- proceder à avaliação da atmosfera, quanto à presença de gases ou vapores inflamáveis, gases ou vapores tóxicos e concentração de oxigênio. Antes dessa avaliação, deve-se realizar teste de resposta do equipamento de detecção de gases;

- proceder à avaliação da atmosfera quanto à presença de poeiras, quando reconhecido o risco;

- purgar, inertizar, lavar ou ventilar o espaço confinado, para eliminar ou controlar os riscos atmosféricos;

- proceder à avaliação de riscos atmosféricos físicos, químicos, biológicos e mecânicos que garantam a segurança dos trabalhadores.

IMPORTANTE

- Antes que a entrada seja autorizada, o empregador, ou seu representante legal, deverá documentar o conjunto de medidas necessárias para a preparação de uma entrada segura.

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38

- Antes da entrada, o supervisor, identificado na permissão, deverá assinar a permissão de entrada para autorizá-la.

- A permissão completa deverá estar disponível a todos os trabalhadores autorizados, sendo fixada na entrada, ou mesmo por qualquer outro meio eficaz.

A permissão de entrada será encerrada ou cancelada quando:

a) as operações de entrada nela especificadas tiverem sido completadas;

b) uma condição não prevista ocorrer dentro ou nas proximidades do espaço confinado; c) houver saída, pausa ou interrupção dos trabalhadores em espaços confinados.

3 - ITENS A SEREM IDENTIFICADOS NA PET

A permissão de entrada, que deverá documentar a conformidade das condições locais e autorizar a entrada em cada espaço confinado, deverá identificar:

• espaço confinado a ser adentrado;

• objetivo da entrada;

• data e duração da autorização da permissão de entrada;

• trabalhadores autorizados a entrar num espaço confinado (que devem ser relacionados e identificados pelo nome e pela função que irão desempenhar);

• assinatura e identificação do supervisor que autorizou a entrada;

• riscos do espaço confinado a ser adentrado;

• medidas usadas para isolar o espaço confinado e eliminar ou controlar os riscos do espaço confinado antes da entrada.

4 - VALIDADE DA PET

A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para uma entrada, de acordo com a NR-33, devendo ser encerrada e arquivada ao término da operação.

4.1 - ITENS BÁSICOS DO PROCEDIMENTO PARA TRABALHO

O procedimento para trabalho deve contemplar, no mínimo:

• objetivo;

• campo de aplicação;

• base técnica;

• responsabilidades;

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39

• preparação; • emissão;

• uso e cancelamento da Permissão de Entrada e Trabalho; • capacitação para os trabalhadores;

• análise de risco e medidas de controle.

Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a Permissão de Entrada e Trabalho devem ser avaliados, no mínimo, uma vez ao ano e revisados sempre que houver alteração dos riscos, com a participação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

Os procedimentos de entrada em espaços confinados devem ser revistos quando da ocorrência de qualquer uma das circunstâncias abaixo:

• Entrada não autorizada num espaço confinado;

• Identificação de riscos não descritos na Permissão de Entrada e Trabalho; • Acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;

• Qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do espaço confinado; • Solicitação do SESMT ou da CIPA;

• Identificação de condição de trabalho mais segura.

A falta de monitoramento contínuo da atmosfera no interior do espaço confinado, alarme, ordem do vigia ou qualquer situação de risco à segurança dos trabalhadores, implicará o abandono imediato da área.

5 - PREENCHIMENTO DA PET

No anexo II da NR-33, é disponibilizado um modelo de caráter informativo, para elaboração da PET. Todavia, a empresa poderá, a seu critério, adaptá-lo às suas particularidades. Entretanto, não é permitido omitir as informações lá contidas.

(41)

MÓDULO

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1 - INTRODUÇÃO

Os riscos atmosféricos, conforme já citado, são uma das maiores preocupações na avaliação dos riscos presentes nos espaços confinados.

Para garantir a segurança dos trabalhadores, com relação aos riscos respiratórios, como a deficiência de oxigênio e os contaminantes, a empresa deve implementar um PPR - Programa de Proteção Respi-ratória. Dessa forma, poderá atuar no controle de doenças ocupacionais provocadas pela inalação de ar contaminado como, por exemplo, poeiras, fumos, névoas, gases e vapores.

2 - CONTROLE DOS PERIGOS RESPIRATÓRIOS

Em um programa de proteção respiratória eficaz, é essencial que haja avaliação correta dos perigos existentes. Para isso, faz-se necessário o conhecimento do processo, das matérias primas emprega-das, dos produtos finais e derivados, entre outros. Uma vez conhecidos, deve-se recolher uma quan-tidade suficiente de amostras apropriadas que indiquem, durante todas as condições de operação, atmosferas que, por seu conteúdo de oxigênio e níveis de concentração, sejam suficientemente co-nhecidas. De tal maneira, será possível avaliar a que exposição uma pessoa estará submetida durante a realização do trabalho.

Pelas características da formação do corpo humano, os materiais tóxicos podem penetrar no corpo por 3 (três) diferentes caminhos:

• Trato intestinal (Boca) • Tecidos (Poros da pele) • Sistema Respiratório

2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS

Os riscos respiratórios classificam-se, de forma geral, por: • deficiência de oxigênio;

• contaminação por gases: Imediatamente perigosos à vida, ou não. • contaminação por aerodispersóides (poeiras, fumos, etc.);

PROGRAMA DE PROTEÇÃO

RESPIRATÓRIA – PPR

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42

• contaminação por gases e aerodispersóides: imediatamente perigosos à vida, ou não.

3 - AR RESPIRÁVEL

O ar atmosférico que nos envolve (ar natural, considerado seco), pode ser representado em números redondos, em porcentagem por volume:

Representação gráfica ar atmosférico

Na prática, entretanto, todo ar natural possui certo percentual de umidade, igualmente necessário à vida. Permanecendo o ar respirável, apesar das variações climáticas, o nosso organismo consegue aproveitá-lo. Nossa respiração e metabolismo se adaptam com flexibilidade a essas condições do meio ambiente. Porém, quais os limites aceitos pelo nosso organismo para considerar o “ar respirável”? Ar respirável significa:

• conter, no mínimo, 19,5% em volume de oxigênio;

• estar livre de produtos prejudiciais à saúde que, por meio da respiração, possam provocar distúrbios ao organismo ou o seu envenenamento;

• encontrar-se no estado apropriado para a respiração, isto é, ter pressão e temperatura normal, que, em hipótese alguma, levem a queimaduras ou congelamentos;

• não deve conter qualquer substância que o torne desagradável, por exemplo: odores.

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43

A Fundacentro recomenda que qualquer EC com menos de 20,9% de oxigênio deve ser considerado IPVS, a menos que a causa da redução do teor de oxigênio seja conhecida e controlada.

Referida restrição se justifica porque qualquer redução do teor de oxigênio é, no mínimo, uma prova de que o local não é adequadamente ventilado. Não sendo conhecida a causa da redução no teor de oxigênio, ou se ela não for controlada, o EC é considerado como IPVS.

Definiu-se ainda que, somente é permitida a entrada, sem o uso de respiradores em ECs que conte-nham entre 18% e 20,9% de oxigênio em volume, ao nível do mar, quando:

• tomarem-se precauções extraordinárias;

• for conhecida e entendida a causa da redução do teor de oxigênio;

• houver certeza de que não existem áreas mal ventiladas, nas quais o teor de oxigênio possa estar abaixo.

4 - O PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR)

O Programa de Proteção Respiratória (PPR) é um processo para seleção, uso e manutenção dos respi-radores com a finalidade de assegurar proteção adequada para o usuário.

Como todo programa preventivo, deve ser aplicado antes de dar início às ações de proteção individual do trabalhador. O objetivo principal é controlar a contaminação atmosférica do ambiente de trabalho e atuar na eliminação do risco na fonte (sempre que possível). São utilizadas medidas de engenharia como enclausuramento, ventilação, substituição do agente contaminante por outro menos tóxico, etc. Caso as medidas de proteção não atendam, não tenham sido implantadas ou em casos de emergência, devem ser fornecidos e utilizados respiradores apropriados para cada caso, conforme análise da equi-pe de coordenação do PPR. Antes de se utilizar um respirador, é essencial que seja estabelecido um PPR, por escrito, com os procedimentos específicos para o local de trabalho.

O programa deve ser implantado, avaliado e atualizado sempre que necessário, de modo a refletir as mudanças de condições do ambiente de trabalho que possam afetar o uso de respirador. O PPR deve ser compreendido por todos os níveis hierárquicos da empresa.

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44

O PPR deve conter, no mínimo, os seguintes elementos: a) política da empresa, na área de proteção respiratória; b) abrangência;

c) indicação do administrador do programa;

d) regras e responsabilidades dos principais atores envolvidos; e) avaliação dos riscos respiratórios;

f) seleção do respirador;

g) avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários; h) treinamento;

i) ensaio de vedação;

j) uso do respirador e política da barba;

k) manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores; l) guarda e estocagem;

m) uso de respirador para fuga, emergências e resgates; n) qualidade do ar/gás respirável;

o) revisão do programa; p) arquivamento de registros.

A maioria desses elementos deve ser detalhada na forma de procedimentos operacionais escritos. O controle, por meio do uso de respiradores, deve ser feito após a análise dos ambientes, para a identi-ficação de suas características, da composição do ar ambiente e da presença de contaminantes, com suas respectivas propriedades.

O respirador artificial possui uma característica construtiva chamada de Fator de Proteção Atribuído ou FPa. Por meio dela, há a indicação do número de vezes que a concentração do ar inspirado por um usuário de um tipo de respirador for menor que a do ar ambiente.

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45

O FPa SÓ É ALCANÇADO QUANDO SÃO OBEDECIDOS TODOS OS REQUISITOS DO PPR:

• respirador utilizado for o adequado ao risco, isto é, selecionado de acordo com as recomendações do PPR Fundacentro;

• realização do Ensaio de Vedação;

• realização da “Verificação de Vedação” pelo usuário; • escolha do respirador com participação do usuário; • respirador em perfeitas condições de uso;

• treinamento; • exame médico; • sem omissão de uso; • auditoria.

5 - FATOR DE PROTEÇÃO E OMISSÃO DE USO

Redução do fator de proteção devido à omissão de uso durante parte do tempo em que ele permanece na área contaminada.

Equação geral para o cálculo do fator de proteção efetivo devido à omissão de uso:

Em que:

FPE = fator de proteção efetivo

T = tempo durante o qual respirador deve ser usado

TU = tempo durante o qual o respirador foi efetivamente usado FPa = fator de proteção atribuído

TO = T-Tu = tempo de omissão de uso do respirador

A I.N n°1, de 11/4/1994 da SST do MTE torna obrigatória, além do cumprimento das NR, no que diz res-peito à proteção do trabalhador, as recomendações da Fundacentro.

Quanto a fórmula, considere o seguinte exemplo:

Um empregado deve utilizar um respirador purificador de ar com peça facial inteira com FPa = 100 du-rante toda a sua jornada de trabalho (8 horas). Porém, por descuido, ele deixa de utilizar o EPR apenas 0,5 horas. Assim, a proteção oferecida pelo EPR não será mais de 100 vezes, conforme estipulado pelo FPa, mas um outro valor que deve ser calculado pela fórmula citada.

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MÓDULO

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1 - INTRODUÇÃO

Área classificada é aquela em que uma atmosfera explosiva (ou potencialmente explosiva) esteja presente, ou na qual seja provável sua ocorrência. Sendo identificada, será necessária a adoção de cuidados especiais para a construção, instalação e utilização de equipamento elétrico.

A classificação de áreas permite identificá-las por zonas e mensurá-las num plano tridimensional, que possibilitará a especificação, para correta utilização dos equipamentos elétricos, que sejam adequados a cada tipo de área.

2- IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CLASSIFICADAS

A identificação das regiões classificadas, que contenham atmosferas explosivas, deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar de profissionais, que possuam a compreensão das propriedades dos materiais inflamáveis. Assim também, para o apontamento do processo e do uso de equipamentos, sempre que necessário, deve haver a participação dos profissionais de segurança, eletricidade, mecânica, manutenção e outros da área de engenharia, conforme requerido na Norma ABNT NBR IEC 60079-10:2018 - Atmosferas explosivas - Parte 10-1: Classificação de áreas - Atmosferas explosivas de gás.

Após a identificação e classificação das áreas, as empresas podem optar pelos equipamentos adequados ao uso nas respectivas instalações.

A presença de equipamentos elétricos é uma das principais fontes de ignição em áreas com atmosferas explosivas, seja pelo centelhamento normal na abertura e fechamento de contatos, ou pela elevação da temperatura atingida do equipamento, em operação normal ou em falhas.

É recomendado que sejam apropriadamente documentados todos os passos que conduzam a classificação de área final. A documentação da área classificada deve ser mantida num Plano de Classificação de Áreas. Assim sendo, toda a informação relevante deve ser referenciada nessa documentação.

ÁREAS CLASSIFICADAS

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49

Podem ser apresentados como exemplos de tais informações ou de métodos a serem referenciados: a) recomendações de padrões e normas aplicáveis;

b) características e cálculos da dispersão de gás e vapor;

c) estudo das características de ventilação em relação aos parâmetros de liberação do material inflamável, para que possa ser avaliada a efetividade da ventilação.

As propriedades que forem relevantes à classificação de área, de todos os materiais de processo utili-zados na planta, devem ser listadas, incluindo:

• Peso molecular • Ponto de fulgor • Ponto de ebulição • Temperatura de ignição • Pressão do vapor • Densidade do vapor

• Limites inferior e superior de explosividade (LIE e LSE) • Grupo do gás

• Classe de temperatura e o “EPL” determinado pelas avaliações adicionais de risco realizadas, se aplicáveis

Os resultados do estudo de classificação de área, bem como qualquer alteração subsequente, devem ser registrados eletronicamente em bancos de dados, tais como: memoriais descritivos de processo, planilhas e tabelas de dados, ou desenhos de plantas e de elevações das instalações físicas.

Os equipamentos elétricos para uso em instalações explosivas devem ter características construtivas próprias e de acordo com sua aplicação. A normatização aplicável deve estar de acordo com o padrão brasileiro da ABNT. Portanto, os equipamentos para trabalho em “área classificada” devem possuir certificação (emitida pelo INMETRO), identificada também através de marcação ou etiqueta.

3 - EQUIPAMENTOS EM ÁREAS CLASSIFICADAS

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50

Símbolos “Ex” para identificação de equipamentos elétricos e de instrumentação certificados para utilização em atmosferas explosivas

Padrão de identificação brasileiro

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51

Padrão de identificação internacional

4 - CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS

Atualmente, na Europa e também no Brasil, a classificação das áreas perigosas é feita com o uso do conceito de Zonas, Tipos de Proteção e Grupos.

4.1 - ZONAS

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52

Classificação das zonas

4.2 - TIPOS DE PROTEÇÃO

4.2.1 - DESCRIÇÃO DOS TIPOS DE PROTEÇÃO

À PROVA DE EXPLOSÃO EX D (“EXPLOSION PROOF” OU “FLAME PROOF”)

Referências

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