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VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos acima identificados;

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA

GABINETE DO DES. AND9N10 CARLOS COÉL110 DA FRANCA

ACÓRDÃO:

APELAÇÃO CRIMINAL N°. 037.2008.002652-1/001 — 1° Vara da Comarca de Sousa-PB Relator : Des. Antonio Carlos Coêlho da Franca

Apelante : Ranigleibe Alves Moura, vulgo "Gleibinho" Advogado: Eduardo Henrique Jacome e Silva

1111

Apelada : Justiça Pública

TÓXICO. Tráfico de substância entorpecente. Condenação. Irresignação.

Absolvição. Ausência de prova robusta. Depoimentos de policiais, que efetuaram a diligência, não constituem prova válida. Não Acolhimento. Contundente acervo probatório a indicar traficância. Materialidade e autoria comprovadas.

Pretendida desclassificação para o delito de uso, com base na quantidade de droga apreendida. Inviabilidade da pretensão. Prisão em flagrante com a substância entorpecente. Material equivalente à aproximadamente 35 pedras de cocaína. Manutenção do decisum. Desprovimento do apelo.

Provada a autoria e a materialidade, não deixando dúvidas quanto à culpabilidade da ré, impossível sua absolvição.

O depoimento de policiais constitui prova de valor a embasar decreto condenatório, principalmente quando corroborado pelos fatos colhidos pelo conjunto probatório robusto e extreme de dúvidas.

1111/

Inviável se mostra o pedido de desclassificação do delito para o previsto no art. 28 da Lei 11.343/2003, quando o agente é flagrado com substancia entorpecente, demonstrando sua efetiva incursão no tipo do art. 33 da mesma lei.

VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos acima identificados;

ACORDAa Egrégia Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba em, negar provimento ao apelo, em harmonia com o parecer da douta Procuradoria de Justiça. Unânime.

RELATÓRIO

Trata-se de Apelação Criminal interposta por Ranigleibe Alves Moura, vulgo

"Gleibinho" (fls. 87) em face da sentença, fl. 81/83, proferida pelo MM. Juiz de Direito da 10 Vara da Comarca de Sousa, que o condenou a uma pena de 05 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa, essa fixada no valor de 1/30 do salário mínimo, vigente à época do fato, pela prática delituosa esculpida no art. 33 da Lei n°. 11.343 ! ! 6.

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(2)

Em sede de razões recursais de fls. 89/95, o apelante roga por sua absolvição, ao argumento de ausência de provas robustas para um decreto condenatório, eis que, os depoimentos dos policiais militares que efetuaram a diligência na residência do recorrente, possuem interesse na sua condenação, não constituindo prova válida ou, se não for esse o entendimento dessa Câmara, suplica pela desclassificação do delito de tráfico para o de uso próprio, provando-se pela pequena quantidade apreendida, afirmando ser o mesmo dependente de substância entorpecente.

Em contra-razões, fls. 102/104, a Promotoria de Justiça pugna pela manutenção da sentença recorrida.

Em superior instância, a douta Procuradoria Justiça, instada a se pronunciar, opinou pelo desprovimento do apelo, fls. 109/111. É o relatório.

V O T O: Des. Antonio Carlos Coêlho da Franca

Perante o Juízo da 1° Vara da Comarca de Sousa o representante do Ministério Público com suporte no inquérito policial, ofereceu denúncia em face de Ranigleibe Alves Moura, vulgo "Gleibinho", dando-a como incurso nas sanções do artigo 33 da Lei n° 11.343/2006 e art.

111 29 da Lei n°. 9.605/1998.

Consta na exordial que no dia 10 de maio de 2008, por volta das 10h3Omin, fora encontrado no interior da residência do indiciado uma quantidade aproximada de 05 (cinco) gramas da substância popularmente conhecida como "crak" como também aves nativas que foram encaminhadas ao IBAMA para as providências cabíveis.

Narra ainda a denúncia que, nas peças informativas, o indiciado é uma pessoa acostumada a prática delituosa, sendo já conhecido da Polícia como vendedor de entorpecente, gerando dependentes químicos, que muitas vezes são levados a adentrar para o mundo do crime para sustentar o vício, fortalecendo assim grupos criminosos.

Encerrada a instrução criminal, o magistrado a quo, condenou o apelante a uma pena de pena de 05 (cinco) anos de reclusão e 500 (quinhentos) dias-multa, fixada no valor de 1/30 do salário mínimo, vigente à época do fato, pela prática delituosa esculpida no art. 33 da Lei no. 11.343/2006 e absolveu da acusação tipificada no art. 29 da Lei d. 9.605/1998, em virtude da ausência de elementos fáticos.

• Irresignado, em sede das razões recursais de fls. 89/95, o apelante roga por sua absolvição, ante a ausência de provas robustas para um decreto condenatório, eis que, jentende de que os depoimentos dos Policiais Militares que efetuaram a diligência na residência do recorrente, possuem interesse na sua condenação, não constituindo prova válida ou, se não for esse o entendimento dessa Câmara Criminal, suplica pela desclassificação do delito de tráfico para o de uso próprio, provando-se pela pequena quantidade apreendida, afirmando ser o mesmo dependente de substância entorpecente.

Analisando detidamente os autos, tais pretensões, entretanto, não merecem ser acolhidas.

Em verdade, a materialidade delitiva restou devidamente comprovada através do Laudo de Apresentação e Apreensão, fls. 10, e do Laudo de exame químico toxicológico, fls.

99/100, atestando positivo para a substância química "COCAÍNA".

Por outro lado, a autoria do delito restou irrefutavelmente provada através do conjunto probatório trazido aos autos. Apesar do acusado quando preso em flagrante e em juízo negar sua autoria, afirmando que a substância entorpecente era para consumo alegando que é viciado, suas palavras não tem respaldo nos autos. O apelante em nenhum momento provou ser viciado ou que estava em tratamento.

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Os depoimentos coligidos durante a fase policial e judicial evidenciam a prática de delito de tráfico de drogas, senão vejamos:

A testemunha ALISSON ARAÚJO VIEIRA, na polícia, fls. 07, asseverou que:

"Que na data de hoje, 10.05.08, por volta das 10:30 horas estava de serviço, quando foi acionado via COPOM, que informou à guarnição que havia uma ocorrência de perturbação do sossego alheio, por conta de um som em volume alto no local dos fatos; QUE se dirigiu ao local, e chegando lá encontrou a casa aberta e, com os dois minutos apareceu a pessoa de nome Glebinho, que, solicitado pela PM, permitiu que fosse feita unia revista em sua residência; QUE durante a revista foram encontradas aproximadamente 05 gramas de "crack";

QUE com essa quantidade é possível fazer aproximadamente de 35 a 40 pedras de "crack"; QUE pode informar que a PM já recebeu várias "denúncias" de que Glebinho vendia drogas na. sua residência; QUE na busca foi também apreendidos 04 pássaros e três gaiolas, tudo encaminhado ao IBAMA; QUE o

Glebinho foi conduzido até esta delegacia de polícia para as medidas cabíveis."

No mesmo sentido, a testemunha FABIANO DE MELO OLIVEIRA em seu depoimento em juízo, fls. 74, afirmou:

"Que no dia do fato recebeu uma ligação anônima que estava ocorrendo som abusivo no bairro Frei Damião; que o fato se deu as dez horas da manhã que ao chegar juntamente com os demais policiais constatou que o fato era numa residência anteriormente suspeita de ser uma boca de fumo uma vez que houve uma apreensão de drogas; que a residência se encontrava aberta; esperaram o comparecimento de algum morador e chegou o acusado em tom áspero; que pediram autorização adentraram na residência momento em que chegou os pais

do acusado e foi encontrado material equivalente a 30 pedras de crak aproximadamente; que nesta oportunidade forma apreendidos alguns animais silvestres e foram entregues ao lbama e o acusado foi devidamente autuado; que apenas duas pessoas presenciaram a apreensão da drogas, os genitores dos acusados."

1111 Corroborando com os depoimentos acima, a testemunha FLÁVIO NUNES

FERREIRA, fls. 75, disse em juízo:

"Que no dia do fato recebeu uma ligação anônima que estava ocorrendo som abusivo no bairro Frei Damião; que o fato se deu as dez horas da manhã que ao chegar juntamente com os demais policiais constatou que o fato era numa residência anteriormente suspeita de ser uma boca de fumo uma vez que houve uma apreensão de drogas; que a residência se encontrava aberta esperaram o comparecimento de algum morador e chegou o acusado em tom áspero; que pediram autorização adentraram na residência momento em que chegou os pais

do acusado e foi encontrado material equivalente aproximadamente 30 pedras de crak; que nesta oportunidade forma apreendidos alguns animais silvestres e foram entregues ao lbama e á acusado foi devidamente autuado; que apenas

duas pessoas presenciaram a apreensão da drogas, os genitores dos acusados."

Bem, como revelam os autos, os depoimentos acima transcritos são uníssonos e seguros, no sentido de atribuir ao acusado à conduta típica descrita na denúncia.

A defesa não conseguiu rebater, as acusações, apenas afirmou que o acusado é um dependente, não trazendo aos autos nenhuma prova capaz de desautoriza decisão condenatória.

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Os testemunhos aliados aos demais elementos de provas constantes no caderno processual, conduzem a inevitável conclusão de que o apelante RANIGLEIDE ALVES MOURA, efetivamente, incidiu no tipo penal previsto no art. 33 da Lei d. 11.343/2006, que passo a transcrever:

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

A alegação defensiva de que o testemunho dos policiais não pode operar como válidos, pois tinham interesse na condenação, não merece acolhimento. Ora, sabe-se que o depoimento de policiais constitui prova de valor a embasar decreto condenatório, mormente quando corroborado pelos fatos colhidos por conjunto probatório robusto e extreme de dúvidas.

Tratando-se de depoimentos prestados por policiais, há de se admitir a veracidade dos mesmos, os quais tem igual peso diante de outros depoimentos prestados por testemunhas outras, segundo Súmula deste Tribunal.

válido o depoimento prestado por autoridade policial no âmbito do processo penal, dês que coerente e não infirmado por outros elementos de prova, máxime,

quando colhido sob compromisso legal" (Súmula 23 do TJ/PB)."

Aliás, sobre esse tema a jurisprudência é pacifica:

CRIME DE ENTORPECENTES. TRÁFICO DE TÓXICOS (Artigo 12, 'capue, da Lei n° 6.368/76). A prova contida nos autos autoriza o embasamento do decreto condenatório lavrado contra a ré, pela prática do delito de tráfico de tóxicos, inviabilizando seu pedido de absolvição, sendo de salientar que os depoimentos dos policiais merecem total credibilidade, notadamente quando coerentes e harmônicas com os demais elementos probatórios. A pena imposta foi criteriosamente calculada, após correta análise das moduladoras do artigo 59, do CP, não havendo motivos para reduzi-la. Mostra-se inviável a aplicação do art.

33, § 4°, da Lei 11.343/2006, com base na circunstância de a acusada ser primária e de bons antecedentes, porquanto praticado o fato sob a égide da Lei n°

6.368/76. Mostra-se inviável a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, tendo em vista a natureza do delito e a quantidade da pena imposta, superior ao patamar fixado pelo artigo 44 do CP. Descabe a redução da multa pecuniária, como postula Raquel, estando a determinação sentencia! bem dosada quanto ao tópico, eis que fixada muito próximo ao mínimo legal, respeitando a gravidade do delito cometido e a necessidade de sua efetiva repressão. PROGRESSÃO DE REGIME. POSSIBILIDADE. APELAÇÃO DEFENSIVA PARCL4LMENTE PROVIDA. (Apelação Crime N° 70018585919, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Antônio Cidade Pitrez, Julgado em 03/05/2007). (grifei)

Assim, forçoso concluir que não merece prosperar o pleito da defesa no tocante a afirmação de que a reforma da sentença se impõe, a pretexto de que essa se baseou em provas frágeis, suplicando por isto por sua absolvição. 4fi

Des. Aut io , 5A, ,ie• lho da Franca

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Quanto ao argumento, da defesá, em querer desclassificar o crime, alegando que a droga apreendida com o apelante no momento de sua prisão em flagrante era de pequena proporção, porquanto, não caracterizaria tráfico, não encontra relevância nos autos.

A quantidade de substância apreendida faz concluir que o delito perpetrado era mesmo o de tráfico. Ressalta-se que o Laudo de Apresentação e Apreensão, fls. 10, afirma que a substância apreendida equivale a cerca de 40 pedras da droga, quantidade exorbitante para quem alega consumo para uso próprio. Ademais, vale salientar que pelos depoimentos constantes nos autos, constata-se que sua residência era conhecida como um ponto de "boca de fumo".

Assim, diante das provas constantes nos autos, indicando a traficância, como observado no presente feito, não há como acolher o pleito absolutório, bem ainda o pedido de desclassificação para uso próprio.

Conclui-se então que, se a decisão fora baseada em provas contundentes e firmes, no sentido de confirmar a existência do crime e a autoria do réu Ranigleibe Alves Moura, vulgo

"Gleibinho" no evento criminoso, o decisum monocrático da lavra do MM. Juiz de Direito da la

Vara da Comarca de Sousa não pode ser tido como injusto.

Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso em harmonia com o parecer da douta procuradoria de Justiça. É como voto.

Presidiu o julgamento o Exmo. Des. Nlio Luís Ramalho Vieira. Participaram ainda do julgamento o Exmo. Des. Antonio Carlos Coêlho da Franca, Relator, o Exmo Des. Leôncio Teixeira Câmara e o Exmo. Des. Joás de Brito Pereira Filho.

Presente à Sessão o(a) Exm(a). Sr(a). Dr(a). Antônio de Pádua Torres, Procurador de Justiça.

Sala de Sessões da Colenda Câmara Criminal, do Egrégio Tribunal de Justiça, em João Pessoa, Capital, aos 30 dias do mês de 'unho d de 2009.

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Des. Antonio Carlos Coêlho da Franca Relator

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria Judiciária

Registrado em alc272/Q2

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Referências

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