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Conjuntos de continuidade seqüencial fraca para polinômios em espaços de Banach

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Academic year: 2017

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(1)

Conjuntos de continuidade

sequencial fraca

para polinˆ

omios

em espa¸cos de Banach

Pedro Levit Kaufmann

disserta¸c˜ao de mestrado

INSTITUTO DE MATEM ´ATICA E ESTAT´ISTICA DA UNIVERSIDADE DE S ˜AO PAULO

´

Area de concentra¸c˜ao: An´alise

Orientadora: Profa. Dra. Mary Lilian Louren¸co

(2)

Resumo

Esta disserta¸c˜ao tem por objetivo a apresenta¸c˜ao de um estudo em espa¸cos de Banach sobre os conjuntos nos quais determinados polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos s˜ao fraca-mente sequencialfraca-mente cont´ınuos. Algumas propriedades desses conjuntos s˜ao estudadas e ilustradas com exemplos, em maior parte no espa¸co lp. Obtemos um f´ormula para o conjunto de continuidade sequencial fraca do produto de dois polinˆomios e algumas con-sequˆencias. Resultados mais fortes s˜ao obtidos quando restringimos nossos espa¸cos de Banach a espa¸cos com FDD incondicional e/ou separ´aveis. Os resultados estudados aqui foram obtidos por R. Aron e V. Dimant em [2].

Abstract

(3)

Introdu¸c˜

ao:

O espa¸co dos polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos definidos em espa¸cos de Banach tem sido objeto cont´ınuo de pesquisa nos ´ultimos anos. Um dos pontos a se destacar ´e o grande interesse em estabelecer rela¸c˜oes entre um espa¸co de Banach E e o espa¸co dos polinˆomios definidos sobre E. Podemos observar tal fato em diversos trabalhos cient´ıficos que es-tudam como os polinˆomios portam-se em conex˜ao com certas propriedades geom´etricas dos espa¸cos de Banach onde est˜ao definidos e de propriedades definidas em termos de polinˆomios. Citamos aqui alguns trabalhos, [4], [5] e [11], que abordam o referido tema.

O interesse sobre conjunto de continuidade sequencial fraca de um polinˆomioP, deno-tado porCP, tem como origem o fato de que nem todo polinˆomio ´e fracamente sequencial-mente cont´ınuo em todo dom´ınio ou em ponto algum, como se verifica logo ao in´ıcio do cap´ıtulo 3. Algumas propriedades interessantes s˜ao obtidas quandoP ´e homogˆeneo. Uma f´ormula para CP.Q nos permite analisar a irredutibilidade de determinados polinˆomios, estabelecendo assim uma interessante conex˜ao entre propriedades topol´ogicas e alg´ebricas de polinˆomios. Os resultados sobre o assunto aqui expostos se encontram em [2]

A seguir descrevemos os assuntos abordados em cada cap´ıtulo.

No cap´ıtulo 1, s˜ao apresentados primeiramente alguns resultados b´asicos de an´alise funcional usados no decorrer deste trabalho.

A seguir h´a uma introdu¸c˜ao aos espa¸cos de Banach com FDD incondicional, com algumas propriedades, inclusive a de que espa¸cos deste tipo s˜ao separ´aveis.

Tamb´em no cap´ıtulo 1 desenvolvemos a teoria b´asica de topologia fraca, estabelecendo-se o conceito de convergˆencia fraca, que ´e central neste trabalho. ´E apresentada uma caracteriza¸c˜ao de convergˆencia fraca em espa¸cos do tipo lp, ´util para o desenvolvimento de certos exemplos.

(4)

Na primeira se¸c˜ao do cap´ıtulo 3 definimos o conjuntoCP e estudamos suas propriedades b´asicas. Os resultados nesta se¸c˜ao foram obtidos por R. Aron e V. Dimant em [2]. Apresen-tamos uma f´ormula paraCP.Q, e algumas aplica¸c˜oes desta f´ormula para irredutibilidade de polinˆomios. Estudamos certas quest˜oes envolvendoCP que s˜ao colocadas e parcialmente respondidas em [2], no caso em que E ´e um espa¸co de Banach qualquer.

(5)

Sum´

ario

1 Resultados preliminares 6

1.1 Decomposi¸c˜ao de Schauder incondicional . . . 10

1.2 Topologia fraca . . . 19

2 Polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos 25 2.1 Aplica¸c˜oes multilineares . . . 25

2.2 Aplica¸c˜oes Multilineares Sim´etricas . . . 33

2.3 Polinˆomios . . . 35

2.4 Polinˆomios fracamente sequencialmente cont´ınuos . . . 44

2.5 Complexifica¸c˜ao de polinˆomios . . . 46

3 O conjunto CP 51 3.1 Propriedades gerais de CP . . . 53

(6)

Nota¸c˜

oes

N0 N∪ {0}

K corpo de escalares, reais ou complexos

X, Y K-espa¸cos vetoriais ou espa¸cos normados

E, F espa¸cos de Banach

[M] espa¸co gerado pelo conjunto M

L(E;F) transforma¸c˜oes lineares cont´ınuas de E em F X∗ funcionais lineares de X

E′ espa¸co dual de E

ek sequˆencia de escalares que vale 1 na k-´esima coordenada e zero nas demais

xn w

→x xn converge fracamente a x

La(mX;Y) transforma¸c˜oes m-lineares de X em Y

L(mE;F) transforma¸c˜oes m-lineares cont´ınuas de E em F

L(mE) L(mE;K)

Las(mX;Y) transforma¸c˜oes m-lineares sim´etricas de X em Y

Ls(mE;F) transforma¸c˜oes m-lineares sim´etricas cont´ınuas de E em F

Ls(mE) Ls(mE;K)

Pa(mX;Y) polinˆomios m-homogˆeneos de X em Y

P(mE;F) polinˆomios m-homogˆeneos cont´ınuos de E em F

P(mE) P(mE;K)

Pa(X;Y) polinˆomios de X em Y

P(E;F) polinˆomios cont´ınuos de E em F

P(E) P(E;K)

Pwsc(mE) polinˆomios m-homogˆeneos fracamente sequencialmente cont´ınuos

Pwsc0(mE) polinˆomios m-homogˆeneos fracamente sequencialmente cont´ınuos na origem

DJ(mE) polinˆomios m-homogˆeneos cont´ınuos diagonais com rela¸c˜ao a J

(7)

Cap´ıtulo 1

Resultados preliminares

Apresentamos inicialmente alguns resultados b´asicos que ser˜ao necess´arios no decor-rer deste trabalho. Muitas afirma¸c˜oes ao longo deste cap´ıtulo ser˜ao feitas sem demons-tra¸c˜ao; s˜ao consideradas pr´e-requisitos para o estudo deste trabalho. Essas afirma¸c˜oes podem ser encontradas com demonstra¸c˜ao em boa parte dos livros de an´alise matem´atica, por exemplo em [13] e [15]. Ser˜ao utilizados tamb´em nota¸c˜oes e resultados b´asicos de topologia. Lembremos que, quandoX´e espa¸co normado eF ´e espa¸co de Banach,L(X;F) munido da normakTk= sup. {kT(x)k:kxk ≤1}´e um espa¸co de Banach.

Ao longo do estudo, os seguintes trˆes resultados fundamentais (1.1, 1.5 e 1.6) ser˜ao frequentemente referidos:

Teorema 1.1(Teorema de Hahn-Banach). SejamX um espa¸co normado,S um subespa¸co

qualquer de X e γ S′. Ent˜ao existe γ Xtal que para cada x S temos que

γ(x) = γ(x) e kγk=kγk.

Corol´ario 1.2. SejamX um espa¸co normado,S um subespa¸co fechadodeX e xX\S. Ent˜ao existe γ X′ satisfazendo γ(S) = {0}, γ(x) = d(x, S) = inf{kxyk : y S}

e kγk= 1.

Demonstra¸c˜ao:

Vamos definir um funcional f em S + [x] por f(y+λx) =. λd(x, S), para cada y S, λ∈K. Ent˜ao f(x) =d(x, S) e para cada y∈S, f(y) = 0.

Para cada yS e cada λK n˜ao nulo temos que

(8)

de forma que f ´e cont´ınuo e kfk ≤1. Para cada y S,

kfkkxyk ≥ |f(xy)|=d(x, S)

e desta forma

kfkd(x, S) =kfkinf{kxyk:yS} ≥d(x, S).

Sendo d(x, S) > 0, temos que kfk = 1. Portanto pelo Teorema de Hahn-Banach (1.1) existeγ X′ satisfazendo γ(S) ={0}, γ(x) =d(x, S) = inf{kxyk :yS} e kγk= 1, como quer´ıamos.

Corol´ario 1.3. Sejam X um espa¸co normado e x X n˜ao nulo. Ent˜ao existe γ X′

tal que γ(x) =kxk e kγk= 1.

Demonstra¸c˜ao:

Considerando S = {0}, podemos usar o corol´ario 1.2 para afirmar que existe γ X′

satisfazendo γ(x) =kxk ekγk= 1.

Corol´ario 1.4. Seja X um espa¸co normado, e sejam x, y X distintos. Ent˜ao existe

γ X′ tal que γ(x)6=γ(y).

Demonstra¸c˜ao:

xy 6= 0. Ent˜ao considerando de novo S = {0}, pelo corol´ario 1.2 existe γ X′

satisfazendo γ(x)γ(y) = γ(xy) =kxyk>0. Assim, γ(x)6=γ(y).

Teorema 1.5 (Teorema da aplica¸c˜ao aberta). Sejam E e F espa¸cos de Banach e T

L(E;F) sobrejetora. Ent˜ao para cada subconjunto aberto U de E temos que T(U) ´e um aberto deF.

Teorema 1.6 (Princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme). Sejam E um espa¸co de Banach, Y um espa¸co normado e F uma fam´ılia n˜ao vazia de elementos de L(E;Y). Se sup{kT(x)k :

T ∈ F} ´e finito para cada xE, ent˜ao sup{kTk:T ∈ F}´e finito.

(9)

Teorema 1.7 (Teorema de Banach-Steinhaus). Sejam E um espa¸co de Banach, Y um espa¸co normado e (Tn)n uma sequˆencia em L(E;Y).

Ent˜ao, se para cada x E existir lim

n→∞Tn(x), teremos que T(x)

.

= lim

n→∞Tn(x) ´e uma

transforma¸c˜ao linear cont´ınua de E em Y.

Demonstra¸c˜ao:

T ´e linear, pois para cadax, y E e cada λK temos que

T(x+λy) = lim

n→∞Tn(x+λy) = limn→∞(Tn(x)+λTn(y)) = limn→∞Tn(x)+λnlim→∞Tn(y) = T(x)+λT(y).

Como sup{kTn(x)k : n N} ´e finito para cada x E, ent˜ao pelo princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme existe M > 0 tal que sup{kTnk : n ∈ N} < M. Ent˜ao para cada x ∈ E com

kxk ≤1 temos que kTn(x)k< M, e assim kT(x)k ≤M. Portanto T ´e cont´ınua. ♠

Vers˜oes mais gerais desses Teoremas podem ser encontradas nas referˆencias citadas ao in´ıcio do cap´ıtulo.

Vamos precisar tamb´em dos dois pr´oximos resultados sobre funcionais lineares. Recorde-mos que umhiperplano em X por defini¸c˜ao ´e um subespa¸co pr´oprio de X maximal, isto ´e, um subespa¸co pr´oprio H deX ´e um hiperplano se para cada subespa¸co H′ distinto de

H satisfazendo HH′ X tivermos que H′ =X.

Proposi¸c˜ao 1.8. SejamX umK-espa¸co vetorial e H um hiperplano em X. Ent˜ao existe

γ X∗ tal que γ−1(0) =H.

Reciprocamente, se γ ´e um funcional linear n˜ao nulo de X, ent˜ao H =. γ−1(0) ´e um hiperplano.

Demonstra¸c˜ao:

Sejam H hiperplano deX ev X\H. Temos que X =H[v], isto ´e, cadaxX se escreve de maneira ´unica na formax=hx+λxv, ondehx∈H e λx ∈K.

Definimosγ :X Kporγ(x)=. λx. ´E facil ver que γ ´e linear, e vale queγ−1(0) =H

poisγ(x) = 0λx = 0 ⇔x=hx+ 0v ⇔x∈H.

Seja agora γ um funcional linear n˜ao nulo de X, e seja v X tal que γ(v) = 1. Cada y X se escreve como y = (yγ(y)v

| {z }

∈γ−1(0)

) +γ(y)v. Agora γ−1(0) ´e um subespa¸co

(10)

queX =γ−1(0) + [v]. Logo, γ−1(0) ´e hiperplano.

Proposi¸c˜ao 1.9. SejamXumK-espa¸co vetorial eγ, γ1, . . . , γn ∈X∗. Ent˜ao∩nj=1γj−1(0) ⊂

γ−1(0) se e somente se existem α1, . . . , αn ∈K tais que γ = n X

j=1

αjγj.

Demonstra¸c˜ao:

Uma das implica¸c˜oes ´e imediata. Para mostrar a outra, definamosT ∈ La(X;Kn) por

T(x)= (. γ1(x), . . . , γn(x)), ∀x∈X.

Observe que para cadaxT−1(0) temos que x∈ ∩nj=1γj−1(0), e desta forma por hip´otese

xγ−1(0).

Desta forma, podemos definir ψ : T(X) ⊂ Kn K como sendo, para cada T(x)

T(X),

ψ(T(x))=. γ(x).

ψ est´a bem definida, pois para cada x, y X, temos que

T(x) =T(y)⇔T(xy) = 0 ⇔xy T−1(0) ⇔xy γ−1(0)⇔γ(x) =γ(y).

Sejam T(x) e T(y)∈T(X) e λ K. Ent˜ao

ψ(T(x) +λT(y)) =ψ(T(x+λy)) =γ(x+λy) =γ(x) +λγ(y) =ψ(T(x)) +λψ(T(y)),

logo ψ ´e linear, e ´e cont´ınua por estar definida em um espa¸co de dimens˜ao finita.

Aplicando o Teorema de Hahn-Banach (1.1), sabemos que existe uma aplica¸c˜ao linear cont´ınua ψe:Kn

→K tal que, para todoxX, ψe(T(x)) =ψ(T(x)). Seja{e1, . . . , en}a base canˆonica de Kn. Ent˜ao para cada x∈X

γ(x) =ψ(T(x)) = ψe(T(x)) =ψe(γ1(x), . . . , γn(x)) =ψe

n X

j=1

γj(x)ej !

= n X

j=1

e

ψ(ej)γj(x)

e portantoγ = n X

j=1

e

(11)

1.1

Decomposi¸c˜

ao de Schauder incondicional

A defini¸c˜ao de decomposi¸c˜ao de Schauder incondicional em um espa¸co de Ba-nach ´e semelhante `a defini¸c˜ao de base de Schauder incondicional, como veremos a seguir. Primeiro, vamos definir base de Schauder. Para tal, precisamos estabelecer o conceito de convergˆencia incondicional de s´eries:

Defini¸c˜ao 1.10. Dizemos que uma s´erie

X

n=1

xn em E ´e incondicionalmente

conver-gente a x se para cada σ permuta¸c˜ao dos naturais tivermos que

X

n=1

xσ(n)=x.

Exemplo 1.11. A s´erie emRdada por

X

n=1

(1)n

n ´e convergente mas n˜ao ´e

incondicional-mente convergente.

Defini¸c˜ao 1.12. Uma sequˆencia (xn)n em um espa¸co de Banach E ´e dita uma base de Schauder para E se para cada xE existe uma ´unica sequˆencia de escalares (λn)n tal que

x=

X

n=1

λnxn.

Se al´em disso a s´erie converge incondicionalmente para cada xE, dizemos que (xn)n ´e uma base de Schauder incondicional para E.

Observa¸c˜ao: Decorre diretamente da defini¸c˜ao acima que, se (xn)n ´e uma base de Schauder para um espa¸co de BanachE, ent˜ao [{xn}n∈N] =E.

Exemplo 1.13. A base cl´assica de Schauder para C[0,1] ´e uma base de Schauder que n˜ao ´e incondicional.

A base cl´asica de Schauder ´e dada pela sequˆencia (sn)∞

n=0 de elementos deC[0,1], dada

pors0(t)= 1,. s1(t)=. t e para n≥2

sn(t) =       

2m t(2n−2 2m −1)

se 2n−2

2m −1≤t < 2

n−1 2m −1

1−2m t(2n−1 2m −1)

se 2n2m−1 −1≤t <

2n

2m −1

0 caso contr´ario

(12)

s0(t)

✲ ✻

1 1

s1(t)

✲ ✻ 1 1 ✟✟✟✟ ✟✟

s2(t)

✲ ✻ 1 1 ❅ ❅ ❅

s3(t)

✲ ✻ 1 1 ✁✁ ✁❆ ❆ ❆

s4(t)

✲ ✻ 1 1 ✁✁ ✁❆ ❆ ❆ s5(t)

✲ ✻ 1 1 ✄✄ ✄❈ ❈ ❈

s6(t)

✲ ✻ 1 1 ✄✄ ✄❈ ❈ ❈

s7(t)

✲ ✻ 1 1 ✄✄ ✄❈ ❈ ❈

s8(t)

✲ ✻ 1 1 ✄✄ ✄❈ ❈ ❈

Esse exemplo ´e de [21], artigo no qual foi introduzida a no¸c˜ao de base de Schauder. Exemplo 1.14. Se E =co ou lp com 1≤ p <∞, a sequˆencia (en)n ´e base de Schauder

paraE. Mas (en)n n˜ao ´e base de Schauder para l

.

Verifiquemos que (en)n ´e base de Schauder incondicional para lp. Para cada x = (x1, x2, . . .)∈lp temos que

X

n=1

|xn|p converge, de forma que

x− N X i=1

xiei p

=k(0, . . . ,0, xN+1, xN+2, . . .)kp =

X

i=N+1

|xi|p !1

p

N

→0

e portanto a s´erie

X

n=1

xnen converge a x. Assim, (en)n ´e base de Schauder para lp. Para mostrar que essa base de Schauder ´e incondicional, consideremosσ uma permuta¸c˜ao dos naturais. Vamos definirf :NN por

f(n)= sup. {σ(j) :j N, j n}.

Observe que f(n)→ ∞n . Considerando a sequˆencia de escalares (xσ(n))n temos que

x− N X i=1

xσ(i)eσ(i)

p =       X

i6=σ(j)

j= 1, . . . , N

|xi|p       1 p ≤   ∞ X

i=f(N)+1

|xi|p  

1

p

N

→0.

Desta forma, a s´erie

X

i=1

xiei converge incondicionalmente parax, e podemos concluir que (en)n ´e base de Schauder incondicional paral

(13)

Verifiquemos agora que (en)n ´e base de Schauder incondicional para co. Seja x = (x1, x2, . . .) ∈co. Dado ǫ > 0, existe no ∈ N tal que |xn|< ǫ, para cada n ≥ no natural. Ent˜ao

x−

n X

i=1

xiei

=k(0, . . . ,0, xn+1, xn+2, . . .)k∞ ≤ǫ, para cada n ≥no natural,

de forma que a s´erie

X

n=1

xnen converge a x. Vamos verificar que a convergˆencia ´e incondi-cional: seja σ uma permuta¸c˜ao dos naturais. Vamos definir g :NN por

g(n)= inf. {j N:{1, . . . , n} ⊂ {σ(1), . . . , σ(j)}}.

Considerando novamente a sequˆencia de escalares (xσ(n))n, temos agora para cada n ≥

g(no) que

x−

n X

i=1

xσ(i)eσ(i)

= sup{kxjk:j =6 σ(i), i= 1, . . . , n}

≤ sup{kxjk:j > no} ≤ǫ e assim a s´erie converge incondicionalmente.

Para verificar que (en)n n˜ao ´e base de Schauder paral

∞, considerox= (1. ,1, . . .)∈l∞.

Para cada (λn)n sequˆencia de escalares temos, para cada N natural, que

x−

N X

i=1

λiei

=k(1λ1, . . . ,1−λN,1,1, . . .)k∞≥1

de forma que

X

n=1

λnen n˜ao converge x. Como (λn)n ´e arbitr´aria, concluimos nossa veri-fica¸c˜ao.

Para definirmos decomposi¸c˜ao de Schauder incondicional, se far´a necess´aria a no¸c˜ao de proje¸c˜ao, dada pela defini¸c˜ao a seguir.

Defini¸c˜ao 1.15. Sejam um K-espa¸co vetorial X e S um subespa¸co de X. Dizemos que

Π :XS ´e uma proje¸c˜ao se Π for linear e Π(Π(x)) = Π(x), para cada xX.

(14)

incondicional paraE se para cada x E existir uma sequˆencia (yn)n em E satisfazendo

yn ∈En, ∀n∈N, tal que x=

X

n=1

yn e a s´erie converge incondicionalmente.” ´

E natural generalizar essa defini¸c˜ao da seguinte maneira:

Defini¸c˜ao 1.16. Dizemos que um espa¸co de BanachE temdecomposi¸c˜ao de Schauder incondicional(ouFDD incondicional), se existirem{En}n∈N subespa¸cos deE de

di-mens˜ao finita tais que cada xE se escreve de maneira ´unica como

x=

X

i=1

xi,

onde xi ∈ Ei,∀i ∈ N, a s´erie ´e incondicionalmente convergente e as n-´esimas proje¸c˜oes

associadas `a decomposi¸c˜ao definidas por Πn(x)=. Pni=1xi s˜ao cont´ınuas.

Exemplo 1.17. Seja E com base de Schauder incondicional. Ent˜ao E tem FDD incondi-cional.

Neste caso uma poss´ıvel decomposi¸c˜ao ´e a formada pelos subespa¸cos gerados por cada elemento da base.

Em particular, os espa¸coslp com 1≤p < ∞ tem FDD incondicional.

Nem sempre um espa¸co com FDD incondicional tem base de Schauder, como se vˆe pelo seguinte exemplo:

Exemplo 1.18. SejaE o espa¸co de Banach formado pelos operadores compactos dol2 que

tˆem representa¸c˜ao triangular com respeito `a base canˆonica, isto ´e, que podem ser escritos matricialmente como

[T] =       

a11 a12 a13 · · ·

a22 a23

a33

0 . ..

      

Considero para cada n N o subespa¸co Bn de E formado pelos operadores que se

escrevem como

[T] =          

0 · · · 0 a1n 0 · · ·

... ... ... ...

0 · · · 0 ann 0 · · ·

... ... 0 ...

...

(15)

N˜ao ´e dif´ıcil ver que {Bn}n∈N´e uma decomposi¸c˜ao incondicional para E, e como cada

Bntem dimens˜ao finita{Bn}n∈N´e uma FDD incondicional paraE. No entanto, mostra-se

em [10] que este espa¸co n˜ao admite base de Schauder. Observe que dimBn

n

→ ∞.

Em um espa¸co de Banach (E,k · k) com FDD incondicional{En}npodemos introduzir uma outra norma||| · |||, em fun¸c˜ao dek · k e de {En}n, da seguinte maneira:

||| · |||:xE 7→ sup m∈N

( m X n=1 xn ) ∈R

ondex=

X

n=1

xn, xi ∈Ei, ∀i∈N. ´

E evidente que para cada x E, |||x||| ≥ 0 e que |||x||| = 0 se e somente se x = 0. Para cadaλK,

|||λx||| = supm∈N

( λ m X n=1 xm )

= supm∈N

(

|

m X n=1 xm )

= |λ|supm∈N

( m X n=1 xm )

=|λ| |||x|||.

Sex=

X

n=1

xn ey =

X

n=1

yn∈E,

|||x+y||| = supm∈N

( m X n=1

xm+ym )

≤ supm∈N

( m X n=1 xm + m X n=1 xm )

≤ supm∈N

( m X n=1 xm )

+ supm∈N

( m X n=1 xm )

=|||x|||+|||y||| .

Provamos portanto que ||| · |||´e de fato uma norma sobre E.

Proposi¸c˜ao 1.19. Seja (E,k · k) um espa¸co de Banach com FDD incondicional {En}n.

Ent˜ao(E,||| · |||)´e um espa¸co de Banach e existe uma constante K >0 tal que para cada

xE,

(16)

Para demonstrar a proposi¸c˜ao acima utilizaremos a seguinte consequˆencia do Teorema da aplica¸c˜ao aberta (1.5):

Lema 1.20. SejamE um K-espa¸co vetorial e k · k1, k · k2 normas sobre E. Se (E,k · k1)

e (E,k · k2) forem espa¸cos de Banach e a aplica¸c˜ao identidade

id: (E,k · k1)→(E,k · k2)

for cont´ınua, ent˜ao as normas k · k1 e k · k2 s˜ao equivalentes, isto ´e, existem K1, K2 >0

tais que

K1kxk1 ≤ kxk2 ≤K2kxk1, ∀x∈E.

Demonstra¸c˜ao (do lema):

Como por hip´otese id : (E,k · k1) → (E,k · k2) ´e cont´ınua, defino K2 =. kidk > 0 e

temos que

kxk2 ≤K2kxk1, ∀x∈E.

Pelo Teorema da aplica¸c˜ao aberta (1.5) temos queid−1 : (E,k·k

2)→(E,k·k1) tamb´em

´e cont´ınua.

Assim, para cadax∈E posso escrever kxk1 ≤ kid−1kkxk2, e definindoK1 =. kid−1k−1

temos que

kxk2 ≥K1kxk1, ∀x∈E,

como quer´ıamos.

Demonstra¸c˜ao (da proposi¸c˜ao):

Observa¸c˜ao: No decorrer desta demonstra¸c˜ao, as s´eries convergentes a que nos referirnos s˜ao convergentesna norma original de E, k · k.

Sejax∈E. Temos que kxk ≤ |||x|||, pois

|||x|||= sup m∈N

(

m X

n=1

xn

)

X

n=1

xm

=kxk.

Para provar que (E,||| · |||) ´e um espa¸co de Banach, basta provar que cada sequˆencia de Cauchy em (E,||| · |||) converge.

Seja ent˜ao (xj)j =

X

n=1

xjn !

j

uma sequˆencia de Cauchy com rela¸c˜ao a ||| · |||, e vamos

mostrar que para cada n N, a sequˆencia (xj

(17)

cada,j1, j2, k ∈N, k ≥2,

kxj1

k −x j2

kk = k X n=1

(xj1

n −x j2

n)− k−1

X

n=1

(xj1

n −x j2 n) ≤ 2 ∞ X n=1

(xj1

n −x j2 n) = 2 ∞ X n=1

xj1

n −

X

n=1

xj2

n .

Assim, como (xj)j ´e de Cauchy com rela¸c˜ao a ||| · |||, temos que (xj

k)j ´e de Cauchy com rela¸c˜ao ak · k. para cada natural k ≥2, e (xj1) tamb´em ´e de Cauchy com rela¸c˜ao a k · k

pois

kxj1

1 −x

j2

1 k ≤

∞ X n=1

(xj1

n −x j2 n) = ∞ X n=1

xj1

n −

X

n=1

xj2

n .

Sendo (E,k · k) completo, temos para cada k N que (xjk)j converge para xk em E. Vamos mostrar que

X

n=1

xn converge e que a sequˆencia (xj)j converge a

X

n=1

xn na norma

||| · |||.

Seja ǫ > 0. Como (xj)j ´e de Cauchy com rela¸c˜ao a ||| · |||, existe jǫ ∈ N tal que, se

j1, j2 ∈N, j1, j2 ≥jǫ, ent˜ao para cada m ∈Nvale

m X n=1

xj2

n − m X

n=1

xj1

n ≤ m X n=1

xj2

n − m X

n=1

xj1

n < ǫ 3. Ent˜ao, fazendo j2 → ∞ e j1 =jǫ, temos para cadam ∈N que

m X n=1

xn− m X

n=1

xjǫ

n < ǫ 3 (1.1)

e assim, param1, m2 ∈N,m2 ≥m1, temos

m2 X

n=m1 xn−

m2

X

n=m1 xjǫ

n ≤ m2 X n=1

xn− m2

X

n=1

xjǫ

n +

mX1−1

n=1

xn− mX1−1

n=1

xjǫ

n ≤ 2ǫ 3.

Seja agora mǫ∈N tal que para cada m1, m2 ∈Ncom m2 ≥m1 ≥mǫ vale a desigual-dade m2 X

n=m1 xjǫ

n < ǫ

3. Ent˜ao

m2 X

n=m1 xn ≤ m2 X

n=m1 xn−

m2

X

n=m1 xjǫ

n + m2 X

n=m1 xjǫ

(18)

sempre que m1 e m2 s˜ao naturais com m2 ≥m1 ≥mǫ, e portanto

X

n=1

xn converge.

Observe que a inequa¸c˜ao 1.1 tamb´em ´e verdadeira para cada m N se substituirmos

jǫ por um naturalj ≥jǫ. Isto ´e, m X n=1

(xn−xjn) < ǫ

3, ∀m, j ∈N, j ≥jǫ. Logo, tomando-se o supremo deste valor emm temos que

∞ X n=1

(xn−xjn) = ∞ X n=1

xn−

X

n=1

xjn

≤ ǫ

3, ∀j ∈N, j ≥jǫ.

Ent˜ao

X

n=1

xn ´e o limite da sequˆencia (xj)j com rela¸c˜ao a ||| · |||, e podemos concluir que (E,||| · |||) ´e um espa¸co de Banach.

Para mostrar que existe K >0 tal que para cada x E temos |||x||| ≤ Kkxk, basta verificar que as normask·ke|||·|||s˜ao equivalentes. Comokxk ≤ |||x|||, para cadaxE, a aplica¸c˜ao identidadeid: (E,||| · |||)→(E,k · k) ´e cont´ınua. Logo, como mostramos que (E,||| · |||) ´e espa¸co de Banach , pelo lema 1.20 podemos concluir que as normas k · k e

||| · |||s˜ao equivalentes.

A seguir estudamos uma importante propriedade topol´ogica dos espa¸cos de Banach com FDD incondicional.

Proposi¸c˜ao 1.21. SejaE um espa¸co de Banach com FDD incondicional{En}n∈N. Ent˜ao

E ´e separ´avel.

Lema 1.22. Seja X um espa¸co normado qualquer. Se existe um conjunto enumer´avel

AX satisfazendo [A] =X, ent˜ao X ´e separ´avel.

Demonstra¸c˜ao (do lema):

X ´e um K-espa¸co normado, com K = R ou C. Se K = R, definimos Q =. Q, e se K=C , definimos Q=. {a+bi : a, b Q}. Em ambos os casos, Q´e denso e enumer´avel em K.

Vamos escrever A={an}n∈N, e vamos definir

Dj . = ( j X n=1

qnan: q1, . . . , qj ∈Q )

(19)

CadaDj ´e enumer´avel e portanto D´e enumer´avel. Vamos verificar queD´e denso emX, concluindo assim a demonstra¸c˜ao.

Sejam xX eǫ >0. Como [A] =X, existem mN er1, . . . , rm ∈K tais que x− m X n=1

rnan ≤ ǫ 2.

Sendo Q denso em K, existem q1, . . . , qm ∈ Q tais que, para cada n ∈ {1, . . . , m} temos

|rn−qn| ≤

ǫ

2mkank

se an6= 0 e |rn−qn| ≤

ǫ

2m se an= 0. Ent˜ao

x− m X n=1

qnan ≤ x− m X n=1

rnan + m X n=1

(rn−qn)an

2ǫ + m X

n=1

|rn−qn|kank ≤

ǫ

2+

ǫ

2 =ǫ,

como quer´ıamos. ♠

Demonstra¸c˜ao (da proposi¸c˜ao):

Para cadaiN, seja{ei1, . . . , eini}uma base paraEi. O conjuntoB

.

=∪∞

i=1{ei1, . . . , eini}

´e enumer´avel, por ser reuni˜ao enumer´avel de conjuntos finitos; provemos que [B] = E, e poderemos concluir pelo lema 1.22 que E ´e separ´avel. Sejam ent˜ao x E e ǫ > 0 quaisquer e mostremos que existe um elementoy[B] tal que kxyk< ǫ.

xse escreve na formax=

X

i=1

xi, onde para cadaiN,xi =αi1ei1+· · ·+αinieini ∈Ei

e existe N N tal que x− N X i=1 xi < ǫ.

Masy =. N X

i=1

xi = N X

i=1

αi1ei1+· · ·+αinieini ∈[B], de onde segue o resultado. ♠

Observa¸c˜ao: Em [7] h´a um exemplo de espa¸co de Banach que ´e separ´avel mas n˜ao possui FDD incondicional. Esse exemplo ´e conhecido como exemplo de Enflo.

Como consequˆencia do lema, temos o seguinte:

(20)

1.2

Topologia fraca

Vamos definir em um espa¸co normado a topologia fraca. Para isto necessitaremos dos conceitos que a seguir.

Defini¸c˜ao 1.24. Seja X um espa¸co normado. Sejam a X, f1, . . . , fn ∈ X′ e ǫ > 0.

Definimos

U(a;f1, . . . , fn;ǫ)=. {x∈X : sup

i=1...,n|

fi(xa)|< ǫ}.

Diremos que U(a;f1, . . . , fn;ǫ) ´e uma vizinhan¸ca fraca de a.

Diremos que V X ´e um conjunto fracamente aberto de X se para cada a V

existirem f1, . . . , fn ∈X′ e ǫ >0 tais que U(a;f1, . . . , fn;ǫ)⊂V.

Observe que trivialmente ´e fracamente aberto.

Proposi¸c˜ao 1.25. O conjunto

σ(X, X′)=. {V X :V ´e fracamente aberto},

´e uma topologia sobre X.

σ(X, X′) ´e chamada de topologia fraca sobre X.

Demonstra¸c˜ao:

1) Trivialmente se verifica que , X σ(X, X′).

2) Sejam I um conjunto de ´ındices n˜ao vazio e{Vi}i∈I tais que Vi ∈σ(X, X′), ∀i∈I. Vamos mostrar que∪i∈IVi ∈σ(X, X′).

Se Vi = ∅, ∀i ∈ I, ent˜ao ∪i∈IVi = ∅ ∈ σ(X, X′). Caso contr´ario, seja a ∈ ∪i∈IVi. Ent˜ao existe io ∈ I, a ∈ Vio. Como Vio ∈ σ(X, X

), existem f

1, . . . , fn ∈ X′ e ǫ >0 tais queU(a;f1, . . . , fn;ǫ)⊂Vio ⊂ ∪i∈IVi e portanto ∪i∈IVi ∈σ(X, X

).

3) SejamV1, V2 ∈σ(X, X′) e vamos mostrar que V1∩V2 ∈σ(X, X′).

SeV1 ∩V2 =∅, sabemos que V1∩V2 ∈σ(X, X′). Suponhamos ent˜ao queV1∩V2 6=∅,

e sejaaV1∩V2.

Como V1, V2 ∈σ(X, X′), existemf1, . . . , fn, g1, . . . , gm ∈X′ e ǫ1, ǫ2 >0 tais que

(21)

Vamos mostrar que U(a;f1, . . . , fn, g1, . . . , gm;ǫ)⊂ V1∩V2, onde ǫ = min. {ǫ1, ǫ2}. De

fato, se xU(a;f1, . . . , fn, g1, . . . , gm;ǫ), ent˜ao

sup{|f1(x−a)|, . . .|fn(x−a)|,|g1(x−a)|, . . . ,|gm(x−a)|}< ǫ≤ǫ1.

Em particular, |fi(xa)|< ǫ1, ∀i∈ {1, . . . , n} e assim temos que x∈V1.

De forma an´aloga provamos quexV2. Ent˜aoU(a;f1, . . . , fn, g1, . . . , gm;ǫ)⊂V1∩V2.

Proposi¸c˜ao 1.26. Seja X um espa¸co normado, e seja τ(X) a topologia induzida pela norma de X. Ent˜ao

σ(X, X′)τ(X).

Demonstra¸c˜ao:

Seja V σ(X, X′) n˜ao vazio, e vamos mostrar que V τ(X). Fixado a V, basta verificar que existe r >0 tal que Br(a)⊂V.

Como V σ(X, X′), existem f1, . . . , fn ∈X′ eǫ >0 tais que U(a;f1, . . . , fn;ǫ)⊂V.

Sejar = ǫ

maxi=1,...,n{kfik}+1, e vamos provar que Br(a)⊂U(a;f1, . . . , fn;ǫ).

Seja x Br(a). Ent˜ao kx ak < max ǫ

i=1,...,n{kfik}+1, e desta forma para cada i ∈ {1, . . . , n},

|fi(xa)| ≤ kfikkx−ak<kfik

ǫ

maxi=1,...,n{kfik}+ 1

< ǫ

e portanto supi=1,...,n{|fi(x−a)|}< ǫ, de forma quex∈U(a;f1, . . . , fn;ǫ), como quer´ıamos.

Precisamos estabelecer a no¸c˜ao de convergˆencia fraca de sequˆencias para podermos posteriormente definir o que ´e continuidade sequencial fraca:

Defini¸c˜ao 1.27. Seja X um espa¸co normado. Uma sequˆencia (xn)n ´e dita fracamente convergente (para x X) se ela ´e convergente (para x) com rela¸c˜ao `a topologia fraca sobre X.

Neste caso, escreveremos xn w

→x.

(22)

Teorema 1.28. Sejam X um espa¸co normado, x X e (xn)n uma sequˆencia em X. Ent˜aoxn

w

→x se e somente se f(xn)f(x),f X′.

Demonstra¸c˜ao: Suponhamos que xn

w

→x e seja f ∈ X′. Dado ǫ >0, existe no ∈N tal que para cada

nno natural, xn ∈U(x;f;ǫ), pelo fato deste conjunto ser fracamente aberto.

Assim, para n no natural, |f(x)−f(xn)| < ǫ. Como ǫ > 0 ´e arbitr´ario, temos que

f(xn)f(x), como quer´ıamos.

Suponhamos agora que f(xn) f(x) para cada f X′. Seja V um conjunto fraca-mente aberto contendox. Ent˜ao existem f1, . . . , fk ∈X′ e ǫ >0 tais que

xU(x;f1, . . . , fk;ǫ)⊂V.

Para cadai∈ {1, . . . , k}, pelo fato defi(xn)fi(x), temos que existe ni ∈N tal que

|fi(xn)fi(x)|< ǫpara cada n ni natural.

Se tomarmos no =. maxi=1,...,k{ni}, teremos para cada n ≥ no natural e cada i ∈

{1, . . . , k} que|fi(xn)−fi(x)|< ǫ e portantoxn ∈U(x;f1, . . . , fk;ǫ)⊂V. Ou seja, (xn)n

converge fracamente a x.

Corol´ario 1.29. Sejam X e Y espa¸cos normados, T ∈ L(X;Y) e (xn)n uma sequˆencia em X convergindo fracamente a x. Ent˜ao T(xn)w T(x).

Demonstra¸c˜ao:

Basta verificar que, dado f Y′, f(T(xn)) f((T(x)). Mas, j´a que T ´e cont´ınua,

fT X′, e ent˜ao podemos usar o Teorema acima para concluir a demonstra¸c˜ao.

Corol´ario 1.30. SejamX um espa¸co normado, xX e (xn)n uma sequˆencia em X. Se

xn →x, ent˜ao xn w

→x.

Demonstra¸c˜ao:

Se xn → x, temos que f(xn) → f(x), ∀f ∈ X′, e pelo Teorema anterior podemos concluir que xn

w

→x.

Exemplo 1.31. No espa¸co lp, 1< p <∞, a sequˆencia (ek)k formada pelos elementos da

(23)

A sequˆencia (ek)k n˜ao converge pois para cadal, k naturais distintos temos que kel

ekk= √p

2, e assim (ek)k n˜ao ´e de Cauchy.

Para mostrar queek w0, pelo Teorema anterior basta que, para cadaf l

p,f(ek)→

f(0) = 0. Fixo f l′

p. Ent˜ao existe (an)n ∈ lq, onde 1

p+

1

q = 1, tal que f(x) =

X

n=1

anxn, para

cada xlp. Logo, f(ek) =ak, e a

k →0 pelo fato de (an)n ∈lq e assim concluimos nossa verifica¸c˜ao.

A seguir temos duas importantes propriedades das sequˆencias fracamente convergentes: Teorema 1.32. Sejam X um espa¸co normado, x X e (xn)n uma sequˆencia em X

convergindo fracamente ax. Ent˜ao as seguintes afirma¸c˜oes s˜ao verdadeiras: 1) (xn)n ´e limitada;

2) O limite de (xn)n com rela¸c˜ao `a topologia fraca ´e ´unico.

Demontra¸c˜ao:

1) Definimos para cada nN Fn∈X′′ por Fn(f)=. f(xn), para cadaf ∈X′. Como xn

w

→x, para cada f X′ temos que f(xn)→f(x), e assim lim

n→∞Fn(f) = limn→∞f(xn) =f(x)

de forma que para cadaf ∈X′ o conjunto {Fn(f) :n∈N} ´e limitado. Como al´em disso

X′ ´e um espa¸co de Banach, podemos usar o princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme (1.6) para concluir que existeM >0 tal que kFnk ≤M, para cadan ∈N. Assim,

|Fn(f)| ≤ kFnkkfk ≤Mkfk, ∀f ∈X′, n∈N.

Vamos supor quekxnk>0, para cadan ∈N. Pelo corol´ario 1.3 (do Teorema de Hahn-banach) podemos afirmar que para cada n N existe fn ∈ X′ tal que fn(xn) = kxnk e

kfnk= 1. Ent˜ao para cadan ∈N,

kxnk=|fn(xn)|=|Fn(fn)| ≤Mkfnk=M,

ou seja, (xn)n ´e limitada. Observe que a desigualdade acima vale trivialmente quando

kxnk= 0.

2) Suponhamos que xn w

→y, para algum y X distinto de x. Como j´a sabemos que

xn w

(24)

K´e ´unico, concluimos que f(x) =f(y), para cada f X′. Agora, pelo corol´ario 1.4 (do

Teorema de Hahn-Banach) existe f0 ∈X′ tal que f0(x)6=f0(y), uma contradi¸c˜ao. ♠

Proposi¸c˜ao 1.33. Sejam X um espa¸co normado, x X e (xn)n uma sequˆencia em X. Ent˜aoxn

w

→x se e somente se as seguintes duas afirma¸c˜oes s˜ao verdadeiras: 1) A sequˆencia (kxnk)n ´e limitada em K;

2) Existe um conjunto M X′ tal que [M]´e denso em Xe f M, f(xn)f(x).

Demonstra¸c˜ao: Se xn

w

→ x, as afirma¸c˜oes (1) e (2) seguem diretamente dos Teoremas 1.32 e 1.28, respectivamente.

Suponhamos agora que (kxnk)n ´e limitada e que exista M ⊂ X′ satisfazendo as condi¸c˜oes de (2). Vamos mostrar que, dado f X′, f(xn)f(x).

Sejaǫ >0, e sejaK >0 tal quekxnk< K,∀n ∈Nekxk< K. Como [M] ´e denso em

X′, existeg M tal quekgfk< ǫ

3K. Como por hip´oteseg(xn)→g(x), existe no ∈N

tal que para cadan no natural temos que |g(xn)−g(x)|<

ǫ

3. Ent˜ao, para cada natural nno

|f(xn)−f(x)| ≤ |f(xn)−g(xn)|+|g(xn)−g(x)|+|g(x)−f(x)|

< ǫ

3Kkxnk+ ǫ

3 +

ǫ

3Kkxk

≤ ǫ

3+

ǫ

3+

ǫ

3 =ǫ e assim podemos concluir quef(xn)f(x).

O corol´ario 1.34 nos d´a mais explicitamente uma caracteriza¸c˜ao das sequˆencias fraca-mente convergentes nos espa¸coslp, com 1< p <∞.

Corol´ario 1.34. Considero o espa¸co lp, com 1 < p < ∞, e sejam x = (x1, x2, . . .) um

elemento e (xk)k uma sequˆencia em l

p, onde cada xk= (xk1, xk2, . . .).

Vale ent˜ao que xk w

→x se e somente se as seguintes duas afirma¸c˜oes s˜ao verdadeiras: 1) A sequˆencia (kxkk)k ´e limitada em K;

2) Para cada n N, xk n

k

→xn.

Observe que a sequˆencia (kek)keml

(25)

Demonstra¸c˜ao:

Basta tomar M ={ej}j ⊂lq =l′p, com 1

p +

1

q = 1, que satisfaz [{e

j}

j] =lq. Para este

M, a condi¸c˜ao (2) da proposi¸c˜ao acima ´e equivalente `a condi¸c˜ao (2) do corol´ario, pois para cadaj N,ej ´e um representante do funcional f

(26)

Cap´ıtulo 2

Polinˆ

omios homogˆ

eneos cont´ınuos

2.1

Aplica¸c˜

oes multilineares

A defini¸c˜ao de polinˆomio homogˆeneo em um espa¸co de Banach ´e baseada na defini¸c˜ao de aplica¸c˜oes multilineares. Esses dois t´opicos s˜ao apresentados neste cap´ıtulo de forma bastante suscinta, de forma que apresentam-se apenas os resultados que ser˜ao utilizados no pr´oximo cap´ıtulo. Um estudo com mais detalhes pode ser encontrado em [16] e [19] .

Defini¸c˜ao 2.1. Sejam m N e X1, . . . , Xm, Y K-espa¸cos vetoriais. Uma aplica¸c˜ao A :

X1 × · · · × Xm → Y ´e dita uma aplica¸c˜ao m-linear se para cada i ∈ {1, . . . , m} a

aplica¸c˜ao xi 7→A(x1, . . . , xi, . . . , xm) for linear deXi em Y.

Definimos tamb´em La(X1, . . . , Xm;Y) como sendo o K-espa¸co vetorial de todas as aplica¸c˜oes m-lineares de X1× · · · ×Xm em Y.

Quando X = X1 = · · · = Xm, escrevemos La(mX;Y) =. La(X1, . . . , Xm;Y). Por

conveniˆencia definimosLa(0X;Y)=. Y.

Quando Y =K, escrevemos La(mX)=. La(mX;K).

Para o estudo da continuidade das aplica¸c˜oes m-lineares, estaremos sempre considerando espa¸cos normados, e consideramos emX1× · · · ×Xm a norma k · k:X1× · · · ×Xm →R definida por k(x1, . . . , xm)k=. sup

i∈{1,...,m}k

xik.

(27)

Teorema 2.2. SejamX1, . . . , Xm, Y espa¸cos normados e A∈ La(X1, . . . , Xm;Y). Ent˜ao

s˜ao equivalentes as seguintes afirma¸c˜oes: 1) A ´e cont´ınua;

2) A ´e cont´ınua na origem;

3) ExisteM > 0tal quekA(x1,· · · , xm)k ≤Mkx1k. . .kxmk, para cada(x1, . . . , xm)∈

X1× · · · ×Xm.

Demonstra¸c˜ao: ´

E evidente que (1)⇒(2).

Para mostrar que (2)(3) temos por hip´otese A cont´ınua na origem. Logo, existe

δ >0 tal que sekxk< δent˜aokA(x)k ≤1. Sejax= (x1, . . . , xn) comxi 6= 0 para cadai∈

{1, . . . , m}. Temos que

δx1

2kx1k

, . . . , δxn

2kxnk

< δ, assim A

δx1

2kx1k

, . . . , δxn

2kxnk

≤1. Desta forma,kA(x1, . . . , xn)k ≤

2m

δmkx1k. . .kxmk. Se para algum i∈ {1, . . . , m}tivermos que xi = 0, a desigualdade acima tamb´em ´e verdadeira, e portanto a afirma¸c˜ao (3) ´e verdadeira.

Vamos mostrar que (3)(1).

Observe queA(x)A(y) = A(x1−y1, . . . , xm) +. . .+A(y1, . . . , ym−1, xm−ym). Desta forma,

kA(x)−A(y)k ≤ kA(x1−y1, . . . , xm)k+. . .+kA(y1, . . . , ym−1, xm−ym)k

≤ M(kx1 −y1kkx2k. . .kxmk+· · ·+ky1k. . .kym−1kkxm−ymk). Vamos agora mostrar que, fixador >0A´e uniformemente cont´ınua em Br(0)=. {x X1× · · · ×Xm:kxk< r}.

Sejam x, y X com kxk,kyk< r, ent˜ao para cada i∈ {1, . . . , m}temos que kxik< r ekyik< r. Logo,

kA(x)−A(y)k ≤M rm−1(kx1−y1k+· · ·+kxm−ymk)≤M rm−1mkx−yk

e isto nos permite conluir que A ´e uniformemente cont´ınua sobre Br(0). Como r ´e ar-bitr´ario, A´e cont´ınua. ♠

Vamos destacar o seguinte detalhe da demontra¸c˜ao de (3)(1):

Corol´ario 2.3. Sejam X e Y espa¸cos normados, U um subconjunto limitado de X ×

(28)

x, y U,

kA(x)A(y)k ≤Mkxyk

e por conseguinte A ´e uniformemente cont´ınua sobre U.

Observa¸c˜ao: Sabemos que as transforma¸c˜oes lineares cont´ınuas s˜ao uniformemente cont´ınuas em todo o seu dom´ınio. Este resultado n˜ao ´e verdadeiro para transforma¸c˜oes multilineares quaisquer, na realidade qualquer aplica¸c˜ao m-linear com m > 1 n˜ao nula

n˜ao ´e uniformemente cont´ınua em todo o dom´ınio.

Para verificar esse fato, sejaA∈ La(X1, . . . , Xm;Y) cont´ınua n˜ao nula. Ent˜ao existem

ǫ >0 e (x1, . . . , xm)∈X1× · · · ×Xm tais quekA(x1, . . . , xm)k> ǫ > 0. Para cadaδ >0,

podemos escolherλK tal que kλx1k< δ. Mas ent˜ao temos que

k(x1+λx1,

x2

λ, x3, . . . , xm)−(x1, x2

λ , x3, . . . , xm)k=kλx1k< δ

e

kA(x1+λx1,xλ2, x3, . . . , xm)−A(x1,xλ2, x3, . . . , xm)k = kA(λx1,xλ2, x3, . . . , xm)k

= kA(x1, x2, . . . , xm)k> ǫ.

Logo, A n˜ao ´e uniformemente cont´ınua.

Defini¸c˜ao 2.4. SejamX1, . . . , Xm, Y espa¸cos normados. Denotamos porL(X1, . . . , Xm;Y)

o subespa¸co formado pelastransforma¸c˜oes multilineares cont´ınuas de La(X1, . . . , Xm;Y).

Quando X1 =· · ·=Xm = X, escrevemos L(mX;Y) =L(X, . . . , X;Y) e quando Y =K

escrevemosL(mX)=. L(mX;K).

O espa¸co L(X1, . . . , Xm;Y) ´e um espa¸co normado se munido da norma dada pela

seguinte proposi¸c˜ao:

Proposi¸c˜ao 2.5. k · k:L(X1, . . . , Xm;Y)→R definida por

kAk= sup. {kA(x1, . . . , xm)k: (x1, . . . , xm)∈X1× · · · ×Xm,k(x1, . . . , xm)k ≤1}

´e uma norma em L(X1, . . . , Xm;Y), e para cada A∈ L(X1, . . . , Xm;Y),

(29)

Demonstra¸c˜ao:

Observemos inicialmente que para cadaA∈ L(X1, . . . , Xm;Y) temos que

0sup{kA(x1, . . . , xm)k: (x1, . . . , xm)∈X1× · · · ×Xm,k(x1, . . . , xm)k ≤1}<∞,

pois como j´a vimos A leva conjuntos limitados em conjuntos limitados e portanto k · k

est´a bem definida.

Vamos verificar que kAk = 0 A = 0. A implica¸c˜ao `a esquerda ´e trivial. Para mostrarmos a outra implica¸c˜ao seja A ∈ L(X1, . . . , Xm;Y) tal que kAk = 0 e x =

(x1, . . . , xm)∈X1× · · · ×Xm qualquer, e verifiquemos que A(x) = 0. Sexi = 0 para algum i∈ {1, . . . , m}, evidentemente A(x) = 0. Sexi 6= 0 para cadai∈ {1, . . . , m}, temos que

x1

kx1k

, . . . , xm

kxmk

= 1, e logo como

kAk= 0 temos A

x1

kx1k

, . . . , xm

kxmk

= 0. Assim,

kA(x)k= A

x1

kx1k

, . . . , xm

kxmk

kx1k. . .kxmk= 0 e podemos concluir queA = 0.

Para cada λK,

kλAk= sup{kλA(x)k:kxk ≤1}=|λ|sup{kA(x)k:kxk ≤1}=|λkAk.

Falta verificar a desigualdade triangular. SejamAeB ∈ L(X1, . . . , Xm;Y). Para cada

x= (x1, . . . , xm)∈X1× · · · ×Xm de norma menor ou igual a 1 temos que

kA(x) +B(x)k ≤ kA(x)k+kB(x)k ≤ kAk+kBk

e portanto

kA+Bk= sup{kA(x) +B(x)k:xX1× · · · ×Xm, kxk ≤1} ≤ kAk+kBk.

Vamos verificar agora que para cada A ∈ L(X1, . . . , Xm;Y), kAk = inf{M > 0 :

kA(x1, . . . , xm)k ≤ Mkx1k. . .kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · ×Xm}. Seja M ≥ 0 tal quekA(x1, . . . , xm)k ≤Mkx1k. . .kxmk, ∀(x1, . . . , xm)∈X1× · · · ×Xm. Ent˜ao para cada

x= (x1, . . . , xm)∈X1×· · ·×Xmcomkxk ≤1 temos quekA(x)k ≤M, e assimkAk ≤M. Logo,

(30)

Mostremos agora que kAk ´e a maior cota inferior para {M 0 : kA(x1, . . . , xm)k ≤

Mkx1k. . .kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · ×Xm}. Para tal, vamos fixar ǫ > 0 qual-quer e mostrar que kAk + ǫ n˜ao ´e cota inferior para {M 0 : kA(x1, . . . , xm)k ≤

Mkx1k. . .kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · ×Xm}. Basta mostrar que M =. kAk + ǫ2 ´e tal que kA(x1, . . . , xm)k ≤ (kAk+ 2ǫ)kx1k. . .kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · ×Xm. A

desigualdade vale trivialmente se kxik = 0 para algum i ∈ {1, . . . , m}. Consideremos ent˜ao kx1k, . . . ,kxmk n˜ao nulos. Ent˜ao k(kxx11k, . . . , kxxmmk)k = 1, e pela defini¸c˜ao de kAk temos que

kA( x1

kx1k

, . . . , xm

kxmk

)k ≤ kAk<kAk+ ǫ 2. Logo,

kx1k. . .kxmkkA(

x1

kx1k

, . . . , xm

kxmk

)k=kA(x1, . . . , xm)k<(kAk+

ǫ

2)kx1k. . .kxmk, como quer´ıamos. ♠

Nem toda transforma¸c˜ao m-linear cont´ınua em cada vari´avel ´e continua, de acordo com o seguinte exemplo:

Exemplo 2.6.SejaE =. CL1[0,1]. Ent˜ao a transforma¸c˜ao 2-linearB(f, g) .

=R01f(t)g(t)dt

´e cont´ınua em cada vari´avel mas n˜ao ´e cont´ınua.

Se impusermos a condi¸c˜ao adicional de os espa¸cos de partida serem de Banach, a con-tinuidade passa a ser equivalente `a concon-tinuidade em cada vari´avel, como est´a formalizado no Teorema abaixo:

Teorema 2.7. Sejam E1, . . . , Em espa¸cos de Banach e Y um espa¸co normado. Ent˜ao

A∈ La(E1, . . . , Em;Y)´e cont´ınua se e somente se o ´e em cada vari´avel.

Demonstra¸c˜ao:

Suponhamos que A ´e cont´ınua. As fun¸c˜oes xi 7→ A(x1, . . . , xi, . . . , xm) s˜ao cont´ınuas pois s˜ao restri¸c˜oes deAa{x1} × · · · × {xi−1} ×Ei× {xi+ 1} × · · · × {xm} ⊂E1× · · · ×Em.

Vamos mostrar a outra implica¸c˜ao primeiro no caso em que A ´e bilinear. Seja A :

E1 × E2 → Y bilinear cont´ınua em cada vari´avel. Para cada y em E2 vamos definir

(31)

A(x, y) tamb´em ´e linear e cont´ınua, e portanto existeMx >0 tal que kAx(y)k ≤Mxkyk, para caday E2.

Temos que kAy(x)k =kA(x, y)k=kAx(y)k ≤ Mxkyk. Em particular, se y∈E2 ´e tal

quekyk ≤1, ent˜ao kAy(x)k ≤Mx.

Vamos considerar a fam´ılia F =. {Ay : y ∈ E2,kyk ≤ 1}. Ent˜ao kAy(x)k ≤ Mx, para cada Ay em F. Pelo princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme (1.6), existe M > 0 tal que

kAyk ≤ M, para cada Ay ∈ F. Ent˜ao para cada (x, y) ∈ E1 ×E2 tal que kxk ≤ 1 e

kyk ≤1, temos quekA(x, y)k=kAy(x)k ≤ kAyk ≤M, e logo para cada (x, y)∈E1×E2

temoskA(x, y)k ≤Mkxkkyk. Ent˜ao A ´e cont´ınua.

Vamos provar a tese por indu¸c˜ao: suponhamos que todo operador (m − 1)-linear cont´ınuo em cada vari´avel ´e cont´ınuo. Ent˜ao para cada xm ∈ Em o operador Axm ∈ La(E1× · · · ×Em−1;Y) definido por Axm(x1, . . . , xm−1)

.

=A(x1, . . . , xm−1, xm) ´e cont´ınuo

em cada vari´avel, portanto cont´ınuo. Logo, existeMxm tal que

kA(x1, . . . , xm)k=kAxm(x1, . . . , xm−1)k ≤Mxmkx1k. . .kxm−1k.

Se adicionalmentekxik ≤1 para cadai∈ {1, . . . , m−1}temos quekA(x1, . . . , xm−1, xm)k ≤

Mxm. Agora vamos definir, para cada (x1, . . . , xm−1) ∈E1 × · · · ×Em−1, o operador

lin-ear Ax1,...,xm−1 ∈ L(Em;Y) por Ax1,...,xm−1(xm) .

= A(x1, . . . , xm−1, xm) e consideremos a

fam´ılia G = {Ax1,...,xm−1 : xi ∈ Ei ekxik ≤ 1,∀i ∈ {1, . . . , m−1}}. Ent˜ao, por um

racioc´ınio similar ao feito anteriormente nesta demonstra¸c˜ao, para cada xm em Em com

kxmk ≤ 1 existeMxm satisfazendo kAx1,...,xm(xm)k= kA(x1, . . . , xm)k ≤ Mxm, para cada

(x1, . . . , xm−1)∈ E1× · · · ×Em−1 com kxik ≤ 1,∀i ∈ {1, . . . , m−1}. Assim, novamente pelo princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme (1.6),kAx1,...,xmk ≤M, para cadaAx1,...,xm emG. Isto

´e,kxik ≤1,∀i∈ {1, . . . , m}implica emkA(x1, . . . , xm)k ≤M, e portantoA´e cont´ınua. ♠

Corol´ario 2.8. Seja A ∈ La(X1, . . . , Xm;Y) onde Xi ´e de dimens˜ao finita, para cada

i∈ {1, . . . , m}. Ent˜ao A ´e cont´ınua.

Demonstra¸c˜ao:

(32)

Teorema 2.9. Sejam X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn, Z espa¸cos normados. Ent˜ao os espa¸cos

L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z) e L(X1, . . . , Xm;L(Y1, . . . , Yn;Z))

s˜ao isom´etricos.

Demonstra¸c˜ao:

Vamos mostrar que a fun¸c˜ao

φ:L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z)→ L(X1, . . . , Xm;L(Y1, . . . , Yn;Z))

definida por φ(A)(x)(y) =. A(x, y), para cada x = (x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · ×Xm e cada

y= (y1, . . . , yn)∈Y1× · · · ×Yn, ´e uma isometria.

Precisamos mostrar que a defini¸c˜ao deφ acima ´e coerente: seja

A∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z)

e vamos mostrar que de fato

φ(A)∈ L(X1, . . . , Xm;L(Y1, . . . , Yn;Z)).

Fixemos x = (x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · ×Xm. ´E evidente que a aplica¸c˜ao φ(A)(x) ´e

n-linear, e ´e cont´ınua de norma menor ou igual a kAkkx1k. . .kxmk pois para cada y = (y1, . . . , yn)∈Y1×· · ·×Yn,kφ(A)(x)(y)k=kA(x, y)k ≤ kAkkx1k. . .kxmkky1k. . .kynk. ´E facil ver queφ(A) ´e m-linear. Ent˜ao pelo fato de que parax= (x1, . . . , xm)∈X1×· · ·×Xm arbitr´ario temos kφ(A)(x)k ≤ kAkkx1k. . .kxmk, segue que φ(A) ´e cont´ınua. Mostramos portanto que φ(A) ∈ L(X1, . . . , Xm;L(Y1, . . . , Yn;Z)) e que kφ(A)k ≤ kAk, para cada

A∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z).

φ ´e linear, pois se A, B ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z) e λ ∈ K, ent˜ao para cada

(x, y)X1× · · · ×Xm×Y1× · · · ×Yn temos que

φ(A+λB)(x)(y) =A(x, y) +λB(x, y) =φ(A)(x)(y) +λφ(B)(x)(y).

Como kφ(A)k ≤ kAk para cada A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z), segue que φ ´e

cont´ınua.

Para verificar queφ´e injetora, basta mostrar queφ−1(0) ={0}. De fato, seφ(A) = 0, temos queA(x, y) =φ(A)(x)(y) = 0, para cada xX1×. . .×Xm,y∈Y1×. . .×Yn, isto

(33)

Para provar queφ ´e sobrejetora fixemosB ∈ L(X1, . . . , Xm;L(Y1, . . . , Yn;Z)) e vamos

mostrar queA :X1× · · · ×Xm×Y1× · · · ×Yn→Z definida por A(x, y)=. B(x)(y) ´e tal queA∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z) eφ(A) = B. ´E f´acil ver queA´e multilinear. Vamos

mostrar que, para cada (x, y) = (x1, . . . , xm, y1, . . . , yn)∈X1× · · · ×Xm×Y1× · · · ×Yn,

A´e cont´ınua em (x, y). De fato,

kA(x, y)k=kB(x)(y)k ≤ kB(x)kky1k. . .kynk ≤ kBkkx1k. . .kxmkky1k. . .kynk

observando-se que a primeira desigualdade ´e devida `a continuidade de B(x), e a segunda desigualdade ´e devida `a continuidade deB. Podemos concluir ent˜ao queA´e cont´ınua, e ev-identementeφ(A) =B, pela defini¸c˜ao de φ. Observe tamb´em que kAk ≤ kBk=kφ(A)k. Como acabamos de mostrar que φ ´e uma bije¸c˜ao entre L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z) e

L(X1, . . . , Xm;L(Y1, . . . , Yn;Z)), podemos afirmar que

kAk ≤ kφ(A)k, A∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z).

Mostramos anteriormente que kφ(A)k ≤ kAk, A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn;Z), e

por-tanto φ preserva norma.

Comoφ ´e linear, cont´ınua, bijetora, e preserva norma, segue que φ−1 ´e cont´ınua eφ ´e

uma isometria, como quer´ıamos.

Uma consequˆencia not´avel deste Teorema ´e o seguinte corol´ario:

Corol´ario 2.10. Sejam X1, . . . , Xm espa¸cos normados e F um espa¸co de Banach.

Ent˜ao L(X1, . . . , Xm;F) ´e espa¸co de Banach.

Demonstra¸c˜ao:

Vamos mostrar que L(X1,· · · , Xm;F) ´e completo por indu¸c˜ao.

´

E sabido, para o casom= 1, queL(X1;F) ´e completo. Vamos supor queL(X1, . . . , Xm;F)

´e completo, e precisamos mostrar que L(X0, X1, . . . , Xm;F) ´e completo.

L(X0;L(X1, . . . , Xm;F)) ´e completo pelo fato de L(X1, . . . , Xm;F) ser espa¸co de

Ba-nach, e pelo Teorema anteriorL(X0;L(X1, . . . , Xm;F)) ´e isom´etrico aL(X0, X1, . . . , Xm;F)).

(34)

2.2

Aplica¸c˜

oes Multilineares Sim´

etricas

Vamos estudar agora este importante subespa¸co das aplica¸c˜oes multilineares. Mais adiante veremos que os espa¸cos de polinˆomios s˜ao isomorfos aos espa¸cos de transforma¸c˜oes multilineares sim´etricas.

Defini¸c˜ao 2.11. Sejam X, Y K-espa¸cos vetoriais. Uma aplica¸c˜ao m-linear A:Xm Y

´e dita sim´etrica se para cada x1, . . . , xm∈X tivermos que

A(x1, . . . , xm) =A(xσ(1), . . . , xσ(m)), ∀σ ∈Sm,

onde Sm ´e o grupo de permuta¸c˜oes de m elementos.

Denotamos porLas(mX;Y)oespa¸co das transforma¸oesm-lineares sim´etricas de Xm em Y, e se X e Y forem normados denotamos por Ls(mX;Y) o espa¸co das transforma¸c˜oes m-lineares sim´etricas cont´ınuas de Xm em Y. Quando Y =K,

escrevemosLas(mX;K)=. Las(mX) e Ls(mX;K)=. Ls(mX)

Para simplificar nota¸c˜oes, utilizamos a seguinte conven¸c˜ao, para qualquer A multilin-ear:

A(x1, . . . , x1

| {z } n1vezes

, x2, . . . , x2

| {z } n2vezes

, . . . , xk, . . . , xk | {z }

nkvezes

)=. Axn1

1 . . . x

nk

k

A seguir est´a enunciada a f´ormula de Leibniz, cuja demonstra¸c˜ao omitiremos pois ´e muito t´ecnica e est´a bem escrita em [19], mas que tem importantes consequˆencias para o estudo dos polinˆomios em espa¸cos de Banach:

Teorema 2.12(F´ormula de Leibniz). SejamX, Y K-espa¸cos vetoriais eA∈ Las(mX;Y),

e seja kN. Ent˜ao para cada x1, . . . , xk ∈X vale que

A(x1+· · ·+xk)m =

X

n1+···+nk=m

m!

n1!. . . nk!

Axn1

1 . . . x

nk

k

onde cada n1, . . . , nk ∈N0.

Usaremos com mais frequˆencia a vers˜ao da f´ormula de Leibniz para o caso k= 2: Corol´ario 2.13 (F´ormula binomial). SejamX, Y K-espa¸cos vetoriais eA∈ Las(mX;Y).

Ent˜ao para cadax, y X vale que

A(x+y)m = m X

k=0

m

k

!

(35)

Demonstra¸c˜ao:

Basta observar que X n1+n2=m

m!

n1!n2!

Axn1yn2 =

m X

n=0

m!

n!(mn)!Ax nym−n

e o resultado ´e a aplica¸c˜ao direta da f´ormula de Leibniz. ♠

Outra consequˆencia da f´ormula de Leibniz ´e a f´ormula de polariza¸c˜ao, apresentada no pr´oximo Teorema.

Teorema 2.14(F´ormula de polariza¸c˜ao). SejamX, Y K-espa¸cos vetoriais eA∈ Las(mX;Y).

Ent˜ao para cadax1, . . . , xm ∈X vale que

A(x1, . . . , xm) =

1

m!2m X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫ1. . . ǫmA(ǫ1x1+· · ·+ǫmxm)m.

Demonstra¸c˜ao:

Pela f´ormula de Leibiniz, temos para cada x1, . . . , xm ∈X que

A(ǫ1x1+· · ·+ǫmxm)m =

X

n1+···+nm=m

m!

n1!. . . nm!

A(ǫ1x1)n1. . .(ǫmxm)nm

= X

n1+···+nm=m

m!

n1!· · ·nm!

ǫn1

1 . . . ǫnmmAx n1

1 . . . xnmm.

Ent˜ao

X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫ1· · ·ǫmA(ǫ1x1+· · ·+ǫmxm)m

= X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫ1. . . ǫm

X

n1+···+nm=m

m!

n1!. . . nm!

ǫn1

1 . . . ǫnmmAx n1

1 . . . xnmm

= X

n1+···+nm=m

m!

n1!. . . nm!

Axn1

1 . . . xnmm X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫn1+1

1 . . . ǫnmm+1.

Quando nj ´e zero para algumj ∈N, temos que ǫ nj+1

j =ǫ1j e assim X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫn1+1

1 . . . ǫ

nm+1

m =

X

ǫj=±1

ǫj X

ǫi=±1

i6=j

ǫn1+1

1 . . . ǫ

nj−1+1

j−1 ǫ

nj+1+1

j+1 . . . ǫ

nm+1

(36)

Desta forma, todas as parcelas da somat´oria X

n1+···+nm=m

m!

n1!. . . nm!

Axn1

1 . . . xnmm X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫn1+1

1 . . . ǫnmm+1

se anulam, exceto a parcela em quen1 =· · ·=nm = 1. Como X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫ1+11 . . . ǫ1+1m =

X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫ21. . . ǫ2m =

X

ǫi=±1

1≤i≤m

1 = 2m,

podemos concluir que X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫ1· · ·ǫmA(ǫ1x1+· · ·+ǫmxm)m

= X

n1+···+nm=m

m!

n1!. . . nm!

Axn1

1 . . . xnmm X

ǫi=±1

1≤i≤m

ǫn1+1

1 . . . ǫnmm+1

= m!A(x1, . . . , xm)2m,

de onde podemos deduzir a f´ormula de polariza¸c˜ao.

Observa¸c˜ao: Atrav´es dessa f´ormula podemos concluir que uma transforma¸c˜ao mul-tilinear sim´etrica em X ´e unicamente determinada por seus valores na diagonal de Xm, que ´e definida como o conjunto {(x1,· · ·, xm)∈Xm :x1 =· · ·=xm}.

2.3

Polinˆ

omios

Nesta se¸c˜ao vamos, a partir das transforma¸c˜oes multilineares, definir os polinˆomios homogˆeneos e estabelecer a rela¸c˜ao biun´ıvoca entre os polinˆomios homogˆeneos e as trans-forma¸c˜oes multilineares sim´etricas.

Defini¸c˜ao 2.15. Sejam X e Y K-espa¸cos vetoriais. Dizemos que P : X Y ´e um

polinˆomio homogˆeneo de grau m (ou polinˆomio m-homogˆeneo) e escrevemos

(37)

Dizemos ent˜ao que A ´e uma transforma¸c˜ao m-linear associada a P, e que P ´e o

polinˆomio m-homogˆeneo associado a A, e denotamos P = ˆA. Quando Y =K, denotamos Pa(mX)=. Pa(mX;K).

´

E f´acil verificar que o conjuntoPa(mX;Y) ´e umK-espa¸co vetorial, bem comoPa(X;Y), definido a seguir:

Defini¸c˜ao 2.16. Sejam X e Y K-espa¸cos vetoriais. Dizemos que P : X Y ´e um

polinˆomio (de grau m) se existem m N e Pi ∈ Pa(iX;Y), i ∈ {0, . . . , m}, Pm 6= 0

tais que

P =P0+P1+· · ·+Pm. (2.1)

Denotamos por Pa(X;Y) o K-espa¸co vetorial dos polinˆomios (de grau qualquer), e quando Y =K escrevemos Pa(X)=. Pa(X;K).

Na pr´oxima proposi¸c˜ao, vamos verificar que s˜ao ´unicos os polinˆomios que satisfazem 2.1. Observemos que, seX eY s˜ao K-espa¸cos vetoriais eP ∈ P(mX;Y), ent˜ao para cada

xX e cada λK temos queP(λx) = λmP(x).

Proposi¸c˜ao 2.17. Sejam X e Y K-espa¸cos vetoriais. Ent˜ao Pa(X;Y) ´e a soma direta alg´ebrica dos espa¸cos Pa(mX;Y), com m N.

Demonstra¸c˜ao:

Basta provar que, se P ∈ P(X;Y) ´e tal que P =P0 +· · ·+Pm = 0, Pi ∈ Pa(iX;Y) para cadai∈ {0, . . . , m}, ent˜ao P0 =· · ·=Pm = 0.

Para cada xX e r >0 temos que

P0(rx) +P1(rx) +· · ·+Pm(rx) = 0 ⇒ r0P0(x) +rP1(rx) +· · ·+rmPm(x) = 0

⇒ 1

rmP0(x) + 1

rm−1P1(x) +· · ·+Pm(x) = 0.

Como r > 0 ´e arbitr´ario e o lado esquerdo desta ´ultima igualdade converge a Pm(x) quandor→ ∞, temos quePm(x) = 0, para cadaxX. Assim,P =P0+· · ·+Pm−1 = 0.

Repetindo este recurso, podemos concluir queP0 =· · ·=Pm = 0. ♠

Proposi¸c˜ao 2.18. Seja P ∈ Pa(mX, Y), ent˜ao existe uma unica´ A∈ Las(mE;F) tal que

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