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ROSPITAL DE CÀRIRADR Rossà SENRORA nos PRAZERRS
LâGRs_- SANTA CATARINA
TEMA: ÚLCRRA RÉRTICA GASTRODUODRNAL
cooRDRNADoREsz nr. RAULQ ALBERTO DUARTE”
'
. Dr. TELMQ ROGÉRIO Ràmos
INDICE
2. REFERÊNCIAS BIBLIoGRÁFIcâs
3. comENTÁRIos
4. APREsENTAçÃo DE càso cLÍNIco
5. RELATÓRIO DE CIRURGI
1. ÚLCERA PÉPTICA GASTRQDUODENAL
Q":- U2 ... pag 1 ... pag 29 ... pag 30 ... Pag 31 .z... pag 35
QLCERA PÉPm1ç¿W cgsmnonuonnwât
Immnonuçšoz
A.ulcera péptica é uma doença de etiologia desconheci-
da, de evolução em geral crônica, com surtos de ativação e I
periodos de acalmia resultante de perda circunscrita de
te-~
cido, que ocorre nas regioes do trato digestivo que entram'
em contato com a secreção cloridro-pëptica do estômago.
piraasuçi PAmoLÓG1cA ENTRE úpcsaâägásmlcà CRÓNICA, ÚLCERA
AGUDA E Enosšoz
Estas três patologias devem ser diferenciadas entre si,
pois todas ocorrem no trato digestivo superior, mas se dife-
renciam por características clínicas e histopatológicas.
As "úlceras agudas" são lesõessuperficiais, multiplas, associadas a certas situações clínicas como queimaduras-ex-
tensas (úlceras de Curling), traumatismos, septicemia, cho-
que, lesões cranianas (úlcera de Cushing), uso de corticoes
terãides, doenças consumptivas ou extensos procedimentos ci
rurgicos que envolvam ou não o trato gastroduodenal. Predo-
minam no trato digestivo superior, mais encontradas no sexo
masculino e na idade entre os 30 e 50 anos. Produzem discre ta reação inflamatória e se curam sem deixar cicatriz. Cau-.
sam com frequência sangramento digestivo, devido a erosão '
dos vasos sanguíneos da mucosa e submucosa. Devido serem su
perficiais, raramente causam perfuração da parede gastroduo denal.
O tërmo "erosão", sao as úlceras agudas, superficiais,
que comprometem apenas a mucosa. lá as "úlceras pépticas '
crônicas" são lesoës crônicas, que se cicatrízam e se abrem
000
várias vezes ao longo da vida do ulceroso. É uma lesão re-
donda ou oval, com bordas regulares e pouco elevadas. Mor-
fológicamente, o elemento mais importante na caracterização
de uma úlcera péptica crônica e que se distingue da úlcera'
aguda é a presença de "§ibrose";
3. LocALIzAgÃo=
g
úlcera péptica pode surgir no terço inferior do esô- fago; no estômago; no duodeno; no jejuno, em pacientes sub- metidos â gastroáejunostomia; no duodeno distal e no jejunosuperior. nos casos de intensa hipercloridmia da síndrome ' de Zollinger -Ellison; e no diverticulo de Meckel, quando V
ele é sede de mucosa gštrica ectopica. Logo, nas áreas do
trato digestivo que entram em contato com a secreção clori-
dro~péptica do estômago.
3.1 F A Êúlcera duodenal¶,constitui a forma predominante de
úlcera péptica, e se localiza em 95% dos casos. no bulbo '
duodenal, ã 2 cm do músculo pilórico. Ocasionalmente, uma '
úlcera se localiza nas regioës mais distais do bulbo, ou
no
mesmo na segunda porção duodenal, sendo entao denominada ul
cera pôs-bulbar.
Na síndrome de Zollinger-Ellison, é comum a ocorrência de várias úlceras na terceira e quarta porçôes do duodeno ,
e mesmo no jejuno superior. -
Já a "úlcera gástrica", ocorre predominantemente no an
tro e se localiza de preferência na região adjacente à muco
sa do carpo gástrico produtora de àcido. 85% das úlceras '
gástricas benignas, se localizam na pequena curvatura do es
lestômago; 5% na grande curvatura e o restante nas paredes '
anterior e posterior.
A úlcera maligna, pelo contrário, ocorrem em qualquer' região do estômago. Geralmente as úlceras gástricas, assim'
como as duodenais, são solitárias, e em apenas 4% dos casos,
surgem úlceras múltiplas. _..
~
É comum ocorrer associaçao de úlcera gástrica e úlcera duo-
denal.
INCIDÊNCIA: `
Justificadas razões mantém a ulcera péptica entre as '
afecções de maior interesse médico e social. Além de sua '
elevada incidência, os custos de suas complicações, parti-
cularmente hemorragia e perfuração, constituem elevado ônus ~
para
o indivíduo e para os sistemas assistenciais. A úlceraduodenal acomete de 10 à 20% da população do hemisfério oci
dental, principalmente na faixa etária entre a segunda e a :v
quinta décadas. Nos EUA, a proporção UD:UG é de 5:1; no Peru
e Andes é de 1:20; na India a
UG
é rara. No Brasil, recentesav
estudos radiológicos mostraram uma proporçao de 1:1. A inci-
dência máxima da úlcera duodenal ocorre na década entre 55 e
64 anos, e, da úlcera gástrica, na década seguinte.
SEXO: -
A UD É 5 a 10 vêzes mais frequente no homem que na mulhan
80
a 85% dos ulcerosos duodenais e 60% dos ulcerosos gástri-cos são do sexo masculino. A incidência de
UD
é maior que a`¢Us, e a mortalidade da UG é igual ou superior à da UD. Isto '
reflete a maior idade da população com UG, assim como a maior
incidência de doenças concomitantes e a maior frequencia de '
hemorragias graves nesses pacientes. As mulheres durante a '
gravidez estão protegidas contra a doença, ocasião em que as
úlceras quase nunca entram em atividade.
FATÕRES AMBIENTAIS:
Existem grandes variações de incidência das UG e UD entre
entre diferentes raças e paises. No Peru, na região dos Andes,
a
UG
É 20 vêzes mais frequente que a UD. No nível social, se 'observou que a UD tende a ser uniformemente destribuida entre
todas as classes, já a UG ocorre mais nas classes com baixo '
poder aquisitivo.
ÊTIOPATOGENIA:
A causa da álcera péptica constitui ainda uma grande '
incdgnita. Não está esclarecido se a UG e a UD são a mesma
doença. Se admite a hipótese, que a úlcera péptica seria o
resultado da ruptura do equilíbrio existente entre os agen-
tes de agressão e mecanismos protetores da mucosa gastroduo
denal. A
7.1 Etiopatogenia da Ulcera Duodenal:
7.1.1 Secreção Gástrica. O ácido clorídrico é
um
img;portante fator na etiopatogenia da úlcera duodenal. Os pa-
cientes com ulcera duodenal secretam mais suco gástrico, '
mais ácido clorídrico e mais pepsina que os indivíduos norm
mais, seja em condiçôes basais ou a estímulos da secreção gástrica. A medida da acidez intragástrica é maior durante as 24 horas do dia nos pacientes com
UD
do que nos indiví-duos normais. Com isso, o conteúdo da primeira e segunda fz
porção do duodeno é mais acido e por período mais longo nos
ulcerosos do que nos normais. Outro fator importante a se '
considerar, é que a habilidade do estômago em secretar àci- do clorídrico, está relacionada com o número de células pa-
rietais da
mcosa
gástrica. Demonstrou-se em recentes estuä~
dos, que o estômago normal contém 1,09 bílhao de células '
parietais no sexo masculino, e nas UD os valôres atingem '
ou
1,8 bilhao. O pepsinogênio, originário das celulas princi- pais, localizadas nas glandulas gástricas, se encontra au-
mentado nos pacientes com úlcera duodenal. Outro fator, é
o aumento da sensibilidade da célula parietal aos estímu-
av
los da célula parietal aos estímulos da secreçao gástrica.
O estômago secreta pouco acido clorídrico; já no portador '
de doença ulcerosa duodenal, este tem uma sensibilidade anj,»
\
ormal elevada a pentagastrina. (Peptideo analcgo a gastrina)
Logo, se conclui que a mucosa gástrica dos ulcerosos duodeaa
nais á anormalmente sensível ã gastrina. O nervo vago e 0 '
hormônio gastrina, são reguladores da secreção gástrica.
A gastrina, que ë um hormônio secretado pela mucosa do ana
tro gástrico, tem a função de
estimlar
a secreção gástri- ca, sendo liberado por estímulo vagal e pelos produtos dadigestão das proteínas, no estômago, e tem sua secreção '
~
inibida pela acidificaçao do antro gástrico.
Existem dois tipos ou formas de gastrina: a G-34 (ou
grande gastrina) e a G-17 (ou pequena gastrina). Ê a G-17
av
a mais potente estimuladora da secreçao gástrica. A hiper-
gastrinemia ocorre em consequencia de hipo ou acloridria,
como na ânemia perniciosa, Insuficiência renal, ressecções
intestinais e na Sindrome de Zollinger-Ellison. Outro dado
importante, relacionado com a presença mais prolongada de
acido no duodeno, 6 o fato de que os ulcerosos duodenais '
esvaziam o estômago mais rapidamente que os individuos nor
mais. Os mecanismos duodenais de defesa ainda se encontram
em estudos, mas, sabe-se que a metade do acido que entra H no duodeno é neutralizado pelo bicarbonato, que é produzia
do pelo pâncreas, e'a outra metade é absorvida ou neutrali
zada pela secreção das células mucosas do duodeno. Apenas
¡o ~
os primeiros centxnetros do bulbo duodenal sao expostos ao
acido; e é ai que ocorrem as ülceras. Em resposta, os paci entes com ulcera duodenal aumentam sua capacidade de secre tar bicarbonato. Mas se observou, que na ulcera duodenal a
liberação de secretina pela mucosa duodenal é deficiente,
e com isso haveria menor produção de bicarbonato e defici-
ente neutralização duodenal de acido clorídrico.
7.1.2 Grupos Sanguíneos. A incidência do grupo sanguí
neo O em pacientes com ulcera duodenal e elevada. São os '
Í
pacientes não secretores de substâncias semelhantes aos an
tigenos do sistema ABH.
7.1.3 Herança. A maioria dos ulcerosos duodenais apre
sentam uma história familial positiva. Se admite ser a hi-
percloridria o fator herdado. '
7.1.4 Cigarro. Tem mais ação na ulcera duodenal. Seu
mecanismo é desconhecido. Alguns autores afirmam que estimu
la
a secreção gástrica.7.1.5 Medicamentos. Os salicilatos podem produzir dis
pepsia e provocar sangramento digestivo, por causarem lesão
aguda da mucosa gastroduodenal. Os corticoesteróides, a fe-
nilbutazona, a indometacina e a reserpina, podem provocar '
sintomas dispépticos e ãs vêzes sangramento gastrointesti-
nal. Porém, nunca se provou que são capazes de produzir ou
exacerbar uma ulcera duodenal. ~
7.1.6 Associação entre UD e outras doenças. Se obser
vou maior incidência da UD em pacientes com Bnfizema pulmo-
nar
(a hiperoapnia aumenta discretamente a secreção ãcida do estômago); a Cirrose hepática (pela hipercloridria, re-sultante de estímulos dos intestinos e defidientemente mc-
tabolizados no fígado doente); o Hiperparatireoidismo pris
mário (pela hipercalcemia, pois o cálcio eleva os níveis de
gastrina e daí ao acido clorídrico); e na Pancreatite
crô-~
nica
(relacionada com a diminuiçao de concentração de bi-carbonato no suco pancreático e consequente diminuição de
vcapacidade neutralizante do conteudo duodenal).
7.1.7 Fatôres psicossomáticos. As emoções, a ansiedad
de e outros fatôres da vida afetiva são importantes na gêne
ge ga filcera péptícë, Os pacientes ulcerosos estão expostos
a
um
permanente conflito psíquico, ansiedade e ou tensão.Este estado crônico de fatôres psicossomáticos predispôe à
formação de úlcera pela estimulação da secreção clorídropé-
! ~
. .
ptica
ou pela diminuiçao da resistência da mucosa. Logo, asocorrências acima citadas, culminam no aparecimento de les-
ôes ulcerada e dos sintomas. Já outros autores estes fatôres
psicossomáticos tem pouca importância.
7.2 Etiopatogenia da Úfcera Gástrica:
Ao contrário da UD, a ulcera gástrica não está associa
da a hipercloridria. Estes pacientes são normo ou hipossecre
tores. Mesmo sabendo que a presença do àcido é condição fun-
damental para a caracterização de ulcera péptica, os mecanis
mos que levam ao aparecimento da lesão ulcerada dependem ma-
is da deficiência dos fatôres defensivos da mucosa. Dois são
os principais mecanismos;
7.2.1 Estase antral e Hipergastrinemia. Devido a uma
~ I r .
alteraçao da motilidade do piloro ou atonia gastrica (obs- '
\
'Ú I Í
truçao pilorica), ha um retardamento do esvaziamento gástrie
co, levando a uma distensão do antro; isto promoverá uma li-
"' .
`
o ~ . .
beraçao de gastrina, que estimula a secreçao gástrica de àci
do e este forma a ulcerar O uso de vagotomias sem drenagem '
leva ao aparecimento de ulceras gástricas; mas se assobiar
\
uma operaçao de drenagem (piloroplastia ou gastroenteroanas-
tomose Q raramente ocorre ulcera.
_ V
A
7.2.2 Refluxo duodenogástrico ou Refluxo biliar. Por
um
distúrbio oamouiiaoâo
entro-àuoàonai, ooomoúâo
aooâo-nal reflui para o estômago; os ácidos biliares e a lisoleci-
V
¡ _
tina rompem a barreira
mcosa
do estomago e lesam a mucosa 'gástrica do estômago, pnoduzem uma gastrite antral, e esta '
~
mucosa lesada é.susceptível â ulceraçao péptica. Na ülcera '
gástrica ocorre
um
exagero do refluxo duodeno gástrico. Há 'autores que acham este exagero devido a uma inibição do esfi
ncter pilõrico pela hipergastrinemia. A mucosa gástrica nor-
malmente representa uma'barreira à passagem de íons H+ da '
luz do estômago para o sangue; e também impede a secreção H'
cloridropéptica de digerir o próprio estômago. As substânci-
as como os salicilatos, sais biliares, alcool, podem lesar a
barreira mucosa e permitir a difusão retrõgrada de íons H.
| . .
. . . .
Os íons
H
penetram na mucosa, liberam histamina, acidificam a célula e alteram a mucosa gástrica. Destróem as células
e estas se descamam. A bile causa citõlise das células de re~
vestimento epitelial do estômago, rompe a barreira mucosa e '
os ions H entram para os espaços intra e intercelulares. A lg
são da mucosa pelo contatg da bile e seus sais biliares, está
relacionada com a concentração de sais e à acidez do conteudo
gástrico. Bile com pH menor, mais grave será a lesão. Porém É
importante observar, que há pacientes com UG e a concentração
de sais biliares no suco gástrico está dentro dos limites nor
mais; logo, o papel do redluxo biliar na etiopatogenia da UG,
não está totalmente esclárecido.
§flADRO . . otírucoz
A úlcera péptica pode apresentar-se sob diferentes for-
mas clínicas. A mais comum é caracterizada por uma evolução *
cíclica, com manifestações dispépticas rítmicas e periódicas,
com evolução e duração de;meses a anos. Contudo, a úlcera po-
de apresentar-se como um episódio agudo de hemorragia ou per-
furaçao, quase sem nenhuma história anterior de doença. O sin
toma principal da úlcera gastroduodenal é a dor, que é referi
da
como sensação de ardon, de pontada, de queimação ou de fo-me exagerada. Melhora com a ingestão de alimentos como o lei»
te, creme e alcalinas, repouso mental e físico, e, piora com
a ingestão de ácidos, alimentos condimentados, comidas muito quentes ou muito frias, dafé e àlcool. A tensão nervosa, a fa
\
_
_
diga e a exposição ao frio podem tornar a dor mais intensa ou
prolongar sua duração. Odtra vêzes, o paciente se queixa de *
sensação de plenitude epigástrica, de cólica ou de desconfor»
to no epigástrio. A intensidade da dor é variável de indivíao
duo para indivíduo. A lodalização da úlcera tem importância ¡
na
intensidade da dor, onde asUG
causam dor de menor intensiI. ,
sensação dolorosa mais intensa do que as localizadas no fundo
e no corpo. A intensidade da dor se modifica com as complica-
ções, onde na hemorragia tende a šesaparecer dando sensação '
de peso e desconfõrto no epigástrio; já na perfuração a inten sidade aumenta muito. Geralmente a dor se localiza no epigás- trio; pode se irradiar para o hipocõndrio esquerdo nas UG per
furantes no pâncreas, ou para o hipocôndrio direito ou para a
face anterior do tõrax, nas úlceras perfurantes na cabeça do'
pâncreas, no fígado ou na vesícula biliar. Às vêzes pode se '
irradiar para a região pré-cordial e simular dor de angina de
peito. A característica fundamental da dor da úlcera péptica'
é sua ritmicidade. Ela tem horário certo. Geralmente é relaci onada com o esvaziamento gástrico. Outra característica é sua
periodiááâade, onde ela dura vários dias ou semanas, meses a'
ou anos, para retornar novamente com as mesmas característi-'
cas. Além da dor, podem ser encontrados outros sintomas, como
. I . I . 6 .
mal estar no epigatrio, nauseas, pirose e raramente vom1tos.'
A dor persistente que não melhora com a ingestão de alimentos
~ .
I
antiácido ou com o vômito, indica uma complicaçao da doençaä
I
a ulcera penetrante no pâncreas ou outras estruturas vizinhas
5 PeTíVíSC€TiÍB. É a mais comum das complicações da UD e a sí
causa mais frequente de indicação cirúrgica.
EXAME Físico. ° `
Geralmente É pobre em achados. O unico sinal que pode '
estar presente e uma zona de hiperestesia e dolorosa â palpa-
ção profunda, na região do epigástrio. Nos casos de obstrução pildrica, se abserva sacolego gástrico, distensão epigástrica
e peristaltismo visivel, quando o paciente é magro e com pare
Exmfms Lâsommoniâisz
l0.l Radiologia.
l0.l.l Na ulcera gástrica - Os principais pontos a se '
considerar são os seguintes: a) Localização: As ulceras lo-
calizadas no antro gástrico, em um terço são processos mali- gnos. As lesões pré-pilõricas geralmente são benignas e 85%'
das úlceras benignas se localizam no terço inferior da pe- '
quena curvatura do corpo gástrico. b) Forma e tamanho da ul-
ceração: As lesões benignas são pequenas, ovaladas ou triana
~ I
gulares e de contorno regular. O tamanho da lesao pouco in-
flui no diagnóstico diferencial entre lesoes benignas e ma-'
na
lignas. c) Situaçao do nicho em relação à parede de estõma-'
go: Quando o nicho se projeta para fora da parede do estôma-
go é caráter benigno; mas quando situado para dentro da parg
de gástrica e sugestivo de malignidade. d) Rigidez da parede
~
gástrica: Nas lesoes malignas é comdm ocorrer rigidez da pa-
rede gástrica junto ao nicho. O peristaltismo gástrico é in-
terrompido a alguns centímetros da lesão; já nos processos '
benignos o peristaltismo chega até a lesão. e) Pregueamento
gástrico: Nas lesöes benigmas as pregas são regulares e con-
vergem para o nicho até alcança-lo. Nos processos malignos '
as pregas se interrompem antes de atingir a lesão, de forma'
irregular.
lO.l.2 Na úlcera duodenal - A presença do nicho no bul-
bo duodenal é patogmônico de úlcera péptica. Os principais '
sinais a se observar são: a) Deformidade do bulbo por tecido fibroso, resultante das cicatrizes anteriores da úlcera. b)
Espasticidade do bulbo, que dificulta seu enchimento pelo '
contraste. c) Formação de pseudo-divertículos, causados por'
retração cicatricial. d) Excentricidade do piloro, que se '
desvia de sua posição mediana em relaçao â base do bulbo, pe
la
retração cicatricial. Observação: Em 5% dos casos, a UD 'se situa logo abaixo do vértice do bulbo, entre este e a pa-
pila
de Vater; é a chamada "Ulcera pós-bulbar". Deve-se sus-peitar de Sindrome de Zollinger-Ellison.
10.2 gxame endoscõpico, Citologico e Eistolõgico. Per-
mite visualizar toda a
mcosa
gastroduodenal, fotografar e 'biopsar a lesão e obter material para exame citolõgico. Tem?
indicação absoluta na UG, no diagnóstico diferencial emtre '
av
lesao benigna e maligna. As biopsias devem ser feitas nas '
bordas internas das lesões.
lu
l0.3 Gastroacidograma: É o estudo da secreçao gástrica
onde se analisa o comportamento da secreção ácida do estôma-
go, seja em condições basais ou após estímulo secretário má- ximo. Se utilizam os estimulantes da secreção gástrica ou me
lhor, ácida, no caso a histamina, o betazole (histalog), os'
derivados sintéticos da gastrina (pentagastrina), a insulina
e a alfa - D - glicose. As principais indicações do gastroa-
cidograma na UGD säo: a) Nas UG, quando não se dispõe de en- doscopia, pois o achado de acloridria após estímulo secretá-
rio mámimo estabelece o diagnóstico de úlcera maligna. b) Na
suspeita do gastrinoma de Zollinger-Ellison. c) No pré-opera
tõrio das operações para UGD, para se obter o perfil secreto
rio para comparar com o pôs-operatorio. d) Na suspeita de ul
cera recorrente pós-operatória.
10.4 Pesquisa de sangue oculto nas fezes e hemograma:' Indicado para os casos de perda crônica de sangue pela úlce- Tao
10.5 Dosagem do cálcio sérico: Na suspeita de associa-
ção com hiperparatireoidismo.
_çor:z1>LI_cÀ çõnsz
A
A ulcera peptica é uma doença benigna que evolui duran
te anos, com períodos de acalmia e de dor, que se alteram ¿i
por espaço de tempo maior ou menor. No decorrer de sua evolu
ção, a úlcera péptica pode apresentar certas complicações, *
como:
ll l e P rfura 8 Ção. É a complicação mais comum. Ê . a lesão
que compromete todas as camadas do estômago e duodeno; pode'
ëa abrir na cavidade abdominal e provocar
um
quadro abdomi-'nal agudo ou pode penetrar em estruturas adjacentes, como o '
I I '
pancreas, figado, vias biliares e grande epiploo. Com isso i
. I . . . I .
ira modificar e piorar o quadro clin1co.~
ll.2 Perfurasão aguda. A úlcera péptica perfurada em pe
ritõnio livre é responsável por 8% das emergências abdominais
que requerem laparotomia de urgência. Incide em 6 a 11% dos '
ulcerosos. A perfuração por úlcera duodenal, no homem, é mais
comum que a gástrica em 8:1. A maioria das úlceras duodenais'
que perfuram, se localizam na face anterior do bulbo duodenaL
Já
a perfuração das úlceras gástricas, em 60% se localizamna
pequena curvatura e o restante na parede anterior, posterior'
:U
e regiao pilórica. Com a perfuração aguda da úlcera péptica '
em peritõnio livre, o quadro clínico se altera; ocorre uma db
dor que se inicia brmscamente, de grande intensidade, tipo '
punhalada. Inicialmente o paciente refere que se iniciou no '
abdöme superior, após se irradiou para o flanco e fossa ilía-
ca direita e depois se generalizou por todo o abdome. O paci-
ente permanece imóvel no leito, em decúbito dorsal, com fáci-
es de sofrimento, respiração curta, pulso fino e rápido, Pa '
baixa, palidez e suores profusos. Com o tempo o quadro melho-
ra, mas persiste a dor forte e contínua; o abdome é em tábua,
o Sinal de Blumberg é positivo em qualquer ponto da parede '
abdominal; ruídos intestinais são ausentes. Com o passar do '
tempo surge pneumoperitôneo, distensão abdominal e o abdome
é observado como uma distensão intestinal. Pode evoluir para' nu
taquicardia, hipovolemia e hipotensao. Ê importante solicitar
radiografia simples de abdome e de tórax. (pneumoperitôneo).
ll.3 Benetragao em estruturas vizinhas. Muitas das UGD
que'se estendem além da mucosa, nunca chegam a perfurar em pe
ritoneo livre; elas penetram em orgãos adjacentes como o pân-
creas, o ligamento gastro-hepático, as vias biliares, o fíga-
do, o grande epiploon, o mesocólon, o cólon e a parede abdo-'
minal. A penetraçao da ulcera em orgaos vizinhos está presenê
te em 20 a 30% dos casos operados. Logo, o diagnóstico aqui '
se baseia que a dor perde com o tempo a sua periodicidade e o
ritmo; š permanente, não cede com antiácidos ou alimentos e '
os vômitos surgem com frequência. Complicam com hemorragia '
digestiva, pancreatite, anemia e perda de peso. O diagnóstico ë feito durante 0 ato cirúrgico.
ll.4 Hemorragia. Se observa sangue oculto nas fezes, e,
quando for de grande intensidade ocorre hematëmese e melena.
A
UG
sangra mais que a UD. O sangramento tem maior tendência' a ocorrer no primeiro ano de evoluçao da doença. A hemorragia ë mais frequente nas úlceras duodenais pós-bulbares.11.5 Çbstrução_pilorica. Ê a resistência oferecida pela
região antropilorodaodenal ao livre transito gastroduodenal.'
(porém a obstrução quase nunca ocorre ao nível do canal pilo-
rico). Incide em 5% dos ulcerosos. A UD É a que mais causa '
no
obstruçao, e decorre de estenose cicatricial, espasmo e
edenà
Ocorre após os 50 anos. Esta obstrução pode ser parcial ou to
tal; o quadro clínico se altera, sendo de estase gástrica, '
com vômitos frequentes e se prolongados causam alcalose meta- bölica, perda da característica da dor; no exame físico se ob
serva peristaltismo visível e a presença de vasculejo gástrie
co mais de 4 horas apds a alimentação. No exame radiolõgico ' ›v
000rIe retenção de contraste de mais de 50% após 4 horas e o
estômago se encontra dilatado e atõnico.
11.6 Cancerizagäo. Seu mecanismo é discutido. Há autora
res que consideram a úlcera como estados pré-cancerosos, prin
cipalmente a úlcera gástrica. Os dois fatôres que se discutem
são os seguintes: a) O achado frequente de pequenos carcinoma
as ulcerados, b) A presença de fossetas e glândulas atípicas
nas
bordas das úlceras crônicas.giàonósmíco nlrsazrgçgâiz
~ ~
Ê baseado na úlcera nao complicada e nas complicaçoes.
12,1 Úlcerajião complicada - Deve ser diferenciada do'
Câncer gástrico, da Colecistite crônica calculosa e da hérn-
ia de hiato esofagiano.
12.2 Qlceras complicadas. Ocorre nos casos de perfura-
çao, estenose e hemorragia. Nos casos de UGD perfurada, o dia
gnõstico diferencial é feito com perfuração de outras víscer-
as õcas, colecistite aguda, apendioite aguda, pancreatite agu
da, trombose mesenterica e obstrução intestinal. Nos casos de
obstrução pilórica, e feito através do câncer gástrico, que '
provoca obstruçao ou estenose no piloro e a acalásia do pilo-
ro também faz diagnóstico diferencial. Já os casos de hemorra
gia, as causas são inumeras, pois entram todas as patologias'
que causam hematëmese e melenaê
TRAQAEENTO QLINICO:
13.1 Considerações. A indicação da terapêutica medica-'
mentosa ou cirúrgica deve surgir da harmonia dos pontos de '
vista do clínico e do cirurgião.
13.2 Repouso: Em casos espediais.
13.3 Psicoterapia.Bom relacionamento médico e paciente.
13.4 Dieta. Tem valor importante, já que certos alimen-
vv
tos alteram a secreçao gástrica, sejam aumentando ou protegem
ÕOQ
13 . 5 Ant ia cl'd o s. O seu emprego é baseado da seguinte ma
. '
I I . ^ . .
neira: a) A ulcera peptica nunca ocorre na ausencia de acidez
gástrica; b) a atividade péptica do suco gástrico diminui com a redução da acidez; c) a produção experimental de úlcera é '
ínibida pelos antiácidos; d) as operações que reduzem a acidez
geralmente curam a úlcera; e) o alivio da dor segue-se imedia
temente a ingestão de antiácido; f) os antiácidos reduzem o '
tempd de cicatrização da úlcera pépticas Observação: O ideal,
é que o antiácido mantivesse a acidez gástrica com Ph acima '
de 3 ou 3,5 durante as 24 horas do dia; com isso ele favorece
ria a cicatrização da ulcera. mas na prática isto é impraticá
vel, pois se durante o dia fösse possível, já de noite não 0
á
1
0-
Sabe-se que a ação do antiácido no estômago não ultrapassa 40
minutos, devido ao esvaziamento gástrico. Logo, teria de se '
administrar antiácido a cada 40 minutos, o que seria impossí-
vel. Os antiácidos mais usados são o bicarbonato de sódio, o'
hidróxido de aluminio, o hidróxido de magnésio, o carbonato '
de magnésio e outros. A sua eficácea se relaciona com a capa- cidade de neutralizar 0 HCl, do tipo e da quantidade de antié
cido, da massa de células parietais, do esvaziamento gástrico
e da resposta secretora ao estímulo alimentar. Os efeitos co~
laterais e as complicações ao uso de antiácidos sãol altera-'
ções do funcionamento intestinal, constipação, diarréia, hi-'
percalcemia e sindrome do leite alcalino.
13.6 Anticolinérgicos. A sua principal ação é antagoni-
zar os efeitos da acetilcolina sobre a motilidade e a secre-' ção dos orgãos digestivos. Has o fundamental no tratamento da
úlcera gastroduoden Ez (Us Í. diminuir atsecreção de HCl, e com Ã'
isso diminuir a acidez gástrica; b) diminuir a motilidade gás
trica, e com isso aumentar o tempo de esvaziamento do estôma-
go, favorecendo uma maior permanência de alimentos e antiácia
dos, prolongando o tempo de neutralização do acido clorídrico;
c) elevar o
pH
do conteúdo gástrico a niveis que inibam a ati vidads peptica, facilitando_assim a cicatrização da lesão. Ostipos de anticolinérgicos mais usados são os naturais, como a
tintura de beladona e alcalóides da beladona planta; a Atropa
belladona (atropina); os derivados sintéticos, como são ináme
ros, não são citados. As principais contra-indicações ao uso'
dos anticolinérgicos são a esofagite de refluxo (os anticoli-
nérgicos relaxam o tônus do E.I.E., diminuem a motilidade eso
fageana e aumentam o refluxo gastroesofágico); causam esteno-
se pilõrica (prolongam o esvaziamento gástrico); após hemorra
gia digestiva (causam taquicardia, confundindo o quadro clíni
co da hemorragia); glaucoma (aumentam a tensão intracelular);
e causam hipertrofia prostática, pois diminuem a capacidade '
de esvaziamento da bexiga. Os efeitos colaterais mais
comns'
são a xerostomia, impotencia e disuria. Raramente ocorre atro
pinismo, por exagero na sensibilidade â droga. 0 uso de antie
.
colinárgico deve ser individualizado para cada paciente, pois
as doses farmacêuticas são inferiores as doses terapêuticas. 13.7 Sedativos. Usados sómente em casos especiais.
13.8 Blogueadores dos receptores HQ da nistamina. A his
tamina pertence ao grupo dos antacôides, sendo que a se rotonina, a bradicin£na.e as prostaglandinas também pertencem
Os principais efeitos da histamina são: a) contração dos mús-
culos lisos, principalmente dos bronquios e intestinos; b) pa
rticipação no choque anafilático e fenômenos alérgicos; c) pa
rticipação no estímulo da secreção gástrica. A primeira subs-
tância anti-histemíniea âescou-zz~1,â foi e tizwx11ez1i-âieti1a-
mina, por Bovet e Staub em 1937. Mais tarde propiciou o isola
mento do maleato de pirilamina, que á
um
dos antihistamínicosmais eficazes. Surgiram outros, mas nenhum neutralizava os e-
feitos da histamina sâbre a secreção gástrica de acido. Em '
1966, Asch e Schild descobrem
um
tipo de receptor dahistama
na
na menbrana das células da musculatura lisa; foram chama-'dos de Receptores Hi. Mas foi em 1972, que Black e col., des-
cobriram fármacos capazes de bloquear os efeitos da histamina
sôbre a secreção ácida do estômago. Eram descobertos os anta-
gonistas dos receptores da histamina, localizados nas células
parietais da mucosa gástrica e foram denominados de Receptor
Há. Pela ordem foram descobertos a Burinamida, a Metiamida e'
finalmente a oimezidina. A ação fundamental da oimetíaâna é '
agir na secreção gástrica, ocupando o lugar da histamina nos'
receptores H2 das células parietais da mucosa gástrica,
exer-~
cendo,uma açao competitiva e reversível. Os principais efeit-
os colaterais ao seu uso é a cefaléia, 0 cansaço, a tonteira,
a diarréia, a dor muscular, a erupção cutânea e a constipa- '
ção intestinal. Tambem foram descritos casos de ginecomastia'
. I. . . \ . 0 .
com galacnorreia, aumento de creatinina e acido urico e anor-
malidades da funçáo hepática.
á
'
13.9 Carbenoxolona. Age por ação tópica, reduzindo a ' ~
descamaçao epitelial e aumentando o conteudo mucoso das célu
las gástricas. Porem, as manifestações colaterais, como
ede-~
ma
e hipertensao, limitam o seu uso.13.10 Prostaglandinas. Atuam reduzindo a secreção basa
sal de acido e a estimulada pela histamina, e também possui'
efeito citoprotetor da mucosa gástrica.
13,11 Êormônioswgastrointestinais. A secretina atua at
raves da estimulação do bicarbonato pancreático, alcalinizan
do o bulbo duodenal e também inibindo a secreção ècida do es
A urcgastrona se encontra ainda em testes. Existem '
C9' O)
Ê
UnO0-..
l
outros, como o peptídeo inibidor da secreçao gástrica (GIP)
e o peptídeo intestinal vasoativo QVIP); porem nenhum deles
foi testado na ulcera peptica.
_~. 13.12 Congelamento gástrico. Produz hipossecreção'gáss
trica atraves da destruição das glândulas gástricas pelo con
gelamento. Foi aboandonado por causar perfuraçao do estômago
§ R L
13.13 Irradiaçao do estomago. Ainda se encontra em tes
tes controlados. Levava a recorrências.
13.14 Outros. Estrogenos, Inibidores da pepsina, Far-'
nesil-acetato de geralina, proglumide, sulpiride, sulfogli-L
copeptideo, metoclopramida, sais de bismuto, sucralfate e os
antidepressivos como a pirenzepina e a trimipramina.
TRATAMENTO Çimfaclcgz
A cirurgia é indicada nos câccc ac
imracabiliâaâc
clínica e'das complicações, como as hemorragias, as obstruções'
e as perfurações. Também é indicada nos casos de recidivas '
de úlcera, ulcera gástrica associada a ulcera duodenal ativa ou cicatrizada, mas com duodeno fibrosado; na úlcera pré-pi; lorica, nas ulceras muito grandes e úlceras multiplas. Tam-'
bem entra em discussão os paaientes com total incapacidade '
Q
entes portadores de úlcera duodenal necessitam de terapeuti-
ca cirúrgica. Importante também, são as características da '
própria úlcera pšptica do estômago, como recidiva, possibili
tando que a lesão pode se malignizar; logo, tudo isto favore ce em 20 a 60% a indicação cirúrgica.
14.1 Indicações cirúrgicas e tipos de operações na dl-
cera gástrica: A escolha depende do tipo de úlcera. Os méto-
"' . '
1
dos são os mesmos, e as operaçoes consistem em gastrectomia
parcial distal e vagotomia associada à antrectomia.
l4.l.l Qastrectomia parcial distal. Se realiza uma gas
trectomia distal de 50%, com remoção da úlcera e reconstitui
ção do trânsito ã Billroth I, ou seja, anastomose gastrojeju
nal. Tem grande indicação nas úlceras tipo 1 de Johnson. Se'
remove o antro, elimina-se a estase, diminui a sensibilidade
1:
das celulas parietaís aos estímulos, reduz a secreção de â-'
.¬ r. . 1 r.' r .
cido cloridrico em 80% e se mantem um reservatorio gastrico'
.
I.
¡ ~ ~
I.
satisfatorio. as amplas ressecçoes sao desnecessarias, sendo
que ultimamente a tendência é ressecar apenas o antro. É a '
operação de escolha para a úlcera gástrica.
\
Nas ulceras altas do segmento proximal da pequena curvatura,
t Ê\
se faz ressecção em goteira, segundo a técnica de Pauchet; '
após se faz reconstrução à Billroth I.
n
\
f
/S
\\ al4.l.2 Yagotomia e antreotomia. Indicada nas úlceras tipo
II e III de Johnson. Também É indicada nas ilceras pré-pilôri-'
cas, pilõricas e dlcera gástrica associada à Ulcera duodenal. '
Se o duodeno está normal ou pouco alterado, se faz anastomose 5
gastroduodenal, tipo Billroth I. Já nos casos em que o duodeno'
5 muito deformado, se realiza a técnica Billroth II.
l4.l.3 yagotomia superseletiva. Tem maior indicação na ul cera duodenal, mas pode ser feita na ulcera péptica do estômago tipos II e III de Jonhson, desde que a lesão seja benigna. Por-
I na
em
os resultados sao melhores com a gastrectomia parcial distalâ 51111-«mz I. -
l4.l.4 Qperações menores. São operações indicadas nos ses
~
guintes casos: a) impraticabilidade de remoçao de úlcera locali
zada perto da cárdia, onde a gastrectomia proximal pode
compro-~
meter o mecanismo da junçao esofagogástrica, b) nos doentes ido
sos e debilitados , c) nos pacientes com ulcera gástrica henorr
agica, submetidos â operação de emergencia, omde a mortalidade'
é grande. às operações menores são:
~
1) Bessecçao em cunha: \
U`› I
¿_`
2) Bessecção em cunha associada a vag› tomia e piloroplastía:
`
ú \
3) Ressecçäo em cunha associada a vagotomia e gastrojejunostomia
\
I ë ,`/
I
0
4) Vagotomia e pilor lastia:
'
c
14,2_ šndigaçëes cirúrgicas g tipos de operações na ül-
ci era duodenal. ' A cirurgia para a úlcera duodenal evoluiu mui-
~ . . . I
to durante os anos; atualmente sao 4 os principais metodos
pa
ra se tratar a filcera duodenal:l4.2.l Qastrectomia sub-totaI. Consiste naressecção de'
2/3 ou 3/4 distais do estômago; após se realiza anastomose en
tre o estômago e o duodeno, atraves de Billroth I ou ao jejua
no, seja Bilroth II. Com isso se remove o antro, que é a prin
cipal fonte de gastrina e também se reduz em 65% a secreção '
ácida, por retirar a metade da massa de células parietais do'
estômago. Entre os métodos BI e BII, é preferível a BII, pois
I . - ^ . \ . I . I
e menor a incidencia de ulcera recurrente, pois os niveis pos
prandiais de gastrina no sangue são mais altos após a BI.
/É ~
/1//Ã
'
l4.2.2 yagotomia trono ar (ou seletiva) e antrectomia:
A interrupção completa da inervação vagal do estÔmago,'
reduz a secreção ácida porque elimina a fase vagal de secre-'
"' I . . . . .
çao gastrica, diminui a sensibilidade das células parietais '
aos estímulos da secreção gástrica e abole a liberação de gas
trina resultante do estímulo vagal. A vagotomia troncular, co
nsiste na ressecção de 4 a 6 cm de cada tronco vagal ou de se
us ramos, ao nivel do esôfago distal. Os efeitos indesejáveis
~ ~ ~
sao a desnervaçao nao só do estômago, mas também das vias_äi¢
liares, pâncreas e intestino, até a parte media do cólon tran
sverso. Pode levar a hinotonia * ou a estasz “' gástrica äiarréia
1
~ . . I , _
_ _
e alteraçoes fisiologicas das vias biliares
u
_
A vagotomia seletiva consiste na secçao dos ramos vagais desti-
nados ao estômago, preservando os ramos hepáticos do vago ante-
rior e o ramo celiaco do vago posterior. Porém este método não'
levou vantagem sobre a vagotomia tronculat. A a '
con-' ntrectomia
siste na ressecção do antro, ou seja, de 30 a 40% distais do es
tõmago. Ê associada à vagotomia troncular ou seletiva.
l4.2.3 Vagotomia e drenagem. Usadas para evitar a`estase '
gástrica que é resultante da vagotomia troncular, e, se fazem '
uso das seguintes operações de drenagem: gastrojejunostomia, pi-
loroplastia e a gastroduodenostomia ou operação de Jaboulay. A '
piloroplastia, idealizada por Heinecke e Mikulicz e também por '
variações tecnicas como as de Weinberg, Finney e outros, é o mé-
todo de escolha. As vantagens são a simplicidade técnica, o mens
or traumatismo cirurgico, a baixa mortalidade, e ela é ainda re- versível, ou seja, pode ser desfeita se ocorrer redidiva de ülce
ra ou outro problema p¿s~operat6rio. A sua desvantagem é a reco-
rrência de filcera, que ocorre em 10%.
l4.2.4 Qastroíejunostomia. Gcasionalmente 6 efetuada.isola
U) Os I . .
damente no tratamento da ulcera duodenal. e indicada quando o
IU `
. I fi I '
cirurgião é forçado a fazer o minimo possivel, devido as precari
4 ~
as condiçoes do paciente, como ocorre por uma obstruçao duodenal
por úlcera péptica em doente idoso, cardiopata, insuficiente pul
monar, desnutrido e com mau cirúrgico. Neste caso, o principal '
objetivo seria o alivio da obstrução. A gastrcduodenostomia faci
_ _ _ \ _
y \ .
lita a cicatrizaçao da ulcera porque desvia a secreçao acida do'
duodeno e neutraliza a acidez pelo refluxo de secreções alcali
nas biliar e pancreática, através da bôca anastomótica. Entre-
tanto, na ausência da vagotomia associada, a alcalinização do'
antro estimula a liberação de gastrina e com isso aumenta a at
ividade secretora do estômago. As desvantagens desta cirurgia' isolada são as ulceras de zbôca anastomótica, que ocorre em '
25% dos pacientes operados e os vômitos biliosos que ocorre em
los.
l4.2.5 Vagotomia superseletiva. Ê a cirurgia de escolha' para a úlcera duodenal crônica e clinicamente intratável. Con-
siste em desnervar seletivamente a area das células parietais'
do estômago, deixando intacta a inervação do antro e do pilora
Com isso, se reduz a acidez gástrica, preserva a ação de bomba
do antro e mantem a integridade do mecanismo esfincteriano do'
piloro. O esvaziamento gástrico permanece bom, não sendo nece-
ssário associar ressecção gástrica ou operação de drenagem. Na sua técnica se seccionam os ramos vagais do fundo e do corpo '
do estômago ao longo da pequena curvatura, desde o estômago ao
longo da pequena curvatura, desde o esôfago distal até a incie av
sura an 8 ularis. A inerva ao va al â do antro e do iloro ermane _
se integra. As complicações são praticamente nulas.
gomrticâçõas Paacoors Do maàrâmanmo claüaeicoz
.U1m
15.1 fiímorragia na linha de sutura intraluminal. Resulta
por hemostasia operatôria inadequada dos vasos da parede gástw
rica,'ou mais raramente intestinal. Clinicamente ocorre por es
coamento de sangue vivo, não digerido, pela sonda nasogástrica ou por vômitos de sangue, que geralmente ocorrem nas primeiras 24 a 48 horas pôs-operatôrias. Nos casos graves ocorre palidez
taquicardia e choque. O tratamento é com lavagem gástrica com
^ . . V . ,¬ ~
soro fisiologico gelado pela oNG, transfusoes de sangue. Se 0
quadro persistir, se reopera.
15.2 Qbstrução de bâca anastomótica. Também chamada de'
~
retençao gástrica prolongada. Ocorre mais na alça aferente, '
apds gastrectomia a Bilroth II e â nível de bšca anastomõtica
em gastrectomia â Billroth II. As principais causas são a ato
nia gástrica, o edema, o hematoma, a peritonite perianastomó-
tica, a bôca anastomôtica pequena, a inversão excessiva de te
cido na anastomose, compressão pelo mesocdlon ou epliploon '
gastrocõlico, a herniaçao de alça eferente sob a alça aferen_
te e a pancreatite. Ocorrem em 6%. Mas a obstrução maior é '
quando se realiza vagotomia troncular ou seletiva e gastro3e-
junostomia, em paciente portador de estenose pilórica com di-
latação gástrica acentuada. Clinicamente ocorre drenagem volu
mosa de líquido pela SNG depois do 29 ou 39 dia pós-operatórá
rio, e náusea, vômito, plenitude gástrica e dor. O tratamento
É baseado em aspiração por SNG, reposição do equilíbrio H.E.'
e AC»B3, transfusão de sangue, albumina humana e vitaminas. '
Se persfstir apds duas semanas, se reopera..
15.3 Qeiscencia de côto duodenal. É a mais comum causa
de morte apás gastrectomia à Billroth II. Incide em 1 a 4% '
dos operados. As principais causas são as suturas técnicamen
te incorretas, o pinçamento traumatizante da parede duodenaL
as mobilizaçães e desvascularizações excessivas do duodeno,'
a inflamação da parede duodenal e dos tecidos adjacentes, cb
com edema e exsudação e hipertensão intraluminal por obstru-
ção da alça aferente ao nivel da anastomcse gastrojejunal. '
As manifestaçães clínicas ocorrem entre o 49 e o 79 dia, com
dor sfibita e intensa no epigastrio ou hipocõndrio direito, '
dor, febre, sinais de peritonite, drenagem de líquidoucorado
de bile e pode ocorrer ictericia pela absmrção de bile pelo'
peritönio. O tratamento é com drenagem cirúrgica imediata, e
aspiração continua local, aspiração por SNG, contrôle metabé
lico e antibioticoterapia. Nessa fase e desaconselhável tenà
15.4 Pancreatíte aguda. Causa 1 a 2% de mortalidade ap- Õs gastrectomia. As principais causas são o traumatismo do pa
rênquima hepático, lesão de vasos sanguíneos da glândula, es-
pasmo esfincteriano, obstrução de alça aferente e lesão direa
ta dos canais pancreáticos. Geralmente se instala nas primei-
ras 24 ou 48 horas pós-operatorias. A gastrectomia por ulcera
duodenal ocupa o segundo lugar entre as operações que causam'
pancreatite aguda pos-operatória, perdendo apenas por interve
~
nçoes sobre as vias biliares.
15.5 Disfagia. Ocorre em l a 7% após vagotomia. Resulta
por
desnervação do esôfago distal, e, geralmente esta disfagiaš transitória.
«D oz tám m FJ
2
e C)gometlcà _, TARDIAS Dojpdgçg ççoiminelcoçz
16.1 Sindrome de Dumping. Geralmente ocorre em cirurgias
que eliminam a capacidade do estômago em regular seu esvazia-'
mento, tais como gastrogejunostomia, piloroplastia e ressecçõe
es gástricas. Ocorre em 13 a 46%. Ê constante em gastrectomia' total. As principais causas säo: distenção do estômago, passaa
gem
rápida de alimentos hipertônicos para o jejuno atraindo láquido para a luz, redução do volume sanguíneo circulante, hi-'
perglicemia, liberação de serotonina e bradicinina pelas célu-
las argentafins do intestino. Os sintomas ocorrem durante ou '
logo após as refeições; o paciente refere desconforto no epi-'
gastrio, náusea, sudorese, taquicardia, palpitações, desejo de
deitar-se, tonteira, síncope, vômitos e diarréia. Melhora com' -v
a posiçao de decúbito. O tratamento clinico é feito através de
medidas dieteticas e as vêzes drogas anticolinérgicas. O trata
mento cirúrgico consiste em transformar uma BII em uma BI; con
struçab de neobolsa com alças intestinais, para aumentar o re» -u
servatõrio gástrico, e colocaçao de segmento jejunal antiperis
taltico entre o cõto gástrico e o duodeno, com a finalidade de
retardar o esvaziamento do estômago, se associando nesta últi-
. . \¬ ¬^
I.
ma
vagotomia, para evitar uicera de coca anastomotlca.16.2 Êlcera peptica recorrente. Tambem chamada de ulcera
recorrente pós-operatória, marginal, gastrojejunal ou de bôca.
Se refere à recidiva da uloeração após tratamento cirúrgico. '
Atinge 30% após gastrojejunostomia. Entre as principais causas estão a hiperacidez consequente a ressecšo gástrica insuficien
te, vagotomia incompleta ou incorreta, antro residual, drena~'
gem
inadequada associada ã vagotomia troncular ou seletiva e 'gastrinoma. Clinicamente o paciente sente uma recidiva dos sin tomas da ulcera; a dor e mais intensa, continua, com periodos' de exacerbaçóes, de localização variável e resistente ao trata
mento clinico. Ocorre hemorragias em 20 a 56% dos casos. Perda
de peso. Ocorre também elevada secreção basal de HC1 e após te
ste com histalog. O tratamento cirúrgico e o idela, onde incl~
ui vagotomia, ressecção gástrica ou combinação dos dois.
16.3 Fistula gastrojeiunocólica. Besulta de perfuração d
de ulcera gastrojejunal no cólon transverso, estabelecendo com
unicaçšo entre o estômago, jejuno e cólon. Clinicamente ocorre
dor sugestiva de recidiva de úlcera, diarréia com fezes aquosa contendo alimentos não digeridos, eructaçóes fétidas, halitose
fecal, vómitos fecalóides e emagrecimento. O tratamento e cirá
. ^ . .
.
rgico, onde se ressecam os segmentos do estomago, do Jeguno e
do cólon transverso, e restabelecem-se os transitos gastrointe
stinal e cólico. '
16.4 Gastrite alcalina de refluxo. Também chamada de gas trite biliar. Ocorre depois de operaçoes que abolem o mecanisfi
mo esfincteriano pilórico, possibilitando excessivo refluxo de
liquido duodenal para o estômago ou o coto gástrico. Incide ma
is após gastrectomia à Billroth II ou gastrojejunostomia. O me
canismo básico š o refluxo do liquido duodenal, com ácidos bil
mr $\>~ U)
iares lesando a mucosa ~ trica. A sintomatologia compreende '
queimação, dor epigástrica continua e persistente, não aliviaë
da pelos antiácidos, vômitos biliosos e perda de pêso. O trata
~
l) interposiçao de segmento jejunal de lO a 12 cm de compri-' mento, isoperistáltico, entre o côto gástrico e o duodeno. '
2) estabelecer o trânsito gastrointestinal através de alça '
jejunal excluída em.Y de Roux, de 40 cm de comprimento. Logo
visam eliminar o refluxo dos sucos duodenais para o estômago.
16.5 Síndrome_de alça aferente. Ocorre após gastrectomâ
ia à Billroth II, ou gastrojejunostomia sem ressecção gastrifi
ca. Resdlta de obstrução do jejuno, devido a angulação ao ní- vel da gastrojejunostomia. Ocorre obstrução parcial da alça ?
aferente durante a refeição, onde os alimentos passam depreaê
ssa para a alça aferente. A liberação de secretina, colecisto nú
cinina e pancreozimina estimula a secreçao biliar e pancreáti
ca, que rapidamente se acumulam e distendem o duodeno e a alg
_ I ` ~
ca Y aferente obstruida. Quando a ressao vence o obstáculo, ha
inundação do estômago pelo líquido acumulado e vômito. Os sin
.-~
sao 0 desoonfôrto e dor no epigástrio, vômitos biliosos
(+-
2
É
(D
volumosos pôs-prandiais, tipo em projétil, sem conter alimen-
tos, logo apos as refeições. O tratamento visa abolir a obs-'
trução e com isso evitar acúmulo de secreção e distenção da '
~
alça aferente. Os métodos mais usados sao: 1) anastomose entr
re as alças aferente e eferente, pela tecnica de Brown, 2) ou a transformação de BII em BI, 3) ou a gastrojejunostomia com'
alça excluída de Y de Roux. Nesses métodos se associa vagotcw
mia.
16.6 Diarréia. Surge apos vagotomia troncular ou seleti
ou
va. Ocorre alteraçao do esvaziamento gástrico, colonização an
ormal da flora bacteriana no jejuno, inclusive anaerôbios; “fl
~
teraçoes estruturais da mucosa intestinal, deficiente produç- ão de lactose pelo intestino; alteração da função vesicular e
I
insuficiência pancreática exôcrina. No quadro clínico ocorre'
.,. 1.
.I.
.l.
..i
¿.surtos ciarreicos, episodios de inicio imprevisivel, com lun-
cionamento Êormal nos intervalos. Ras formas graves , as evacu 1
urgen-.-
te de evacuar ou mesmo incontinência. Também ocorre emagreci~
mento e desnutrição. O tratamento é clin iCOo
16.7 Perda de peso. Ocorre muito nas gastrectomias subt
otais. Quanto maior a ressecção, maior a perda de peso.
16.8 Ánemia. Ocorre após gastrectomia parcial. Resuhta'
Q.:
(D P4) F'
de 'ciencia isolada ou associada de ferro, vitamina Bl2 e'
raramente de acido fólico. Clinicamente há anemia e pa1idez.'
O tratamento é clinico.
16.9 Qeficiencia de cálcio. Surge
aparecem a longo prazo. Ê devido a ingestão ou absorção
ífl *U O\ U) gastrectomias, e
Oz (D Pb |..J
.
:L
ciente de cálcio e baixa absorção de vitamina D. Pode surgir'
osteomalácea e osteoporose 7 a 14 anos apos a operação.
16 10
"
' ' `. Parece haver relaçäo entre vago-'
. nitiase biliar
tomia e aumento na incidência de litiase biliar. Após a vago-
tomia, a vesícula aumenta de volume, ocorrendo estase e com '
isso favoreceria a formação de cálculos. L11 U2 CF (D argumento é dis
¿_ . ~ . ¿_I
cutido, pois no homem.a contraçao vesicular depende de estimu lo hormonal, causado pela colecistocenina.
16.11 Fitobezoar. Ocorre por acúmulo de material fibroe
so no estômago ou no delgado, que é facilitado pela menor ca-
pacidade digestiva do suco gástrico e reduzida função tritura
dora do antro.
16.12 lnvaginacšo Jejunogastrica. Complicaçäo rara. l6.l3 Gastroileostomia inadvertida. Complicação rara. '
~
I
Consiste na execuçao de gastroileostomia em lugar da anasto-
. . - r ~ . l .
mose gastrogegunal. O tratamento e a correçao cirurgica.
l
XXX
naõ.
imônio
aoâoifo Lisboa ReisHospital Nossa Senhora dos Prazeres
Lages - Santa Catarina
Junho de 1982 '
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PENTEADO, Jo Fo & ROCHA , A. F. - Conceitos Atuais em Gas-
troenterologia, Rio de Janeiro Ed.
Ed. 19
, Guanabara Koogan S.Ae,
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I
co1›mNTÃRIos
Como foi descrito anteriormente, a ülcera péptica gastro-
duodenal e uma doença de causa desconhecida, e que a terapêuti-
ca em uso não é capaz de curar definitivamente a doença. Vários
são os mecanismos que levam a ruptura do equilibrio existente '
entre os agentes que agridem e os que defendem a mucosa gastro-
duodenal. A falta de um melhor conhecimento sôbre a sua etiolo-
gia, impede um tratamento mais eficaz. Atualmente existem medi-
das clínicas que aceleram a cicatrização, como é o caso dos blg
queadores dos receptores H2 da nistamina, no caso a Cimetidina. A anamnese bem feita, somando-se aos recursos laboratoriais, le
QJ H. H) H.
va o medico a não encontrar muitas culdades para chegar a '
seu diagnóstico. Talvez o que se encontra em maiores discussões
são as indicaçöes para o tratamento clínico ou cirúrgico. Outro
problema,é manter os esquemas de tratamento para os vários ti-'
pos de pacientes ulcerosos.
As indicações cirúrgicas são aplicadas principalmente nos
~
casos das complicaçoes e também nas falhas do tratamento clíni-
co. Entre os métodos propostos cirurgicamente para as úlceras '
gastricas, estão as gastrectomias parciais distais e vagotomia, e também a antrectomia. A escolha do método vai depender do ti-
po da lesão ulcerosa e de sua localização. Já nos casos de ulce ras duodenais, o que se faz atualmente e com bons resultados '
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operatorios e recidivas minimas, e'a vagotomia superseletiva.
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Ddo. Antônio Rodolfo Lisboa Reis
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L C O S A C E D O ~A C_ A muÉ
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APRBsEN'w;Â<>r12E .QA S0. ÇLÍNIÇQ
IDENTIFICAÇÃO: À.N.O., 38 anos, sexo masculino, branco, pro-
cedente de Lages, Santa Catarina.
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- Dor no estômago, dificuldade para se alimentar, vômi-
~ Ha mais ou menos 12 anos, refere o paciente, come-' çou a sentir uma dor no estômago, que apareceu insidiosamen~
te, relacionada com a ingestão de alimentos gordurosos e con
dimentados, e que piorava com o stress emocional; relata que ~
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e uma dor com sensaçao de queimor, localizada na regiao oo '
epigástrio, e que se irradia para o hemitórax esquerdo e às'
vêzes para a região lombar. Ê uma dor de intensidade moderaaf
da, chegando a ser forte quando ocorre os períodos de piora.
Evoluiu durante os ultimos anos com períodos de exacerbações
e remissëes, de carater rítmica. Procurou tratamento médico'
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e obteve melhora. Porem com o tempo a mesma aparecia e os '
sintomas pioravam. Neste período passou a apresentar náuse-'
as, sensação de peso no abdomen e mais tarde surgiram vëmis'
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tos. Refere certo grau de emagrecimento nos ultimos meses. '
Diz ser
um
paciente extremamente nervoso. Atualmente as suasqueixas Sšg as mesmas, Não refere hematemese e nem melena.
H. . . - Aoslõ anos de idade, começou a apresentar ataques '
H P F
epilépticos (tipo grande mal), sendo que atualmente vem fa-'
zendo uso de medicamentos. Refere que teve o ultimo episódio
na
mais ou menos l mês atrás. Refere doenças próprias da in~fãncia; foi acometido de doença venerea (cancro duro), vermi -›
~
nose na infância. Nega hipertensao arterial, tuberoulose¬e '
alergia à drogas e medicamentos. Atualmente faz uso de gar-'
denaí, D Q? â noite.
H.Fis. - Nasceu de parto normal, teve desenvolvimento neuro-
psicomotor normal. Aproveitamento escolar até o 59 ano. '
H.Fal. - Casado, esposa e 3 filhos com saúde, pai falecido '
de neoplasia gástrica há 8 anos atrás, mas viva e hiperten '
sa. ?rimo deficiente mental, internado e fazendo tratamento'
psiquiátrico.¬N§o refere antecedentes de diabete na familia,
e nem de outras doenças.
§¿§9g. - Mora em casa de material, com agua e luz própria; é
aposentado por sua doença neurológica; fuma cigarro de papel desde os l2 anos de idade, 1 maço por dia; bebia socialmente
até a um ano atrás, sendo que agora parou pelo tratamento '
das drogas anticonvulsivantes. Seu relacionamento com a fa-'
milia e parentes, apesar de sua doença crõnica é bom. Mas re
fere ser emotivo e nervoso.
bjM Ls fa I Estado geral bom, lácido
e orientado. mucosas'
__ Físico. ¬ _
discretamente descoradas. PA 100/80 mmHg; R 28; FR 18; FC 70
T 379€- Abdomeâ Abdome plano, sem presença de cicatrizes ou'
de massas abdominais, ausëndia de circulação colateral; na '
~ I ' ~
palpaçao superficial e doloroso na regiao do epigástrio, pa
rede de expessura normal, hidratada. Fígado palpável â mais'
ou menos 2 cm do ROD, na LHCD, de bordos fino e indolor. Ba-
ÇO ímPalPáV€l~ V8SÍCula impalpável. Na ausculta se observa '
presença de RHA. TÕrax:Expansibilidade normal, sem abaulamen
~
tos ou retraçoes, sem cicatrizes, FTV normal, MV suave e pre
sente bilateralmente, som claro e atimpânico. Tdrax normal.'
Qardiovascular: Bulhas cardíacas suaves, ritmo cardíaco regu lar. FC 70 bpm. Ictus invisivel. Pulsos arteriais palpáveis.
. ! . . _
Q§¿n¿r¿g: Nada a anotar. menbros inferiores: Sem edema. Nada
a anotar. ~
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_ ÊX de Esõfago, Estômago e QUOÕBHQ; m0§
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trando segmento de elasticidade diminuida, de contorno irre-
gular ao nivel da região pré-pilórica. Bulbo e arco duodenal
~ A I +
bem configurados. Esôf DJ Oi?O e relaçoes esofago-gas.ricas confi
scopia e Biopsia: Esöfago - mobilidade e pregas normais'
t-fi K3 Q,O
na junção esôfago-gástrica. Estômago - mucosa de aspecto nor
mal, pregas bem sistematizadas, sem erosoes ou ulceraçoes. '
Antro gástrico com mucosa hiperemiada e presença de ulcera-'
ção â nivel da pequena curvatura justa-pilórica. Presença de
~
outra ulceraçao pilšrica de rebordo direito, tipo A2 da cla- ssificação endoscopica. Ef] U) pasmo pil6rico,_porem com boa per-
meabilidade. Foram biopsiadas as lesões para estudo. Conclu-
são: Dupla lesão ulcerada de antropildrico. '
Uma dlcera Al de antro, para o lado da pequena curvatura. '
Observação: O material foi enviado para šrame anátomoipatolé
gigg, e o resultado foi o seguinte: Exame macroscópico - o '
espécime foi fixado em formalina e consiste de 6 fragmnetos'
irregulares, medindo cada um deles em tôrno de 0,2 x 0,2 x '
0,1 cm. Apresenta superficie externa de aspecto granuloso, '
acinzentado, de consistência firme. Foi submetido a exame '
hi U) ci- ico. Blocos: l com multiplos fragmentos. Exame micro
Ó 'Ízf' Wu UCI
scópico - Os cortes histologicos demonstraram fragmentos de'
KIT] U) çf'
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mucosa gástrica. revestidos por células cilíndricas ou
caliciformes, sem atipias nucleares. As glândulas gástricas'
estão revestidas por células cilíndricas e caliciformes, sem
atipias nucleares. No cdrion inter-glandular se observa in-'
filtrado de linfócitos e plasmõcitos. Um dos fragmentos é re
presentado por areas de necrose, tendo neutrófilos no meio.'
Não há sinais de malignidade. Diagnostico: Úlcera duodenal.'
ÊYQLUÇÃO E TRATAMENTO: O paciente foi encaminhado ao serviço
de Cirurgia Geral, onde foi feita avaliação operatdria, hi-'
dratado e e indicado cirurgia. šescrição da Operação: Pacien
te em decúbito dorsal. Anestesia geral. Assepsia com alcool'
. 'l¬ ."" , ,` ~
iodaoo na regiao a ser operada e proximidades. Colocaçao dos
campos operatörios. Incisšo mediana para retal interna, su~'
pra umbelical. Abertura por planos da cavidade abdominal. '
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~ . . , ~ A
:xploraçao da cavidade abdominal. Dissecçao do esofago distal.
Identificação e dissecção dos troncos vagais, anterior e poste
/ N _
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rior. Vagotomia troncular. Fixaçao por pontos nos pilares do '
diafragma. Piloroplastia. (na abertura do piloro, se observouf .z
a presença de duas ülceras - "KISSING ULCER" - localizadas na'
.
regiao pre-pilorica). A sutura na cirurgia de drenagem, foi '
usado fio mersilene OOO. Lavagem da cavidade abdominalficom SF.
Fechamento da cavidade abdominal por planos. Fechamento do pe-
ritônio em sutura continua, com fio categute cromado O; aproxi
mação do tecido muscular com fio de seda OOO, com pontos sepa-
rados; sutura da aponevrose com fio de seda O, com pontos sepa
rados; aproximação do tecido adiposo com fio vicril OO e sutu-
ra da pele com fio mononylon 0000, contínua, subcutãnea. Cura-
tivo seco. ° lu - r X J ^ i _
Ddo. Antonio Rodolfo Lisboa Reis
Hospital Nossa Senhora dos Prazeres Lages - Santa Catarina
Junho de 1982 ^ ' Í C: ( . l
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Hospital! Gatil .- ternidade reza Rawrs
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TCC UFSC CC 0044 Ex.l N~Ch2m- TCC UFSC CC 0044 Autor: Reis, Antônio Rodo
Título: Úlcera péptipa grastoduodenal.
972812927 AC. 252880