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Academic year: 2021

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(1)

Custo Brasil 2002-2012

(2)

Objetivo

Este trabalho é a atualização, baseada em dados de 2012*, do “Custo Brasil” já medido

pela ABIMAQ em março de 2010.

Ele quantifica o diferencial de custo para se produzir no Brasil, quando comparado com a

produção dos mesmos bens aqui,

e nos Estados Unidos e/ou Alemanha, usados como referência.

O detalhamento destes custos se limita a oito itens, que foram aqueles passíveis de

quantificação, e seu efeito é expresso em pontos percentuais da RLV - receita líquida de

vendas.

Estes oito itens estão longe de esgotar a lista dos tópicos que impactam negativamente a

competitividade da indústria brasileira de transformação que é muito mais ampla.

O resultado apresentado neste estudo deve ser entendido, portanto, como um piso para

o verdadeiro valor do “Custo Brasil” e, apesar de focar o setor fabricante de bens de

capital, seu resultado é basicamente o mesmo para o grosso da indústria de

transformação brasileira.

(3)

Custo Brasil

COMPONENTES MENSURADOS NO CUSTO BRASIL *

1

Impostos não recuperáveis na cadeia produtiva

2

Encargos sociais e trabalhistas

3

Logística

4

Impacto dos juros sobre o capital de giro

5

Burocracia e custos de regulamentação

6

Custos dos investimentos

7

Custo de insumos básicos

Custos de energia

8

(4)

Custo Brasil: Resumo

Fonte: IBGE, BCB, ILOS,FED de St. Luis, Banco Mundial, BNDES, ABIMAQ, Macrodados. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

Estes são os oito itens que compõe o presente estudo que são apresentados na ordem decrescente de seu impacto, sempre em p.p. - pontos percentuais da RLV – Receita líquida de vendas.

Em 2012 o “custo Brasil”, ou seja, o custo adicional para se produzir no Brasil, comparado com a Alemanha e/ou Estados Unidos, foi de 37 p.p. da RLV acima do custo de nossos concorrentes usados como referência.

Custo Brasil 2012 = 37,0 p.p. da RLV

Ano base

2012

Custo Brasil - ∆ entre Brasil e EUA/Alemanha

37,0

1 Custos dos insumos

20,5

2 Impacto dos juros sob o capital de giro

6,5

3 Impostos não recuperáveis na cadeia produtiva

4,7*

4 Logística

3,2

5 Encargos sociais e trabalhistas

1,0*

6 Burocracia e custos de regulamentação

0,5

7 Custos dos investimentos

0,4

8 Custos de energia

0,2

(5)

Estrutura da Receita Líquida de Vendas

Fonte: PIA/IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

A indústria brasileira de bens de capital tem uma estrutura muito assemelhada à da Alemanha e dos Estados Unidos nos itens básicos do seu custo, ou seja, no peso dos insumos e da mão de obra sobre a RLV.

Isto significa que as empresas brasileiras tem, relativamente, pouca margem para melhor significativamente sua competitividade via ganho de produtividade, dependendo fortemente, para tanto, de ganhos sistêmicos.

Descrição

2008

2010

RBV - Receita bruta de vendas

121,8

121,8

Deduções

21,8

21,8

( = ) RLV - Receita líquida de vendas

100,0

100,0

(+ ) Insumos

56,2

53,2

( + ) Gastos de pessoal

19,6

22,1

Salários 13,0 14,7

Encargos 4,1 4,7

Outros benefícios 2,5 2,7

( + ) Outros custos e despesas

19,8

19,0

( + ) Receitas financeiras

1,9

2,0

( - ) Despesas financeiras

3,5

3,6

Resultado bruto

2,8

4,1

IRPJ

0,7

1,0

CSLL

0,3

0,4

Resultado Líquido

1,9

2,7

(6)

1 - Custo de insumos

Fonte: IBGE e DCEE/ABIMAQ. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

Para avaliar as diferenças no custo dos insumos básicos levou-se em consideração que estes pesam, em média, 53,2% na receita líquida e podem ser agrupados em famílias de produtos.

O diferencial de preço entre Brasil e países selecionados (Estados Unidos, Alemanha, Japão, Itália) destas famílias foi obtido comparando o custo de compra dos mesmos insumos pela mesma empresa, nos dois países, utilizando o câmbio médio do segundo semestre de 2012 (R$/US$ 2,043).

Insumos básicos = 20,46 p.p. da RLV

Pesquisa de custos dos insumos básicos

Preços praticados no 2º semestre de 2012

Família de insumos Peso no total dos insumos Peso na receita líquida* Razão (BR) ÷ (EU-EUA) Diferencial do impacto em p.p. da RLV TOTAL 100,0 53,2 - 20,46 A) Estruturais 21,30 11,33 1,33 3,79 B) Sub-sistemas mecânicos 19,80 10,53 1,42 4,42 C) Sub-sistemas hidráulicos e pneumáticos 16,50 8,78 1,41 3,64 D) Sub-sistemas elétricos 15,20 8,09 1,24 1,94 E) Sub-sistemas eletrônicos 12,30 6,54 1,47 3,10 F) Diversos 8,40 4,47 1,40 1,80 G) Materiais auxiliares de fabricação 6,50 3,46 1,51 1,76

Amostra: 15 empresas (Festo Brasil Ltda, Prensas Schuler, Stihl Ferramentas Motorizadas Ltda, Wobben Windpower, IMPSA,

Bitzer Compressores Ltda, Heller Máquinas Operatrizes Ind. e Com. Ltda, Voith Paper Máquinas e Equipamentos Ltda, Karcher Brasil, Komatsu do Brasil, Weg Equipamentos Eletronicos S.A., Bobst Latinoamericana do Sul Ltda. , Atlas Copco Brasil Ltda. - Compressor Technique, Siemens Ltda. , John Crane). * A partir de CNAEs selecionadas na PIA-IBGE 2010.

(7)

2 - Impacto dos juros sobre o capital de giro

Fonte: BCB, FED de St Luis e IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

O diferencial no custo de capital de giro entre o Brasil e os Estados Unidos teve fortes oscilações no período, causado pela volatilidade nos juros aqui e lá fora.

Apesar da forte queda da Selic em 2012, seu efeito no custo de capital de giro foi diluído pela redução nos juros americanos. Além do custo financeiro do capital de giro que em 2102 alcançou 6 p.p., há que se considerar mais 0,5 p.p. relativos ao custo financeiro do pagamento antecipado dos impostos em relação ao recebimento das vendas.

Juros sobre o capital de giro = 6,5 p.p. da RLV

7,2 9,7 7,7 7,3 5,6 4,1 6,1 6,5 6,4 7,3 6,0 0,4 0,5 0,5 0,5 0,6 0,5 0,5 0,6 0,5 0,7 0,5 7,6 10,3 8,2 7,9 6,2 4,6 6,6 7,1 6,9 8,0 6,5 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Custo financeiro de carregamento dos impostos Custo financeiro do capital de giro

(8)

3 - Impostos não recuperáveis na cadeia

produtiva

Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. Notas: 1. Considera o efeito de desoneração a partir de agosto de 2012. 2. Dados estimados a partir de 2011.

A carga tributária no Brasil, além de alta, inclui impostos que não dão direito a crédito e, portanto, não são recuperáveis ao longo da cadeia produtiva, representando assim uma desvantagem competitiva para o produto brasileiro.

A participação desses impostos na receita líquida de vendas - RLV – tem se mantido relativamente constante entre 2003 e 2011, girando em torno de 7,5%. A partir de agosto de 2012, com a desoneração do INSS patronal na folha de pagamento, houve redução sensível em seu montante. 3,32 3,24 3,05 3,14 3,15 2,92 3,01 3,47 3,49 3,79 2,62 0,95 4,88 4,23 4,30 4,62 4,64 4,22 3,86 4,44 3,86 3,58 4,23 4,74 8,20 7,47 7,35 7,76 7,79 7,14 6,87 7,91 7,35 7,37 6,85 5,69 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 E 2012 E 2013 E Sobre Demais Despesas Sobre Gastos com Pessoal

TRIBUTOS NÃO RECUPERÁVEIS - Participação na Receita Líquida de Vendas - 2002-13

(9)

4 - Logística

Fonte: Instituto ILOS; Elaboração: DCEE/ABIMAQ. Nota: Dados de 2012 estimados.

Os dados disponíveis (1) mostram que os custos logísticos correspondem a 7,7% do PIB dos Estados Unidos e a 10,6% do PIB no Brasil.

O mesmo estudo calcula em 8,5% da RLV os gastos com logística das empresas no Brasil, incluindo transporte, estoque e armazenagem.

O diferencial de custos de logística de 3,2 p.p. da RLV entre Brasil e Estados Unidos mostra um forte aumento de 2008 (base anterior) para 2012.

(1) Estudo Panorama - Custos Logísticos no Brasil 2012 - ILOS

Custos de logística = 3,2 p.p. da RLV

3,5% 1,9% 1,6% 3,2% 3,2% 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

(10)

5 - Encargos sociais e trabalhistas

Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. Notas: 1. Considera o efeito de desoneração a partir de agosto de 2012. 2. Dados estimados a partir de 2011.

A parcela não recuperável de encargos incidentes sobre os gastos com pessoal cresceu em relação à receita líquida de vendas entre 2007 e 2011, de 2,9% para 3,8%. Pode-se atribuir esse crescimento ao aumento da participação dos salários na RLV, que subiram de 13,0% para 16,0% no período.

Com a desoneração da folha de pagamentos, entretanto, esse valor caiu significativamente, e deve ficar em torno de 1,0% em 2013.

Encargos sociais e trabalhistas = 0,95 p.p. da RLV

13,91 13,20 12,52 13,05 13,39 13,00 13,03 14,75 14,70 15,96 16,04 16,04 3,53 3,37 3,07 3,39 3,73 3,43 3,55 4,21 3,89 4,22 4,25 4,25 3,32 3,24 3,05 3,14 3,15 2,92 3,01 3,47 3,49 3,79 2,62 0,95 20,76 19,81 18,64 19,58 20,28 19,35 19,60 22,43 22,08 23,97 22,91 21,24 0 5 10 15 20 25 30 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 E 2012 E 2013 E Tributos Não Recuperáveis

Outros gastos com pessoal Salários

(11)

6 - Burocracia e custos de regulamentação

Fonte: Banco Mundial e ABIMAQ; Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

Uma pequena parte dos custos burocráticos da “super regulamentação” existente, pode ser medida através de um estudo do Banco Mundial (2) que mostra o tempo gasto pelo Brasil, comparado com outros países, para pagar impostos. Este tempo, medido pela diferença de horas alocadas ao trabalho de administrar o pagamento dos impostos, em comparação com os países de referência, foi calculado levando em conta o salário médio do setor.

(2) Doing Business – Brasil – Banco Mundial - 2012

Pagamento dos impostos = 0,48 p.p. da RLV

0,50%

0,43% 0,41%

0,49%

0,46% 0,47% 0,48%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

(12)

7 - Custos dos investimentos

Fonte: BNDES, ABIMAQ e Macrodados; Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

O custo financeiro dos investimentos em bens de capital, em 2012, levou em conta o diferencial nos juros médios do BNDES-FINAME entre o Brasil e os Estados Unidos, o custo de oportunidade do capital próprio, e o custo do financiamento dos bancos com a participação de cada modalidade de “funding” no “mix” utilizado no Brasil. Também foi calculado o custo financeiro da restituição do ICMS, embutido no preço dos bens de capital, e devolvido ao longo do tempo.

O custo total obtido (7,87 p.p.) foi relacionado com a RLV e transformado em custo anual considerando uma amortização de 10 anos.

Custos dos investimentos = 0,39 p.p. da RLV

0,40 0,49 0,43 0,47 0,38 0,29 0,40 0,35 0,24 0,36 0,17 0,28 0,32 0,22 0,30 0,24 0,18 0,16 0,11 0,08 0,12 0,05 -0,05 0,03 0,08 0,10 0,11 0,09 0,03 0,05 0,09 0,14 0,13 0,24 0,28 0,21 0,25 0,20 0,13 0,12 0,08 0,07 0,09 0,04 0,87 1,12 0,93 1,11 0,93 0,70 0,71 0,59 0,48 0,69 0,39 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

CUSTOS DOS INVESTIMENTOS - Por fonte de recursos

Custos de carregamento dos impostos Público Próprio Privado 40% 45% 15% 19% 32% 49%

Destaque para peso das fontes de recursos no período.

(13)

8 - Custos de energia

Fonte: DCEE/ABIMAQ. Elaboração: DCEE/ABIMAQ.

As informações disponibilizadas por empresas multinacionais com matriz no exterior revelam que o custo industrial com energia no Brasil é em média 0,2% mais cara.

Custo de energia = 0,2 p.p. da RLV

0,01 -0,01 0,10

0,20

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

(14)

Resumo de desempenho

24,01 24,01 24,01 24,01 24,01 24,01 24,01 20,46 20,46 20,46 20,46 7,60 10,25 8,24 7,87 6,17 4,63 6,55 7,15 6,92 7,97 6,51 4,88 4,23 4,30 4,62 4,64 4,22 3,86 4,44 3,86 3,58 4,74 3,32 3,24 3,05 3,14 3,15 2,92 3,01 3,47 3,49 3,79 0,95 2,70 2,70 3,52 2,70 1,94 2,70 1,63 2,70 3,20 2,70 3,20 43,87 45,93 44,46 43,89 41,32 39,62 40,25 39,30 38,85 39,68 37,00 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

CUSTO BRASIL - Diferencial em relação a países selecionados

(em p.p. da RLV)

Custos de energia Custos dos investimentos Burocracia e custos de regulamentação Logística Encargos sociais e trabalhistas Impostos não recuperáveis na cadeia produtiva Impacto dos juros sob o capital de giro Custos dos insumos

Nota: 1. Os encargos trabalhistas e os impostos não recuperáveis relativos a 2012 já estão calculados no valor pós desoneração do INSS patronal da folha de

(15)

Conclusão

Fonte: DCEE/ABIMAQ. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. * Dados de 2008.

O diferencial de custos entre a indústria brasileira e seus principais concorrentes internacionais, medido em pontos percentuais da receita líquida de vendas no ano de 2012, foi de 37,0% contra

40,2% (dados revisados) em

2008. É uma pequena queda (3.1 p.p.) em 4 anos, que não reduz significativamente uma desvantagem competitiva. O Custo Brasil de 37,0 p.p. significa que produzir no Brasil o mesmo equipamento, com a mesma estrutura operacional e física que na Alemanha, por exemplo, custa 37,0% a mais. 72,9 44,2 30,3 31,9 28,2 14,8 5,6 9,1 137,0 100,0

Brasil

Alemanha*

Insumos Gastos com pessoal

Outros Custos

(16)

DCEE – Departamento de Competitividade,

Economia e Estatística

Referências

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