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Mapeamento cruzado dos títulos de diagnósticos de enfermagem formulados segundo a CIPE® versus diagnósticos da NANDA internacional para crianças com doenças renais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

MOIZIARA XAVIER BEZERRA CAMPOS

MAPEAMENTO CRUZADO DOS TÍTULOS DE DIAGNÓSTICOS DE

ENFERMAGEM FORMULADOS SEGUNDO A CIPE® VERSUS DIAGNÓSTICOS DA NANDA INTERNACIONAL PARA CRIANÇAS COM DOENÇAS RENAIS

NATAL - RN 2019

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MOIZIARA XAVIER BEZERRA CAMPOS

MAPEAMENTO CRUZADO DOS TÍTULOS DE DIAGNÓSTICOS DE

ENFERMAGEM FORMULADOS SEGUNDO A CIPE® VERSUS DIAGNÓSTICOS DA NANDA INTERNACIONAL PARA CRIANÇAS COM DOENÇAS RENAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduaçãoem Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Enfermagem.

Orientador: Prof. Dr. Richardson Augusto

Rosendo da Silva.

Área de Concentração: Enfermagem na

atenção à saúde.

Linha de Pesquisa: Enfermagem na vigilância

à saúde.

NATAL - RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS Campos, Moiziara Xavier Bezerra.

Mapeamento cruzado dos títulos de diagnósticos de enfermagem formulados segundo a CIPE® versus diagnósticos da NANDA internacional para crianças com doenças renais / Moiziara Xavier Bezerra Campos. - 2019.

87f.: il.

Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2019.

Orientador: Richardson Augusto Rosendo da Silva.

1. Processo de enfermagem - Dissertação. 2. Diagnóstico de enfermagem - Dissertação. 3. Terminologia - Dissertação. 4. Nefropatias - Dissertação. 5. Criança - Dissertação. I. Silva, Richardson Augusto Rosendo da. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 616-083

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MOIZIARA XAVIER BEZERRA CAMPOS

MAPEAMENTO CRUZADO DOS TÍTULOS DE DIAGNÓSTICOS DE

ENFERMAGEM FORMULADOS SEGUNDO A CIPE® VERSUS DIAGNÓSTICOS DA NANDA INTERNACIONAL PARA CRIANÇAS COM DOENÇAS RENAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Enfermagem.

Aprovada em 25 de novembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________ Prof. Dr. Richardson Augusto Rosendo da Silva- Presidente

Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN

_______________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Alzete de Lima- Examinadora interna ao programa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN

_______________________________________________________________ Prof. Dr. Rudval Souza da Silva- Examinador externo à instituição

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A minha família, meu porto seguro. Sempre me apoiaram na realização dos meus sonhos. Vocês são a razão da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a Deus que sempre me ajudou nos momentos mais difíceis ao longo dessa jornada, sem Ele eu não teria conseguido chegar até aqui. Te amo acima de tudo, Senhor.

A minha família que sempre me deu força para não desistir dos meus sonhos e proporcionaram os meios necessários para eu concretizar meus objetivos.

Ao meu esposo, Douglas Campos, que me apoia, incentiva e acima de tudo nunca permitiu que eu desistisse de concluir os nossos sonhos e planos.

A minha turma do Mestrado, pois diante de tantas aflições vivenciadas durante o curso, foi muito importante contar com o apoio de todos.

As minhas amigas e companheiras de plantão: Iara, Nathália, Luana e Anny que sempre estavam prontas para me ajudar com as escalas e com palavras de incentivo.

A Simone, companheira de estudo, produções e acima de tudo uma amiga que me ajudou diante de tantos momentos difíceis.

Ao meu grupo de pesquisa pelas colaborações e produções.

A minha banca de qualificação e defesa pelas inúmeras contribuições na conclusão da pesquisa.

Ao meu orientador Prof. Dr. Richardson Augusto Rosendo da Silva por me orientar, ouvir e principalmente por compreender minhas dificuldades ao longo do curso, meu muito obrigada.

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CAMPOS, M.X.B. Mapeamento cruzado dos títulos de diagnósticos de

enfermagem formulados segundo a CIPE® versus diagnósticos da NANDA International para crianças com doenças renais. Natal, 2019. Dissertação, 87

folhas. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN), 2019.

RESUMO

Trata-se de um estudo metodológico, com abordagem quantitativa que teve como objetivo realizar o mapeamento cruzados dos títulos diagnósticos de enfermagem de crianças com doenças renais elaborados segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) com os diagnósticos da NANDA Internacional (NANDA-I), assim como classificar os títulos diagnósticos de acordo com os níveis da teoria das necessidades humanas básicas e realizar a validação de conteúdo do produto do mapeamento cruzado. O presente estudo foi dividido em etapas metodológicas, a saber: construção do banco de termos para crianças com doenças renais, elaboração dos títulos de diagnósticos para crianças com doenças renais e validação de conteúdo. Os diagnósticos foram elaborados em duas listas e tabulados no programa Microsoft Excel (Office 2013) e também classificados de acordo com os níveis da teoria das necessidades humanas básicas. Os diagnósticos foram comparados entre os referidos sistemas de classificação, e assim classificados em títulos constantes e não constantes. Dessa forma, os títulos não constantes foram classificados como: similar, mais abrangente, mais restrito e não existe concordância. Em seguida, o produto do mapeamento foi submetido ao processo de validação de conteúdo por especialistas. Foi considerado o Índice de Validade de Conteúdo igual ou maior a 0,80. Os especialistas que participaram do processo de validação do mapeamento cruzado foram de um grupo de pesquisa de uma Universidade pública no Nordeste do Brasil. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes com Parecer nº 1.007.954 e certificado de apresentação para apreciação ética nº 42666815.0.0000.5292. Foram identificados 147diagnósticos de enfermagem, sendo 99 da CIPE® e 48 da NANDA-I. Após realizar-se o mapeamento cruzado, 85,8% dos diagnósticos da CIPE® não foram constantes na NANDA-I. Os não constantes foram classificados em: similar (2,3%), mais restrito (34,1%), mais abrangente (8,2%), não existe concordância (1,1%) e 54,3% dos diagnósticos não foram encontrados correspondentes na NANDA-I. Todos os títulos diagnósticos da CIPE® e NANDA-I, foram classificados nas Necessidades Humanas Básicas, respectivamente em: Psicobiológicas 68,5% e 31,5%; Psicossociais 61,5% e 38,5%. Não foram identificados diagnósticos de enfermagem nas necessidades Psicoespirituais. O mapeamento cruzado foi validado com 14 diagnósticos constantes na NANDA-I e na CIPE® e 39 não constantes, os quais apresentaram IVC > 0,8. O estudo apresentou diferenças numéricas durante a identificação dos diagnósticos de enfermagem com a utilização de dois sistemas de classificação, contudo a contribuição desses sistemas para o desenvolvimento da enfermagem promove resultados efetivos na prestação de cuidados, visto que a identificação do diagnóstico de enfermagem incorporada a uma linguagem padronizada contribui para subsidiar as intervenções de enfermagem e o fortalecimento da profissão.

Palavras-chave: Processo de enfermagem. Terminologia. Diagnóstico de

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CAMPOS, M.X.B. Cross mapping of nursing diagnostic titles formulated

according to CIPE® versus diagnostics of NANDA international for children with renal diseases. Natal, 2019. Dissertation, 87 leaves. Dissertation (Master in

Nursing). Nursing Graduate Program, Federal University of Rio Grande do Norte (RN), 2019.

ABSTRACT

This methodological study presents a quantitative angle that aims to do cross-mapping of nursing diagnoses tittle in children whit kidney disease elaborated according to International Classification for Nursing Practice (ICNP®) from NANDA-I, as well as to categorize diagnoses tittle according to the standards of basics human needs theory and to perform cross-mapping product content validation. The study was divided into methodological steps: to build a data base of terms for children with kidney disease, formulation of diagnosis tittle for children with kidney disease and content validation. The diagnoses were formulated in to two lists and arranged in Microsoft Excell (Office 2013) program and classified according to basics human needs theory. The diagnoses were compared between classification systems mentioned and then classified into tittle listed or not listed. The not listed tittle was classified as: similar, wider, more restrict and non-agreement. Following this, the mapping product was analyzed by experts. It was counted the Content Index Validation equal plus 0,80. The experts who were involved in cross-mapping validation process are part of a research group of a public University in northeast of Brazil. The project was approved by Ethics Research Committee or University Hospital Onofre Lopes by nº 1.007.954 and licensed for ethics presentation by nº 42666815.0.0000.5292. It was identified 147 nursing diagnoses, 99 from ICNP and 48 from NANDA-I. After cross-mapping, 85,8% of INCP diagnoses was not listed in NANDA-I. The not listed diagnoses was classified in similar (2,3%), more restrict (34,1%), wider (8,2%) non-agreement (1,1%) and 54,3% of all diagnosis did not find a match in NANDA-I. All of ICNP and NANDA-I diagnosis tittle were classified in Basics Human Needs, respectively: psychobiology 68,5% and 31,5%; psychosocial 61,5% and 38,5%. It was not identified nursing diagnosis in psychospiritual needs. Cross-mapping was validated with 14 diagnosis listed both in NANDA-I and ICNP and 39 not listed, which presented CIV > 0,8. The study shown numerical differences in nursing diagnosis identification using two classification systems, however these systems contribution to nursing development promotes effective in health care since nursing diagnose identification along with standardized language contributes to nursing interventions and profession empowerment.

Keywords: Nursing processe. Terminology. Nursing diagnosis. Child. Nephropathies.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CIE Conselho Internacional de Enfermeiros

CIPE® Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem

CIPESC Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

DE Diagnóstico de enfermagem

DRC Doença Renal Crônica

IRC Insuficiência Renal Crônica

ISO Organização Internacional de Normalização

IVC Índice de Validade de Conteúdo

NANDA-I NANDA Internacional

NHB Necessidades Humanas Básicas

NIC Nursing Interventions Classification

NOC Nursing Outcomes Classification

OMS Organização Mundial de Saúde

PE Processo de enfermagem

SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Necessidades humanas básicas, Wanda Horta, Natal/RN, 2019 ... 25 Quadro 2 - Diagnósticos de enfermagem CIPE® e NANDA-I para crianças com

doenças renais. Natal/RN. Brasil, 2019 ... 35

Quadro 3 - Diagnósticos de enfermagem CIPE® para crianças com doenças renais

constantes e não constantes na NANDA-I. Natal/RN. Brasil, 2019 ... 38

Quadro 4 - Diagnósticos de enfermagem CIPE® para crianças com doenças renais,

não constantes na NANDA-I, classificados segundo Leal (2006). Natal/RN, Brasil, 2019 ... 40

Quadro 5 - Concordância dos especialistas em relação ao mapeamento Cruzado

dos DE da CIPE® e NANDA-I e categorização nas Necessidades Humanas Básicas Psicobiologicas. Natal/RN. Brasil, 2019 ... 42

Quadro 6 - Concordância dos especialistas em relação ao mapeamento Cruzado

dos DE da CIPE® e NANDA-I e categorização nas Necessidades Humanas Básicas Psicossociais.Natal/RN. Brasil, 2019 ... 45

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ... 16 2 OBJETIVOS ... 18 2.1 OBJETIVO GERAL ... 18 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 18 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 19 3.1 AFECÇÕES RENAIS ... 19

3.2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CRIANÇAS COM DOENÇAS RENAIS ... 20

3.3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO ... 21

3.4 TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS ... 24

4 METODOLOGIA ... 26

4.1 TIPO DO ESTUDO ... 26

4.2 LOCAL DO ESTUDO ... 26

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 26

4.4 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ... 27

4.5 ASPECTOS ÉTICOS... 34

5 RESULTADOS ... 35

6 DISCUSSÃO ... 46

6.1 USO DOS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO: CIPE® E NANDA-I ... 46

6.2 NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS DE HORTA PARA CRIANÇAS COM DOENÇAS RENAIS ... 47

6.3 NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS PSICOBIOLÓGICAS ... 48

6.3.1 Hidratação ... 48

6.3.2 Sono e Repouso ... 49

6.3.3 Mecânica Corporal ... 50

6.3.4 Percepção ... 51

6.3.5 Regulação ... 52

6.4 NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS PSICOSSOCIAIS ... 54

6.4.1 Segurança ... 54

6.4.2 Aceitação ... 55

7 CONCLUSÃO ... 57

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APÊNDICES ... 66 ANEXOS ... 78

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1 INTRODUÇÃO

O conhecimento em enfermagem é estruturado através da capacidade dinâmica dialógica entre teoria e a prática, sendo necessário manter constante esse dinamismo (QUEIRÓS, 2013).

Para atender o gerenciamento do cuidado, seja ele coletivo ou individual, o conhecimento em enfermagem precisa ser amplo. O enfermeiro precisa ser capaz de produzir conhecimentos sobre diferentes ângulos do cuidado de enfermagem e assim integrar esta diversidade de conhecimentos através do emprego de métodos rigorosos (WEAVER; OLSON, 2006).

Nesse sentido, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) constitui-se um desses métodos que contribuem com o aperfeiçoamento do conhecimento do enfermeiro que deve ser amplo e que é requerido durante o cuidado de enfermagem.

Entre os diversos métodos utilizados na SAE, encontra-se o Processo de enfermagem (PE), pois é considerado um instrumento que contribui para um cuidado qualificado. Este é organizado em etapas didáticas para a realização do cuidado e documentação da prática do enfermeiro. O modelo do PE mais conhecido no Brasil é o proposto por Wanda Horta em 1979, o mesmo é composto por seis fases: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem (DE), plano assistencial, prescrição de enfermagem, evolução de enfermagem e prognóstico de enfermagem (GARCIA; NOBREGA, 2009; HORTA, 1979).

O PE é conceituado como um método de prestação de cuidados para a obtenção de resultados satisfatórios durante as ações de enfermagem, e tem como objetivo reduzir as complicações durante o tratamento. A utilização da PE requer o pensamento crítico do enfermeiro, este deve possuir objetivos direcionados aos resultados que espera alcançar, de modo a atender as necessidades do paciente e de sua família. Para colocar em pratica a SAE é necessária uma constante atualização do profissional. Assim, possibilita o exercício da profissão com autonomia e baseada em conhecimentos técnico-científicos (LEFEVRE, 2002; SILVA et al., 2011).

A aplicação do PE no Brasil iniciou com a publicação do livro, Processo de Enfermagem, de Wanda Horta em 1979, que se baseou na pirâmide de Maslow (HORTA, 1979). A teoria das Necessidades Humanas Básicas (NHB) aponta cinco

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níveis de necessidades por ordem de importância, a saber: nível de necessidades fisiológicas, segurança, sociais, ego ou estima e de auto realização (MONTEIRO et al., 2014).

A implementação da SAE e do PE no Brasil teve destaque através da Resolução 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Em 2009, ela é retificada com a Resolução 358/2009, tornando a SAE obrigatória. Essa resolução considera o PE um instrumento que deve orientar o cuidado do profissional de enfermagem e a documentação da prática profissional. O PE organiza-se em cinco etapas: histórico de enfermagem, DE, planejamento, implementação, avaliação (COFEN, 2009).

O PE deve ser o eixo fundante e estruturante da construção do conhecimento e posteriormente na prática profissional. Na assistencial de enfermagem percebe-se inúmeras situações vivenciadas durante o cuidado que envolve a necessidade de sistematização da assistência e da aplicação do PE (GARCIA, 2016).

Assim, o PE torna-se importante, pois proporciona a adequação de intervenções que atendam às necessidades individuais dos pacientes sob os cuidados de enfermagem. Com o cuidado direcionado e orientações apropriadas, facilita o processo de recuperação do paciente. O cuidado sistematizado pelo enfermeiro contribui para uma assistência de qualidade (SILVA et al., 2016).

As terminologias de enfermagem são instrumentos utilizados durante o processo de trabalho do enfermeiro. Estas são definidas como um conjunto de termos que descrevem os conceitos relevantes da profissão de maneira padronizada. Os sistemas de classificação são fundamentais para documentar o PE (BARRA; SASSO, 2011).

No Brasil, as terminologias de enfermagem mais conhecidas e que sustentam o PE, destacam-se a NANDA Internacional (NANDA-I), a NIC (Nursing Interventions Classification), a NOC (Nursing Outcomes Classification), a CIPE® (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem) e o inventário vocabular CIPESC (Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva) (MATTEI et al., 2011).

Dentre essas, destacamos a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). O Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) é o órgão responsável pela concepção e desenvolvimento da CIPE®. Esta é uma terminologia padronizada que tem como intenção representar os elementos da prática de

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enfermagem de forma confiável e precisa. Sua estrutura é composta por um modelo de sete eixos, o qual permite os enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem (CIE, 2011).

A CIPE®, versão 1.0, possui sete eixos para a construção dos diagnósticos, intervenções e resultados, sendo eles: Foco: área de atenção relevante para a Enfermagem; Julgamento: opinião clínica; Meios: método para desenvolver uma intervenção; Ação: um processo intencional aplicado a um cliente; Tempo: o momento de uma ocorrência; Localização: orientação anatômica e espacial de um diagnóstico ou intervenções; Cliente: sujeito ao qual o diagnóstico se refere.

Assim, a CIPE® é um sistema de linguagem padronizada que ordena termos aceitos por enfermeiros para descrever as avaliações, intervenções e resultados apropriados para o cuidado de enfermagem, sendo essenciais no PE, além de estimular o registro de enfermagem em prontuários eletrônicos ou em sistemas manuais de informação (PRIMO et al., 2018).

Os DE estruturam o conhecimento e auxiliam na avaliação da assistência prestada, visto que direcionam o cuidado e estimulam a participação do usuário no seu tratamento (MATOS; CRUZ, 2009). Dentre as maneiras de formular e nominar os DE na prática clínica está incluída a utilização da CIPE®.

O PE constitui-se com todas as suas etapas uma ferramenta indispensável na assistência de enfermagem, pois é um meio do enfermeiro realizar o estabelecimento do DE. Este é considerado o norteador para a identificação de intervenções mais apropriadas para alcançar os resultados esperados durante o processo de cuidar prestado pelo enfermeiro e equipe de enfermagem (GALVÃO et al., 2016).

A obtenção dos DE na pesquisa e no ensino são considerados facilitadores no processo de cuidar. No cuidado a pacientes com doenças renais os DE tornam-se essências, uma vez que as necessidades e as características destornam-se grupo de indivíduos são evidenciadas por meio desses diagnósticos. Assim, é traçado um perfil desses pacientes, o que otimiza o cuidado e minimiza a utilização de diagnósticos imprecisos, resultados inadequados e intervenções ineficazes (DEBONE et al., 2017).

Nesse contexto, das doenças renais, destaca-se a Doença Renal Crônica (DRC) que é avaliada como um problema de saúde pública mundial, e possui um número de portadores que aumenta de forma global. No Brasil cerca de 2 milhões

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de pessoas possuem esta doença (JHA et al., 2013; NAGHETTINI et al., 2012). A DRC é definida como uma síndrome metabólica originada da perda progressiva, normalmente lenta, da capacidade excretória renal (BRASIL, 2014).

A DRC tem aumentado em crianças, no entanto a maior parte das informações falam apenas da incidência dos estágios finais da doença, isso leva a limitações quanto as informações dos estágios iniciais da DRC (HARAMBAT, 2012).

Na infância, as doenças renais, como as glomerulares primárias ou secundárias, anormalidades congênitas, doenças tubulares, são as mais frequentes nesse grupo de indivíduos (HARAMBAT, 2012). Uma das causas da Insuficiência Renal Crônica (IRC) nessa fase são as malformações congênitas do trato urinário, a bexiga neurogênica, as glomerulonefrites e nefropatias hereditárias (FREITAS et al., 2015).

Conforme a doença renal avança, os portadores podem apresentar sintomas que afetam a sua vida diária. Nas fases mais avançadas, o seu impacto sobre o estado funcional e a qualidade de vida torna-se bastante perceptível. As terapias renais substitutivas, corrigem parcialmente os sintomas percebidos pelo paciente (POPPE et al., 2013).

O conhecimento dos DE nesse cenário auxilia o cuidado em saúde contribuindo na reabilitação desses indivíduos, uma vez que os DE elencados levam em consideração as características individuais dos pacientes. Assim, tem-se a contribuição da enfermagem enquanto ciência no processo do cuidado (DEBONE et al., 2017).

Frente ao exposto, percebe-se que a uniformização na linguagem dos registros de enunciados de diagnósticos e resultados de enfermagem gera uma agregação de dados, que contribuem na formulação de intervenções durante a prática da enfermagem, o cuidar (GARBIN, 2009).

1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Justifica-se o desenvolvimento dessa pesquisa por meio de inquietações e questionamentos oriundos da vivência assistencial com a temática durante a experiência profissional na Residência Multiprofissional em Saúde da Criança em um Hospital Universitário, referência no atendimento a crianças portadoras de doenças renais. Diante disso, percebeu-se o quanto esses indivíduos necessitavam

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de um cuidado sistematizado frente aos inúmeros problemas vivenciados por portadores de doenças renais, como: alteração no crescimento e desenvolvimento, edema, alteração do sono, infecções e diminuição da qualidade de vida. Dessa forma, foram iniciadas pesquisas com essa temática, com o intuito de colaborar no progresso para o constructo de estudos científico e acrescentar saberes nessa área.

Pesquisas que tem por objetivo o refinamento de termos para padronização da linguagem utilizada pela enfermagem tornam-se cruciais, pois evidenciam o que está sendo padrão ou não nas classificações de enfermagem.

Frente ao exposto, buscou-se por produção científica sobre a CIPE® nas bases de dados informatizadas e foi observado poucos estudos voltados para CIPE® com pacientes portadores de doenças renais e principalmente com crianças, o que evidencia a relevância do estudo em conhecer as reais necessidades das crianças portadora de algum tipo de doença renal, para que assim, seja estruturada com eficácia a assistência de enfermagem de forma sistemática e individualizada.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar o mapeamento cruzados dos títulos de diagnósticos de enfermagem de crianças com doenças renais da CIPE® com a NANDA-I.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar os diagnósticos de enfermagem da CIPE® e NANDA-I de crianças com doenças renais;

 Classificar os títulos diagnósticos de acordo com os níveis da teoria das necessidades humanas básicas;

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 AFECÇÕES RENAIS

A Injúria Renal Aguda é definida pela elevação de creatinina basal igual ou superior a 0,3mg/dL em 48 horas, ou igual ou superior a 1,5 em um intervalo de até 7 dias (KDIGO, 2012). À medida que essas alterações persistem, a perda da função renal se tornar irreversível e os rins não conseguem mais manter os equilíbrios metabólicos e hidroeletrolíticos do paciente, a mesma é definida como DRC (BRASIL, 2014).

Considerada um problema de saúde pública em todo o mundo, a DRC causa impacto negativo na expectativa e qualidade de vida de seus portadores. No Brasil, o acometimento renal com necessidade de tratamento dialítico apresenta uma taxa de prevalência de 6,5% ao ano, com incidência de 4,5% ao ano, estimativas feitas nos últimos cinco anos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), censo publicado em 2016 (SESSO et al., 2016).

A doença renal é uma patologia complexa, inicialmente assintomática, a qual evolui progressivamente e compromete, entre outros, a qualidade de vida principalmente relacionado as limitações físicas as quais fragilizam os indivíduos e familiares repercutindo negativamente no desenvolvimento das atividades diárias (WEYKAMP et al., 2017). O diagnóstico prévio e as intervenções terapêuticas, retardam a evolução da doença reduzindo não apenas o sofrimento, como também, os custos financeiros associados à DRC (BASTOS; KIRSZTAJN, 2011).

No contexto da Infância, a criança acometida pela IRA, pode ter sequelas ao longo prazo e desenvolver a DRC. A DRC na infância normalmente é congênita e também é decorrente de complicações de outras doenças que podem afetar os rins. Esta doença leva a uma significativa morbidade e mortalidade na infância. Destaca-se ainda que, a hipertensão, proteinúria e a DRC na faDestaca-se adulta está intimamente relacionados a antecedentes na infância (INGELFINGER; KALANTAR-ZADEH; SCHAEFE, 2016).

Há um aumento dos casos de DRC em crianças, entretanto a maior parte dos dados refletem apenas informações referentes ao estágio final dessa doença (HARAMBAT, 2012). O Censo Brasileiro de Diálise identificou em 2013 um percentual de 6% de indivíduos entre 1 e 18 anos de idade em diálise. Entre esses

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0,4 % encontram-se na faixa etária de 1 a 12 anos e 5,6 % na faixa de 13 a 18 anos. Observa-se que houve um aumento no percentual dessa faixa etária (SBN, 2013).

A causa de mortes devido a doença renal é mais frequente em países em desenvolvimento. Além disso, nesses países o acesso e a qualidade do tratamento dependem de cada região. No entanto, a doença renal na infância pode ter soluções de baixo custo, visto que o tratamento precoce pode evitar complicações mais graves como a DRC e assim elevação dos custos com um tratamento completo (INGELFINGER; KALANTAR-ZADEH; SCHAEFE, 2016).

Há evidências que quando a DRC tem início na infância, esta leva a morbidade cardiovascular mais rápido e uma diminuição na expectativa de vida (QUERFELD et al., 2010). Levando em consideração as vulnerabilidades da criança com doença renal, estas podem sofrer pela alteração no crescimento e desenvolvimento. Além disso, as que residem em países em desenvolvimento enfrentam limitações quanto ao tratamento pela falta de recursos (GALLIENI et al., 2014; WHITE et al, 2010).

3.2 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CRIANÇAS COM DOENÇAS RENAIS Diversas são as atribuições direcionadas à equipe de enfermagem. É certo que a mais importante delas está diretamente relacionada ao cuidado prestado por tais profissionais que dedicam maior parte do seu tempo profissional ao cuidado.

Como evolução do cuidado prestado, o PE, no Brasil, começa a ser estudada com a publicação do livro de Wanda Aguiar Horta, em 1979, com embasamento na teoria das necessidades Humanas Básicas. Na mesma época, com a criação dos primeiros cursos de mestrado em enfermagem no Brasil, houve um grande salto no ensino e pesquisa no método da assistência de enfermagem (KLETEMBERG et al., 2010).

A partir deste período, diversos estudos se consolidaram e contribuíram para a edificação do escopo da ciência de enfermagem. Destaca-se a importância da utilização do PE como ferramenta que o enfermeiro utiliza no intuito de organizar e promover o cuidado. Torna-se relevante a documentação de todo cuidado executado, bem como identificar as necessidades humanas básicas afetadas no indivíduo, na família e na coletividade humana que necessitem da aplicação dos cuidados pela equipe de enfermagem (NÓBREGA; SILVA, 2009).

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Dessa forma, a SAE utiliza-se do PE para efetivar o cuidado organizado e planejado, individual e baseado nas necessidades percebidas (PEREIRA; DIOGO, 2012).

Na perspectiva das doenças renais, fica evidente a importância da intervenção do profissional de enfermagem em busca de soluções as inúmeras limitações provocadas pela doença e pelo tratamento. As constantes mudanças no cotidiano do paciente renal provocam a dependência de uma máquina para sobreviver. É necessário que o profissional que oferece cuidados de enfermagem esteja ciente das reais necessidades impostas a esses pacientes, sendo necessário o planejamento do cuidado visando à integralidade assistencial (ALVES; GUEDES; COSTA, 2016).

Na infância as repercussões da doença renal são ainda mais intensas, elas precisam de uma atenção diferenciada, pois nessa fase as transformações impostas pela doença são ainda mais incômodas. As alterações permeiam o estresse, a desorganização da vida familiar, autoimagem e mudanças na percepção da vida (FROTA et al., 2010).

Nesse contexto, o cuidado a crianças com doenças reais requer identificação precoce e por profissionais habilitados e com competência no planejamento da assistência, estabelecimento de condutas resolutivas e conquista das metas estabelecidas. Isso diminuirá o tempo de permanência na instituição de saúde e otimizando a qualidade de vida da criança. O PE pode ser aplicado a crianças com doenças renais utilizando a padronização da linguagem e atendendo as necessidades afetadas, identificando-se riscos potenciais e planejando cuidados de enfermagem (SANTOS, 2014).

3.3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

O PE é considerado o principal instrumento para o desenvolvimento da prática da enfermagem por ser um método sistematizado. É um recurso metodológico que favorecer o cuidado prestado pelo o enfermeiro e toda a equipe de enfermagem. O PE facilita a organização das atividades, possibilita as condições necessárias para realizar as ações planejadas e documentar a prática (GARCIA; NÓBREGA, 2009).

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Apesar das produções científicas relacionadas ao PE e seus reflexos positivos, sua implantação no contexto assistencial ainda enfrenta grandes desafios nas instituições de saúde. Percebe-se que mesmo que os enfermeiros reconheçam a importância do PE, ainda assim seguem a reprodução da dinâmica de trabalho moldada pela cultura da organização das instituições de saúde. Porém, a implantação do PE direciona o trabalho da enfermagem, visto que é um instrumento próprio da profissão, na sua organização (PIVOTO et al., 2017).

Assim, observa-se que mesmo diante do crescente uso do PE, as práticas de enfermagem ainda permanecem fragmentadas, baseadas apenas em sinais e sintomas das doenças não considerando as necessidades de quem recebe o cuidado. Aponta-se como dificuldade para implantar o PE a prática clínica de cuidados voltados para tarefas, levando a priorização dos serviços e não das necessidades individuais (SOUZA; SANTOS; MONTEIRO, 2013).

Mesmo diante desse cenário, há um crescente interesse e envolvimento dos profissionais para implementar a SAE nas instituições de saúde. É para o desenvolvimento da assistência sistematizada é utilizado o PE por ser um método que organiza o processo de cuidar da equipe de enfermagem. A SAE se constitui um objeto de preocupação de enfermeiros em diferentes ambientes de atuação, a saber: no ensino, pesquisa ou assistência. Neste sentido, o PE pode representar uma quebra de paradigma através da elaboração dos DE e da prescrição de cuidados. Frente a isso, pode ocorrer uma mudança de cultura nas instituições de saúde e o rompimento com o modelo biomédico (NEVES; SHIMIZU, 2010; SOUZA; SANTOS; MONTEIRO, 2013).

Os sistemas de classificação tem por objetivo beneficiar o processo de comunicação durante toda a jornada de trabalho do enfermeiro, visto que possibilita o agrupamento de informações para elaborar o planejamento das ações, o processo ensino-aprendizagem da profissão e o desenvolvimento de pesquisas científicas na área, os sistemas de classificação de modo geral permitem o uso de uma linguagem unificada pelos profissionais da enfermagem (LEITE et al.,2013).

Houve o desenvolvimento de alguns sistemas de classificação na enfermagem, como: NANDA-I, NIC, NOC, o Sistema Comunitário de Saúde de Omaha, a Classificação dos Cuidados de Saúde Domiciliar (Home Health Care Classification – HHCC) e a CIPE®

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Frente ao exposto, trataremos do cruzamento dos DE através de dois sistemas de classificação, NANDA-I e CIPE®, destaca-se que as etapas para elaboração dos DE com esses sistemas são distintas e os termos utilizados podem divergir.

A NANDA-I, realiza o processo de identificação dos diagnósticos por meio do raciocínio e do julgamento clínico acerca dos problemas de saúde. O reconhecimento sobre o DE como instrumento para esse raciocínio leva para uma dimensão que alcança resposta frente ao cuidado (ALVARENGA et al., 2018).

Os DE estão inseridos na segunda etapa do PE e estes estruturam o conhecimento com o intuito de definição do papel e do domínio da enfermagem. Esses ainda auxiliam na avaliação da assistência prestada e direcionam o cuidado. Uma maneira de formular os DE é através do sistema de classificação da NANDA- I, um sistema muito utilizado na prática clínica e foi adotado pela associação das enfermeiras norte-americanas como a metodologia oficial de taxonomia de diagnósticos para os Estados Unidos da América, desde a década de 1980 (MATOS; CRUZ, 2009; NANDA, 2013).

Na década de 1990 o CIE acolheu as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para realizar a elaboração de um sistema de classificação para enfermagem com o intuito de proporcionar uma linguagem uniformizada entre os profissionais de enfermagem. Assim, foi publicou em 1996 a CIPE®, com os fenômenos e Intervenções de Enfermagem (CUBAS; SILVA; ROSSO, 2010).

A CIPE® descreve a prática de enfermagem a nível mundial, isso destaca a contribuição da Enfermagem nos sistemas de informação. A estrutura da CIPE® compreende termos inerentes e relevantes que possibilita a elaboração de DE, intervenções e resultados de enfermagem que descrevem os fenômenos inerentes a enfermagem (MAZONI et al., 2010).

A CIPE® é composta pelo modelo dos sete eixos, os que constam na versão 2015 são: foco; julgamento, meios, ação, tempo, localização e cliente (CIPE, 2015).

Estudos apontam para a necessidade de uniformizar e de legitimar os DE durante a prática clínica por meio da CIPE®. Para isso, torna-se necessário que o enfermeiro utilize durante sua prática profissional, contribuindo para um cuidado mais consistente e eficaz (OLEGÁRIO; FERNANDES; MEDEIROS, 2015).

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3.4 TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

Ao longo da história da enfermagem os profissionais dessa área têm desenvolvido suas atividades baseadas em normas e rotinas repetidas, e as ações podem existir sem reflexão. Dessa forma, o indivíduo que recebe esse cuidado tem uma assistência de enfermagem mecanizada e assim esses profissionais deixam de alcançar as reais necessidades desses indivíduos e levando a uma desvalorização do cuidado (REGIS; PORTO, 2011).

Com o intuito de minimizar esse cenário, a enfermagem vem estudando novas possibilidades para compreender as diferentes formas de prestar o cuidado. Essa nova perspectiva tenta ultrapassar a existência de um modelo biomédico, e para isso tenta fundamentar o cuidado na valorização de condições individuais, subjetivas e socioculturais dos sujeitos envolvidos no processo de cuidado (FAVERO; PAGLIUCA; LACERDA, 2013).

Nesse sentido, Wanda Horta tem destaque no Brasil nessa mudança do processo de cuidar na enfermagem. Ela desenvolveu seus estudos a partir da teoria da motivação humana de Maslow, sendo fundamentada nas necessidades humanas básicas, denominadas de necessidades psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais (CAVALCANTE et al., 2011).

Nessa perspectiva, a teoria de Wanda Horta está fundamentada em três leis gerais que regem os fenômenos universais, a saber: as leis do equilíbrio (homeostase e hemodinâmica), da adaptação (interação com o meio) e a do holismo (o todo não é a mera soma das partes, mas o conjunto destas) (HORTA, 1979).

Assim, o enfermeiro tem ao seu alcance um suporte teórico, Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta, que possibilita uma transformação no cuidado em enfermagem. Esse suporte contribui para a efetivação do PE, visto que para realizar as etapas desse processo é necessário uma teoria que oriente-as. A teoria de Wanda Horta vem sendo a mais utilizada pelas instituições de saúde do Brasil (CAVALCANTE et al., 2011).

Quando o enfermeiro utiliza as teorias de enfermagem ele passa a trabalhar com uma base teórica e metodológica que orienta o cuidado e dessa forma disponibiliza uma assistência voltada para a promoção da integridade do indivíduo frente a todas as suas necessidades e não apenas as fisiopatológicas (SCHAURICH; CROSSETTI, 2010).

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Assim, Wanda Horta buscou desenvolver sua teoria pautada no estabelecimento da enfermagem enquanto ciência, e que as atenções da enfermagem deveriam estar voltadas para o indivíduo e não apenas para a doença. Ela considerava que a enfermagem precisava desenvolver suas próprias teorias, pois os profissionais de enfermagem precisam de um adequado saber, pensamento lógico e criatividade na execução de suas ações, o cuidado (HORTA, 1970).

A busca por evolução na assistência de enfermagem vem sendo pautada no PE, e esse processo pode ser construído com base na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta com o intuito de atender as mudanças nas necessidades de saúde coletiva e individual. Frente ao exposto, o enfermeiro tem a possibilidade de oferecer um cuidado direcionado e individualizado, proporcionando uma melhoria na assistência (MARQUES; MOREIRA; NÓBREGA, 2008).

Quadro 1 - Necessidades humanas básicas, Wanda Horta, Natal/RN, 2019 NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS

Oxigenação, Hidratação, Nutrição, Eliminação, Sono e repouso, Exercício e atividades físicas, Sexualidade, Abrigo, Mecânica corporal, Motilidade, Cuidado corporal, Integridade cutâneo mucosa, Integridade física, Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular, Locomoção, Percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa.

NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS

Segurança, Amor, liberdade, Comunicação, Criatividade, Aprendizagem, Gregária, Recreação, Lazer, Espaço, Orientação no tempo e espaço, Aceitação, Autorrealização, Autoestima, Participação, Autoimagem, Atenção.

NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS

Religiosa ou teológica, ética ou de filosofia de vida. Fonte: Horta (1979)

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4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo metodológico e descritivo com abordagem quantitativa. Os estudos metodológicos visam a organização de dados, como: validação, avaliação de ferramentas e métodos de pesquisa (LIMA, 2011).

A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona casos sem manipulá-los. Busca encontrar com maior exatidão possível a frequência com que um evento ocorre, sua relação, conexão e suas características (CERVO, 2007).

4.2 LOCAL DO ESTUDO

A primeira fase da pesquisa acorreu no Hospital Universitário Onofre Lopes situado na Av. Nilo Peçanha, 620 - Petrópolis, Natal, Rio Grande do Norte. O setor escolhido foi a Unidade de Atenção à Saúde da Criança e Adolescente (UASCA) localizada no primeiro subsolo do referido Hospital.

Optou-se pela referida unidade em razão da qualidade e quantidade de atendimentos prestados a crianças e adolescentes portadores de algum tipo de afecções renais.

A UASCA é uma unidade de referência ao acompanhamento de crianças e adolescentes com afecções renais por disponibilizar de equipe multiprofissional qualificada para prestar assistência, dentre eles: nefrologistas pediatras, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta.

As demais etapas da pesquisa ocorreram no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pois a elaboração do mapeamento cruzado e o processo de validação de conteúdo por especialista aconteceu durante o curso da pós-graduação.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A primeira etapa da pesquisa, realizada anteriormente, teve como participantes crianças portadoras de doenças renais que estavam internadas na UASCA. A atual fase da pesquisa teve como participantes especialistas de um grupo de pesquisa de uma Universidade pública do Nordeste do Brasil que trabalham com

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pesquisas voltadas para os sistemas de classificação. O grupo de pesquisa foi convidado a colaborar com as etapas da elaboração do banco de termos, da construção de título de diagnósticos de enfermagem utilizando a CIPE® e validação do cruzamento dos DE com as NHB.

Os especialistas do grupo de pesquisa foram convidados a participar do estudo através de uma carta convite, os que concordaram em participar do estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), respeitando os princípios éticos da pesquisa. Assim, foi solicitado a colaboração desses especialistas para que os mesmos assinalem a concordância ou não dos dados enviados nas etapas de validação do estudo. Em caso de discordância das afirmativas, foi requisitado possíveis sugestões para correção e adequação dos dados.

4.4 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Com a finalidade de realizar um mapeamento cruzados dos títulos de diagnósticos da CIPE® com a NANDA-I para crianças com doenças renais, a presente pesquisa foi desenvolvida a partir de um projeto guarda-chuva intitulado: “Sistematização da assistência de enfermagem em crianças e adolescentes com doenças renais”, submetido ao comitê de ética de CAAE nº 42666815.0.0000.5292.

Os dados foram coletados entre maio e outubro de 2015. Nesse sentido, a pesquisa transcorreu as seguintes etapas:

 1ª etapa: Identificação dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras, fatores relacionados e de risco, em crianças com doenças renais, por meio da NANDA-I;

 2ª etapa: Elaboração de banco de termos para crianças com doenças renais;  3ª etapa: Construção de título de diagnósticos de enfermagem a partir de

banco de termos, utilizando a CIPE®;

 4ª etapa: Categorização dos títulos diagnósticos da CIPE®

e da NANDA-I com a teoria das necessidades humanas básica de Horta;

 5º etapa: mapeamento cruzados dos títulos de diagnósticos da CIPE®

com a NANDA-I;

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1ª Etapa: Identificação dos diagnósticos de enfermagem, características definidoras, fatores relacionados e de risco, em crianças com doenças renais, por meio da NANDA-I

Os dados dessa etapa foram coletados por meio de instrumentos de coleta de dados (ANEXO A) embasados nos domínios da Taxonomia II da NANDA-I. O instrumento de coleta de dados foi adaptado pelos pesquisadores de estudos sobre perfil de pacientes renais, SAE e DE na área de Nefrologia (LEITE et al., 2013; FRAZÃO; ARAÚJO; LIRA, 2013). O mesmo possuía perguntas abertas e fechadas sobre os dados clínicos e sociodemográficos e a aplicação do roteiro do exame físico adaptado do instrumento de Barros et al. (2010). A coleta de dados ocorreu em um hospital universitário de referência na Atenção à Saúde da Criança do Estado do Rio Grande do Norte (RN).

A inferência diagnóstica foi realizada pelo pesquisador, bolsistas de Iniciação Cientifica e o orientador por meio da categorização dos sinais e sintomas levantados na entrevista e exame físico, identificados pelos instrumentos já citados, agrupamento dos fenômenos encontrados em cada paciente, sendo possível a identificação dos DE, características definidoras e fatores relacionados/risco de acordo com a NANDA-I.

2ª Etapa: Elaboração de banco de termos para crianças com doenças renais

A etapa de elaboração do Banco de termos para crianças com doenças renais foi realizada adotando os preceitos metodológicos de Pavel e Nolet (2003), a saber: identificação e avaliação da documentação especializada; delimitação do campo temático da analise terminológica; confirmação e utilização dos termos na prática profissional com enfermeiros/pesquisadores e colaboradores; mapeamento cruzado de termos identificados com os termos da CIPE®; distribuição dos termos de acordo com o modelo dos sete eixos da CIPE®.

Após a identificação dos termos, foram analisados e decompostos em simples, substantivos, verbos, advérbios e adjetivos, gerando assim uma lista de termos submetidos a um processo de normalização e uniformização com a retirada de repetições, correção da grafia, análise de sinonímia e realização de adequações de gênero e número de termos.

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Para a confirmação dos termos foi elaborado uma planilha contendo todos os termos, atrelado à um espaço para que sejam pontuadas as implicações dos termos na prática.

Em seguida, a lista de termos foi discutida entre o orientador, a pesquisadora, três alunos de mestrado e um de doutorado. Foi utilizada a planilha constando todos os termos propostos, informando se era aplicável ou não a crianças com doenças renais. Assim, houve a solicitação aos participantes que marquem a concordância ou discordância quanto a utilização dos termos extraídos dos documentos e, em caso de discordância das afirmativas, foi requisitado que apresentassem as sugestões para sua adequação à realidade da prática de enfermagem.

Em seguida, os dados foram compilados em bancos de dados no software Microsoft Excel Office 2010 para que assim fossem calculados os Índice de Validade de Conteúdo (IVC) dos especialistas do grupo de pesquisa, considerando IVC > 0,80. Nesse sentido para as análises estatísticas foi utilizado o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0.

Os termos que apresentaram IVC > 0,80 foram submetidos a um processo de mapeamento cruzado, com os termos constantes na CIPE®. Para isso foi utilizado o Programa Access for Windows, com a importação da planilha do Excel para a construção de tabela de termos identificados a qual foi cruzada com a tabela dos termos da CIPE®, identificando-se assim, os termos constantes e não constantes dessa terminologia. Em seguida os termos constantes foram catalogados conforme o modelo dos setes eixos, foco, julgamento, meio, ação, tempo, cliente, localização.

Os termos não constantes passaram por um processo de análise quanto à similaridade e abrangência em relação aos termos constantes na CIPE®. Para esse processo foi utilizado os critérios propostos por Leal (2006), que estabelece: se o termo da CIPE® é similar ao termo identificado, quando não existe concordância da grafia, mas o seu significado é idêntico; se um termo é mais abrangente, quando tem um significado maior do que o termo existente na CIPE®; se é mais restrito quando o termo tem um significado menor do que existente na CIPE® e se não existe concordância, quando o termo e totalmente diferente do termo existente na CIPE®.

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3ª Etapa: Construção de título de diagnósticos de enfermagem a partir de banco de termos, utilizando a CIPE® e validação dos títulos de diagnósticos por experts

A elaboração dos títulos de DE para crianças com doenças renais, segundo a CIPE® foi realizada mediante o banco de termos que foi criando na segunda etapa da pesquisa. A elaboração dos diagnósticos deve-se pautar, no raciocínio clínico, pois o mesmo contempla os elementos de abordagem analítica quanto intuitiva.

Para a elaboração dos títulos de DE, foram seguidas as recomendações da Norma ISO 18.104/14 da Organização Internacional de Normalização (ISO) e as diretrizes adotadas pelo CIE (2011), em que se deve utilizar um termo do eixo “Foco” e “Julgamento”.

Após etapa de elaboração dos títulos diagnósticos, foi realizada a validação por especialistas do grupo de pesquisa mencionado anteriormente.

Um dos modelos de validação de diagnósticos propostos por Gordon e Sweeney (1979) é o modelo retrospectivo, que é caracterizado por seguir a experiência clínica do enfermeiro, este foi utilizado na presente pesquisa.

4ª Etapa: Categorização dos títulos diagnósticos da CIPE® e da NANDA-I com a teoria das necessidades humanas básica de Horta

Logo após elaboração dos títulos de DE concluída, foi iniciado a quarta etapa da pesquisa. Nesta etapa os títulos diagnósticos foram categorizados conforme a teoria das necessidades humanas básicas de Wanda Aguiar Horta.

Essa teoria envolve três leis gerais que regem os fenômenos universais: a lei do equilíbrio (homeostase ou hemodinâmica); a lei da adaptação; e a lei do holismo (HORTA, 1979).

Com base nessas leis, o ser humano é considerado parte integrante do universo dinâmico e, assim, sujeito às leis que o regem e a um estado de equilíbrio e desequilíbrio consequentes do seu próprio dinamismo. Esses estados de desequilíbrio geram as necessidades humanas, as quais são definidas por estados de tensão conscientes ou inconscientes, que levam os seres humanos a buscarem

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satisfação com a finalidade de manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço (HORTA, 1979).

5ª Etapa: mapeamento cruzados dos títulos de diagnósticos da CIPE® com a NANDA-I

O mapeamento cruzado é uma técnica que possui a capacidade de comparar termos constantes e não constantes por meio do cruzamento de dados. Assim, é possível comparar as linguagens já padronizadas como as da enfermagem através dos sistemas de classificação. A realização de pesquisas utilizando esse método possibilita o aprimoramento dos sistemas de informações da enfermagem e a padronização de sua linguagem (NONINO et al., 2008; LUCENA; BARROS, 2005).

O mapeamento cruzado explica algo através de uso de palavras com significado igual ou semelhante. (CARVALHO; CRUZ; HERDMAN, 2013).

Um estudo que utilizou o mapeamento cruzado possibilitou que fosse identificado termos e expressões utilizados nas anotações dos profissionais de enfermagem com os termos utilizados na classificação da NANDA-I. Esse processo viabilizou a identificação de disfunções, estado de saúde, processos que envolvem o bem-estar e as condições de vulnerabilidade expressas pelos indivíduos submetidos a pesquisa (FERREIRA et al., 2016).

O uso desse método possibilita a comparação das informações coletadas durante a assistência de enfermagem e as taxonomias disponíveis para os profissionais de enfermagem, como os DE padronizados pela CIPE®. Desse modo, há uma contribuição significativa para a implementação de sistemas de classificação no serviço de saúde, padronização da linguagem, melhoria na assistência de enfermagem e facilitação na comunicação entre os profissionais envolvidos no processo do cuidado (LUCIANO et al., 2014).

O mapeamento cruzado é uma ferramenta útil nas pesquisas e nos serviços de saúde, pois contribui no planejamento e implantação dos sistemas de classificação de enfermagem, visto que permite demonstrar que os dados já existentes podem ser mapeados com as classificações de enfermagem e assim adaptados para a linguagem padronizada (LUCENA; BARROS, 2005).

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Estudo releva que os enfermeiros registam termos diferentes, porém com significado igual. Diante do exposto, a utilização de termos similares revela a necessidade de aproximação dos enfermeiros com linguagens de classificação.

Assim, há dificuldade na recuperação das informações para avaliar os resultados da assistência de enfermagem. Os enfermeiros precisam registar a assistência de forma adequada, usando termos que representem a sua prática profissional (CUBAS et al., 2017).

Assim, após a construção dos títulos de diagnósticos para crianças com doenças renais nos sistemas de classificação da NANDA-l e CIPE®, foi realizado o mapeamento cruzado. Ocorreu a exportação da lista de títulos de diagnósticos de enfermagem criada no Microsoft Excel (Office 2013) para o programa Microsoft Acess for Windows.

Diante do exposto, foram criadas duas listas, em que os títulos de diagnósticos de enfermagem foram comparados entre os sistemas de classificação da CIPE® e NANDA-I.

Foram submetidos a um processo de análise utilizando os critérios advindos de Leal (2006) para os DE que não foram constantes nas duas classificações. Assim, classificando os títulos de diagnóstico da seguinte forma: se a definição do diagnóstico da NANDA-I é similar ao utilizado na CIPE®, assim apresentando significado idêntico, mas ausência de concordância gráfica; se a definição é mais abrangente, ou seja, a definição do diagnóstico da CIPE® tem um significado maior do que a existente na NANDA-I; se é mais restrito, ou seja, a definição construída na CIPE® tem um significado menos abrangente do que a existente na NANDA-I; e por último, se não existe concordância, ocorrendo quando as definições construídas são totalmente distante das definições existente em cada classificação.

6ª Validação de conteúdo do produto do mapeamento cruzado

Por fim, realizou-se a etapa de Validação de conteúdo do produto do mapeamento cruzado. Para tanto, optou-se por enviar o produto do mapeamento cruzado para o grupo de pesquisa, ja descrito anteriormente.

Assim, foi encaminhado um instrumento constando os títulos de diagnósticos da CIPE® e NANDA-I e o mapeamento cruzado informando os títulos diagnósticos constantes e não constantes na CIPE® e os considerados não constantes,

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classificados segundo Leal (2006).

Diante disso, o grupo julgou se concordava ou não com o cruzamento entre os títulos de diagnóstico da CIPE® e NANDA-I. Em caso de discordância, foi requisitado que apresentassem as sugestões para adequação. Ressalta-se que o processo de validação ocorreu por meio da técnica Delphi, esta foi composta por duas etapas: Delphi 1 e Delphi 2.

A validação de conteúdo foi contemplada através da concordância entre as respostas dos especialistas, com o IVC. Esse índice permite a avaliação de cada item do instrumento, e logo após observar sua totalidade. Este método é bastante difundido na área da saúde, especialmente, quando relacionado a validação de conteúdo para determinar a adequação de conteúdo dos ítens contidos em protocolos (WALTZ; STRICKLAND; LENZ,1991).

Frente ao exposto, os dados foram compilados em bancos de dados no software Microsoft Excel Office 2010 para que assim fossem calculado o IVC e o Índice de Fidedignidade e também foi aplicado o Teste de Mann-Whitney para verificar a significância entre o Delphi 1 e Delphi 2.

Portanto, para o processo de validação foi utilizado o IVC e o Índice de Fidedignidade (reliability) ou concordância interavaliadores (Interrater Agreement - IRA)( RUBIO et al., 2003). O IVC foi utilizado para avaliar o conteúdo dos itens em relação as respostas referentes ao mapeamento cruzado entre os DE e as NHB. Para ser considerado válido é necessário que após as avaliações de especialistas, apresente-se uma aprovação acima de 80% (0,8) (RUBIO et al., 2003; POLIT; BECK, 2006). Assim, para calcular o IVC do mapeamento cruzado, foi dividido o número total de avaliadores que atribuiu uma pontuação de 3 ou 4 em uma escala ordinal de quatro pontos com significância de "concordo" a "não-concordo", pelo total de avaliadores que avaliaram o mapeamento cruzado (RUBIO et al., 2003).

Já o Índice de Fidedignidade avalia a extensão em que os especialistas são confiáveis nas avaliações dos itens do mapeamento cruzado. Para se calcular o Índice de Fidedignidade foi dividido o número de itens que obtiveram um valor acima 0,8 de concordância entre os avaliadores, pelo total de itens de cada dimensão do mapeamento (RUBIO et al., 2003).

Assim, para as análises estatísticas foi utilizado o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0.

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4.5 ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi conduzida de acordo com a Resolução nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que aborda as diretrizes e normas regulamentadora de pesquisas envolvendo seres humanos. A pesquisa obteve avaliação favorável por parte do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), conforme o Parecer 1.007.954 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 42666815.0.0000.5292.

Cabe ressaltar que os responsáveis pelos participantes da primeira fase da pesquisa do projeto guarda-chuva “Sistematização da assistência de enfermagem em crianças e adolescentes com doenças renais” assinaram o TCLE (APÊNDICE A) e as crianças a partir de 6 anos assinaram o Termo de Assentimento (APÊNDICE B). Assim, também os participantes das etapas seguintes da atual pesquisa assinaram o TCLE (APÊNDICE D).

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5 RESULTADOS

Inicialmente foram apresentados os DE CIPE® e NANDA-I, assim descritos de forma quantitativa e posteriormente foi realizada a identificação dos DE da CIPE® constantes e não-constantes na NANDA-I. Estes DE foram classificados segundo as Necessidades Humanas Básicas e os não-constantes classificados segundo Leal (2006).

Foram elaborados os DE para crianças com doenças renais em ambas as classificações após a eliminação de DE com sinonímias. Assim, foram encontrados 147 diagnósticos de enfermagem, destes 67,3%(99) do sistema de classificação CIPE® e 32,7%(48) da NANDA-I, conforme Quadro2.

Quadro 2 - Diagnósticos de enfermagem CIPE® e NANDA-I para crianças com

doenças renais. Natal/RN. Brasil, 2019

Diagnósticos de enfermagem CIPE® Diagnósticos de enfermagem NANDA-I 1. Sistema Respiratório Prejudicado

2. Dispneia

3. Peso corporal excessivo

4. Ingestão de Alimentos inadequada 5. Adesão ao Regime Dietético prejudicado 6. Comportamento de Ingestão de

Alimentos Prejudicado da criança 7. Estado nutricional alterado

8. Risco de estado nutricional inadequado 9. Mastigação Parcial

10. Risco de volume de líquidos baixo 11. Ingestão de líquidos inadequada 12. Risco de volume de Líquidos anormal 13. Risco de Desequilíbrio do volume de

líquidos

14. Volume de Líquidos aumentado 15. Volume de Líquidos baixo 16. Diarréia

17. Eliminação não intencional da urina 18. Constipação

19. Micção Alta

20. Eliminação urinária alterada 21. Retenção Urinária

22. Continência urinária 23. Padrão do sono alterado 24. Insônia

25. Fadiga 26. Hipoatividade

27. Intolerância à atividade

28. Risco de Intolerância à atividade 29. Equilíbrio Prejudicado

30. Capacidade para Andar Prejudicada 31. Risco de Queda

1. Padrão respiratório ineficaz 2. Sobrepeso

3. Nutrição Desequilibrada: menor do que as necessidades corporais

4. Dinâmica alimentar ineficaz da criança 5. Risco de volume de líquidos

desequilibrado

6. Risco de volume de líquidos deficiente 7. Risco de desequilíbrio eletrolítico 8. Volume de líquidos excessivo 9. Volume de líquidos deficiente 10. Diarréia

11. Incontinência urinária funcional 12. Constipação

13. Eliminação Urinária Prejudicada 14. Distúrbio no padrão de sono 15. Insônia

16. Fadiga

17. Intolerância à atividade

18. Risco de Intolerância à atividade 19. Deambulação prejudicada 20. Risco de Quedas

21. Autonegligência

22. Déficit no autocuidado para banho 23. Déficit no autocuidado para alimentação 24. Dor Aguda

25. Dor Crônica

26. Integridade da pele prejudicada 27. Risco de infecção

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32. Autocuidado Prejudicado

33. Capacidade inadequada para executar o banho

34. Capacidade inadequada para alimentar-se

35. Cólica Renal 36. Dor, Aguda 37. Dor, Crônica

38. Dor à micção (disúria) 39. Dor Abdominal

40. Integridade da pele alterada 41. Risco de infecção

42. Risco de Infecção Urinária 43. Infecção

44. Infecção do Trato Urinário

45. Proteção contra doenças prejudicada 46. Adesão inadequada ao regime dietético 47. Adesão inadequada ao regime

medicamentoso

48. Adesão inadequada ao regime terapêutico

49. Adesão inadequada ao volume de líquidos recomendados

50. Capacidade familiar inadequada para gerenciar o regime terapêutico 51. Edema

52. Hipertermia

53. Risco de desequilíbrio na temperatura corporal 54. Hipertensão 55. Hipernatremia 56. Hiponatremia 57. Hiperfosfatemia 58. Hipopotassemia 59. Hiperpotassemia 60. Hipercalcemia 61. Hipocalcemia 62. Peso, Prejudicado 63. Hipervolemia 64. Risco de Hipervolemia

65. Risco de desequilíbrio de eletrólitos 66. Desequilíbrio de Eletrólitos

67. Equilíbrio de eletrólitos 68. Ascite

69. Processo Renal Interrompido 70. Perfusão Tissular, Ineficaz

71. Risco de Perfusão Tissular, Ineficaz 72. Perfusão tissular alterada: renal

73. Risco de Perfusão tissular alterada: renal 74. Retenção de líquidos

75. Regime de Diálise Peritoneal Eficaz 76. Risco de Desenvolvimento Psicomotor

alterado

77. Desenvolvimento Psicomotor alterado 78. Risco de Desenvolvimento infantil

inadequado

79. Desenvolvimento infantil inadequado

28. Proteção ineficaz

29. Controle ineficaz da saúde

30. Controle da saúde familiar ineficaz 31. Hipertermia

32. Risco de termorregulação ineficaz 33. Risco de pressão arterial instável 34. Perfusão tissular periférica ineficaz 35. Risco de Perfusão tissular periférica

ineficaz

36. Volume de líquidos excessivo

37. Risco de desenvolvimento atrasado 38. Memória prejudicada

39. Tensão do papel de cuidador

40. Risco de tensão do papel de cuidador 41. Processos familiares disfuncionais 42. Ansiedade

43. Medo

44. Envolvimento em atividades de recreação diminuído

45. Resiliência prejudicada

46. Síndrome do estresse por mudança

47. Distúrbio na imagem corporal 48. Enfrentamento familiar comprometido

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Assim, após a identificação dos DE, estes foram submetidos ao mapeamento cruzado dos títulos de diagnósticos CIPE® versão 2019 com a NANDA-I 2018-2020. Logo após, observou-se que 85,8% dos DE da CIPE® foram não constantes na NANDA-I, com isso 14,2% foram constantes.

80. Risco de Crescimento Atrasado 81. Crescimento Atrasado

82. Afasia

83. Cognição Prejudicada 84. Agitação

85. Disposição para o cuidar familiar Prejudicado

86. Risco de disposição para o cuidar familiar Prejudicado

87. Processo Familiar alterado 88. Ansiedade

89. Medo

90. Cognição alterada

91. Acesso deficitário a atividade de recreação e lazer

92. Capacidade limitada para realizar atividades de recreação e lazer 93. Apoio familiar inadequado 94. Apoio social inadequado 95. Adaptação Prejudicada

96. Estresse por Mudança do Ambiente 97. Baixa confiança nos outros

98. Imagem corporal negativa 99. Enfrentamento familiar ineficaz 100. Privacidade inadequada

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Quadro 3 - Diagnósticos de enfermagem CIPE® para crianças com doenças renais

constantes e não constantes na NANDA-I. Natal/RN. Brasil, 2019

Não constantes Constantes 1. Sistema Respiratório Prejudicado

2. Dispneia

3. Peso corporal excessivo

4. Ingestão de Alimentos inadequada 5. Adesão ao Regime Dietético prejudicado 6. Comportamento de Ingestão de Alimentos

Prejudicado da criança 7. Estado nutricional alterado

8. Risco de estado nutricional inadequado 9. Mastigação Parcial

10. Risco de volume de líquidos baixo 11. Ingestão de líquidos inadequada 12. Risco de volume de Líquidos anormal 13. Risco de Desequilíbrio do volume de líquidos 14. Volume de Líquidos aumentado

15. Volume de Líquidos baixo

16. Eliminação não intencional da urina 17. Micção Alta

18. Eliminação urinária alterada 19. Continência urinária

20. Padrão do sono alterado 21. Hipoatividade

22. Equilíbrio Prejudicado

23. Capacidade para Andar Prejudicada 24. Autocuidado Prejudicado

25. Capacidade inadequada para executar o banho 26. Capacidade inadequada para alimentar-se 27. Cólica Renal

28. Dor à micção (disúria) 29. Dor Abdominal

30. Integridade da pele alterada 31. Risco de Infecção Urinária 32. Infecção

33. Infecção do Trato Urinário

34. Proteção contra doenças prejudicada 35. Adesão inadequada ao regime dietético 36. Adesão inadequada ao regime medicamentoso 37. Adesão inadequada ao regime terapêutico 38. Adesão inadequada ao volume de líquidos

recomendados

39. Capacidade familiar inadequada para gerenciar o regime terapêutico

40. Edema

41. Risco de desequilíbrio na temperatura corporal 42. Hipertensão 43. Hipernatremia 44. Hiponatremia 45. Hiperfosfatemia 46. Hipopotassemia 47. Hiperpotassemia 48. Hipercalcemia 49. Hipocalcemia 50. Peso, Prejudicado 51. Hipervolemia 1. Diarreia 2. Constipação 3. Insônia 4. Fadiga 5. Intolerância à atividade 6. Retenção urinária

7. Risco de Intolerância à atividade 8. Risco de Quedas 9. Dor Aguda 10. Dor Crônica 11. Risco de infecção 12. Hipertermia 13. Ansiedade 14. Medo 1/2

Referências

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