• Nenhum resultado encontrado

A comunicação em OSC: do conhecimento ao reconhecimento

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A comunicação em OSC: do conhecimento ao reconhecimento"

Copied!
32
0
0

Texto

(1)

Apresentação pública dos resultados da investigação aos

parceiros e instituições participantes

A Comunicação em OSC:

do conhecimento ao reconhecimento

Mafalda Eiró-Gomes, César Neto e Cláudia Silvestre

* Projeto de investigação apoiado pelo IPL - Instituto Politécnico de Lisboa no âmbito do concurso para financiamento de Projetos de Investigação, Desenvolvimento, Inovação e Criação Artística- IDI&CA - IPL/2016/COSC-CR_ESCS e pela Plataforma Portuguesa das ONGD.

(2)

Investigação – Duas Fases

Fase I (2016)

• Nesta primeira fase procedeu-se a um levantamento e mapeamento dos

aspetos considerados no âmbito da ‘comunicação’:

• os principais instrumentos de comunicação usados, existência ou não de gabinetes / departamentos de comunicação, bem como de outros

elementos expressivos da identidade das organizações; • Investigação de cariz quantitativo;

(3)

Investigação – Duas Fases

Fase II (2017)

• Pergunta de Partida: Como entendem as ONGD a gestão da

comunicação?

• Procurou-se com esta questão compreender se a visão da comunicação era essencialmente entendida numa perspectiva técnica, tática ou

estratégica;

• Investigação de cariz qualitativo;

• Entrevistas presenciais semi-estruturadas;

(4)

Primeira Fase

População Alvo

População Estudada

Amostra analisada

185 ONGD inscritas no Ministério dos Negócios Estrangeiros 123 ONGD que responderam ao nosso contacto 77 ONGD que participaram no estudo

Taxa de resposta: 63%

(5)

Distribuição Geográfica da Amostra

Zona Norte Centro Lisboa Alentejo Total

Nº de ONGD 9 11 51 6 77

Responsável com formação na área da comunicação 1 11% 3 27% 13 25% 0 0% 17

(6)

Suportes (Digitais)

LOJA ONLINE LINKEDIN TWITTER FACEBOOK E-MAIL SITE 19 21 27 68 68 72 0 1 0 5 7 2 58 55 50 4 2 3

(7)

Suportes Analógicos

JORNAL REVISTA JOGOS BOLETIM BACKGROUND INFORMATION KIT AUTOCOLANTES SACOS BRINDES EDIÇÕES ESPECIAIS NEWSLETTER FORMULÁRIOS DE CANDIDATURA BROCHURAS CARTÕES ENVELOPE COMUNICADOS DE IMPRENSA CARTAZES ROLL UP DESCRITIVO DE PROJECTO CARTA VÍDEOS RELATÓRIO DE PROJECTOS FOLHETOS RELATÓRIO E CONTAS PLANO DE ACTIVIDADES 3 15 16 21 25 30 30 35 37 46 51 51 52 53 55 56 58 58 59 60 64 64 67 69 1 0 0 0 0 0 1 0 1 6 3 0 5 4 6 3 2 4 4 2 6 3 6 6 73 62 61 56 52 47 46 42 39 25 23 26 20 20 16 18 17 15 14 15 7 10 4 2

(8)

Especialistas de Comunicação

4

11

18

4

5

5

4

Técnicos Especialistas

(37 ONGD)

Departamento

de

Comunicação

(38 ONGD)

Agências de

Comunicação

(32 ONGD)

Das 77 ONGD que responderam, 26 não têm departamento de comunicação, não

têm na sua equipa um técnico que desempenha estas funções e também não trabalham com agências.

(9)

Responsabilidade de quem?

0 5 10 15 20 25 30 35 PROJETOS DE COMUNICAÇÃO EM PORTUGAL PROJETOS DE COMUNICAÇÃO FORA DE PORTUGAL RELAÇÃO COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ANGARIAÇÃO DE FUNDOS CAMPANHA INSTITUCIONAL 21 19 33 21 35

Nº de ONGD cujo responsável é um profissional de

comunicação

(10)

Segunda Fase

2ª fase do estudo

1ª fase do estudo

77 ONGD Reponderam ao questionário 43 ONGD Realizaram a entrevista 56% 42 Associadas da Plataforma das ONGD 35 Não associadas da Plataforma das ONGD

(11)
(12)
(13)
(14)

Formação Académica do Resp. de Comunicação

Formação Académica Frequência / percentagem

Outra formação 18 / 55%

RP e Comunicação organizacional 8 / 24%

Outras áreas da comunicação 7 / 21%

Verifica-se que a formação de mais de 50% dos Responsáveis de Comunicação é em outras áreas disciplinares, como a sociologia (grande maioria), sendo que

apenas 7 indicaram ter formação na área da comunicação institucional, comunicação organizacional, comunicação de interesse público ou relações públicas, e outros 7 formação em áreas afins, como o jornalismo ou a comunicação multimédia.

(15)

Função na ONGD

Função Frequência / percentagem

Comunicação 18 / 44%

Outra 16 / 39%

Comunicação + Outra 7 / 17%

• No primeiro contacto com as ONGD para a realização da entrevista, solicitou-se que esta fosse aplicada à pessoa responsável pela ‘comunicação’. Note-se, contudo, que dos 43

respondentes, 16 não desempenham qualquer função na área da comunicação,

18 indicaram desempenhar explicitamente funções nessa área e, dentro destes, 7 acumulam as funções de comunicação com outros cargos na organização, como, por exemplo, lugares de direção ou de coordenação na área dos projetos.

(16)

Planeamento Estratégico

79%

21%

A comunicação faz parte do plano estratégico da ONGD?

(17)

Planeamento Estratégico

A larga maioria das ONGD entrevistadas indicam que a comunicação faz parte do

plano estratégico da organização, contudo é importante relativizar estes

resultados, até porque de acordo com as respostas, muitas organizações têm apenas planos de atividades e não planos estratégicos:

• “Não temos um plano estratégico definido por escrito que deva ser meticulosamente aplicado, mas temos um plano de atividades anual e a comunicação é parte

integrante desse plano”.

E, ao analisar-se o processo de definição da estratégia de comunicação da ONGD,

nomeadamente na definição do tom, da forma e do estilo da comunicação, verifica-se que são poucas as vezes que a responsabilidade pertence a um departamento ou serviço de comunicação.

(18)

Nas palavras de alguns entrevistados, existe claramente uma

falta de reconhecimento do papel e da importância da

comunicação; não há um entendimento do papel da

comunicação na solidificação do trabalho e da reputação

das organizações.

(19)

Princípios Orientadores de Comunicação

A análise permitiu identificar que a comunicação parece ser entendida como

divulgação ou como forma de transmitir determinadas informações através de suportes, hoje, na sua grande maioria, digitais.

• O entendimento parece ser que “a comunicação é importante na divulgação”, “apoia questões formais durante os projetos”, “não se destina aos públicos da ação da

organização” ou mesmo que “há uma preocupação ética e estética com os produtos de comunicação”.

A comunicação aparece como dependente da saúde financeira da organização e consequentemente da aprovação de projetos.

(20)

Existe a consciência ...

• Quanto ao panorama da comunicação, a segmentação do material recolhido permite concluir que grande parte das ONGD tem consciência das lacunas que apresenta

na área da comunicação, que é em muitos casos “uma área que não está

profissionalizada, somos nós que fazemos estas coisas com boa vontade”, é feita de forma “amadora”, e que “a comunicação assume apenas uma parte mínima do projeto”, “não há recursos humanos nem conhecimento”.

(21)

As ONGD, segundo os depoimentos, reconhecem a

importância da ‘comunicação’, mas este reconhecimento

não está refletido no trabalho das mesmas.

(22)

Públicos

Públicos Nº Unidades Código

Crianças e Jovens 15

Escolas 15

Financiadores 15

Outras organizações 12

População em geral/Público em geral 12

Empresas 10

Comunidade 9

Deputados e líderes políticos 9

(23)

Públicos

• Quando se fala de mapear públicos ou stakeholders o conceito mais frequente é o de crianças e jovens, financiadores, escolas e “população em geral / público em geral”.

Muito poucas organizações consideram os públicos alvo do seu trabalho como relevantes quando falamos de comunicação.

• Ao analisar-se o processo de gestão e mapeamento dos públicos, é possível constatar que a maioria das organizações não efetua qualquer processo de mapeamento de

públicos de comunicação. Muitas consideram mesmo que os públicos “fazem parte

(24)

Objetivos

Objetivos de comunicação Nº Unidades Código

Divulgação da organização e do seu trabalho 22

Fundos e Financiamento 10

Consciencialização 8

Visibilidade 8

Reconhecimento 6

(25)

Objetivos

Analisando os objetivos de comunicação, verifica-se uma visão da comunicação

centrada na divulgação, com foco na visibilidade da organização e em especial dos projetos.

Muitos dos objetivos enumerados não são claros e poucos têm como base a mudança

de atitudes ou comportamentos, estando ainda muito assentes numa visão instrumental e técnica da ‘comunicação’.

(26)

Projetos

• Na maioria das organizações entrevistadas, “não há intervenção da comunicação na fase inicial do projeto”, ou seja, a comunicação não é envolvida no desenho e

planeamento dos projetos.

A definição e planeamento de comunicação é algo que surge só numa segunda fase, assente numa visão instrumental da comunicação, pensada como

divulgação.

• A aposta na comunicação está também relacionada com as exigências dos financiadores, “seguem-se as normas que o próprio financiador exige”, o “relatório de atividades” e o “site” são muitas vezes uma exigência dos financiadores.

(27)

Contudo, há exceções:

“estes projetos têm sempre a comunicação pensada e

desenvolvida logo desde o início e existe sempre uma

verba para técnicos da área da comunicação e para os

materiais que vamos necessitar de produzir. A

comunicação para nós é mais do que meramente

divulgar”.

(28)

Comunicação em projetos de informação e

consciencialização

• As respostas das organizações que desenvolvem trabalho nesta área levam-nos a crer que desenvolvem um trabalho importante, e que existe uma aposta em projetos de comunicação numa acessão de awareness, advocacy, mudança de comportamentos e numa tentativa de colocar determinados temas na agenda mediática.

Este trabalho é, contudo, associado à área da Educação para o Desenvolvimento

ou de Educação para a Cidadania Global e raramente pensado como Comunicação Estratégica.

• E, neste sentido, tudo leva a crer que o papel dos profissionais de comunicação é francamente diminuto nestas campanhas.

(29)

• O conceito parece ser desconhecido ou, pelo menos, não utilizado pela esmagadora maioria das ONGD.

Tendo como base as definições de Mefalopulos (2008), tudo leva a crer que existe uma maior aposta em comunicação sobre desenvolvimento

• “communication is used to inform audiences about development initiatives, activities, and results. It is about transmitting information and messages.” (Mefalopulos, 2008, p. xi)

do que em Comunicação para o Desenvolvimento:

• “(…) communication is applied to engage stakeholders, assess the situation, and devise effective strategies leading to better and more sustainable development initiatives. It is more than transmitting information; it is about using

communication to generate new knowledge and consensus in order to facilitate change.” (Mefalopulos, 2008, p. xi)

(30)

• A perspetiva apresentada no que se refere à comunicação institucional (organizacional, estratégica, relações públicas) é a de um entendimento meramente instrumental ou, para sermos ainda mais fiéis aos dados recolhidos, uma visão da comunicação

meramente como divulgação.

É premente que nas organizações do terceiro sector se entendam os profissionais de

comunicação como elementos chave para o sucesso destas organizações enquanto construtores de relações e, muito em especial, enquanto

catalisadores das relações comunitárias sejam elas pensadas em Portugal ou em qualquer um dos países de língua portuguesa onde na sua grande maioria as ONGD portuguesas atuam.

(31)

Parece-nos assim fundamental que os responsáveis

entendam o papel estruturante e constitutivo da

‘Comunicação’ no seio destas organizações, que a

comunicação seja entendida como algo que obriga à

relação, ao conhecimento e ao reconhecimento do outro,

a comunicação como negociação muito para lá de meras

questões de transmissão de mensagens (Wolton, 2016).

(32)

"O desenvolvimento humano é um

processo de alargamento das

possibilidades de escolha"

Referências

Documentos relacionados

No entanto na análise que efectuámos verificamos que a maior parte das imagens (53%) se situa à esquerda, a explicação parece assentar nas mesmas razões anteriormente

Uma forma de tornar a comunicação visual algo acessível para o pequeno empreendedor é através de parcerias com profissionais ou empresas do ramo e o pequeno negócio, como

 É muito comum conflitos no ambiente de trabalho por uma mensagem mal interpretada, um e-mail sem a escrita correta, uma comunicação bem interpretada tem o poder de transformar

Cientista político formado pela UFF, Iuperj e USP, foi professor adjunto, diretor de Pesquisa e de Seminários e Publicações do IUPERJ - Instituto Universitário de Pesquisa do Rio

A fala não existe para ser escrita, e da mesma forma, muitos textos escritos não são apreciáveis na fala; quando se tenta reproduzir um texto escrito como se fosse

Características, linguagens e técnicas de produção, apuração, entrevista, redação e edição para TV e vídeo.. Radiojornalismo Notícia na

Sempre me propus a pensar para além do que está posto, pensando que sempre pode ser mais, apostando nos princípios de universalidade - saúde como direito de todos, integralidade

R6: Atrapalha não seria a palavra que eu iria usar, mas impacta de certa forma tá, quando você tá na licenciatura, você aprende a se comportar dentro de sala de aula, a andar,