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Construções com semigrupos

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Academic year: 2021

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palavras-chave Semigrupo, geradores, apresentações, automaticidade.

resumo O presente trabalho propõe-se reunir os resultados mais significativos sobre subsemigrupos de índice de Rees finito e construções com semigrupos (produto livre, produto directo, matrizes de Rees, produto em coroa), no que respeita a geradores, apresentações e automaticidade. A dissertação inicia-se com um capítulo introdutório, que contém alguns resultados fundamentais sobre teoria de semigrupos. No segundo capítulo são estudados subsemigrupos de índice de Rees finito, o que é relevante para o estudo das construções de semigrupos. Os restantes quatro capítulos correspondem a cada uma das construções indicadas.

(5)

keywords Semigroup, generators, presentations, automaticity.

abstract The aim of this work is to reunite the more significant results about

subsemigroups of finite Rees index and semigroup constructions (free product, direct product, Rees matrix, wreath product), with respect to generators, presentations and automaticity. This dissertation begins with an introductory chapter, containing some fundamental results about semigroup theory. In the second chapter are studied subsemigroups of finite Rees index, which are relevant for the study of semigroup constructions. The remaining four chapters correspond to each one of the indicated constructions.

(6)

Conte´

udo

1 INTRODUC¸ ˜AO E DEFINIC¸ ˜OES 3

1 Descri¸c˜ao do semigrupo livre sobre um conjunto . . . 4

2 Congruˆencias . . . 5

3 Geradores de semigrupos . . . 10

4 Apresenta¸c˜oes de semigrupos . . . 11

5 Subsemigrupos . . . 13

6 Semigrupos simples e 0-simples . . . 13

7 Equivalˆencias de Green . . . 16

8 Ac¸c˜oes diagonais . . . 23

9 Elementos injectivos, ou quase-injectivos . . . 24

10 Semigrupos autom´aticos . . . 25

2 SUBSEMIGRUPOS DE ´INDICE DE REES FINITO 35 1 Geradores . . . 35 2 Apresenta¸c˜oes . . . 36 3 Automaticidade . . . 39 3 PRODUTO LIVRE 45 1 Geradores . . . 49 2 Apresenta¸c˜oes . . . 49 3 Automaticidade . . . 51

4 PRODUTO DIRECTO DE SEMIGRUPOS 53 1 Apresenta¸c˜ao do produto directo de mon´oides . . . 54

2 Geradores . . . 55

2.1 Ambos os factores s˜ao infinitos . . . 56

2.2 Um dos factores ´e finito e o outro infinito . . . 59

3 Apresenta¸c˜oes . . . 60 1

(7)

3.1 Ambos os factores s˜ao semigrupos infinitos . . . 60 3.2 Um dos factores ´e finito e o outro ´e infinito . . . 71 4 Automaticidade . . . 71 5 MATRIZES DE REES 73 1 Geradores . . . 74 2 Apresenta¸c˜oes . . . 76 3 Automaticidade . . . 84 6 PRODUTO EM COROA 89 1 Geradores . . . 91 2 Apresenta¸c˜oes . . . 98 3 Automaticidade . . . 99

(8)

Cap´ıtulo 1

INTRODUC

¸ ˜

AO E

DEFINIC

¸ ˜

OES

Neste cap´ıtulo ser˜ao introduzidos conceitos e resultados fundamentais da teoria de semigrupos, necess´arios ao posterior estudo das propriedades combinat´orias (gera-dores, apresenta¸c˜oes, automaticidade) nos restantes cap´ıtulos. No segundo cap´ıtulo far-se-´a o estudo das propriedades combinat´orias referidas para subsemigrupos de ´ındice de Rees finito. Nos restantes quatro cap´ıtulos far-se-´a o estudo das mesmas propriedades para as constru¸c˜oes: produto livre; produto directo; matrizes de Rees; produto em coroa.

Os resultados fundamentais deste cap´ıtulo podem ser encontrados em [11] e [2]. Defini¸c˜ao 1.1. O par (S, •), em que S ´e um conjunto e • ´e uma opera¸c˜ao bin´aria, associativa, em S, designa um semigrupo. Se no semigrupo existir um elemento (identidade) 1, este diz-se mon´oide. S1

designa o mon´oide que se obt´em do semi-grupo S acrescentando-lhe a identidade, 1. Se, para todo o elemento do mon´oide, existir inverso, isto ´e, se para todo o s ∈ S existir s−1∈ S, tal que s•s−1 = s−1•s = 1,

este diz-se grupo.

Defini¸c˜ao 1.2. Dado um conjunto A, diz-se que F ´e semigrupo (mon´oide / grupo) livre sobre A, se:

(F1) existe uma fun¸c˜ao α : A → F ;

(F2) para cada semigrupo (mon´oide / grupo) S e cada fun¸c˜ao φ : A → S, existe

um ´unico homomorfismo, ψ : F → S tal que 3

(9)

F A S α φ ψ    * -?

´e um diagrama comutativo.

Observa¸c˜ao 1.3. O semigrupo (mon´oide / grupo) livre sobre um conjunto ´e definido a menos de isomorfismo: No caso particular em que S = F e φ = α, como ψ ´e ´unico, por (F2), e como ψ = idF satisfaz (a)αψ = (a)α para todo o a ∈ A, tem-se

ψ = idF (1.1)

Agora, seja F∗ outro semigrupo (mon´oide / grupo) livre sobre A e seja α∗: A → F∗ uma fun¸c˜ao. Substituindo S por Fe φ por α, pela propriedade (F

2), existe

um ´unico homomorfismo χ∗: F → F∗, tal que

(a)αχ∗ = (a)α∗; ∀a ∈ A (1.2)

Trocando os papeis de F e F∗ e de α e α∗, por (F2) existe um s´o homomorfismo

χ : F∗ → F tal que

(a)α∗χ = (a)α ∀a ∈ A (1.3)

De (1.2) e (1.3) resulta que existem homomorfismos χχ∗ : F∗ → F∗ e χ∗χ : F → F , tais que (a)αχ∗χ = (a)α e (a)αχχ= (a)α, para todo o a ∈ A. De (1.1) resulta

χ∗χ = idF e χχ∗ = idF∗. Logo, χ (assim como χ∗) ´e invert´ıvel, pelo que ´e um

isomorfismo. Assim, F e F∗ ao isomorfos.

1

Descri¸

ao do semigrupo livre sobre um conjunto

Seja A = {ai : i ∈ I} um conjunto, a que chamamos alfabeto e A+ o conjunto das

sequˆencias finitas, ou palavras, n˜ao vazias, de elementos de A, w = a1a2...an, para

n ∈ N. Designa-se o comprimento de uma palavra w ∈ A+ por |w|. Assim, por exemplo, |a1a2...an| = n.

O par (A+,), em que  : A+× A+→ A+ ´e a opera¸c˜ao de justaposi¸c˜ao (ou con-catena¸c˜ao), tal que (a1a2...an)(b1b2...bm) = a1a2...anb1b2...bm, ∀a1a2...an, b1b2...bm ∈

A+, ´e o semigrupo livre sobre A.

A imers˜ao can´onica, ou natural, de A em A+, que a cada elemento a ∈ A faz corresponder a palavra a ∈ A+ ´e a fun¸c˜ao referida em (F1).

(10)

2. CONGRU ˆENCIAS 5 Por outro lado, para cada semigrupo S e fun¸c˜ao φ : A → S, existe um ´unico homomorfismo ψ : A+ → S, tal que (a)φ = (a)αψ, para todo o a ∈ A, que ´e o homomorfismo ψ, tal que (a)ψ = (a)φ, para todo o a ∈ A e verifica-se (F2) (a

unicidade resulta do facto de cada palavra de A+ ser a justaposi¸c˜ao de palavras singulares, imagens, pela imers˜ao can´onica, dos elementos de A).

O mon´oide livre sobre A, A∗, obt´em-se do semigrupo livre A+, acrescentando-lhe uma identidade, habitualmente designada por ǫ, a palavra vazia (|ǫ| = 0).

Finalmente, o grupo livre sobre A={ai : i ∈ I} ´e, para a opera¸c˜ao justaposi¸c˜ao,

o conjunto das palavras vazia e finitas reduzidas, no alfabeto {ai, a−1i : i ∈ I}, em

que A−1={a−1i : i ∈ I} ´e um conjunto em bijec¸c˜ao com A, tal que A∩A−1= ∅. Entende-se por sequˆencia reduzida, aquela em que n˜ao se encontram aia−1i nem

a−1i ai, para i ∈ I.

2

Congruˆ

encias

Seja X um conjunto. A um subconjunto de X × X chamamos uma rela¸c˜ao em X. Uma rela¸c˜ao de equivalˆencia R em X ´e uma rela¸c˜ao reflexiva, sim´etrica e transitiva. Tendo em conta que o conjunto das equivalˆencias sobre X ´e n˜ao vazio, faz sentido a defini¸c˜ao seguinte.

Defini¸c˜ao 1.4. Dada uma rela¸c˜ao R sobre um conjunto X, chama-se rela¸c˜ao de equivalˆencia gerada por R `a intersec¸c˜ao de todas as rela¸c˜oes de equivalˆencia que contˆem R (menor equivalˆencia que cont´em R) e designa-se por Re.

Defini¸c˜ao 1.5. Dada uma rela¸c˜ao R, num conjunto X designa-se por R−1a rela¸c˜ao {(x, y) : (y, x) ∈ R}. Designa-se por 1X a rela¸c˜ao {(x, x) : x ∈ X}.

Defini¸c˜ao 1.6. Dadas duas rela¸c˜oes ρ e σ, sobre um conjunto X, definimos a com-posi¸c˜ao ρ ◦ σ por

ρ ◦ σ = {(x, y) ∈ X × X : ∃z ∈ S, com (x, z) ∈ ρ, (z, y) ∈ σ}. Proposi¸c˜ao 1.7. Para toda a rela¸c˜ao R sobre um conjunto X, Re

= [R ∪ R−1∪ 1X]∞,

onde [R ∪ R−1∪ 1

X]∞=S{[R ∪ R−1∪ 1X]n: n ≥ 1}.

Para a prova da Proposi¸c˜ao s˜ao necess´arios os dois seguintes Lemas.

Lema 1.8. Dada a rela¸c˜ao R, sobre um conjunto X, a rela¸c˜ao (R ∪ R−1∪ 1X)∞ ´e

(11)

Demonstrac¸˜ao. Tem-se, para todo o n ∈ N:

(R ∪ R−1∪ 1X)n = ((R ∪ R−1∪ 1X)−1))n= ((R ∪ R−1∪ 1X)n))−1.

A primeira igualdade resulta de R ∪ R−1∪ 1X ser rela¸c˜ao sim´etrica. Por outro lado,

(x, y) ∈ ((R ∪ R−1∪ 1

X)−1))n, se e s´o se existem z1, z2, ..., zn−1 ∈ S, tais que (x, z1),

(zi, zi+1), (zn−1, y) ∈ (R∪R−1∪1X)−1, com 2 ≤ i ≤ n−2, ou seja, tais que (y, zn−1),

(zi+1, zi), (z1, x) ∈ R∪R−1∪1X, com 2 ≤ i ≤ n−2. O que ´e equivalente a ter (y, x) ∈

(R ∪ R−1∪ 1X)n, condi¸c˜ao necess´aria e suficiente para (x, y) ∈ ((R ∪ R−1∪ 1X)n)−1.

Finalmente, se (x, y) ∈ (R ∪ R−1∪ 1X)∞, ent˜ao (x, y) ∈ (R ∪ R−1∪ 1X)n, para algum

n ∈ N. Ora (R ∪ R−1∪ 1X)n= ((R ∪ R−1∪ 1X)n)−1, ent˜ao (y, x) ∈ (R ∪ R−1∪ 1X)n,

logo (y, x) ∈ (R ∪ R−1∪ 1X)∞.

Lema 1.9. Para toda a rela¸c˜ao reflexiva R, num conjunto X, a rela¸c˜ao R∞ = S(Rn: n ≥ 1) ´e a menor rela¸c˜ao transitiva, que cont´em R.

Demonstrac¸˜ao. Sejam (x, y), (y, z) ∈ R∞, ent˜ao, (x, y) ∈ Rn e (y, z) ∈ Rm,

para alguns n, m ∈ N, logo (x, z) ∈ Rn+m ⊆ R∞. Por outro lado, se T ´e rela¸c˜ao

transitiva contendo R, R2 = R ◦ R ⊆ T ◦ T = T . Para mostrar que R ◦ R ⊆ T ◦ T , seja (x, y) ∈ R ◦ R arbitr´ario. Ent˜ao, existe z ∈ X, tal que (x, z), (z, y) ∈ R ⊆ T . Logo, (x, y) ∈ T ◦ T . Para mostrar que T ◦ T = T , seja (x, y) ∈ T ◦ T , arbitr´ario. Ent˜ao, existe z ∈ X, tal que (x, z), (z, y) ∈ T . Como T ´e transitiva, (x, y) ∈ T . Se (x, y) ∈ T , como R ⊆ T e R ´e reflexiva, (x, x) ∈ T e tem-se (x, y) ∈ T ◦ T .

Finalmente, por indu¸c˜ao, tem-se Rn = Rn−1◦ R ⊆ Tn−1◦ T = T , para todo o

n ∈ N. Logo, R∞⊆ T .

Demonstrac¸˜ao. da Proposi¸c˜ao 1.7 : ´E ´obvio que qualquer rela¸c˜ao reflexiva e sim´etrica que contenha R, tem que conter R ∪ R−1∪ 1X. Pelo Lema 1.9, Re ´e a

menor rela¸c˜ao transitiva que cont´em R ∪ R−1∪ 1X. Como 1X ⊆ R ∪ R−1∪ 1X ⊂ Re,

Re ´e reflexiva. Pelo Lema 1.8, Re ´e sim´etrica.

Defini¸c˜ao 1.10. Dado um semigrupo S, uma rela¸c˜ao bin´aria R, em S (R ⊆ S × S) ´e uma congruˆencia, se for uma equivalˆencia e se for compat´ıvel (∀s, t, s∗, t∗ ∈ S; [(s, t) ∈ R e (s∗, t∗) ∈ R] ⇒ (ss∗, tt∗) ∈ R).

Diz-se que R ´e congruˆencia `a esquerda [direita] se ´e equivalˆencia e ´e compat´ıvel `

a esquerda (∀a ∈ S; ∀(s, t) ∈ R; (as, at) ∈ R) [`a direita (∀a ∈ S; ∀(s, t) ∈ R; (sa, ta) ∈ R)].

(12)

2. CONGRU ˆENCIAS 7 Proposi¸c˜ao 1.11. Uma rela¸c˜ao R, num semigrupo S ´e uma congruˆencia sse for congruˆencia `a esquerda e `a direita.

Demonstrac¸˜ao. Se R ´e congruˆencia e a ∈ S, ent˜ao (a, a) ∈ R e, para qualquer (s, t) ∈ R, tem-se (as, at) ∈ R e (sa, ta) ∈ R.

Se R ´e congruˆencia `a esquerda e `a direita e (s, t), (s∗, t∗) ∈ R, como s∗∈ S, pela compatibilidade `a esquerda de R, (s∗s, st) ∈ R e pela compatibilidade `a direita,

(s∗t, t∗t) ∈ R. Pela transitividade de R, (s∗s, t∗t) ∈ R.

Como a fam´ılia de congruˆencias que contˆem uma rela¸c˜ao R sobre um semigrupo S ´e n˜ao vazia, visto que S × S ´e congruˆencia sobre S e a intersec¸c˜ao de uma fam´ılia de congruˆencias sobre S ´e uma congruˆencia sobre S, faz sentido a seguinte defini¸c˜ao: Defini¸c˜ao 1.12. Dada uma rela¸c˜ao R sobre um semigrupo S, chama-se rela¸c˜ao de congruˆencia gerada por R, `a intersec¸c˜ao de todas as congruˆencias que contˆem R (menor congruˆencia que cont´em R) e designa-se neste texto por ρ.

Lema 1.13. Dada uma rela¸c˜ao R sobre um semigrupo S, Rc

= {(xay, xby) : x, y ∈ S1, (a, b) ∈ R} ´e a menor rela¸c˜ao compat´ıvel `a esquerda e `a direita, que cont´em R.

Demonstrac¸˜ao. Temos R ⊆ Rc, pois (a, b) = (1a1, 1b1), para todo o (a, b) ∈ R.

Por outro lado, Rc ´e compat´ıvel `a esquerda e `a direita, pois sejam (u, v) ∈ Rc e w ∈ S, ent˜ao u = xay; v = xby, para alguns x, y ∈ S1 e (a, b) ∈ R. Ora w(u, v) = (wu, wv) = ((wx)ay, (wx)by) ∈ Rc e (u, v)w = (uw, vw) = (xa(yw), xb(yw)) ∈ Rc,

visto que wx, yw ∈ S ⊆ S1.

Seja agora C uma rela¸c˜ao compat´ıvel `a esquerda e `a direita, que cont´em R, w, z ∈ S1 e (a, b) ∈ R ⊆ C, como C ´e compat´ıvel `a esquerda, (wa, wb) ∈ C, como C

´e compat´ıvel `a direita, (waz, wbz) ∈ C.

Lema 1.14. Sejam Q, R rela¸c˜oes num semigrupo S. (1) Q ⊆ R ⇒ Qc⊆ Rc;

(2) (Q−1)c = (Qc)−1;

(3) (Q ∪ R)c = Qc∪ Rc.

Demonstrac¸˜ao. (1) seja (u, v) ∈ Qc, ent˜ao u = xay e v = xby, para x, y ∈ S1 e (a, b) ∈ Q ⊆ R, logo (u, v) ∈ Rc.

(13)

(2) (v, u) ∈ (Q−1)c, se e s´o se v = xby e u = xay, com x, y ∈ S1 e (b, a) ∈ Q−1,

se e s´o se v = xby ; u = xay, com x, y ∈ S1 e (a, b) ∈ Q, se e s´o se (u, v) ∈ Qc, se e

s´o se (v, u) ∈ (Qc)−1.

(3) (u, v) ∈ (Q ∪ R)c, se e s´o se (u, v) = (xay, xby), com x, y ∈ S1 e (a, b) ∈ Q

ou (a, b) ∈ R se e s´o se (u, v) ∈ Qc ou (u, v) ∈ Rc se e s´o se (u, v) ∈ Qc∪ Rc.

Lema 1.15. Seja R uma rela¸c˜ao compat´ıvel `a esquerda e `a direita, num semigrupo S. Ent˜ao Rn= R ◦ R ◦ ... ◦ R ´e compat´ıvel `a esquerda e `a direita, para n ∈ N.

Demonstrac¸˜ao. Seja (x, y) ∈ Rn, ent˜ao existem

z1, ..., zn−1 ∈ S : (x, z1), (zi, zi+1), (zn−1, y) ∈ R (2 ≤ i ≤ n − 2).

Por hip´otese, para todo o a ∈ S,

(ax, az1), (azi, azi+1), (azn−1, y), (xa, z1a), (zia, zi+1a), (zn−1a, y) ∈ R(2 ≤ i ≤ n−2).

Pelo que (ax, ay), (xa, ya) ∈ Rn.

Proposi¸c˜ao 1.16. Seja R uma rela¸c˜ao num semigrupo S. Ent˜ao, ρ = (Rc)e.

Demonstrac¸˜ao. Quer-se provar que (Rc)e ´e a menor congruˆencia que cont´em R. Ora, (Rc)e ´e a menor equivalˆencia que cont´em Rc. Por outro lado, R ⊆ Rc, por

defini¸c˜ao de Rc. Ent˜ao (Rc)e ´e uma equivalˆencia que cont´em R. Falta mostrar que

(Rc)e ´e a menor equivalˆencia compat´ıvel `a esquerda e `a direita, contendo R. Seja (x, y) ∈ (Rc)e, qualquer. Pela Proposi¸c˜ao 1.7, (Rc)e = [Rc∪ (Rc)−1∪ 1

S]∞. Ent˜ao

(x, y) ∈ [Rc ∪ (Rc)−1 ∪ 1

S]n, para algum n ∈ N. Como 1S = {(s, s) : s ∈ S} =

{(xay, xay) : x, y ∈ S1, (a, a) ∈ 1S} = 1cS, ent˜ao, pelo Lema 1.14, temos

Rc ∪ (Rc)−1∪ 1

S = Rc ∪ (Rc)−1∪ 1cS = (R ∪ R−1∪ 1S)c, que designa a menor

rela¸c˜ao compat´ıvel `a esquerda e `a direita, que cont´em R ∪ R−1∪ 1S. Pelo Lema 1.15,

(R ∪ R−1∪ 1S)n, tamb´em ´e compat´ıvel `a esquerda e `a direita. Logo, para a ∈ S,

tem-se (ax, ay), (xa, ya) ∈ (R ∪ R−1∪ 1

S)n. Ent˜ao (ax, ay), (xa, ya) ∈ (Rc)e, para

todo o a ∈ S. Logo, (Rc)e´e congruˆencia que cont´em R.

Seja, agora, K uma congruˆencia, sobre S, que cont´em R. Pelo Lema 1.13, Rc ⊆ K. Como K ´e congruˆencia, ´e, em particular, uma equivalˆencia e cont´em

Rc. Pela Proposi¸c˜ao 1.7, (Rc)e ´e a menor equivalˆencia que cont´em Rc. Logo,

(14)

2. CONGRU ˆENCIAS 9 Dadas duas rela¸c˜oes de equivalˆencia, ρ e σ, designa-se por ρ ∨ σ a intersec¸c˜ao de todas as rela¸c˜oes de equivalˆencia que contˆem ρ e σ (menor rela¸c˜ao de equivalˆencia que cont´em ρ ∪ σ). Vamos ver que ρ ∨ σ = (ρ ◦ σ)∞.

Proposi¸c˜ao 1.17. Sejam ρ, σ duas rela¸c˜oes de equivalˆencia num conjunto S [con-gruˆencias num semigrupo S]. Ent˜ao, (a, b) ∈ ρ ∨ σ, se e s´o se, para algum n ∈ N, existem x1, x2, ..., x2n−1 ∈ S, tais que (a, x1) ∈ ρ, (x1, x2) ∈ σ, (x2, x3) ∈

ρ,...,(x2n−1, b) ∈ σ.

Demonstrac¸˜ao.O que o resultado significa ´e ρ∨σ = (ρ◦σ)∞. Ora das Proposi¸c˜oes

1.7 e 1.16, tem-se ρ ∨ σ = R∞, com

R = (ρ ∪ σ) ∪ (ρ ∪ σ)−1∪ 1 S

= ρ ∪ σ ∪ ρ−1∪ σ−1∪ 1S

= ρ ∪ σ,

pois ρ, σ s˜ao rela¸c˜oes de equivalˆencia. Por outro lado, como ρ ⊆ ρ ∪ σ e σ ⊆ ρ ∪ σ, vem ρ ◦ σ ⊆ (ρ ∪ σ)2. Logo, (ρ ◦ σ)n ⊆ (ρ ∪ σ)2n, para n ≥ 1 e, ent˜ao,

(ρ ◦ σ)∞⊆ (ρ ∪ σ)∞= ρ ∨ σ.

Agora, rec´ıprocamente, como ρ, σ s˜ao rela¸c˜oes de equivalˆencia, ρ ⊆ ρ ◦ σ e σ ⊆ ρ ◦ σ, logo, ρ ∪ σ ⊆ ρ ◦ σ e, assim,

ρ ∨ σ = (ρ ∪ σ)∞⊆ (ρ ◦ σ)∞.

Observa¸c˜ao 1.18. Se ρ e σ comutam, ent˜ao

ρ ∨ σ = (ρ ◦ σ)∞= ρ ◦ σ.

Defini¸c˜ao 1.19. Seja R uma rela¸c˜ao sobre um semigrupo S e sejam a, b ∈ S. Se a = xuy, b = xvy, para alguns x, y ∈ S1 e (u, v) ∈ R ou (v, u) ∈ R, diz-se que a , b est˜ao ligados por uma R-transi¸c˜ao elementar.

Defini¸c˜ao 1.20. Dada uma rela¸c˜ao R, sobre um semigrupo S, diz-se que (a, b) ∈ S × S ´e consequˆencia de R, se existir uma sequˆencia de R−transi¸c˜oes elementares, a = z1, z2, ...,zn= b, ligando a a b.

Proposi¸c˜ao 1.21. Seja R uma rela¸c˜ao, num semigrupo S e sejam a, b ∈ S. Ent˜ao, (a, b) ∈ ρ sse a = b ou (a, b) ´e consequˆencia de R.

(15)

Demonstrac¸˜ao.Tem-se: (a, b) ∈ ρ se e s´o se (a, b) ∈ [Rc∪(Rc)−1∪1

S]n, para algum

n ∈ N. Se n = 1 e (a, b) ∈ 1S, ent˜ao a = b, se (a, b) ∈ Rc∪ (Rc)−1 = Rc∪ (R−1)c,

ent˜ao a = xuy, b = xvy, para alguns x, y ∈ S1 e (u, v) ou (v, u) ∈ R. Se n ≥ 2, existem z1, ..., zn, zn+1 ∈ S, tais que a = z1, zn+1 = b e (zi, zi+1) ∈ Rc∪ (Rc)−1∪ 1S,

para 1 ≤ i ≤ n. Suponha-se, sem perda de generalidade, que cada par ´e elemento de Rc ou de (R−1)c, caso contr´ario encontrar-se-ia m ∈ N, com m < n, tal que

(a, b) ∈ [Rc ∪ (Rc)−1 ∪ 1

S]m. Ent˜ao, zi = xiuiyi, zi+1 = xiuiyi, com xi, yi ∈ S1

e (ui, vi) ∈ R ∪ R−1 e tem-se uma sequˆencia de R−transi¸c˜oes elementares a =

z1, z2, ..., zn+1 = b.

Reciprocamente, se a = b, como ρ ´e, em particular, reflexiva, (a, b) ∈ ρ. Se, para algum n ∈ N, h´a uma sequˆencia de R−transi¸c˜oes elementares a = z1, z2, ..., zn = b,

ligando a a b, tem-se zi= xiuiyi, zi+1 = xiviyi, com xi, yi ∈ S1 e (ui, vi) ∈ R ∪ R−1,

para 1 ≤ i ≤ n − 1. Assim, (zi, zi+1) = xi(ui, vi)yi ∈ (R ∪ R−1)c = Rc∪ (R−1)c ⊆

Rc∪(R−1)c∪1

S, para 1 ≤ i ≤ n−1. Logo, (a, b) = (z1, zn) ∈ [Rc∪(Rc)−1∪1S]n−1 ⊆

ρ.

Observa¸c˜ao 1.22. Dado um semigrupo S e uma congruˆencia ρ ⊆ S × S, S/ρ = {s : s ∈ S}, (s = {s∗∈ S : (s∗, s) ∈ ρ}),

´e um semigrupo, para a opera¸c˜ao bin´aria em S/ρ, definida da forma s w = sw (s, w ∈ S/ρ)

A opera¸c˜ao est´a bem definida, pois s1 = s2 e s3= s4 sse (s1, s2) e (s3, s4) ∈ ρ e, por

outro lado, como ρ ´e congruˆencia (s1s3, s2s4) ∈ ρ, logo s1s3 = s2s4. ´E associativa,

porque S ´e semigrupo e por defini¸c˜ao da opera¸c˜ao,

(s1 s2) s3= s1s2 s3 = (s1s2)s3 = s1(s2s3) = s1 s2s3 = s1 (s2 s3).

3

Geradores de semigrupos

Defini¸c˜ao 1.23. Dado um semigrupo S e ψ : A → S uma aplica¸c˜ao. Dizemos que A ´e conjunto gerador de S, a respeito de ψ, se a ´unica extens˜ao de ψ a um homomorfismo de semigrupos ψ : A+→ S ´e sobrejectiva.

Um semigrupo diz-se finitamente gerado se tiver um conjunto gerador finito. Observa¸c˜ao 1.24. Seja S um semigrupo. Um elemento s ∈ S diz-se decompon´ıvel se existirem s1, s2∈ S, tais que s = s1s2. O conjunto dos decompon´ıveis de S ´e S2 =

(16)

4. APRESENTAC¸ ˜OES DE SEMIGRUPOS 11 {s1s2: s1, s2 ∈ S}. Um elemento diz-se indecompon´ıvel, se for n˜ao decompon´ıvel. O

conjunto dos indecompon´ıveis de S ´e S\S2. Este conjunto est´a contido em qualquer

conjunto gerador de S.

4

Apresenta¸

oes de semigrupos

Defini¸c˜ao 1.25. Seja A um conjunto, R ⊆ A+× A+ e ρ a menor congruˆencia que

cont´em R. Dizemos que

P =< A|R > ´e uma apresenta¸c˜ao do semigrupo S, se S ≃ A+/ρ.

Observa¸c˜ao 1.26. Aos elementos de R chamamos rela¸c˜oes definidoras de S. Aos elementos de A chamamos elementos geradores de S.

(Nota¸c˜ao: usa-se ≡ para denotar a igualdade de elementos no semigrupo livre, isto ´e, a igualdade de sequˆencias)

Proposi¸c˜ao 1.27. Se A ´e gerador de S e se ∀w1, w2 ∈ A+; w1 = w2 em S sse

(w1, w2) ∈ ρ (ρ ´e a menor congruˆencia que cont´em R), ent˜ao P =< A|R > ´e

apresenta¸c˜ao de S.

Demonstrac¸˜ao. Vamos mostrar que a aplica¸c˜ao i: A+/ρ → S

w → w

´e um isomorfismo. Sejam w1, w2 ∈ A+/ρ, tais que w1=w2, ou seja, (w1, w2) ∈ ρ, o

que, por hip´otese, ´e equivalente a w1 = w2, em S e, portanto, i est´a bem definida

e ´e injectiva. Por outro lado, seja s ∈ S, como S ´e gerado por A, s = a1...an, para

alguns ai ∈ A, com 1 ≤ i ≤ n e n ∈ N. Ent˜ao s = i(a1...an), com a1...an ∈ A+/ρ.

Logo i ´e sobrejectiva. Finalmente,

i(w1 w2) = i(w1w2) = w1w2 = i(w1)i(w2), ∀w1, w2∈ A+/ρ.

Logo P ´e apresenta¸c˜ao de S.

Proposi¸c˜ao 1.28. Se P =< A|R >, com A = {aj : j ∈ J} e R ⊆ A+× A+, ´e

apresenta¸c˜ao de S, e i : A+/ρ → S ´e isomorfismo, ent˜ao i(A/ρ) ´e gerador de S e, para quaisquer w1, w2∈ A+, i(w1) = i(w2), em S, sse (w1, w2) ∈ ρ.

(17)

Demonstrac¸˜ao. Seja s ∈ S, s = i(w), para algum w ∈ A+/ρ. Tem-se w = aj1...ajm, para ajk ∈ A, 1 ≤ k ≤ m, para algum m ∈ N. Ora, ajk ∈ A

+/ρ, pois

ajk ∈ A, imerso canonicamente em A

+, 1 ≤ k ≤ m. Ent˜ao, pela defini¸c˜ao dada da

opera¸c˜ao bin´aria em A+/ρ e por i ser isomorfismo,

s = i(w) = i(aj1aj2...ajm) = i(aj1)i(aj2)...i(ajm).

Logo, i({aj : j ∈ J}) ´e conjunto gerador de S. Por outro lado, por i ser isomorfismo

e por ρ ser, em particular, equivalˆencia em A+× A+, logo determinar uma parti¸c˜ao de A+ (as classes ou s˜ao disjuntas, ou coincidem), resulta:

i(w1) = i(w2) ⇔ w1 = w2 ⇔ (w1, w2) ∈ ρ.

Defini¸c˜ao 1.29. Diz-se que uma apresenta¸c˜ao P =< A|R > ´e finita se A e R s˜ao finitos.

Proposi¸c˜ao 1.30. Seja S um semigrupo e A e B dois conjuntos geradores de S finitos. Se S pode definir-se por uma apresenta¸c˜ao finita em termos de A, ent˜ao S pode definir-se por uma apresenta¸c˜ao finita em termos de B.

Demonstrac¸˜ao. Como B ´e conjunto gerador de S, para cada a ∈ A existem b1, b2, ..., bm ∈ B, tais que a = b1b2...bm, em S, com b1b2...bm ∈ B+. Ent˜ao existe

uma aplica¸c˜ao ζ : A → B+, que se extende naturalmente a um homomorfismo

ζ : A+ → B+, que a cada palavra w ∈ A+ faz corresponder (w)ζ ∈ B+. Pela

defini¸c˜ao de ζ tem-se ,para w ∈ A+, w = (w)ζ, em S. Do mesmo modo, como A ´e conjunto gerador de S, existe um homomorfismo η : B+→ A+, que a cada palavra

w∗ ∈ B+ faz corresponder (w∗)η ∈ A+, tal que w∗ = (w∗)η, em S. Seja, agora, < A|R > uma apresenta¸c˜ao finita de S, com R = {(u1, v1), (u2, v2), ..., (uk, vk)}

e seja (R)ζ = {((u1)ζ, (v1)ζ), ((u2)ζ, (v2)ζ), ..., ((uk)ζ, (vk)ζ)}. Quer-se provar que

< B|Q >, com Q = {(R)ζ, (b, (b)ηζ), b ∈ B} ´e apresenta¸c˜ao de S. Todas as rela¸c˜oes de Q s˜ao satisfeitas em S, pois ui = (ui)ζ e vi = (vi)ζ, em S (1 ≤ i ≤ k), logo

ui = vi, em S se e s´o se (ui)ζ = (vi)ζ, em S.

Resta provar que, para todos os w1, w2 ∈ B+, se w1 = w2 em S, ent˜ao, ou

(w1, w2) ´e consequˆencia de Q, ou w1 = w2, em B+. Por defini¸c˜ao de η, se w1 = w2,

em S, ent˜ao (w1)η = (w2)η, em S, com (w1)η, (w2)η ∈ A+. Como < A|R > ´e

apresenta¸c˜ao de S, pela Proposi¸c˜ao 1.28, ou ((w1)η, (w2)η) ´e consequˆencia de R, ou

(18)

5. SUBSEMIGRUPOS 13 uma sequˆencia de R−transi¸c˜oes elementares, ent˜ao (w1)ηζ = (z1)ζ, (z2)ζ, ..., (zn)ζ =

(w2)ηζ ´e sequˆencia de (R)ζ−transi¸c˜oes elementares. Logo, ((w1)ηζ, (w2)ηζ) ´e

con-sequˆencia de (R)ζ. Finalmente, das rela¸c˜oes (b, (b)ηζ), tem-se que (w1, (w1)ηζ) e

((w2)ηζ, w2) s˜ao elementos de qualquer congruˆencia que contenha Q. Logo, por

transitividade, (w1, w2) ´e elemento da menor congruˆencia que cont´em Q.

Um semigrupo ´e finitamente apresent´avel, se tiver uma apresenta¸c˜ao finita.

5

Subsemigrupos

Defini¸c˜ao 1.31. Seja S um semigrupo e T ⊆ S, tal que para todos os t1, t2 ∈ T ,

t1t2∈ T , T diz-se subsemigrupo de S.

Designa-se o cardinal de S \ T por ´ındice de Rees de T em S. Se T for tal que S \ T ´e conjunto finito, diz-se que T tem ´ındice de Rees finito em S.

6

Semigrupos simples e 0-simples

Vamos introduzir a no¸c˜ao de semigrupos simples e 0-simples.

Defini¸c˜ao 1.32. Seja S um semigrupo e I ⊆ S . Se, para todo o s ∈ S se tem sI ⊆ I e Is ⊆ I , diz-se que I ´e ideal de S.

Donde resulta que um ideal ´e sempre um subsemigrupo. Da teoria de an´eis tem-se, dado um homomorfismo φ : A → B de an´eis, que kerφ ´e ideal de A e A/kerφ ∼= (A)φ. Se I ´e ideal de um an´el A, ent˜ao A/I ´e uma parti¸c˜ao de A. Em teoria de semigrupos existe um tipo de morfismo (morfismos de Rees) que corresponde a um ideal. Se I ´e ideal pr´oprio de um semigrupo S, ent˜ao

ρI= (I × I) ∪ 1S

´e uma congruˆencia em S (facilmente se verificam reflexividade, simetria, transitivi-dade e compatibilitransitivi-dade) . No semigrupo quociente

S/ρI = {I} ∪ {{x} : x ∈ S \ I},

o produto de dois elementos ´e o conjunto singular com o seu produto em S, se este pertencer a S \ I e ´e I, caso contr´ario. Chamamos a uma congruˆencia deste tipo congruˆencia de Rees. Se um morfismo φ : S → T ´e tal que Kerφ = φ ◦ φ−1 =

{(x, y) ∈ S × S : (x)φ = (y)φ} ´e congruˆencia de Rees, dizemos que φ ´e morfismo de Rees.

(19)

Proposi¸c˜ao 1.33. Seja I um ideal pr´oprio de um semigrupo S e A o conjunto dos ideais de S que contˆem I. Seja B o conjunto de ideais de S/I. ent˜ao a aplica¸c˜ao φ : J → J/I (J ∈ A) ´e uma bijec¸c˜ao que preserva a inclus˜ao.

A demonstra¸c˜ao ´e de verifica¸c˜ao rotineira.

Defini¸c˜ao 1.34. Um semigrupo sem zero diz-se simples se n˜ao tem ideais pr´oprios. Um semigrupo S, com zero ´e chamado 0-simples se

(i) {0} e S s˜ao os seus ´unicos ideais; (ii) S2 6= {0}.

Proposi¸c˜ao 1.35. Um semigrupo ´e 0-simples se e s´o se SaS = S, para todo o a ∈ S \ {0}.

Demonstrac¸˜ao. S2 ´e ideal de S, como S2 6= {0}, tem-se S2 = S. Assim,

S3 = SS2 = S. Por outro lado, para a ∈ S \ {0}, SaS ´e ideal de S, se SaS = {0}, o ideal de S, I = {x ∈ S : SxS = {0}} ) {0}, ent˜ao I = S, pelo que se teria S3 = {0}. Reciprocamente, se A ) {0} ´e ideal de S, seja a ∈ A \ {0}, ent˜ao S = SaS ⊆ SAS ⊆ A, logo S ´e 0-simples.

Corol´ario 1.36. Um semigrupo S ´e simples se e s´o se SaS = S, para todo o a ∈ S. Entende-se por ideal 0-minimal de um semigrupo S um ideal minimal no conjunto de todos os ideais n˜ao nulos de S.

Proposi¸c˜ao 1.37. Se M ´e um ideal 0-minimal de S, ent˜ao, ou M2 = {0}, ou M ´e semigrupo 0-simples.

Demonstrac¸˜ao. M2´e ideal de S contido em M , logo, ou M2 = M , ou M2= {0}.

Se M2 = M , ent˜ao M3 = M . Por outro lado, para a ∈ S \ {0}, S1aS1 tamb´em ´e ideal n˜ao nulo de S, logo M ⊆ S1aS1. Ent˜ao,

M aM ⊆ M = M3 ⊆ M (S1aS1)M = (M S1)a(S1M ) ⊆ M aM. Ent˜ao M ´e 0-simples pela Proposi¸c˜ao 1.35.

Se o semigrupo n˜ao tem zero, ter´a no m´aximo um ideal minimal. Pois se M e N forem ideais minimais, M N ´e ideal contido em M e em N , logo igual a ambos, que consequentemente s˜ao iguais. Ent˜ao, ou S n˜ao tem nenhum ideal minimal, ou tem um ´unico ideal minimal, habitualmente designado por Kernel de S, K(S). Daqui resulta,

(20)

6. SEMIGRUPOS SIMPLES E 0-SIMPLES 15 Proposi¸c˜ao 1.38. Seja S um semigrupo sem zero. Se S tem Kernel K, ent˜ao K ´e semigrupo simples.

´

E importante real¸car que todo o semigrupo finito tem Kernel, pois, caso contr´ario, teria cadeias descendentes infinitas de ideais, o que n˜ao ´e poss´ıvel dada a finitude dos seus elementos. Outro contexto onde podem ocorrer semigrupos 0-simples ´e dado pela seguinte Proposi¸c˜ao,

Proposi¸c˜ao 1.39. Se I, J s˜ao ideais de um semigrupo S, tais que I ⊆ J e n˜ao existe ideal B, de S, tal que I ⊆ B ⊆ J, ent˜ao J/I ou ´e 0-simples ou nulo.

Demonstrac¸˜ao.Pela Proposi¸c˜ao 1.33, J/I ´e ideal 0-minimal de S/I, pela Proposi¸c˜ao 1.37, ´e nulo ou 0-simples.

Este resultado ´e a base de um m´etodo de decomposi¸c˜ao para qualquer semigrupo S.

Sabemos que a intersec¸c˜ao de uma fam´ılia indexada {Ui : i ∈ I}(I 6= ∅) de

subsemigrupos de um semigrupo S ´e ainda um subsemigrupo se S. Designa-se por subsemigrupo de S gerado por um subconjunto A, n˜ao vazio de S, a intersec¸c˜ao de todos os subsemigrupos de S que contˆem A. Denota-se por < A >. Se A = {a}, ent˜ao < A >= {a, a2, a3, ...} e o semigrupo < A > diz-se monog´enico. Se am =

an ⇒ m = n, ent˜ao (< a >, .) ´e isomorfo ao semigrupo (N, +) e diz-se que a tem

ordem infinita. Se h´a repeti¸c˜oes, ent˜ao

{x ∈ N : (∃y ∈ N)ax= ay, x 6= y} 6= ∅

e tem um elemento m´ınimo, que denotamos por m e designamos por ´ındice do elemento a e, tamb´em, do semigrupo < a >. Assim,

{x ∈ N : am+x = am} 6= ∅,

logo tem um elemento m´ınimo, r, que designamos por per´ıodo de a (e de < a >). Pela minimalidade de m e de r conclui-se que os elementos a, a2, ..., am, am+1, ..., am+r−1

s˜ao todos distintos. O subconjunto de < a >, Ka = {am, am+1, ..., am+r−1} ´e um

subsemigrupo (ideal) de < a >, que designamos por Kernel de < a >. Mais, ´e um subgrupo de < a >. Um semigrupo diz-se peri´odico se todos os seus elementos tˆem ordem (m + r − 1) finita. Assim, um semigrupo finito tem necessariamente ordem finita. Ainda vamos ver que em cada semigrupo peri´odico (em particular, finito) h´a pelo menos um elemento idempotente.

(21)

Proposi¸c˜ao 1.40. Num semigrupo peri´odico todos os elementos tˆem uma potˆencia que ´e idempotente, isto ´e, um semigrupo peri´odico tem, pelo menos, um idempotente. Demonstrac¸˜ao.Se a ∈ S, semigrupo peri´odico, ent˜ao < a > ´e finito, logo an, para

algum n ∈ N ´e a identidade do grupo Ka.

Se definirmos uma rela¸c˜ao entre os idempotentes de um semigrupo da forma: e ≤ f se e s´o se ef = f e = e, facilmente se verifica e ≤ e; e ≤ f ∧ f ≤ e ⇒ e = f ; e ≤ f ∧ f ≤ g ⇒ e ≤ g. Isto ´e, a rela¸c˜ao ´e de ordem (parcial).

Se S ´e semigrupo com zero, ent˜ao, claramente, 0 ´e o m´ınimo (∀s∈S; 0 ≤ s) dos

idempotentes. Os idempotentes minimais e ∈ S (∀s∈S; s ≤ e ⇒ s = e) diferentes

de zero s˜ao chamados primitivos. Assim, um idempotente primitivo e, tem a pro-priedade: ef = f e = f 6= 0 ⇒ e = f .

Um semigrupo diz-se completamente 0-simples se ´e 0-simples e tem um idempo-tente primitivo.

Analogamente, se S ´e um semigrupo sem zero, dizemos que S ´e completamente simples se S ´e simples e cont´em um idempotente primitivo.

7

Equivalˆ

encias de Green

Chama-se ideal principal esquerdo gerado por a ∈ S, ao menor ideal esquerdo de S que cont´em a, que ´e Sa ∪ {a}, habitualmente designado por S1a. Uma equivalˆencia

L, em S, ´e definida pela lei a L b se e s´o se a e b geram o mesmo ideal principal esquerdo, isto ´e, se e s´o se S1a = S1b. De forma an´aloga se define equivalˆencia R,

pela lei a R b se e s´o se aS1 = bS1. Uma propriedade imediata de L e de R ´e: Proposi¸c˜ao 1.41. L ´e uma congruˆencia direita e R ´e uma congruˆencia esquerda. Demonstrac¸˜ao. Seja a ∈ S, (r, t) ∈ L e (f, h) ∈ R, arbitr´arios. Ent˜ao, S1r = S1t,

logo S1ra = S1ta e assim, (ra, ta) ∈ L. E f S1 = hS1, logo af S1 = ahS1 e assim, (af, ah) ∈ R.

´

E de verifica¸c˜ao rotineira a seguinte caracteriza¸c˜ao dos elementos das L, R equivalˆencias.

Proposi¸c˜ao 1.42. Sejam a, b elementos de um semigrupo S. Ent˜ao a L b se e s´o se existem x, y ∈ S1, tais que xa = b, yb = a. Da mesma maneira, a R b se e s´o existem u, v ∈ S1, tais que au = b, bv = a.

(22)

7. EQUIVAL ˆENCIAS DE GREEN 17 Designa-se por H a intersec¸c˜ao das rela¸c˜oes R e L. Como se sabe H = R ∩ L ´e ainda uma rela¸c˜ao de equivalˆencia. Por D designa-se a equivalˆencia L∨R. Vamos ver que, para a composi¸c˜ao, L e R comutam, o que nos permite afirmar, pela Proposi¸c˜ao 1.17 e Observa¸c˜ao seguinte, que D = R ◦ L.

Proposi¸c˜ao 1.43. As rela¸c˜oes L e R comutam.

Demonstrac¸˜ao. Seja S um semigrupo, sejam a, b ∈ S e suponha-se que (a, b) ∈ L ◦ R. Ent˜ao existe c ∈ S, tal que a L c e c R b. Logo existem x, y, w, v ∈ S1, tais

que xa = c, cw = b, yc = a, bv = c. Seja d = ycw ∈ S, ent˜ao aw = ycw = d, dv = ycwv = ybv = yc = a, logo a R d. Por outro lado, yb = ycw = d, xd = xycw = xaw = cw = b, logo d L b. Assim, (a, b) ∈ R ◦ L. A inclus˜ao rec´ıproca segue um caminho an´alogo. Assim, L ◦ R = R ◦ L.

Definimos agora uma rela¸c˜ao de equivalˆencia, simultaneamente esquerda e dire-ita, em S, da seguinte forma : a I b se e s´o se S1aS1 = S1bS1. Como facilmente se

verifica L ⊆ I e R ⊆ I. Como D ´e a menor rela¸c˜ao de equivalˆencia que cont´em L e R, ent˜ao D ⊆ I. O seguinte resultado vai permitir-nos concluir que D = I em todo o semigrupo peri´odico (em particular finito).

Proposi¸c˜ao 1.44. Se S ´e um semigrupo peri´odico, ent˜ao D = I.

Demonstrac¸˜ao. Sejam a, b ∈ S, tais que a I b. Ent˜ao existem x, y, u, v ∈ S1, tais

que

xay = b, ubv = a. (1.4)

Precisamos, agora, de encontrar um elemento c ∈ S, tal que a L c, c R b. Resulta da equa¸c˜ao (1.4), que

a = (ux)a(yv) = (ux)2a(yv)2= (ux)3a(yv)3= ...

b = (xu)b(vy) = (xu)2b(vy)2 = (xu)3b(vy)3 = ...

Como S ´e peri´odico, pela Proposi¸c˜ao 1.40, podemos encontrar m, tal que (ux)m ´e

idempotente. Assim, seja c = xa, ent˜ao

a = (ux)ma(yv)m= (ux)m(ux)ma(yv)m = (ux)ma = (ux)m−1uc,

logo a L c. Por outro lado, cy = xay = b e se escolhermos n, tal que (vy)n ´e

idempotente, tem-se

c = xa = x(ux)n+1a(yv)n+1= (xu)n+1xay(vy)nv

= (xu)n+1b(vy)2nv = (xu)n+1b(vy)n+1(vy)n−1v = b(vy)n−1v.

(23)

Logo c R b, como pretend´ıamos. `

A custa da rela¸c˜ao de ordem parcial (reflexiva, transitiva e anti-sim´etrica) dada pela inclus˜ao de conjuntos vamos definir uma pr´e-ordem (reflexiva e transitiva), ≤R,

nas classes de R, da forma s ≤R t se e s´o se Rs ≤R Rt se e s´o se sS1 ⊆ tS1. De

forma an´aloga se definem pr´e-ordens em L e em I, considerando, respectivamente, os ideais principais esquerdos e ideais principais esquerdo-direitos. Estrutura das D − classes: Cada D − classe, num semigrupo S, ´e a reuni˜ao disjunta de L − classes e, tamb´em, a reuni˜ao disjunta de R − classes, pois seja D uma D − classe e a ∈ D, ent˜ao a ∈ R, para alguma R − classe. Seja b ∈ S, tal que b ∈ R, ent˜ao bRa e aLa, logo bDa, isto ´e b ∈ D. O mesmo racioc´ınio se pode aplicar `as L − classes. A intersec¸c˜ao de uma L − classe com uma R − classe ´e, ou vazia, ou uma H − classe. Como D = R ◦ L = L ◦ R, tem-se

aDb ⇔ Ra∩ Lb 6= ∅ ⇔ La∩ Rb 6= ∅.

Pode visualizar-se uma D−classe como uma “caixa-de-ovos”em que cada linha repre-senta uma R−classe e cada coluna reprerepre-senta uma L−classe e cada “c´elula”represen-ta uma H − classe.

La= Lb Lc

Ra= Rc Ha Hc

Rb Hb

Se D ´e uma D − classe arbitr´aria num semigrupo S e se a, b ∈ D s˜ao tais que a L b, ent˜ao por defini¸c˜ao de L existem t, t′∈ S1, tais que

ta = b, t′b = a.

A transla¸c˜ao esquerda λt: S → S, x → tx, aplica Ra em Rb, pois se x ∈ Ra, ent˜ao

tx R ta, pela Proposi¸c˜ao 1.41, logo tx ∈ Rta = Rb. De forma semelhante se prova

que λt′ aplica Rb em Ra. A composi¸c˜ao λtλt′ : Ra → Ra ´e a aplica¸c˜ao identidade

em Ra e λt′λt: Rb → Rb. Ent˜ao λt|

Ra e λt′|Rb s˜ao bijec¸c˜oes mutuamente inversas de

Ra em Rb e de Rb em Ra, respectivamente. Ainda se pode deduzir que se x ∈ Ra

ent˜ao o elemento y = xλt de Rb tem a propriedade y = tx, x = t′y. Ent˜ao x L y,

(24)

7. EQUIVAL ˆENCIAS DE GREEN 19 de Ra, numa H − classe de Rb, mantendo a L − classe. O mesmo se conclui de

λt′. Racioc´ınio semelhante nos levaria a concluir o mesmo acerca das transla¸c˜oes

ρs: S → S, x → xs e ρ′s: S → S, x → xs′, transla¸c˜oes que preservam as R − classes

e aplicam bijectivamente uma H − classe noutra H − classe e uma L − classe noutra L − classe. Podemos ent˜ao enunciar a seguinte

Proposi¸c˜ao 1.45. Sejam a, b elementos R − equivalentes (respectivamente L − equivalentes), num semigrupo S e sejam s, s′ ∈ S1(respectivamente t, t∈ S1), tais

que as = b, bs′ = a (respectivamente ta = b, tb = a). Ent˜ao, as transla¸c˜oes direitas

(respectvamente, esquerdas) ρs|La, ρs′|

Lb (respectivamente, λt|Ra, λt′|Rb) s˜ao bijec¸c˜oes

mutuamente inversas, que preservam a R − classe (respectivamente, L − classe) de La (respectivamente Ra) para Lb(respectivamente Rb) e de Lb(respectivamente Rb)

para La (respectivamente Ra).

Daqui resulta,

Lema 1.46. Se a, b s˜ao elementos D−equivalentes num semigrupo S, ent˜ao |Ha| =

|Hb|.

Demonstrac¸˜ao. Seja c ∈ S, tal que a R c e c L b, com as = c, cs′ = a, tc = b,

t′b = c. Pelas considera¸c˜oes anteriores ρsλt: x → txs ´e bijec¸c˜ao entre Hae Hb (cuja

inversa ´e λ′tρ′s: y → t′ys′). Daqui resulta |Ha| = |Hb|.

Do que foi exposto anteriormente, sabemos que para a ∈ S, ρs : x → xs, aplica

bijectivamente Ha em Has. Ora se, em particular, tivermos a H as, ent˜ao ρs aplica

bijectivamente Ha em si pr´opria. O mesmo se verifica para λt: x → tx, que aplica

Haem Hta. Ora se a H ta, ent˜ao λt aplica Ha em si pr´opria, bijectivamente. Ent˜ao

podemos afirmar,

Lema 1.47. Sejam x, y ∈ S (semigrupo). Se xy ∈ Hx, ent˜ao ρy|Hx ´e uma bijec¸c˜ao

de Hx em si pr´opria. Se xy ∈ Hy ent˜ao λx|Hy ´e uma bijec¸c˜ao de Hy em si pr´opria.

Daqui resulta o seguinte Teorema (de Green)

Teorema 1.48. Se H ´e uma H − classe num semigrupo S, ent˜ao, ou H2∩ H = ∅, ou H2 = H, e H ´e subgrupo de S.

Demonstrac¸˜ao. Suponha-se que H2 ∩ H 6= ∅, ent˜ao existem a, b ∈ H, tais que

ab ∈ H. Pelo Lema 1.46, ρb e λa s˜ao bijec¸c˜oes de H em si pr´opria. Ent˜ao, hb ∈ H e

(25)

H em si pr´opria. Logo Hh = hH = H, para todo o h ∈ H, ou seja H2 = H e H ´e grupo, subgrupo de S.

O resultado seguinte ´e consequˆencia deste Teorema.

Corol´ario 1.49. Se e ∈ S ´e idempotente, ent˜ao He ´e subgrupo de S. Nenhuma

H − classe em S pode conter mais do que um idempotente. Demonstrac¸˜ao. Como H2

e ∩ He6= ∅, pois ee = e, ent˜ao He´e subgrupo de S, logo

s´o tem um idempotente, o elemento neutro.

Um elemento a, num semigrupo S, diz-se regular se existir x ∈ S, tal que axa = a. Vamos ver que numa D − classe, se existir um elemento regular, ent˜ao todos os seus elementos s˜ao regulares.

Proposi¸c˜ao 1.50. Se a ∈ S ´e regular, ent˜ao todos os elementos de Das˜ao regulares.

Demonstrac¸˜ao. Temos axa = a, para algum x ∈ S. Se c ∈ Ra, ent˜ao existem

y, z ∈ S1, tais que ay = c e cz = a. Assim, c = ay = axay = axc = c(zx)c, logo c

´e regular. De modo an´alogo se prova que qualquer elemento de uma L − classe de um elemento regular ´e regular.

Uma D − classe diz-se regular se os seus elementos s˜ao todos regulares. Caso contr´ario diz-se irregular.

Proposi¸c˜ao 1.51. Numa D − classe regular todas as L − classes e todas as R − classes contˆem idempotentes.

Demonstrac¸˜ao. Se a pertence a uma D − classe regular, ent˜ao existe x ∈ S, tal que axa = a. Ent˜ao, axax = ax e ax R a, ou seja ax ´e um idempotente em Ra. De

forma semelhante se prova que xa ´e um idempotente em La.

Proposi¸c˜ao 1.52. Um idempotente e, num semigrupo S ´e uma identidade esquerda em Re e uma identidade direita em Le.

Demonstrac¸˜ao. Se b ∈ Le, ent˜ao b = xe, para algum x ∈ S1. Ent˜ao,

be = (xe)e = xe2= xe = b. De modo an´alogo se prova que ea = a, para todo o a ∈ Re.

(26)

7. EQUIVAL ˆENCIAS DE GREEN 21 Corol´ario 1.53. Se uma D − classe D cont´em um idempotente, ent˜ao todas as R − classes e L − classes em D contˆem um idempotente.

Demonstrac¸˜ao. Seja e um idempotente na classe De, ent˜ao e ´e regular, pois

eee = e. Pelas Proposi¸c˜oes 1.51 tem-se o pretendido.

Defini¸c˜ao 1.54. Dado um semigrupo S e a ∈ S, diz-se que a′ ∈ S ´e um inverso de a, se aa′a = a e a′aa′= a′.

Daqui resulta que, se um elemento tem um inverso, ent˜ao ´e regular. Por outro lado, se existir x ∈ S, tal que axa = a, ent˜ao a′ = xax ´e um inverso de a,

aa′a = axaxa = axa = a, a′aa′= xaxaxax = xax = a′,

isto ´e, se um elemento ´e regular tem um inverso. Denotamos por V (a) o conjunto dos inversos de um elemento a.

Teorema 1.55. Seja a um elemento de uma D − classe regular D, num semigrupo S.

(1) Se a′ ∈ V (a), ent˜ao a∈ D e as duas H − classes R

a∩ La′, La∩ Ra′ contˆem,

respectivamente, os idempotentes aa′ e a′a,

La La′

Ra a aa′

Ra′ a′a a′

(2) Se b ∈ D ´e tal que Ra∩ Lb e La∩ Rb contˆem os idempotentes e, f ,

respectiva-mente, ent˜ao Hb cont´em um inverso a∗, de a, tal que aa∗ = e, a∗a = f

La Lb

Ra a e

(27)

(3) Nenhuma H − classe cont´em mais que um inverso de a.

Demonstrac¸˜ao. (1) Se aa′a = a e a′aa′ = a′, ent˜ao a R aa′, a′ R a′a, a L aa,

a′ L aa. Assim aa∈ R

a∩ La′ e a′a ∈ La∩ Ra′.

(2) Como e ∈ Ra∩ Lb, ent˜ao e ∈ Ra e ea = a, pois e ´e uma identidade esquerda

em Re = Ra. Por outro lado, como f ∈ La∩ Rb, ent˜ao f ∈ La, logo La= Lf. Ent˜ao,

af = a, pois f ´e identidade direita em Lf. De a R e, resulta que existe x ∈ S1, tal

que ax = e. Fazemos a∗= f xe.

aa∗a = af xea = axa = ea = a,

a∗aa∗ = f xeaf xe = f xaf xe = f xaxe = f xe2 = f xe = a∗. Assim, a∗ ´e um inverso de a. Ainda se tem,

aa∗ = af xe = axe = e2 = e Como f = ya, para algum y ∈ S1, pois f ∈ La,

a∗a = f xea = f xa = yaxa = yea = ya = f.

Finalmente, como tamb´em se tem (f x)e = a∗ e f (xe) = a, ent˜ao L

a∗ = Le,

Rf = Ra∗. Ent˜ao,

a∗∈ Le∩ Rf = Lb∩ Rb = Hb.

(3) Suponhamos que a′ e a∗ s˜ao inversos de a em Hb. Ent˜ao aa′aa′ = aa′,

aa∗aa= aa, aaaa = aa, aaaa = aa, isto ´e, aa, aas˜ao idempotentes em

Ra∩ Lb, logo s˜ao iguais e a′a, a∗a s˜ao idempotentes em La∩ Rb, logo s˜ao iguais.

Finalmente, a∗ = a∗aa∗ = a∗aa′ = a′aa′ = a′.

Proposi¸c˜ao 1.56. Sejam e, f idempotentes num semigrupo S. Ent˜ao, (e, f ) ∈ D se e s´o se existe um elemento a ∈ S e um seu inverso a′, tais que a′a = e, a′a = f

Lf Le

Re a e

(28)

8. ACC¸ ˜OES DIAGONAIS 23 Demonstrac¸˜ao. Se e, f ∈ D, ent˜ao a sua D − classe ´e regular. Seja a ∈ Re∩ Lf.

Pelo Teorema 1.55 existe um inverso a′ de a em R

f ∩ Le, tal que aa′ = e, a′a = f .

Se existem a, a′ ∈ S inversos, tais que aa′ = e, aa = f , ent˜ao, pelo Teorema 1.55

(1), e = aa′ ∈ R

a e f = a′a ∈ La. Ent˜ao, e R a, a L f , logo e D f .

Vamos agora ver que duas H − classes, subgrupos de S, na mesma D − classe s˜ao isomorfas.

Proposi¸c˜ao 1.57. Sejam H e K duas H − classes grupos, na mesma D − classe, ent˜ao H e K s˜ao isomorfas.

Demonstrac¸˜ao.Seja e o elemento neutro de H, f o elemento neutro de K (idem-potentes). Seja a ∈ Re∩ Lf e a′ ∈ Rf ∩ Le o ´unico inverso de a nesta H − classe.

Ent˜ao, aa′ = e, a′a = f , ea = af = a, a′e = f a′ = a′. ´E f´acil verificar que φ : H → K, x → a′xa ´e um isomorfismo entre H e K.

Lema 1.58. Sejam a, b elementos de uma D − classe D. Ent˜ao, ab ∈ Ra∩ Lb se e

s´o se La∩ Rb cont´em um idempotente.

Demonstrac¸˜ao.Suponha-se que ab ∈ Ra∩Lb. Ent˜ao existe c ∈ S1, tal que abc = a

e, pela Proposi¸c˜ao 1.45, ρc : x → xc aplica bijectivamente Hb em La∩ Rb. Assim,

bc ∈ La∩ Rb. Por outro lado, ρb : y → yb aplica bijectivamente La∩ Rb em Hb e

ρb, ρc s˜ao inversas, entre La∩ Rb e Hb. Logo bc ´e idempotente, pois

(bc)2= bρcρbρc= bρc = bc.

Reciprocamente, se La∩ Rb cont´em um idempotente e, ent˜ao eb = b e a transla¸c˜ao

x → xb aplica bijectivamente Ha em Ra∩ Lb. Em particular, ab ∈ Ra∩ Lb.

8

Ac¸

oes diagonais

Uma ac¸c˜ao de um semigrupo S sobre um conjunto X ´e uma aplica¸c˜ao X × S → X, (x, s) → xs, tal que (xs1)s2 = x(s1s2). A um conjunto X, juntamente com uma

ac¸c˜ao, chamamos S−acto. Dizemos que ´e gerado por um conjunto U ⊆ X, se U × S1 = X, dizendo-se finitamente gerado, se existe um conjunto U finito em tais condi¸c˜oes. A ac¸c˜ao diagonal(de dimens˜ao 2) de um semigrupo S ´e o conjunto S × S, com a ac¸c˜ao (s1, s2)s = (s1s, s2s). A ac¸c˜ao diagonal n-dimensional, de S ´e o

(29)

Lema 1.59. Dado um semigrupo S, uma ac¸c˜ao diagonal n-dimensional (n ≥ 2) de S ´e finitamente gerada se e s´o se cada ac¸c˜ao diagonal for finitamente gerada. Demonstrac¸˜ao. Se a ac¸c˜ao diagonal n-dimensional for finitamente gerada, ent˜ao existe U finito, U ⊆ S(n), tal que U S1 = S(n). Ent˜ao a projec¸c˜ao V , de U , em duas componentes ´e finita e V S1 = S(2), isto ´e, cada ac¸c˜ao diagonal ´e finitamente gerada.

Reciprocamente, suponha-se que S(m) ´e ac¸c˜ao diagonal m-dimensional finitamente gerada, para m ≥ 2, fixo. Seja U ⊆ S(m) seu conjunto gerador finito. Seja V o subconjunto de S constitu´ıdo por todas as componentes de todos os elementos de U .

´

E f´acil de verificar que V(k)S1 = S(k), para 1 ≤ k ≤ m. Vamos agora ver que W = (V2∪ V )(m+1) ´e tal que S(m+1) = W(m+1)S1. Seja, ent˜ao (x1, ..., xm+1) ∈ S(m+1).

Se (x1, ..., xm+1) ∈ W(m+1), est´a provado. Caso contr´ario, podemos considerar, sem

perda de generalidade, que x1 ∈ W . Por hip´otese de indu¸c˜ao, existe (v/ 1, ..., vm) ∈

V(m) e p ∈ S1, tais que (x

1, ..., xm) = (v1, ..., vm)p. Ora p 6= 1, pois x1 6= v1. Como

V(2)S1 = S(2), ent˜ao existem (vm+1, vm+2) ∈ V × V e q ∈ S1, tais que (p, xm+1) =

(vm+1, vm+2)q. Assim, existem (v1vm+1, ..., vmvm+1, vm+2) ∈ (V2∪V )(m+1)e q ∈ S1,

tais que

(v1vm+1, ..., vmvm+1, vm+2)q = (v1p, ..., vmp, xm+1) = (x1, ..., xm, xm+1).

Lema 1.60. Seja S um semigrupo infinito. Se a ac¸c˜ao diagonal n-dimensional de S ´e finitamente gerada, ent˜ao existe um subconjunto finito U ⊆ S, tal que U(n)= S(n).

Demonstrac¸˜ao. Pela prova do Lema 1.59, existe um conjunto V ⊆ S, tal que V(n+1)S1 = S(n+1). Ent˜ao, dados s1, ..., snarbitr´arios em S, existem v1, ..., vn, vn+1 ∈

V , t ∈ S \ V e s ∈ S1, tais que

(s1, ..., sn, t) = (v1, ..., vn, vn+1s).

Como t 6= vn+1, ent˜ao s 6= 1 e, olhando para as primeiras n componentes vemos que

S(n)= V(n)S.

9

Elementos injectivos, ou quase-injectivos

Um elemento s, de um semigrupo S diz-se quase injectivo se existe um subconjunto U , de S, tal que x1s = x2s → x1 = x2, para todos os x1, x2 ∈ S \ U . O cardinal do

(30)

10. SEMIGRUPOS AUTOM ´ATICOS 25 menor conjunto U , para o qual se verifica a propriedade ´e chamado deficiˆencia de s. Se a deficiˆencia de s ´e 0 dizemos que s ´e injectivo.

Lema 1.61. Seja S um semigrupo. Se s ∈ S ´e um elemento quase injectivo, com deficiˆencia d, e se s′ ≥R s (s′S1 ⊇ sS1), ent˜ao, s′ ´e tamb´em quase injectivo, com

deficiˆencia n˜ao superior a d. Em particular, se s ´e injectivo e s R s′, ent˜ao s′ ´e tamb´em injectivo.

Demonstrac¸˜ao. Seja s injectivo em S \ U , com |U | = m. Como sS1 ⊆ sS1,

ent˜ao s = s′s′′, para algum s′′ ∈ S1. Ora se x

1s′ = x2s′ ∧ x1 6= x2, para alguns

x1, x2 ∈ S \ U , ent˜ao tamb´em ter´ıamos x1s′s′′ = x2s′s′′∧ x1 6= x2, pelo que s n˜ao

seria injectivo em S \ U . Ent˜ao, s′ tamb´em ´e injectivo, pelo menos em S \ U .

Lema 1.62. Seja S um semigrupo finito, seja s ∈ S um elemento injectivo e seja e ∈ S uma identidade direita de S. Se s ≤Re, ent˜ao s R e.

Demonstrac¸˜ao.Como s ≤Re, ent˜ao s = et, para algum t ∈ S1. Como a aplica¸c˜ao

x → xs ´e injectiva, e como S ´e finito e = us, para algum u ∈ S. Assim, es = e2t = et = s = se = sus,

e, como s ´e injectivo, temos tamb´em, e = su, logo s R e.

10

Semigrupos autom´

aticos

Vamos, nesta sec¸c˜ao, introduzir a no¸c˜ao de semigrupo autom´atico.

Defini¸c˜ao 1.63. Dado um alfabeto A e L, K ⊆ A∗, duas linguagens, define-se: a) concatena¸c˜ao L · K = {w1· w2 : w1 ∈ L, w2 ∈ K}, habitualmente designada

por LK. b) L0 = {ǫ}, Ln+1 = L · Ln(n ∈ N 0), L∗ = ∪∞ n=0Ln= {w1· w2· ... · wn: w1, w2, ..., wn∈ L, n ∈ N0}

e designa-se ∗ opera¸c˜ao estrela de Kleene

c) diz-se que L ´e regular se puder ser obtida por aplica¸c˜ao finita das opera¸c˜oes ∪(reuni˜ao), ·(concatena¸c˜ao), ∗(estrela de Kleene), sobre subconjuntos finitos de A∗.

(31)

Da Teoria da Computa¸c˜ao sabe-se, ainda, que a classe das linguagens regulares ´e a classe das linguagens reconhec´ıveis por aut´omatos de estados finitos. Vamos, ent˜ao, definir aut´omato de estados finito, ou, mais simplesmente aut´omato finito: Defini¸c˜ao 1.64. Um aut´omato de estados finito ´e um qu´ıntuplo A = (Q, A, ϕ, i, T ), em que A, Q s˜ao conjuntos finitos, n˜ao vazios, ϕ : Q × A → Q ´e uma fun¸c˜ao, i ∈ Q e T ⊆ Q. Os elementos de Q s˜ao chamados os estados de A, A ´e chamado alfabeto de A, i ´e estado inicial e T ´e o conjunto de estados finais, ou terminais.

Define-se um caminho π num aut´omato como uma sequˆencia (q1, a1, q2), (q2, a2, q3), ..., (qn, an, qn+1),

em que q1, ..., qn+1 ∈ Q e a1, ..., an ∈ A. Diz-se que o caminho π ´e etiquetado

pela palavra a1a2...an. Um caminho ´e bem sucedido se come¸car no estado inicial

e terminar num elemento de T . Um aut´omato reconhece uma palavra se tiver um caminho bem sucedido etiquetado por essa palavra. A palavra vazia ser´a reconhecida por um aut´omato se e s´o se o estado inicial for um estado terminal. A linguagem L(A) reconhecida por A ´e o conjunto de todas as palavras reconhecidas por A.

Por vezes ´e mais f´acil trabalhar com uma defini¸c˜ao mais geral de aut´omato finito. Defini¸c˜ao 1.65. Um aut´omato finito n˜ao determin´ıstico ´e, ainda, um qu´ıntuplo A = (Q, A, ϕ, i, T ), mas em que a aplica¸c˜ao ϕ tem imagens em P(Q), isto ´e ϕ : Q×A → P(Q). Um caminho ´e bem sucedido se come¸car no estado inicial e terminar em U ∈ P(Q), tal que U ∩ T 6= ∅.

O seguinte resultado, por´em, garante que desde que exista um aut´omato qual-quer de estados finitos, podemos sempre construir um aut´omato de estados finitos determin´ıstico e completo, isto ´e, em que ϕ ´e uma fun¸c˜ao de Q × A, em Q. Pelo facto de todos os pares de Q × A terem imagem diz-se que o aut´omato ´e completo e, pelo facto de terem uma s´o imagem diz-se que ´e determin´ıstico.

Teorema 1.66. Seja A = (Q, A, ϕ, i, T ) um aut´omato finito qualquer e seja L(A) a linguagem reconhecida por A. Ent˜ao existe um aut´omato completo e determin´ıstico A′ tal que L(A′) = L(A).

Demonstrac¸˜ao. Define-se A′ como tendo o mesmo alfabeto A que A, mas o seu conjunto de estados ´e agora o conjunto P(Q) e a fun¸c˜ao de transi¸c˜ao ψ : P(Q)×A → P(Q) define-se da forma ´obvia

ψ(P, a) = [

p∈P

(32)

10. SEMIGRUPOS AUTOM ´ATICOS 27 Prova-se por indu¸c˜ao sobre o comprimento das palavras em A∗ que se extende na-turalmente esta aplica¸c˜ao da forma

P (wa) = (P w)a (p ∈ P(Q), w ∈ A∗, a ∈ A).

O seu estado inicial passa a ser {i} e o conjunto dos seus estados terminais ´e T′ = {P ∈ P(Q) : P ∩ T 6= ∅}.

Finalmente, w ∈ L(A) se e s´o se ϕ(i, w) ∩ T 6= ∅, se e s´o se ψ({i}, w) ∩ T 6= ∅, se e s´o se ψ({i}, w) ∈ T′, se e s´o se w ∈ L(A).

Defini¸c˜ao 1.67. Dado um alfabeto A, uma palavra w = a1a2...an ∈ A∗ e uma

linguagem L ⊆ A∗ define-se:

w(t) = a1a2...at, se t < n e w(t) = w nos restantes casos;

Pref(L) = {w(t) : w ∈ L, t ∈ N0};

Suff(L) = {w ∈ A∗ : w,w ∈ L, para algum w,∈ A};

Subw(L) = {w ∈ A∗ : w,ww,,∈ L, para alguns w,, w,,∈ A}.

Vamos construir uma aplica¸c˜ao utilizada na defini¸c˜ao de semigrupo autom´atico: δA: A∗× A∗→ A(2, $)∗, onde $ /∈ A e A(2, $) = ((A ∪ {$}) × (A ∪ {$})) \ {($, $)}, dada por (a1a2...an, b1b2...bn)δA =            ǫ se 0 = m = n (a1, b1)...(an, bn) se 0 < n = m (a1, b1)...(an, bn)($, bn+1)...($, bm) se 0 ≤ n < m

(a1, b1)...(am, bm)(am+1, $)...(an, $) se n > m ≥ 0

Vamos introduzir alguns resultados elementares sobre conjuntos regulares. Proposi¸c˜ao 1.68. Seja A um alfabeto. Ent˜ao tem-se:

(i) ∅, A+, A∗ s˜ao regulares;

(ii) Todo o subconjunto finito de A∗ ´e regular;

(iii) Se L, K s˜ao regulares, ent˜ao L \ K, LK, L∗, (L), Suff(L) e Subw(L) s˜ao regulares;

(33)

(iv) Se K ⊆ A∗ ´e regular e φ : A∗ → B∗ ´e homomorfismo de mon´oides, ent˜ao Kφ ´e regular;

(v) Se K ⊆ B∗ ´e regular e φ : A→ B´e homomorfismo de mon´oides, ent˜ao

Kφ−1 ´e regular;

(vi) Se K, L ⊆ A∗ s˜ao regulares, ent˜ao (K × L)δA ´e regular;

(vii) Se U ⊆ (A∗× A

a ´e regular, ent˜ao

{α ∈ A∗ : (α, β)δ

A∈ U, para algum β ∈ A∗} ´e regular.

Demonstrac¸˜ao.As al´ıneas (i)-(v) s˜ao propriedades conhecidas das linguagens reg-ulares.

(vi) Sejam (S, Y, A, τ, s0) e (T, Z, A, σ, t0) aut´omatos finitos reconhecendo,

respec-tivamente, K e L. Seja, agora, q /∈ S ∪ T . O aut´omato finito, com conjunto de estados

(S ∪ {q}) × (T ∪ {q}), que aceita os estados

(S ∪ {q}) × (T ∪ {q}) \ {(q, q)}, com alfabeto A(2, $), com fun¸c˜ao de transi¸c˜ao

((s, t), (a, b))ς = ((s, a)τ, (t, b)σ), s ∈ S, t ∈ T, a, b ∈ A, ((s, t), ($, b))ς = (q, (t, b)σ), s ∈ Y ∪ {q}, t ∈ T, b ∈ A, ((s, t), (a, $))ς = ((s, a)τ, q), s ∈ S, t ∈ Z ∪ {q}, a ∈ A,

e com estado inicial (s0, t0). Este aut´omato reconhece a linguagem (K × L)δA.

(vii) Seja ∆ o grafo de estados do aut´omato de estados finito D, tal que L(D) = U . Os seus v´ertices s˜ao estados e as suas arestas s˜ao etiquetadas por pares (x, y) ∈ A∗× A∗. Seja, agora, o grafo ψ, com o mesmo conjunto de v´ertices que ∆ e com

arestas etiquetadas com x se em ∆ for etiquetada por (x, y). Ent˜ao ψ pode ser visto como o grafo de um aut´omato finito E, cujo estado inicial ´e o estado inicial de D e cujos estados aceites s˜ao os aceites por D. Ora a linguagem aceite por E ´e a projec¸c˜ao de U ⊆ A∗× Ano seu primeiro factor, logo ´e regular.

Lema 1.69. Seja A um alfabeto e L, L′ linguagens regulares sobre A. Ent˜ao, ¬L = A+\ L, L ∪ L′, L ∩ L′ s˜ao linguagens regulares sobre A.

(34)

10. SEMIGRUPOS AUTOM ´ATICOS 29 Demonstrac¸˜ao. Seja M um aut´omato finito que aceita L. Um aut´omato que aceita ¬L obt´em-se trocando os estados aceites com os estados n˜ao aceites. Que L ∪ L′ ´e regular resulta da defini¸c˜ao de linguagem regular. Finalmente, como L ∩ L′ = ¬(¬L ∪ ¬L), esta ´e, tamb´em, regular.

Teorema 1.70. Sejam L, L′ linguagens regulares sobre (A1, ..., An).

(1) As linguagens ¬L, L ∩ L′ e L ∪ Lao regulares sobre (A

1, ..., An).

(2) As linguagens ∃(L) e ∀(L) s˜ao regulares sobre (A1, ..., An−1).

(3) Para qualquer alfabeto An+1, a linguagem {(w1, ..., wn, wn+1)|(w1, ..., wn) ∈ L}

´e regular sobre (A1, ..., An+1).

(4) Para cada permuta¸c˜ao σ de {1, ..., n}, a linguagem

Lσ = {(w1, ..., wn)|(wσ(1), ..., wσ(n)) ∈ L}

´e regular sobre (A1, ..., An+1).

Demonstrac¸˜ao. A prova de (1) ´e an´aloga `a do Lema anterior. O operador ∃ ´e dado por f∗, em que

f∗ : A1× ... × An→ A1× ... × An−1

´e a projec¸c˜ao ´obvia. Por outro lado, o operador ∀ ´e o mesmo que ¬∃¬, pelo que est´a provado (2). As al´ıneas (3) e (4) resultam da defini¸c˜ao de aut´omato finito.

Vamos agora apresentar um resultado sobre a diagonal do quadrado de uma linguagem regular.

Lema 1.71. Seja L uma linguagem regular sobre um alfabeto A = {ai : 1 ≤ i ≤ n}.

Ent˜ao a diagonal

∆(L) = {(w, w)δA|w ∈ L}

´e regular sobre A(2, $).

Demonstrac¸˜ao. Como ∆(L) = (L × L)δA∩ {(ai, ai)|i = 1, ..., n}∗, isto ´e, a

(35)

Proposi¸c˜ao 1.72. Suponha-se que A ´e conjunto finito e U , V s˜ao subconjuntos de A∗× A, tais que U δ

A e V δA s˜ao regulares. Seja

W = {(α, γ) ∈ A∗× A∗ : ∃β ∈ A∗ : (α, β) ∈ U, (β, γ) ∈ V }. Ent˜ao, W δA ´e regular.

A demonstra¸c˜ao encontra-se em [5]. Por indu¸c˜ao tem-se o seguinte

Corol´ario 1.73. Se U1, ..., Un s˜ao linguagens regulares sobre um alfabeto A, ent˜ao

o conjunto {(α, β)δA : ∃w1, ..., wn−1 ∈ A∗, (α, w1)δA∈ U1, (w1, w2)δA∈ U2, ...,

(wn−2, wn−1)δA∈ Un−1, (wn−1, β)δA ∈ Un} ´e regular.

Agora vamos introduzir um conceito mais generalizado de aut´omato

Defini¸c˜ao 1.74. Uma m´aquina sequencial generalizada (msg) ´e um sextuplo A = (Q, A, B, µ, q0, T ), em que Q ´e o conjunto de estados, A ´e o alfabeto de entrada, B ´e

o alfabeto de sa´ıda, todos finitos. A aplica¸c˜ao µ ´e uma fun¸c˜ao parcial de Q × A, para P(Q × B+), q

0 ∈ Q ´e o estado inicial e T ⊆ Q ´e o conjunto de estados terminais.

Dizer que (q′, u) ∈ (q, a)µ significa que, se o aut´omato A est´a no estado q e lˆe o input a, ent˜ao pode mover-se para o estado q′ e output u.

Pode interpretar-se A como um grafo dirigido, com v´ertices Q e uma aresta para cada par (q′, u) ∈ (q, a)µ.

q (a, u) - q′

Dado, agora, um caminho π: q1 q2 q3 qn+1

(a1, u1) (a2, u2) (an, un)

- - . . .

-define-se

Φ(π) = a1a2...an, Σ(π) = u1u2...un.

Para q, q′ ∈ Q, u ∈ A+, v ∈ B+ escreve-se q, (u, v)- +q′, significando que existe um caminho π, de q para q′, tal que Φ(π) ≡ u e Σ(π) ≡ v e dizemos que (u, v) ´e a

etiqueta do caminho. Dizemos que um caminho ´e bem sucedido se tiver a forma q (u, v)- +t , com t ∈ T .

A msg A induz uma aplica¸c˜ao ηA : P(A+) → P(B+), de subconjuntos de A+

(36)

10. SEMIGRUPOS AUTOM ´ATICOS 31 XηA = {v ∈ B

+: (∃u ∈ X)(∃t ∈ T )(q (u, v)- +t)}.

Se X ∈ A+ ´e regular, ent˜ao X

ηA tamb´em ´e regular (ver [10]). De forma an´aloga,

A induz uma aplica¸c˜ao

ζA: P(A+× A+) → P(B+× B+)

definida por Y ζA = {(w, z) ∈ B+ × B+ : (∃(u, v) ∈ Y )(w ∈ uηA, z ∈ vηA)}.

Seguidamente vamos ver que, sob certas condi¸c˜oes, esta aplica¸c˜ao tamb´em preserva a regularidade.

Lema 1.75. Seja A = (Q, A, B, µ, q0, T ) uma msg, e seja πA : (A∗ × A∗)δA →

A∗× Ao inverso de δ

A. Suponha-se que existe uma constante C, tal que, para dois

caminhos α1, α2 em A, se tem

|Φ(α1)| = |Φ(α2)| ⇒ |Σ(α1)| − |Σ(α2)| ≤ C. (1.5)

Se M ⊆ (A+× A+

A ´e linguagem regular em A(2, $)+, ent˜ao N = M πAζAδB ´e

uma linguagem regular em B(2, $)+. A demonstra¸c˜ao encontra-se em [8].

Vamos, agora, definir estrutura autom´atica para um semigrupo.

Defini¸c˜ao 1.76. Seja S um semigrupo, A conjunto gerador finito, L subconjunto regular de A+ e φ : A+→ S um homomorfismo com Lφ = S. Dizemos que (A, L) ´e uma estrutura autom´atica para S se os conjuntos

L== {(α, β) : α, β ∈ L, α = β em S},

La= {(α, β) : α, β ∈ L, αa = β em S}; ∀a∈A,

forem regulares em A(2, $)∗. Se um semigrupo S tiver uma estrutura autom´atica

diz-se autom´atico.

Diz-se que um semigrupo S ´e prefixo-autom´atico, ou p-autom´atico se tiver uma estrutura (A, L) autom´atica, tal que

L′= = {(w1, w2)δA: w1∈ L, w2∈ Pref(L), w1 = w2}

´e, tamb´em, autom´atica.

Proposi¸c˜ao 1.77. Se S ´e semigrupo com uma estrutura autom´atica (A, L), K ⊆ L, K ´e regular e ´e aplicado sobrejectivamente sobre S, ent˜ao (A, K) ´e estrutura autom´atica para S.

(37)

Demonstrac¸˜ao.Ora K== L=∩ (K × K)δAe Ka= La∩ (K × K)δA. Logo, (A, K)

´e estrutura autom´atica para S.

Proposi¸c˜ao 1.78. Suponha-se que S ´e um semigrupo com uma estrutura autom´atica (A, L) e B ⊆ A. Seja T um subsemigrupo de S gerado por B, tal que L ∩ B+ ´e aplicado sobrejectivamente em T . Ent˜ao, (B, L ∩ B+) ´e estrutura autom´atica para

T .

Demonstrac¸˜ao. O conjunto K = L ∩ B+ ´e regular pela Proposi¸c˜ao 1.68 e pelo Lema 1.69. Por hip´otese ´e aplicado sobrejectivamente em T . Por outro lado,

K== L=∩ (B∗× B∗)δB,

Kb = Lb∩ (B∗× B∗)δB (b ∈ B),

s˜ao regulares pela Proposi¸c˜ao 1.68 e pelo Lema 1.69.

Para definir um tipo de estrutura autom´atica (A, L) de S que ´e caracterizada pela injectividade da aplica¸c˜ao de L para S introduzimos um novo conceito de ordem lexicogr´afica.

Defini¸c˜ao 1.79. Seja A = {a1, a2, ..., an} e escolha-se uma ordem a1< a2 < ... < an

em A. Extende-se esta ordem a A∗ da forma:

α < β se e s´o se |α| < |β| ou |α| = |β| e α precede β lexicograficamente.

Facilmente se verifica que a rela¸c˜ao α ≤ β, se e s´o se α < β no anterior sentido, ou α ≡ β ´e de ordem total em A∗.

Proposi¸c˜ao 1.80. Se S ´e semigrupo com uma estrutura autom´atica (A, L) e K = {α ∈ L : se (α, β) ∈ L= para algum β, ent˜ao α ≤ β na ordem lexicogr´afica},

ent˜ao (A, K) ´e estrutura autom´atica para S.

Demonstrac¸˜ao. Seja Mǫ o aut´omato finito que reconhece palavras iguais em S,

na estrutura (A, L). Como o predicado α ≤ β, na ordem lexicogr´afica pode ser reconhecido por um aut´omato finito, conclui-se que K ´e linguagem regular. Ent˜ao, pela Proposi¸c˜ao 1.77 est´a provado.

Se (A, L) ´e uma estrutura autom´atica para um semigrupo S, dizemos que ´e estrutura autom´atica com unicidade se cada elemento de S for representado por precisamente um elemento de L. Ent˜ao, como consequˆencia da Proposi¸c˜ao 1.80 resulta o seguinte:

(38)

10. SEMIGRUPOS AUTOM ´ATICOS 33 Corol´ario 1.81. Se S ´e um semigrupo autom´atico, ent˜ao S tem uma estrutura autom´atica com unicidade.

Ainda se prova o seguinte resultado,

Proposi¸c˜ao 1.82. Seja S um semigrupo autom´atico, tal que S2 = S. Ent˜ao S tem uma estrutura autom´atica com unicidade (A, K), tal que K ∩ A = ∅.

A prova desta Proposi¸c˜ao encontra-se em [6].

Vamos agora introduzir algumas propriedades b´asicas dos semigrupos autom´aticos. Proposi¸c˜ao 1.83. Se S ´e um semigrupo com uma estrutura autom´atica (A, L) e s ∈ S, ent˜ao o conjunto {α ∈ L : α = s} ´e regular.

Demonstrac¸˜ao. Tome-se β ∈ L, com β = s. Se α ∈ A+, ent˜ao (α, β)δ

A∈ L= se e

s´o se α ∈ L e α = s. Ora a linguagem

K = {(α, β) : α ∈ L, α = s}δA= L=∩ {(γ, β) : γ ∈ A+}δA= L=∩ (A+× {β})δA

´e regular pela Proposi¸c˜ao 1.68, assim como ´e regular {α ∈ A+: (α, γ)δ

A∈ K, para algum γ ∈ A+} = {α ∈ A+ : (α, β)δA ∈ K}

= {α ∈ L : α = s}.

Vamos ver que dada uma estrutura autom´atica a respeito de um conjunto gerador A, de um semigrupo S, o problema do reconhecimento dos pares de palavras de A+

tais que h´a um elemento de A+, que sufixo a uma delas as torna iguais em S pode ser feito por um aut´omato finito.

Proposi¸c˜ao 1.84. Se S ´e um semigrupo com estrutura autom´atica (A, L) e γ ∈ A+, ent˜ao o conjunto

Lγ= {(α, β) ∈ L × L : αγ = β}δA

´e regular.

Demonstrac¸˜ao. Seja γ ≡ a1a2...an. Como (A, L) ´e estrutura autom´atica,

(39)

s˜ao conjuntos regulares. Ent˜ao, pela Proposi¸c˜ao 1.72 os conjuntos La1a2 = {(α, α2) ∈ L × L : ∃α1 ∈ L : (α, α1) ∈ La1, (α1, α2) ∈ La2}δA; La1a2a3 = {(α, α3) ∈ L × L : ∃α2 ∈ L : (α, α2) ∈ La1a2, (α2, α3) ∈ La3}δA; . . . La1a2...an= {(α, β) ∈ L × L : ∃αn−1∈ L : (α, αn−1) ∈ La1a2...an−1, (αn−1, β) ∈ Lan}δA s˜ao regulares.

Outro resultado conhecido sobre linguagens regulares ´e enunciado na seguinte Proposi¸c˜ao

Proposi¸c˜ao 1.85. Se L ´e regular, ent˜ao

Lrev = {anan−1...a1 : a1a2...an}

(40)

Cap´ıtulo 2

SUBSEMIGRUPOS DE

´

INDICE DE REES FINITO

Vamos estudar as propriedades combinat´orias respeitantes a geradores, apresenta¸c˜oes e automaticidade, dado um semigrupo S e um seu subsemigrupo T de ´ındice de Rees (|S \ T |) finito.

1

Geradores

Os resultados desta sec¸c˜ao encontram-se em [14].

Como vamos ver seguidamente, dados um semigrupo S e um seu subsemigrupo T de ´ındice de Rees finito, ou s˜ao ambos finitamente gerados, ou n˜ao o ´e nenhum.

Para a demonsta¸c˜ao do resultado principal desta sec¸c˜ao vamos definir um novo conceito designado por conjunto de representantes.

Defini¸c˜ao 2.1. Seja S o semigrupo gerado pelo conjunto A (a respeito da inclus˜ao) e seja T um subsemigrupo de S. Um conjunto de representantes de S \ T ´e um conjunto Ω de palavras de A∗, tal que

(1) Ω cont´em a palavra vazia ǫ;

(2) cada palavra n˜ao vazia de Ω representa um elemento de S \ T ;

(3) cada elemento de S \ T ´e representado por uma e uma s´o palavra de Ω. Define-se, tamb´em, uma fun¸c˜ao representa¸c˜ao w → w, que associa a cada ele-mento w ∈ S \ T a sua representante w ∈ Ω e goza das seguintes propriedades:

(i) w ≡ w, para cada elemento w ∈ S \ T ; 35

(41)

(ii) se w1, w2 ∈ Ω representam o mesmo elemento de S, ent˜ao w1≡ w2;

(iii) w = w, em S, para cada elemento w ∈ S \ T .

Designa-se por L(A, T ) o conjunto de palavras de A+que representam elementos de T .

Lema 2.2. Seja S um semigrupo gerado por um conjunto A e seja T um subsemi-grupo de S. Se Ω ´e um conjunto de representantes de S \ T , ent˜ao o conjunto

X = {ρ1aρ2|ρ1, ρ2∈ Ω, a ∈ A, ρ1a, ρ1aρ2 ∈ L(A, T )}

gera T .

Demonstrac¸˜ao. Quer-se provar que toda a palavra w ∈ L(A, T ) ´e igual em S ao produto de elementos de X. Para tal faz-se indu¸c˜ao sobre o comprimento de w. Se |w| = 1, ent˜ao w ≡ a ∈ A e, em S, w = ǫaǫ ∈ X. Se |w| > 1, escreva-se w ≡ w1aw2,

em que w1a ´e o menor segmento inicial que pertence a L(A, T ). Se w2 ∈ L(A, T ), por

hip´otese de indu¸c˜ao, w2 ´e o produto de elementos de X, logo, como w = (w1aǫ)w2,

em S, tem-se o pretendido. Se w2 ∈ L(A, T ), ent˜ao, w/ 2∈ Ω, logo, w1aw2 ∈ X.

Proposi¸c˜ao 2.3. Seja S um semigrupo e T um seu subsemigrupo de ´ındice de Rees finito em S. Ent˜ao, S ´e finitamente gerado se e s´o se T ´e finitamente gerado. Demonstrac¸˜ao. Se S ´e finitamente gerado, ent˜ao, pelo Lema 2.2, T ´e finitamente gerado. Se T ´e finitamente gerado pelo conjunto B, ent˜ao S ´e finitamente gerado pelo conjunto Y = B ∪ (S \ T ).

2

Apresenta¸

oes

Os resultados desta sec¸c˜ao encontram-se em [14].

Vamos ver que um semigrupo e um seu subsemigrupo de ´ındice de Rees finito, ou s˜ao ambos finitamente apresentados, ou nenhum tem apresenta¸c˜ao finita. Proposi¸c˜ao 2.4. Seja S um semigrupo e T um seu subsemigrupo de ´ındice de Rees finito, em S. Ent˜ao S ´e finitamente apresentado se e s´o se T ´e finitamente apresentado.

Referências

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