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Academic year: 2021

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Relatório Final de

Estágio

Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Nova de Lisboa

Mestrado Integrado em Medicina

Ano Letivo 2018/2019

Maria Leonor Menezes Ramos | 2013354

Junho de 2019

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Índice

1. Introdução...2 2. Objetivos...2 3. Atividades Desenvolvidas...3 a. Pediatria...3 b. Ginecologia e Obstetrícia...4 c. Saúde Mental...4 d. Medicina Geral e Familiar...5 e. Medicina Interna...6 f. Cirurgia Geral...7 g. Unidade Curricular Opcional: Estágio Medicina Geral e Familiar...8 4. Reflexão Crítica...8 5. Referências Bibliográficas...10 6. Anexo I. Cronograma: Atividades desenvolvidas no ano letivo 2018/2019...10 II. Certificado Voluntariado: Núcleo Refood Lumiar...11 III. Certificado Voluntariado Internacional: OBT - Organization for Basic Training....12 IV. Certificado de participação: Palestra Cessação Tabágica....13 V. Certificado de participação: 4ª Reunião Clínica de Pediatria...14 VI. Certificado de participação: Ansiedade, do sintoma à síndrome...15 VII. Certificado de participação: Curso TEAM - Trauma Evaluation and Management...16 VIII. Certificado de participação: Escalar ou descalar o tratamento em cancro da mama...17

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1. Introdução

O Mestrado Integrado em Medicina (MIM) constitui o veículo para a formação polivalente do futuro médico. A educação pré-graduada médica é complexa e paradigmática, daí a importância da aprendizagem contínua e tutelada suportada por noções científicas sólidas e atualizadas, sentido ético/moral e cultura, transcendente à compreensão do indivíduo em todas as suas dimensões. Os estágios clínicos profissionalizantes encontram-se integrados no programa curricular do 6º ano do MIM da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (FCMUNL). Ao longo deste ano letivo, o contato com as várias especialidades médicas e cirúrgicas é feito com o intuito de sedimentar os conhecimentos teóricos previamente adquiridos, assim como colmatar algumas áreas do ensino que não foram abordadas ou postas em prática com profundidade nos anos anteriores. O presente relatório intenta definir objetivos gerais e pessoais a cumprir, descrever sumariamente as atividades desenvolvidas em cada estágio parcelar e refletir criticamente sobre o desempenho pessoal e a globalidade do ano letivo. As atividades extracurriculares e formativas praticadas encontram-se em anexo.

2. Objetivos

Tendo em conta os pressupostos descritos no “Licenciado Médico em Portugal”, segundo o Core

Graduates Learning Outcomes Project, o objetivo cardeal da educação médica pré-graduada, transversal

a qualquer especialidade, é o de “(...) preparar licenciados médicos com atributos profissionais adequados e com um núcleo de conhecimentos e competências que lhes permita aprender autonomamente ao longo da carreira médica (...) assim como encorajar a aprendizagem ativa e promover o pensamento e o raciocínio críticos”[1]. Segundo a mesma linha de pensamento, considero fundamental o cumprimento dos seguintes objetivos gerais:

• Aprofundar os conhecimentos científicos previamente adquiridos na correta análise e solução dos

problemas clínicos comuns;

• Avaliar os doentes através de uma anamnese completa e formulação de hipóteses diagnósticas,

requisição de exames complementares de diagnóstico e abordagem terapêutica ponderadas;

• Estabelecer uma relação médico-doente segundo uma visão biopsicossocial abrangente que leve em

consideração as suas crenças culturais, atitudes, comportamentos e contexto social;

• Prevenir a doença e promover a saúde a nível individual e das populações;

• Adotar um comportamento profissional e interagir adequadamente com os doentes, famílias,

pessoal médico e outros profissionais de saúde;

• Praticar o exercício clínico dentro dos limites da própria competência, garantindo que os doentes

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3 Paralelamente aos anteriores, tracei objetivos específicos e pessoais que procurei cumprir ao longo deste ano letivo:

• Explorar a área da Medicina Geral e Familiar, enquanto possível futura especialidade médica a

exercer;

• Conciliar a rotina diária de estágios e avaliações com a vida pessoal, familiar e com as atividades

extracurriculares, sem descurar nenhuma delas;

• Adaptar o estudo para a Prova Nacional de Seriação tendo em conta o estágio a ser praticado,

equilibrando assim a teoria com a prática clínica.

3. Atividades Desenvolvidas

Os estágios profissionalizantes do 6º ano do MIM da FCMUNL, tiveram início a 10 de Setembro de 2018 e terminaram a 17 de Maio de 2019, perfazendo um total de 6 estágios clínicos em 33 semanas. Neste campo, serão descritos os objetivos propostos em cada estágio, as principais atividades praticadas, patologias observadas e aproveitamento pessoal. Soma-se ainda a Unidade Curricular (UC) de Estágio Opcional. Em anexo (I), encontra-se o cronograma das atividades desenvolvidas.

a. Pediatria

O estágio profissionalizante de Pediatra decorreu no Serviço de Adolescentes do Hospital Dona Estefânia, sob a tutoria da Dra. Leonor Sassetti. Neste âmbito, pretendi aprofundar as competências básicas na avaliação da saúde da criança e adolescente e incluir a relação com os progenitores e dinâmica familiar na abordagem diagnóstica e terapêutica.

A minha rotina hospitalar compreendeu a passagem pela Enfermaria da Unidade de Adolescentes, Consulta Externa de Medicina do Adolescente e Serviço de Urgência. Na enfermaria, observei e avaliei doentes com idades compreendidas entre os 10 e 18 anos, redigi diários clínicos, notas de alta e participei ativamente na discussão da sua evolução clínica, contactando maioritariamente com patologia do foro heredofamiliar. Na consulta externa, compreendi a influência dos diferentes contextos familiares no bem-estar físico e psicológico dos adolescentes e a importância do ensino escolar e extraescolar no desenvolvimento de competências cognitivas e sociais dos mesmos. Semanalmente, frequentei o Serviço de Urgência, momento essencial à minha formação nesta área pois permitiu o contacto com outras faixas etárias (latentes e crianças em idade pré-escolar) e, por conseguinte, com um leque mais abrangente de patologias.

Como complemento às restantes vertentes, assisti à consulta externa de Imunoalergologia e participei nas seguintes atividades formativas: Workshop de Urgências Pediátricas (integrado pela primeira vez na unidade curricular, que intenta colmatar os défices ao nível do

reconhecimento,

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4 avaliação e atuação em situações de emergência pediátrica); aula teórico-prática sobre “Anafilaxia” e sessão clínica hospitalar “Consultas CRIPTO - Consulta de Rastreio Infecioso Pré-Terapêutica Imunossupressora”. No seminário final, juntamente com as minhas colegas (Ana Torre, Marta d’Orey e Rebeca Cohen), realizei e apresentei um trabalho intitulado “O rapaz insosso – a propósito de um caso clínico” cujo tema incidiu na abordagem diagnóstica e terapêutica do doente com hiponatrémia.

b. Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia decorreu no Hospital Fernando Fonseca e foi dividido em dois momentos. Neste estágio, procurei sedimentar os conhecimentos prévios acerca dos problemas mais comuns da saúde da mulher e da grávida, ganhar prática nos exames rotineiros ginecológicos e obstétricos e consolidar as noções sobre planeamento familiar e vigilância da gravidez.

Nas primeiras duas semanas, no âmbito da ginecologia, acompanhei a Dra. Mariana Miranda nos exames de ginecologia (colposcopia e histeroscopia), consulta externa de ginecologia geral e de planeamento familiar (onde realizei exame ginecológico e colheita de citologia cervical), enfermaria e bloco operatório. Num segundo tempo, na área da obstetrícia, sob a orientação da Dra. Ana Paula Ferreira, assisti à consulta de diagnóstico pré-natal, onde pesquisei o foco cardíaco fetal e interpretei o rastreio bioquímico combinado, os parâmetros ecográficos e o resultado da amniocentese. Na enfermaria, observei grávidas com diagnóstico de colo curto, ameaça de parto pré-termo e restrição do crescimento fetal, sob vigilância ecográfica diária. Semanalmente, perfiz 12 horas no serviço de urgência, onde pratiquei o exame ginecológico, observei a realização de ecografias abdominais e endovaginais e participei numa cesariana. Assisti ainda às reuniões semanais do serviço e às sessões clínicas “Boletim da ACOG sobre síndrome do ovário poliquístico” e “Um ensaio clínico sobre a Endometriose”.

c. Saúde Mental

No estágio de Saúde Mental, realizado no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), os objetivos centraram-se em identificar sintomas de perturbação psiquiátrica e diferenciá-los do funcionamento psicológico normal do indivíduo.

Nos primeiros dois dias, as atividades tiveram lugar na FCMUNL sob a forma de seminários (“Casos Clínicos de Abordagem a Doentes Psiquiátricos” e “Estigma em Saúde Mental”). Nos restantes, integrei a Unidade de Psicogeriatria, tendo como orientador o Dr. João Reis. Nesta unidade observei doentes com idades compreendidas entre 70 e 80 anos, maioritariamente com doença do foro neurocognitivo, internados para estabilização dos sintomas agudos (psicoses e alterações

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5 comportamentais graves). A minha rotina hospitalar incluiu a passagem pela enfermaria, onde realizei semanalmente, o exame ao estado mental de todos os doentes, com recurso ao Mini Mental

State Evaluation; consulta externa cujas patologias mais observadas foram a perturbação depressiva

e síndrome demencial (o mais prevalente do tipo Alzheimer); e Serviço de Urgência, no Hospital São José, onde contactei com patologia aguda e mais abrangente, que incluiu distúrbios da ansiedade e perturbações da personalidade. Pontualmente, assisti à consulta externa de Neuropsiquiatria, o que permitiu compreender o impacto da escolha e posologia dos fármacos antipsicóticos na funcionalidade dos doentes. Como atividades formativas, presenteei as aulas dirigidas aos internos de Psiquiatria e o Journal Club do serviço (“Influence of negative life events on widowood on risk of Dementia”, “Síndrome da fragilidade no Idoso” e “Luto e Depressão nos idosos”). No término do estágio, redigi uma história clínica com posterior apresentação. d. Medicina Geral e Familiar O estágio de Medicina Geral e Familiar teve lugar na USF Tejo, sob a orientação da Dra. Avelina Pereira. Procurei adotar uma abordagem centrada na pessoa, melhorar a comunicação e interação com os doentes e famílias, identificar e gerir os problemas de saúde mais frequentes na comunidade, promover a saúde e educar a população atuando ativamente na prevenção e no diagnóstico precoce, reconhecer a limitação dos recursos prescrevendo exames complementares de diagnóstico de forma racional e saber quando referenciar para as especialidades hospitalares. De entre os vários momentos, a Consulta de Adulto foi a que me possibilitou maior prática na colheita de anamnese e exame objetivo com posterior registo, segundo um modelo orientado por problemas. A hipertensão arterial foi a patologia mais prevalente, seguida da diabetes mellitus, dislipidémia e patologia do sistema osteoarticular. A saúde mental, sobretudo a nível de distúrbios da ansiedade e depressão, ocupa também uma parcela importante destas consultas. A Saúde Materna, Infantil e o Planeamento familiar, foram as que menos frequentei, traduzindo o grande peso do doente idoso nos cuidados de saúde primários e do envelhecimento demográfico em Portugal. Na vertente da Consulta Não Programada, prevaleceram os quadros infeciosos virais, facto consistente com a sazonalidade. A Consulta de Cessação Tabágica diferenciou-se das restantes, pela abordagem centrada no processo de mudança de comportamento, sendo fundamental o conceito de reforço positivo. Ainda a referir uma vertente importante desta especialidade, relacionada com procedimentos administrativos e atividades médico-legais, que também tive oportunidade de assistir e auxiliar. Por último, numa das reuniões clínicas semanais da USF Tejo, apresentei uma revisão de tema, sobre a abordagem diagnóstica e terapêutica da síncope no contexto de cuidados primários e, no término do estágio, realizei o Diário do Exercício Orientado com posterior avaliação do mesmo.

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e. Medicina Interna

Ao longo de 8 semanas, integrei as atividades do Serviço 1.4 de Medicina Interna do Hospital São José, coordenado pelo Dr. António Godinho e sob orientação da Dra. Fátima Lampreia. Durante este período, comprometi-me a compreender as necessidades dos doentes de um modo abrangente, desde o diagnóstico ao tratamento e prognóstico no âmbito da doença crónica, aguda e emergente. Da minha rotina hospitalar fez parte a enfermaria, consulta externa (Medicina Interna, Hipertensão arterial e Imunodeficiências) e serviço de urgência. Na enfermaria, fiquei responsável diariamente por 1 a 2 doentes (35 no total), sobre os quais executei anamnese e exame objetivo direcionado, registei diários clínicos, requisitei exames complementares de diagnóstico, ajustei terapêutica e redigi notas de alta, sempre com supervisão da minha tutora. No final da manhã, participei na discussão do estado clínico e plano terapêutico de todos os doentes. A interação com outras especialidades hospitalares, equipa de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais e familiares dos doentes também foi parte integral do meu dia-a-dia hospitalar. Na componente mais prática, realizei procedimentos médicos rotineiros, como gasimetria arterial, colheita de sangue venoso e zaragatoa nasal. De entre as várias patologias, as mais observadas foram as infeções respiratórias, doenças neoplásicas, descompensação de insuficiência cardíaca e acidentes vasculares cerebrais. Na consulta externa de Medicina Interna e de Hipertensão arterial, compreendi a importância da abordagem global do doente e da atuação nos fatores de risco e na mudança de estilo de vida. Nas Consultas de Imunodeficiências, observei doentes com vírus da imunodeficiência humana 1/2 e vírus da hepatite C a fazer terapêutica antirretroviral, tendo constatado que a adesão ao tratamento é fundamental neste âmbito. De entre os vários momentos de permanência no Serviço de Urgência, formulei hipóteses diagnósticas e abordagens terapêuticas de forma mais imediata em contexto de patologia aguda, maioritariamente de etiologia infeciosa. Em adição às restantes vertentes, assisti à realização de ecocardiograma transtorácico em contexto hospitalar. Durante o estágio, redigi duas histórias clínicas e apresentei quatro trabalhos individuais de temas sugeridos pela Unidade Curricular (“Infeções respiratórias”, “Diagnóstico diferencial de diarreias”, “Anticoagulação oral” e “Interações medicamentosas mais frequentes”). Em conjunto com a minha colega de estágio, Rebeca Cohen, apresentamos ainda para o serviço 1.4 um trabalho intitulado de “Abordagem ao doente com Síncope – a propósito de um caso clínico”, tendo em conta as últimas guidelines da European Society of Cardiology. Tive ainda oportunidade de assistir às sessões clínicas do internato médico de Medicina Interna do Centro Hospitalar de Lisboa Central.

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f. Cirurgia Geral

Finalizei os estágios profissionalizantes do 6º ano com Cirurgia Geral, que decorreu no Hospital CUF Infante Santo, sob a tutoria do Dr. Luís Galindo. Neste, procurei adquirir mais confiança com as técnicas cirúrgicas e conhecer em maior profundidade as rotinas pré e pós-operatórias.

Na primeira semana de estágio, foi dado ênfase à componente teórica da UC, com sessões formativas que tiveram lugar no Hospital Beatriz Ângelo. Ainda integrado nesta primeira semana, participei no Curso “TEAM - Trauma Evaluation and Management” (Anexo VII).

Relativamente à componente prática, acompanhei o meu tutor nas suas cirurgias programadas e de urgência, tendo assistido a um total de 45 cirurgias, com participação em 28 destas. A via cirúrgica predominante foi a laparoscópica e os sistemas, mais frequentemente assistidos, incluíram o colorretal, a parede abdominal e canal anal/períneo. Contactei com um vasto número de procedimentos e instrumentos cirúrgicos, familiarizei-me com a linguagem cirúrgica e comuniquei com os vários elementos presentes na sala de operações. Também assisti à colocação de cateteres venosos centrais e periféricos, administração de anestesia local, indução anestésica e às diferentes técnicas de assepsia. Neste âmbito, ainda tive a oportunidade de praticar a técnica da algaliação e a sutura com pontos simples. Na enfermaria, observei doentes internados no pré e pós-operatório, com redação dos diários clínicos, notas de alta e requisição de meios complementares de diagnóstico, sempre com supervisão do meu tutor. Tive ainda oportunidade de auxiliar na troca de pensos e na remoção de sistema de drenos no pós-operatório com o apoio da equipa de enfermagem. Relativamente à consulta externa de Cirurgia Geral, contactei com doentes em contexto pré-operatório, onde é avaliado a performance status do doente, estado nutricional, a gravidade da patologia em questão, o condicionamento da sua qualidade de vida e a sua vontade em ser operado; e pós-operatório, onde é feito o seguimento do doente com foco na evolução clínica, observação das feridas cirúrgicas, remoção de pontos cirúrgicos assim como vigilância laboratorial e imagiológica. Na consulta externa de Protologia, realizei ainda toque retal e observação por anuscopia. O atendimento permanente de cirurgia no serviço de urgência, ocorre por chamada do médico que está escalado e não propriamente pela sua presença fixa, daí o menor contacto com esta área. No âmbito da pequena cirurgia, observei e auxiliei na drenagem de abcessos cutâneos, quistos sebáceos infetados e excisão de hemorróidas trombosadas. Das patologias com indicação cirúrgica imediata, as mais observadas foram as apendicites e colecistites agudas.

Para finalizar o estágio, participei no Minicongresso de Cirurgia que decorreu no Hospital Beatriz Ângelo, no qual foram apresentados 19 casos clínicos pelos alunos de 6º ano. Juntamente com as minhas duas colegas de estágio, Ana Torre e Margarida Lagarto, apresentámos um caso clínico intitulado “À terceira é de vez”, sobre neoplasia mülleriana e a importância da abordagem cirúrgica.

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8 g. Unidade Curricular Opcional: Medicina Geral e Familiar Como UC opcional, optei pela realização de um estágio em Medicina Geral e Familiar, no Centro de Saúde Dr. Adriano Freitas, localizado no Funchal. A razão pela escolha deste estágio assenta no interesse bivalente, quer por esta área da Medicina quer pelo funcionamento do sistema regional de saúde da Região Autónoma da Madeira, local onde futuramente ambiciono exercer a minha prática clínica. Ao longo de 2 semanas, acompanhei a Dra. Nivalda Pereira nas consultas de Saúde do Adulto, Planeamento Familiar, Saúde Infantojuvenil e Cessação Tabágica. Também participei nas visitas domiciliárias e no serviço de urgência, ambas adições positivas ao estágio profissionalizante anterior.

4. Reflexão Crítica

Terminados os estágios parcelares e numa visão retrospetiva, considero ter sido um ano extremamente enriquecedor tanto a nível académico como pessoal. Os objetivos gerais a que me propus inicialmente foram, na sua grande maioria, cumpridos. Consolidei conhecimentos científicos através da rotina hospitalar diária, trabalhos realizados e atividades extracurriculares. Em qualquer estágio, pus em prática o exame físico e a avaliação semiológica dos doentes, assim como levei em consideração todas as suas dimensões (biológica, cultural, moral e social) na formulação de hipóteses diagnósticas e na requisição de exames complementares. Adotei um comportamento profissional, prezando a assiduidade, a comunicação e respeito por outros profissionais de saúde e a adequada interação com os familiares. Mantive presentes as minhas limitações, garantido a segurança e bem-estar dos doentes, especialmente no que consta as medidas terapêuticas, área que ainda permanece por sedimentar. Relativamente aos meus objetivos pessoais, confirmei e explorei o meu interesse pela Medicina Geral e Familiar, sobretudo pela escolha desta especialidade como estágio opcional e procurei participar em atividades extracurriculares que fossem de encontro aos problemas de saúde mais comuns na população. A conciliação da rotina diária de estágios e avaliações com a vida pessoal, familiar e atividades extracurriculares foi o objetivo mais desafiante a que me propus, assim como o estudo simultâneo para a Prova Nacional de Seriação, não obstante, considero ter conseguido alcançá-lo da melhor forma possível. Quanto aos estágios propriamente ditos, começando pela Pediatria, a medicina do Adolescente é uma área de grande interesse para mim pelos desafios inerentes a esta faixa etária. Compreendi que a promoção da saúde nestas idades deve ser feita o mais precocemente possível e deve passar por um equilíbrio entre a família, a escola, o núcleo de amigos, o exercício físico e os hábitos alimentares. Na passagem pela

Ginecologia e Obstetrícia, ganhei prática nos exames ginecológicos e obstétricos rotineiros estando mais

confortável nesta área. No estágio de Saúde Mental, apesar de ter contactado apenas com um subgrupo de doenças (perturbações neurocognitivas) e de doentes (geriátricos), ficou claro para mim que a saúde mental de um individuo é indissociável da sua saúde física e que, o estigma da doença mental continua presente, daí

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9 ser crucial o ensino precoce desta área e uma maior integração com as outras especialidades ao longo de todo o curso. Na Medicina Geral e Familiar, reconheci a exigência na integração do contexto psicossocial do doente na tomada de decisões clínicas, mas esforcei-me por adotar uma abordagem centrada na pessoa, por desenvolver a comunicação e interação com os doentes e famílias e por promover a saúde. Destaco a dificuldade na instituição de terapêutica farmacológica e respetiva posologia, especialmente tendo em conta as possíveis interações medicamentosas, a relação custo-benefício e os recursos de saúde existentes na comunidade. A gestão do tempo de consulta também é, pessoalmente, um desafio, sendo a hierarquização dos problemas imperativa, aspeto este que pretendo sedimentar ao longo da minha futura carreira médica. A minha passagem pela Medicina Interna foi a mais desafiante e onde mais evoluí. Como ganhos mais notórios, destaco a aquisição crescente de autonomia e sentido de responsabilidade que contribuíram para uma maior acuidade e sensibilidade na observação dos doentes. Realço ainda o papel do médico internista na gestão do doente, sobretudo da sua situação social. Também ao lidar com vários doentes em fase terminal, aprendi que nem sempre o tratamento obstinado é a melhor opção para o doente e/ou familiares e que é de extrema importância saber quando parar e quando dar conforto. Por fim, a Cirurgia Geral foi também essencial para a minha formação. O treino de vários procedimentos cirúrgicos nunca antes postos em prática, a possibilidade de participar ativamente num número significativo de cirurgias e o rácio docente:discente ser 1:1, foram fundamentais para o meu crescimento nesta área. Como pontos menos positivos, realço o menor contacto com o Serviço de Urgência, em relação às restantes vertentes.

Relativamente às críticas ao presente ano letivo, considero que na sua globalidade, os estágios parcelares deveriam estar mais uniformizados no aspeto das avaliações. A discrepância entre as diferentes especialidades e entre estágios da mesma especialidade é considerável e acaba por influenciar o tempo de estudo para a Prova Nacional de Seriação.

Concluo sublinhando que a aprendizagem não termina aqui e que os objetivos pessoais são de carácter contínuo. Ambiciono atualizar os meus conhecimentos científicos de forma permanente, atuar ativamente na literacia em saúde e continuar a investir nas atividades de voluntariado nacional e internacional, fundamentais para manter presente o sentimento de empatia e compreensão do indivíduo tendo em conta todas as suas dimensões, chave de qualquer sucesso terapêutico.

Por fim, um agradecimento especial à minha família que incutiu em mim bases educacionais indispensáveis a qualquer formação académica e pessoal, que me manteve ciente dos valores por eles transmitidos e que esteve sempre presente, mesmo fisicamente distante. Agradeço também a todos os professores da FCMUNL, assistentes hospitalares e colegas que ajudaram a traçar o meu caminho e assim prepararam-me com maior segurança para o futuro. E a todos os doentes com quem tive o prazer de me cruzar, um agradecimento sincero, pois aproximaram-me dos valores e da responsabilidade inerente ao conceito de ser médico, fundamental nesta fase final do meu percurso enquanto estudante de Medicina.

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5. Referências Bibliográficas

[1] “O Licenciado Médico em Portugal” Core Graduates Learning Outcomes Project, Julho 2005.

6. Anexos

I. Cronograma das atividades desenvolvidas ano letivo 2018/2019

Data

Estágio

Regente

Local

Tutor

10 de Setembro a 5 de Outubro

2018 Pediatria

Professor Doutor

Luís Varandas Hospital Dona Estefânia Dra. Leonor Sasseti 8 de Outubro a 2 de Novembro 2018 Ginecologia e Obstetrícia Professora Doutora Teresa Ventura Hospital Fernando Fonseca Dra. Mariana Miranda e Dra. Ana Paula Ferreira 5 a 30 de

Novembro 2018 Saúde Mental Professor Doutor Miguel Xavier

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa Dr. João Reis 3 de Dezembro 2018 a 11 de Janeiro 2019 Medicina Geral e Familiar Professora Doutora Isabel dos Santos USF Tejo Dra. Avelina Pereira 21 de Janeiro a 15

de Março de 2019 Medicina Interna Fernando Nolasco Professor Doutor Hospital São José

Dra. António Godinho e Dra. Fátima Lampreia 18 de Março a 17

de Maio 2019 Cirurgia Geral Professor Doutor Rui Maio Infante Santo Hospital CUF Dr. Luís Galindo 21 a 31 de Maio 2019 UC Estágio Opcional: Medicina Geral e Familiar Professor José António Pereira Delgado Alves Centro de Saúde Dr. Adriano Freitas Dra. Nivalda Pereira

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II. Certificado Voluntariado: Núcleo Refood Lumiar

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III. Certificado Voluntariado Internacional: OBT - Organization for Basic Training

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INTERNATIONAL NO TOBACCO DAY | Palestra

Cessação Tabágica

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa NOME Maria Ramos DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 13944015 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5be4d0e5c3f90 Evento

INTERNATIONAL NO TOBACCO DAY | Palestra Cessação Tabágica 13-11-2018 18:30 → 13-11-2018 19:30 - Duração: - 1 horas

Estás sempre a dizer aos doentes "Ah... Sabe que devia deixar o tabaco!", ou tu próprio andas a adiar o dia em que fumas o último cigarro?

O tabaco é a substância aditiva mais consumida, e deixar de fumar é mais do que uma decisão simples!

aefcm.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico

Decreto-Lei n.º 290-D/99 e 62/2003 — European Union Directive 1999/93/CE

IV. Certificado de participação: INTERNATIONAL NO TOBACCO DAY | Palestra Cessação

Tabágica

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V. Certificado de participação: 4ª Reunião Clínica de Pediatria

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VI. Certificado de participação: Ansiedade, do sintoma à síndrome

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VII. Certificado de participação: Curso TEAM - Trauma Evaluation and Management

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Escalar ou descalar o tratamento em cancro da

mama

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

CUF Academic and Research Medical Center Av. do Forte, nº3 – Edifício Suécia III, Piso 2 2790-073 Carnaxide NOME Maria Ramos DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 13944015 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5ca1e71ec9c3a Evento

Escalar ou descalar o tratamento em cancro da mama 10-05-2019 10:30 → 10-05-2019 16:30 - Duração: - 6 horas

OBJETIVO

O evento Escalar ou descalar o tratamento em cancro da mama procura debater as questões relevantes para o dia-a-dia dos especialistas no tratamento da pessoa com cancro da mama.

academiacuf.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico

Decreto-Lei n.º 290-D/99 e 62/2003 — European Union Directive 1999/93/CE

VIII. Certificado de participação: Escalar ou descalar o tratamento em cancro da mama

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