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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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MARIANA ESPÍRITO SANTO SALGADO

2014381

TURMA 6

6º ANO MESTRADO INTEGRADO DE MEDICINA

NOVA MEDICAL SCHOOL

Orientadora: Mestre Paula Cristina Vidal Reis Leiria Pinto

Regente: Professor Doutor Rui Maio

RELATÓRIO FINAL

DE ESTÁGIO

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ... 2

2. OBJETIVOS ... 2

3. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 3

3.1. Estágio de Medicina Geral e Familiar ... 3

3.2. Estágio de Pediatria ... 3

3.3. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia ... 4

3.4. Estágio de Psiquiatria ... 4

3.5. Estágio de Medicina Interna ... 5

3.6. Estágio de Cirurgia Geral ... 6

3.7. Estágio clínico opcional- Hematologia ... 6

4. FORMAÇÃO EXTRACURRICULAR ... 6

5. REFLEXÃO CRÍTICA ... 7

6. ANEXOS ... 10

6.1. Certificado Conversas à roda de Gastro ... 10

6.2. Certificado das 1as Jornadas de Ginecologia da Adolescência ... 11

6.3. Certificado da Conferência do iMED ... 12

6.4. Certificado das Jornadas Médicas ... 13

(3)

1.

INTRODUÇÃO

O sexto ano do Mestrado integrado de Medicina (MIM) da Nova Medica School (NMS) consiste num ano profissionalizante composto por seis estágios parcelares: Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e obstetrícia, Psiquiatria, Medicina Interna e Cirurgia geral. Tendo como objetivo principal a preparação dos alunos para a prática clínica futura enquanto profissionais médicos, através da utilização das competências teóricas adquiridas nos anos anteriores, em atividades práticas com aquisição gradual de responsabilidade e autonomia. Adicionalmente, o sexto ano destaca-se pela existência de uma unidade curricular opcional que permite a frequência de um estágio clínico á nossa escolha.

O presente relatório é constituído por seis seções que visam descrever este último ano de formação, inclui uma primeira parte que introduz e contextualiza o relatório; descrição sucinta das atividades e objetivos principais, desenvolvidos ao longo dos estágios parcelares incluindo o que pretendia alcançar nos estágios de cirurgia e o opcional de Hematologia que não foram realizados. São igualmente elencadas todas as atividades extracurriculares realizadas durante o MIM, pertinentes para a minha formação enquanto futura médica, com os seus respetivos certificados em anexo. Concluo com uma reflexão acerca do meu último ano de formação na NMS.

2.

OBJETIVOS

Com recurso às fichas de unidade curricular (UC) de cada estágio e com consulta do documento “O

Licenciado Médico em Portugal”1 delineei os seguintes objetivos para o meu programa de estágios: a)

Conhecer em maior profundidade a complexidade da prática clínica diária, dos valores e responsabilidades profissionais e sociais e de conduta que um profissional médico deve ter; b) Contruir as bases do meu comportamento profissional e interpessoal; c) Desenvolver as competências de comunicação com os doentes e seus familiares; d) Integrar no modelo de pensamento a perspetiva biopsicossocial que tem em consideração as crenças culturais, atitudes e comportamentos do doente; conhecer as principais patologias de cada especialidade, a sua etiopatogenia e semiologia, bem como os fundamentos do seu diagnóstico e tratamento; e) Aprender a hierarquizar os dados de uma história clínica e formular as hipóteses de diagnóstico; f) Reconhecer as situações clínicas de maior emergência para o doente; por último; g) Aplicar os princípios éticos e standards a todos os aspetos da prática médica, incluindo os limites da minha própria competência, de forma a garantir que os doentes não sejam expostos a riscos acrescidos.

Como objetivos pessoais, e tendo em conta os ideais que desejo seguir no futuro, proponho as seguintes competências: manter integridade, honestidade, empatia e compaixão pois permitiram abordar a pessoa como um ser e não somente uma abordagem às patologias que padecem.

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3.

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1. Estágio de Medicina Geral e Familiar

O estágio decorreu na USF São João do Estoril sob tutela da Dra. Filipa Manuel, e teve a duração de quatro semanas.

Dos objetivos específicos para este estágio, destaco a importância de adotar uma abordagem centrada na pessoa, especialmente na colheita da história clínica; a identificação e gestão dos problemas mais frequentes na comunidade; propor medidas de saúde preventiva; reconhecer o papel do médico de família como coordenador dos cuidados de saúde; e a identificação de recursos existentes na comunidade que a USF pertence.

Ao longo do estágio a crescente integração na equipa permitiu um aumento gradual da minha autonomia, começando em método observacional, evoluindo até ao ponto de poder conduzir individualmente algumas consultas com supervisão indireta da minha tutora. Observei uma variedade de consultas, incluindo Saúde do Adulto, Saúde Infantil, Diabetes, Planeamento Familiar, Saúde Materna e consultas do dia. Saliento, a mais valia de acompanhar a Dra. Filipa nas visitas domiciliárias onde me apercebi da importância de observar os doentes no seu próprio ambiente e a relevância que o mesmo tem para a sua saúde ou falta dela. Esta experiência permitiu-me realizar que o medico de família tem de ter uma visão holística não só do paciente em si, mas de toda a realidade que o rodeia. Durante o estágio participei no Plano de acompanhamento interno (PAI) da USF “Adequação dos cuidados prestados às utentes gravidas”, nas Jornadas da USF com o tema de Urgências em cuidados de Saúde Primários e assisti a uma palestra liderada pelo serviço de Gastroenterologia da CUF Cascais sobre a referenciação dos doentes após resultado da endoscopia alta (anexo 6.1).

Por último, a avaliação baseou-se na elaboração de um Diário do Exercício Orientado defendido através de uma componente oral, onde expus duas situações observadas e selecionei 15 doentes para demonstrar as diversas valências de um médico de família.

3.2. Estágio de Pediatria

O estágio de pediatria foi realizado no Hospital Dona Estefânia, especificamente na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos (UCIP), sob tutela da Dra. Marta Oliveira.

Inicialmente, a maioria dos objetivos a que me propus, faziam referência a patologias frequentes na área de pediatria geral. No entanto, a maior parte do meu tempo foi passado na UCIP, onde contactei com patologias mais graves e complexas que requeriam cuidados médicos mais especializados e monitorização continua. Para minimizar esta lacuna, frequentei a urgência geral, e através da minha integração na equipa, pude adquirir os seguintes objetivos: conhecer as principais patologias da criança e adolescente em Portugal

9 Setembro 2019 a 4 de Outubro 2019 (4 semanas)

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e as suas diversas abordagens; estabelecer uma comunicação com a criança ou adolescente e a sua família; reconhecer a importância dos pais na colheita da história clínica; interpretar exames complementares, discutir o diagnóstico, propor uma orientação terapêutica e prescrever fármacos correntes.

Adicionalmente, ao longo do estágio, assisti a consultas de imuno-alergologia e participei no workshop de emergências pediátricas, onde foram apresentados dois casos clínicos sobre bronquiolite e meningococemia. Destaco o seminário final dos alunos do sexto ano, que permitiu revisões teóricas de patologias frequentes, por vezes com recurso a exposição de casos clínicos observados durante o estágio. Em conjunto com dois outros colegas, apresentei o tema “Diagnóstico diferencial de exantema purpúrico”.

3.3. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia

O estágio em referência ocorreu no Hospital dos Lusíadas sob tutela do Dr. Luís Vicente, que é subespecializado na área de Procriação Medicamente Assistida (PMA).

Ao longo das 4 semanas pude adquirir os seguintes objetivos teóricos específicos: diferenciar situações fisiológicas e patológicas na especialidade de ginecologia e obstetrícia; aconselhamento pré-concecional; reconhecimento de gravidez de risco; rastreios em ginecologia; realizar o diagnóstico e terapêutica de alterações do ciclo menstrual.

A maioria do tempo de estágio foi passado nas consultas de infertilidade e no bloco operatório onde observei, mas também participei, em cirurgias ginecológicas. Em compensação, tentando uma atitude pró-ativa, fiz questão em assistir a consultas de ginecologia e obstetrícia, consultas de patologia do colo, consultas de endometriose e frequentar o bloco de partos, onde observei quatro partos distócicos. Participei no workshop “The Women” que teve como objetivo relembrar os conhecimentos adquiridos nos anos anteriores. Estive também presente nas 1as Jornadas de Ginecologia a Adolescência que decorreram no Hospital Beatriz Ângelo (certificado em anexo 6.2), foram abordados diversos temas, na maioria incluídos na matriz para a Prova Nacional de Acesso, promovendo mais uma oportunidade de estudo.

Como método de avaliação, apresentei ao serviço, o artigo “Microbioma Uterino” publicado na revista

Fronteirs in Immunology.

3.4. Estágio de Psiquiatria

O estágio de Saúde Mental realizou-se no serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando da Fonseca (HFF), especificamente no internamento, sob tutela da Dra. Patrícia Gonçalves.

Nomeio os seguintes objetivos específicos: situar o doente no seu contexto social, laboral e familiar; reconhecer a importância dos familiares na colheita da história clínica; identificar sintomas de perturbação psiquiátrica e diferenciá-los do funcionamento psicológico normal do indivíduo; fazer o seguimento de patologia psiquiátrica na comunidade.

4 Novembro 2019 a 31 de Novembro 2019 (4 semanas)

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O início foi marcado por seminários teórico-práticos onde foram discutidos, através de casos clínicos, algumas das patologias psiquiátricas frequentes em contexto de urgência, e a existência do estigma da doença mental. Posteriormente, a maior parte do meu estágio foi passado no internamento, onde assisti a várias entrevistas clínicas a doentes com diversas patologias (como esquizofrenia, doença bipolar e depressão grave). Para além destas, realço o caso de uma doente com psicose tardia que necessitou de uma equipa multidisciplinar (psiquiatria, neurologia e reumatologia) para fazer a marcha diagnóstica. Para complementar a minha formação, frequentei o serviço de urgência, assisti a quatro sessões de electroconvulsivo-terapia e as reuniões semanais com as respetivas equipas da comunidade que posteriormente fazem o seguimento dos doentes internados e recomendam internamento dos doentes seguidos em ambulatório.

Para a avaliação, colhi e redigi uma história clínica a um jovem de 19 anos internado por um episódio maníaco onde se realizou o diagnóstico de doença bipolar tipo I.

3.5. Estágio de Medicina Interna

O estágio ocorreu no serviço de Medicina IV no Hospital São Francisco Xavier, sob a tutela da Dra. Ana Lynce.

Refiro os seguintes objetivos específicos mais relevantes: Proceder de forma autónoma à colheita da anamnese e exame físico dos doentes, fazer a requisição de exames complementares de diagnóstico de forma pertinente e realizar a sua interpretação; Redigir diários clínicos, notas de entrada e notas de alta; Proceder à discussão diagnóstica de casos clínicos com a equipa médica; Transmitir informações elucidativas e claras ao doente e/ou familiares relativas ao seu diagnóstico, terapêutica e prognóstico.

A generalidade do estágio foi passada na enfermaria, onde era responsável por um ou dois doentes, que observada e redigia o respetivo diário clínico, com posterior discussão com a equipa. Durante a minha permanência, elaborei notas de alta e pedidos de colaboração de outras especialidades, pude aperfeiçoar a colheita de gasimetrias arteriais, realizei eletrocardiogramas e após várias observações de colheitas de sangue pela via femoral, pude eu própria realizar com supervisão. Adicionalmente, frequentei o serviço de urgência e consulta externa de doenças autoimunes. Houve também duas sessões teórico-práticas na faculdade, onde realço a sessão sobre “Decisões de fim de vida” pela Dra. Camila Tapadinhas, que coincidiu com a discussão de eutanásia na Assembleia da República.

Por último, apresentei um trabalho em conjunto com duas colegas sobre o tema “Hospital do Futuro” numa sessão clínica que ocorriam semanalmente.

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3.6. Estágio de Cirurgia Geral

O estágio de cirurgia geral estava previsto ter uma duração de durante 8 semanas no Hospital Beatriz-Ângelo com a Dra. Cátia Cunha. No entanto, devido a pandemia COVID-19 e, por sermos um risco desnecessário e acrescido para os doentes, não foi possível realizar o mesmo presencialmente. Em contrapartida, a regência organizou uma avaliação baseada em duas semanas de reuniões online e a apresentação de um tema à escolha da tutora no minicongresso de cirurgia com os restantes alunos do sexto ano e os respetivos tutores. Por falta de prática clínica, apresentei o tema teórico sobre Litíase Biliar.

3.7.

Estágio clínico opcional- Hematologia

Em Fevereiro de 2020, optei por realizar o meu estágio opcional que iria decorrer no mês de Maio, no serviço de Hematologia no Hospital da Luz sob tutela do Dr. António Almeida. Todavia, tal como o que aconteceu no estágio prático de Cirurgia Geral, a pandemia impossibilitou a realização do mesmo. Tendo o mesmo sido substituído por a UC Opcional: Preparação para o exame PNA.

A minha escolha inicial foi em grande parte derivada ao estágio muito cativante de Hematologia na UC de Especialidade Médicas e Cirúrgicas III no 5º ano do MIM, no Instituto Português de Oncologia em Lisboa. Como uma possível futura escolha de especialidade, senti necessidade de conhecer a especialidade fora de um hospital especializado em patologia oncológica.

4.

FORMAÇÃO EXTRACURRICULAR

Ao longo dos seis anos do MIM participei em diversas atividades, algumas relacionada com medicina e outra para minha valorização pessoal.

Procurei complementar o meu conhecimento médico ao participar na conferencia do iMED e as Jornadas de Medicina em 2016 (certificados 6.3 e 6.4 em anexo, respetivamente).

No verão de 2019, embarquei para Moçambique com a associação CAPULANA, onde voluntariei 1 mês numa aldeia perto de Maputo (certificado em anexo 6.5). A maior parte do meu tempo foi passado ajudar e ensinar técnicas de assepsia às enfermeiras no centro de saúde. Adicionalmente, tive a oportunidade de aprender as respetivas abordagens para as patologias mais frequentes da comunidade. Destaco a realização de um parto vaginal numa senhora surda-muda à luz das velas, um evento que me marcou pelo contraste com a minha realidade e pela simplicidade do ato medico. Ajudei também a confecionar as refeições na creche da aldeia, que alimentavam 300 crianças como método de aumentar a frequência escolar. Além disso, ajudei a limpar e a dar explicações.

O meu fim de curso foi marcado pela pandemia COVID-19, e após ter sido descartado o estado de emergência, dei por mim irrequieta e com uma grande sensação de impotência confinada em casa. Por estas

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razões, decidi voluntariar no Banco Alimentar de Lisboa, onde ajudo a organizar os inúmeros cabazes para entregar as diversas associações que necessitavam. Na vertente de logística, associei me ao COmVIDas, uma rede de apoio criada em pleno estado de emergência por uma colega de curso, para auxiliar com um banco de voluntários as instituições de apoio ao idoso que estão com falta de recursos humanos devido a pandemia.

5.

REFLEXÃO CRÍTICA

Ao refletir sobre os meus seis anos na NMS, recordo-me da despedida da Suíça, onde vivi durante 12 anos, e da adaptação e criação de raízes ao meu país de origem. De facto, aproxima-se o fim de um longo e feliz período na minha vida, mas também se avizinha o futuro com que sempre sonhei: poder exercer medicina e ajudar os outros. Através do sexto ano, em especial dos estágios profissionalizantes por onde passei pelos grandes pilares de medicina sempre com uma evolução crescente da minha autonomia, acredito que estou mais preparada para enfrentar a prática clínica.

Retrospetivamente, acredito que os objetivos gerais que me propus concretizar para este ano foram atingidos. Considero que tive o privilégio de ter tutores que me ensinaram em primeira mão as características que para mim são mais importantes e que descrevi como objetivo pessoal: integridade, honestidade, empatia e compaixão.

A título mais particular, iniciei este ano no estágio de Medicina Geral e Familiar, que para mim teve especial importância por ser uma das áreas que pondero seguir no futuro. Destaca-se por constituir um conjunto de conhecimentos das diversas especialidades e um elo de ligação para as mesmas. Ao ganhar gradualmente mais autonomia, pude por em prática os conhecimentos que adquiri em UC prévias, exercer medicina centrada no doente e consequentemente concretizei os objetivos específicos que tinha nomeado. Através do plano de acompanhamento interno, tive acesso a dados e percebi em primeira mão porque é os indicadores não estavam a ser cumpridos. Desta forma, consegui contribuir para a melhoria dos cuidados prestados as grávidas na USF. Quero enfatizar também, que a visita ao domicílio, foi para mim uma mais valia, visto que foi a minha primeira vez a observar um doente fora do contexto de instituições de saúde, na sua própria casa e espaço pessoal. Penso que esta valência é indispensável e permite ao profissional de adquirir informação relevante sobre o seu paciente.

O estágio de Pediatria, que decorreu maioritariamente na UCIP contribuiu para aquisição de novos conhecimentos e conceitos, visto ter sido a primeira vez que contactei com esta área e as patologias lhe estão associadas. Como aspeto mais negativo, devo referir a pouca autonomia que uma estudante do sexto ano pode ter numa unidade de cuidados intensivos, indo contra o propósito de um estágio profissionalizante. Considero que a minha passagem no serviço de urgência foi um componente essencial, pois minimizou a lacuna de conhecer as principais patologias da criança e adolescente, permitindo-me uma participação ativa

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na observação de doentes. Destaco a delicadeza com que os médicos pediatras lidam não só com os seus doentes, as crianças, mas também com os seus familiares.

Referente ao estágio de Ginecologia e Obstetrícia, assisti na maioria a consultas no âmbito de PMA, que sendo uma área de maior fragilidade para os casais, pude aprender com a abordagem humanística e empática do Dr. Luís perante os seus doentes, tendo sempre em consideração no modelo de pensamento a perspetiva biopsicossocial. Estes aspetos são fundamentais para a minha formação como futura médica e espero que um dia possa exercer medicina da mesma maneira como fui ensinada neste estágio. Apesar da subespecialidade, através da frequência de outras consultas e valências, consegui atingir todos os meus objetivos propostos. A minha passagem no bloco de partos contrastou com a minha experiência dos partos na aldeia em Moçambique, onde aprendi que não precisamos de ter acesso a toda a tecnologia presente nas unidades de saúde para exercer bem medicina. Como aspeto menos positivo, saliento as limitações de realizar um estágio profissionalizante num hospital privado onde nem todos os doentes se sentem à vontade para terem alunos a participarem no exame objetivo ou outros aspetos mais práticos. Contudo, no bloco operatório pude me desinfetar e auxiliar em algumas cirurgias.

Relativamente ao estágio de Saúde Mental e aos objetivos específicos que enumerei, por ter permanecido no internamento, não pude realizar o seguimento de patologia psiquiátrica na comunidade. Ainda assim, é a organização e multidisciplinaridade do serviço do Hospital HFF que se salientou por ter sempre em consideração as necessidades dos doentes em oferecer aos mesmos o melhor acompanhamento possível. Independentemente da especialidade que irei escolher no futuro, a saúde mental vai ser sempre um aspeto presente, é importante saber reconhecer sinais e sintomas que requerem referenciação e nunca desvalorizar queixas somáticas devido a patologia psiquiátrica conhecida.

De componentes práticos, importa finalmente referir o estágio de Medicina Interna, que me proporcionou um elevado grau de autonomia. Senti-me muito estimulada ao ficar responsável por um ou dois doentes da enfermaria, onde fiz o meu raciocínio clínico e plano terapêutico. A componente humana que está sempre presente numa enfermaria de Medicina, estando os doentes internados por longos períodos de tempo, permite-nos criar uma relação com os doentes onde realço a importância da conversa como uma ferramenta para a abordagem clínica. Pela sua duração e autonomia dada durante este estágio, consegui fundamentar todos os objetivos específicos que relatei. Distingo a importância do trabalho de equipa que estimula a discussão sobre diagnósticos e terapêuticas, e de igual modo garante o melhor cuidado aos doentes. Considero pertinente referir que a sessão teórico-prática sobre as “Decisões de fim de vida” permitiu que houvesse uma discussão aberta com a Dra. Camila sobre o tema da eutanásia e constatar que na nossa profissão há diversos temas cinzentos e sem resposta única e definitiva. Esta reflexão despertou em mim uma necessidade de aprender mais sobre a deontologia médica para o meu futuro enquanto jovem médica.

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Apesar de especialidades cirúrgicas não serem do meu maior interesse para o futuro, acredito que o estágio de cirurgia geral é essencial para o recém-licenciado na área de medicina. Por motivos de força maior, nenhum objetivo foi alcançado, com a exceção de poder aprofundar os conceitos da patologia cirúrgica mais frequentes através do minicongresso.

A pandemia do COVID-19 chegou a Europa no fim de Fevereiro, altura que passei alguns dias angustiantes e com sentimento de inutilidade em casa enquanto os meus futuros colegas trabalhavam arduamente para debelar o vírus que tanta perturbação estava a criar em vários sistemas de saúde Europeus. Não pude participar para a enorme contribuição que a classe médica continua a realizar para conter a disseminação do vírus, tratar os que estão infetados e manter a capacidade dos cuidados de saúde. Estando eu no ano final do meu curso, este enquadramento apenas veio a reforçar a minha paixão pela nossa profissão e intensificar a minha vontade de estar mais envolvida no dia a dia dos pacientes.

Não poderia deixar de mencionar a minha formação extracurricular que contribuiu não só para o meu percurso enquanto futura médica, mas também para o meu desenvolvimento enquanto pessoa.

Em conclusão, neste ano profissionalizante sedimentei, ganhei novos conhecimentos e contactei mais que nunca com a prática médica. Finalizo estes seis anos de curso com uma grande satisfação pessoal, mais enriquecida pelas experiências que vivi e com múltiplos bons exemplos sobre que tipo de médica eu vou querer ser. De facto, tenho o privilégio de ter, em bom tempo, decidido entrar no curso de medicina que vai permitir que a minha carreira e paixão coincidam na minha vida. Resta-me agradecer aos docentes, tutores, colegas, família e amigos que me acompanharam neste longo percurso.

“Não sei o que nos espera, mas sei o que me preocupa: é que a medicina, empolgada pela ciência, seduzida pela tecnologia e atordoada pela burocracia, apague a sua face humana e ignore a individualidade única de casa pessoa que sofre, pois embora se inventem cada vez mais modos de tratar,

não se descobriu ainda a forma de aliviar o sofrimento sem empatia e compaixão” João Lobo Antunes em Ouvir com Outros Olhos

(11)

6.

ANEXOS

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6.2. Certificado das 1as Jornadas de Ginecologia da Adolescência

1as Jornadas de Ginecologia da Adolescência

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

Hospital da Luz Learning Health Avenida Marechal Teixeira Rebelo, 20 1500-427 Lisboa NOME Mariana Salgado DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14218295 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5d95a4584a0b8 Evento

1as Jornadas de Ginecologia da Adolescência

22-11-2019 08:00 ® 22-11-2019 17:00 - Duração: 8 horas

As 1as Jornadas de Ginecologia da Adolescência serão uma oportunidade para a revisão e actualização de temas de Ginecologia particularmente relevantes, contextualizados numa fase de grande exigência, de desafios e de mudanças na vida da mulher.

Serão abordados temas como:

learninghealth.up.events

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6.3. Certificado da Conferência do iMED

iMed Conference 8.0 2016 | Conference Tickets

Phase 3

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa NOME Mariana Salgado DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14218295 CÓDIGO DE CERTIFICADO YEUAJ Evento

iMed Conference 8.0 2016 | Conference Tickets Phase 3

13-10-2016 09:00 ® 16-10-2016 18:00

The iMed Conference is a 4-day congress which aim is to share the latest discoveries in translational science with Health and Life Sciences enthusiasts. This grand project by AEFCM is now in its 8th edition and this year, from 13th to 16th october we will be talking about Oncology, Neonatology, Psychiatry and Rehabilitation! To find out more go to www.imedconference.org Come to Lisbon and look further with us. For more info about tickets and payments go to:

https://goo.gl/oAOaU5 Email: info@imedconference.org TICKET PRICES |PHASE 3: - AEFCM Membership - 52€ - Non AEFCM Membership | Students - 55€ - Non Students - 70€

aefcm.up.events

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6.4. Certificado das Jornadas Médicas

II Jornadas Médicas da NOVA

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa NOME Mariana Salgado DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14218295 CÓDIGO DE CERTIFICADO LMWNR Evento

II Jornadas Médicas da NOVA

30-04-2016 09:30 ® 01-05-2016 19:30

A grande missão das Jornadas Médicas da NOVA é desafiar os estudantes de Medicina a crescerem enquanto médicos compenetrados nas responsabilidades sociais inerentes à sua profissão. Nem só de ciência vive o médico, mas também de outras competências humanísticas e sociais, que tornam os estudantes de Medicina especialmente dotados para intervir na sua própria Educação.

aefcm.up.events

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