• Nenhum resultado encontrado

Políticas públicas no Brasil:

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Políticas públicas no Brasil:"

Copied!
27
0
0

Texto

(1)

Políticas públicas no Brasil:

Desafios de equidade

Pesquisador do Ipea e doutorando em Economia pela UFBA

(2)

EFICIÊNCIA E EQUIDADE

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

(3)

EFICIÊNCIA

E E

Q

UIDA

disponíveis para atendê-las,

eficiência

e

equidade

são

conceitos-chave no planejamento e na implementação de políticas públicas

O processo decisório acerca de políticas, programas e/ou projetos

públicos sempre traz consigo juízos de valor e variadas

perspectivas acerca das metas de justiça social (equidade) e de

eficiência a serem alcançadas. Balancear essas metas é o desafio.

E precede a tudo isso saber de que eficiência e de que equidade se

está falando – e como se aplicam em cada caso

Eficiência

remete à ideia de maximizar o bem-estar da sociedade,

produzindo o máximo ao menor custo possível (

eficiência técnica

) e

alocando os escassos recursos para a produção dos bens e

serviços que a sociedade mais valoriza (

eficiência alocativa

)

(4)

EFICIÊNCIA

E E

Q

UIDA

DE

Equidade não se confunde necessariamente com

igualdade (

equidade horizontal

)

Implícita à ideia de tratamento igual a pessoas

iguais está a de tratar desigualmente os

desiguais (

equidade vertical

)

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

(5)

EFICIÊNCIA

E E

Q

UIDA

Diversas são as concepções e os princípios de justiça social

difundidos na literatura (ver Konow, 2003). Destaquemos aqui três:

Princípio da necessidade

: enfatiza a satisfação equânime de

necessidades básicas. Pode ser associado tanto com distribuições

igualitárias de um bem ou serviço quanto com a busca de padrões

mínimos, acima dos quais desigualdades são toleradas.

Princípio da eficiência distributiva

: alcança-se a alocação ótima

quando todos tornam-se indiferentes quanto à obtenção de mais

quantidades do bem ou serviço em questão

Princípio da equidade

: alocações justas seriam resultado de ações

individuais, daí que uma distribuição justa seria proporcional aos

esforços e responsabilidades individuais assumidos buscando essa

(6)

EFICIÊNCIA

E E

Q

UIDA

DE

Um rei justo e magnânimo ordenou a seu fiel escudeiro:

- Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem.

Ao que seu súdito respondeu, perguntando:

- Sim, Majestade. Como devo dividir o trigo entre os três tigres

tristes?

Associe cada uma das hipotéticas respostas do Rei (na coluna da direita)

com o princípio de justiça social que melhor lhe traduz (na coluna da

esquerda)

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

Salvador, 21 a 23 de outubro de 2015

Princípios de Justiça Social

Respostas do Rei

(1) Princípio da eficiência

– Colocai quantidades idênticas de trigo em cada

prato e dai um prato para cada tigre;

(2) Princípio da equidade

– Dai ao mais guloso o dobro do que ao de apetite

moderado, e deixai sem trigo o terceiro tigre, que

não gosta de trigo;

(3) Princípio da necessidade

– Separai a quantidade de trigo em cada prato de

maneira diretamente proporcional à parcela de

colaboração de cada tigre para a riqueza deste

Reino;

(7)

EFICIÊNCIA

E E

Q

UIDA

Subjacente ao princípio da equidade aqui

apresentado está a presunção de

igualdade de

condições

ou de

oportunidades

Não sendo este o caso, retorna-se ao ponto de

tratar desigualmente os desiguais

Vejamos como se apresentam algumas

desigualdades no ensino superior, partindo de

dados relacionados a jovens de 18 a 24 anos

(8)

ACESSO E PERMANÊNCIA DE JOVENS DE 18

A 24 ANOS NO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

(9)

QUESTÃO 1: AS OPORTUNIDADES DE ACESSO

DIFEREM POR REGIÃO

(10)

Taxa de acesso à educação superior para

jovens de 18 a 24 anos – Brasil, 2000 e 2010

(em%)

24 12 12,1 22,1 24,9 18,7 0 5 10 15 20 25 30

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Brasil

(11)

QUESTÃO 2: AS OPORTUNIDADES DE

PERMANÊNCIA DIFEREM POR FAIXA DE RENDA

(12)

Taxa de frequência líquida no ensino superior

para jovens de 18 a 24 anos – Brasil, 2010,

por faixas de renda familiar per capita (em %)

3,9 8,1 18,5 33,7 44,9 53 0 10 20 30 40 50 60

até 1/2 SM entre 1/2 e 1 SM entre 1 e 2 SM entre 2 e 3 SM entre 3 e 5 SM Mais de 5 SM

Fonte: dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE. Gráfico adaptado de Corbucci (2014).

OBS .: SM = s alár io mí nimo.

(13)

QUESTÃO 3: AS BARREIRAS DE ACESSO E

PERMANÊNCIA SÃO MAIORES PARA PRETOS E PARDOS

(14)

11,6 6,2 7,2 7,6 7,5 13,1 7,3 7,7 9 8,2 24,8 15,2 15 22,5 21,7 0 5 10 15 20 25 30

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Pretos Pardos Brancos

Taxa de frequência líquida na educação

superior para jovens de 18 a 24 anos – Brasil,

2010, segundo a cor/etnia e região (em%)

(15)

segundo a cor/etnia e faixa de renda (em%)

2,3 5,3 12,3 25,2 35,2 35,1 2,6 6,4 14,7 27,9 38,4 44,7 7 10,7 21,7 36,9 47,7 55,7 10 20 30 40 50 60

(16)

QUESTÃO 4: AS BARREIRAS SURGEM DESDE

OS NÍVEIS ANTERIORES DE ENSINO

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

(17)

51,6 39,5 37,4 55,3 53,7 48,5 10 20 30 40 50

(18)

QUESTÃO 5: BAIXA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

BÁSICA REFORÇA O PROBLEMA

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

(19)

(em %)

10 20 30 40 50 60 70 % dos j ov e ns de 1 5 a nos que fiz e ra m a a v a li a ç ã o

Ciências

Brasil OCDE

(20)

Distribuição pelos níveis de proficiência do Pisa

2012 dos jovens de 15 anos de idade avaliados

(em %)

0 10 20 30 40 50 60 70 Abaixo do 2 2 3 4 5 ou mais % do s jov ens de 15 anos que fize ra m a av al ia çã o

Nível de proficiência no Pisa 2012

Matemática

Brasil

OCDE

(21)

(em %)

5 10 15 20 25 30 35 % dos jov e ns de 1 5 a nos que fize ra m a a v li a ç ã o

Leitura

Brasil OCDE

(22)

QUESTÃO 6: O RESULTADO REFLETE-SE NO

MUNDO DO TRABALHO

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

(23)

países, 2013 (em %)

5 10 15 20 25 30 35 40

(24)

Uma série de pesquisas do prêmio Nobel

James Heckman

aponta como fator preponderante de exclusão educacional

as restrições econômicas, sociais e culturais que, ao longo

da vida, alargam as diferenças cognitivas e não-cognitivas.

Por conseguinte, abreviam-se as chances de pessoas

expostas a tais restrições chegarem a um curso superior. As

que conseguem ingressar em um apresentam menores

taxas de conclusão. As que concluem, tendem a obter

benefícios aquém dos alcançados por colegas que

cresceram em condições mais favoráveis. Infere-se daí,

pois, a importância de não se perder de vista a remoção de

barreiras de acesso a capital econômico, social e cultural

desde a primeira infância.

(trecho adaptado de Nascimento, no prelo)

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

(25)

intensificam-se ao longo de todo o percurso escolar, qual

o ponto de partida para se pensar equidade nas políticas

educacionais?

É possível discutir equidade no ensino superior sem

considerar os mecanismos que perpetuam a exclusão

durante a vida escolar e em outras áreas de política (como

saúde, trabalho, cultura, saneamento básico, transporte,

ciência e tecnologia)?

(26)

REFERÊNCIAS

III Seminário OBEDUC- FACED/UFBA – eficácia e equidade no ensino superior: fatores contributivos

Salvador, 21 a 23 de outubro de 2015

CORBUCCI, P. R. Evolução do acesso de jovens à educação superior no

Brasil. Brasília: Ipea, 2014 (Texto para Discussão nº 1950).

KONOW, J. Which is the fairest one of all? A positive analysis of justice theories.

Journal of economic literature, p. 1188

–1239, 2003.

NASCIMENTO, P. A. M. M.. Compartilhamento de custos do ensino superior e

crédito estudantil contingente à renda: possibilidades e limitações de aplicações

para o Brasil. No prelo.

NASCIMENTO, P. A. M. M. et al. A questão da disponibilidade de engenheiros no

Brasil nos anos 2000. Radar: tecnologia, produção e comércio exterior, v. 32,

abr. 2014.

NASCIMENTO, P. A. M. M.; POMPERMAYER, F. M.. Conteúdo e tutoria online

do curso “Microeconomia aplicada à avaliação socioeconômica de projetos”.

Brasília: Enap, 2010.

VALLE, R. C.; NORMANDEAU, S.; ROJAS-GONZÁLEZ, G. Education at a glance

(27)

MUITO OBRIGADO!

Paulo A. Meyer M. Nascimento

Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

(IPEA), Mestre em Economia da Educação pela Universidade de Londres e

Bacharel em Economia (UFBA e Middlesex University) e Direito (UCSal). Tem

experiência docente e de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas,

tendo exercido cargos no Governo do Estado da Bahia nas áreas de Educação e

de Ciência, Tecnologia e Inovação. Seus estudos atualmente concentram-se nas

áreas de Economia da Educação e de Economia do Trabalho. Desde 2014 é

estudante de doutorado do programa de Pós-Graduação em Economia da UFBA.

E-mail:

paulo.nascimento@ipea.gov.br

Referências

Documentos relacionados

Concluiu-se que a redução no espaçamento entre linhas na cultura do milho de 0,80m para 0,40m, resulta em uma maior produtividade de massa verde na cultura, característica

Conclusão: a mor- dida aberta anterior (MAA) foi a alteração oclusal mais prevalente nas crianças, havendo associação estatisticamente signifi cante entre hábitos orais

Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo geral, avaliar a eficiência de um trocador de calor, em forma de espiral, no aquecimento e controle térmico do substrato de

Notam-se no cotidiano dos serviços ações de saúde mental que muitas vezes não são observadas por alguns trabalhadores de saúde como tais: a criação de vínculos entre

O objetivo deste trabalho foi estudar a evaporação por meio da transferência de massa no solo, em uma barragem subterrânea submetida às diferentes profundidades do lençol

Al´em da facilidade de parametriza¸c˜ao da sua especifica¸c˜ao, o CSC traz outros benef´ıcios para a estrat´egia, como a possibilidade da n˜ao haver altera¸c˜oes nos

colaboradores é a caracterização destas, vistas como criativas. Nas *quais a estrutura é descentralizada e as novas idéias podem vir da base para o topo, além

SOLOS E MANEJO FLORESTAL – Eucalyptus spp Responsável pelo desenvolvimento de estratégias de conservação de solos e manejo florestal para todas as áreas de eucalipto plantadas