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ANÁLISE AEROELÁSTICA NO ESPAÇO DE ESTADOS APLICADA A AERONAVES DE ASA FIXA

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Academic year: 2021

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(1)

APLICADA A AERONAVES DE ASA FIXA

Eng. ROBERTO GIL ANNES DA SILVA

Disserta¸c˜ao apresentada `a Escola de Engenharia de S˜ao Carlos, da Universidade de S˜ao Paulo, como parte dos requisitos para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Engenharia Mecˆanica.

ORIENTADOR : Prof. Dr. Eduardo Morgado Belo

S˜ao Carlos 1994

(2)

Aos meus Pais, Arnaldo e

Irene ; `a Michelle ; e ao

(3)

- Ao Hugo Borelli Resende, amigo e coorientador deste trabalho, com quem muito aprendi sobre ser um Mestre;

- Ao Paulo Tadeu de M. Louren¸c˜ao, que me incentivou e permitiu fazer este trabalho em conjunto com a Embraer;

- `A Embraer - se¸c˜ao de Aeroelasticidade, pelo apoio material e humano;

- Ao professor Alfredo Am´erico Hamar pelo aux´ılio e orienta¸c˜ao junto ao tra-balho de revis˜ao bibliogr´afica;

- Aos amigos Luis Cl´audio, Fernando Santoro, Fl´avio, Pedro, Jo˜ao Azevedo, Paulo Moraes, Fernando Catalano, Michael, Manoel Galhart, e M´ario Mucheroni, que de uma forma ou de outra me ajudaram direta ou indiretamente neste trabalho;

- `A IBM pelo aux´ılio prestado contribuindo para o meu aperfei¸coamento

aca-dˆemico;

- `A CAPES pelo provimento da bolsa que permitiu a realiza¸c˜ao deste trabalho;

- E, em especial, ao meu amigo e orientador Eduardo Morgado Belo, meu primeiro orientador, que muito contribuiu para a minha forma¸c˜ao, e que permitiu que eu chegasse onde estou.

(4)

1 INTRODUC¸ ˜AO 1

1.1 Defini¸c˜ao do Problema . . . 1

1.2 Objetivo do Trabalho . . . 4

1.3 Linhas Gerais do Trabalho . . . 5

2 REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA 8

2.1 Modelos aerodinˆamicos . . . 10

2.2 Controle Ativo na Aeroelasticidade . . . 15

3 EQUAC¸ ˜OES DE MOVIMENTO 18

3.1 Se¸c˜ao T´ıpica . . . 18

3.1.1 Modelo Aerodinˆamico N˜ao-Estacion´ario

de Theodorsen . . . 22

3.2 Sistemas Aeroel´asticos Gerais . . . 24

3.2.1 Modelo Estrutural . . . 24

(5)

3.2.3 Teoria das Faixas . . . 30

4 MODELO AEROEL ´ASTICO NO ESPAC¸ O DE ESTADOS 34 4.1 Aproxima¸c˜ao por Fun¸c˜oes Racionais . . . 34

4.1.1 O Polinˆomio de Pad´e . . . 36

4.1.2 M´etodo dos M´ınimos Quadrados . . . 39

4.2 Sistema Aerodinamicamente Aumentado . . . 42

5 AN ´ALISE DE FLUTTER 46 5.1 Diagramas V -g-f . . . 47 5.2 M´etodo k . . . 49 5.3 M´etodo p-k . . . 52 5.4 M´etodo p . . . 55 6 RESULTADOS 58 6.1 Introdu¸c˜ao . . . 58 6.2 Modelo dinˆamico-estrutural. . . 59

6.3 Aproxima¸c˜ao por Fun¸c˜oes Racionais . . . 61

6.4 An´alise Aeroel´astica de uma Se¸c˜ao T´ıpica . . . 78

6.5 An´alise Aeroel´astica de uma Asa. . . 89

(6)

7.1 Discuss˜ao . . . 149

7.2 Conclus˜oes . . . 150

7.3 Contribui¸c˜oes . . . 151

7.4 Sujest˜oes para Futuros Trabalhos . . . 152

A CARREGAMENTO AERODIN ˆAMICO 163

B PROCEDIMENTO DE INTERPOLAC¸ ˜AO POR SPLINES 165

C APROXIMAC¸ ˜AO AERODIN ˆAMICA DE JONES 168

D M´ETODO DOS M´INIMOS QUADRADOS 172

(7)

1.1 Diagrama de Collar. . . 2

1.2 Diagrama de an´eis para a Aeroservoelasticidade. . . 4

3.1 Se¸c˜ao t´ıpica. . . 19

3.2 Asa discretizada em faixas. . . 30

5.1 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para uma asa - Modos 17 a 24. . . 48

6.1 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) versus frequˆencia reduzida. (parte imagin´aria) . . . 64

6.2 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) versus frequˆencia reduzida. (parte real) 65 6.3 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) versus frequˆencia reduzida. (parte imagin´aria) . . . 68

6.4 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) versus frequˆencia reduzida. (parte real) 69 6.5 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) versus frequˆencia reduzida. (parte imagin´aria) . . . 71

6.6 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) versus frequˆencia reduzida. (parte real) 72

(8)

6.8 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) versus frequˆencia reduzida. (parte real) 74

6.9 Evolu¸c˜oes modais para uma se¸c˜ao t´ıpica com trˆes graus de liberdade. 79

6.10 Evolu¸c˜oes modais para uma se¸c˜ao t´ıpica com trˆes graus de liberdade. 82

6.11 Evolu¸c˜oes modais para uma se¸c˜ao t´ıpica com trˆes graus de liberdade. 83

6.12 Evolu¸c˜oes modais para uma se¸c˜ao t´ıpica com trˆes graus de liberdade. 85

6.13 Lugar das ra´ızes para a se¸c˜ao t´ıpica caso 2: velocidades de 10 a 360 m/s. . . 86 6.14 Lugar das ra´ızes para a se¸c˜ao t´ıpica caso 3: velocidades de 10 a 360

m/s. . . 87 6.15 Lugar das ra´ızes para a se¸c˜ao t´ıpica caso c): velocidades de 10 a 360

m/s. . . 88 6.16 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade - M´etodo

k - Modos 7 a 16. . . 91 6.17 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade - M´etodo

k - Modos 17 a 31. . . 92 6.18 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade - M´etodo

p-k - Modos 7 a 16. . . 93 6.19 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade - M´etodo

p-k - Modos 17 a 31. . . 94

(9)

6.21 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - M´etodo k - Modos 17 a 31. . . 96 6.22 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - M´etodo

p-k - Modos 7 a 16. . . 97 6.23 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - M´etodo

p-k - Modos 17 a 31. . . 98 6.24 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade - M´etodo

k - Modos 7 a 16. . . 100 6.25 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade - M´etodo

k - Modos 17 a 24. . . 101 6.26 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade - M´etodo

k - Modos 25 a 31 e 42. . . 102 6.27 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade - M´etodo

p-k - Modos 7 a 16. . . 103 6.28 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade - M´etodo

p-k - Modos 17 a 31. . . 104 6.29 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade - M´etodo

p-k - Modos 25 a 31 e 42. . . 105 6.30 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos k e p-k, modo 9 . . . 110

(10)

6.32 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - com-para¸c˜ao entre os m´etodos k e p-k, modo 14 . . . 112 6.33 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos k e p-k, modo 17 . . . 113 6.34 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 7 a

11. . . 115

6.35 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade - com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 12 a 16 . . . 116 6.36 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 17 a 21. . . 117 6.37 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 22 a 26. . . 118 6.38 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 2 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p com trˆes estados de atraso e p-k, modos 27 a 31 . . . 119 6.39 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 7 a 11. . . 120

(11)

16. . . 121 6.41 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 17 a 21. . . 122 6.42 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 22 a 26. . . 123 6.43 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p com trˆes estados de atraso e p-k, modos 27 a 31. . . 124 6.44 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 7 a 11. . . 125 6.45 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 12 a 16. . . 126 6.46 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 17 a 21. . . 127 6.47 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 4 graus de liberdade -

com-para¸c˜ao entre os m´etodos p, trˆes estados de atraso e p-k, modos 22 a 26. . . 128

(12)

27 a 31 e 42. . . 129

6.49 Modos 30 e 31 da asa com 4 graus de liberdade - m´etodo k . . . 132

6.50 Modos 30 e 31 da asa com 4 graus de liberdade - m´etodo p-k. . . 133

6.51 Modos 30 e 31 da asa com 4 graus de liberdade - m´etodo p. . . 134

6.52 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - com-para¸c˜ao entre os casos de 2 3 e 4 parˆametros de atraso. . . 135

6.53 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - com-para¸c˜ao entre os casos de 2 3 e 4 parˆametros de atraso. . . 136

6.54 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - com-para¸c˜ao entre os casos de 2 3 e 4 parˆametros de atraso. . . 137

6.55 Evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - com-para¸c˜ao entre os casos de 2 3 e 4 parˆametros de atraso. . . 138

6.56 Compara¸c˜ao de evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - para os casos de considera¸c˜ao de “s” no numerador. . . . 140

6.57 Compara¸c˜ao de evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - para os casos de considera¸c˜ao de “s” no numerador. . . . 141

6.58 Compara¸c˜ao de evolu¸c˜oes aeroel´asticas para a asa com 3 graus de liberdade - para os casos de considera¸c˜ao de “s” no numerador. . . . 142

6.59 Lugar das ra´ızes para a asa com 2 graus de liberdade (m´etodo p): velocidades variando de 1.0 a 500.0 m/s. . . 143

(13)

6.61 Lugar das ra´ızes para a asa com 4 graus de liberdade (m´etodo p): velocidades variando de 1.0 a 500.0 m/s. . . 145 6.62 Lugar das ra´ızes para a asa com 2 graus de liberdade (m´etodo p-k):

velocidades variando de 1.0 a 500.0 m/s. . . 146 6.63 Lugar das ra´ızes para a asa com 3 graus de liberdade (m´etodo p-k):

velocidades variando de 1.0 a 500.0 m/s. . . 147 6.64 Lugar das ra´ızes para a asa com 4 graus de liberdade (m´etodo p-k):

velocidades variando de 1.0 a 500.0 m/s. . . 148

(14)

6.1 Descri¸c˜ao dos modos el´asticos do modelo EMB-110. . . 60

6.2 Propriedades da se¸c˜ao t´ıpica com trˆes graus de liberdade. . . 62

6.3 Parˆametros de atraso. . . 62

6.4 Parte imagin´aria dos coeficientes de influˆencia Q(1,2) referentes ao

gr´afico da Figura (6.1) . . . 66

6.5 Parte real dos coeficientes de influˆencia Q(1,2) referentes ao gr´afico da

Figura (6.2) . . . 66

6.6 Parte imagin´aria dos coeficientes de influˆencia Q(1,2) referentes ao

gr´afico da Figura (6.3). . . 70

6.7 Parte real dos coeficientes de influˆencia Q(1,2) referentes ao gr´afico da

Figura (6.4). . . 70

6.8 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) referentes aos gr´aficos das Figuras

(6.5) e (6.6). . . 75

6.9 Coeficientes de influˆencia Q(1,2) referentes aos gr´aficos das Figuras

(6.7) e (6.8). . . 75

(15)

6.11 Coeficientes de influˆencia Q(1,2)calculados para frequˆencias complexas.

(parte real) . . . 77

6.12 Velocidades cr´ıticas de flutter. . . 80

6.13 Velocidades cr´ıticas de flutter. . . 81

6.14 Caracter´ısticas geom´etricas do modelo aerodinˆamico da asa. . . 89

6.15 Velocidades e frequˆencias de flutter da asa do EMB-110 (2 graus de liberdade). . . 106

6.16 Velocidades e frequˆencias de flutter da asa do EMB-110 (3 graus de liberdade). . . 107

6.17 Velocidades e frequˆencias de flutter da asa do EMB-110 (4 graus de liberdade). . . 108

6.18 Velocidades e frequˆencias de flutter da asa do EMB-110, para o caso de trˆes parˆametros de atraso, m´etodo p. . . 130

(16)

a Posi¸c˜ao do eixo el´astico a(i,j)

ap (ik) Polinˆomio de Pad´e avaliado em (i, j)

a(i,j)

n (ik) Coeficientes escalares do polinˆomio de Pad´e

a(i,j)t (ik) Valores tabelados avaliados em (i, j)

A(k) Matriz de coeficientes de influˆencia transformada

Aap(s) Polinˆomio de Pad´e

An matrizes coeficientes do polinˆomio de Pad´e

A(i,j)t Vetor dos valores tabelados para cada frequˆencia reduzida

A Matriz do sistema aeroel´astico aerodinamicamente aumentado

b semi-corda do perfil

be Matriz de amortecimento generalizado

bref Semi-corda do perfil (valor de referˆencia)

B Matriz de amortecimento da se¸c˜ao t´ıpica

Bc Matriz de amortecimento aerodinˆamico (circulat´oria)

Be Matriz de amortecimento da estrutura

Bnc Matriz de amortecimento aerodinˆamico (n˜ao-circulat´oria)

c Posi¸c˜ao do bordo de fuga da se¸c˜ao principal

C(k) Fun¸c˜ao de Theodorsen

CLα Coeficiente de sustenta¸c˜ao

(17)

f Posi¸c˜ao do eixo de articula¸c˜ao do compensador

F Matriz formada pelos vetores {P (ikm)}

F (k) Argumento real da fun¸c˜ao de Theodorsen

g Amortecimento de um modo aeroel´astico

g0 Amortecimento modal estrutural

G0 Matriz de amortecimentos modais estruturais

G(k) Argumento imagin´ario da fun¸c˜ao de Theodorsen

Gs Matriz de transforma¸c˜ao gen´erica

h Deslocamento em transla¸c˜ao vertical do perfil

h∗

Deslocamento em transla¸c˜ao vertical do perfil admensional

i argumento complexo

I Matriz identidade

Iα Momento de in´ercia do perfil

Iβ Momento de in´ercia da superf´ıcie de controle prim´aria

Iγ Momento de in´ercia do compensador

Jv Fun¸c˜ao de Bessel de primeiro tipo de ordem v

k Frequˆencia reduzida

ke Matriz de rigidez generalizada

K Matriz de rigidez da se¸c˜ao t´ıpica

Kc Matriz de rigidez aerodinˆamica (circulat´oria)

Ke Matriz de rigidez da estrutura

Knc Matriz de rigidez aerodinˆamica (n˜ao-circulat´oria)

Kh Rigidez em flex˜ao do perfil

Kα Rigidez em tors˜ao do perfil

Kβ Rigidez em tors˜ao da superf´ıcie de controle prim´aria

Kγ Rigidez em tors˜ao do compensador

L(t) Vetor do carregamento aerodinˆamico sobre a se¸c˜ao t´ıpica

(18)

Ls(t) For¸ca aerodinˆamica (sustenta¸c˜ao) sobre a se¸c˜ao t´ıpica

L Transformada de Laplace

me Matriz de massa generalizada

mk N´umero de frequˆencias reduzidas

M Matriz de massa da se¸c˜ao t´ıpica

Me Matriz de massa da estrutura

Mnc Matriz de massa aerodinˆamica (n˜ao-circulat´oria)

Ms Massa da se¸c˜ao t´ıpica

Mα Momento de arfagem da se¸c˜ao t´ıpica

Mβ Momento de rota¸c˜ao da superf´ıcie de controle prim´aria

Mγ Momento de rota¸c˜ao do compensador

n n´umero de modos

nlag n´umero de parˆametros de atraso

p Autovalor dos problemas associados ao m´etodo p e p-k

P (ikm) Vetor das vari´aveis (frequˆencias) do polinˆomio de Pad´e

qd Press˜ao dinˆamica

Ql(k) Matriz de coeficientes de influˆencia aerodinˆamicos da l-´esima faixa

Q(k) Matriz de coeficientes de influˆencia aerodinˆamicos da se¸c˜ao t´ıpica

Qtot(k) Matriz de coeficientes de influˆencia aerodinˆamicos total

rα Raio de gira¸c˜ao do perfil

rβ Raio de gira¸c˜ao reduzido da superf´ıcie de controle prim´aria

rγ Raio de gira¸c˜ao reduzido do compensador

s Vari´avel de Laplace

s Vari´avel de Laplace adimensional

S Area da se¸c˜ao t´ıpica´

Sf Area da faixa´

Sα Momento est´atico do perfil

(19)

t Tempo

Uf Velocidade de flutter

U∞ Velocidade do escoamento livre (n˜ao-perturbado)

x(t) Vetor dos deslocamentos da se¸c˜ao t´ıpica

xe(t) Vetor dos deslocamentos estruturais

xa(t) Vetor dos deslocamentos estruturais em pontos aerodinˆamicos

xα Posi¸c˜ao do centro de gravidade do perfil

xβ Posi¸c˜ao do centro de gravidade da superf´ıcie de controle prim´aria

xγ Posi¸c˜ao do centro de gravidade do compensador

Yv Fun¸c˜ao de Bessel de segundo tipo de ordem v

α Angulo de ataqueˆ

β Angulo de rota¸c˜ao da superf´ıcie de controle prim´ariaˆ

βn Parˆametros de atraso do polinˆomio aproximador

γ Angulo de rota¸c˜ao do compensadorˆ

δ(·) Deslocamento virtual na coordenada (·)

∆p Fun¸c˜ao diferen¸ca

ηe Vetor de coordenadas generalizadas modais

ηlag n Estados aerodinˆamicos generalizados

ε(i, j) Erro entre os valores tabelados e os calculados pelo polinˆomio

λ Quadrado da frequˆencia (autovalor para movimento harmˆonico simples)

φa Vetor de coordenadas modais definida em pontos aerodinˆamicos

φae Vetor de coordenadas modais aeroel´asticas

φe Vetor de coordenadas modais estruturais

Φa Matriz modal definida em pontos aerodinˆamicos

Φe Matriz modal

ω Frequˆencia de movimento harmˆonico simples

ωh Frequˆencia de vibra¸c˜ao de deflex˜ao da se¸c˜ao principal

(20)

ωγ Frequˆencia de vibra¸c˜ao torsional (em γ)

ρ Densidade do ar

ξ Vetor de estados

ξβ fator de amortecimento associado a β

ξγ fator de amortecimento associado a γ

Subscritos a aerodinˆamico ap aproximado c circulat´orio e estrutural l l-´esima faixa

m m-´esima frequˆencia reduzida

n n-´esimo coeficiente do polinˆomio de Pad´e

nc n˜ao-circulat´orio

nm nm-´esimo modo

nv nv-´esima velocidade

t tabelado

∞ Escoamento livre (n˜ao-perturbado)

Sobrescritos

T Transposta

− Conjugado complexo

(21)

O estudo de aeroelasticidade neste trabalho envolve uma metodologia de an´a-lise aeroel´astica no dom´ınio do tempo atrav´es de uma representa¸c˜ao no espa¸co de estados. Do equacionamento aeroel´astico no dom´ınio da frequˆencia, obt´em-se coe-ficientes de influˆencia aerodinˆamicos para uma faixa de valores destas frequˆencias. Estes coeficientes s˜ao aproximados por um polinˆomio representativo no dom´ınio de Laplace. O m´etodo utilizado para a aproxima¸c˜ao deste polinˆomio ´e o m´etodo dos m´ınimos quadrados para vari´aveis complexas. O polinˆomio aproximador escolhido ´e um polinˆomio de Pad´e. Sua conveniˆencia `a aproxima¸c˜ao est´a no fato de representar termos de segunda ordem asssociados aos deslocamentos dinˆamico-estruturais, e o atraso aerodinˆamico associado ao fenˆomeno de flutter atrav´es de uma s´erie de p´olos. Chega-se a uma representa¸c˜ao do fenˆomeno por fun¸c˜oes racionais, ou fun¸c˜oes de transferˆencia, que permitem a representa¸c˜ao no espa¸co de estados atrav´es de uma transforma¸c˜ao inversa de Laplace. Como resultado tem-se um sistema aerodinami-camente aumentado por estados adicionais gerados quando ´e feita a representa¸c˜ao do fenˆomeno de atraso aerodinˆamico por uma s´erie de p´olos. Desta forma, pode-se analisar o sistema aeroel´astico atrav´es da extra¸c˜ao dos autovalores do sistema, determinando-se as fronteiras de flutter. Esta formula¸c˜ao tamb´em facilita a inclus˜ao de sistemas de controle para efeitos de an´alise aeroservoel´astica.

Os resultados apresentados neste trabalho consistem em evolu¸c˜oes dos modos aeroel´asticos para os m´etodos k e p-k, fazendo-se compara¸c˜oes entre os v´arios casos

de n´umero e valor de parˆametros de atraso, em se tratando do m´etodo p. Assim,

mostra-se que a metodologia exposta no trabalho ´e eficiente para a aproxima¸c˜ao do carregamento aerodinˆamico, e que os sistemas aerodinamicamente aumentados n˜ao geram dificuldades para a extra¸c˜ao dos autovalores caracter´ısticos da resposta aeroel´astica.

(22)

The study shown in this work uses the methodology of state space aeroelastic analysis in the time domain. From the reduced frequency domain aeroelastic equa-tions, the aerodynamic influence coefficients are obtained for a required range of frequencies. These are approximated by a representative polinomial in the Laplace domain. The least squares method for complex variables is used for the approxima-tion of this polinomial. The chosen approximator polinomial is a Pad´e polinomial. The convenience of using this polinomial is due to the fact that it represents second order terms associated with the structural dynamic displacements, and the aero-dynamic lag associated with the phenomenum of flutter by a series of poles. A representation of the phenomenum is obtained using rational functions, or trans-fer functions which permit a state space representation through an inverse Laplace Transform. The result is an aerodynamically augmented system by additional states generated when the aerodynamic lag phenomena is represented by a series of poles. In this way, it is possible to analyse the aeroelastic system by the extraction of the eigenvalues from the aerodynamically augmented system , determining the flutter boundaries. This formulation also facilitates the inclusion of control systems in order to perform the aeroservoelastic analysis.

The results presented in this work consist of evolutions of the aeroelastic modes obtained by the k and p-k methods, making the comparison between the various cases of numbers and values of the lag parameters, when considering the p method. Thus, it is shown that the methodology presented is efficient for the approximation of non-stationary aerodynamic loads and that aerodynamically augmented system do not introduce difficulties into the extraction of the aeroelastic response charac-teristics eigenvalues.

(23)

INTRODUC

¸ ˜

AO

1.1

Defini¸

ao do Problema

Aeroelasticidade ´e a mat´eria que estuda os fenˆomenos que resultam das intera¸c˜oes entre escoamentos aerodinˆamicos n˜ao-estacion´arios e sistemas estruturais flex´ıveis.

No come¸co deste s´eculo, Lanchester1 iniciou os estudos nessa ´area analisando o

fenˆomeno de flutter ocorrido em um biplano bombardeiro Handley-Page, equacio-nando-o matematicamente com o objetivo de se minimizar os efeitos aeroel´asticos encontrados na estrutura. Pode-se vizualizar a multidisciplinariedade do assunto atrav´es do diagrama de Collar, Figura (1.1), tamb´em conhecido como diagrama dos trˆes an´eis.

De um modo geral os estudos aeroel´asticos podem ser divididos em duas classes: 1) instabilidades e 2) resposta. Como instabilidades pode-se considerar os fenˆomenos de divergˆencia e flutter. No que diz respeito a estudos de resposta, pode-se destacar efeitos aeroel´asticos devido a cargas de rajadas de vento e buffeting. A divergˆencia ´e um fenˆomeno essencialmente est´atico, e ocorre devido a um aumento excessivo do carregamento aerodinˆamico sobre a estrutura, levando-a `a

(24)

Forças Aerodinâmicas Aeroelas-ticidade Estática Estabilidade Dinâmica Aero-elasticidade Dinâmica Forças

Elásticas ForçasInerciais Vibrações

Mecânicas

Figura 1.1: Diagrama de Collar.

ruptura. Pode-se imaginar este fenˆomeno como um sistema de controle realimen-tado positivamente, pois `a medida que o carregamento aerodinˆamico aumenta, a deforma¸c˜ao da asa, por exemplo, fica ainda maior, aumentando ainda mais a sus-tenta¸c˜ao, at´e a ocorrˆencia da ruptura. A condi¸c˜ao de divergˆencia ´e imaginar o

sistema de controle inst´avel. ´E de fundamental importˆancia o seu estudo e

estabe-lecimento de meios de preven¸c˜ao, para que n˜ao ocorra.

O flutter j´a ´e um fenˆomeno de natureza dinˆamica. ´E uma instabilidade que

ocorre devido ao carregamento aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario induzido pelo movi-mento da estrutura. Da mesma forma que a divergˆencia, pode-se representar o fenˆomeno por um sistema de controle realimentado positivamente. Imaginando uma entrada perturbadora, tal como uma oscila¸c˜ao induzida por turbulˆencia ou rajada de vento, a superf´ıcie de sustenta¸c˜ao pode chegar `a condi¸c˜ao de flutter caso se esteja al´em da fronteira de estabilidade do sistema. Neste caso a oscila¸c˜ao in-duzida pode gerar um comportamento de oscila¸c˜ao auto-excitada, mantida e aumen-tada pela energia retirada do escoamento aerodinˆamico. Normalmente isto se deve `a diferen¸ca de fase existente entre as for¸cas aerodinˆamicas atuantes e a resposta dinˆamico-estrutural do sistema. Este tamb´em ´e um fenˆomeno catastr´ofico, o que

(25)

levou `a intensa pesquisa sobre o assunto.

As cargas de rajadas de vento ocorrem devido `a presen¸ca de ventos atmosf´ericos que modificam o carregamento nas superf´ıcies de sustenta¸c˜ao. As componentes de velocidade destes ventos, perpendiculares `a componente de velocidade do escoa-mento sobre a superf´ıcie de sustenta¸c˜ao, alteram o ˆangulo de ataque efetivo das superf´ıcies, e por sua vez a sustenta¸c˜ao. O buffeting ´e uma vibra¸c˜ao aleat´oria as-sociada a for¸cas aerodinˆamicas de turbulˆencia geradas normalmente por partes da pr´opria aeronave, por exemplo, a esteira da asa encontrando o estabilizador hori-zontal.

Revis˜oes hist´oricas relacionadas ao estudo e preven¸c˜ao de fenˆomenos

aero-el´asticos podem ser encontradas nos trabalhos de Bisplinghoff et al 17, Garrick39,

Garrick e Reed53, e Coupry66. V´arias linhas de pesquisa surgiram `a medida que as

aeronaves e ve´ıculos espaciais foram se desenvolvendo. O aumento da velocidade de vˆoo, assim como a ultrapassagem da barreira do som, tornaram as aeronaves mais sujeitas a efeitos aeroel´asticos. O crescimento em tamanho e capacidade de carga tamb´em tornaram as aeronaves mais cr´ıticas do ponto de vista aeroel´astico

Sob o aspecto de preven¸c˜ao de instabilidades aeroel´asticas, um conceito que

vem se tornando cada vez mais importante nos ´ultimos anos ´e a inclus˜ao de efeitos

causados pela presen¸ca de sistemas de controle atuantes na aeronave. Esta mat´eria ´e formalmente designada como aeroservoelasticidade, e preocupa-se primordialmente em quantificar a influˆencia de sistemas de controle na resposta da estrutura em quest˜ao, ou mesmo fazer uso deles para a supress˜ao de instabilidades aeroel´asticas. Olhando a Figura (1.2), an´aloga ao diagrama de Collar, verifica-se que a aeroservoe-lasticidade ´e uma ´area multidisciplinar, ainda mais abrangente do ponto de vista de conceitos envolvidos do que a aeroelasticidade.

Pode-se considerar este trabalho relacionado a uma parte da ´area de aeroser-voelasticidade uma vez que a metodologia exposta no presente texto ´e bem conhecida

(26)

Dinâmica Estrutural Aeroservoelasticidade Aerodinâmica Não-Estacionária Dinâmica de Sistemas de Controle Servoelasticidade Aeroelasticidade Aeroservo-dinâmica

Figura 1.2: Diagrama de an´eis para a Aeroservoelasticidade.

e usualmente empregada em sistemas cujo interesse ´e represent´a-los no espa¸co de es-tados, permitindo a an´alise dinˆamica simultˆanea de sistemas de controle e fenˆomenos aeroel´asticos.

1.2

Objetivo do Trabalho

O objetivo deste trabalho ´e estabelecer uma formula¸c˜ao aeroel´astica baseada na aproxima¸c˜ao dos coeficientes de influˆencia associados ao carregamento aerodinˆamico por fun¸c˜oes racionais no dom´ınio de Laplace (polinˆomios de Pad´e). Estas fun¸c˜oes permitem uma posterior representa¸c˜ao do sistema aeroel´astico no espa¸co de estados, a qual ´e adequada para uma an´alise aeroservoel´astica, sendo bastante usual na an´alise de sistemas de controle. Uma utilidade da representa¸c˜ao aerodinˆamica por fun¸c˜oes racionais aproximadas ´e a possibilidade de se usar tal aproxima¸c˜ao para casos de coeficientes de influˆencia obtidos a partir de teorias aerodinˆamicas mais gerais, tais como m´etodos de aerodinˆamica computacional aplicados a modelos de

escoamentos compress´ıveis, n˜ao potenciais, e tridimensionais80. A partir do

mo-delo estabelecido, tamb´em s˜ao objetivos deste trabalho o estudo da qualidade e forma de aproxima¸c˜ao dos coeficientes de influˆencia, assim como a avalia¸c˜ao da solu¸c˜ao do auto-sistema resultante desta nova representa¸c˜ao, observando a varia¸c˜ao dos resultados para cada tipo de polinˆomio aproximador empregado na formula¸c˜ao

(27)

aeroel´astica, comparando-os com m´etodos conhecidos e validados.

1.3

Linhas Gerais do Trabalho

Neste trabalho coloca-se o procedimento de gera¸c˜ao de um modelo aeroel´astico no espa¸co de estados, baseado na representa¸c˜ao do carregamento aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario por fun¸c˜oes racionais com argumento pertencente ao dom´ınio de Laplace. As fun¸c˜oes racionais, representadas por polinˆomios de Pad´e, s˜ao aproxi-madas a partir de coeficientes de influˆencia associados a um carregamento aerodi-nˆamico obtido no dom´ınio da frequˆencia. Esses coeficientes s˜ao obtidos atrav´es da formula¸c˜ao de Theodorsen para uma se¸c˜ao bidimensional associada a cada uma das faixas que discretizam a superf´ıcie de sustenta¸c˜ao a ser modelada. O modelo aeroe-l´astico no dom´ınio do tempo ´e obtido aplicando-se a transformada inversa de Laplace no sistema representado por fun¸c˜oes racionais e equa¸c˜oes dinˆamico-estruturais na forma modal, anteriormente transformadas por Laplace. Gera-se ent˜ao um mode-lo aeroel´astico no espa¸co de estados, aerodinamicamente aumentado por estados associados `a aerodinˆamica n˜ao-estacion´aria.

Assim este trabalho est´a dividido em cap´ıtulos que s˜ao apresentados a seguir de uma forma resumida. Neste presente cap´ıtulo foram colocados conceitos e defi-ni¸c˜oes associadas ao problema em quest˜ao, assim como o objetivo do trabalho. No cap´ıtulo 2 uma breve revis˜ao bibliogr´afica trata do assunto aeroservoelasticidade. No cap´ıtulo 3 apresenta-se o modelo b´asico de se¸c˜ao t´ıpica, definindo suas propriedades, as equa¸c˜oes de movimento, al´em das for¸cas aerodinˆamicas atuantes (de natureza po-tencial, incompress´ıvel e n˜ao-estacion´aria). Tamb´em ´e discutido o problema para o caso de um sistema gen´erico, em que o modelo dinˆamico-estrutural ´e obtido a partir do m´etodo dos elementos finitos, sendo feita a determina¸c˜ao dos modos e frequˆencias naturais deste sistema atrav´es de uma an´alise modal. Uma transforma¸c˜ao por splines de superf´ıcie ´e feita para a representa¸c˜ao dos modos naturais no conjunto de pontos

(28)

nos quais se calcula o carregamento aerodinˆamico. Esta transforma¸c˜ao ´e necess´aria para a obten¸c˜ao das for¸cas aerodinˆamicas generalizadas empregadas quando do uso do m´etodo de superposi¸c˜ao modal. O modelo aerodinˆamico deste sistema corres-ponde `a aplica¸c˜ao da teoria das faixas, uma extens˜ao da teoria aerodinˆamica bidi-mensional (para a se¸c˜ao t´ıpica) e representativa para sistemas tridimensionais, a exemplo da asa de uma aeronave de grande alongamento.

Como objetivo principal deste trabalho, no cap´ıtulo 4 ´e exposta a t´ecnica de aproxima¸c˜ao por polinˆomios de Pad´e (elemento a elemento) da matriz de coefi-cientes de influˆencia aerodinˆamicos. Mostra-se o procedimento para a obten¸c˜ao do polinˆomio aproximador de Pad´e atrav´es do m´etodo dos M´ınimos Quadrados. De posse das fun¸c˜oes aproximadas que representam as for¸cas aerodinˆamicas expressas no dom´ınio de Laplace, monta-se o problema de autovalor do sistema aeroel´astico aerodinamicamente aumentado. Isto ´e feito atrav´es da aplica¸c˜ao da transforma¸c˜ao inversa de Laplace sobre as equa¸c˜oes de movimento na forma modal, que est˜ao associadas a um vetor de for¸cas aerodinˆamicas generalizadas.

No cap´ıtulo 5 s˜ao mostrados trˆes m´etodos de solu¸c˜ao do problema de flutter, assim como as hip´oteses assumidas para cada um dos m´etodos. A solu¸c˜ao das equa¸c˜oes aeroel´asticas no dom´ınio da frequˆencia reduzida ´e feita pelos m´etodos k e p-k, enquanto que o sistema aeroel´astico no espa¸co de estados ´e resolvido pelo m´etodo p.

Como finaliza¸c˜ao deste trabalho, tem-se no cap´ıtulo 6 os resultados das an´alises aeroel´asticas do sistema aerodinamicamente aumentado comparados com resultados validados obtidos atrav´es dos m´etodos k e p-k, acompanhados de uma discuss˜ao, e no cap´ıtulo 7 encontra-se uma discuss˜ao geral sobre os resultados e as conclus˜oes pertinentes.

No apˆendice A ´e apresentada uma forma matricial de representar o carrega-mento aerodinˆamico n˜ao-est´acion´ario para um regime potencial e incompress´ıvel. O

(29)

apˆendice B resume o procedimento de aproxima¸c˜ao por splines de superf´ıcie, adotado no cap´ıtulo 3, para a obten¸c˜ao dos modos de vibra¸c˜ao representados em um sistema compat´ıvel com a formula¸c˜ao aerodinˆamica. O apˆendice C apresenta a aproxima¸c˜ao

da fun¸c˜ao de Wagner por fun¸c˜oes racionais, desenvolvida inicialmente por Jones7,

assim como a deriva¸c˜ao do sistema para a representa¸c˜ao de uma se¸c˜ao t´ıpica. No apˆendice D ´e mostrado o desenvolvimento do m´etodo dos m´ınimos quadrados para a aproxima¸c˜ao dos coeficientes de influˆencia complexos.

(30)

REVIS ˜

AO BIBLIOGR ´

AFICA

Uma vez que o assunto do trabalho em quest˜ao pode ser considerado como uma sub-´area da aeroservoelasticidade, cabe fazer uma revis˜ao bibibliogr´afica referente a este tema, uma vez que se pode encontrar diversas metodologias para a gera¸c˜ao de modelos aeroel´asticos adequado `a este tipo de an´alise. Como j´a foi introduzido, pode-se definir aeroservoelasticidade como uma ´area multidisciplinar que relaciona a aeroelasticidade `a teoria de sistemas de controle, ou mesmo `a tecnologia de materi-ais compostos empregados de forma a previnir instabilidades aeroel´asticas (aeroser-voelastic tailoring). Esta ´area consolidou-se a partir da d´ecada de 1970, e vem recebendo cada vez mais aten¸c˜ao. As pesquisas, tanto a n´ıvel industrial quanto a n´ıvel acadˆemico, envolvem o tratamento de problemas como os listados a seguir:

• supress˜ao de flutter em velocidades abaixo das prescritas pelo envelope de vˆoo, • al´ıvio de cargas de rajada,

• aumento de conforto para vˆoos em cruzeiro, diminuindo-se o n´ıvel de vibra¸c˜ao devido a turbulˆencias ou rajadas de vento,

• redistribui¸c˜ao do carregamento sobre a asa, 8

(31)

• al´ıvio de cargas de manobra para diminui¸c˜ao de momentos atuantes na raiz da asa aumentando, em termos de fadiga, a vida da estrutura da aeronave.

As aplica¸c˜oes iniciais desses conceitos foram feitas predominantemente em aeronaves militares. Um exemplo de aplica¸c˜ao de sistemas de controle para al´ıvio de cargas de rajada, e supress˜ao de modos de flutter, pode ser visto no trabalho de

Dempster e Roger22. A aeronave B-52 CCV (Control Configured Vehicle, ou ve´ıculo

configurado por controle) foi o primeiro substrato para os estudos em aeroservoelasti-cidade. A avia¸c˜ao de transporte civil tamb´em emprega sistemas aeroservoel´asticos,

tal como pode ser visto no trabalho de Zimmermann75 sobre as pesquisas nesta

´area na Deutsche Airbus. Requisitos de an´alise e projeto foram estabelecidos desde

ent˜ao49, assim como foram realizados v´arios estudos sobre a possibilidade e

viabi-lidade de emprego de sistemas de controle ativos em plantas aeroel´asticas31.

Os estudos relacionados `a ´area de aeroservoelasticidade, como j´a mencionado anteriormente, envolvem o conhecimento do modelo dinˆamico-estrutural, do carre-gamento aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario, e das leis de controle presentes no sistema. O que particulariza este tipo de modelo com rela¸c˜ao `a an´alise usual de sistemas de controle, por exemplo, ´e a presen¸ca do carregamento aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario que atua sobre a estrutura e os sistemas de controle. O sistema como um todo ´e portanto analisado de forma simultˆanea, ou seja, estuda-se a intera¸c˜ao de um modelo aerodinˆamico atuante sobre um modelo estrutural, e ainda com a influˆencia de leis de controle que modificam a dinˆamica do sistema. O que dificulta a an´alise ´e o estabelecimento de um modelo aerodinˆamico em um dom´ınio compat´ıvel com os dom´ınios dos modelos da estrutura e dos sistemas de controle.

As estruturas de aeronaves, de um modo geral, s˜ao de modelagem complexa. Por´em, atrav´es de hip´oteses simplificadoras, ou t´ecnicas modernas de modelagem, essas podem ser analisadas satisfatoriamente. No per´ıodo anterior `a decada de 1960 os recursos computacionais para os c´alculos estruturais de aeronaves eram prec´arios,

(32)

A-tualmente um dos m´etodos mais comuns para a an´alise estrutural em engenharia

aeron´autica ´e o m´etodo dos elementos finitos38, 40. Bem conhecido e difundido, o

m´etodo propriamente dito ´e antigo, por´em tomou for¸ca `a medida que os recursos computacionais se tornaram mais acess´ıveis e eficientes. Atualmente a inova¸c˜ao tec-nol´ogica relacionada a este m´etodo est´a no pr´e/p´os-processamento dos resultados gerados pelos c´odigos computacionais para a an´alise dos modelos. A aplica¸c˜ao do m´etodo dos elementos finitos ´e bem conhecida, e existen v´arias revis˜oes da bibli-ografia pertinente a este assunto.

2.1

Modelos aerodinˆ

amicos

Os modelos aerodinˆamicos utilizados em aeroelasticidade s˜ao de natureza n˜ao-esta-cion´aria, ou seja, o movimento da estrutura tem que ser levado em considera¸c˜ao no c´alculo do carregamento aerodinˆamico. Como estes modelos s˜ao pouco difundidos, ´e interessante fazer aqui uma breve revis˜ao relacionada aos conceitos e evolu¸c˜ao das teorias aerodinˆamicas aplicadas `a aeroelasticidade, baseada no trabalho de Garrick

e Reed53. Primeiramente, Wagner estudou a varia¸c˜ao de vorticidade na esteira de

um aerof´olio representado por uma placa plana, assim como a mudan¸ca no valor

da sustenta¸c˜ao sobre o aerof´olio devido a uma varia¸c˜ao s´ubita no ˆangulo de ataque

no valor de um degrau unit´ario. Este trabalho resultou na conhecida fun¸c˜ao de Wagner. Este tipo de resposta foi chamada de indicial devido `a analogia ao m´etodo de an´alise de circuitos el´etricos de Heaveside, onde se usa uma entrada degrau para a obten¸c˜ao da resposta e, consequentemente, caracter´ısticas dinˆamicas do circuito. Uma formula¸c˜ao para a quantifica¸c˜ao da varia¸c˜ao de sustenta¸c˜ao atrav´es de uma fun¸c˜ao quando uma placa plana encontra uma rajada de canto vivo foi proposta por

K¨ussner3. A solu¸c˜ao deste problema ficou conhecida como fun¸c˜ao de K¨ussner.

Baseado na teoria das singularidades aerodinˆamicas, e adotando a hip´otese

(33)

anal´ıtica da equa¸c˜ao de Laplace para o carregamento aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario,

em regime incompress´ıvel e potencial, para a placa plana. Sears6 desenvolveu uma

express˜ao para a resposta de um aerof´olio devido a uma rajada transversal senoidal, resultando em uma express˜ao no dom´ınio da frequˆencia designada como fun¸c˜ao de Sears.

Como se pode notar, existem dois enfoques na formula¸c˜ao aerodinˆamica. Um baseado em fun¸c˜oes indiciais no dom´ınio do tempo, e outro baseado em fun¸c˜oes no dom´ınio da frequˆencia (movimento harmˆonico simples). Existe uma rela¸c˜ao entre as duas formula¸c˜oes uma vez que representam o mesmo fenˆomeno f´ısico. Tal fato foi

demonstrado matematicamente por Garrick4 atrav´es de transformadas de Fourier,

relacionando a fun¸c˜ao de Wagner `a fun¸c˜ao de Theodorsen. Da mesma forma pode-se

mostrar a rela¸c˜ao da fun¸c˜ao de K¨ussner com a fun¸c˜ao de Sears.

Todas as formula¸c˜oes mencionadas at´e agora dizem respeito a escoamentos im-compress´ıveis, mas existem estudos que fazem a extens˜ao para regimes im-compress´ıveis,

quer sejam subsˆonicos13, 79, 91, ou supersˆonicos12, 87.

A partir da teoria bidimensional, Smilg e Wasserman10 usam a teoria das

faixas para o c´alculo do carregamento aerodinˆamico sobre uma asa. Isto ´e feito atrav´es da discretiza¸c˜ao da asa em faixas, com as for¸cas sendo fornecidas atrav´es das express˜oes de um carregamento aerodinˆamico bidimensional equivalente. No

trabalho de Yates21 podem ser vistas modifica¸c˜oes nesta teoria com respeito `as

considera¸c˜oes de enflexamento e compressibilidade.

Partindo para o tratamento de problemas envolvendo escoamentos

tridimen-sionais, K¨ussner8 desenvolveu uma equa¸c˜ao integral no caso de regime subsˆonico

que relaciona a press˜ao n˜ao-estacion´aria sobre um ponto de uma superf´ıcie de sus-tenta¸c˜ao finita, sujeita a um movimento harmˆonico simples, `a velocidade transversal do escoamento em outro ponto desta superf´ıcie. A fun¸c˜ao que quantifica esta rela¸c˜ao ´e conhecida como Kernel. Os m´etodos baseados nesta formula¸c˜ao podem ser

(34)

dividi-dos em m´etodividi-dos de fun¸c˜ao modal18, 33, e m´etodos de elementos discretos

(Doublet-Lattice20 e Doublet-Point57). No trabalho de Landahl e Stark23 encontra-se uma

boa revis˜ao sobre o assunto.

Estendendo o c´alculo de carregamentos aerodinˆamicos para movimentos

ar-bitr´arios, movimentos peri´odicos divergentes ou convergentes, por exemplo, Jones7

introduziu o uso de uma aproxima¸c˜ao da fun¸c˜ao de Wagner por uma s´erie de fun¸c˜oes exponenciais, que possuem como transformada inversa de Laplace fun¸c˜oes racionais,

que pode ser usada no caso de movimentos arbitr´arios. Jones14 concluiu que a

formula¸c˜ao de Theodorsen pode ser estendida para o caso de oscila¸c˜oes harmˆonicas

divergentes. Dengler, Goland e Luke15 publicaram tabelas de valores

relaciona-dos `a fun¸c˜ao de Theodorsen para o caso de movimentos harmˆonicos convergentes,

por´em n˜ao provaram a validade dos coeficientes. Baseado no trabalho de Sears6,

Edwards42 generalizou a fun¸c˜ao de Theodorsen, provando que ela ´e v´alida para

ambos os movimentos acima citados. Nada muda na vers˜ao original de Theodorsen, apenas faz-se a substitui¸c˜ao da frequˆencia imagin´aria pura (argumento da fun¸c˜ao de Theodorsen), pela vari´avel do plano de Argand-Gauss s, que possui parte real representando um amortecimento ou divergˆencia do movimento.

Uma outra classe de m´etodos para o c´alculo do carregamento aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario s˜ao os m´etodos de aerodinˆamica computacional, tamb´em conheci-dos como m´etoconheci-dos de CFD (Computational Fluid Dynamics, ou Dinˆamica conheci-dos

Flu-idos Computacional). Estes m´etodos s˜ao especialmente ´uteis na an´alise de regimes

compress´ıveis e n˜ao-lineares (transˆonico, por exemplo) sendo que o escoamento pode ser representado de v´arias formas, dependendo da complexidade desejada: equa¸c˜oes de Navier-Stokes (escoamento viscoso), Euler (escoamento n˜ao necessariamente isen-tr´opico), ou formas potenciais como a TSD (Transonic Small Disturbance, ou transˆo-nica de pequenas perturba¸c˜oes). Tais equa¸c˜oes s˜ao resolvidas numericamente atrav´es de duas formas gerais. Um procedimento ´e resolver as equa¸c˜oes aerodinˆamicas si-multaneamente com as equa¸c˜oes de movimento da estrutura, tal como pode ser visto

(35)

no trabalho de Guruswamy71. A outra forma baseia-se na integra¸c˜ao no tempo das equa¸c˜oes aerodinˆamicas sobre um aerof´olio, quando este ´e submetido a uma varia¸c˜ao de um degrau em ˆangulo de ataque, por exemplo. A partir desta resposta indicial pode-se obter a resposta para movimentos arbitr´arios atrav´es do uso da integral de

Duhamel. O trabalho de Balhaus e Goorjian44 exp˜oe com clareza este

procedi-mento. Como estas an´alises s˜ao feitas normalmente no dom´ınio do tempo, torna-se necess´ario usar m´etodos de transformada r´apida de Fourier (FFT, Fast Fourier Transform) para a obten¸c˜ao de valores de coeficientes de influˆencia no dom´ınio da

frequˆencia reduzida60, 80, permitindo assim que se empregue, por exemplo, m´etodos

de aproxima¸c˜ao por fun¸c˜oes racionais para a representa¸c˜ao do carregamento aerodi-nˆamico, os quais ser˜ao apresentados a posteriori.

Roger43 usou fun¸c˜oes racionais para a representa¸c˜ao do carregamento

aerodi-nˆamico fundamentado na id´eia de Jones7, por´em obtendo a fun¸c˜ao racional atrav´es

de uma aproxima¸c˜ao de valores tabelados dos coeficientes de influˆencia aerodinˆa-micos usando o m´etodo dos M´ınimos Quadrados. Outra forma adotada tamb´em baseada no m´etodo dos M´ınimos Quadrados consiste em aproximar os coeficientes

por polinˆomios de Pad´e41. Tais aproxima¸c˜oes tˆem por objetivo representar o

car-regamento aerodinˆamico em termos de frequˆencia e amortecimento quaisquer, no dom´ınio de Laplace. O uso de polinˆomios de Pad´e ´e adequado para a representa¸c˜ao do fenˆomeno, tanto para termos associados aos deslocamentos estruturais, quanto

para os termos associados ao escoamento aerodinˆamico, como mostrado por Vepa41.

Cabe lembrar que os m´etodos de aproxima¸c˜ao por polinˆomios de Pad´e podem ser utilizados independentemente de como os coeficientes de influˆencia foram calculados, ou seja, a partir de formula¸c˜oes anal´ıticas ou num´ericas. Aplica¸c˜oes deste m´etodo

podem ser encontradas nos trabalhos de Vepa41, Abel48, Karpel58, Eversman e

Tewari76, e Mursal89, al´em de v´arios outros autores.

Uma forma alternativa de representar o polinˆomio de Pad´e ´e a formula¸c˜ao

(36)

aproxima¸c˜ao das matrizes de coeficientes de influˆencia por um polinˆomio racional cujos denominador e numerador s˜ao matrizes. Deve ser lembrado que no m´etodo de Pad´e convencional a aproxima¸c˜ao ´e feita elemento a elemento O m´etodo matricial

possui problemas quanto `a gera¸c˜ao de matrizes aerodinˆamicas inst´aveis52, o que

n˜ao ´e interessante. Isto ´e comum acontecer para o caso de sistemas que envolvem

um grande n´umero de modos, ou cuja aerodinˆamica n˜ao foi obtida de forma precisa.

Assim, Dunn52prop˜oe em seu trabalho um m´etodo para garantir que os autovalores

da matriz relacionada aos parˆametros de atraso perten¸cam ao semi-plano esquerdo, levando a uma boa aproxima¸c˜ao.

A id´eia de representa¸c˜ao da fun¸c˜ao de Wagner por uma s´erie de exponenciais

motivou Dowell51 a generalizar e formalizar os procedimentos de aproxima¸c˜ao do

carregamento aerodinˆamico para regimes compress´ıveis, por exemplo. Um trabalho

interessante que usa este tipo de formula¸c˜ao ´e o trabalho de Peterson e Crawley69,

onde t´ecnicas de otimiza¸c˜ao s˜ao utilizadas para a determina¸c˜ao dos parˆametros de atraso associados a estas s´eries. Vale mencionar que estes parˆametros s˜ao os mesmos p´olos utilizados nas aproxima¸c˜oes por fun¸c˜oes racionais.

Os m´etodos acima descritos est˜ao enquadrados na classe de m´etodos de estados

aumentados42, pois a representa¸c˜ao por s´erie de fun¸c˜oes racionais, quando

transfor-madas inversamente por Laplace para o dom´ınio do tempo, geram estados adicionais que elevam a ordem do sistema aeroel´astico. Para o caso de problemas reais,

assu-mindo que o n´umero de modos envolvidos ´e significativo, e ainda considerando que a

ordem do sistema ´e aumentada de uma vez o n´umero de modos para cada estado de

atraso gerado, a ordem do sistema final pode ser extremamente grande. Isto pode causar problemas quanto `a qualidade da solu¸c˜ao na extra¸c˜ao de autovalores, devido a problemas de condicionamento do sistema. Sistemas excessivamente aumentados aerodinamicamente tamb´em s˜ao problem´aticos para o projeto de um controlador adequado, elevando a sua ordem e tornando-o de dif´ıcil implementa¸c˜ao. Da´ı

(37)

aumentados ou reduzindo a ordem do modelo dinˆamico-estrutural. Um exemplo de

m´etodo para a minimiza¸c˜ao do n´umero de estados aerodinˆamicos de atraso pode

ser visto no trabalho de Karpel58, que prop˜oe o m´etodo dos Estados M´ınimos.

Baseado em m´etodos de Pad´e matriciais, o autor utiliza um procedimento para a escolha dos parˆametros de atraso adequados `a representa¸c˜ao da aproxima¸c˜ao pelo

menor n´umero poss´ıvel daqueles valores, sem levar a uma aproxima¸c˜ao grosseira.

Uma outra possibilidade de redu¸c˜ao de ordem do sistema ´e a utiliza¸c˜ao do m´etodo

dos m´ınimos quadrados ponderados74, onde s˜ao introduzidos fatores (pesos) que

multiplicam os valores tabelados onde se quer que haja uma melhor representa¸c˜ao

da fun¸c˜ao aproximada. Um outro trabalho interessante ´e o de Tiffany e Adams70,

onde um m´etodo de Pad´e modificado usa t´ecnicas de programa¸c˜ao n˜ao-linear para a obten¸c˜ao dos parˆametros de atraso.

2.2

Controle Ativo na Aeroelasticidade

As primeiras cita¸c˜oes sobre controle de efeitos aeroel´asticos foram feitas nos

traba-lhos de Pepping16e Bisplinghoff et al17, sendo postulado que o fenˆomeno de flutter

poderia ser suprimido. Boas revis˜oes sobre os estudos iniciais, principalmente

de-senvolvidos na d´ecada de 1960, podem ser encontradas nos trabalhos de Nissim29

e Sandford et al37. Especificamente, Nissim29 propˆos uma teoria para a supress˜ao

de flutter baseada no princ´ıpio da energia aerodinˆamica, sendo este o primeiro de-senvolvimento anal´ıtico dedicado `a solu¸c˜ao do problema de an´alise e projeto de um sistema para a preven¸c˜ao de flutter. Resultados da aplica¸c˜ao desta teoria podem ser

encontrados do trabalho de Sandford et al37.

Na tese de doutorado de Edwards42 s˜ao citados os trabalhos de Turner36 e

de Dressler35, onde s˜ao feitos os primeiros estudos da aplica¸c˜ao de sistemas de

con-trole ´otimos em plantas aeroel´asticas aerodinamicamente aumentadas. O pr´oprio

(38)

sistema supressor de flutter de uma se¸c˜ao t´ıpica. ´E estudada a observabilidade e controlabilidade deste sistema, enfatizando-se que sistemas aerodinamicamente au-mentados possuem problemas relacionados `a observabilidade, por exemplo. Uma s´erie de trabalhos sobre este assunto surgiram posteriormente, principalmente durante o programa DASTARW (Drones for Aerodynamic and Structural Testing

-Active Research Wing). No trabalho de Murrow e Eckstrom50´e descrito o objetivo e

a pr´opria concep¸c˜ao do drone, que consiste em uma aeronave em escala n˜ao-tripulada e remotamente controlada, para fins de ensaios de risco ou destrutivos.

`

A medida que se torna conveniente o uso de t´ecnicas modernas de sistemas de controle, uma planta control´avel e observ´avel ´e necess´aria para a aplica¸c˜ao de m´etodos de s´ıntese de sistemas de controle. Muitas t´ecnicas de projeto de sistemas de controle foram utilizadas para projetos do tipo controlador de de flutter (FMC

Flutter Mode Control), e aliviador de cargas de rajada (GLA Gust Load

Allevia-tion). Entre as t´ecnicas pode-se citar a teoria do controle ´otimo55, 56, 59,

hiper-estabilidade64, t´ecnicas no dom´ınio da frequˆencia65, e m´etodos de atribui¸c˜ao de

autoestrutura61, 62, 68, 72.

Uma tendˆencia interessante no conceito de supress˜ao de flutter ´e o emprego de

excita¸c˜oes ac´usticas no escoamento aerodinˆamico de modo a suprimir o fenˆomeno,

como pode ser visto no trabalho de Lu e Huang78, onde ´e demostrado te´orica e

prati-camente este conceito. O emprego de m´etodos novos de projeto de sistemas de

con-trole, a exemplo das t´ecnicas H∞ e H2 pode ser visto no trabalho de ¨Ozbay e

Bach-mann88, onde um controlador de n´umero de estados finitos ´e projetado

utilizando-se as t´ecnicas supracitadas a partir do modelo aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario, cujo

n´umero de estados ´e infinito, n˜ao se introduzindo aproxima¸c˜ao.

O controle passivo para a supress˜ao de instabilidades aeroel´asticas tamb´em

´e utilizado, a exemplo do pilone desacoplador proposto por Reed et al47. Outros

m´etodos de controle passivo conhecidos s˜ao o balanceamento de massa e o enrige-cimento estrutural. Estes procedimentos normalmente levam a um decr´escimo do

(39)

desempenho da aerovave, uma vez que na maioria das vezes se est´a adicionando peso, comprometendo o desempenho pr´e-estabelecido de projeto. Uma linha inte-ressante de supress˜ao passiva de flutter ´e o aeroservoelastic tayloring. Este conceito est´a relacionado ao emprego controlado do direcionamento das fibras dos materiais compostos que comp˜oem a estrutura das asas de uma aeronave, por exemplo, de modo a obter caracter´ısticas de rigidez desejadas em determinadas dire¸c˜oes. Este m´etodo ´e bastante desej´avel em aeronaves sujeitas a problemas aeroel´asticos de

divergˆencia, tal como aeronaves com asas enflexadas para frente. Weissharr e Nam73

discutem sobre o emprego do aeroservoelastic tailoring, assim como a hist´oria do desenvolvimento desta tecnologia, citando as primeiras vezes que esta foi empregada.

(40)

EQUAC

¸ ˜

OES DE MOVIMENTO

3.1

Se¸

ao T´ıpica

O modelo dinˆamico mais simples utilizado para estudos aeroel´asticos ´e a chamada se¸c˜ao t´ıpica, que consiste numa placa plana r´ıgida com pelo menos um grau de

liber-dade, fixa por uma mola de tor¸c˜ao, por exemplo, `a parede de um t´unel de vento45.

No entanto, pode-se considerar outros graus de liberdade, tais como o seu deslo-camento vertical e movimentos de superf´ıcies de controle. De posse deste modelo

mais completo quanto ao n´umero de graus de liberdade, Theodorsen e Garrick11

sugeriram que a se¸c˜ao t´ıpica poderia simular as caracter´ısticas aeroel´asticas de uma asa real, usando um modelo cujas propriedades representam uma se¸c˜ao transversal da asa entre 70% e 75% da envergadura a partir da linha de centro das asas. Esta hip´otese ´e v´alida, como foi mostrado em trabalhos subsequentes realizados por eles, para o caso de asas de razo´avel alongamento, pouco enflexamento, e com varia¸c˜ao

suave das caracter´ısticas seccionais ao longo da envergadura19.

Na Figura (3.1) pode-se ver uma representa¸c˜ao da se¸c˜ao t´ıpica, com um valor de semi-corda (metade da corda) b unit´ario, sujeita a um escoamento uniforme

(41)

s s b = − 1 b = 1 @ @ U∞ hhhhhhhhhhhh hhhhhhhhhh r s s B.A. a c HH HH HH HHH s s s e d J J J JJ s s s f B.F. ? h∗ 7 α 6 β 3 γ

Figura 3.1: Se¸c˜ao t´ıpica.

de velocidade U∞. Considera-se quatro graus de liberdade pertencentes ao plano

vertical: dois associados ao movimento da superf´ıcie principal, ou seja, ˆangulo de

ataque α, e deslocamento vertical adimensional h∗

= h

b, definido pelo deslocamento

vertical h dividido pela semi-corda b; e dois associados aos movimentos da superf´ıcie de controle prim´aria β, e de um compensador γ. Convenciona-se o sinal associado a esses graus de liberdade como: h/b ´e positivo para baixo, os ˆangulos α, β e γ s˜ao positivos no sentido hor´ario. As propriedades de geometria s˜ao dadas por: a, eixo el´astico da se¸c˜ao t´ıpica; c, bordo de fuga da se¸c˜ao principal, ou bordo de ataque da superf´ıcie de controle prim´aria; e, eixo de articula¸c˜ao da superf´ıcie prim´aria; d, bordo de ataque do compensador; e f , eixo de articula¸c˜ao do compensador.

Como propriedades dinˆamicas pode-se listar os valores das constantes de mo-las lineares associadas a cada um dos graus de liberdades, onde o ´ındice refere-se ao

grau de liberdade `a qual a constante est´a relacionada: Kα, Kh, Kβ e Kγ. ´E razo´avel

assumir que h´a amortecimento apenas nos graus de liberdade da superf´ıcie de con-trole ou do compensador, uma vez que eventuais sistemas de atua¸c˜ao e concon-trole agem nestes movimentos, e podem possuir caracter´ısticas prescritas pelos fatores de

amortecimento ξβ e ξγ, respectivamente. Os valores de momentos de in´ercia s˜ao

indexados da mesma forma que as constantes de mola, e s˜ao dados por Iα, Iβ e Iγ,

(42)

por Ms, e compreende todas as partes a ela associadas. Propriedades dinˆamicas

complementares s˜ao definidas a seguir, sendo que aquelas que tem dimens˜ao de comprimento s˜ao adimensionalizadas pela semi-corda b:

rα =

q I

α

Msb2 : raio de gira¸c˜ao da superf´ıcie principal;

xα = Msb : posi¸c˜ao do centro de gravidade da se¸c˜ao principal a partir da

posi¸c˜ao do eixo el´astico;

ωα =

q

Iα : frequˆencia de vibra¸c˜ao torsional ao redor da posi¸c˜ao do eixo

el´astico;

rβ =

q I

β

Msb2 : raio de gira¸c˜ao reduzido, ou seja, o raio sobre o qual a massa

da se¸c˜ao inteira deveria estar concentrada, para fornecer o momento de in´ercia do conjunto superf´ıcie de controle prim´aria mais compensador;

xβ =

M b : distˆancia reduzida do centro de gravidade do conjunto superf´ıcie de

controle prim´aria mais compensador, a partir da posi¸c˜ao do eixo de articula¸c˜aoda superf´ıcie;

ωβ =

r

Iβ : frequˆencia de vibra¸c˜ao torsional ao redor do eixo de articula¸c˜ao

do conjunto superf´ıcie de controle mais compensador;

rγ =

q I

γ

Msb2 : raio de gira¸c˜ao reduzido do compensador;

xγ = M

sb : distˆancia reduzida do centro de gravidade do compensador, a partir

da posi¸c˜ao do eixo de articula¸c˜ao;

ωγ =

r

Iγ : frequˆencia de vibra¸c˜ao torsional ao redor do eixo de articula¸c˜ao

do compensador;

ωh =

qK

h

Ms : frequˆencia de vibra¸c˜ao de deflex˜ao da se¸c˜ao principal.

(43)

movimento do sistema, usando-se, por exemplo, as equa¸c˜oes de Lagrange46. O resultado final pode ser posto da seguinte forma:

[M ] {¨x (t)} + [B] { ˙x (t)} + [K] {x (t)} = {L(t, x, ˙x, ¨x)} . (3.1)

As matrizes do sistema acima s˜ao definidas como:

[M ] = Msb2              1 xα xβ xγ xα r2α r2β+ xβ(c − a) r2γ+ xγ(d − a) xβ r2β+ xβ(c − a) rβ2 r2γ+ xγ(d − c) xγ r2γ+ xγ(d − a) rγ2+ xγ(d − c) rγ2              , (3.2) [K] = Msb2              ω2 h 0 0 0 0 r2 αωα2 0 0 0 0 r2 βω2β 0 0 0 0 r2 γω2γ              , (3.3) [B] = Msb2              0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2r2 βωβζβ 0 0 0 0 2r2 γωγζγ              , (3.4)

onde [M ] ´e a matriz de massa, [K] a matriz de rigidez, e [B] a matriz de amorteci-mento. O vetor {x (t)} ´e o vetor dos deslocamentos associados aos graus de liberdade da se¸c˜ao t´ıpica, e ´e escrito como:

{x (t)} =  h b (t) α (t) β (t) γ (t) T . (3.5)

O vetor do carregamento aerodinˆamico {L(t)} ´e fun¸c˜ao do tempo, e mais adiante ser´a mostrada a sua dependˆencia com {x (t)}. Cabe lembrar que a deriva¸c˜ao completa destas equa¸c˜oes de movimento ´e bem conhecida na literatura, e pode ser encontrada

(44)

3.1.1

Modelo Aerodinˆ

amico N˜

ao-Estacion´

ario

de Theodorsen

Com o prop´osito de se calcular o escoamento aerodinˆamico atuante sobre a se¸c˜ao

t´ıpica, Theodorsen2 publicou uma solu¸c˜ao anal´ıtica completa para esse

carrega-mento aerodinˆamico n˜ao-estacion´ario, assumindo regime incompress´ıvel e escoa-mento potencial de pequenas perturba¸c˜oes.

Baseado na teoria das singularidades aerodinˆamicas, Theodorsen modelou o escoamento sobre um aerof´olio sujeito a um movimento harmˆonico simples. Para tanto foi feita a superposi¸c˜ao de escoamentos devido a fontes distribu´ıdas na parte superior e inferior no aerof´olio (parte n˜ao-circulat´oria), e uma esteira de v´ortices ao longo da dire¸c˜ao do escoamento n˜ao-perturbado (parte circulat´oria), a partir do bordo de fuga para o infinito. De acordo com o teorema da circula¸c˜ao de Kelvin, a esteira de v´ortices necessariamente d´a origem a uma distribui¸c˜ao de v´ortices ao longo da corda, para se satisfazer a condi¸c˜ao de que a circula¸c˜ao ao redor do aerof´olio ser´a igual em intensidade, por´em oposta em sentido, da circula¸c˜ao gerada pela esteira. Theodorsen trata o c´alculo dos potenciais de velocidade associados a cada uma das partes acima relacionadas separadamente: 1) potenciais de origem n˜ao circulat´oria, ou seja, aqueles associados `a posi¸c˜ao e velocidade do aerof´olio e sua partes; e 2) potenciais de origem circulat´oria, que s˜ao associados `as for¸cas e momentos devido `a esteira de v´ortices. De posse destes potenciais, pode-se calcular as for¸cas e momentos atuantes no aerof´olio atrav´es da integra¸c˜ao das press˜oes sobre a corda. A rela¸c˜ao f´ısica entre as for¸cas de origem circulat´oria e n˜ao-circulat´oria ´e dada pela magnitude da circula¸c˜ao devido `a esteira de v´ortices. Esta magnitude ´e quantificada pela fun¸c˜ao de Theodorsen C(k), que caracteriza o atraso das for¸cas aerodinˆamicas atuantes no aerof´olio devido `a influˆencia da esteira. A unicidade da solu¸c˜ao ´e garantida atrav´es da aplica¸c˜ao da condi¸c˜ao de Kutta, que imp˜oe que as velocidades sejam finitas no bordo de fuga, ou seja, assume-se que n˜ao h´a diferenca de press˜ao entre a parte superior e a inferior do aerof´olio no bordo de fuga.

(45)

A interpreta¸c˜ao f´ısica do fenˆomeno n˜ao ´e trivial. Assumindo-se o movimento do aerof´olio, tendo este natureza senoidal, ocorre uma varia¸c˜ao de sustenta¸c˜ao (cir-cula¸c˜ao) que induz a forma¸c˜ao de uma esteira de v´ortices com intensidade oscilante, que por sua vez modifica a circula¸c˜ao sobre o aerof´olio. A circula¸c˜ao gerada pela esteira somar´a ou subtrair´a `a circula¸c˜ao do aerof´olio, gerando assim um atraso ou adiantamento de fase na for¸ca gerada (esta diferen¸ca de fase modifica significativa-mente a dinˆamica do sistema, pois a for¸ca aerodinˆamica est´a associada diretasignificativa-mente aos deslocamentos estruturais).

No trabalho de Theodorsen2, tem-se o desenvolvimento das equa¸c˜oes para

este tipo de escoamento. Uma discuss˜ao detalhada sobre este desenvolvimento

as-sim como as hip´oteses adotadas, pode ser vista em Bisplinghoff et al17 (p´aginas 251

`a 280). Em Dowell et al45(p´aginas 209 `a 220) pode-se encontrar uma forma

alter-nativa para o desenvolvimento da fun¸c˜ao de Theodorsen. Partindo-se diretamente para a representa¸c˜ao das for¸cas e momentos aerodinˆamicos, escreve-se na nota¸c˜ao

matricial de acordo com trabalhos mais recentes de Vepa41, Edwards42, Karpel54,

entre outros: {L(t)} = 2b2qd[Mnc] {¨x(t)} b U∞ !2 + 2b2qd([Bnc] + C(k) [Bc]) { ˙x(t)} b U∞ ! +2b2qd([Knc] + C(k) [Kc]) {x(t)} , (3.6)

onde qd ´e a press˜ao dinˆamica do escoamento n˜ao-perturbado dada por 12ρU∞2; as

matrizes [Mnc], [Bnc] e [Knc] s˜ao de natureza n˜ao-circulat´oria, enquanto que as

ma-trizes [Bc] e [Kc] s˜ao de natureza circulat´oria. A fun¸c˜ao de Theodorsen C (k) ´e o que

quantifica o atraso aerodinˆamico induzido pela esteira, fazendo o papel de um fator de multiplica¸c˜ao dos termos de natureza circulat´oria. Ela pode ser escrita atrav´es

de uma combina¸c˜ao de fun¸c˜oes de Bessel de ordem n dadas por Yn e Jncomo segue:

C (k) = F (k) + iG (k) , (3.7)

F (k) = J1(J1+ Y0) + Y1(Y1− J0)

(J1+ Y0)2+ (Y1− J0)2

(46)

G (k) = − Y1Y0+ J1J0 (J1+ Y0)2+ (Y1− J0)2

. (3.9)

Quando o valor de C (k) ´e unit´ario, a formula¸c˜ao ´e conhecida como quase-estacion´a-ria, uma vez que considera os efeitos de massa aparente e os efeitos do amortecimento

aerodinˆamico, desprezando os efeitos de atraso induzido pela esteira17. O

argu-mento k da fun¸c˜ao de Theodorsen ´e chamado de frequˆencia reduzida, definida como a frequˆencia de oscila¸c˜ao do aerof´olio adimensionalizada pelo valor da velocidade do escoamento e pelo valor da sua semi-corda, ou seja,

k = ωb

U∞

. (3.10)

As matrizes [Mnc], [Bnc], [Knc], [Bc], e [Kc] est˜ao descritas no apˆendice A de

acordo com a formula¸c˜ao de Edwards42, em termos de fun¸c˜oes T , definidas em

Theodorsen2, ou Theodorsen e Garrick11, para o caso da se¸c˜ao com quatro graus

de liberdade. ´E importante frisar que a proposta de Theodorsen e Garrick11 n˜ao

prevˆe a possibilidade de escoamento existente no espa¸co que pode haver entre as superf´ıcies de controle e o aerof´olio, ou mesmo entre a superf´ıcie de controle e o

compensador. K¨ussner e Schwartz9, por sua vez, prop˜oem uma formula¸c˜ao que leva

em conta os escoamentos acima discriminados. Uma elimina¸c˜ao de linhas e colunas correspondentes aos graus de liberdade de compensador e superf´ıcie de controle, na formula¸c˜ao matricial acima colocada, levam a representa¸c˜oes mais simplificadas para trˆes e dois graus de liberdade, respectivamente.

3.2

Sistemas Aeroel´

asticos Gerais

3.2.1

Modelo Estrutural

Partindo-se agora para uma formula¸c˜ao mais geral, ser˜ao considerados sistemas aeroel´asticos representados matematicamente por um modelo dinˆamico-estrutural

(47)

associado a um modelo de for¸cas aerodinˆamicas atuantes sobre este sistema. Os modelos em quest˜ao podem representar superf´ıcies tais como asas e empenagens de uma aeronave, ou ela inteira. Um sistema aeroel´astico pode ser definido, de acordo com uma formula¸c˜ao em elementos finitos, como segue:

[Me] {¨xe(t)} + [Be] { ˙xe(t)} + [Ke] {xe(t)} = {Le(t)} , (3.11)

onde [Me] ´e a matriz de massa, [Be] ´e a matriz de amortecimento, [Ke] ´e a matriz

de rigidez, {xe(t)} ´e o vetor de coordenadas dos deslocamentos f´ısicos estruturais, e

{Le(t)} ´e o vetor de for¸cas aerodinˆamicas atuantes sobre os pontos definidos pelas

coordenadas estruturais. O subscrito (·)e denota a representa¸c˜ao de propriedades

escritas de acordo com o sistema de coordenadas estruturais, ou seja, aquele utilizado para a descri¸c˜ao geom´etrica da estrutura no modelo de elementos finitos.

Para estruturas complexas, ´e mais comum e conveniente o uso de m´etodos de elementos finitos, uma vez que atrav´es da discretiza¸c˜ao, a solu¸c˜ao torna-se

ele-mentar, e a representa¸c˜ao de meios cont´ınuos pode ser feita por um n´umero finito

de graus de liberdade. Os m´etodos de elementos finitos24, 38, 40 baseiam-se na

id´eia de se discretizar uma estrutura cont´ınua subdividindo o seu dom´ınio em

ele-mentos, descrevendo as propriedades de cada elemento em termos de um n´umero

finito de parˆametros designados como deslocamentos, em pontos prescritos situados na sua fronteira, conhecidos como n´os. Aplicando-se condi¸c˜oes de compatibilidade dos deslocamentos nestes pontos, os elementos s˜ao unidos formando um sistema de

equa¸c˜oes lineares simultˆaneas, cujos deslocamentos s˜ao as inc´ognitas84. Atrav´es

destas condi¸c˜oes de compatibilidade, de condi¸c˜oes de contorno, assim como das caracter´ısticas elasto-mecˆanicas e dinˆamicas, pode-se determinar matrizes que mo-delam matematicamente o sistema. Estas matrizes relacionam um vetor de deslo-camentos, velocidades ou acelera¸c˜oes, a for¸cas resultantes devido a estas grandezas. A partir da obten¸c˜ao das matrizes que possuem as propriedades elastodinˆami-cas do sistema, representadas no sistema de coordenadas f´ısielastodinˆami-cas estruturais, pode-se partir para a an´alise dinˆamica com o prop´osito de se obter as caracter´ısticas modais

(48)

do sistema, isto ´e, frequˆencias e modos naturais. Assim ´e poss´ıvel transformar o sistema de equa¸c˜oes inicial, normalmente acoplado, num sistema de equa¸c˜oes in-dependentes expresso em termos de coordenadas generalizadas. As propriedades elastodinˆamicas s˜ao transformadas para este sistema de coordenadas generalizadas atrav´es de matrizes de transforma¸c˜ao conhecidas como matrizes modais. Atrav´es do princ´ıpio da superposi¸c˜ao modal, um determinado deslocamento f´ısico do sistema pode ser representado por uma combina¸c˜ao linear das coordenadas generalizadas. Este procedimento ´e de interesse pois resulta num modelo simplificado, e repre-sentativo dinamicamente, para uma posterior an´alise aeroel´astica. A obten¸c˜ao dos vetores componentes da matriz modal, conhecidos como modos naturais do sistema, assim como das frequˆencias associadas a estes modos, partem da solu¸c˜ao de:

[Me] {¨xe(t)} + [Ke] {xe(t)} = 0 . (3.12)

Este ´e um problema de autovalor e sua solu¸c˜ao ´e obtida assumindo-se como resposta estrutural um movimento harmˆonico simples:

{xe(t)} = {φe} eiωt , (3.13)

onde ω ´e a freqˆuencia do movimento, e {φe} ´e um vetor representativo da forma

do movimento. Substituindo (3.13) em (3.12), e reagrupando chega-se ao auto-problema  [Ke] − ω2[Me]  {φe} = 0 , (3.14) ou [Ke] {φe} = ω2[Me] {φe} . (3.15)

Os autovalores designados por λ = ω2 s˜ao os quadrados das frequˆencias

natu-rais associadas a um determinado modo, e os autovetores {φe} s˜ao os vetores modais,

que podem ser agrupados na forma de uma matriz modal [Φe]. Esses podem ser

tomados como bases, com as quais pode-se representar qualquer deslocamento

(49)

coordenadas generalizadas atrav´es da seguinte rela¸c˜ao: {xe(t)} = n X nm=1 {φenm} ηenm(t) , (3.16) ou {xe(t)} = [Φe] {ηe(t)} , (3.17)

onde {ηe(t)} ´e o vetor de coordenadas generalizadas, e o subscrito (·)nm indexa o

modo. A forma apresentada na equa¸c˜ao (3.16) mostra que os deslocamentos f´ısicos s˜ao escritos como uma combina¸c˜ao linear das coordenadas generalizadas, que ´e uma coordenada que caracteriza a contribui¸c˜ao de um determinado modo na resposta do sistema.

Um sistema cont´ınuo possui infinitos modos naturais. Por´em, a partir do momento que se adota uma forma de discretiza¸c˜ao do sistema em partes finitas, o

n´umero de frequˆencias e modos obtidos numa an´alise modal passa a ser finito. Os

modelos obtidos por m´etodos de elementos finitos possuem um n´umero de graus de

liberdade muito grande, uma vez que a estrutura normalmente ´e discretizada em

um n´umero razoavelmente grande de elementos, aos quais est˜ao associados v´arios

graus de liberdade. No entanto, a formula¸c˜ao modal permite que se reduza a ordem do sistema atrav´es da escolha de apenas alguns modos de interesse para a an´alise de resposta no tempo, ou mesmo aeroel´astica.

Passando a equa¸c˜ao (3.11) para a forma modal, desconsiderando a matriz de amortecimento, lembrando-se que

{¨xe(t)} = [Φe] {¨ηe(t)} , (3.18)

e ainda pr´e-multiplicando-se a equa¸c˜ao por [Φe]T, chega-se a

[Φe] T [Me] [Φe] { ¨ηe(t)} + [Φe] T [Ke] [Φe] {ηe(t)} = [Φe] T {Le(t)} . (3.19)

Uma vez que as matrizes estruturais do sistema s˜ao sim´etricas e reais, e a matriz modal ´e ortogonal com rela¸c˜ao `a massa e rigidez, as matrizes coeficientes da equa¸c˜ao

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