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Boletim. Federal. Manual de Procedimentos. IPI - Armazém-geral. ICMS - IPI e Outros 1. INTRODUÇÃO. 2.2 Retorno

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(1)

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

IPI - Armazém-geral

1. INTRODUÇÃO

Os armazéns-gerais são empresas que têm por

fi-nalidade a guarda e a conservação de mercadorias e

a emissão de títulos especiais que as representem, os

denominados conhecimento de depósito e warrant.

Neste texto veremos os procedimentos previstos

na legislação do IPI, que deverão ser observados nas

operações realizadas entre os estabelecimentos

in-dustriais ou equiparados a industrial (contribuintes do

imposto) e os armazéns gerais (remessa de produtos

para depósito, retorno ao depositante, saída direta do

armazém-geral com destino a terceiros etc.).

Saliente-se que as operações,

tanto internas como

interesta-duais, efetuadas com

armazéns-gerais, são realizadas com a

suspensão do lançamento do

IPI.

(Decreto no 1.102/1903, arts. 1o, ca-put, e 15, e Regulamento do IPI, aprovado

pelo Decreto no 4.544/2002, art. 42, III)

2. OPERAÇÕES INTERNAS

As operações com armazém-geral localizado na

mesma Unidade da Federação do

estabelecimen-to depositante deverão observar os procedimenestabelecimen-tos

descritos nos subitens a seguir (veja exemplo no

item 6).

2.1 Remessa

Na remessa de produtos para depósito em

arma-zém-geral localizado na mesma Unidade da

Federa-ção do estabelecimento remetente (depositante), este

deverá emitir Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, com todos

os requisitos exigidos e, especialmente:

a) a natureza da operação: “Outras Saídas -

Re-messa para Depósito”;

b) no campo “Informações Complementares”

do quadro “Dados Adicionais”, a expressão:

“Saído com Suspensão do IPI - Art. 42, III, do

RIPI/2002”.

(RIPI/2002, arts. 42, III; 341, III, e 404)

2.2 Retorno

No retorno dos produtos depositados ao

estabe-lecimento depositante, o armazém-geral deverá emitir

Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, com todos os requisitos

exigidos e, especialmente:

a) a natureza da operação: “Outras

Saídas - Retorno de Depósito”;

b) no campo “Informações

Com-plementares” do quadro

“Da-dos Adicionais”, a expressão:

“Saído com Suspensão do IPI

- Art. 42, III, do RIPI/2002”.

(RIPI/2002, arts. 42, III; 341, III, e 404)

2.3 Entrega pelo fornecedor diretamente ao

armazém-geral

Na saída de produtos para entrega em

armazém-geral localizado na mesma Unidade da Federação do

estabelecimento destinatário, este será considerado

depositante. Nessa hipótese, deverão ser observados

os procedimentos descritos nos subitens a seguir.

(RIPI/2002, art. 406)

2.3.1 Pelo estabelecimento remetente

O estabelecimento remetente deverá emitir Nota

Fiscal, modelo 1 ou 1-A, com todos os requisitos

exi-gidos e, especialmente:

Os contribuintes do ICMS deverão observar ainda as regras contidas nos arts. 26 a 39 do Convênio s/no, de 15.12.1970, que instituiu o Sistema Nacional Integrado de

Informações Econômico-Fiscais (Sinief), além da legislação do imposto

vigente na sua Unidade da Federação

(2)

a) como destinatário, o estabelecimento

deposi-tante;

b) a natureza da operação;

c) o local de entrega, o endereço e os números

de inscrição, estadual e no CNPJ, do

arma-zém-geral; e

d) o destaque do IPI, se devido.

(RIPI/2002, art. 406, caput, I e II)

2.3.2 Pelo armazém-geral

O armazém-geral deverá:

a) escriturar a nota fiscal que acompanhou os

produtos (descrita no subitem 2.3.1) no livro

Registro de Entradas;

b) indicar na nota fiscal referida na letra “a” a

data da entrada efetiva dos produtos,

re-metendo-a ao estabelecimento depositante

(adquirente);

c) anotar na coluna “Observações” do livro

Re-gistro de Entradas, na linha correspondente

ao lançamento de que trata a letra “a”, o

nú-mero, a série (se houver) e a data da nota

fiscal a que se refere a letra “b” do subitem

2.3.3.

(RIPI/2002, art. 406, § 1o, I e II, e § 3o)

2.3.3 Pelo estabelecimento depositante

O estabelecimento depositante deverá:

a) registrar a nota fiscal referida na letra “b” do

subitem 2.3.2 no livro Registro de Entradas,

no prazo de 10 dias, contados da data da

entrada efetiva dos produtos no

armazém-geral;

b) emitir nota fiscal relativa à saída simbólica,

no prazo de 10 dias, contados da data da

entrada efetiva dos produtos no

armazém-geral, na forma do subitem 2.1,

mencionan-do, ainda, o número e a data do documento

fiscal emitido pelo remetente (de que trata o

subitem 2.3.1); e

c) remeter a nota fiscal referida na letra “b” ao

armazém-geral, no prazo de 5 dias, contados

da data da sua emissão.

(RIPI/2002, art. 406, § 2o)

2.3.4 Crédito dos impostos

O direito ao crédito dos impostos, quando

admi-tido, será conferido ao estabelecimento depositante,

cujo lançamento deverá ser feito por ocasião da

es-crituração da nota fiscal de que trata a letra “a” do

subitem 2.3.3.

(RIPI/2002, art. 164, parágrafo único)

2.4 Saída do armazém-geral com destino a outro

estabelecimento

Na saída de produtos depositados em

armazém-geral situado na mesma Unidade da Federação do

estabelecimento depositante, com destino a outro

es-tabelecimento, ainda que da mesma empresa,

deve-rão ser observados os procedimentos descritos nos

subitens seguintes.

(RIPI/2002, art. 405)

2.4.1 Pelo estabelecimento depositante

O estabelecimento depositante deverá:

a) emitir nota fiscal em nome do destinatário,

com todos os requisitos exigidos e,

especial-mente:

a.1) a natureza da operação;

a.2) o destaque do IPI, se devido;

a.3) a circunstância de que os produtos

serão retirados do armazém-geral,

mencionando o endereço e os

núme-ros de inscrição, estadual e no CNPJ,

deste; e

b) registrar na coluna própria do livro Registro de

Entradas a nota fiscal emitida pelo

armazém-geral na forma da letra “a” do subitem 2.4.2, no

prazo de 10 dias, contados da saída efetiva do

armazém-geral.

(RIPI/2002, art. 405, caput e § 3o)

2.4.2 Pelo armazém-geral

O armazém-geral deverá:

a) no ato da saída dos produtos

(acompanha-dos pela nota fiscal de que trata a letra “a” do

subitem 2.4.1), emitir nota fiscal em nome do

estabelecimento depositante, sem destaque

do IPI, com os requisitos exigidos e,

especial-mente:

(3)

a.1) o valor dos produtos, que corresponderá

àquele atribuído por ocasião de sua

en-trada no armazém-geral;

a.2) a natureza da operação: “Outras Saídas

- Retorno Simbólico de Produtos

Deposi-tados”;

a.3) o número, a série (se houver) e a data da

nota fiscal emitida pelo estabelecimento

depositante, na forma da letra “a” do

su-bitem 2.4.1;

a.4) o nome, o endereço e os números de

ins-crição, estadual e no CNPJ, do

estabele-cimento a que se destinarem os

produ-tos; e

a.5) a data da saída efetiva dos produtos;

b) indicar no verso das vias da nota fiscal emitida

pelo estabelecimento depositante (letra “a” do

subitem 2.4.1), que deverão acompanhar os

produtos, a data de sua saída efetiva, o

núme-ro, a série (se houver) e a data da nota fiscal

de que trata a letra “a”.

(RIPI/2002, art. 405, §§ 1o e 2o)

2.5 Transmissão de propriedade de produtos que

permanecerem no armazém-geral

No caso de transmissão de propriedade de

produ-tos, quando estes permanecerem no armazém-geral

situado na mesma Unidade da Federação dos

esta-belecimentos depositante e transmitente, deverão ser

adotados os procedimentos descritos nos subitens a

seguir.

(RIPI/2002, art. 411, caput)

2.5.1 Pelo estabelecimento depositante e

transmitente

O estabelecimento depositante e transmitente

de-verá:

a) emitir nota fiscal para o estabelecimento

ad-quirente, com os requisitos exigidos e,

espe-cialmente:

a.1) o valor da operação;

a.2) a natureza da operação;

a.3) o destaque do IPI, se devido;

a.4) a circunstância de que os produtos se

encontram depositados no

armazém-geral, mencionando o endereço e os

nú-meros de inscrição, estadual e no CNPJ,

deste; e

b) registrar na coluna própria do livro Registro

de Entradas, dentro de 10 dias contados da

data da emissão, a nota fiscal emitida pelo

ar-mazém-geral na forma da letra “a” do subitem

2.5.2.

(RIPI/2002, art. 411, caput e § 2o)

2.5.2 Pelo armazém-geral

O armazém-geral deverá:

a) emitir nota fiscal para o estabelecimento

de-positante e transmitente, sem destaque do

IPI, com os requisitos exigidos e,

especial-mente:

a.1) o valor dos produtos, que corresponderá

àquele atribuído por ocasião da sua

en-trada no armazém-geral;

a.2) a natureza da operação: “Outras saídas

- Retorno Simbólico de Mercadorias

De-positadas”;

a.3) o número, a série (se houver) e a data da

nota fiscal emitida pelo estabelecimento

depositante e transmitente na forma da

letra “a” do subitem 2.5.1;

a.4) o nome, o endereço e os números de

ins-crição, estadual e no CNPJ, do

estabele-cimento adquirente; e

b) registrar no livro Registro de Entradas a nota

fiscal a que se refere a letra “c” do subitem

2.5.3, dentro de 5 dias contados da data do

seu recebimento.

(RIPI/2002, art. 411, caput e §§ 1o e 5o)

2.5.3 Pelo estabelecimento adquirente

O estabelecimento adquirente deverá:

a) registrar a nota fiscal de que trata a letra “a”

do subitem 2.5.1 no livro Registro de Entradas,

dentro de 10 dias contados da data da sua

emissão;

b) emitir, no prazo indicado na letra “a”, nota

fis-cal, para o armazém-geral, sem destaque do

IPI, com os requisitos exigidos e,

especial-mente:

b.1) o valor dos produtos, que corresponderá

ao da nota fiscal emitida pelo

(4)

estabele-cimento depositante e transmitente, na

forma da letra “a” do subitem 2.5.1;

b.2) a natureza da operação: “Outras Saídas -

Remessa Simbólica de Mercadorias

De-positadas”;

b.3) o número, a série (se houver) e a data

da nota fiscal emitida na forma da letra

“a” do subitem 2.5.1 pelo

estabeleci-mento depositante e transmitente, bem

como o nome, o endereço e os

núme-ros de inscrição, estadual e no CNPJ,

deste;

c) enviar a nota fiscal de que trata a letra “b” ao

armazém-geral, dentro de 5 dias contados da

data da sua emissão.

(RIPI/2002, art. 411, §§ 3o a 5o)

3. OPERAÇÕES INTERESTADUAIS

As operações com armazém-geral localizado em

Unidade da Federação diversa do estabelecimento

depositante deverão observar os procedimentos

des-critos nos subitens a seguir.

3.1 Remessa

Na saída de produtos para depósito em

armazém-geral localizado em Unidade da Federação diversa

daquela em que se situa o estabelecimento remetente

(depositante), este deverá:

a) emitir nota fiscal, com indicação da expressão

“Saído com Suspensão do IPI - Art. 42, III, do

RIPI/2002”; e

b) indicar como natureza da operação: “Outras

Saídas - Remessa para Depósito em Outro

Es-tado”.

(RIPI/2002, arts. 341, III, e 407, caput)

3.2 Retorno

No retorno ao depositante de produtos

depo-sitados em armazém-geral localizado em Unidade

da Federação diversa daquela em que se situa o

estabelecimento depositante, o armazém-geral

deverá:

a) emitir nota fiscal, com indicação da expressão

“Saído com Suspensão do IPI - Art. 42, III, do

RIPI/2002”; e

b) indicar como natureza da operação: “Outras

Saídas - Retorno de Depósito em Outro

Esta-do”.

(RIPI/2002, arts. 333, V, e 341, III)

3.3 Entrega pelo fornecedor diretamente ao

armazém-geral

Nas saídas de produtos para entrega em

arma-zém-geral localizado em Unidade da Federação

di-versa da do estabelecimento destinatário

(adquiren-te), este será considerado depositante, devendo ser

observados os procedimentos descritos nos subitens

a seguir.

(RIPI/2002, art. 409, caput)

3.3.1 Pelo estabelecimento remetente

O estabelecimento remetente deverá:

a) emitir nota fiscal, com os requisitos exigidos e,

especialmente:

a.1) como destinatário, o estabelecimento

de-positante (adquirente);

a.2) o valor da operação;

a.3) a natureza da operação;

a.4) o local da entrega, o endereço e os

nú-meros de inscrição, estadual e no CNPJ,

do armazém-geral;

a.5) o destaque do IPI, quando devido; e

b) emitir nota fiscal para o armazém-geral, a fim

de acompanhar o transporte dos produtos,

sem destaque do IPI, com os requisitos

exigi-dos e, especialmente:

b.1) o valor da operação;

b.2) a natureza da operação: “Outras Saídas

- Para Depósito por Conta e Ordem de

Terceiro”;

b.3) o nome, o endereço e os números de

ins-crição, estadual e no CNPJ, do

estabele-cimento destinatário e depositante;

b.4) o número, a série (se houver) e a data da

nota fiscal de que trata a letra “a”.

(RIPI/2002, art. 409, I e II)

(5)

3.3.2 Pelo estabelecimento destinatário e

depositante

O estabelecimento destinatário e depositante

de-verá:

a) dentro de 10 dias contados da data da

entre-ga efetiva dos produtos no armazém-geral,

emitir nota fiscal para este, relativa à saída

simbólica, com os requisitos exigidos e,

es-pecialmente:

a.1) o valor da operação;

a.2) a natureza da operação: “Outras Saídas

- Remessa para Depósito”;

a.3) a circunstância de que os produtos

foram entregues diretamente ao

arma-zém-geral, mencionando o número, a

série (se houver) e a data da nota fiscal

emitida na forma da letra “a” do

subi-tem 3.3.1 pelo estabelecimento

reme-tente, bem como o nome, o endereço e

os números de inscrição, estadual e no

CNPJ, deste; e

b) remeter a nota fiscal de que trata a letra “a” ao

armazém-geral, dentro de 5 dias contados da

data da sua emissão.

(RIPI/2002, art. 409, §§ 1o e 2o)

3.3.3 Pelo armazém-geral

O armazém-geral deverá registrar, no livro

Regis-tro de Entradas, a nota fiscal remetida pelo

deposi-tante (letra “b” do subitem 3.3.2), anotando na coluna

“Observações” o número, a série (se houver) e a data

da nota fiscal a que se refere a letra “b” do subitem

3.3.1, bem como o nome, o endereço e os números

de inscrição, estadual e no CNPJ, do estabelecimento

remetente.

(RIPI/2002, art. 409, § 3o)

3.4 Saída do armazém-geral com destino a outro

estabelecimento

Na saída de produtos depositados em

armazém-geral situado em Unidade da Federação diversa da

do estabelecimento depositante, com destino a outro

estabelecimento, ainda que da mesma empresa,

de-verão ser observados os procedimentos descritos nos

subitens a seguir.

(RIPI/2002, art. 408, caput)

3.4.1 Pelo estabelecimento depositante

O estabelecimento depositante deverá:

a) emitir nota fiscal com destaque do IPI, se

devido, em nome do estabelecimento

desti-natário, com os requisitos exigidos e,

espe-cialmente:

a.1) o valor da operação;

a.2) a natureza da operação; e

a.3) a circunstância de que os produtos

serão retirados do armazém-geral,

mencionando o endereço e os

núme-ros de inscrição, estadual e no CNPJ,

deste;

b) registrar na coluna própria do livro Registro

de Entradas, dentro de 10 dias contados da

saída efetiva dos produtos do armazém-geral,

a nota fiscal de que trata a letra “c” do subitem

3.4.2.

(RIPI/2002, art. 408, caput e § 3o)

3.4.2 Pelo armazém-geral

O armazém-geral deverá:

a) emitir, no ato da saída dos produtos, nota fiscal

sem destaque do IPI, em nome do

estabeleci-mento destinatário, com os requisitos exigidos

e, especialmente:

a.1) o valor da operação, que corresponderá

ao da nota fiscal emitida pelo

estabeleci-mento depositante na forma da letra “a”

do subitem 3.4.1;

a.2) a natureza da operação: “Outras saídas

- Remessa por Conta e Ordem de

Tercei-ros”;

a.3) o número, a série (se houver) e a data da

nota fiscal emitida na forma da letra “a”

do subitem 3.4.1 pelo estabelecimento

depositante, bem como o nome, o

ende-reço e os números de inscrição, estadual

e no CNPJ, deste;

b) emitir nota fiscal em nome do estabelecimento

depositante, sem destaque do IPI, com os

re-quisitos exigidos e, especialmente:

(6)

b.1) o valor dos produtos, que corresponderá

àquele atribuído por ocasião de sua

en-trada no armazém-geral;

b.2) a natureza da operação: “Outras saídas

- Retorno Simbólico de Mercadorias

De-positadas”;

b.3) o número, a série (se houver) e a data da

nota fiscal emitida na forma da letra “a”

do subitem 3.4.1 pelo estabelecimento

depositante, bem como o nome, o

ende-reço e os números de inscrição, estadual

e no CNPJ, deste;

b.4) o nome, o endereço e os números de

ins-crição, estadual e no CNPJ, do

estabele-cimento destinatário e o número, a série

(se houver) e a data da nota fiscal de que

trata a letra “a”;

b.5) a data da efetiva saída dos produtos; e

c) enviar a nota fiscal a que se refere a letra “b”

ao estabelecimento depositante.

Os produtos serão acompanhados no seu

trans-porte pelas notas fiscais de que tratam as letras “a”

dos subitens 3.4.1 e 3.4.2.

(RIPI/2002, art. 408, § 1o, I e II, e §§ 2o e 3o)

3.4.3 Pelo estabelecimento destinatário

O estabelecimento destinatário, ao receber os

produtos, escriturará no livro Registro de Entradas a

nota fiscal a que se refere a letra “a” do subitem 3.4.1,

acrescentando na coluna “Observações” o número, a

série (se houver) e a data da nota fiscal referida na

letra “a” do subitem 3.4.2, bem como o nome, o

ende-reço e os números de inscrição, estadual e no CNPJ,

do armazém-geral.

(RIPI/2002, art. 408, § 4o)

3.5 Transmissão de propriedade de produtos que

permanecerem no armazém-geral

Nos casos de transmissão de propriedade de

produtos, quando estes permanecerem no

armazém-geral situado em Unidade da Federação diversa da

do estabelecimento depositante e transmitente, serão

observados os procedimentos descritos nos subitens

a seguir.

(RIPI/2002, art. 412, caput)

3.5.1 Pelo estabelecimento depositante e

transmitente

O estabelecimento depositante e transmitente

de-verá:

a) emitir nota fiscal em nome do

estabeleci-mento adquirente, com destaque do IPI, se

devido, com os requisitos exigidos e,

espe-cialmente:

a.1) o valor da operação;

a.2) a natureza da operação;

a.3) a circunstância de que os produtos se

encontram depositados em

armazém-geral, mencionando o endereço e os

números de inscrição, estadual e no

CNPJ, deste; e

b) registrar a nota fiscal de que trata a letra

“c” do subitem seguinte, na coluna própria

do livro Registro de Entradas, dentro de 5

dias contados da data do seu

recebimen-to.

(RIPI/2002, art. 412, caput e § 2o)

3.5.2 Pelo armazém-geral

O armazém-geral deverá:

a) emitir nota fiscal para o estabelecimento

de-positante e transmitente, sem destaque do

IPI, com os requisitos exigidos e,

especial-mente:

a.1) o valor dos produtos, que corresponderá

àquele atribuído por ocasião de sua

en-trada no armazém-geral;

a.2) a natureza da operação: “Outras saídas

- Retorno Simbólico de Mercadorias

De-positadas”;

a.3) o número, a série (se houver) e a data da

nota fiscal emitida pelo estabelecimento

depositante e transmitente, na forma da

letra “a” do subitem 3.5.1;

a.4) o nome, o endereço e os números de

ins-crição, estadual e no CNPJ, do

estabele-cimento adquirente;

b) emitir nota fiscal sem destaque do IPI, para o

estabelecimento adquirente, com os requisitos

exigidos e, especialmente:

(7)

b.1) o valor da operação, que

correspon-derá ao da nota fiscal emitida pelo

es-tabelecimento depositante e

transmi-tente, na forma da letra “a” do subitem

3.5.1;

b.2) a natureza da operação: “Outras

Saí-das - Transmissão de Propriedade de

Mercadorias por Conta e Ordem de

Terceiros”;

b.3) o número, a série (se houver) e a data

da nota fiscal emitida na forma da

le-tra “a” do 3.5.1 pelo

estabelecimen-to depositante e transmitente, bem

como o nome, o endereço e os

núme-ros de inscrição, estadual e no CNPJ,

deste;

c) enviar a nota fiscal de que trata a letra “a”,

dentro de 5 dias contados da data da sua

emissão, ao estabelecimento depositante e

transmitente;

d) enviar a nota fiscal emitida na forma da letra

“b”, dentro de 5 dias contados da data da

sua emissão, ao estabelecimento

adquiren-te; e

e) registrar no livro Registro de Entradas a nota

fiscal de que trata a letra “c” do subitem

3.5.3 (enviada pelo estabelecimento

adqui-rente), dentro de 5 dias contados do seu

re-cebimento.

(RIPI/2002, art. 412, §§ 1o a 3o e 5o)

3.5.3 Pelo estabelecimento adquirente

O estabelecimento adquirente deverá:

a) escriturar a nota fiscal a que se refere a letra

“d” do subitem 3.5.2 no livro Registro de

En-tradas, dentro de 5 dias contados da data

de seu recebimento, anotando na coluna

“Observações” o número, a série (se

hou-ver) e a data da nota fiscal referida na letra

“a” do subitem 3.5.1, bem como o nome, o

endereço e os números de inscrição,

esta-dual e no CNPJ, do estabelecimento

depo-sitante e transmitente;

b) emitir, dentro de 5 dias contados da data do

recebimento da nota fiscal referida na letra

“a”, nota fiscal para o armazém-geral, sem

destaque do IPI, com os requisitos exigidos

e, especialmente:

b.1) o valor da operação, que

correspon-derá ao da nota fiscal emitida pelo

es-tabelecimento depositante e

transmi-tente na forma da letra “a” do subitem

3.5.1;

b.2) a natureza da operação: “Outras Saídas

- Remessa Simbólica de Produtos

Depo-sitados”;

b.3) o número, a série (se houver) e a data

da nota fiscal emitida na forma da letra

“a” do subitem 3.5.1 pelo

estabeleci-mento depositante e transmitente, bem

como o nome, o endereço e os

núme-ros de inscrição, estadual e no CNPJ,

deste;

c) enviar, ao armazém-geral, a nota fiscal

extraí-da na forma extraí-da letra “b”, dentro de 5 dias

con-tados da data de sua emissão.

(RIPI/2002, art. 412, §§ 3o a 5o)

4. CONSIDERAÇÕES QUANTO AO ICMS

Os contribuintes do ICMS deverão observar

ain-da as regras contiain-das nos arts. 26 a 39 do Convênio

s/n

o

, de 15.12.1970, que instituiu o Sistema Nacional

Integrado de Informações Econômico-Fiscais (Sinief),

além da legislação do imposto vigente na Unidade da

Federação de sua localidade.

(Convênio s/no, de 15.12.1970, arts. 26 a 39)

5. CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E WARRANT

No recebimento de produtos com suspensão do

IPI, o armazém-geral fará, no verso do

conhecimen-to de depósiconhecimen-to e do warrant que emitir, a

declara-ção “Recebido com Suspensão do IPI”, quando for

o caso.

(RIPI/2002, art. 413)

6. EXEMPLOS

A seguir exemplificamos a forma de emissão de

nota fiscal de remessa e retorno de produtos para

ar-mazém-geral localizado na mesma Unidade da

Fede-ração do estabelecimento depositante.

(8)

6.1 Nota fiscal de remessa para armazém-geral

NOTA FISCAL

Nº 020.458

EMITENTE

X SAÍDA ENTRADA

LOGOTIPO

Saulo Importadora Ltda. Rua Thomaz, 1.100 Botucatu (XXXXX) 1234-5678 Centro SP CEP 00000-000 1ª VIA DESTINATÁRIO/ CNPJ 00.000.000/0000-00 REMETENTE NATUREZA DA OPERAÇÃO

Outras Saídas - Remessa para Depósito

CFOP 5.905

INSC. ESTADUAL DO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO INSCRIÇÃO ESTADUAL

000.000.000.000

DATA-LIMITE PARA EMISSÃO DESTINATÁRIO/REMETENTE

NOME/RAZÃO SOCIAL

WWW Armazéns Gerais S.A.

CNPJ/CPF 00.000.000/0000-00 DATA DA EMISSÃO 20.06.2008 ENDEREÇO Via Anchieta, km 20 BAIRRO/DISTRITO Bairro Assunção CEP 00000-000 DATA DA SAÍDA/ENTRADA 20.06.2008 MUNICÍPIO

São Bernardo do Campo

FONE/FAX (XXXXX) 9876-5432 UF SP INSCRIÇÃO ESTADUAL 000.000.000.000 HORA DA SAÍDA 8h00 FATURA DADOS DO PRODUTO ALÍQUOTAS CÓDIGO

PRODUTO DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS

CLASSIFICAÇÃO FISCAL

SITUAÇÃO

TRIBUTÁRIA UNIDADE QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO

VALOR

TOTAL ICMS IPI VALOR

DO IPI

Cortadores de grama

motorizados 8433.11.00 141 Un. 100 1.000,00 100.000,00 - -

-CÁLCULO DO IMPOSTO

BASE DE CÁLCULO DO ICMS VALOR DO ICMS BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR TOTAL DOS PRODUTOS

100.000,00

VALOR DO FRETE VALOR DO SEGURO OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIAS VALOR TOTAL DO IPI VALOR TOTAL DA NOTA

100.000,00 TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS

NOME/RAZÃO SOCIAL FRETE POR CONTA PLACA DO VEÍCULO UF CNPJ/CPF 1. EMITENTE

Remetente 2. DESTINATÁRIO

ENDEREÇO MUNICÍPIO UF INSCRIÇÃO ESTADUAL

QUANTIDADE ESPÉCIE MARCA NÚMERO PESO BRUTO PESO LÍQUIDO

DADOS ADICIONAIS

Saído com Suspensão do IPI - Art. 42, III, do RIPI/2002

RESERVADO AO FISCO

N° DE CONTROLE DO FORMULÁRIO

020.458 DADOS DA AIDF E DO IMPRESSOR

RECEBEMOS DE (RAZÃO SOCIAL DO EMITENTE) OS PRODUTOS CONSTANTES DA NOTA FISCAL INDICADA AO LADO NOTA FISCAL DATA DO RECEBIMENTO IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR N° 020.458

(9)

6.2 Nota fiscal de retorno de armazém-geral

NOTA FISCAL

Nº 112.007

EMITENTE

X SAÍDA ENTRADA

LOGOTIPO

WWW Armazéns Gerais S.A. Via Anchieta, km 20 São Bernardo do Campo (XXXXX) 9876-5432 Bairro Assunção SP CEP 00000-000 1ª VIA DESTINATÁRIO/ CNPJ 00.000.000/0000-00 REMETENTE NATUREZA DA OPERAÇÃO

Outras Saídas - Retorno de Depósito

CFOP 5.906

INSC. ESTADUAL DO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO INSCRIÇÃO ESTADUAL

000.000.000.000

DATA-LIMITE PARA EMISSÃO

DESTINATÁRIO/REMETENTE NOME/RAZÃO SOCIAL

Saulo Importadora Ltda.

CNPJ/CPF 00.000.000/0000-00 DATA DA EMISSÃO 20.10.2008 ENDEREÇO Rua Thomaz, 1.100 BAIRRO/DISTRITO Centro CEP 00000-000 DATA DA SAÍDA/ENTRADA 20.10.2008 MUNICÍPIO Botucatu FONE/FAX (XXXXX) 1234-5678 UF SP INSCRIÇÃO ESTADUAL 000.000.000.000 HORA DA SAÍDA 15h00 FATURA DADOS DO PRODUTO ALÍQUOTAS CÓDIGO

PRODUTO DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS

CLASSIFICAÇÃO FISCAL

SITUAÇÃO

TRIBUTÁRIA UNIDADE QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO

VALOR

TOTAL ICMS IPI VALOR

DO IPI

Cortadores de grama

motorizados 8433.11.00 141 Un. 100 1.000,00 100.000,00 - -

-CÁLCULO DO IMPOSTO

BASE DE CÁLCULO DO ICMS VALOR DO ICMS BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR TOTAL DOS PRODUTOS

100.000,00

VALOR DO FRETE VALOR DO SEGURO OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIAS VALOR TOTAL DO IPI VALOR TOTAL DA NOTA

100.000,00 TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS

NOME/RAZÃO SOCIAL FRETE POR CONTA PLACA DO VEÍCULO UF CNPJ/CPF 1. EMITENTE

Remetente 2. DESTINATÁRIO

ENDEREÇO MUNICÍPIO UF INSCRIÇÃO ESTADUAL

QUANTIDADE ESPÉCIE MARCA NÚMERO PESO BRUTO PESO LÍQUIDO

DADOS ADICIONAIS

Saído com Suspensão do IPI - Art. 42, III, do RIPI/2002

RESERVADO AO FISCO

N° DE CONTROLE DO FORMULÁRIO

112.007 DADOS DA AIDF E DO IMPRESSOR

RECEBEMOS DE (RAZÃO SOCIAL DO EMITENTE) OS PRODUTOS CONSTANTES DA NOTA FISCAL INDICADA AO LADO NOTA FISCAL DATA DO RECEBIMENTO IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR N° 112.007

00.00.00

(10)

Estadual

ICMS - Tratamento fiscal referente

a mercadorias destinadas a uso ou

consumo do estabelecimento

SUMÁRIO 1. Introdução 2. Conceito

3. Material de uso ou consumo recebido de fornecedor de outro Estado

4. Diferença de Alíquotas 5. Transferência

6. Crédito 7. Devolução

8. Escrituração da Nota Fiscal de Material de Uso ou Consumo

9. Infrações e penalidades 10. Jurisprudência

1. INTRODUÇÃO

Os contribuintes do ICMS, de modo geral,

adqui-rem mercadorias para industrialização,

comerciali-zação, Ativo Imobilizado e para uso ou consumo no

estabelecimento. Neste texto, comentaremos as

ope-rações relativas a aquisição, diferencial de alíquotas,

crédito, transferência, devolução etc., de materiais de

uso ou consumo, com base no RICMS-BA/1997,

apro-vado pelo Decreto n

o

6.284/1997.

2. CONCEITO

Material de uso ou consumo são as mercadorias

adquiridas pelo contribuinte para seu uso próprio, não

destinadas ao Ativo Imobilizado nem à

comercializa-ção, industrializacomercializa-ção, producomercializa-ção, geracomercializa-ção, extração ou

prestação, por não serem consumidas nem

integra-rem o produto final ou o serviço, na condição de

ele-mento indispensável ou necessário à sua produção,

composição ou prestação.

Não são considerados material de uso ou

con-sumo as mercadorias ou o material adquiridos por

prestador de serviços para emprego ou aplicação na

prestação de serviços de qualquer natureza.

(RICMS-BA/1997, art. 5o, parágrafo único, 93, V, “b”)

3. MATERIAL DE USO OU CONSUMO RECEBIDO

DE FORNECEDOR DE OUTRO ESTADO

Há incidência do ICMS na entrada efetuada por

contribuinte do ICMS de mercadoria decorrente de

ope-ração interestadual, quando destinada ao uso ou

con-sumo do estabelecimento. Também é devido o imposto

referente ao serviço de transporte dessa mercadoria.

(RICMS-BA/1997, art. 1o, § 2o, IV)

4. DIFERENÇA DE ALÍQUOTAS

O recebimento de material de uso ou consumo

procedente de outra Unidade da Federação e

respec-tiva utilização do serviço de transporte, por

estabele-cimento contribuinte do ICMS, está sujeito ao

paga-mento da Diferença de Alíquotas (Difal).

(RICMS-BA/1997, art. 5o)

4.1 Não-incidência

Não é devido o pagamento da Difal:

a) nas aquisições de mercadorias ou materiais

efetuadas por prestador de serviço para

em-prego ou aplicação, como insumos, na

pres-tação de serviços de qualquer natureza,

inclu-sive quando se tratar de estabelecimento que

desenvolva atividades mistas;

b) nas aquisições de bens ou material pela

ar-rendadora ou pela arrendatária, tratando-se

de arrendamento mercantil, nas hipóteses do

§ 6

o

do art. 563 do RICMS-BA/1997;

c) se a operação de remessa for realizada com:

c.1) não-incidência do imposto; ou

c.2) isenção decorrente de convênio;

d) nas aquisições de bens de uso e material de

consumo, a partir de 1

o

.01.2011, efetuadas

por:

d.1) produtores ou extratores não

equipara-dos a comerciantes ou industriais;

d.2) contribuintes enquadrados no regime de

apuração em função da receita bruta;

d.3) transportadores que tenham optado pelo

crédito presumido de que cuida o inciso

XI do art. 96, condicionado ao

não-apro-veitamento de créditos fiscais relativos a

operações e prestações tributadas;

e) por parte das microempresas, das empresas

(11)

devida-mente inscritos como tais no cadastro

esta-dual, a partir de 1

o

.01.1999;

f) pela empresa de construção civil, quando

não considerada legalmente contribuinte do

ICMS. Nessa hipótese, a empresa de

cons-trução civil, ao informar a seus fornecedores

ou prestadores os dados cadastrais do seu

estabelecimento, deverá declarar

expressa-mente a sua condição de não-contribuinte

do ICMS, instruindo-os no sentido de que a

alíquota a ser adotada no cálculo do imposto

será a prevista para as operações e

presta-ções internas na Unidade da Federação de

origem;

g) contribuintes dispensados de escrituração fiscal.

(RICMS-BA/1997, art. 7o, c/c art. 541, § 1o, II, “a” e “b”)

4.2 Isenção

A legislação beneficia o contribuinte com isenção

do pagamento da Difal nas seguintes hipóteses:

a) desde 26.07.1994, as aquisições de produtos

destinados à implantação de indústria

produ-tora de celulose solúvel;

b) até 31.12.2008, as aquisições interestaduais

de materiais de uso ou consumo realizadas

pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agrope-cuária (Embrapa).

(RICMS-BA/1997, art. 27, II, “a” e III)

5. TRANSFERÊNCIA

Transferência é a saída de mercadoria de um

para outro estabelecimento da mesma empresa. Para

efeito fiscal, não se considera transferência a saída

de mercadoria de uma empresa para outra, ainda que

esta pertença ao mesmo grupo econômico.

5.1 Interna

São isentas do ICMS as movimentações de

ma-teriais de uso ou consumo realizadas entre

estabele-cimentos da mesma empresa dentro do território do

Estado da Bahia. Assim, são considerados material

de uso ou consumo os produtos adquiridos de

tercei-ros que não são utilizados para comercialização ou

para integrar um novo produto ou, ainda, os produtos

que não sejam consumidos no respectivo processo

de industrialização.

(RICMS-BA/1997, art. 27, I, “a”, item “2”)

5.2 Interestadual

Nas saídas de material de uso ou consumo, em

virtude de transferências interestaduais, a operação

é tributada e deve ser adotado o seguinte

procedi-mento:

a) será emitida nota fiscal, na qual deverá ser

in-dicado, como valor da operação, o da última

entrada do material, aplicando-se a alíquota

interestadual;

b) serão lançados os créditos fiscais

originaria-mente cobrados a qualquer título sobre o

res-pectivo material, pelo valor histórico, se ainda

não utilizado.

Se resultar saldo devedor do cotejo entre os

dé-bitos e os créditos, será concedido crédito presumido

no valor correspondente à diferença apurada. Se

re-sultar saldo credor, será exigido o estorno do crédito.

Nota

Verifique o resumo da Reposta à Consulta do Fisco baiano (Ditri - Se-faz):

“ICMS. DIFERENÇA DE ALIQUOTAS. Transferência de material de uso e consumo e de bens do Ativo Imobilizado de matriz localizada em outro Es-tado para filial localizada no EsEs-tado da Bahia sujeita-se à exigência do paga-mento da diferença de alíquotas, exceto no caso de transferência não tributa-da com base em legislação do Estado de origem amparatributa-da no ordenamento jurídico brasileiro. - Parecer No: 3025/2001 - Processo No: 089664/2001-4.”

(RICMS-BA/1997, art. 624, parágrafo único, I, “b”, itens “1” e “2”, III)

6. CRÉDITO

O crédito do ICMS em relação a material de uso

ou consumo é permitido pelo art. 20 da Lei

Comple-mentar n

o

87/96. Entretanto, esse direito vem sendo

prorrogado por meio de outras leis complementares e

pela legislação deste Estado. A partir de 1

o

.01.2011,

caso não seja novamente prorrogado, constituirá

cré-dito fiscal do contribuinte o valor do imposto

anterior-mente cobrado de que haja resultado a entrada real

ou simbólica no estabelecimento de material de uso

ou consumo do próprio estabelecimento, bem como

do imposto relativo aos respectivos serviços de

trans-porte, inclusive o imposto pago a título de Difal.

(Lei Complementar no 87/1997, art. 20; Lei Complementar no 114/2002, e RICMS-BA/1997, art. 93, V, “b”)

7. DEVOLUÇÃO

Na hipótese de devolução de material de uso ou

consumo, cuja entrada tenha ocorrido sem utilização

de crédito fiscal pelo recebedor, será permitido a este

creditar-se do ICMS lançado na Nota Fiscal de

(12)

Devo-lução, desde que em valor igual ao do imposto

lança-do no lança-documento originário.

No caso de já ter sido paga a Difal, o valor

corres-pondente será recuperado, mediante lançamento no

quadro “Crédito do Imposto - Estornos de Débitos” do

livro Registro de Apuração do ICMS, pelo valor

nomi-nal, com a observação “Diferença de alíquotas -

mer-cadoria devolvida”, a menos que o imposto relativo à

Difal já tenha sido utilizado como crédito.

(RICMS-BA/1997, art. 652, caput, § 2o)

8. ESCRITURAÇÃO DA NOTA FISCAL DE

AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE USO OU

CONSUMO

O contribuinte do ICMS deve escriturar no livro

Registro de Entradas as mercadorias adquiridas para

uso ou consumo. Os lançamentos serão efetuados

documento por documento, desdobrados em tantas

linhas quantas forem as alíquotas do imposto e as

naturezas das operações ou prestações, segundo o

Código Fiscal de Operações e Prestações. Entretanto,

poderão ser lançadas englobadamente, no último dia

do mês, as mercadorias adquiridas para uso ou

con-sumo, exceto no caso de aquisições realizadas por

usuário de sistema eletrônico de processamento de

dados.

(RICMS-BA/1997, art. 322, § 5o, I, “a”, item “1”, “b”, item “1”)

9. INFRAÇÕES E PENALIDADES

Dentre as penalidades que podem ser aplicadas

ao contribuinte em relação à falta de pagamento do

imposto e ao crédito indevido, podemos citar:

a) multa de 50% do valor do imposto, na falta de

seu recolhimento nos prazos regulamentares,

quando as respectivas operações ou

presta-ções estiverem escrituradas regularmente nos

livros fiscais próprios;

b) multa de 60% do crédito fiscal, quando da

uti-lização indevida de crédito fiscal, que não

im-porte em descumprimento de obrigação

prin-cipal, sem prejuízo da exigência do estorno.

(RICMS-BA/1997, art. 915, I, “a”, VII, “a”

10. JURISPRUDÊNCIA

Examine, a seguir, Acórdão do Conselho de

Fa-zenda Estadual que distingue material de uso ou

consumo e mercadorias que integram o preço final

de refeições. Excluímos no final (linha pontilhada)

re-lação de mercadorias consideradas material de uso

ou consumo para o estabelecimento fornecedor de

refeições.

A. I. No - 277829.0014/02-8

1a JUNTA DE JULGAMENTO FISCAL ACÓRDÃO JJF No 0029-01/03

EMENTA: ICMS. DIFERENÇA DE ALÍQUOTAS. AQUISI-ÇÕES INTERESTADUAIS DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO E MATERIAL DE CONSUMO. Fato admitido em parte pelo sujeito passivo. Refeitos os cálculos, para exclusão dos valores relati-vos a materiais que integram o preço dos alimentos fornecidos ao público. No fornecimento de alimentação, os materiais des-cartáveis postos à disposição do consumidor integram o valor da operação, não constituindo “material de consumo” para efei-tos de pagamento da diferença de alíquotas. Auto de Infração PROCEDENTE EM PARTE. Decisão unânime.

RELATÓRIO

O Auto de Infração em lide, lavrado em 30/9/2002, apura a falta de pagamento da diferença de alíquotas de ICMS relativa a aquisições interestaduais de bens destinados a consumo do estabelecimento. Imposto exigido: R$, . Multa: 60%.

O autuado apresentou defesa dizendo que na relação das mercadorias consideradas pelo fisco há realmente algumas que estão sujeitas ao pagamento da diferença de alíquotas, já tendo pago o imposto devido. Discorda, contudo, da exigência fiscal quanto a produtos descartáveis, que integram o preço de venda dos alimentos, tais como, suportes para copos, sacos, canudos, guardanapos, colheres, lâminas, brindes e materiais de festas. Explica que alguns desses produtos são servidos no balcão do estabelecimento, ao público que ali comparece, sendo outros destinados à entrega do produto “para viagem”, neste caso incluídas as entregas em domicílio através de “mo-toboy” e também o “drive”, em que o alimento é entregue ao consumidor dentro do veículo, havendo ainda materiais que são incluídos no fornecimento de alimentos em festas de ani-versário ou outros eventos fechados, eventos estes conhecidos comercialmente como “...”.

Também discorda o autuado da forma como foi calculado o tributo, considerando que a alíquota praticada pela sua em-presa é de 5% sobre a receita.

Chama a atenção para o fato de que o fisco, em vez de cobrar a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, aplicou foi a alíquota “cheia”, de 17%.

Em face desses aspectos, considera nula a exigência fis-cal.

Quanto ao mérito, a defesa explica em detalhes como os materiais são empregados pela empresa:

o suporte para copos consiste num artefato de papelão resistente, que segue juntamente com os produtos “para viagem”, sendo indispensável para a correta comerciali-zação das mercadorias, quando o consumo não se verifi-ca no interior do estabelecimento;

os sacos servem para armazenar os produtos, a depender da quantidade de alimentos fornecidos, de modo a

(13)

facili-tar e viabilizar o fornecimento da mercadoria, sobretudo nos serviços de “drive”, assim entendidos aqueles em que o cliente é servido dentro do veículo;

os canudos acompanham sempre os refrigerantes e “milk shakes” servidos; a própria embalagem das bebidas, pelo seu formato, exige o canudo, para que o produto possa ser adequadamente consumido;

os guardanapos, da mesma forma que os canudos, tam-bém fazer parte da mercadoria fornecida, sendo que cada cliente consome, em média, três guardanapos, os quais acompanham sempre as mercadorias;

quanto ao guardanapo-casquinha, este integra igualmen-te o produto vendido, pois não há um único sorveigualmen-te “cas-quinha” que ao ser vendido não esteja acompanhado do respectivo guardanapo, o qual envolve o sorvete em sua base; nenhum consumidor de bom senso, com alguma noção de higiene, aceitaria comprar um sorvete cuja cas-quinha fosse segurada diretamente pela mão do vende-dor, que acaba de pegar em dinheiro e outras coisas; as colheres “sundae” são utilizadas nas vendas de “sun-dae”; sem essas colheres não haveria consumo; as colhe-res estão incluídas no preço de venda dos alimentos; a colher pequena branca tem a mesma importância, com a diferença de que esta serve para o sorvete “casquinha”, e por isso é menor; também neste caso não há entrega do sorvete sem a colher, que faz parte do produto;

as lâminas constituem a própria embalagem, acompa-nhando todo “hamburger” ou “chesburger” vendidos, fa-zendo parte do produto consumido, pois, sem a lâmina, que envolve o sanduíche, não é possível comercializar os aludidos produtos; a lâmina é, portanto, indispensável na atividade da empresa; ela integra a receita bruta para fins de tributação do ICMS;

a lâmina-bandeja consiste num “papel” que fica por sobre a bandeja onde estão colocados os alimentos, por ques-tões higiênicas; esses papéis não são reaproveitados; todas as lâminas são vinculadas à comercialização dos alimentos;

os brindes, ao contrário do que o nome dá a entender, não se enquadram na definição usual de “brindes” (oferta, presente), pois são objeto de venda, juntamente com o “..” ou mesmo separadamente, se for do interesse de algum consumidor; eles não são entregues gratuitamente em hi-pótese alguma, e se alguém quiser fazer os cálculos dos itens que compõem um “...”, separadamente, concluirá que tal “brinde” é cobrado do consumidor, e faz parte da receita bruta tributada pelo ICMS; enfim, os brindes não são consumidos pelo estabelecimento;

os chamados materiais de festa (convites, velas, balões, “kit” convidado, presente, prato de festa) fazem parte da atividade comercial da empresa, e são vendidos em eventos denominados de “McFesta”, onde há, inclusive, um contrato firmado entre o encomendante da festa e a empresa; quando adquire a “..a” e paga o preço ajustado, o consumidor também está pagando 1 bolo, 20 pratos, 20 garfos, 1 brinde para o aniversariante, 20 balões e 20 con-vites, tudo isto com o nome de “kit”; os lanches consumi-dos no evento são pagos à parte, sendo todo o consumo

faturado normalmente e tributado pelo ICMS através do regime de apuração em função da receita bruta.

Juntou fotos, com explicações manuscritas, para ilustrar como os produtos são servidos no balcão, nas festas, nos ser-viços de “drive”, etc. As fotos mostram que os refrigerantes são servidos em copos plásticos, com canudo, e os alimentos são servidos sobre uma lâmina de bandeja, com colher, tudo des-cartável. Nas entregas em domicílio, os alimentos são devida-mente embalados, sendo que em alguns casos a embalagem é a própria lâmina. Nos serviços de “drive”, há indispensavel-mente um “suporte”. Há também o emprego de “sacos”. Além das fotos, a defesa anexou um contrato de “McFesta”, uma lista de informações relativas àquele serviço e cópias de folhetos a ele relacionados. Nos materiais de festa, os balões, o bolo e demais produtos são incluídos no “kit”, de modo que integram o preço total do serviço. Juntou também foto da tabela de pre-ços afixada no estabelecimento, para demonstrar que o “balde” também faz parte do produto, sendo igualmente vendido.

Conclui requerendo a nulidade ou improcedência da ação fiscal.

As auditoras responsáveis pelo lançamento prestaram in-formação, explicando inicialmente que a diferença de alíquotas é de 10% ou de 5%, dependendo do Estado de origem das mercadorias. Rebatem as alegações da defesa relativamente a cada tipo de mercadoria, tecendo os seguintes comentários:

os suportes para copos não são indispensáveis; trata-se de uma comodidade para o consumidor;

os sacos não foram objeto do presente Auto de Infração, pois são materiais de embalagem;

os canudos não constituem material de embalagem, pois o material de embalagem é o copo;

no que concerne aos guardanapos, consideram que “Des-cabe qualquer comentário”, pois guardanapos não acon-dicionam produtos;

o “guardanapo-casquinha” também não se enquadra como material de embalagem, sendo mais uma comodida-de para o consumidor;

as colheres “sundae”, como as colheres pequenas bran-cas, não integram o produto, e não são material de emba-lagem;

as lâminas evitam o contato do sanduíche com a superfí-cie da mesa, como medida de higiene, mas não se podem classificar como material de embalagem;

quanto à lâmina-bandeja, consideram as autuantes que as argumentações da defesa chegam a ser pueris, pois aque-le material não faz parte da embalagem ou da composição dos produtos;

os brindes são objeto de comercialização, sendo incluídos no preço das mercadorias que compõem o “kit” denomina-do “...”, sendenomina-do que, se adquiridenomina-dos individualizadamente, não há diferença relativamente às situações em que são cobra-dos em conjunto; consideram as autuantes que a empresa poderia até utilizar os créditos, nas compras dos brindes, se não fosse optante pelo regime simplificado de apuração; no tocante aos materiais de festa, as autuantes consideram inócuas as alegações da defesa, quando esta diz que

(14)

con-vites, velas, balões, “kit” convidado, presente e pratos de festa não são material de uso e consumo.

Em suma, segundo as autuantes, além dos materiais que integrem o produto, apenas os materiais de embalagem é que não estão sujeitos ao pagamento da diferença de alíquotas. Não consideram correto que outras mercadorias, como copos, ca-nudos, guardanapos, colheres, etc. mesmo sendo descartáveis, sejam incluídos no preço da venda dos alimentos, porque não se trata de elementos indispensáveis, sendo mais uma comodidade para o consumidor. Na sua opinião, se a empresa incorpora no preço dos alimentos esses materiais, alguma coisa está errada, pois desse modo deveria o contribuinte mudar seu objetivo so-cial, passando a exercer atividade de comércio de miudezas. Sugerem que o Auto de Infração seja mantido na íntegra.

VOTO

Cuida o Auto de Infração da falta de pagamento da dife-rença de alíquotas de materiais que, segundo o fisco, consti-tuem bens de consumo.

Como preliminar, a defesa questiona a forma como o im-posto foi calculado. Reclama, primeiro, que a alíquota praticada pela sua empresa é de 5% sobre a receita, e, segundo, que o fisco, em vez de cobrar a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, aplicou foi a alíquota “cheia”, de 17%.

No tocante ao primeiro questionamento, deve-se ter presen-te que, no cálculo da diferença de alíquotas, põe-se em copresen-tejo a alíquota interna da Bahia com a alíquota interestadual do Estado de onde provêm as mercadorias. Para os produtos considerados nestes autos, a alíquota interna é de 17% (o percentual de 5% utilizado no cálculo do imposto em função da receita bruta não constitui, juridicamente, uma “alíquota”, mas, sim, um “percen-tual” ou índice técnico de apuração do imposto). Nas aquisições efetuadas nas Regiões Sul e Sudeste, em que a alíquota interes-tadual é de 7%, a diferença de alíquotas é de 10%. Já nas aqui-sições efetuadas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, inclusive no Estado do Espírito Santo, a alíquota interestadual é de 12%, e a diferença de alíquotas, de 5%. Quanto a este aspec-to, os cálculos efetuados pela fiscalização, de acordo com os demonstrativos às fls. 10/75, estão corretos.

Já no que tange à segunda questão suscitada pela defe-sa, que acusa o fisco de, em vez de cobrar a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, aplicar a alíquota “cheia”, de 17%, de certo modo faz sentido o protesto da defesa. De fato, no Demonstrativo do Débito (fl. 2), a diferença de alíquotas in-dica o percentual de 17%. Ora, como a palavra “diferença” de-nota, o demonstrativo em questão deveria indicar qual a base de cálculo e qual o percentual da diferença entre a alíquota interna e a alíquota interestadual. Por conseguinte, na elabora-ção do aludido demonstrativo, não foi observada a norma do art. 39, IV, “c”, do RPAF/99, segundo a qual o Auto de Infração deve indicar “a alíquota ou, quando for o caso, o percentual de cálculo do tributo”. Como no caso de diferença de alíquotas não há uma “alíquota”, na coluna “Alíquota” do Demonstrativo do Débito deveria ser indicado o “percentual” representativo da “diferença” a ser lançada. Entretanto, essa falha não acarreta a nulidade do procedimento, haja vista que nos demonstrativos às fls. 10/75 os cálculos foram feitos com indicação dos percen-tuais efetivamente aplicáveis a cada situação.

Passo ao exame do mérito.

O levantamento fiscal diz respeito a uma variedade enorme de itens. Como reconhece a defesa, muitas das mercadorias

consideradas pelo fisco realmente estão sujeitas ao pagamento da diferença de alíquotas.

A diferença de alíquotas é devida nas aquisições de bens destinados ao ativo imobilizado, bens de uso e materiais de consumo do estabelecimento adquirente.

Cumpre estabelecer a distinção entre insumo e material de uso ou consumo. O conceito de insumo não se restringe ao âmbito industrial. Existem insumos na produção agrícola, na extração, na produção industrial, na geração de energia e de comunicação, nas prestações de serviços de qualquer nature-za e na própria atividade comercial, sempre que o material for consumido na atividade-fim da empresa. Com efeito, os bens de consumo operacional (para emprego na industrialização, produção, extração, geração, comércio ou prestação de servi-ço) são na linguagem econômica denominados de insumos. O vocábulo “insumo” corresponde à expressão inglesa input que designa tudo quanto é gasto ou investido visando à obtenção de determinado resultado (output). O conceito de insumo con-trapõe-se ao de produto: insumo é tudo o que “entra” (input), e produto é tudo o que “sai” (output).

Em face dessas considerações, fica patente que não é toda e qualquer mercadoria destinada a consumo que está su-jeita ao pagamento da diferença de alíquotas - é preciso iden-tificar por quem é que ela será consumida. Se um contribuinte adquire um bem em outro Estado e ele próprio é quem o con-some, é devida a diferença de alíquotas. Mas se ele adquire o mesmo bem e o revende ou repassa a outrem para que este o consuma, não é devido por aquele contribuinte o pagamento da diferença de alíquotas.

Exemplificando: quando uma empresa comercial adquire luvas, fardas e calçados para serem usados pelos seus em-pregados, como estes fazem parte da empresa, é a empresa, afinal de contas, quem vai utilizar aqueles bens, e por isso deve pagar a diferença de alíquotas. Porém, se a empresa adquire luvas, fardas e calçados e os revende ou fornece aos clientes para que estes façam uso dos aludidos bens, não há por que se cogitar em diferença de alíquotas.

No caso em discussão, o autuado explora o ramo de for-necimento de lanches, sorvetes, refrigerantes e outros produtos do gênero. Esses produtos, para serem servidos ao público de forma adequada, inclusive por questões de higiene, precisam atender a determinados requisitos. O autuado, seguindo pa-drões notoriamente rígidos em todos os seus estabelecimentos, adota copos, pratos, colheres e garfos descartáveis. Os refri-gerantes e “milk shakes” são acompanhados de canudos. Os canudos são descartáveis, evidentemente. Todo “hamburger” ou “chesburger” vendidos são envolvidos num material que a empresa denomina de lâmina, uma espécie de embalagem. A lâmina-bandeja consiste num “papel” que fica por sobre a bandeja onde estão colocados os alimentos, por questões hi-giênicas, não sendo reaproveitável. São postos guardanapos à disposição do consumidor. A defesa estima que cada con-sumidor consome em média três guardanapos. O chamado guardanapo-casquinha envolve o sorvete em sua base. Além do fornecimento de alimentos no balcão ou mesa, a empresa também fornece alimentos “para viagem” (quando o consumo não se verifica no interior do estabelecimento) e também faz entrega em domicílios (através de “motoboy”). Nesses casos, a empresa emprega sacos e suportes para copos. Estes suportes consistem num artefato de papelão resistente, os quais seguem juntamente com os produtos e não retornam mais. Trata-se sem dúvida de material de embalagem ou acondicionamento, como os sacos.

(15)

IOB Entende

ESTADUAL

ICMS/ISS - Tributação nas saídas de

material para propaganda política

(“santinhos”)

A confecção de impressos pelos

estabelecimen-tos gráficos sujeita-se, conforme o caso, à tributação

do ICMS ou do ISS.

Por impressos personalizados, gravados pelo ISS,

entendem-se os papéis ou formulários de uso ou

con-sumo exclusivo do encomendante, cuja impressão

contenha o nome, a firma ou a razão social, a marca

de comércio, de indústria ou de serviço, tais como:

talonário de notas fiscais, faturas, duplicatas, cartões

de visita, papéis para correspondência etc.

A tributação do ICMS recai sobre os impressos

gráficos de qualquer tipo ou natureza, destinados à

industrialização ou comercialização ou, ainda, a

pos-terior distribuição gratuita pelo encomendante. É o

que ocorre, por exemplo, com os rótulos, as etiquetas

e os materiais de embalagem, de propaganda que

acompanham a mercadoria vendida ou aqueles que

são distribuídos como brindes. São produtos

destina-Todas essas mercadorias integram, evidentemente, o

pre-ço dos alimentos fornecidos ao público. Ao emitir o documento fiscal relativo à operação, no preço nele indicado estão em-butidos os valores de todos os materiais empregados nesse fornecimento. Não faria sentido, no documento fiscal, além do valor do lanche, do sorvete e do refrigerante fornecidos, serem discriminados, também, por exemplo, o guardanapo (descar-tável), a colher (descar(descar-tável), o copo (descar(descar-tável), o canudo (descartável).

Por conseguinte, se os materiais em apreço compõem o preço de venda dos alimentos, integrando o faturamento da empresa, não se trata de materiais de consumo, mas de insu-mos empregados na atividade do contribuinte, cujo imposto é pago em função de sua receita bruta.

Quanto aos “brindes”, é evidente que não constituem ma-terial de consumo. Aliás, como explica a defesa, não se trata realmente de brindes, tal como usualmente são conhecidos. Trata-se de mercadorias destinadas a venda. Isso é reconhe-cido pelas próprias autuantes. E, mesmo que fossem brindes (presentes, ofertas, prêmios), não seria devida a diferença de alíquotas. O RICMS/97 tem um capítulo específico sobre brin-des, mercadorias que dão direito ao crédito nas entradas e são debitadas nas saídas (arts. 564/567). No caso do autuado, os chamados “brindes” são objeto de venda, juntamente com o “Mc Lanche Feliz” ou mesmo separadamente, se for do inte-resse de algum consumidor. Os itens que compõem um “...”, inclusive os aludidos brindes, são cobrados do consumidor e fazem parte da receita bruta tributada pelo ICMS.

O mesmo ocorre com os materiais de festa (convites, ve-las, balões, “kit” convidado, presente, prato de festa). Trata-se de mercadorias destinadas a atos regulares de comércio, tri-butados pelos ICMS. Os aludidos materiais são vendidos em eventos denominados de “McFesta”. A defesa anexou cópia do contrato que o interessado na operação firma com a empresa. Quando o encomendante da festa adquire a “McFesta”, no pre-ço da operação estão incluídos 1 bolo, 20 pratos, 20 garfos, 1 brinde para o aniversariante, 20 balões e 20 convites, tudo isto com o nome de “kit”. Durante o evento, os lanches consumidos

são pagos à parte, sendo todo o consumo faturado normalmen-te e tributado pelo ICMS através do regime de apuração em função da receita bruta.

Além desses materiais, o levantamento fiscal compreende vários outros, tais como cartões magnéticos, canetas, pincéis, crachás, impressos, grampeadores, fardamentos, aventais, cal-çados, luvas, loções bactericidas, batedores de xarope, frascos pulverizadores, saleiros de alumínio, cavaletes de sinalização, filtros de ar, sensores de temperatura, relés de alarme, fusíveis, baldes, gel sanitarizante, pó de filtragem, limas para afiador de espátula, esponjas, vassouras, lã para esfregão, materiais de limpeza, etc. etc. etc. Quanto a estes, é devido o pagamento da diferença de alíquotas.

... Voto pela PROCEDÊNCIA PARCIAL do Auto de Infração. RESOLUÇÃO

ACORDAM os membros da 1a Junta de Julgamento Fis-cal do Conselho de Fazenda Estadual, por unanimidade, julgar PROCEDENTE EM PARTE o Auto de Infração no 277829.0014/02-8 lavrado contra , devendo ser intimado o autuado para efetuar o pagamento do imposto no valor total de R$, atualizado mone-tariamente, acrescido da multa de 60%, prevista no art. 42, II, “f”, da Lei no 7.014/96, e dos acréscimos moratórios correspon-dentes, devendo-se homologar a quantia já paga.

Sala das Sessões do CONSEF, 10 de fevereiro de 2003. JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO - PRESIDENTE EM EXERCÍ-CIO/RELATOR

MÔNICA MARIA ROTERS - JULGADORA

ÂNGELO MÁRIO DE ARAÚJO PITOMBO - JULGADOR

(16)

IOB Perguntas e Respostas

IPI - Enquadramento de produto em classificação

fiscal (NCM) incorreta - Penalidade

1) Qual a penalidade aplicada no caso de

enqua-dramento de produto em classificação fiscal (NCM)

in-correta?

R.: No caso de enquadramento de produto em

classificação fiscal (NCM) incorreta que resulte em

lançamento do IPI a menor ou a maior, a legislação

prevê a aplicação de multa equivalente a 75% do

valor do imposto que deixou de ser destacado ou

recolhido ou que foi indevidamente destacado.

O Fisco poderá também considerar a nota fiscal

como documento fiscal inidôneo.

(RIPI/2002, arts. 322, II e IV, e 488, I; Lei no 4.502/1964, art. 80, caput e § 1o, V)

IPI - Feira de amostra ou evento semelhante

2) O que se considera feira de amostra ou evento

semelhante?

R.: Feira de amostra, ou evento semelhante, deve

ser considerada como aquela em que o contribuinte

expõe, demonstra ou promove seus produtos perante

o público.

(Parecer Normativo CST no 78/1973, item 3)

IPI - Feiras de amostras - Alienação das mercadorias

no local do evento

3) Qual procedimento deverá ser tomado pelo

con-tribuinte na hipótese de ocorrer alienação das

merca-dorias no local do evento?

R.: Na hipótese de ocorrer alienação das

mercado-rias no local do evento, o contribuinte deverá emitir:

a) nota fiscal relativa à entrada simbólica, na qual

serão indicados os dados do documento

fis-cal que acobertou a remessa das mercadorias

para o local do evento;

b) nota fiscal com lançamento do IPI (se incidente

na operação), na qual será indicada, no

cam-po “Informações Complementares” do quadro

“Dados Adicionais”, a expressão: “O produto

sairá de ... sito na Rua ..., n

o

...,

na cidade de ...”.

(RIPI/2002, art. 341, VII)

dos a uso não do encomendante, mas de outro que os

receberá deste.

Em épocas de campanhas políticas, é comum a

produção de materiais de propaganda política,

deno-minados “santinhos”, pelos estabelecimentos

gráfi-cos, contendo a foto, o nome e o número do

candida-to, podendo conter, ainda, o curriculum e a proposta

de governo do candidato.

Esse tipo de formulário é considerado impresso

personalizado, pois são de uso exclusivo do

enco-mendante, sem qualquer efeito comercial. O objetivo

é fazer a propaganda do candidato a determinado

cargo político. Com a sua distribuição se atinge o fim

que é a divulgação deste, não sendo de utilização do

destinatário.

Quanto aos “santinhos” que contiverem outras

in-formações, como calendários, lista de telefones úteis

etc., em que pese estes se caracterizarem como

su-jeitos à incidência do ICMS, não descaracterizam o

caráter personalizado dos impressos de propaganda

política, pois visam mantê-los por mais tempo com a

pessoa que os recebe.

Desta forma, entendemos que os impressos de

propaganda política que contiverem outras

informa-ções que se caracterizem mercadoria (calendários,

telefones úteis etc.) estão sujeitos à tributação pelo

ISS, por não perderem a característica de impressos

personalizados.

Esse entendimento deflui da Lei Complementar

(federal) n

o

87/1996, art. 3

o

, V; da Lei Complementar

(federal) n

o

116/2003, Lista, item 17.06, e do

RICMS-BA/1997, art. 6

o

, XIV, “d”.

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