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Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 3712

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Rendimento de tomate tipo cereja em função da posição do cacho e de

doses de K

Janini Tatiane Lima Souza Maia1; Hermínia Emília Prieto Martinez1; Junia Maria Clemente1; Christiane de Fátima Martins França1; Lucas Alves Teixeira1;

Cândido Alves da Costa2

1 Universidade Federal de Viçosa – Departamento de Fitotecnia. Av. PH Rolfs, s/n, 36570-000 Viçosa –

MG, janinitatimaia@yahoo.com.br, hermina@ufv.br, clemente@yahoo.com.br, chrisagroufv@gmail.com lucassateixeira@hotmail.com

2Universidade Federal de Minas Gerais – Instituto de Ciências Agrárias. CP-135, 30404-006, Montes

Claros-MG, candido-costa@ica.ufmg.br

RESUMO

A produção do tomateiro é determinada pela porcentagem de frutos fixados e pelo tamanho destes. Consequentemente, essa produção pode ser influenciada pela posição da inflorescência no caule e da posição do fruto dentro do cacho. Dentre os nutrientes, o potássio é o mais abundante e que tem maior influencia sobre a qualidade dos frutos, uma vez que age nas plantas regulando reações de síntese e translocação de fotoassimilados. Dessa forma, objetivou-se com o presente trabalho avaliar a influência da posição do cacho floral e de doses crescentes de K sobre o rendimento do tomate do grupo cereja, em sistema hidropônico. O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições e os tratamentos foram constituídos pelas doses crescentes de potássio (6, 8, 10 e 12 mmol L-1) na solução de frutificação. Foram avaliados o número de frutos por cacho, peso médio dos frutos e do cacho, utilizando-se o esquema de parcela subdividida em que as doses corresponderam à parcela e a posição do cacho floral (1, 2, 3 e 4) à subparcela. Observou-se que a variação das doses de K na solução nutritiva não afetou o rendimento do tomateiro cereja. O número, o peso médio dos frutos e o peso médio do cacho variaram em função da posição do cacho floral.

PALAVRAS-CHAVE: Lycopersicon esculentum, solução nutritiva, nutrição mineral,

fotoassimilados

ABSTRACT

Yield of cherry tomato according to the position of the bunch and K doses

The production of tomato is determined by the percentage of fruit set and fruit size. Thus, this production may be influenced by the position of the inflorescence stem and the position of the fruit in the bunch. Among the nutrients, potassium is the most abundant and has greater influence on fruit quality acting on plants in the regulation of synthesis reactions and translocation of assimilates. View of the above, the aim this study to evaluate the influence of the position of the inflorescence and increasing doses de K on the yield of the cherry tomatoes in a hydroponic system. The experiment was conducted in the greenhouse of the Horticultural Department of the Federal University of Viçosa. The experimental design was completely randomized with four replicates and treatments were increasing levels of potassium (6, 8, 10 and 12 mmol L-1) in the nutrient solution fruiting. We evaluated the number of fruits per bunch, fruit weight and the bunch weight, using the split plot in which the doses corresponded to the amount and position of the inflorescence (1, 2, 3 and 4) was the subplot. We observed that the change in doses de K in the nutrient solution did not affect the yield of cherry tomato.

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The number, fruit weight and bunch weight varied depending on the position of the inflorescence.

Keywords: Lycopersicon esculentum, nutrition solution, mineral nutrition,

photoassimilates.

O mercado de tomate tem sido ampliado com o aumento da demanda pelos frutos grupo cereja, que tem recebido grande aceitação pelo consumidor. Além disso, tem despertado o interesse por parte dos produtores pelos lucros de mercado (Trani et al., 2003). Por ser uma hortaliça exótica, sempre é incorporada ao cardápio de restaurantes pelo seu tamanho reduzido, o que evita desperdício, e pela delicadeza da forma, o que dá requinte aos pratos (Machado et al., 2003). Devido a essa demanda, vem se intensificando o número de pesquisas que visam o estudo desse grupo (Rodrigues et al., 2008; Rocha, 2009; Gomes et al., 2011).

Dentre os nutrientes, o potássio é o mais abundante e que tem maior influencia sobre a qualidade dos frutos, uma vez que age nas plantas regulando reações de síntese (Taiz & Zeiger, 2004; Alvarenga, 2004). Participa ainda na translocação de fotoassimilados, elongação celular e reações enzimáticas relacionadas à fotossíntese, respiração, síntese de amidos, proteínas e lignina (Malavolta et al., 1989; Barreto & Bezerra Neto, 2000; Costa et al., 2001; Marenco & Lopes, 2005).

De acordo com Varga & Bruinsma (1981) a produção do tomateiro é determinada pela porcentagem de frutos fixados e pelo tamanho destes. Consequentemente, essa produção pode ser influenciada pela posição da inflorescência no caule e da posição do fruto dentro da inflorescência, uma vez que os primeiros cachos fixados e os frutos proximais dentro do cacho possuem maior força como drenos (Bertin, 1995). Bertin et al. (1998), avaliando a influencia da cultivar, da posição do frutos e conteúdo de sementes nos frutos sobre o peso dos mesmos, observaram que sob condições de maior competição, ou seja, com maior número de frutos por cacho, os frutos distais apresentaram menor tamanho em relação aos frutos proximais. Wattier et al. (2008) observaram em tomateiro cereja Vermelho, linha Blue Line (Topseed Garden®), cultivado em sistema hidropônico NFT em diferentes concentrações da solução nutritiva, que a produção de frutos variou em função da posição do cacho floral na planta.

Devido à potencialidade do cultivo do tomateiro cereja e pelos benefícios proporcionados pela adubação potássica na produção e qualidade dos frutos,

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objetivou-se com este trabalho avaliar a influência da posição do cacho floral e de doobjetivou-ses crescentes de K sobre o rendimento do tomate do grupo cereja, em sistema hidropônico.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em casa de vegetação do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, localizado na horta velha, no período de junho a outubro de 2010. Utilizou-se o mini tomate longa vida híbrido Sindy (Sakama).

A semeadura foi feita em espuma fenólica de 5 x 5 x 3,8 cm. As mudas foram irrigadas com solução nutritiva segundo Fernandes et al., (2002), a ½ da força iônica, com a freqüência de uma vez ao dia, após às 18 horas, de forma a saturar o substrato. Quando apresentaram de três a cinco folhas definitivas, foram transplantadas para o sistema de sub-irrigação, no espaçamento de 0,3 m entre plantas e uma fileira por calhetão, totalizando 10 plantas por parcela.

As parcelas experimentais foram constituídas por calhetões de cimento amianto de 0,85 m de largura na parte superior; 0,60 m de largura na base; 0,20 m de altura e 3,75 m de comprimento, impermeabilizados com as extremidades fechadas, preenchidos com argila expandida (cinasita) e dispostos em blocos ao acaso na casa de vegetação. A solução nutritiva foi fornecida por sub-irrigação, a partir do bombeamento do conteúdo de caixas de fibra, impermeabilizadas e com 1000 L de capacidade. Cada caixa forneceu a solução nutritiva correspondente aos tratamentos para quatro calhetões.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. As plantas foram cultivadas em solução de crescimento vegetativo com 100 % de força iônica contendo: 8; 2; 4; 2; 1; e 1 mmol L-1 de N, P, K, Ca, Mg, S e 35; 19; 21; 4; 0,9; e 0,7 µmol L-1 de Fe, Mn, B, Zn, Cu e Mo, respectivamente. Com emissão dos primeiros cachos a solução nutritiva ministrada foi a de frutificação contendo: 12; 3; 3; 1,5; 1,5 mmol L-1 de N, P, Ca, Mg, S e 59; 20; 25; 4; 1,3 e 0,7 µmol L-1 de Fe, Mn, B, Zn, Cu e Mo, respectivamente. Os tratamentos consistiram das diferentes concentrações de K na solução nutritiva, na fase reprodutiva das plantas, ou seja, variando de 6, 8, 10 e 12 mmol L-1. Tais formulações estão de acordo com trabalho realizado por Fernandes et al. (2002).

As plantas foram tutoradas com fitilho, e conduzidas com duas hastes, sendo a poda apical realizada quando cada planta tinha três folhas acima do quarto cacho. Quando

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cada cacho apresentou os frutos da base totalmente vermelhos, foram colhidos. Foram avaliados o número de frutos por cacho, peso médio dos frutos e do cacho, utilizando-se o esquema de parcela subdividida em que as doses corresponderam à parcela e a posição do cacho floral (1, 2, 3 e 4) à subparcela. Conforme a significância dos dados foi realizada a análise de regressão, utilizando-se o programa estatístico SAEG 9.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O número de frutos, o peso médio de frutos e o peso médio do cacho não apresentaram diferenças significativas em relação às doses, bem como a interação com a posição dos cachos pelo teste F a 5% de probabilidade. No entanto, tais variáveis foram influenciadas pelo efeito isolado da posição do cacho (Figura 1). Observa-se acréscimo gradativo no número de frutos e um declínio acentuado do peso médio dos mesmos com relação à posição do cacho. A produção dos frutos do quarto cacho foi mais tardia quando comparada aos demais cachos, ou seja, a planta já estava próxima aos 90 dias após o transplantio, e possivelmente a solução nutritiva já se encontrava desbalanceada, uma vez que as re-adições de nutrientes, conforme redução da condutividade elétrica até 30% de depleção, não supria a solução com a quantidade exata de nutrientes utilizadas pelas plantas. Watthier et al. (2008), avaliando o rendimento do tomate cereja Vermelho, linha Blue Line (Topseed Garden®) em função da aposição do cacho floral e da concentração de nutrientes da solução nutritiva observaram que a posição não influenciou as variáveis número de frutos, peso médio e peso do cacho. Já em melão rendilhado, conduzido com uma dou duas hastes, em três diferentes posições de fixação dos frutos, Maruyama et al. (2000) observaram que a posição do cacho floral não influenciou na massa média do fruto quando estes foram conduzidos em ramos do 5º ao 8º nós, 9º ao 11º nós e 12º ao 15º nós.

Do primeiro cacho produzido por planta ao quarto cacho, o peso dos frutos variou de 16 a 20 g, sendo que o número de frutos produzidos por cacho variou de 20 a 40 frutos. Tais resultados são superiores aos encontrados na literatura. Os frutos da cultivar Sweet Grape, submetida a diferentes relações de K:Ca:Mg, pesaram em média 9g (Abrahão et

al., 2011). Em média, o número de frutos por cacho e o peso médio do fruto foi de

18,58 e 11,94 g, respectivamente, em plantas de tomateiro Cereja Vermelho, sob diferentes concentrações salinas da solução nutritiva (Wattier et al., 2008).

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AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas gerais - FAPEMIG pelo apoio à participação no 52º Congresso Brasileiro de Olericultura.

REFERÊNCIAS

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Cacho 0 1 2 3 4 N F 0 15 20 25 30 35 40 45 82 , 0 12,23 * 65 , 6 ˆ 2 = + = r x Y Cacho 0 1 2 3 4 P M F ( g ) 0 14 15 16 17 18 19 20 21 22 79 , 0 21,41 * 4 , 1 ˆ 2 = + = r x Y Cacho 0 1 2 3 4 P M C ( g ) 0 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 88 , 0 ,2* 599,99 160 ˆ 2 = + = r x Y

Figura 1: Número de frutos (NF), peso médio de frutos (PMF) e peso médio do cacho

(PMC) em função da posição do cacho (1, 2, 3, 4) em plantas de tomateiro cereja híbrido Sindy, cultivado em sistema hidropônico (Number of fruits, average fruit weight and average bunch weight depending on the position of bunch). Viçosa, UFV, 2010.

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