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Modulo Metodologia Do Trabalho Científico

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Academic year: 2021

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Metodologia do trabalho científico Metodologia do trabalho científico 1º Semestre - 1º Tema

1º Semestre - 1º Tema 1º Período

1º Período

“Em educação, nenhuma oportunidade deve ser

“Em educação, nenhuma oportunidade deve ser perdida, tanto para aprender, quanto paraperdida, tanto para aprender, quanto para ensinar, como para sentir”.

ensinar, como para sentir”. Apresentação da disciplina Apresentação da disciplina

Querido Estudante! Querido Estudante!

A humanidade tem passado por mudanças significativas a partir das últimas décadas, A humanidade tem passado por mudanças significativas a partir das últimas décadas,  precisamente

 precisamente nesse nesse período período que que vem vem sendo sendo chamado chamado de de globalização. globalização. Desde Desde o o advento advento dada imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando o imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando o conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento. assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento. Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a necessidade do Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a necessidade do homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento  pluricultural, as

 pluricultural, as novas tecnologias da novas tecnologias da informação etc. Por informação etc. Por isso, investir isso, investir no estudo no estudo e na e na pesquisa,pesquisa, enfim, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito científico e do enfim, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito científico e do  pensamento c

 pensamento crítico e reflexivo é o mais srítico e reflexivo é o mais seguro método para alceguro método para alcançarmos o progançarmos o progresso da ciência eresso da ciência e da humanidade.

da humanidade.

 Nossa

 Nossa disciplina disciplina é é o o eixo eixo norteador norteador que que lhe lhe dará dará subsídios subsídios para para a a sistematização sistematização dosdos conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando a conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando a instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científicos importantes e instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científicos importantes e necessários para a sua vida profissional.

necessários para a sua vida profissional.

Vamos iniciar agora a disciplina “Metodologia do Trabalho Científico”. Ela está dividida em 2 Vamos iniciar agora a disciplina “Metodologia do Trabalho Científico”. Ela está dividida em 2  blocos e 4 tem

 blocos e 4 temas.as.

Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos que serão Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos que serão trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os conhecimentos trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os conhecimentos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos vivendo nos últimos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos vivendo nos últimos tempos.

tempos.

Desejo discernimento, iniciativa e

Desejo discernimento, iniciativa e realizações.realizações.

 Profª Ana Paula Amo  Profª Ana Paula Amorimrim  Edição revisad

 Edição revisada e ampliada pora e ampliada por: Profª. Naurelice : Profª. Naurelice Maia (tema 01), Profª. LeMaia (tema 01), Profª. Leila Cruz (tema 02),ila Cruz (tema 02),  Profª. Rita Cristiane Gu

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Metodologia do trabalho científico Metodologia do trabalho científico 1º Semestre - 1º Tema

1º Semestre - 1º Tema 1º Período

1º Período

“Em educação, nenhuma oportunidade deve ser

“Em educação, nenhuma oportunidade deve ser perdida, tanto para aprender, quanto paraperdida, tanto para aprender, quanto para ensinar, como para sentir”.

ensinar, como para sentir”. Apresentação da disciplina Apresentação da disciplina

Querido Estudante! Querido Estudante!

A humanidade tem passado por mudanças significativas a partir das últimas décadas, A humanidade tem passado por mudanças significativas a partir das últimas décadas,  precisamente

 precisamente nesse nesse período período que que vem vem sendo sendo chamado chamado de de globalização. globalização. Desde Desde o o advento advento dada imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando o imprensa, que pode ser considerado o grande marco distintivo da cultura moderna, quando o conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não conhecimento produzido e acumulado pela humanidade começou a ser socializado, não assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento. assistimos a tantas mudanças em termos de disseminação do conhecimento. Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a necessidade do Frente às sucessivas mudanças que vem ocorrendo no mundo, evidenciamos a necessidade do homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento homem estar preparado para as demandas sociais, o mercado de trabalho, o conhecimento  pluricultural, as

 pluricultural, as novas tecnologias da novas tecnologias da informação etc. Por informação etc. Por isso, investir isso, investir no estudo no estudo e na e na pesquisa,pesquisa, enfim, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito científico e do enfim, na construção do conhecimento, no desenvolvimento do espírito científico e do  pensamento c

 pensamento crítico e reflexivo é o mais srítico e reflexivo é o mais seguro método para alceguro método para alcançarmos o progançarmos o progresso da ciência eresso da ciência e da humanidade.

da humanidade.

 Nossa

 Nossa disciplina disciplina é é o o eixo eixo norteador norteador que que lhe lhe dará dará subsídios subsídios para para a a sistematização sistematização dosdos conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando a conhecimentos adquiridos em todas as outras disciplinas ao longo do curso, viabilizando a instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científicos importantes e instrumentalização de normas e procedimentos acadêmicos e científicos importantes e necessários para a sua vida profissional.

necessários para a sua vida profissional.

Vamos iniciar agora a disciplina “Metodologia do Trabalho Científico”. Ela está dividida em 2 Vamos iniciar agora a disciplina “Metodologia do Trabalho Científico”. Ela está dividida em 2  blocos e 4 tem

 blocos e 4 temas.as.

Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos que serão Portanto, nossa postura diante do curso, dos textos, das atividades e dos conteúdos que serão trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os conhecimentos trabalhados ao longo de todo o processo é que nos oportunizará absorver os conhecimentos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos vivendo nos últimos necessários para a compreensão das constantes mudanças que estamos vivendo nos últimos tempos.

tempos.

Desejo discernimento, iniciativa e

Desejo discernimento, iniciativa e realizações.realizações.

 Profª Ana Paula Amo  Profª Ana Paula Amorimrim  Edição revisad

 Edição revisada e ampliada pora e ampliada por: Profª. Naurelice : Profª. Naurelice Maia (tema 01), Profª. LeMaia (tema 01), Profª. Leila Cruz (tema 02),ila Cruz (tema 02),  Profª. Rita Cristiane Gu

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Bloco Temático 01

Bloco Temático 01

O conhecimento humano e a ciência O conhecimento humano e a ciência

O nosso primeiro bloco temático versa sobre “O conhecimento humano e a ciência”. Nesta O nosso primeiro bloco temático versa sobre “O conhecimento humano e a ciência”. Nesta oportunidade, são contempladas questões tais como: a formação humana, o conhecimento oportunidade, são contempladas questões tais como: a formação humana, o conhecimento (significação, principais elementos, tipos, registro e sistematização), a relação entre metodologia (significação, principais elementos, tipos, registro e sistematização), a relação entre metodologia e universidade, estudo, aprendizagem e l

e universidade, estudo, aprendizagem e leitura.eitura.

Conversaremos também acerca da ciência, suas concepções e características, buscando fazer um Conversaremos também acerca da ciência, suas concepções e características, buscando fazer um  panorama

 panorama de de sua sua natureza/estrutura natureza/estrutura e e dimensão. dimensão. Trataremos Trataremos ainda ainda da da metodologia metodologia científicacientífica enquanto recurso e instrumento para a ciência

enquanto recurso e instrumento para a ciência da educação.da educação.

Dentre as contribuições proporcionadas pelos conteúdos propostos neste

Dentre as contribuições proporcionadas pelos conteúdos propostos neste bloco temático consta abloco temático consta a formação contínua do estudante na qualidade de sujeito ativo e transformador que percebe seu formação contínua do estudante na qualidade de sujeito ativo e transformador que percebe seu entorno de modo reflexivo, crítico e criativo e se constitui enquanto produtor de conhecimento e entorno de modo reflexivo, crítico e criativo e se constitui enquanto produtor de conhecimento e saberes.

saberes.

O ser humano, a sociedade e o conhecimento O ser humano, a sociedade e o conhecimento  Nesse

 Nesse conteúdo conteúdo oferecemos oferecemos subsídios subsídios à à discussão discussão em em torno torno do do CONHECIMENTO, CONHECIMENTO, como como eleele acontece e quais os seus principais tipos com

acontece e quais os seus principais tipos com as respectivas características.as respectivas características. Esse conteúdo é muito importante pelo f

Esse conteúdo é muito importante pelo fato de o estudante do Ensino ato de o estudante do Ensino Superior estar lidando comSuperior estar lidando com ele durante os conteúdos propostos pelas diversas disciplinas ao longo do curso. Aumentando, ele durante os conteúdos propostos pelas diversas disciplinas ao longo do curso. Aumentando, cada vez mais, o conjunto de conhecimentos e saberes que conferem ao aluno a qualidade de cada vez mais, o conjunto de conhecimentos e saberes que conferem ao aluno a qualidade de estudante, de sujeito ativo e transformador, comprometido a CONHECER, buscar o estudante, de sujeito ativo e transformador, comprometido a CONHECER, buscar o conhecimento e organizá-lo sistematicamente, construindo seu próprio ser.

conhecimento e organizá-lo sistematicamente, construindo seu próprio ser.

Então vamos juntos nessa caminhada com determinação e disposição constante para a Então vamos juntos nessa caminhada com determinação e disposição constante para a aprendizagem!!!

aprendizagem!!!

Ser Humano , Conhecimento e Saber Ser Humano , Conhecimento e Saber

O que significa “Ser Humano”? O Ser Humano nasce já pessoa ou torna-se pessoa? O que significa “Ser Humano”? O Ser Humano nasce já pessoa ou torna-se pessoa? Como cada um de nós percebe a significação do humano mediante o contexto que vivencia Como cada um de nós percebe a significação do humano mediante o contexto que vivencia e as escolhas que faz?

e as escolhas que faz?

Que tal postar em nosso fórum, tópico “Ser Humano, Conhecimento e Saber”, possíveis Que tal postar em nosso fórum, tópico “Ser Humano, Conhecimento e Saber”, possíveis respostas e comentários para

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Esses e outros questionamentos remetem ao vasto campo de discussão que hoje se estabelece sobre a formação humana. Conforme o educador francês contemporâneo, Charlot (2000), nascer significa ver-se submetido à obrigação de aprender. Aprender  para construir-se em triplo processo de hominização (tornar-se homem), de singularização (tornar-se um exemplar único de homem), de socialização (tornar-se membro de uma comunidade,  partilhando seus valores e ocupando um lugar nela).

 Nesse triplo processo o ser humano vai construído seu próprio ser, se estabelecendo na qualidade de sujeito transformador, de ser da e para a relação... Para as diversas relações com o saber.

O conceito de relação com o saber

A relação com o saber é uma forma da relação com o mundo: é essa a proposição básica. Voltemos ao ponto de partida: a condição antropológica, fundamento de toda e qualquer elaboração teórica sobre a relação com o saber. "Por um lado", a criança enquanto indivíduo humano inacabado; "do outro", um mundo pré-existente e já estruturado. Mas, precisamente, não se deve situá-las assim, frente a frente, pois isso impedirá que se pense sua relação. A criança não é um objeto incompleto situado em um "ambiente" (um conjunto de outros objetos em torno dela). Situar o problema em termos de ambiente é precipitar-se em inextricáveis dificuldades,  pois, assim, é-se obrigado a raciocinar em termos de influências do ambiente sobre a criança. Mas "a influência" não influencia senão quem se deixa influenciar por essa influência... Um evento, um lugar, uma pessoa produzem efeitos sobre tal indivíduo sem por isso surtir obrigatoriamente um efeito sobre outro indivíduo, que apresenta no entanto as mesmas características objetivas. Em outras palavras, um é "influenciado" e o outro, não. Para entender isso, deve-se procurar a relação que existe entre cada um desses indivíduos e esse evento, esse lugar, etc. Isso quer dizer que, na verdade, a "influência" é uma relação e, não, uma ação exercida pelo ambiente sobre o indivíduo [...].

A relação com o saber é relação de um sujeito com o mundo, com ele mesmo e com os outros. É relação com o mundo como conjunto de significados, mas, também, como espaço de atividades, e se inscreve no tempo. Precisemos esses três pontos.

O mundo é dado ao homem somente através do que ele percebe, imagina, pensa desse mundo, através do que ele deseja, do que ele sente: o mundo se oferece a ele como conjunto de significados, partilhados com outros homens. O homem só tem um mundo porque tem acesso ao universo dos significados, ao "simbólico"; e nesse universo simbólico é que se estabelecem as relações entre o sujeito e os outros, entre o sujeito e ele mesmo. Assim, a relação com o saber, forma de relação com o mundo, é uma relação com sistemas simbólicos, notadamente, com a linguagem.

 Nem por isso devemos esquecer que o sujeito e o mundo não se confundem. O homem tem um corpo, é dinamismo, energia a ser despendida e reconstituída; o mundo tem uma materialidade, ele preexiste, e permanecerá, independentemente do sujeito. Apropriar-se do mundo é também apoderar-se materialmente dele, moldá-lo, transformá-lo. O mundo não é apenas conjunto de

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atividade do sujeito. E exatamente para marcar essa "exterioridade" do mundo e do sujeito é que eu falo em "relação" com o saber, de preferência a "ligação" com o saber: o termo "relação" indica melhor que o sujeito se relaciona com algo que lhe é externo (Mosconi, in Beillerot, Blanchard-Laville, Mosconi et al., 1996).

Por fim, a relação com o saber é relação com o tempo. A apropriação do mundo, a construção de si mesmo, a inscrição em uma rede de relações com os outros - "o aprender" - requerem tempo e  jamais acabam. Esse tempo é o de uma história: a da espécie humana, que transmite um  patrimônio a cada geração; a do sujeito; a da linhagem que engendrou o sujeito e que ele engendrará. Esse tempo não é homogêneo, é ritmado por "momentos" significativos, por ocasiões, por rupturas; é o tempo da aventura humana, da espécie, do indivíduo. Esse tempo, por fim, se desenvolve em três dimensões, que se interpenetram e se supõem uma à outra: o presente, o passado, o futuro.

São essas as dimensões constitutivas do conceito de relação com o saber. Analisar a relação com o saber é estudar o sujeito confrontado à obrigação de aprender, em um mundo que ele partilha com outros: a relação com o saber é relação com o mundo, relação consigo mesmo, relação com os outros. Analisar a relação com o saber é analisar uma relação simbólica, ativa e temporal. Essa análise concerne à relação com o saber que um sujeito singular inscreve num espaço social.

CHARLOT, Bernard.A relação com o saber: conceitos e definições. Disponível em:

< http://pedagogia.incubadora.fapesp.br/portal >Acesso em: 14 nov. 2006.

Desta forma, a construção/autoconstrução humana ocorre de modo processual e contínuo, na infinita teia das inter-relações, contribuindo à construção social da realidade.

A compreensão de uma sociedade só é possível quando seu estudo se dá de modo abrangente, envolvendo aspectos diversos, e muitas vezes entrelaçados, como religiosidade, relação com a morte, cotidiano, organização, entre outros

Você já se indagou sobre todo este conhecimento e informações que nos deparamos em nosso dia-a-dia?

Como você pensa que esse conhecimento é produzido? Para você existem tipos diferenciados de conhecimento? Quem produz esses conhecimentos?

Você produz conhecimento? Como? E então para você...

Como ocorre o conhecimento?

Qual o papel e importância do ato de pesquisar e de estudar neste processo de aquisição e produção de conhecimento?

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Pois é... Estas e muitas outras indagações serão discutidas ao longo dos nossos estudos e teremos o prazer de manter diálogos investigativos em nosso fórum de discussão para, cada vez mais, conhecermos essas questões.

O Ato de conhecer

O século XXI se apresenta como a Era do Conhecimento. Nos meios políticos, econômicos, acadêmicos, por toda a parte houve-se dizer que o conhecimento é a moeda corrente e a informação é matéria prima que constrói o conhecimento. Mas que informações, que conhecimento? Conhecimento racional construído pelos setores intelectualizados da sociedade que considera os fora da Universidade como seres de segunda categoria? Conhecimento afetivo,  perceptivo, construído a partir da subjetividade individual entrelaçado nas inter-relações  pessoais?

Desde cedo, os mestres nos falam da necessidade de aprender a conhecer o mundo e  posteriormente da necessidade de autoconhecimento.

Agora que você já visualizou a animação ”Caçador de Mim” e esteve diante dos questionamentos propostos em torno do autoconhecer e de suas implicações na qualidade de movimento educativo, importa pensar sobre a nossa intencionalidade perante o processo de construção dos saberes, importa pensar as finalidades do educar...

Nessa perspectiva, qual seria um dos maiores objetivos do ato de conhecer?

Comumente, as pessoas entram na engrenagem do conhecimento do mundo sem colocar em  pauta o que significa conhecer. Todavia, à medida que nos defrontamos, na relação com o

mundo, com os vários campos e formas de conhecimento. Entramos num emaranhado de conceitos.

Então percebemos que quase não tematizamos questões básicas como:

• Quem conhece? • Como Conhece? • Para que conhece?

• O conhecimento verdadeiro

é o conhecimento objetivo?

• E o conhecimento subjetivo

é falso?

Hoje recebemos passivamente, através das instituições escolares, um modelo de conhecimento imposto pela ideologia do sistema tecnocrata. É o modelo, muitas vezes deturpado, do conhecimento científico.

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Esse modelo tem a sua razão de ser, expressa um modo de conhecer e dominar racionalmente a realidade, mas não deveria ser a única abordagem. E mais ainda, esse modelo se acha comprometido muitas vezes com os interesses e discursos ideológicos de dominação social.

O estudo desses problemas nos remete à constatação de controvertidas respostas a exigir uma análise esclarecedora do sentido do conhecimento.

Então, finalmente, o que é conhecimento?

Partindo da etimologia da palavra, o termo conhecimento vem do latim cognoscere, que significa conhecer pelos sentido.

É o pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido.

Modos de Conhecer

O conhecimento também pode ser definido como a manifestação da consciência-de-conhecer. Em outras palavras, ele existe quando o indivíduo consegue explicar um “dado” vivido. Portanto, o conhecimento e/ou o ato de conhecer existe como forma de solução de problemas próprios e comuns à vida.

 No dia-a-dia, o ato de conhecer se manifesta tão natural que nem nos damos conta da sua complexidade. Visto que existem múltiplas interpretações a respeito do real, diversos são os modos de significar o conhecimento. Só o exame nos possibilita compreender o que está sendo  passado de obscuro e de ideológico no meio cultural, e recebido por nós, na maioria das vezes

sem nenhuma crítica.

Uma síntese de como ocorre o conhecimento no homem.

Então...

O conhecimento é o atributo geral que tem os seres vivos de reagir ativamente ao mundo circundante, na medida de sua organização biológica e no sentido de sua sobrevivência. O homem, utilizando de suas capacidades, procura conhecer o mundo que o rodeia, o conhecimento, a informação, enfim, a prática de vida resulta em conhecimentos.

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À primeira vista pode até parecer complicado, mas é só impressão... À primeira vista pode até parecer complicado, mas é só impressão... Entender o conhecimento é entender a nossa realidade.

Entender o conhecimento é entender a nossa realidade.

Vamos pensar em respostas possíveis para as questões abaixo? Essas reflexões convidam outras Vamos pensar em respostas possíveis para as questões abaixo? Essas reflexões convidam outras questões? Quais?

questões? Quais?

Na produção do conhecimento, qual é o

Na produção do conhecimento, qual é o ponto deponto de partida? partida? O sujeito? O sujeito? O objeto? O objeto?  A relação e

 A relação entre sujeitntre sujeito e objeto?o e objeto?

E, no cotidiano escolar, qual o

E, no cotidiano escolar, qual o ponto de partida paraponto de partida para produção dos saberes?

produção dos saberes? De que modo a

De que modo a experiência e o envolvimento seexperiência e o envolvimento se

constituem como elementos indispensáveis à produção constituem como elementos indispensáveis à produção dos saberes?

dos saberes?

Você sabia que a “incerteza” é

Você sabia que a “incerteza” é favorável aofavorável ao conhecimento e, especialmente, à construção da

conhecimento e, especialmente, à construção da nossanossa  práxis enquanto e

 práxis enquanto educadores e edducadores e educadoras?ucadoras? Sua participação é f

Sua participação é fundamental! Estamos aguardando!undamental! Estamos aguardando!

Então, para compreendermos de fato esse assunto vamos lançar o olhar sobre a Teoria do Então, para compreendermos de fato esse assunto vamos lançar o olhar sobre a Teoria do Conhecimento.

Conhecimento.

A Teoria do Conhecimento

A Teoria do Conhecimento

A Teoria do Conhecimento é uma explicação ou interpretação filosófica do conhecimento A Teoria do Conhecimento é uma explicação ou interpretação filosófica do conhecimento humano. É também denominada de filosofia da

humano. É também denominada de filosofia da ciência, e tem seus fundamentos estabelecidos deciência, e tem seus fundamentos estabelecidos de acordo com cada perspectiva de

acordo com cada perspectiva de interpretação.interpretação.

A Teoria do Conhecimento tem os seus fundamentos estabelecidos de acordo com cada A Teoria do Conhecimento tem os seus fundamentos estabelecidos de acordo com cada  perspectiva

 perspectiva de de interpretação, interpretação, constituindo constituindo assim assim diferentes diferentes correntes correntes do do conhecimento como: conhecimento como: oo dogmatismo, o ceticismo, o criticismo, o

dogmatismo, o ceticismo, o criticismo, o idealismo, o realismo, etc.idealismo, o realismo, etc.  No

 No conhecimento encontram-se fconhecimento encontram-se frente rente a a frente frente a a consciência e consciência e o o objeto, o objeto, o sujeito e sujeito e o o objeto. Oobjeto. O conhecimento apresenta-se como uma relação entre estes dois elementos, que nela permeiam conhecimento apresenta-se como uma relação entre estes dois elementos, que nela permeiam eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento.

conhecimento.

A relação entre os dois elementos é ao mesmo tempo uma correlação. O sujeito só é sujeito para A relação entre os dois elementos é ao mesmo tempo uma correlação. O sujeito só é sujeito para um objeto e o objeto para um sujeito. Ambos só são o que são enquanto o são para o outro. Mas um objeto e o objeto para um sujeito. Ambos só são o que são enquanto o são para o outro. Mas esta correlação não é reversível. Ser sujeito é algo completamente distinto de ser objeto. A esta correlação não é reversível. Ser sujeito é algo completamente distinto de ser objeto. A função do sujeito consiste em apreender o

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Os homens são os únicos seres que possuem razão, capacidade de relacionar, e ir além da Os homens são os únicos seres que possuem razão, capacidade de relacionar, e ir além da realidade imediata. O conhecimento é uma forma de estar no mundo, e o processo do realidade imediata. O conhecimento é uma forma de estar no mundo, e o processo do conhecimento mostra aos homens que eles jamais são alguma coisa pronta na medida em que conhecimento mostra aos homens que eles jamais são alguma coisa pronta na medida em que estão sempre nascendo de novo, quando têm a coragem de

estão sempre nascendo de novo, quando têm a coragem de se mostrar abertos diante da realidade.se mostrar abertos diante da realidade. A capacidade dos homens pode:

A capacidade dos homens pode:

FAZER CONHECIMENTO

FAZER CONHECIMENTO USAR CONHECIMENTOUSAR CONHECIMENTO POSICIONAR-SE DIANTEPOSICIONAR-SE DIANTEDO CONHECIMENTODO CONHECIMENTO ESTAR

ESTAR CRIATIVAMENTE  CRIATIVAMENTE  NO MUNDO NO MUNDO ESTARESTARSIMPLESMENTE SIMPLESMENTE  NO MUNDO NO MUNDO ESTARESTARCRITICAMENTE CRITICAMENTE  NO MUNDO NO MUNDO

estar aberto para reavaliar a própria estar aberto para reavaliar a própria

capacidade no trabalho do capacidade no trabalho do

conhecer  conhecer 

usa alguma coisa que já está usa alguma coisa que já está  pronta, acabada, definitiva,  pronta, acabada, definitiva,

conforme determinado conforme determinado conhecimento considerado como conhecimento considerado como

suficiente suficiente

implica colocar a relação do implica colocar a relação do fazer e do usar de maneira fazer e do usar de maneira

dialética dialética TIPOS DE CONHECIMENTO TIPOS DE CONHECIMENTO Conhecimento Popular Conhecimento Popular

Denominado de popular ou senso comum, resulta do modo espontâneo e corrente de

Denominado de popular ou senso comum, resulta do modo espontâneo e corrente de conhecer. Éconhecer. É o conhecimento do dia-a-dia e se

o conhecimento do dia-a-dia e se obtém pela experiência cotidiana.obtém pela experiência cotidiana.

É o modo comum, espontâneo ou pré-crítico da maioria das pessoas conhecer; vem da tradição É o modo comum, espontâneo ou pré-crítico da maioria das pessoas conhecer; vem da tradição ou do ouvir-dizer dentro da

ou do ouvir-dizer dentro da sociedade [...].sociedade [...].

Cada um ao longo de sua vida vai acumulando experiências, interiorizando tradições, Cada um ao longo de sua vida vai acumulando experiências, interiorizando tradições, reforçando-as com novos

reforçando-as com novos comportamentos e armazenando, assim, comportamentos e armazenando, assim, conhecimentoconhecimentos.s.

Surge fragmentariamente, sem método ou sistema conforme as ocasiões da vida aparecem; tal Surge fragmentariamente, sem método ou sistema conforme as ocasiões da vida aparecem; tal conhecimento não é procurado por si, mas acontecimentos da vida familiar, profissional, conhecimento não é procurado por si, mas acontecimentos da vida familiar, profissional, religiosa e social colocam a pessoa ao

religiosa e social colocam a pessoa ao par de informações[...].par de informações[...].

Este conhecimento atinge o fato, o fenômeno sem se preocupar com leis mais gerais que o Este conhecimento atinge o fato, o fenômeno sem se preocupar com leis mais gerais que o explique, por isso gera certezas intuitivas e

explique, por isso gera certezas intuitivas e pré-criticas.pré-criticas.

CAMARGO, Marculino.

CAMARGO, Marculino.Filosofia do Conhecimento e Ensino-Filosofia do Conhecimento e Ensino-Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 48-49Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 48-49

Algumas características desse tipo de conhecimento: Algumas características desse tipo de conhecimento:

a)

a) Sensitivo:Sensitivo: É a característica que se dá segundo a faculdade do sujeito cognoscente em É a característica que se dá segundo a faculdade do sujeito cognoscente em sentir aquilo que lhe é meramente agradável ou desagradável. [...] Nessa característica, o sentir aquilo que lhe é meramente agradável ou desagradável. [...] Nessa característica, o homem em seu processo de conhecimento não consegue discernir o essencial do homem em seu processo de conhecimento não consegue discernir o essencial do acidental, apreendendo apenas aspectos externos dos objetos e

acidental, apreendendo apenas aspectos externos dos objetos e dos fatos [..].dos fatos [..]. b)

b) Superficial:Superficial:  Retém-se, nesse caso, aquilo que é aparente, sem ater-se à análise de  Retém-se, nesse caso, aquilo que é aparente, sem ater-se à análise de antecedentes e conseqüentes que provocam a ocorrência do fenômeno. Exemplificando, antecedentes e conseqüentes que provocam a ocorrência do fenômeno. Exemplificando, toma-se consciência de que os corpos caem até o solo ou sobre um outro objeto apoiado toma-se consciência de que os corpos caem até o solo ou sobre um outro objeto apoiado na terra. No

na terra. No dia-a-dia, o homem pode contentar-se com dia-a-dia, o homem pode contentar-se com essa observação, achando ser issoessa observação, achando ser isso tão comum e tão simples que não procura uma explicação para o fato, não constata por tão comum e tão simples que não procura uma explicação para o fato, não constata por

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conseqüência o que Isaac Newton demonstrou: que a matéria em uma relação equacional conseqüência o que Isaac Newton demonstrou: que a matéria em uma relação equacional e que a força

e que a força de atração entre os corpos é de atração entre os corpos é denominada gravidade.denominada gravidade. c)

c) Subjetivo:Subjetivo: Há, nesse caso, uma concepção individual e particular das coisas que estão Há, nesse caso, uma concepção individual e particular das coisas que estão dispostas no cosmo. Trata-se de um conhecimento direto com o

dispostas no cosmo. Trata-se de um conhecimento direto com o mundo objetivo imediato,mundo objetivo imediato, em que se projeta o

em que se projeta o eu individual com a sua competência espontânea e sensitiva.eu individual com a sua competência espontânea e sensitiva. d)

d) Destituído de métodoDestituído de método  (assistemático): Não possui definições metodológicas que  (assistemático): Não possui definições metodológicas que  permitem a ordenação intencional e generalizada de fases que viabilizem a construção de  permitem a ordenação intencional e generalizada de fases que viabilizem a construção de um modelo inteligível, simples, preciso e verificável do mundo em que se vive. um modelo inteligível, simples, preciso e verificável do mundo em que se vive. Consequentem

Consequentemente, o saber ente, o saber é dispersivo e é dispersivo e assistemático.assistemático.

e) Impregnado de projeções psicológicas

e) Impregnado de projeções psicológicas :: Trata-se de um conhecimento impregnado deTrata-se de um conhecimento impregnado de

ilusões e paixões. Tal é

ilusões e paixões. Tal é o caso das superstições.o caso das superstições.

BARROS, Aidil Jesus da

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.Fundamentos de MetodologiaFundamentos de Metodologia Científica

Científica: um guia para a : um guia para a iniciação científica. 2ª ed. São Paulo: Paerson, 2006. p.33iniciação científica. 2ª ed. São Paulo: Paerson, 2006. p.33

CONHECIMENTO CIENTÍFICO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

É o conjunto organizado de conhecimentos sobre um determinado objeto, em especial obtidos É o conjunto organizado de conhecimentos sobre um determinado objeto, em especial obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Caracterizando-se pela mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Caracterizando-se pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de  predizer com seg

 predizer com segurança eventos urança eventos futuros. Ele explica ofuturos. Ele explica os fenômenos s fenômenos e não só os ae não só os apreende.preende.

O conhecimento científico é factual [...], denotando coisas que existem no espaço e no tempo. O conhecimento científico é factual [...], denotando coisas que existem no espaço e no tempo. O conhecimento científico é verificável ou demonstrável; ele se baseia num método de O conhecimento científico é verificável ou demonstrável; ele se baseia num método de observação, formulação de hipótese e demonstração; com este processe atinge as causas da observação, formulação de hipótese e demonstração; com este processe atinge as causas da realidade, formulando leis gerais

realidade, formulando leis gerais comprovadamecomprovadamente.nte.

O conhecimento científico é analítico enquanto disseca ou dissocia aspectos do fenômeno, O conhecimento científico é analítico enquanto disseca ou dissocia aspectos do fenômeno, decompondo o todo para perceber as interconexões a fim

decompondo o todo para perceber as interconexões a fim de remontar ou sintetizar de remontar ou sintetizar novamente.novamente. O conhecimento científico é metódico e sistemático, rigoroso e crítico, acumulativo e falível: a O conhecimento científico é metódico e sistemático, rigoroso e crítico, acumulativo e falível: a ciência se constrói, faz e

ciência se constrói, faz e refaz caminhos.refaz caminhos.

CAMARGO, Marculino.

CAMARGO, Marculino.Filosofia do Conhecimento e Ensino-AprendizagemFilosofia do Conhecimento e Ensino-Aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 47-48. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 47-48

CONHECIMENTO FILOSÓFICO CONHECIMENTO FILOSÓFICO

Em sentido etimológico, Filosofia significa devotamento à sabedoria / amigo da sabedoria, isto é, Em sentido etimológico, Filosofia significa devotamento à sabedoria / amigo da sabedoria, isto é, interesse em acertar nos julgamentos sobre a verdade e a falsidade, sobre o bem e sobre o mal. interesse em acertar nos julgamentos sobre a verdade e a falsidade, sobre o bem e sobre o mal. Veja de que modo Marilena Chauí nos convida ao entendimento da atitude e da reflexão Veja de que modo Marilena Chauí nos convida ao entendimento da atitude e da reflexão filosófica e da atitude crítica.

filosófica e da atitude crítica. A atitude filosófica

A atitude filosófica

Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer  perguntas inesperadas. Em vez de "que horas são?" ou

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tempo? Em vez de dizer "está sonhando" ou "ficou maluca", quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão?

Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas perguntas, suas afirmações por outras: “Onde há fumaça, há fogo”, ou “não saia na chuva para não ficar resfriado”, por: O que é causa? O que é efeito?; “seja objetivo”, ou “eles são muito subjetivos”, por: O que é a objetividade? O que é a subjetividade?; “Esta casa é mais bonita do que a outra”, por: O que é “mais”? O que é “menos”? O que é o belo?

Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê? Se, em vez de falar na subjetividade dos namorados, inquirisse: O que é o amor? O que é o desejo? O que são os sentimentos?

Se, em lugar de discorrer tranqüilamente sobre “maior” e “menor” ou “claro” e “escuro”, resolvesse investigar: O que é a quantidade? O que é a qualidade?

E se, em vez de afirmar que gosta de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferisse analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade?

Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a indagar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência.

Ao tomar essa distância, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica.

Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido.

Perguntaram, certa vez, a um filósofo: “Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Disponível em: <http://www.pfilosofia.pop.com.br/03_filosofia/ 03_01_convite_a_filosofia/convite_a_filosofia.htm>. Acesso em: 09 nov. 2006

A atitude crítica

A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz e pensa”, ao estabelecido.

A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e uma interrogação sobre como

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tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica.

A face negativa e a face positiva da atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica e pensamento crítico.

A Filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum e, portanto, começa dizendo que não sabemos o que imaginávamos saber; por isso, o patrono da Filosofia, o grego Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer: “Sei que nada sei”. Para o discípulo de Sócrates, o filósofo grego Platão, a Filosofia começa com a admiração;  já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a Filosofia começa com o espanto.

Admiração e espanto significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro, através de nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se não tivéssemos tido família, amigos, professores, livros e outros meios de comunicação que nos tivessem dito o que o mundo é; como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e  precisássemos perguntar o que é, por que é e como é o mundo, e precisássemos perguntar

também o que somos, por que somos e como somos.

CHAUI, Marilena.Convite à Filosofia. Disponível em: Pfilosofia.pop.com.br. Acesso em: 09 nov. 2006

A reflexão filosófica

Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.

A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo  para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.  Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se

relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações.

A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações. A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões: 1. Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos?

2. O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?

3. Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?

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Essas três questões podem ser resumidas em: O que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a seguinte pergunta: Nossas crenças cotidianas são ou não um saber verdadeiro, um conhecimento?

Como vimos, a atitude filosófica inicia-se indagando: O que é? Como é? Por que é?, dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam. São  perguntas sobre a essência, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas.

Já a reflexão filosófica indaga: Por quê?, O quê?, Para quê?, dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.

CHAUI, Marilena.Convite à Filosofia. Disponível em:

<http://www.pfilosofia.pop.com.br/03_filosofia/03_01_convite_a_filosofia/convite_a_filosofia.htm>. Acesso em: 09 nov. 2006

O quadro a seguir apresenta reflexões sobre a experiência que, conforme Platão e Aristóteles,  proporcionam ao ser humano o empenho do pensar filosoficamente. Essa experiência

corresponde ao thauma, perplexidade...

Admiração e Desbanalização

Platão e Aristóteles deram à filosofia uma de suas melhores definições. Eles viram a filosofia como um discurso admirado e/ou espantado com o mundo. É difícil abandonar a idéia, que vem dos clássicos gregos, de que um discurso que fala sobre o mundo e que responde questões do tipo “o que é um raio?”, “como acontece um raio?”, é um discurso curioso – como discurso da ciência –, mas que não denota alguém tão admirado e/ou tão espantado quanto aquele que  pergunta “o que é o que é ?” – uma pergunta do discurso filosófico. As perguntas da filosofia

mostram uma atitude de máxima admiração, pois demonstram inquietude com aquilo que até então era o mais banal. Se alguém pergunta “o que é o que é ?”, este alguém está criando a

desbanalização de algo superbanal, que é a condição de ser , o que até então não havia

 preocupado ninguém. Nós, por exemplo, estamos cotidianamente preocupados em saber coisas que não sabíamos. Agora, perguntar pelo ser   das coisas que queremos saber o que são, nos

 parece meio fora de propósito – por que teríamos de perguntar pelo que é tão banal? Ora, o que a filosofia faz, na acepção tradicional que vem de Platão e Aristóteles, é justamente isto: ela põe certas perguntas que nos obrigam a olhar o banal como não mais banal. A filosofia, então, é o vocabulário com o qual desbanalizamos o banal. Tudo com o qual estamos acostumados fica sob suspeita, sob o crivo de uma sentença indignada – e, assim, deixamos de nos ver acostumados com as coisas às quais, até então, estávamos acostumados!

GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Que é Filosofia?  Disponível em: <http://www.pfilosofia.pop.com.br/03_filosofia/ 03_07_leia_tam_bem/leia_tambem_16.htm> . Acesso em: 09 nov. 2006

CONHECIMENTO RELIGIOSO

O conhecimento religioso supõe e exige a autoridade divina; nela se fundamenta e só a ela atende. Apóia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas).

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mundo. O Objetivo é detectar um princípio e um fim unívoco no que se refere à gênese essencial e existencial do cosmo. A teologia tem por objetivo de estudo os princípios da vida enquanto estes têm a sua causa suficiente em outro ser.

É o estudo do Absoluto e da relação que existe entre Absoluto X relativo. [...] Há, nesse nível de conhecimento, a reflexão sobre a essência e a existência naquilo que elas têm como causa  primeira e última de toda a vida. [...] Do ponto de vista teológico, a existência divina é evidente, e evidencia não se demonstra e nem se experimenta (pr1ocedimento experimental), mas analisa, interpreta-se e explica-se.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia Científica: um guia para a iniciação científica. 2ª ed. São Paulo: Paerson, 2006. p.36.

Apesar desta separação "metodológica" e categórica no processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito pode penetrar nas diversas categorias. Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voltado ao estudo da física, pode ser praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.

Agora, busque ativar sua memória e tente relacionar os diversos tipos de conhecimento destacando as principais características de cada um deles e/ou associando à prática pedagógica. Lembre-se, é para buscar na memória... Não vale olhar no texto. Utilize-o apenas para verificar se suas observações estavam corretas, ok?! Confiamos em você e aguardamos sua participação em nosso fórum!

Concepções de Ciência

O homem sempre empreendeu esforços em busca da verdade, da compreensão do real, da explicação de sua natureza interna e da natureza externa que o cerca, sempre buscando dar conta das razões de sua existência, a melhor maneira de superar os desafios. Nas diferentes dimensões do conhecimento humano, o homem apresenta respostas e avança na compreensão do mundo. Visto que a ciência é fruto da tendência humana para procurar respostas e justificações positivas e convincentes, nesse conteúdo iremos analisar a natureza da ciência, conceituando seu aspecto lógico como método de raciocínio e de inferência acerca dos fenômenos já conhecidos ou a serem investigados.

A ciência aumentou sobremaneira a capacidade de instrumentalização do homem. Desenvolvendo tecnologias avançadas, liberou a mão de obra para atuar na área de serviços e  pesquisas científicas. À medida que a ciência avança, o indivíduo se torna cada vez mais capaz

de dominar as circunstâncias à sua volta. A Ciência

Do latim scientia, isto é, conhecimento, arte, habilidade.

A ciência pode ser entendida como uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar.

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Para Ander-Egg (1978) a ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodologicamente sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza.

Para Freire-Maia (1991) a ciência é um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial (metodologia científica).

Desses conceitos emana a característica de apresentar a ciência como um pensamento racional, objetivo, lógico e confiável.

São múltiplos os olhares lançados sobre a ciência, gerando diversas correntes do pensamento. Vejamos as considerações realizadas por Barros e Lehfeld sobre duas dentre essas correntes e seus principais postulados:

Positivismo

A Ciência é uma postura epistemológica representada pela maturidade do espírito humano. A imaginação está subordinada à observação. A Ciência é eminentemente  programática. O critério de definição sobre um conhecimento verdadeiro é um consenso entre humanos de boa-fé, competentes etc. O grande expoente do positivismo é Augusto Comte, que defende a tese de que o homem, em seu processo de conhecimento, assume três estágios de explicação: teológico; metafísico; positivo ou científico. No primeiro item, estão contidas as explicações mitológicas; no segundo, as explicações místicas e, só no terceiro as científicas. Positivamente, a Ciência trata de  perscrutar e de encontrar ligações e descrições de

como os fatos ocorrem.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia Científica: um guia para a iniciação científica. 2ª ed. São Paulo: Paerson, 2006. p.42

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Dialética

A Ciência é definida como sendo o ato de se conhecer a análise do  processo do fenômeno como uma  parte do processo do conhecimento, realizada a partir de uma consciência crítica. A dialética não explica, não dá esquema de interpretação, ela [...] prepara os quadros da explicação. Assim sendo, a concepção dialética de Ciência reproduz um sistema de conhecimento em desenvolvimento que permite a elaboração de conceitos concernentes às atividades do individuo e, portanto, estabelece  previsões a respeito da transformação da realidade e da sociedade.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.

Fundamentos de Metodologia Científica: um guia para a iniciação científica. 2ª ed. São Paulo: Paerson, 2006. p.43.

Concepções da ciência

 Não existe uma única concepção de ciência. Podemos dividí-la em períodos históricos, cada um com modelos e paradigmas teóricos diferentes a respeito da concepção de mundo, de ciência e de método, destacando-se três grandes concepções: a ciência grega, que abrange o período que vai do século VIII a.C. até o final do século XVI; a ciência moderna, do século XVII até o início do século XX; e a ciência contemporânea, que surge no início deste século até nossos dias.

Com os gregos, a ciência é tida e conhecida como filosofia da natureza. Tinha como única  preocupação a busca do saber, a compreensão da natureza das coisas e do homem.

A concepção de ciência moderna opõe-se à ciência grega e ao dogmatismo religioso. Propõe como caminho do conhecimento, o caminho da ciência, através do experimentar, do medir e comprovar. Surge o cientificismo, isto é, a crença de que o único conhecimento válido era o científico e de que tudo poderia ser conhecido pela ciência.

A visão contemporânea de ciência centra-se na incerteza e na ruptura com o cientificismo (dogmatismo e a certeza da ciência). É o contexto de crise da ciência e da ruptura do paradigma cartesiano, fundamentado na experiência e adotando a indução e a confirmabilidade para constatar a certeza de seus enunciados.

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Os mitos da ciência

 Nos últimos três séculos, a ciência e a tecnologia foram capazes de alterar a face do mundo, com mudanças tão radicais como nunca se teve notícia antes. Era inevitável que se criasse uma aura em torno desse saber e desse poder, fazendo surgir, lá onde se pensava apenas existires as luzes da razão, algumas regiões “nebulosas”, os mitos da ciência.

Esses mitos atingem leigos e cientistas, maravilhados com o rigor do saber e a eficácia da técnica, alcançando a sociedade como um todo, sempre que os critérios da razão instrumental  [...] passam a interferir nos domínios da vida afetiva, fazendo com que a

ciência e a técnica se desviem de sua destinação humana. O mito do cientificismo

À medida que a ciência se mostrou capaz de compreender a realidade de forma mais rigorosa, fazendo previsões e transformando o mundo, houve a tendência de desprezar as demais abordagens da realidade, tais como o mito, a religião, o bom senso da vida cotidiana, as intuições da vida afetiva, a arte e a filosofia, que passaram a ser consideradas formas “menores” de conhecimento.

A confiança total na ciência valoriza apenas a recionalidade científica, como se ela fosse a única forma de resposta às perguntas que fazemos. Essa maneira de pensar começa com os  primeiros sucessos da ciência, e foi valorizada no século XIX pelo filósofo francês

Augusto Comte, fundador do positivismo [...].

Os críticos desse exagerado otimismo acusam o cientificismo de criar formas destrutivas e opressivas tanto da natureza quanto do ser humano. O filósofo alemão Max Weber (1864-1920) percebe que a formalização da razão, tendo em vista o rendimento e a eficácia, caminha ao lado do desencantamento do mundo, agora despojado de seus aspectos

míticos, sagrados, para se tornar mecânico e casual.

Também os pensadores da Escola de Frankfurt, como Horkheimer e Adorno, criticam a  predominância da razão instrumental controladora – responsável por reduzir a atuação humana ao campo da eficácia, além de fazer esquecer que a relação do ser humano com a natureza não deve ser de dominação, mas harmonia [...].

O mito da neutralidade científica

A ciência é um tipo de saber capaz de superar a subjetividade d o próprio cientista e os  preconceitos do senso comum. O rigor do método permite atingir alto grau de

objetividade, e seus processos e produtos podem ser verificados pela comunidade científica.

Em decorrência disso, muitos pensam que a ciência é um saber neutro, ou seja, que as  pesquisas científicas não sofrem influencia social ou política e visam apenas ao

conhecimento “puro” e desinteressado. Nesse sentido, o cientista se ocuparia com a descrição dos fenômenos, e não com juízos de valor. Estando a atividade científica à margem das questões históricas, não caberia ao cientista discutir o uso político de suas descobertas.

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 No entanto, sabemos que não é bem assim: a humanidade corre riscos diante do “aprendiz de feiticeiro” incapaz de discutir os fins a que se destinam suas descobertas. Basta indagarmos a respeito dos valores do indivíduo “urbano e civilizado” que sofre de solidão e tem sido vítima dos desconfortos do progresso, como a poluição ambiental. Isso nos leva a questionar o mito do progresso, que justifica as ilusões e preconceitos dos povos “civilizados” quando se julgam superiores aos “menos desenvolvidos” [...].

A bomba atômica não pode ser apenas o resultado do saber sobre a energia atômica, nem da simples técnica de produzir explosão. Trata-se de um saber e de uma técnica que dizem respeito à vida e à morte de seres humanos [...].

[...] As altas cifras destinadas às pesquisas exigem o apoio financeiro de instituições  publicas e privadas, desejosas de subvencionar os trabalhos que mais lhe interessem.

Pode-se falar que, por muito tempo, houve uma “indústria da guerra” alimentando a corrida armamentista e exigindo o constante desenvolvimento da ciência e tecnologia no campo militar.

Diante dessas questões, não há como sustentar a neutralidade da ciência. Cabe ao cientista a responsabilidade social de indagar sobre os fins a que se destinam suas descobertas, sem alegar isenção, uma vez que a produção científica não se realiza fora de um determinado contexto social e político.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires.Temas de Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2000. p. 111 – 112.

Lembre-se que quanto mais informações adquirimos, mais condições temos de construir conhecimento. Portanto, busque investigar um pouco mais acerca dessas concepções de ciência: ciência grega, ciência moderna e ciência contemporânea. Aproveite para descobrir outras concepções de ciências que não estão citadas aqui.

Após estudar tipos de conhecimento, concepções de ciência e cientificismo, dentre outras temáticas, veja um breve relato do mito

de Ícaro e leia o poema “Todo Risco”. A partir dessas leituras, correlacionadas aos saberes e expectativas que você vem construindo ao longo de sua trajetória humano-estudantil, elabore reflexões sobre os significados das expressões a seguir: avanço tecnológico, progresso científico, desenvolvimento humano e educação. Por exemplo, pensado a

questão dos limites...  Existe um limite para o conhecimento científico? Se existe, qual seria? Por quê? E qual a relação entre os atos educativos e tais questões?

Visite nosso fórum! Para as questões acima, acesse o tópico “Considerações sobre conhecimento e educação”.

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Todo risco

(Damário da Cruz)

A possibilidade de arriscar É que nos faz homens

Vôo perfeito no espaço que criamos

 Ninguém decide

sobre os passos que evitamos Certeza

de que não somos pássaros e que voamos

Tristeza de que não vamos  por medo dos caminhos

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Natureza/Dimensão da Ciência

A palavra ciência pode ser entendida em duas acepções:

Em se tratando de analisar a natureza da ciência, podem ser explicitadas duas dimensões, na realidade inseparáveis, ou seja, a compreensiva (contextual ou de conteúdo) e a metodológica (operacional), abrangendo tanto aspectos lógicos quanto técnicos. Pode-se conceituar o aspecto lógico da ciência como o método de raciocínio e de inferência acerca dos fenômenos já conhecidos ou a serem investigados; em outras palavras, pode-se considerar que o aspecto lógico constitui o método para a construção de proposições e enunciados, objetivando, dessa maneira, uma descrição, interpretação, explicação e verificação mais precisas.

Podemos ainda considerar a natureza da ciência sob três aspectos. São eles:

• Componentes da Ciência

As ciências caracterizam-se por possuírem:

Objetividade ou finalidade: preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos.

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Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo.

Objeto: subdividido em material, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo geral; formal, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material.

• Classificação e Divisão da Ciência

Pode-se classificar as ciências em duas grandes categorias: formais e empíricas. As primeiras tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a Matemática e a Lógica as mais importantes. As segundas tratam de fatos e de processos, incluem-se nesta categoria ciências como a Física, a Química, a Biologia, a Psicologia.

As ciências empíricas, por sua vez, podem ser classificadas em naturais e sociais. Dentre as ciências naturais estão: a Física, a Química, a Biologia, a Astronomia. Dentre as ciências sociais estão: a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, a Economia, a Psicologia, a História.

• Características

De maneira geral, a ciência possui características e exigências comuns a serem consideradas. São elas: Conhecimento pelas causas (racionalismo); profundidade e generalidade de suas condições; objeto formal; controle dos fatos; exige investigação e a utilização de métodos; é comunicável.

- Conhecimento pelas causas (racionalismo)

Implica em conhecer pelas causas. Se o cientista observa a chuva, ele quer saber por que chove, dispensando a influência dos deuses. Utiliza-se o raciocínio analítico, lógico e despojado de impactos emocionais. Trata-se da racionalização do conhecimento.

- Profundidade e generalidade de suas condições

O conhecimento pelas causas é o modo mais íntimo e profundo de se atingir o real. A ciência não se contenta em registrar fatos, quer também verificar a sua regularidade, a sua coerência lógica, a sua previsão etc. A ciência generaliza porque atinge a constituição íntima e a causa comum a todos os fenômenos da mesma espécie. A validade universal dos enunciados científicos confere à ciência a prerrogativa de fazer prognósticos seguros.

-Objeto formal

A finalidade da ciência é manifestar a evidência dos fatos e não das idéias. Procede por via experimental, indutiva, objetiva; suas demonstrações consistem na apresentação das causas físicas determinantes ou constitutivas das realidades experimentalmente controladas. Não se submete a argumentos de autoridade, mas tão-somente à evidência dos fatos.

-Controle dos fatos

Ao utilizar a observação, a experiência e os testes estatísticos tenta dar um caráter de exatidão aos fatos. Embora os enunciados científicos possam ser possíveis de revisões pela sua natureza

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“tentativa”, no seu estado atual de desenvolvimento, a ciência fixa degraus sólidos na subida para o integral conhecimento da realidade. (RUIZ, 1979, p. 124 a 126).

-Exige investigação e a utilização de métodos

Investigar implica em pesquisar, e a ciência ocorre à base de questionamentos, buscas e descobertas. Na ciência, a investigação é também a disposição do pesquisador em submeter-se a um rigor metodológico.

-É comunicável

Os estudos e resultados das investigações científicas devem ser comunicados à sociedade. Para tal, o cientista deve fazer uso das definições, conceitos e termos, a fim de representar fielmente as idéias que se quer expressar.

Objetivos e Funções da Ciência

Os objetivos da ciência são determinados pela necessidade que o homem tem de compreender e controlar a natureza das coisas e do universo. Delineados os objetivos, cabe à ciência realizar suas três funções, a saber: descrever, explicar e prever os dados que permeiam a realidade em estudo.

Segundo Ferrari (1982), a ciência ainda deve proporcionar “aumento e melhoria de conhecimento; descoberta de novos fatos e fenômenos; aproveitamento espiritual; aproveitamento material do conhecimento”.

Metodologia Científica Aplicada às Ciências da Educação

Metodologia Científica não é um simples conteúdo a ser decorado pelos estudantes. Numa definição em sentido amplo, é o estudo dos métodos de conhecer. Trata-se de fornecer aos estudantes um instrumental indispensável para que sejam capazes de atingir os objetivos da Academia, que são o estudo e a pesquisa em qualquer área do conhecimento. Trata-se, então, de se aprender também fazendo, conforme sugerido por perspectivas contemporâneas da Educação. O que se deve fazer, na medida do possível, é seguir rigorosamente as regras definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, para elaboração de trabalhos científicos. Caso alguma regra não esteja sendo cumprida, a responsabilidade é da desatenção do autor.

Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo a uma Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade corresponde ao local próprio da busca incessante do saber científico.  Neste sentido, a Metodologia Científica tem uma importância fundamental na formação do  profissional. Se os estudantes procuram a Academia para buscar saber, precisamos entender que

a Metodologia Científica é também compreendida como o “estudo dos caminhos do saber”, se entendermos que “método” quer dizer caminho, “logia” quer dizer estudo e “ciência” quer dizer

saber.

• Conceitos e Objetivos

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Caminho para se chegar a determinado fim.

O Método Científico é a ordem que se segue na investigação da verdade, no estudo feito por uma ciência, ou para alcançar um fim determinado. Não há ciência sem o emprego de métodos científicos.

Métodos científicos

A Metodologia Científica é uma disciplina que está intimamente relacionada com o estudo crítico dos fatos. Ela estuda e avalia os métodos disponíveis e suas implicações, além de avaliar as técnicas de pesquisa. De modo geral, ela é uma reunião de procedimentos utilizados por uma técnica.

É por meio da Metodologia Científica que ocorre o contato entre o conhecimento e a análise crítica, possibilitando a ampliação do saber, posicionando-o no plano sócio-histórico e político. Vale considerar que a Metodologia Científica não aponta soluções, mas indica o caminho para encontrá-las.

Visto que essa disciplina permite o questionamento da realidade, ela tem função também de oferecer suporte à Pesquisa Científica. Dessa forma, ela pode ser entendida como uma abstração, observando-se a relação intrínseca entre o conhecer e o intervir.

Recordando o tempo de escola... Em sua formação estudantil, você vivenciou essa interação entre o conhecer e o intervir? De que

forma a presença ou ausência dessa interação contribuiu ao modo pelo qual hoje você estabelece as relações e produz saberes?

Visite nosso fórum!

A sua maior importância está na apresentação e exame de diretrizes para a eficácia do estudo e da aprendizagem. Ela está sincronicamente relacionada com o principal objetivo da universidade que é ensinar e divulgar o procedimento científico.

Portanto, para adquirir o método de estudo mais adequado e conveniente, o estudante deve fazer uso dos fundamentos que o orientará no processo de investigação para tomadas de decisões oportunas na busca do saber e na formação do seu espírito crítico.

• Metodologia Científica e Universidade

A história da ciência é a da conquista gradual, pela ciência experimental, de uma posição central na cultura e na visão do mundo do homem moderno. A ciência se desenvolveu basicamente fora

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das universidades tradicionais, e só no século XIX a ligação íntima entre ciência e universidade, que hoje muitos consideram natural, ocorre de forma efetiva.

Os novos parâmetros curriculares serão propostos visando a orientar as ações educativas nas escolas e assegurar a todos "a aquisição do instrumental básico para acesso aos códigos do mundo contemporâneo (leitura, escrita, expressão oral, cálculo, etc.)".

Também deverão incentivar um conjunto de conhecimentos de habilidades e valores que contribuam para que os estudantes desenvolvam-se para o exercício da cidadania, o desempenho das atividades cotidianas e a inserção no mercado de trabalho.

2º Tema

Metodologia do trabalho científico

"Aprendendo a Aprender"

O aprendizado é um fenômeno bastante presente em nossas vidas, concorda? Algumas vezes aprendemos com prazer e entusiasmo, em outras travamos uma verdadeira luta com os livros e conteúdos que insistem em deixar a nossa vida sempre mais difícil. De qualquer forma, o fato é que aprender significa sobreviver, desde a origem da espécie humana e principalmente agora, na era da informação globalizada.

E provável que vocês já tenham ouvido a expressão que serve de título para o nosso tema. “Aprender a aprender” tornou-se um verdadeiro lema da educação na atualidade, na qual se entende que a preparação para a vida e o trabalho depende muito mais do desenvolvimento de habilidades relevantes que dos conteúdos a que se tem acesso na vida escolar. Nosso objetivo aqui será, portanto, discutir atitudes e ações úteis para que você, estudante, possa aprender de maneira cada vez mais eficiente, organizada e integrada.

Para alcançar este objetivo, lançaremos um novo olhar para a prática do estudo, para que  possamos adotar atitudes compatíveis com sua importância para a aprendizagem, em particular

Referências

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