• Nenhum resultado encontrado

Estudo de Eclesiastes.pdf

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estudo de Eclesiastes.pdf"

Copied!
23
0
0

Texto

(1)

Estudo de Eclesiastes

Estudo de Eclesiastes

Eclesiastes Eclesiastes

O livro começa com a expressão "Palavras de Qohélet, filho de David, rei de Jerusalém", geralmente O livro começa com a expressão "Palavras de Qohélet, filho de David, rei de Jerusalém", geralmente considerada como título da obra. No contexto da literatura sapiencial do Médio Oriente, encontram-se obras considerada como título da obra. No contexto da literatura sapiencial do Médio Oriente, encontram-se obras

semelhantes a este livro, tanto no Egipto (o "Diálogo do Desesperado com a sua Alma", os "Cantos do semelhantes a este livro, tanto no Egipto (o "Diálogo do Desesperado com a sua Alma", os "Cantos do Harpista") como na Mesopotâmia (especialmente o diálogo acróstico chamado "Teodiceia Babilónica"). Harpista") como na Mesopotâmia (especialmente o diálogo acróstico chamado "Teodiceia Babilónica").

NOME

NOME Etimologicamente, "Qohélet", parece ter conexão com o termo "Qahal", isto é, "assembleia". "Qohélet"  Etimologicamente, "Qohélet", parece ter conexão com o termo "Qahal", isto é, "assembleia". "Qohélet" 

designa um substantivo comum, aparecendo, por vezes, acompanhado de artigo. É alguém que tem a função designa um substantivo comum, aparecendo, por vezes, acompanhado de artigo. É alguém que tem a função de pregador ou de presidente da assembleia cultual. O texto grego traduziu o termo hebraico "Qohélet" por  de pregador ou de presidente da assembleia cultual. O texto grego traduziu o termo hebraico "Qohélet" por  "Eclesiastes", que se transferiu para o latim e, depois, para as outras línguas. Daí o título do livro aparecer  "Eclesiastes", que se transferiu para o latim e, depois, para as outras línguas. Daí o título do livro aparecer 

como ECLESIASTES, por influência grega e latina, ou como QOHÉLET, que é a tendência das traduções como ECLESIASTES, por influência grega e latina, ou como QOHÉLET, que é a tendência das traduções

modernas, transliterando o hebraico. modernas, transliterando o hebraico.

Qohélet é identificado em 1,1 com o filho de David, rei de Jerusalém. Um tal filho de David só poderia ser  Qohélet é identificado em 1,1 com o filho de David, rei de Jerusalém. Um tal filho de David só poderia ser  Salomão. Porém, um estudo sério, tanto no plano da linguagem como no plano da doutrina, situa o livro num Salomão. Porém, um estudo sério, tanto no plano da linguagem como no plano da doutrina, situa o livro num

 períod

 período posto posterior ao regresso do erior ao regresso do ExíExílio e lio e anterioanterior à r à época dos época dos Macabeus. Macabeus. O fO facto acto de aludir ao de aludir ao rei Salomão,rei Salomão, nada significa; atribuí-lo àquele soberano não passa de uma ficção literária por parte de alguém que procura nada significa; atribuí-lo àquele soberano não passa de uma ficção literária por parte de alguém que procura

um patrocínio de peso para as suas próprias reflexões. um patrocínio de peso para as suas próprias reflexões.

Um estudo aprofundado sobre Eclesiastes

Um estudo aprofundado sobre Eclesiastes

Introdução Em nosso estudoIntrodução Em nosso estudo do Eclesiastes, pretendemos fazer uma análise que parte de uma observação panorâmica e se

do Eclesiastes, pretendemos fazer uma análise que parte de uma observação panorâmica e se aprofunda nos diversos temas do livro. Em alguns momentos faremos uma leitura que considera o aprofunda nos diversos temas do livro. Em alguns momentos faremos uma leitura que considera o  ponto

 ponto de de vista dvista do o autor autor e e vai uvai um m pouco pouco além, além, utilizando, utilizando, para para isso, o isso, o conheconhecimento cimento que que nos nos oferofereceece o contexto

o contexto bíblico geral. Classifibíblico geral. Classificação e cação e característiccaracterísticasas Os livros do Velho Testamento se classificamOs livros do Velho Testamento se classificam como: livros da lei, livros históricos, poéticos e proféticos (maiores e menores). Entre os livros

como: livros da lei, livros históricos, poéticos e proféticos (maiores e menores). Entre os livros  poéticos

 poéticos (Jó, (Jó, Salmos, Salmos, ProvérbProvérbios, ios, Eclesiastes e Eclesiastes e CantarCantares) es) enconencontram-tram-se se os os sapienciais sapienciais ou ou livros livros dede sabedoria (Jó, Eclesiastes e Provérbios), os quais se caracterizam por apresentar reflexões,

sabedoria (Jó, Eclesiastes e Provérbios), os quais se caracterizam por apresentar reflexões,

conselhos práticos e filosofia de vida. Seu objetivo é a transmissão da sabedoria de tal forma que a conselhos práticos e filosofia de vida. Seu objetivo é a transmissão da sabedoria de tal forma que a mesma venha preencher as lacunas porventura deixadas pelos códigos da lei. Alguns trechos do mesma venha preencher as lacunas porventura deixadas pelos códigos da lei. Alguns trechos do Eclesiastes têm forma poética. São eles: 3.2-8; 7.1-14; 11.7 e 12.7. As demais passagens se Eclesiastes têm forma poética. São eles: 3.2-8; 7.1-14; 11.7 e 12.7. As demais passagens se

apresentam em prosa. Os escritos sapienciais não se restringem ao conteúdo de Jó, Provérbios e apresentam em prosa. Os escritos sapienciais não se restringem ao conteúdo de Jó, Provérbios e Eclesiastes. Antigas civilizações já utilizavam escrituras desse tipo, tais como a Suméria (3000 a.C.), Eclesiastes. Antigas civilizações já utilizavam escrituras desse tipo, tais como a Suméria (3000 a.C.), Babilônia, Egito, Arábia, Pérsia, Edom e Fenícia. Mesmo se tratando das Sagradas Escrituras, a Babilônia, Egito, Arábia, Pérsia, Edom e Fenícia. Mesmo se tratando das Sagradas Escrituras, a literatura sapiencial se apresenta também em outros textos fora dos livros poéticos. São parábolas, literatura sapiencial se apresenta também em outros textos fora dos livros poéticos. São parábolas,  prové

 provérbios rbios e e metáfometáforas ras como como os os que que enconencontramotramos es em m Jz. 9Jz. 9.7-15.7-15; 1; 14.12; 4.12; I Sm.1I Sm.1.12; .12; 18.7; 18.7; II II Sm.12.1- Sm.12.1-4. Os livros bíblicos sapienciais se especializam em determinados temas. Jó se aplica à questão do 4. Os livros bíblicos sapienciais se especializam em determinados temas. Jó se aplica à questão do sofrimento. O livro de Provérbios é dedicado à moral, enquanto que Eclesiastes apresenta a questão sofrimento. O livro de Provérbios é dedicado à moral, enquanto que Eclesiastes apresenta a questão da felicidade humana. Título do livro O que é eclesiastes? pregador, aquele que fala a uma

da felicidade humana. Título do livro O que é eclesiastes? pregador, aquele que fala a uma

assembléia. Este termo tem origem grega, o que, a princípio pode parecer estranho, uma vez que o assembléia. Este termo tem origem grega, o que, a princípio pode parecer estranho, uma vez que o

(2)

Velho Testamento foi escrito em hebraico. Tal ocorrência se justifica por uma herança da versão Velho Testamento foi escrito em hebraico. Tal ocorrência se justifica por uma herança da versão chamada Septuaginta. Esta foi uma tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego. O chamada Septuaginta. Esta foi uma tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego. O título original era "Qoheleth", sendo traduzido para o termo grego "Eclesiastes", o qual foi mantido título original era "Qoheleth", sendo traduzido para o termo grego "Eclesiastes", o qual foi mantido em nossas versões portuguesas. O mesmo ocorreu com outros livros da Bíblia, tais como Gênesis e em nossas versões portuguesas. O mesmo ocorreu com outros livros da Bíblia, tais como Gênesis e Deuteronômio. Autoria Quem é o eclesiastes? Quem é este pregador? Os versículos encontrados Deuteronômio. Autoria Quem é o eclesiastes? Quem é este pregador? Os versículos encontrados em Ec.1.1; 1.12; 2.1-11 nos conduzem à pessoa de Salomão. Embora seu nome não seja

em Ec.1.1; 1.12; 2.1-11 nos conduzem à pessoa de Salomão. Embora seu nome não seja

mencionado em nenhum momento, os textos citados não deixam margem para que se pense em mencionado em nenhum momento, os textos citados não deixam margem para que se pense em outra pessoa. Consideremos as afirmações de Ec.1.1 e 1.12: "Filho de Davi.... rei de Israel em outra pessoa. Consideremos as afirmações de Ec.1.1 e 1.12: "Filho de Davi.... rei de Israel em Jerusalém..." O único homem que se enquadrou nesses termos foi o próprio Salomão pois, após a Jerusalém..." O único homem que se enquadrou nesses termos foi o próprio Salomão pois, após a sua morte, nunca mais houve um rei de Israel em Jerusalém. O reino foi dividido e em Jerusalém se sua morte, nunca mais houve um rei de Israel em Jerusalém. O reino foi dividido e em Jerusalém se encontrava o rei de Judá. Os reis de Israel ficavam em Samaria. Entretanto, os críticos apresentam encontrava o rei de Judá. Os reis de Israel ficavam em Samaria. Entretanto, os críticos apresentam as seguintes questões contra a autoria salomônica. Questão 1 – Nas passagens de Ec.1.2 e 7.27 o as seguintes questões contra a autoria salomônica. Questão 1 – Nas passagens de Ec.1.2 e 7.27 o escritor conjuga os verbos na terceira pessoa. Fala do pregador como sendo outro e não ele

escritor conjuga os verbos na terceira pessoa. Fala do pregador como sendo outro e não ele mesmo. Poder-se-ia admitir a hipótese de uma auto-apresentação em terceira pessoa. Contudo, mesmo. Poder-se-ia admitir a hipótese de uma auto-apresentação em terceira pessoa. Contudo, esse tipo de conjugação aparece em 12.8 em um contexto mais complexo. A fala em terceira pessoa esse tipo de conjugação aparece em 12.8 em um contexto mais complexo. A fala em terceira pessoa se apresenta como um aposto no meio de uma frase dita em primeira pessoa. Parece então bem se apresenta como um aposto no meio de uma frase dita em primeira pessoa. Parece então bem claro que, de fato, o pregador e o escritor do livro de Eclesiastes são duas pessoas distintas. Tal  claro que, de fato, o pregador e o escritor do livro de Eclesiastes são duas pessoas distintas. Tal  evidência não constitui grande dificuldade, já que era bastante comum a existência de escribas que evidência não constitui grande dificuldade, já que era bastante comum a existência de escribas que registravam as palavras ditadas pelos autores. O profeta Jeremias tinha a seu serviço Baruque, que registravam as palavras ditadas pelos autores. O profeta Jeremias tinha a seu serviço Baruque, que escrevia suas profecias. Não é de se estranhar que um rei, como Salomão, tivesse ao seu dispor um escrevia suas profecias. Não é de se estranhar que um rei, como Salomão, tivesse ao seu dispor um ou vários escribas. No novo testamento, como exemplo de situação análoga, podemos citar as

ou vários escribas. No novo testamento, como exemplo de situação análoga, podemos citar as cartas de Paulo. Algumas vezes o apóstolo ditava e algum dos seus discípulos escrevia (Rm.16.22). cartas de Paulo. Algumas vezes o apóstolo ditava e algum dos seus discípulos escrevia (Rm.16.22). Questão 2 – O Eclesiastes apresenta passagens aparentemente contraditórias. Isto poderia indicar a Questão 2 – O Eclesiastes apresenta passagens aparentemente contraditórias. Isto poderia indicar a obra de dois autores. Partindo dessa premissa, foram formuladas algumas hipóteses: A) O

obra de dois autores. Partindo dessa premissa, foram formuladas algumas hipóteses: A) O Eclesiastes seria originalmente uma obra cética, a qual teria recebido adições posteriores. Foi a Eclesiastes seria originalmente uma obra cética, a qual teria recebido adições posteriores. Foi a  prop

 proposta osta dos dos teólogteólogos A. os A. H. MH. McNeile cNeile (Ingla(Inglaterrterra), a), G. A. G. A. Barton Barton (USA) e (USA) e E.Podechard E.Podechard (Fr(França)ança), , todostodos no século XX. B) O livro teria sido obra de 9 pessoas: 7 autores e 2 editores. Foi a hipótese de D.C. no século XX. B) O livro teria sido obra de 9 pessoas: 7 autores e 2 editores. Foi a hipótese de D.C. SiegFried. Essas especulações sobre possíveis retoques em uma obra cética original não resistem SiegFried. Essas especulações sobre possíveis retoques em uma obra cética original não resistem diante de algumas indagações: Se um editor tentou melhorar a obra por não concordar com ela, não diante de algumas indagações: Se um editor tentou melhorar a obra por não concordar com ela, não seria mais prático eliminá-la? Seria bastante contraditório imaginar um judeu ortodoxo tentando

seria mais prático eliminá-la? Seria bastante contraditório imaginar um judeu ortodoxo tentando melhorar uma obra cética ao invés de destruí-la. Se essas hipóteses de edições posteriores melhorar uma obra cética ao invés de destruí-la. Se essas hipóteses de edições posteriores

correspondessem à realidade, seria natural a existência de versões conflitantes do Eclesiastes. No correspondessem à realidade, seria natural a existência de versões conflitantes do Eclesiastes. No entanto, não

entanto, não existem conflitexistem conflitos significatios significativos entre vos entre os manuscritos conhecidos. As diferençasos manuscritos conhecidos. As diferenças detectadas se encontram em detalhes mínimos tais como o uso de artigos e outras partículas. O detectadas se encontram em detalhes mínimos tais como o uso de artigos e outras partículas. O vocabulário e os conceitos unem as partes que muitas vezes são consideradas contraditórias, nos vocabulário e os conceitos unem as partes que muitas vezes são consideradas contraditórias, nos levando a crer que, embora contrastantes, as idéias partem da mesma pessoa. Além dos indícios levando a crer que, embora contrastantes, as idéias partem da mesma pessoa. Além dos indícios internos no livro, temos a favor da autoria de Salomão o testemunho dos seguintes rabis judeus: internos no livro, temos a favor da autoria de Salomão o testemunho dos seguintes rabis judeus: Meir Zlotowitz , em seu livro Megillas Koeles, e Nosson Schermann. O mais importante de tudo isso Meir Zlotowitz , em seu livro Megillas Koeles, e Nosson Schermann. O mais importante de tudo isso é que a palavra de Deus prevalece independente do autor humano. Em outros livros, como Hebreus é que a palavra de Deus prevalece independente do autor humano. Em outros livros, como Hebreus e Jó, a identificação do autor é ainda mais difícil, ou mesmo impossível. Contudo, sua mensagem e Jó, a identificação do autor é ainda mais difícil, ou mesmo impossível. Contudo, sua mensagem nos é transmitida de forma poderosa e eficaz. Data e idioma original Entre os autores que

nos é transmitida de forma poderosa e eficaz. Data e idioma original Entre os autores que

consideram a autoria de Salomão, a data de escrita do Eclesiastes tem sido colocada próxima de consideram a autoria de Salomão, a data de escrita do Eclesiastes tem sido colocada próxima de

(3)

977 a.C.. Como é de se esperar, muitos críticos questionam essa datação. Ao se colocar em dúvida a data questiona-se novamente a autoria. Alguns querem localizar a origem do livro em período  próximo ao terceiro século a.C.. Sendo assim, estão eliminando a figura de Salomão do contexto.

Não se defende uma época mais recente pois, entre os manuscritos do mar Morto, encontraram-se fragmentos do Eclesiastes, os quais são considerados como oriundos do século II a.C. As

dificuldades nesse ponto surgem quando se analisam as características idiomáticas do livro. No texto em hebraico encontram-se influências lingüísticas de diversos tipos, as quais se apresentam em formas pronominais, artigos, uso de consoantes como vogais, e outras partículas. Assim, tem-se no Eclesiastes um hebraico diferente daquele encontrado nos outros livros do Velho Testamento, até mesmo em Provérbios, o qual se atribui a Salomão. Para responder a essa questão surgiram as seguintes hipóteses: 1 - Para D.S. Margoliouth (1921), o Eclesiastes foi escrito em um tipo de "hebraico estrangeiro". 2 - F. Zimmermann sugere que o livro tenha sido escrito originalmente em aramaico e depois traduzido para o hebraico. Sua idéia é apoiada por C.C. Torrey (1948) e H.L. Ginsberg (1950). 3 - M.Dahood (1952) afirma que o idioma fenício foi usado no texto original. A essas colocações, houve a reação de R.Gordis, o qual defende a tese da escrita em um "hebraico tardio", numa época em que a língua já havia incorporado termos e detalhes de outros idiomas.  Aramaísmos são comuns no hebraico a partir do séc.X a.C.. Contudo, maiores dificuldades surgem

quando se encontram duas palavras do idioma persa no texto. O auge do Império Persa se estendeu de 549 até 331 a.C., muito fora, portanto, do período de vida de Salomão. Influências fenícias são também encontradas em Jó, Salmos, Provérbios, Isaías, Ezequiel e Naum, o que não constitui evidência cabal de que tais escritos tenham sido elaborados originalmente no idioma fenício. Como podemos conciliar todas essas informações e ainda manter a afirmação de que Salomão tenha escrito o livro de Eclesiastes? Se os críticos tivessem baseado suas teorias no estudo do manuscrito original do Eclesiastes, então a questão ficaria bem mais difícil. Contudo, sabemos que ninguém possui os textos originais. Assim, toda a análise se dá sobre versões

 posteriores, cópias, sendo que a mais antiga disponível data do século II a.C. Desse modo, é natural  que tais versões apresentem influências da época em que foram produzidas. Seria normal que o copista quisesse passar os ensinamentos na linguagem usual daqueles dias, o que poderia então ser chamado de "hebraico tardio", já influenciado por diversos idiomas. Tomemos como exemplo uma de nossas versões, a Revista e Corrigida de João Ferreira de Almeida, a qual utiliza a palavra "indústria" na passagem de Eclesiastes 9.10. É óbvio que tal anacronismo da tradução não nos leva a pensar que a obra original tenha sido produzida após a Revolução Industrial. O próprio autor   poderia ter mencionado a época e o local da produção de sua obra. Contudo, a ausência de tais

informações acabam por reforçar o caráter universal do tema tratado pelo Eclesiastes, o qual não se restringe ao judaísmo e ao povo judeu, embora esteja a eles vinculado. O Epicurismo Alguns

comentaristas afirmam que o Eclesiastes apresenta máximas do Epicurismo quando diz que o melhor para o homem é comer, beber e gozar do fruto do seu trabalho. O Epicurismo foi uma

doutrina filosófica que se originou com Epícuro (342 a 270 a.C.), um filósofo grego. Suas principais idéias são: 1. Deísmo – É possível que Deus ou deuses existam, mas, se existirem, não estão se importando com os seres criados, não havendo de dar-lhes nenhuma recompensa ou castigo.

1.

Todo o conhecimento possível vem pelos sentidos físicos.

(4)

 por desprezar o prazer mental, dedicando-se exclusivamente aos prazeres do corpo.

3. Não há vida após a morte.

Quando analisamos em conjunto os ensinamentos do epicurismo, concluímos que tal doutrina não se encontra nas páginas do Eclesiastes, uma vez que o autor fala de Deus de forma bem objetiva e atuante na vida humana, menciona a sabedoria que é dada por Deus, avisa sobre o juízo divino em relação às obras humanas. A própria vida após a morte fica subentendida na questão do juízo

(12.14) e também na afirmação de que o espírito volta a Deus (12.7). Canonicidade O exame de  partes isoladas do livro podem conduzir o leitor a ter dificuldades em relação à sua natureza

canônica. Há quem veja na obra contradições, pessimismo, ceticismo e epicurismo. Porém, o Eclesiastes foi citado como canônico por Melito (Sardes) 170 d.C.; Orígenes (185-225); Epifânio (Sardes) (315-403 d.C.); Jerônimo (347-419) e diversos escritores judeus. Soma-se a esses testemunhos a declaração interna do livro, que diz que suas palavras foram dadas pelo único

Pastor. Em se tratando de um livro do Antigo Testamento, o seu reconhecimento por parte de Israel  tem grande importância para nós. Além disso, há que se levar em conta o que foi dito pelos já

citados "Pais da Igreja". Salomão – Vida e obra Devido à insustentabilidade das hipóteses contrárias, consideraremos Salomão como o autor do Eclesiastes. Seu nome significa "pacífico". De fato, a paz  foi uma característica marcante do seu reino, que durou de 1015 a 975 a.C., de acordo com uma das datações mais aceitas. Salomão era filho do rei Davi com Bate-seba, a que fora mulher de Urias. O Senhor mandou que o profeta Natã lhe desse o nome de Jedidias (amado de Jeová). II Sm.12.24. Salomão foi o rei mais rico, sábio e famoso que Israel teve (I Reis 4.21,29-34). Durante o seu

reinado, Israel se tornou um grande império. Em seus dias, devido à paz dominante, houve grande desenvolvimento da nação em vários setores, incluindo o comércio e a produção literária. Contudo, o autoritarismo e os altos impostos também marcaram esse período. Salomão escreveu Cantares, Provérbios, e Eclesiastes. Os salmos 72 e 127 também são atribuídos à sua autoria. (I Reis 9.20-21; 10.14-29). Há quem diga que o livro de Cantares tenha sido escrito no tempo da mocidade do rei; Provérbios seria obra dos tempos da maturidade e Eclesiastes seria a reflexão na velhice. Apesar de toda a sua sabedoria, Salomão cometeu muitos erros. Enriqueceu-se muito às custas do sacrifício do povo, teve inúmeras mulheres, fez alianças políticas com homens ímpios e acabou se

envolvendo com a idolatria. (I Rs. 11.1-12. Compare com Dt. 17.14–17). Análise Análise é um exame minucioso. Uma das providências que favorecem a análise é a decomposição do que se quer 

estudar. Por exemplo, ao se analisar a água torna-se necessário o exame e a compreensão de seus elementos básicos: o oxigênio e o hidrogênio. No estudo da língua portuguesa temos, por exemplo, a análise sintática e morfológica, nas quais as frases são divididas de tal forma que seus elementos sejam identificados e estudados isoladamente. Da mesma maneira, o nosso estudo partirá de uma visão panorâmica e se aprofundará num exame minucioso, cujo alcance ficará restrito aos

mecanismos, métodos e instrumentos de estudo de que dispomos. A análise do texto se fará através da observação e correlação. Observação – Nesse ponto, minúcias do texto devem ser observadas, tais como classificação de palavras e a ocorrência de palavras-chaves. Dependendo do caso, pode-se perguntar como, o quê, onde, quando e por quê. Deve-pode-se também investigar o significado dos vocábulos e tipo de emprego, se é figurado ou não. Nesse momento, é importante o uso de

(5)

versões bíblicas diferentes. Correlação – O texto examinado deverá ser, sempre que possível, correlacionado com outros versículos e capítulos do mesmo livro e com outros livros da Bíblia. É  importante também que, se possível, o assunto seja confrontado com seu contexto histórico e social. Como se pode ver, alguns pontos da análise nem sempre são aplicáveis devido à falta de

informações que muitas vezes se observa em relação a determinado livro ou determinada época. O Resultado que se espera da análise é o entendimento, a interpretação. Existe muito que se pode extrair do texto bíblico através da análise. Contudo, acreditamos que existem mistérios nas

Escrituras os quais só podem ser revelados pelo Espírito Santo. Pensemos, por exemplo, nas colocações que o apóstolo Paulo fez em relação a Sara e Hagar. Pelos métodos analíticos jamais chegaríamos a conclusões como aquelas, as quais não se encontram disponíveis no texto original, tratando-se de significado oculto pelo Senhor. Contudo, acreditamos que toda revelação deve ser  coerente com a interpretação, sempre que esta for possível. O Objetivo da análise é o conhecimento e a aplicação do mesmo. Texto chave: 12.13: "De tudo quanto se tem ouvido o fim é: teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem". Palavra chave: Vaidade (37x) - Qualidade do que é vão, fútil, inútil e de pouca duração. Tema central e vocabulário em destaque Tema central: A busca da felicidade no confronto entre a vida, a morte e a eternidade. Todo livro sapiencial tem o objetivo de ensinar ou transmitir a sabedoria, a qual se apresenta como antídoto contra a tolice do ser humano. Observa-se no Eclesiastes o que poderíamos chamar de "tratamento de choque contra a tolice". O autor apresenta afirmações muito fortes e convida o leitor  a encarar a realidade humana em face da morte.

 A seguir, apresentamos de forma esquematizada alguns dos principais temas e conceitos

do livro. Acrescentamos algumas expressões que não se encontram no Eclesiastes, mas

se apresentam como instrumentos de análise.

O Eclesiastes destaca a supremacia de Deus, acima de tudo. Deus criou o homem (7.29) e deu ele o tempo (9.11). Esse tempo se divide em passado, presente e futuro. A administração temporal  cabe, parcialmente ao homem, até o momento em que Deus lhe toma esse controle. Nesse tempo se situa a vida do homem. O seu desafio é descobrir o melhor a se fazer de modo a se aproveitar  bem esse tempo (2.3). Salomão observou, experimentou e descreveu tudo o que o homem faz em seu tempo de vida. Em todo esse processo ele procurou descobrir o que traria ao homem maior  satisfação, enfim, a felicidade. A palavra "Deus" aparece em 33 versículos do livro. "Tempo" aparece em 19 versículos. A palavra "homem" é mencionada em 47 versos. Essa freqüência nos faz notar a importância desses termos na análise existencial proposta pelo autor. Salomão então cita as

ocupações humanas, seus interesses e os alvos dos seus esforços no período chamado vida e

localizado cosmicamente debaixo do sol ou debaixo do céu. Fala então de conhecimento, sabedoria, trabalho, dinheiro, bens, riqueza, comida, bebida, relacionamentos, alegria, prazer, pecado,

sofrimento e religião. Tais assuntos ocorrem diversas vezes e se entrelaçam no decorrer dos capítulos de Eclesiastes. Colocados nessa ordem que escolhemos, percebemos que existe uma relação natural entre esses elementos, o que não significa a sua realidade plena na vida de todas as

(6)

 pessoas. Assim, o conhecimento possibilita o trabalho, que, por sua vez trará o dinheiro. Este se incumbe de trazer os bens, a comida, a bebida e, eventualmente, a riqueza. Havendo suprimento das necessidades básicas, já podem ser assumidos relacionamentos, os quais são apresentados  por Salomão como questão importante na vida humana. Tudo isso, em conjunto, deveria

 proporcionar o prazer e a alegria para o ser humano e muitas vezes proporciona de fato. Contudo, Salomão observa que o pecado e o sofrimento também fazem parte da vida humana. O sofrimento surge de várias fontes. O próprio prazer, quando se torna escravidão, traz o sofrimento como

conseqüência. E mesmo em suas formas mais legítimas, o prazer tem um fim e em seu lugar se instala novamente o sofrimento. Olhando pelo lado positivo, em algumas situações o sofrimento  produz crescimento. Logo, sua completa supressão, se fosse possível, seria também prejudicial. O  pecado contamina a existência humana (9.18), que poderia ser tão maravilhosa. O sofrimento, como

conseqüência do pecado, acaba também se tornando um dos motivos que conduzem o homem à  prática religiosa. Ao falar da religião (5.1), o autor não a trata como fim em si mesma, como solução  para os problemas observados. Até na casa de Deus encontra-se o tolo fazendo o seu sacrifício.

Nota-se, portanto, a religiosidade humana contaminada pelo seu pecado. Com todas as

 possibilidades de sofrimento, será que o homem poderá encontrar felicidade entregando-se à sua busca pelo prazer e pela alegria? Talvez fosse então aconselhável que o homem se dedicasse única e exclusivamente aos objetos do seu deleite: a comida, a bebida e os relacionamentos. A certa altura da sua exposição, Salomão nos indica esse caminho (2.24). Parece então que a busca excessiva  pelos prazeres do corpo e pelas posses materiais possam constituir a justificativa suficiente para a

vida humana. Em um primeiro momento, pensa-se na vida e em seus valores de forma positiva: construir muito, aproveitar tudo e possuir o máximo. Depois de mencionar tantas coisas positivas da vida humana, Salomão coloca em destaque a morte. Esta surge então como uma ameaça contra todas as conquistas humanas e valores da vida. Diante dessa realidade, tudo passa a ser visto como coisa vã. Daí vem a máxima: "Tudo é vaidade." Tal afirmação indica que nada tem valor nem

sentido. Tudo o que for conquistado será perdido. Tudo o que for aprendido será esquecido (9.5). Tudo o que se conseguiu ser será aniquilado. Esta parece ser uma conclusão desesperada de alguém que se depara com a morte. Diante desse fato previsível e certo, todas as ocupações humanas, bem como suas conquistas, têm de ser reavaliadas. O tolo, "personagem" muito

mencionado em Provérbios e Eclesiastes, vive o presente e ignora o futuro. Esta atitude pode afetá-lo de tal forma que venha a ser negligente em relação ao trabalho, aos estudos e aos projetos em geral. A sabedoria nos leva a considerar o futuro. Cabe lembrar aqui o que Cristo ensinou

condenando a ansiedade pelo dia de amanhã (Mt.6.34), mas valorizando o planejamento (Lc.14.38-32). Além do fato futuro da morte, devemos considerar também a eternidade que nos aguarda no futuro. Salomão faz então essas considerações. Muitas coisas que pareciam valer a pena, perdem seu valor quando confrontadas com a morte. Outras, se desvanecem quando confrontadas com a eternidade. Salomão toca nesse ponto quando fala do retorno do espírito para Deus (12.7) e também do futuro juízo divino sobre as obras humanas (12.14). Eis então completo o plano de confronto: a vida, a morte e a eternidade. Para que se tenha então uma perspectiva correta da existência, deve-se considerar tudo isso. Diante do peso de tão grande ponderação, o autor tece suas conclusões, onde se destaca a necessidade que o homem tem de se lembrar do Criador e o seu dever de temê-lo e obedecer os seus mandamentos. Vemos então que o Eclesiastes tem uma

(7)

linha de desenvolvimento que vai do natural ao espiritual. A maior parte de suas colocações se refere ao que é terreno, o que está debaixo do sol. Dentro desse limite tudo é vaidade. Na busca  pelo que atende ao corpo, tem-se como conseqüência a aflição do espírito. Contudo, o livro vai 

elevando sua análise rumo ao que é eterno. Ao tratar especificamente dessa parte, o autor já não diz que é vaidade. Não é vaidade lembrar do criador, temer e guardar os mandamentos. A

Preciosidade do tempo O tempo se divide entre passado, presente e futuro, ou podemos vê-lo como o tempo da vida, o tempo da morte e a eternidade. Muitos problemas surgem pelo erro na

administração do tempo. O foco exagerado em alguma dessas divisões pode trazer conseqüências  prejudiciais. Quem vive de recordações não aproveita o presente. O mesmo acontece com quem é

dominado pela ansiedade ou preocupação com o futuro. Perde-se então o hoje e antecipa-se o sofrimento de amanhã que, em muitos casos pode ser apenas uma ilusão que não irá se

concretizar. Não se pode pensar apenas na vida como se a morte não existisse. Também não é  prudente o foco na morte a ponto de se perder a motivação pela vida. Outro extremo é a dedicação

exclusiva às questões relativas à eternidade, tais como práticas espirituais ou religiosas, a tal ponto de se negligenciar o suprimento das necessidades naturais. Há necessidade de equilíbrio do foco no tempo. Qual é o ponto de equilíbrio? É uma questão a ser definida pela sabedoria. O que acontece na maioria das vezes é que o homem fica preso no âmbito da vida, desconsidera a morte e a

eternidade e poderá ser apanhado desprevenido pelos últimos tempos, sejam estes universais ou  pessoais. Jesus alertou seus discípulos acerca dos "cuidados desta vida", que consistem no

atendimento às necessidades e desejos humanos, mas que podem constituir laço caso se tornem tão prioritários que venham a tomar o lugar dos cuidados espirituais. Assim, a busca do necessário  pode se tornar prejudicial quando obscurece os valores eternos (Lc.21.34). Foi o que aconteceu nos

dias de Noé: comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento. Noé entrou na arca e o povo não percebeu até que o dilúvio caiu sobre eles (Mt.24.38-39). O que importava era apenas o

 presente, apenas os interesses do corpo, apenas a vida em seu momento imediato. Reflexão diante da morte No capítulo 2 de Eclesiastes, está o relato das grandes conquistas, experiências e

realizações de Salomão. Nesse processo, certamente há que se perceber o inegável prazer de todas aquelas aquisições, fartura e conforto. Entretanto, ao se confrontar com a realidade da morte, Salomão, num primeiro momento desvaloriza todas as coisas e afirma que tudo é vaidade (2.14-18). Ele chega a aborrecer todo o seu trabalho e até a própria vida. Percebe-se então a amargura do confronto com o fim inevitável da vida terrena. É um momento de choque. Sob esta perspectiva, tudo passa a ser visto de modo crítico e destrutivo. Já que iremos morrer, o que vale a pena ser  vivido? A primeira resposta é: nada vale a pena. Tudo é vaidade. Tudo está condenado. Mais adiante, o autor de Eclesiastes já não parece tão amargurado. Então, ele retoma a valorização de muitas coisas e fatos terrenos. Agora, porém, de modo mais comedido, moderado. Vamos jogar fora a vida por causa da morte? Vamos perder a vida antecipadamente abrindo mão de tudo que

 podemos usufruir? De modo nenhum. Afinal, se temos algo nesta vida, isto é dom de Deus e deve ser usufruído, mesmo sendo transitório (Ec.2.24; 5.19). Contudo, já não se observa todo aquele ímpeto de busca que se viu no capítulo 2.3-10. Vamos, sim, valorizar a comida, a bebida, o trabalho, os bens, mas sem os extremos anteriores, já que se tem em mente a morte como obstáculo

intransponível e limite decisivo contra as grandes realizações do homem. A realidade da morte

(8)

de se determinar o que vale a pena e o que não vale. Algumas coisas valem a pena por causa da vida em si: comer, beber, usufruir dos bens na companhia de quem se ama. Considerando a

questão da morte, constatamos que algumas coisas da vida deixam de valer a pena: Acúmulo de riquezas, excesso de trabalho, excesso de estudo, atitude de orgulho, etc. A morte coloca os seres humanos em condição de igualdade, anulando todos os privilégios naturais, diferenças culturais, econômicas, sociais, etc. "Como morre o sábio, morre o tolo." (Ec.2.16). Sendo assim, o orgulho, a soberba, e o tratamento de desprezo para com o próximo, são atitudes que não se justificam. Perdem totalmente o sentido quando se pensa na morte e seu significado. A moderação torna-se  palavra de ordem. Já que a morte é uma realidade, o mais sensato é que o homem adquira apenas

o que puder usufruir. Até a sobra que se deixa como herança é vista negativamente por Salomão (2.21). Da mesma forma, o trabalho deve ser feito conforme as forças (9.10) e o estudo demasiado  poderá se tornar apenas enfado (12.12). Contudo, tais palavras não devem ser usadas como

 justificativa para a preguiça e a negligência, pois a atitude passiva de cruzar os braços é própria do tolo (4.5). O que se busca em tudo isso é o equilíbrio, que será produto exclusivo da sabedoria. Moderação é prudência; Preguiça é tolice. Nosso desafio é sempre distinguir entre esses elementos nas mais diversas áreas da nossa vida. Considerando a eternidade, cuja consciência foi gravada por  Deus no coração humano (3.11), passamos a detectar outras coisas que deixam de valer a pena na vida: os excessos e o pecado, sendo que ambos estão muitas vezes relacionados. Por outro lado, o autor diz o que vale a pena em função da eternidade: lembrar do Criador, temê-lo e obedecer aos seus mandamentos. Onde está o limite? Esta é uma pergunta importante para que se saiba até onde ir nas buscas, conquistas e realizações. Contudo, uma pergunta sem resposta. Muitos limites estão estabelecidos pelas leis, mas estas não conseguem abranger a infinita variedade que envolve a ação humana e os detalhes da vida. E mesmo nas situações previstas em lei, a variação de

aspectos é tão grande e freqüente que justificam a presença dos intérpretes para definir a correta aplicação dos dispositivos legais. Desse modo, a sabedoria é superior à lei pois se aplica a toda e qualquer situação. Em cada instante, em cada caso específico, só a sabedoria poderá definir com  precisão o limite para as ações humanas.

Por exemplo, vimos que o acúmulo de bens não se justifica diante da morte. Entretanto,

qual é o limite para esse acúmulo? O que é riqueza? Não existe um parâmetro numérico

definido para que se determine o que seja o ponto que separa a pobreza da riqueza. A

dificuldade é tão grande que já se "criou" uma classe média entre as duas posições. E o

 problema não está resolvido. Sentiu-se então a necessidade de se dividir em classe

média baixa e classe média alta. E onde está o ponto divisório entre ambas? Não se

sabe. Portanto, está demonstrada a necessidade que cada um tem de possuir a

sabedoria, de modo que possa definir em sua própria vida os limites para suas buscas,

conquistas e realizações

Visão cosmológica – Ao invés de ver positivamente o universo e seus fenômenos, o autor faz uma observação crítica de tudo isso, destacando a rotina da natureza, o que, a seu ver, é algo enfadonho e monótono. Antropologia – (Antropos = homem) – Nessa parte, Salomão se dedica a descrever as experiências humanas, inclusive as suas próprias, buscando determinar o que possa ser melhor 

(9)

 para o homem durante seu tempo de vida. Crítica social I – Depois de analisar diversas questões do homem, o autor passa a abordar as relações humanas com o próximo (4.4), desde o simples

companheirismo (4.10), passando pelos laços familiares (4.8,11) até às relações de autoridade. Salomão valoriza a convivência (4.9) mas destaca as ocorrências de impiedade (3.16), opressão (4.1), lágrimas (4.1), e inveja (4.4). Observa ainda a ausência do juízo (3.16) e do consolo para os oprimidos (4.1). Diante de tal quadro, chega a ver positivamente a morte como um tipo de livramento (4.2). Em meio a todos os problemas do convívio social, Salomão conclui que pior será a situação daquele que estiver só (4.8-11). Crítica religiosa – Nessa parte é analisada a relação do homem com Deus. Até nesse momento é observada a tolice (5.1) e o erro humano (5.6). O que deveria ser puro e santo também corre o risco de contaminação pelo pecado. É o caso do sacrifício do tolo, sua  precipitação diante de Deus e os votos não cumpridos. Crítica social II – É bem comum no

Eclesiastes o retorno aos assuntos já tratados. O autor volta então a observar as questões sociais. Vê a opressão e a violência no lugar da justiça. Contempla a riqueza e a pobreza, embora o proveito da terra deva ser para todos (5.9). Procura mostrar algo de bom na vida do pobre: seu sono

tranqüilo (5.12) e apresenta aspectos negativos na vida do rico: sua insaciável busca pelo dinheiro (5.10), sua falta de tranqüilidade (5.12), a perda dos bens (5.14), e o caso do rico que não pode comer da sua fartura (6.2). Ideologia – O autor apresenta idéias sobre a administração da vida, comparando coisas (7.27) e apontando qual é a melhor (7.1-3). A busca do equilíbrio é incentivada (7.14-17). A obediência à autoridade pública é aconselhada (8.2). A questão da aparente injustiça da vida é explorada (8.11). Novamente se retoma o tema da morte (8.8; 9.5) e das alegrias que podem ser alcançadas em vida (8.15). Conclusões éticas – A ética envolve questões morais do

comportamento, escolhas entre o bem e o mal. Depois de tantas análises da vida, o autor expõe suas conclusões. Novamente enfatiza o valor dos prazeres da vida (9.7-9) aliados a um trabalho sem excessos (9.10). Adverte contra os danos causados pelo pecado e valoriza a sabedoria (9.18). Faz então uma série de advertências em forma de provérbios (10). Finaliza com incentivo ao gozo da vida, mas lembra a prestação de contas (11.9). Termina essa parte incentivando o jovem a

lembrar-se do Criador antes que venham a velhice e a morte e o juízo (12.1-7,14). O bem e o mal   O autor de Eclesiastes tem uma grande preocupação em relação ao bem e ao mal. Verificamos isso ao buscar no texto essas palavras e suas derivadas. O mal vai sendo detectado em quase tudo, a começar do coração humano. Mas nem tudo está perdido. Salomão identifica o bem em muitos aspectos da vida. Cabe a cada um a escolha. O autor se aplica a comparar várias coisas em busca do que é melhor. Chega ao ponto de mencionar a excelência da sabedoria. Nosso desafio é evitar o mal, buscar o bem, alcançar o melhor e o excelente. Vejamos as ocorrências dos termos

relacionados ao assunto: Mal - 5.1,13,14,16; 6.1-3; 8.5-6; 9.3; 10.5; 11.2,10. Maldade - 7.15; 9.3. Maltratado - 10.9. Amaldiçoar - 7.21-22; 10.20. Mau - 9.2; 10.1; 12.1; 9.12. Má - 4.3; 8.3; 8.11-12. Bem - 2.24; 3.12,13; 4.8; 6.6; 7.14,20; 8.12,13. Bom - 2.26; 6.12; 7.18; 7.26; 9.2; 9.7. Boa - 5.18; 7.11; 11.6. Melhor 2.3; 2.24; 3.12; 3.22; 4.3,6,9,13; 5.5; 6.3,9; 7.1,2,3,5,8,10; 8.15; 9.4; 9.16; 9.18. Excelente - 2.13; 7.12. Vejamos também alguns texto fora do Eclesiastes que mencionam o termo "excelente": Pv.8.6; Ec.2.13; Ct.4.16; Rm.2.18; Fil.1.10; I Cor. 12.31. Não se acomode no nível do que é bom. Algumas considerações: A) 5.1 – "... pois não sabem que fazem mal." Um dos fatores que catalisam o crescimento do mal é a ignorância. A bíblia nos foi dada para que possamos adquirir  o conhecimento necessário para se identificar o mal em suas diversas formas afim de que o

(10)

evitemos. B) Ao mencionar o mal Salomão não falou sobre Satanás. Sua ação no Velho Testamento não era bem identificada. Por exemplo, no livro de Jó: Depois que Satanás destruiu tudo o que

aquele homem possuía, sua conclusão foi: "Deus deu, Deus tomou." Ele atribuía tudo a Deus. Isso não está absolutamente errado, já que Deus tem o controle final de todas as coisas. Porém, Jó não  percebeu a mão de Satanás nesse processo. C) O que é bom torna-se mau quando passa a ocupar 

o lugar de Deus em nossas vidas (idolatria), (amor ao dinheiro 5.10); quando ocupa o lugar da

espiritualidade (exemplo: trabalho no lugar do culto). A serpente de bronze que Moisés fez tornou-se um ídolo e precisou ser destruída (II Rs.18.4). Muitas coisas tornam-se más quando são feitas no tempo errado ou da maneira errada. Exemplo: arrancar uma planta que não cresceu ou colher um fruto que não amadureceu. Ec.10.16-17 (tempo e modo) 8.6. O modo de se fazer as coisas é, em muitos casos, o fator diferenciador entre o sucesso e o fracasso. Muitas pessoas falam verdades de modo ofensivo e depois se justificam dizendo que são "francas". São palavras certas ditas da

maneira errada. Assim, palavras boas surtem um efeito mau. D) Tudo é bom enquanto for justo, enquanto não for vergonhoso. (A própria consciência identifica isso com alguma eficiência. O

 problema é que a consciência pode ser condicionada e se tornar ineficiente.) Tudo é bom enquanto não causar escândalo. Vejamos uma lista de considerações pertinentes a essa questão em

Filipenses 4.8. Desejo x cobiça

 A preocupação ética do Eclesiastes poderia ser resumida em se buscar o bem e evitar o

mal. Porém, a definição do limite entre esses elementos nem sempre é fácil. Como foi 

observado por Salomão, o homem precisa de comida, bebida, trabalho, dinheiro,

relacionamentos, alegria, prazer, etc. Em suas buscas, conquistas e realizações, o ser 

humano vai avançando numa direção que passa pelos domínios do bem e pode acabar 

alcançando o espaço do mal. Mas como se identifica a linha divisória entre as duas

coisas? Podemos ver também nesse movimento uma passagem pelos domínios da

sabedoria, da tolice e da loucura. Para ilustrar, vamos pensar na velocidade desenvolvida

 por um automóvel. Só para termos uma idéia, consideremos que até aos 80 quilômetros

 por hora estaríamos nos limites da sabedoria. Atingindo os 120, isso seria tolice. Ao

chegarmos aos 180, teríamos alcançado a loucura. Assim acontece em várias ações

humanas. Contudo, não existe um velocímetro na vida para determinar em que ponto

estamos. A lei determina alguns limites, mas não todos, principalmente para coisas que

são boas e aparentemente inofensivas. Uma faca não é boa nem má, mas o seu uso vai 

determinar essa característica. Desse modo, muitas coisas boas podem se tornar más

devido a vários fatores. Em I Coríntios 10, Paulo fala que os judeus "cobiçaram as coisas

más". Que coisas eram essas? Comida, bebida e diversão. Isso não é originalmente mau.

 A maldade está então na cobiça (Ec.6.7). Se alcançamos algo bom motivados pela

cobiça, então isso se torna mau.

O homem desvia sua necessidade psicológica e espiritual para o físico, criando falsas necessidades. Por exemplo, muitas pessoas com ansiedade, desviam seu problema para uma ilusória necessidade

(11)

de alimentação. A infelicidade ou sentimento de insatisfação pode ser erroneamente identificado como falta de alguma coisa material, quando, na realidade o que está faltando é algo espiritual. O risco e a inutilidade do excesso – A importância do equilíbrio O excesso é uma das origens do mal  em muitas de suas manifestações. Em diversos textos, o autor de Eclesiastes menciona o excesso. Onde está o limite entre o suprimento, o conforto e o exagero? Algumas vezes, o exagero de

alguém causa necessidade para outro. Por exemplo, enquanto uma pessoa possui muitos hectares de terra, outra não tem sequer um lote. Vejamos os versículos de Eclesiastes que se referem ao excesso ou grande quantidade de qualquer coisa: 1.18 (sabedoria, trabalho) 4.8 (trabalho, riqueza) 5.2-3 (palavras) 5.7 (sonhos) 5.11 (bens) 5.12 (comida) 6.3 (filhos) 6.3,6 (tempo de vida) 7.16-17  (justiça, sabedoria, impiedade) (extremos) 10.17 (comida e bebida). A busca excessiva de Salomão. 2.5 Toda a espécie 2.7 grande possessão mais do que todos 2.8 amontoei de toda sorte 2.9 -engrandeci-me e aumentei mais do que todos. 10 - tudo. Seria interessante ler outras palavras de Salomão sobre o excesso em Provérbios: 24.13-14; 25.16. O homem quer mais do que lhe é dado.  Adão e Eva podiam comer de quase todos os frutos disponíveis, mas quiseram até mesmo aquele

que tinha sido proibido. A felicidade não está no excesso. Depois de buscar tudo ao máximo,

Salomão encontrou novamente a vaidade e a aflição de espírito. O excesso daquilo que você quer  trará também o excesso daquilo que você não quer (1.18). Muito conhecimento poderá trazer muito trabalho. Este, por sua vez, pode até não trazer excesso de dinheiro. Se trouxer, este virá

acompanhado de muitas perturbações que só o rico conhece. "Onde se multiplicam os bens,

multiplicam-se também os que deles comem" (5.11). Salomão apresenta os riscos do excesso e sua inutilidade. Algumas vezes pode ser perigoso, outras, inútil. Ele não proíbe o excesso. Proibir é  próprio da lei e não da sabedoria. A sabedoria orienta ao cuidado. Muitos excessos são lícitos, ou

seja, não são proibidos. Contudo, podem não ser convenientes. Cabe a cada um julgar com

sabedoria cada situação. Isso é bem do estilo no tempo da graça. Não é proibido comer carne de  porco, mas convém? Até que ponto? I Cor.10.23. Vejamos uma linha de conquista progressiva, onde

a primeira posição corresponde ao mínimo necessário para o suprimento da necessidade. Em um segundo momento, existe algum excesso. Podemos ver nisso, não um exagero, mas uma posição de conforto. O excesso não será negativo nesse ponto. A posse material, por exemplo, em níveis ainda maiores pode se tornar inútil ou até mesmo arriscada. Ao pensarmos em dinheiro, verificamos sua necessidade e utilidade (7.12). É bom que o tenhamos em quantidade superior à necessária. Isso seria confortável. Se possuirmos muito mais do que precisamos, então não seremos capazes de usufruir de tudo. Se atingimos o que se considera acúmulo de riqueza, então podemos perder a tranqüilidade e a liberdade. Muitos chegaram a esse nível e vivem se escondendo com medo de roubos e seqüestros. Evidências do judaísmo em Eclesiastes, enfoques teológicos e vínculos bíblicos A aparente separação do Eclesiastes em relação ao contexto bíblico se desfaz pelos

seguintes elementos: Referência a Davi (1.1), Jerusalém (1.1,12 2.9), Israel (1.12), Casa de Deus -templo (5.1), sacrifícios (5.1), votos (5.4), anjo (5.6), mandamentos - lei (12.13). Imortalidade da alma/espírito (3.19-21 12.7), Deus (5.1) (Elohim 33 vers.), pecado (2.26), juízo (12.14). - O teocentrismo de eclesiastes, abordando os vários aspectos das relações divinas com o homem: Deus criador (12.1) - doador (2.24,26 5.18,19) - orientador (soberania) (9.1) - único Pastor (12.11), legislador - 12.13), Juiz (11.9 12.14 3.17). - O pecado como causa da desgraça humana - 7.25-26  8.3,13 9.18 - O juízo – No tempo presente, na vida terrena, o justo e o ímpio passam pelas mesmas

(12)

coisas. Aparentemente se observa injustiça. Salomão viu isso e se sentiu incomodado (2.14-16; 8.10-14; 9.1-3). Deus ama a todos e a todos oferece a oportunidade. Por isso, o juízo não se executa logo. Contudo, Salomão afirma que o julgamento vem e Deus o executará (11.9; 12.14; 3.17). - Ligações com Gênesis - Pecado - 2.26 Trabalho - 1.13 Morte - 12.7 3.19-21 - Ligação com  Apocalipse Juízo (11.9 12.14) A eterna morada do homem (12.5). Semelhança com Jó 3

-Ec.4.1-3 6.2-6 - Semelhança com Provérbios - Ec.10; 12.9

DEUS As referências a Deus no livro

fazem com que o mesmo possa ser considerado teocêntrico, ao contrário do que

sugerem alguns críticos negativos. Eclesiastes apresenta Deus como criador, doador,

orientador, legislador e juiz. Tudo isso está totalmente coerente com o contexto bíblico

geral. Em nossa leitura, notamos que os verbos associados à pessoa de Deus chamam a

atenção por seu sentido e pela freqüência com que se repetem. Entre eles destacam-se

os verbos "fazer", "dar" e "julgar", os quais reforçam a tese de que o autor apresenta

Deus como criador, doador e juiz. Deus criou todas as coisas e deu muitas delas ao

homem. Tudo foi feito perfeito (Ec.7.29) e formoso (Ec.3.11). Contudo, o homem

corrompe a criação e também a si mesmo. De tudo isso, Deus pedirá contas ao homem

no juízo (3.15,17; 11.9). DEUS CRIADOR Ec.3.11 – Deus fez tudo formoso em seu

tempo. Deus faz uma obra oculta. Ec.3.14 – O que Deus fez durará eternamente. Ec.7.14

 – Deus fez o dia da prosperidade e o dia mau. Não podemos ter uma visão parcial, como

se as adversidades estivessem fora dos planos de Deus. Ec.8.17 – Obra de Deus.

Ec.11.5 – Obra de Deus. Ec.12.1 – Lembra-te do teu Criador. DEUS DOADOR Ec.1.13 –

Deus dá o trabalho ao homem. Ec.2.24 – Deus dá oportunidade para que o homem

usufrua do fruto do seu trabalho. Ec.2.26 – Deus dá ao homem sabedoria, conhecimento,

alegria e trabalho. Ec.3.10 – Deus dá o trabalho ao homem. Ec.3.12-13 – Deus dá

oportunidade para que o homem usufrua do fruto do seu trabalho. Ec.5.18 – Deus dá ao

homem o tempo de vida. Ec.6.2 – A alguns, Deus deu riquezas. Dentre esses, alguns não

receberam a condição de uso das mesmas.Ec.8.15 – Deus nos dá a vida. DEUS

JUIZEc.3.15 – Deus pede contas do que passou. Ec.3.17 – Deus julgará o justo e o ímpio

suprindo a falta da justiça humana (v.16). Ec.11.9; 12.14Depois de receber tantos dons, o

que o homem faz? Se esquece de Deus. Por isso, o autor de Eclesiastes diz: "Lembra-te

do teu criador.." (Ec.12.1). E quando se lembra, o homem continua sua trajetória de erros.

Em seu esforço religioso, oferece o "sacrifício de tolos" (Ec.5.1). Faz votos e muitas vezes

deixa de cumpri-los (Ec.5.4-6). O autor reforça o dever humano para com Deus: temer ao

Senhor (Ec.5.7; 7.18; 8.12,13;) e obedecer aos seus mandamentos (Ec.12.13). Este é o

nosso dever, sempre atentos ao que agrada ao Senhor (Ec.5.4; 9.7; 7.26), pois estamos

todos em suas mãos. (Ec.9.1).

A CASA DE DEUS (Ec.5.1)

O livro enfatiza bastante a

atividade humana. Em meio a tudo isso, faz-se referência à casa de Deus, na qual o

(13)

sua atividade e ouvir a voz de Deus. "Inclina-te mais a ouvir..." Nota-se nessa ordem a

importância da palavra de Deus, a qual deve ser ouvida pelo homem. Precisamos ter 

cuidado para que o excesso de atividade humana não venha ocupar o lugar da palavra de

Deus em nossas igrejas e em nossas vidas. "Inclina-te mais a ouvir..."Não basta "escutar" 

a palavra de Deus. O verbo "ouvir" pressupõe "atender", "obedecer". A obediência inclui 

atividade, mas agora tem-se uma ação divinamente orientada. O autor nos alerta contra a

religiosidade fútil diante do verdadeiro Deus. Assim, o servo de Deus estaria fazendo

tolices como fazem aqueles que não conhecem o Senhor. Este é o caso de se fazer muita

coisa para Deus e deixar de fazer exatamente o que ele mandou que fizéssemos. O

versículo 2 do capítulo 5 nos traz uma expressão ainda mais íntima. Agora o homem está

"diante de Deus". Nesse momento, o homem tem a tendência de falar muito e falar 

errado. O autor condena essa precipitação e abundância de palavras (Ec.5.2-3). Está em

 pauta a questão da oração. Quando oramos de forma impensada, corremos o risco de

falar tolices, inclusive fazendo votos que não poderemos cumprir (Ec.5.4-6). Isso ocorre,

 principalmente, quando se tem um tempo de oração a observar. Muitas vezes, o assunto

 já terminou mas ainda há tempo para orar. Então começamos a encher o tempo com

 palavras vazias e repetitivas (Mt.6.7). Seria melhor então que dedicássemos esse tempo

 para ouvir o Senhor através da sua palavra. Quando orarmos, precisamos de

objetividade. Isto será melhor que a excessiva quantidade de palavras. Precisamos ter 

em claro em nossa mente o objetivo da nossa oração. Como disse Oséias: "Tomai 

convosco palavras e voltai para o Senhor. Dizei-lhe: Perdoa toda a iniqüidade." (Os.14.2).

Pelo quê vamos orar? Não devemos começar a falar ou cantar de modo irrefletido e

irresponsável. Tendo objetivos claros, poderemos nos lembrar deles e esperar 

conscientemente a resposta de Deus. Veja a objetividade do salmista que diz: "Uma coisa

 pedi ao Senhor e a buscarei: que eu possa habitar na casa do Senhor todos os dias da

minha vida, para contemplar a formosura do Senhor e aprender no seu templo." (Salmo

27.4).No mesmo versículo em que diz que o homem está "diante de Deus", o autor 

completa dizendo que o homem está na terra e que Deus está nos céus. Pode parecer 

uma contradição. Contudo, acho mais coerente ver nesse texto não uma idéia de

distância geográfica, mas de duas realidades diferentes, dois níveis distintos. A realidade

divina é representada pela palavra céu. A realidade humana é terra. Muitas vezes, nossas

orações são erradas porque não compreendemos a ação divina. Queremos interpretá-lo

sob a ótica terrena. Nós vemos as obras de Deus, não as compreendemos, mas

queremos julgá-las. Então nos precipitamos com nossa boca e falamos de modo errado

diante de Deus. Isso pode ser nossa reclamação, nossa murmuração, que também é um

tipo de oração negativa. Deus está no céu. O seu propósito é superior. Sua vontade é

(14)

suprema. Vamos então nos inclinar para ouvir e aprender com ele. Ao dizer que "Deus

está nos céus e tu estás sobre a terra", é como se o autor estivesse exortando o leitor a

"se colocar no seu lugar". O adorador que chega para cultuar a Deus, não está em

 posição de determinar o que Deus deva fazer, nem a ele cabe o questionamento das

obras divinas, nem tampouco a revolta ou rejeição contra os desígnios do Senhor. Se

assim for, não é adoração que veio prestar. No versículo 4, encontramos a afirmação de

que "Deus não se agrada de tolos." O culto tem o objetivo de agradar a Deus. Afinal, para

quem é o culto? Para Deus ou para os que cultuam? Se o culto estiver voltado para o

homem, então este se tornou o seu próprio deus. Se o objetivo da nossa pregação e do

evangelho que anunciamos for para agradar aos homens, então não somos servos de

Cristo (Gálatas 1.10). O HOMEMTodo o livro de Eclesiastes se relaciona ao ser humano.

Evidentemente, foi escrito para o homem, avalia a vida humana, as relações humanas e a

relação entre o homem e Deus. Muitas vezes o autor menciona "o homem". Tal referência

é um tratamento genérico, ou seja, refere-se a qualquer ser humano, seja homem ou

mulher, independente de qualquer distinção. Temos nesse detalhe uma evidência do

caráter universal de Eclesiastes. Sua mensagem se dirige a todos os homens (12.13), e

não apenas aos judeus, como seria natural em se tratando de um escrito do Velho

Testamento. Logo, esse livro apresenta uma característica avançada para o seu contexto,

não se restringindo pelo nacionalismo ou exclusivismo judaico. Em outros momentos, a

expressão "o homem" ganha um complemento. Por exemplo: "O homem que é bom" 

(2.26). O termo "que" determina um tipo específico de homem, ou simplesmente o homem

genérico em situações específicas. "O homem" - genérico - caráter universal de

Eclesiastes (1.3; 2.3; 6.10; 7.2; 8.8; 12.13)"O homem que... " - específico - 2.12,26 etc 

PROGRESSÃO DA ANÁLISE DO AUTOR SOBRE O HOMEMCapítulo 1 - Salomão vê o

universo. Capítulo 2 - Salomão vê a si mesmo, fala consigo mesmo, fala de si mesmo e

de seus interesses, conquistas, construções e decepções. Nesse capítulo, os pronomes e

verbos se referem quase que exclusivamente à primeira pessoa do singular: Vejamos os

números de acordo com a versão bíblica de Thompson: Nos primeiros 20 versículos do

capítulo 2 o pronome "eu" aparece 5 vezes; "meu" 11 vezes; "minha" 5 vezes; "me" 7 

vezes; "mim" 5 vezes, "comigo" 1 vez, e 44 verbos referentes ao próprio autor, incluindo

conjugações em primeira pessoa e os gerúndios, particípios e infinitivos relacionados.

Existem ainda alguns verbos em terceira pessoa mas usados pelo autor para se referir ao

seu próprio coração, seus olhos e suas mãos. Nesses mesmos versículos existem

 poucas referências genéricas ao homem e algumas mais específicas, que se referem aos

servos e servas do autor. Em resumo, Salomão está analisando sua própria vida para tirar 

conclusões aplicáveis a todos os homens. A partir do versículo 21 do capítulo 2, o autor 

(15)

vê os outros homens, suas atividades e relações mútuas. AS RELAÇÕES

HUMANASObservando as relações humanas, o autor vai especificando o papel ou

 posição do homem dentro da relação ou fora dela. Surgem então as seguintes

referências: - O próximo (ou estranho) – mostra contato casual, sem compromisso, sem

amizade, sem parentesco – (4.4; 6.2). - O companheiro – o amigo (4.10). - Mulher, filho,

irmão, parente - relação conjugal e familiar – (4.7-12; 6.3; 7.26; 9.9; 11.5)- Relação social 

 – (4.1; 5.8; 8.2).Como disse Deus, "não é bom que o homem esteja só". Assim, ele se

aproxima do outro tornando-se "próximo". Havendo uma relação amistosa e cooperativa,

tornam-se "companheiros". A próxima fase é a relação conjugal e familiar, que não deve

suprimir o companheirismo da fase anterior, ou não deveria suprimir. Da família surge a

sociedade. Salomão contempla o quadro social de sua época com as diferenças de

classes e relações sociais diversas. Em meio a tudo isso, o autor avalia também as

relações do homem com Deus, como são e como deveriam ser (cap.5 e 12). RELAÇÕES

E POSIÇÕES SOCIAISComo vimos, muitas vezes o autor de Eclesiastes se refere ao

homem de forma genérica e, às vezes, de forma específica. Tais tratamentos evidenciam

as igualdades e as diferenças humanas. Em alguns momentos o homem quer ser igual ao

outro homem. Em outro instante, quer ser diferente. Por exemplo, se o homem quer 

entrar em um grupo, então procura ser igual aos demais, assumindo valores e padrões de

identificação do grupo, afim de ser aceito. Quer ser normal, de acordo com as normas do

grupo. Depois que sua admissão está consumada, o homem procura ser diferente para

obter destaque. Busca então a individualidade. Em última análise, o homem não quer ser 

genérico, comum. Quer ser específico, especial, diferente. Por isso, sempre deseja

 posições, adjetivos e títulos que o façam diferente e, de preferência, superior ao seu

 próximo (Ec.1.16; 2.7,9). No arranjo social humano, Salomão observou que o homem

genérico assumiu ou recebeu posições diferenciadas. O homem comum (genérico) herda

 posições e títulos (10.16; 2.7) - adquire (disputa) posições, títulos e adjetivos. Acaba

ganhando outros adjetivos, alguns até indesejáveis e talvez merecidos. O fato é que

estamos sempre sendo julgados, sentenciados e rotulados pelos que nos observam.

Selecionando alguns adjetivos: rico, pobre, justo, ímpio, sábio, tolo, opressor e oprimido,

fizemos o esquema acima, apresentando as combinações que julgamos possíveis (3.17;

4.1; 5.8; 5.12; 7.7). Algumas delas podem ser vistas no Eclesiastes. Nosso objetivo é

 perceber a análise social que Salomão fez. Ele observa tais características do ser 

humano e algumas combinações entre elas. Em 4.13, menciona-se um "jovem pobre

sábio" e um "rico velho tolo". Jovens e velhos podem ser encontrados em qualquer das

 posições acima descritas. Estão em confronto posicões sociais e condições morais.

(16)

cada característica. Somos convidados a avaliar a pior e a melhor combinação. Salomão

fez esse tipo de exame e concluiu: "Melhor é o jovem pobre e sábio." Destaca-se nessa

frase o valor da sabedoria. Algumas combinações são desconcertantes. Em 9.11-18 

temos um "sábio pobre oprimido". Com isso, o autor mostra que não existe uma relação

lógica e natural entre sabedoria e riqueza, ou entre justiça e riqueza, ou entre idade

avançada e sabedoria. Ter um "jovem sábio" (Sal.119.100) ou um "sábio oprimido" (7.7;

10.5-7) não parece ser algo natural. Contudo, a bíblia vem nos mostrar essas realidades.

O próprio autor de Eclesiastes parece um pouco surpreso com tais observações. Ele fica

admirado ao constatar que não é dos sábios o pão, nem dos prudentes a riqueza (9.11).

 Algumas expectativas acabam não se cumprindo. Como poderíamos então falar da

riqueza como algo ligado necessariamente à vida do servo de Deus? Parece que esse

tipo de associação não tem respaldo bíblico. É possível que uma pessoa se desloque

entre os níveis morais e sociais apresentados. Deus nos dá tempo e oportunidade para

descer ou subir. Descer é sermpe mais fácil. O rico pode perder sua riqueza por qualquer 

má aventura (5.14). Para o pobre tornar-se rico é bem mais difícil. Já nascemos em uma

 posição social definida. Temos sobre nós o peso da herança. O livro fala sobre "o que

nasceu pobre", o "servo nascido em casa" (4.14; 2.7) e também sobre um rei que é

criança, ou seja, nasceu rico (10.16). Contudo, aquele "que nasceu pobre" tornou-se rei.

Saiu do cárcere para reinar (4.14). O autor mostra a mudança de posição social. Vemos

aí a possibilidade que, estando nos propósitos divinos, torna-se realidade. Tal referência

nos faz lembrar a história de José do Egito, que saiu do cárcere para governar. O homem

se ilude com sua posição e passa a desprezar ou até a oprimir aquele que lhe parece

inferior. Salomão examina tudo isso e chega a mostrar os riscos da riqueza e e os

 prazeres do pobre (5.12-20). Em todo esse quadro de situações e posições, o que

importa de fato é a questão moral ou espiritual do homem. Muitas vezes nos deixamos

levar pela questão de riqueza e pobreza como se isso fosse o mais importante. Muito

mais significativo é o peso da justiça, da impiedade, da sabedoria e da tolice. O homem

se ilude com sua posição social, mas precisa se conscientizar de sua real condição para

viver bem com Deus e com o próximo. Por isso, o autor compara o homem com os

animais. Tenta, assim, mostrar a igualdade humana, a despeito da aparente diferença

(3.18-20; 5.15.) Diante de tantos adjetivos, destacam-se: "vivos" e "mortos" como o

melhor e o pior adjetivo, já que enquanto há vida há esperança de melhora em todos os

aspectos (9.1-5). A morte vem mostrar a igualdade humana. Do pó para o pó. A

desigualdade da vida se desfaz no pó da morte (Jó 3.11-22). Contudo, o Eclesiastes fala

do juízo. Então, a desigualdade volta à pauta. Não uma desigualdade social, mas uma

desigualdade espiritual e eterna em consequência da desigualdade moral em vida

(17)

(Dn.12.2). Lembre-se da história do rico e do Lázaro, sua desigualdade social em vida e

sua desigualdade espiritual pós-túmulo. TIPOS DE RELAÇÕES SOCIAIS OBSERVADAS

PELO ECLESIASTES Serviço (Serviço + propriedade = escravidão) - 2.7-8Governo -

8.2-4Domínio - 8.9Opressão - 4.1 = (Governo + opressão = Ditadura)Família

(2.18,21,26)Contato físico (3.5)Exploração (6.2)Pranto pelo morto 12.5Esquecimento

-2.16 O autor fala sobre um aspecto ideal para as relações humanas: a ajuda e o consolo

ao próximo. Contudo, nesses casos, ele aconselha mas não viu nenhum exemplo para

mencionar. (11.1-3; 4.1). Observam-se no texto referências aos erros e conflitos que

ocorrem nas relações humanas em todos os níveis (4.1,4; 5.8; 7.21,22,26; 10.4-5,20; 7.7;

9.14). Contudo, os relacionamentos humanos corretos são apresentados como

necessários e fundamentais (4.8-12; 9.9). Se tudo isso pode trazer problemas, a ausência

das relações pode ser ainda um problema pior. "Ai do que estiver só..." 

(4.10).CARACTERIZAÇÃO HUMANA NO ECLESIASTES O substantivo comum "homem" 

é alterado por adjetivos, advérbios, predicados, predicativos ou trocado por outro

substantivo ao qual acrescentam-se novos adjetivos. Desse modo, caracterizamos as

 pessoas. Exemplos: HomemHomem que trabalhaHomem trabalhadorProfissionalBom

 profissionalPéssimo profissional HomemHomem que não trabalhaHomem

 preguiçosoMalandroMalandro perigosoMalandro muito perigoso. Note-se a evolução da

caracterização humana. Estamos sempre conquistando ou ganhando adjetivos e

substantivos. Exemplos em Eclesiastes.Homem (genérico) (6.3)Homem que seguir o rei 

(2.12).Homem pobre (9.15)Pecador (2.26)Grande rei (9.14)Tais terminologias podem

 parecer muito semelhantes em sua função caracterizadora do ser humano. Contudo,

quando usamos a preposição "que" estamos, normalmente, falando de uma ação

eventual. Uma coisa é falar de um "homem que faz o bem". Outra coisa é chamá-lo de

"bom". Somente uma prática constante pode dar ao homem o adjetivo correspondente à

sua ação. Seria correto dizer que o "homem que segue o rei" é um seguidor? Só diríamos

isso se soubéssemos que existe a prática constante de seguir o rei. Poderíamos

chamá-lo de "discípuchamá-lo"? Só se soubéssemos que existe entre ambos um compromisso. Uma

coisa é se referir a alguém como "um homem que escreve". Outra coisa é chamá-lo de

"escritor", "escriba" ou "escrivão". Então, para cada tipo de ação ou situação usamos um

tipo de caracterização que, embora seja semelhante, contém sentido bem diverso. Os

adjetivos negativos, entretanto, são adquiridos com mais facilidade. Por exemplo, "o

homem que" roubar uma única vez já ganhará o nome de "ladrão", do qual dificilmente se

desvencilhará no futuroSITUAÇÕES, AÇÕES, POSIÇÕES, E TÍTULOS Somos

caracterizados em função de situações em que nos encontramos, ou devido às nossas

ações, ou por causa das posições que ocupamos. Sempre gostamos de ganhar adjetivos.

(18)

Ser chamado de "homem" não chega a ser, normalmente, um elogio ou um insulto, mas

ser chamado de "homem forte" já é algo totalmente diferente. Veja como o adjetivo muda

completamente a imagem da pessoa, mesmo que isso seja uma ilusão. Entretanto, os

adjetivos não chegam a ser satisfatórios para o ser humano. O homem quer possuir 

títulos honrosos. Poderíamos falar de alguém como "um homem que governa". Isso é

 pouco. É uma designação fraca. Então podemos acrescentar-lhe um adjetivo: "homem

governador". Daí, como acontece com muitos adjetivos, o "governador" se torna

substantivo. Substantivo é nome. Então, já não chamamos habitualmente tal homem pelo

seu nome próprio, mas pelo título recebido. Contudo, o homem quer títulos mais

 pomposos. Então o governador ganha título de "rei", "presidente", etc. Saindo um pouco

do nosso livro-tema, vejamos no evangelho de João, capítulo 1 (19 a 28), a valorização

humana pelos títulos. O texto fala de sacerdotes e levitas (note os títulos) que foram

entrevistar João Batista e lhe perguntaram: "Quem és tu? És Elias? És profeta? Quem

és? Que dizes de ti mesmo?" Após dizer várias vezes "não sou", João se identificou como

"a voz que clama no deserto". Ele poderia ter se apresentado como levita, já que era da

tribo de Levi, ou pelo menos como filho do sacerdote Zacarias. Poderia dizer que era

 profeta e não estaria mentindo. Contudo, João não aceitou títulos. Aqueles judeus

queriam saber qual era a posição social e religiosa de João. A posição era

importantíssima para eles, como, muitas vezes é para nós. Contudo, João não disse

quem ele era mas sim o que ele estava fazendo: "Eu sou a voz que clama...". O mais

importante não é o título que temos mas o trabalho que estamos executando. Acontece,

em muitos casos, o contrário. Muitas pessoas têm títulos mas não fazem aquilo que o

título indica. É como uma garrafa com um rótulo bonito e conteúdo ruim. FAZER, SER E 

ESTAR Sempre fazemos muitas coisas. Mas queremos ser alguma coisa, e essa é a

ilusão resultante dos adjetivos e títulos. Queremos adjetivos relativos aos nossos bons

atos ou boa situação. Quando os recebemos, pensamos que somos aquilo. Por exemplo:

o homem "rico" age, pensa e vive como se houvesse alcançado o "ser" rico. Na realidade

o correto seria que tal pessoa se visse como alguém que "está" rico. Esta é a visão real 

da vida humana. O verbo ser não é muito apropriado para o ser humano, a não ser 

naquela declaração divina: "Tú ÉS pó." Aí está o que o homem é. Nas outras questões, o

verbo "estar" é o mais coerente com a transitoriedade humana. Precisamos nos lembrar 

disso, afim de que não venhamos a ser dominados pela soberba, pelo orgulho e pelo

desprezo para com o próximo. O verbo ser é bem apropriado para a pessoa de Deus.

Somente ele É, SEMPRE FOI E SEMPRE SERÁ. Ele não muda. Por isso, ao ser 

 perguntado por Moisés sobre o seu nome, o Senhor respondeu: "EU SOU". Vejamos os

adjetivos e títulos encontrados no livro de Eclesiastes, os quais demonstram a atenção do

Referências

Documentos relacionados

O projeto consiste basicamente em monitorar uma pista de carros de autorama e registrar resultados como: numero de voltas, tempo de cada volta do carro,

Todas as decisões tomadas durente o decorrer deste trabalho levaram em consideração que o mesmo visa contruir um conjunto de componentes de software que forneçam as funcionalidades

devidamente assinadas, não sendo aceito, em hipótese alguma, inscrições após o Congresso Técnico; b) os atestados médicos dos alunos participantes; c) uma lista geral

However, we found two questionnaires that seemed interesting from the point of view of gathering information about students' perspective on the use of

Os testes de desequilíbrio de resistência DC dentro de um par e de desequilíbrio de resistência DC entre pares se tornarão uma preocupação ainda maior à medida que mais

3 O presente artigo tem como objetivo expor as melhorias nas praticas e ferramentas de recrutamento e seleção, visando explorar o capital intelectual para

Vale destacar, ainda, que, apesar de a ação de Saturnino de Brito em Passo Fundo ser mencionada pela historiografia especializada, não se dispõem de estudos aprofundados na

8 Pagamento: Uma vez finalizado o Leilão o Arrematante deverá (i) pagar o valor do lote arrematado (equivalente ao valor do Lance vencedor) ou, a importância equivalente ao