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IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTES DE PÓS- OPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA 1

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IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTES DE

PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA1

IMPORTANCE OF RESPIRATORY PHYSIOTHERAPY IN POSTOPERATIVE

PATIENTS OF BARIATRIC SURGERY1

Lorena Neves Siqueira Ferreira2, Giulliano Gardenghi3

1 Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva/Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

2 Fisioterapeuta: Pós-Graduanda em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva/Pontifícia Universidade Católica de Goiás; email: lorenansferreira@gmail.com

3 Orientador: Doutor em Ciências, Área de Concentração: Cardiologia, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Coordenador Científico e Professor de pós-graduação CEAFI/Pontifícia Universidade Católica de Goiás; email: coordenacao.cientifica@ceafi.com.br

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Resumo: Introdução: A obesidade é uma desordem grave que reduz a expectativa de vida, aumenta o risco de desenvolver doenças e provoca distúrbios de ordem emocional. O objetivo deste estudo foi analisar a importância da fisioterapia respiratória em pacientes de pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica, apresentando algumas técnicas que podem ser desenvolvidas para intervenção nas complicações pulmonares desses pacientes. Métodos: A pesquisa foi essencialmente bibliográfica com delimitação temporal de 2005 a 2013. Foram utilizados para seu desenvolvimento 1 livro com idioma em português e 21 artigos científicos originais e de revisão localizados na SCIELO, LILACS e BIREME. Discussão: A fisioterapia melhora os volumes pulmonares e a capacidade de movimentos. Recursos e técnicas fisioterapêuticas são indicados para prevenção, tratamento, redução do risco e gravidade das complicações pulmonares pós-operatórias de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Conclusão: São várias as técnicas que podem ser utilizadas, elas vão desde a mais simples, sem o uso de dispositivos, realizadas apenas com o manejo de movimentos naturais tecnicamente observados, até as mais complexas, que utilizam dispositivos de alta tecnologia. Assim, o profissional de fisioterapia deve estar sempre atualizado e preparado para unir experiência e conhecimento técnico a favor da qualidade de vida de pacientes de pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica.

Palavras-chave: complicações pulmonares, pós-operatório, cirurgia bariátrica.

Abstract: Introduction: Obesity is a serious disorder that reduces life expectancy, increases the risk of developing diseases and causes emotional disorders. The aim of this study was to analyze the importance of physiotherapy in patients with post-operative bariatric surgery, presenting some techniques that can be developed for intervention in pulmonary complications in these patients. Methods: A literature search was essentially gated temporal 2005-2013. Were used for his first book with language development in Portuguese and 21 original scientific papers and review articles located in SciELO, LILACS and BIREME. Discussion: Physical therapy improves lung volumes and range of motion. Resources and physical therapy techniques are indicated for the prevention, treatment, reducing the risk and severity of postoperative pulmonary complications in patients undergoing bariatric surgery. Conclusion: There are several techniques that can be used, they range from the simplest, without the use of devices, carried out only with the management of natural movements technically observed, to the most complex, using high-tech devices. Thus, the professional physiotherapy should always be updated and prepared to unite experience and technical knowledge to maintain the quality of life of patients after surgery bariatric surgery.

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1. Introdução

O crescimento do número de pessoas obesas em todo o mundo, principalmente nos países mais ricos, faz com que a obesidade deixe de ser apenas uma questão estética para se transformar em um problema de saúde pública. A obesidade é uma desordem grave que reduz a expectativa de vida, aumenta o risco de desenvolver doenças e provoca distúrbios de ordem emocional. A obesidade é considerada pelos órgãos competentes como a epidemia do século XXI1.

O tratamento da obesidade não é fácil, muitos pacientes acabam recuperando o peso perdido algum tempo após o término do tratamento2.

A cirurgia bariátrica tem sido utilizada para redução do peso corporal e apresenta inegáveis benefícios como melhora geral da qualidade de vida, cura do diabetes e aumento da expectativa de vida3, sendo comprovadamente o melhor tratamento para a obesidade mórbida. Cabe ressaltar que o resultado dependerá da colaboração ativa do paciente no pré e pós-operatório4.

Os maiores problemas que os pacientes de cirurgia bariátrica enfrentam no período pós-operatório são as complicações pulmonares. O serviço de fisioterapia deve iniciar seu trabalho logo no primeiro dia de pós-operatório, com o objetivo de reduzir a possibilidade de ocorrência dessas complicações4.

O incentivo respiratório na recuperação da dinâmica toracoabdominal em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pode produzir melhores índices de recuperação da mobilidade toracoabdominal com maior expansibilidade pulmonar após a cirurgia5.

O que justifica a realização desta pesquisa é a importância de se obter informações cientificamente comprovadas e confiáveis sobre os aspectos que envolvem a fisioterapia respiratória em pacientes de pós-operatório de cirurgia bariátrica. Especialmente para os profissionais da área de fisioterapia, que necessitam de conhecimentos seguros para uma atuação mais eficiente no que se refere às técnicas de expansão pulmonar que podem ser usadas para prevenir, reduzir ou tratar as complicações pulmonares pós-operatórias em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.

O objetivo deste estudo foi analisar a importância da fisioterapia respiratória em pacientes de pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica, apresentando algumas técnicas que podem ser desenvolvidas para intervenção nas complicações pulmonares desses pacientes.

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2. Métodos

Esta pesquisa foi essencialmente bibliográfica com delimitação temporal de 2005 a 2013. Foram lidos, estudados, analisados e sintetizados fundamentos teóricos de livros e artigos científicos publicados em meio eletrônico. O estudo do material bibliográfico foi realizado de acordo com as seguintes fases: leitura exploratória; leitura seletiva; análise dos textos; síntese dos textos; interpretação; e exposição do conteúdo.

Os textos encontrados relacionados ao assunto foram dispostos segundo o recorte de produção acadêmico-científica que aglutinou investigações e estudos que reunidos formaram a base da redação deste artigo.

Foram organizadas e estruturadas as informações encontradas, suas fontes e as reflexões da pesquisa. Para a construção dos textos foi considerado o material concernente e mais apropriado ao tema em estudo, com o objetivo de selecionar a contribuição de cada autor para o assunto em análise.

Os descritores utilizados para busca dos artigos publicados nas bases eletrônicas de dados foram: SCIELO, LILACS e BIREME, e as palavras-chaves foram: complicações pulmonares, pós-operatório e cirurgia bariátrica.

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3. Revisão de Literatura

A obesidade é um distúrbio do metabolismo energético que ocorre através de um armazenamento excessivo de energia, sob a forma de triglicérides, no tecido adiposo. O processo de armazenamento energético no organismo é regulado pela ingestão e pelo gasto energético6.

A obesidade é fator predisponente para desenvolvimento e agravamento de doenças potencialmente graves da síndrome metabólica, composta pela hipertensão arterial, hiperglicemia, aumento dos níveis de triglicerídeos, dislipidemia e perda de albumina na urina, com impacto direto na morbidade e mortalidade por causa dos seus efeitos em órgãos e sistemas alvo4.

As pesquisas sobre a fisiopatologia da obesidade apresentaram grandes avanços nas últimas décadas, isto significa que os efeitos fisiológicos das diversas técnicas aplicadas para mudanças nos eixos neuro-entéricos reguladores do metabolismo, mediados por neuropeptídeos intestinais, com efeitos importantes na regulação da fome e saciedade, no metabolismo da glicose e na função endócrina pancreática se tornaram mais conhecidas, podendo ser ajustadas a cada indivíduo que sofre com esse distúrbio4.

Devido ao aumento, progressivamente notado, da obesidade é imprescindível que esse distúrbio seja tratado com muita cautela, pois ele é responsável pelo aparecimento de diversas doenças crônicas. Dentre as opções terapêuticas para a obesidade, o tratamento clínico é fundamental e precisa ser incluído inclusive no tratamento cirúrgico, seu objetivo é alterar o estilo de vida do indivíduo obeso, melhorando seu padrão alimentar e motivando a prática de atividade física7.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica estabelece algumas normas para o tratamento operatório da obesidade. Os pacientes que podem ser submetidos a esse tipo de cirurgia são aqueles portadores de obesidade mórbida com IMC maior ou igual a 40 Kg/m2 registrado durante pelo menos dois anos e que precisam apresentar insucesso em tratamentos conservadores realizados continuamente, também pelo período mínimo de dois anos; e os pacientes com IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2, portadores de doenças crônicas desencadeadas ou agravadas pela obesidade8.

As cirurgias para o tratamento da obesidade são classificadas em restritivas, disabsortivas e mistas. Existem vários procedimentos cirúrgicos para o tratamento da obesidade grave. Os mais frequentes empregados são: a derivação gástrica em Y de Roux, a banda gástrica ajustável, as derivações biliopancreáticas e a gastroplastia vertical com bandagem. A cirurgia propicia o emagrecimento através de dois mecanismos principais:

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restrição alimentar e disabsorção intestinal. A primeira é obtida pela redução do reservatório gástrico que recebe o alimento. Por outro lado, a disabsorção é conseguida fazendo-se uma derivação ou desvio intestinal que resulta em menor absorção dos alimentos9.

A redução de intestino é o nome popular de um tipo de cirurgia bariátrica chamada bypass gástrico em Y de Roux. Método muito usado de cirurgia bariátrica que tem como objetivos diminuir a quantidade de alimento que o indivíduo consegue ingerir e reduzir a absorção das comidas ingeridas. A Banda Gástrica Ajustável é um dispositivo de silicone colocado na parte superior do estômago com as finalidades de desacelerar a digestão e estimular a saciedade precoce. Nas derivações biliopancreáticas, parte do estômago é retirado de forma definitiva do organismo. Com a redução do estômago, a quantidade de alimentos que o indivíduo consegue ingerir é bem menor. A gastroplastia vertical com bandagem é um método que usa grampos cirúrgicos para dividir o estômago em duas partes, sendo que a menor é a superior, capaz de limitar o espaço para os alimentos. A comida sai da parte superior para a parte inferior por meio de uma pequena abertura onde é colocada uma bandagem para evitar que ela se alargue9.

Qualquer que seja a técnica aplicada na cirurgia bariátrica, para que o procedimento cirúrgico se torne um sucesso duradouro é de fundamental importância que sejam obedecidos rigorosos critérios de acompanhamento clínico pré e pós-operatório10.

Na intervenção cirúrgica uma série de repercussões surge a partir dos vários procedimentos, os problemas podem ser de origem mecânica ou fisiológica. As principais alterações são a redução da mobilidade diafragmática, da saturação de oxigênio e da função pulmonar, com consequente dor e comprometimento respiratório. Essas repercussões levam ao desenvolvimento de complicações pulmonares pós-operatórias11.

As complicações respiratórias mais observadas em pacientes de cirurgia bariátrica são: embolia pulmonar, atelectasias e pneumonia, estando relacionadas à idade e à hipoventilação. Se o paciente apresentar obesidade mórbida, as disfunções respiratórias são ainda mais complexas, incluindo diminuição da resistência cardiorrespiratória e dispnéia, o que ocasiona quadros com diminuição da ventilação e da complacência torácica, taquipneia e aumento do trabalho muscular respiratório, com altos índices de hipoxemia e fadiga respiratória12.

A obesidade provoca no sistema respiratório uma alteração restritiva por causa da diminuição da complacência da parede torácica. O tecido adiposo em quantidade elevada sobre a caixa torácica a torna mais comprimida e assim menos complacente, alterando a mecânica respiratória. Os indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica, imediatamente após a cirurgia apresentam diminuição de 40% a 50% dos volumes e capacidades pulmonares em

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relação aos seus valores pré-operatórios, por isso devem receber sessões de fisioterapia pelo menos três vezes por semana com a finalidade de melhorar a frequência respiratória e manter a frequência cardíaca. A fisioterapia e a perda de peso após a cirurgia bariátrica melhoraram a capacidade cardiopulmonar e a capacidade de exercícios, possibilitando uma melhor qualidade de vida para os pacientes13.

Após o diagnóstico das complicações relacionadas ao sistema respiratório, é de extrema importância uma avaliação rigorosa tanto clínica quanto fisioterapêutica, para que sejam comprovados os níveis de volumes e capacidades pulmonares, intensidade da dor incisional, adequação dos parâmetros cardiorrespiratórios, tanto no pré quanto no pós-operatório de cirurgias bariátricas11.

A fisioterapia respiratória contribui de forma clínica e terapêutica para a melhora da função pulmonar. Diversas técnicas podem ser utilizadas para recuperação pós-operatória e redução da incidência de complicações pulmonares em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. A escolha do método a ser aplicado depende da identificação da técnica fisioterapêutica mais eficaz, importante ainda é adquirir todas as ferramentas que a fisioterapia respiratória oferece para a adaptação a cada paciente, conforme suas necessidades e sua natureza orgânica, fisiológica e mecânica11.

A intervenção fisioterapêutica proporciona recuperação gradual da dinâmica toracoabdominal. Entre as técnicas que podem ser usadas estão os dispositivos Voldyne®, Flutter, Peak Flow e Threshold, que apresentam resultados significativamente bons, revelando-se como eficaz nas respostas pulmonares5.

Condutas após a cirurgia bariátrica para a melhora da função respiratória podem basear-se em manobras de higienização brônquica, reexpansão pulmonar, exercícios respiratórios, treino de padrão respiratório diafragmático e fisioterapia motora. A evolução satisfatória no pós-operatório evidencia a importância da fisioterapia para a recuperação motora e respiratória. Essa evolução ocorre principalmente devido à melhora da expansibilidade torácica e do padrão respiratório. A fisioterapia é importante no pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, pois promove uma melhor recuperação desses pacientes14.

A aplicação da pressão positiva contínua nas vias aéreas, na frequência respiratória, no volume corrente e no volume minuto pode ser um recurso auxiliar da fisioterapia respiratória no tratamento de pacientes em período pós-operatório de cirurgia bariátrica, para a manutenção do volume corrente, porém atenção deve ser tomada durante a aplicação, pois pode haver aumento da frequencia respiratória15.

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O volume corrente, o volume minuto e a frequência respiratória de indivíduos obesos mórbidos no pós-operatório de cirurgia bariátrica, após a fisioterapia respiratória convencional associada ou não à pressão positiva contínua nas vias aéreas no pré-operatório, não apresentam diferenças significativas entre o pré e o pós-operatório, mas contribui para a manutenção das variáveis respiratórias no pós-operatório16.

A avaliação respiratória e as manobras fisioterapêuticas respiratórias melhoram de forma significativa a frequência e o padrão respiratório das pressões inspiratória e expiratória, e do fluxo expiratório máximo instantâneo, além de contribuir para ausência de complicações pulmonares no pós-operatório de cirurgia bariátrica17.

As pessoas obesas exigem maior força da própria musculatura respiratória, aumentando, assim, o trabalho mecânico para uma adequada ventilação. Isso promove um efeito de treinamento sob a musculatura respiratória, o que justifica que muitas vezes a pressão máxima inspiratória e expiratória fique acima de valores preditos no período de pós-operatório de cirurgia bariátrica18.

Um programa de fisioterapia respiratória com sessões de respirações diafragmáticas, respirações profundas, inspirações sustentadas, respirações profundas em um tempo associado com os membros superiores, em dois tempos associado com os membros superiores, em três tempos associado com os membros superiores e respiron® é capaz de melhorar volumes, capacidades pulmonares e força da musculatura respiratória em pacientes obesos mórbidos em preparo pré-operatório para cirurgia bariátrica19.

Pessoas obesas submetidas à cirurgia bariática que recebem fisioterapia respiratória convencional e fisioterapia respiratória convencional associada à estimulação diafragmática elétrica transcutânea no pós-operatório demonstram melhora na amplitude de movimentos respiratórios bem como nos volumes pulmonares e mobilidade toracoabdominal20.

O tratamento fisioterapêutico com exercícios de respirações diafragmáticas, inspirações profundas, fracionadas, estimulação diafragmática elétrica transcutânea e deambulação, utilizando o equipamento Phrenix Dualpex é suficiente para promover uma contração visível e palpável do diafragma. As pessoas obesas submetidas à cirurgia bariátrica que recebem fisioterapia respiratória no pós-operatório apresentam melhora no desempenho na dinâmica dos movimentos respiratórios. Isto está relacionado à descompressão natural que o tórax e o abdome recebem com a diminuição do tecido adiposo e com a melhor dinâmica dos músculos respiratórios, em especial do diafragma21.

O treinamento muscular inspiratório e expiratório aumenta a força muscular e reduz o impacto negativo da cirurgia bariátrica na expansão pulmonar no pós-operatório22.

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4. Resultados

Os diversos estudos encontrados durante o levantamento bibliográfico, que discutem a importância da fisioterapia respiratória em pacientes de pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica, estão relacionados no Quadro 01, que apresenta os autores dos trabalhos científicos, as técnicas que podem ser desenvolvidas para intervenção nas complicações pulmonares desses pacientes, a principal recomendação de cada autor e os benefícios de cada uma delas para os pacientes.

Quadro 1. Objetivos e benefícios dos diferentes estudos referentes à importância da fisioterapia respiratória em pacientes de pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica.

Autores Técnicas Objetivo Benefícios

Guerra FC, Conti D,

Depieri TZ, 2005 - Cirurgia Bariátrica

- Perda de Peso - Fisioterapia - Melhora da capacidade pulmonar - Aumento da capacidade de exercícios - Melhora da qualidade de vida

Brito JN, 2010 - Fisioterapia respiratória

- Como técnica fisioterapêutica mais eficaz

- Melhora da função pulmonar

Trevisan ME, Soares JC, Rondine TZ, 2010 - Voldyne®, - Flutter, - Peak Flow - Threshould - Como intervenção fisioterapêutica - Recuperação gradual da dinâmica toracoabdominal Fontana HB, Jacinto IC, Paulin E, 2009 - Manobras de higienização brônquica, - Reexpansão pulmonar, - Exercícios respiratórios, - Treino de padrão respiratório diafragmático - Fisioterapia motora - Para melhor recuperação do paciente - Melhora da função respiratória - Melhora da expansibilidade torácica e do padrão respiratório Pazzianotto-Forti1 EM et al., 2012 - Pressão Positiva contínua nas vias aéreas, na frequência respiratória, no volume corrente e no volume minuto - Para a manutenção do volume corrente - Auxiliar da fisioterapia respiratória no tratamento de pacientes em período pós-operatório de cirurgia bariátrica Peixoto-Souza FS et al., 2012 - Fisioterapia respiratória convencional associada ou não à pressão positiva contínua nas vias aéreas

- Pós-operatório de cirurgia bariátrica

- Contribui para a manutenção das variá-veis respiratórias no pós-operatório

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Autores Técnicas Objetivo Benefícios Coelho NPMF et al., 2010 - Avaliação respiratória - Manobras fisioterapêuticas respiratórias - Para melhora da frequência e do padrão respiratório das pressões inspiratória e expiratória, e do fluxo expiratório máximo instantâneo - Contribui para ausência de complicações pulmonares no pós-operatório de cirurgia bariátrica Silva AKMB, 2009 - Respirações diafragmáticas, - Respirações profundas, - Inspirações sustentadas, - Respirações profundas em um tempo associado com os membros superiores, - Em dois tempos associado com os membros superiores, - Em três tempos associado com os membros superiores - Respiron® - Como preparo pré-operatório para cirurgia bariátrica - Melhora os volumes, as capacidades pulmonares e a força da musculatura respiratória Costa D et al., 2009 - Fisioterapia respiratória convencional - Fisioterapia respiratória convencional associada à estimulação diafragmática elétrica transcutânea - Pós-operatório de cirurgia bariátrica - Melhora a amplitude de movimentos respiratórios - Os volumes pulmonares - A mobilidade toracoabdominal

Forti EMP et al., 2012

- Exercícios de respirações diafragmáticas, - Inspirações profundas, - Fracionadas, - Estimulação diafragmática elétrica transcutânea - Deambulação - Equipamento Phrenix Dualpex

- Para promover uma contração visível e palpável do diafragma - Melhora no desempenho - Na dinâmica dos movimentos respiratórios - Descompressão natural do tórax e do abdome Moulim MCB et al., 2010 - Treinamento muscular inspiratório e expiratório - Reduzir o impacto negativo da cirurgia bariátrica na expansão pulmonar no pós-operatório - Aumenta a força muscular

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5. Discussão

Os estudos usados para a construção desta pesquisa de revisão bibliográfica apontaram que a obesidade é um distúrbio complexo, que pode ser de origem genética, endócrina ou ambiental. O armazenamento excessivo de gordura no organismo pode desencadear uma série de doenças como hipertensão arterial, hiperglicemia, aumento dos níveis de triglicerídeos, dislipidemia e perda de albumina na urina, o que tem impacto direto nos níveis de morbidade e mortalidade, tanto de pessoas adultas como de crianças.

Foi registrado que existem várias formas de tratar a obesidade, o tratamento clínico é de fundamental importância e deve ser incluído no tratamento cirúrgico, estratégia usada para o tratamento da obesidade mórbida e de doenças crônicas desencadeadas ou agravadas pela obesidade.

Entre os procedimentos cirúrgicos citados neste artigo, os mais frequentes são: a derivação gástrica em Y de Roux, a banda gástrica ajustável, as derivações biliopancreáticas e a gastroplastia vertical com bandagem. Contudo, qualquer que seja a técnica aplicada na cirurgia bariátrica é necessário que o paciente obedeça aos critérios estabelecidos pelo médico e tenha acompanhamento clínico pré e pós-operatório.

Com base nos artigos estudados para o desenvolvimento desta pesquisa ficou claro que na intervenção cirúrgica para o tratamento da obesidade ocorrem vários problemas de origem mecânica ou fisiológica, sendo os mais comuns a redução da mobilidade diafragmática, da saturação de oxigênio e da função pulmonar. As conseqüências são dor e comprometimento respiratório.

Ressalta-se que as complicações respiratórias da cirurgia bariátrica são: embolia pulmonar, atelectasias, pneumonia, diminuição da resistência cardiorrespiratória e dispnéia. Essas complicações são devidas à diminuição da complacência da parede torácica. Entretanto, a fisioterapia pode melhorar a capacidade cardiopulmonar e a capacidade de exercícios, com visível melhora na qualidade de vida dos pacientes.

Foi interessante observar os objetivos da fisioterapia no período pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, entre os quais foram citados neste artigo: melhora da expansibilidade torácica e do padrão respiratório; manutenção do volume corrente; manutenção das variáveis respiratórias; melhora da frequência e do padrão respiratório, das pressões inspiratória e expiratória e do fluxo expiratório máximo instantâneo; melhora dos volumes, capacidades pulmonares e força da musculatura respiratória; melhora na amplitude de movimentos respiratórios, nos volumes pulmonares e mobilidade toracoabdominal; melhora no desempenho da dinâmica dos movimentos respiratórios; e aumento da força

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muscular.

As técnicas relacionadas durante a revisão dos textos foram: os dispositivos Voldyne®

, Flutter, Peak Flow e Threshold; manobras de higienização brônquica; reexpansão pulmonar; exercícios respiratórios; treino de padrão respiratório diafragmático; fisioterapia motora; aplicação da pressão positiva contínua nas vias aéreas, na frequência respiratória, no volume corrente e no volume minuto; fisioterapia respiratória convencional associada ou não à pressão positiva contínua nas vias aéreas; sessões de respirações diafragmáticas; respirações profundas; inspirações sustentadas; respirações profundas em um tempo associado com os membros superiores; em dois tempos associado com os membros superiores; em três tempos associado com os membros superiores; respiron®; fisioterapia respiratória convencional associada à estimulação diafragmática elétrica transcutânea; inspirações profundas fracionadas; estimulação diafragmática elétrica transcutânea; deambulação, utilizando o equipamento Phrenix Dualpex, e treinamento muscular inspiratório e expiratório.

Considerando todas essas recomendações, percebe-se a importância da fisioterapia na evolução satisfatória do período pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, pois a intervenção fisioterapêutica proporciona recuperação gradual da dinâmica toracoabdominal. A fisioterapia respiratória contribui de forma clínica e terapêutica para a melhora da função pulmonar. Diversas técnicas podem ser utilizadas e a escolha do método depende da identificação da técnica fisioterapêutica mais eficaz. Ao fisioterapeuta cabe aprimorar seus conhecimentos e adquirir todas as ferramentas que a fisioterapia respiratória oferece para a adaptação a cada paciente, conforme suas necessidades e sua natureza orgânica, fisiológica e mecânica.

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6. Considerações Finais

O objetivo deste estudo de revisão foi analisar a importância da fisioterapia respiratória em pacientes de pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica, apresentando algumas técnicas que podem ser desenvolvidas para intervenção nas complicações pulmonares desses pacientes.

Em resposta ao objetivo é importante salientar que devido à extensão dos problemas respiratórios que podem ocorrer em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica no período pós-operatório torna-se imprescindível a intervenção fisioterapêutica para que sejam obtidas melhoras na capacidade pulmonar desses pacientes.

São várias as técnicas que podem ser utilizadas, elas vão desde a mais simples, sem o uso de dispositivos, realizadas apenas com o manejo de movimentos naturais tecnicamente observados, até as mais complexas, que utilizam dispositivos de alta tecnologia.

Assim, o profissional de fisioterapia deve estar sempre atualizado e preparado para unir experiência e conhecimento técnico a favor da qualidade de vida de pacientes de pós-operatório submetidos à cirurgia bariátrica.

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7. Referências

1- Pereira CM. O Papel do Psicólogo no Tratamento da Obesidade Infantil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2011; 43(1): 39-43.

2- Barros Filho AA. Um quebra-cabeça chamado obesidade. Jornal de Pediatria. 2005; 80(1): 257-269.

3- Ilias EJ, Kassab P, Malheiros CA. Câncer e obesidade: efeito da cirurgia bariátrica. Revista da Associação Médica Brasileira. 2010; 56(1): 42-51.

4- Santo MA, Riccioppo D, Cecconello I. Tratamento cirúrgico da obesidade mórbida implicações gestacionais. Revista da Associação Médica Brasileira. 2010; 56(6): 123-128. 5- Trevisan ME, Soares JC, Rondine TZ. Efeitos de duas técnicas de incentivo respiratório na mobilidade toracoabdominal após cirurgia abdominal alta. Fisioterapia e Pesquisa. 2010; 17(4): 322-326.

6- Escrivão MAMS et al. Obesidade exógena na infância e na adolescência. Jornal de Pediatria. 2005; 76(3): 89-98.

7- Nonino-Borges CB, Borges RM, Santos JE. Tratamento clínico da obesidade. Revista de Medicina. 2006; 39(2): 74-79.

8- Puglia CR. Indicações para o tratamento operatório da obesidade mórbida. Revista da Associação Médica Brasileira. 2005; 50(2): 67-74.

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11- Brito JN. Evidências da fisioterapia nas cirurgias abdominais altas. Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Florianópolis, 2010.

12- Delgado PM, Lunardi AC. Complicações respiratórias pós-operatórias em cirurgia bariátrica: revisão da literatura. Fisioterapia e Pesquisa. 2011; 18(4): 388-392.

13- Guerra FC, Conti D, Depieri TZ. Avaliação da capacidade cardiopulmonar no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica: relato de um caso. Arquivos de Ciências e Saúde Unipar. 2005; 9(3): 181-187.

14- Fontana HB, Jacinto IC, Paulin E. Fisioterapia respiratória e motora no pós-operatório imediato de gastroplastia – relato de caso. Arquivos de Ciências e Saúde Unipar. 2009; 13(3): 237-242.

15- Pazzianotto-Forti1 EM et al. Aplicação da pressão positiva contínua nas vias aéreas em pacientes em pós-operatório de cirurgia bariátrica. Fisioterapia em Pesquisa. 2012; 19(1): 14-19.

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16- Peixoto-Souza FS et al. Fisioterapia respiratória associada à pressão positiva nas vias aéreas na evolução pós-operatória da cirurgia bariátrica. Fisioterapia em Pesquisa. 2012; 19(3): 204-209.

17- Coelho NPMF et al. A atuação da fisioterapia respiratória no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2010; 14(1): 172.

18- Foletto EJ, Gardenghi G. Avaliação da efetividade do treinamento muscular respiratório sobre a mecânica respiratória em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Universidade Católica de Goiás. 2013: 1-18.

19- Silva AKMB. Efeitos da fisioterapia respiratória pré-operatória em pacientes candidatos à cirurgia bariátrica. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 2009: 99-108. 20- Costa D et al. Estudo dos volumes pulmonares e da mobilidade toracoabdominal de portadoras de obesidade mórbida, submetidas à cirurgia bariátrica, tratadas com duas diferentes técnicas de fisioterapia. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2009; 13(4): 294-300. 21- Forti EMP et al. Estudo da mobilidade torácica de pacientes portadoras de obesidade mórbida, submetidas à gastroplastia com acompanhamento fisioterapêutico. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2012; 16(1): 73.

22- Moulim MCB et al. Avaliação do efeito do treinamento muscular inspiratório pré-operatório na PImax e PEmax de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica aberta. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2010; 14(1): 460.

Endereço para correspondência: Lorena Neves Siqueira Ferreira

Rua Construtor Puglise, n. 108, Bairro Maracanãzinho Anápolis – Goiás

CEP: 75 080 090

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