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NOTA PÚBLICA DE COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÃO REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Construcão da Central Termica de Ressano Garcia ÍNDICE

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NOTA PÚBLICA DE COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÃO

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

Construcão da Central Termica de Ressano Garcia ÍNDICE

I – O SECTOR E OS DESAFIOS ... 2

1.1- APRESENTAÇÃO DO SECTOR ... 2

1.2- POLÍTICA DO GOVERNO ... 3

1.3- IMPORTÂNCIA PARA O PAÍS ... 4

1.4- CONTRIBUIÇÃO PARA OS EIXOS ESTRATÉGICOS DA AJUDA FRANCESA E DA AFD ... 4

1.4.1 - Ensinamentos retirados das actividades principais da AFD e dos outros actores da ajuda francesa no sector ... 4

1.4.2 - Contribuição para os eixos estratégicos da ajuda francesa e da AFD ... 4

II - O PROJECTO ... 5

2.1- FINALIDADE ... 5

2.2- OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ... 5

2.3- CONTEÚDO DO PROJECTO ... 5

2.4- INTERVENIENTES E MODO OPERATÓRIO ... 6

2.5- CUSTO E PLANO DE FINANCIAMENTO ... 6

2.6- NATUREZA E JUSTIFICAÇÃO DO PRODUTO FINANCEIRO PROPOSTO PELA AFD ... 6

III - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO PROJECTO ... 7

3.1- EFEITOS ESPERADOS DO PROJECTO ... 7

3.1.1 - Efeitos económicos ... 7

3.1.2 - Efeitos ambientais ... 7

3.1.3 - Efeitos sociais ... 7

3.1.4 - Sustentabilidade dos efeitos do projecto ... 8

3.2- RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS ... 8

IV - DISPOSITIVO DE ACOMPANHAMENTO-AVALIAÇÃO E INDICADORES ... 8

4.1- DISPOSITIVO DE ACOMPANHAMENTO-AVALIAÇÃO ... 8

4.2- INDICADORES DE IMPACTO ... 8

4.2.1 - Indicadores agregáveis ... 8

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I – O SECTOR E OS DESAFIOS 1.1 - Apresentação do sector

A situação nacional

A taxa de electrificação em Moçambique é historicamente muito baixa. Um programa de electrificação ambicioso permitiu durante os últimos anos conectar uma rede nacional de muitas sedes distritais, elevando o seu número a 116 num total de 128, e realizar muitas iniciativas de electrificação rural fora da rede (grupos electrogéneos, painéis solares…). A taxa de electrificação (na rede) passou assim de 6,1% em 2005 a cerca de 18% em 2011, mas o acesso à electricidade permanece ainda muito desigual segundo as regiões. Apesar de na província de Maputo 45% da população dispor de um acesso à rede eléctrica, essa cifra cai brutalmente para 5% nas províncias do norte do país de Cabo-Delgado e Niassa.

O pico de consumo de electricidade em Moçambique é da ordem dos 700 MW. O consumo aumenta rapidamente devido à política de electrificação voluntarista, mas para além disso, devido também a um crescimento económico constante. Para abastecer o país, a EDM dispõe de 300 MW firmes fornecidos pela barragem de Cahora Bassa (empresa HCB), aos quais se acrescentam 200 MW opcionais. O saldo das necessidades do país é fornecido em parte pelas duas centrais hidroeléctricas de Mavuzi e Chicamba, cuja capacidade teórica é de 80 MW, mas dos quais apenas 53 MW estão operacionais.

É conveniente notar que a capacidade total de geração eléctrica da rede moçambicana é bastante superior pois alcança 2 468 MW, dos quais 2 075 MW provêm da central hidroeléctrica de Cahora Bassa. Com efeito, cerca de 80% da electricidade produzida é exportada para a África do Sul e para outros países da sub-região. A parte consumida por Moçambique é ela mesma em parte exportada, para ser em seguida reimportada da África do Sul, comprada à Eskom e encaminhada para a região de Maputo através da rede Motraco.

As perdas totais (transporte e distribuição) representam cerca de 20% da oferta. Os clientes finais são essencialmente a indústria e os particulares.

Os actores

O Ministério da Energia é o responsável do sector e da atribuição das concessões. Ele elabora e submete à aprovação do Conselho de Ministros as estratégias nacionais sobre cada um dos subsectores da política energética.

A Electricidade de Moçambique (EDM), a sociedade nacional de electricidade detida em 100% pelo Estado. A empresa é responsável pela produção, transmissão, distribuição e abastecimento da electricidade no território nacional. O decreto n.º 43/2005 confia-lhe a gestão da rede eléctrica nacional. A capacidade instalada da EDM é de 109 MW hidroeléctricos e de 97 MW em estações térmicas. O volume de negócios da EDM em 2010 ascendia a 200 M$; a empresa conta com mais de 3700 empregados e ultrapassou o milhão de clientes em 2011. A EDM, assim como as outras empresas públicas, assina com o Estado um contrato trianual de desempenho, em linha com o plano director para o desenvolvimento do sector.

O Conselho Nacional de Electricidade (CNELEC) é uma instituição independente de regulação do sector da electricidade. Principalmente financiado pelo Banco Mundial, ele interessa-se particularmente pela actividade e resultados da Electricidade de Moçambique (EDM). Neste momento, o CNELEC tem apenas uma influência e meios reduzidos, e joga um papel ainda

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limitado de instituição conselheira do Estado sobre o sector; espera-se que ele assuma importância enquanto regulador na sequência da revisão em curso da lei sobre a electricidade.

1.2 - Política do governo

Vários documentos de orientação estratégica para o futuro do sector foram aprovados em 2009, comprovando a prioridade dada pelo governo moçambicano à problemática energética 1. O principal objectivo atribuído à política energética é “assegurar a disponibilidade a nível nacional de uma energia que permita um desenvolvimento socioeconómico sustentável”. Para isso, o governo deseja entrar num ciclo de investimentos massivos neste sector. A estratégia energética 2009-2013 representa um investimento total de 8,5 biliões de dólares e estabelece duas acções prioritárias: a melhoria do acesso à energia para as populações de baixa renda e a adaptação da oferta a uma procura cada vez maior, através da diversificação da matriz energética e do aumento da parte das energias renováveis no balanço energético do país.

Moçambique dispõe de um importante potencial hidráulico (12 500 MW segundo o plano director da produção energética) e em gás natural, que está ainda muito sub-explorado. Apesar do essencial da produção ser já exportado (nomeadamente para a África do Sul), o país poderia ainda aumentar a prazo esse papel de fornecedor de energia eléctrica da sub-região que se caracteriza por um défice global de electricidade (1 000 a 1 500 MW de capacidade adicional seriam necessários cada ano para enfrentar o aumento da procura na região, segundo o Grupo Energia da África Austral, o South African Power Tool).

Moçambique pretende tirar partido dos seus numerosos recursos energéticos para apoiar o seu desenvolvimento económico, o que levou o governo a abrir o sector aos investimentos privados e a promover projectos em Parceria Público Privado. Uma série de “megaprojectos” de produção de electricidade destinados a responder simultaneamente às necessidades regionais (principalmente as da África do Sul) e às necessidades próprias de Moçambique (12% de crescimento esperado da procura para os próximos anos) estão em vias de preparação. Aos projectos de produção de energia hidroeléctrica no rio Zambeze (barragem de Mphanda Nkwa de 1.500 MW2 e barragem de Cahora Bassa Norte de 1245 MW) acrescentam-se projectos de centrais de gás (2 projectos de central de 100 a 140 MW cada, situados na fronteira sul de Moçambique com a África do Sul; um projecto de conversão de turbinas diesel da EDM em centrais a gás de ciclo combinado de 80 MW em Maputo2); para além disso, na sequência das recentes descobertas de gás (fala-se do equivalente das reservas da Noruega), o governo lançou, com o financiamento do Banco Mundial, a redacção de um plano director de exploração do gás que estudará os diferentes usos possíveis, incluindo para a produção de electricidade. Projectos de centrais de carvão ligadas às minas exploradas pelas empresas Vale e Rio Tinto estão igualmente a ser estudados na província de Tete. Essas centrais deverão, no entanto, ser dimensionadas numa primeira fase para servir as necessidades próprias das minas (assim como a Vale, que tem o projecto mais avançado, vai confiar a um operador privado a construção e a exploração de uma central de 270 MW dos quais 220 MW para as suas próprias necessidades).

A maior parte desses projectos, que deverão envolver largamente o sector privado, depende todavia da construção de novas linhas de transporte de electricidade a partir da região de Tete, e em particular do projecto de uma “espinha dorsal” eléctrica para a África do Sul, avaliada em mais de dois biliões de dólares.

1 Trata-se de um plano estratégico energético 2009-2013 (Março de 2009), uma estratégia de desenvolvimento dos biocombustíveis (Abril de 2009), uma estratégia de desenvolvimento das energias renováveis (Maio de 2009) e um plano de desenvolvimento da produção eléctrica (Julho de 2009).

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1.3 - Importância para o país

A electrificação progressiva de Moçambique é um desafio central para o país, tanto para responder às necessidades das populações, como para o desenvolvimento económico. A taxa de electrificação em Moçambique é historicamente muito fraca, e o acesso a electricidade ainda é desigual com intensas disparidades entre a província de Maputo e as províncias do norte do país.

Moçambique hoje enfrenta desafios consideráveis ainda neste sector.

Actualmente, em período de forte consumo, a EDM é obrigada a comprar electricidade à África do Sul a um preço elevado o que penaliza a rentabilidade da empresa. Sem este projecto, esta dependência seria mantida, ou mesmo aumentada em caso de avaria de uma das centrais.

1.4 - Contribuição para os eixos estratégicos da ajuda francesa e da AFD

1.4.1 - Ensinamentos retirados das actividades principais da AFD e dos outros actores da ajuda francesa no sector

A AFD intervém no sector da electricidade em Moçambique desde 1985, ou seja, pouco depois do início das suas operações neste país (1981). Note-se que em 1987, numa das suas primeiras intervenções no sector, a AFD financiou com um empréstimo uma primeira reabilitação parcial da central de Mavuzi. No total, o equivalente a 85 M€ foi dado a favor do sector da electricidade para financiar projectos de produção, de transporte de electricidade e de apoio institucional na forma de donativos (19 M €) e de empréstimos (66 M €).

O último empréstimo foi concedido no final de 2009: trata-se de um Empréstimo em Condições Muito Preferenciais Contra-cíclico de 20 M€ concedido ao governo de Moçambique para financiar a electrificação urbana das cidades de Maputo, Matola e Pemba (programa EDAP). O projecto comum a vários doadores (banco mundial e BEI essencialmente) prevê igualmente um reforço institucional importante da EDM e nomeadamente a implementação de um novo sistema informático integrado com vista a melhorar a gestão comercial da EDM, assim como uma assistência técnica para a planificação da rede. Um novo esquema director está em vias de realização com financiamento AFD e deverá velar por um melhor equilíbrio do desenvolvimento da rede com os grandes projectos de produção e de consumo de electricidade.

A AFD, graças a uma subvenção obtida junto da Infrastructure Trust Fund da União Europeia, financia igualmente um estudo que visa especificar as modalidades da participação financeira do Estado moçambicano na implementação dos grandes projectos do sector. Poderia, por exemplo, tratar-se de criar uma holding detida pelo Estado e/ou a EDM que agruparia as participações públicas nesses grandes projectos, sem recurso ao balanço da EDM.

Simultaneamente, a AFD apoia o sector da energia através de dois financiamentos concedidos para a apoiar a participação do Estado moçambicano no projecto de exploração dos campos de gás de Pande e Temane.

Finalmente, a AFD anima desde Junho de 2011 o grupo de trabalho “energia” que reúne doadores e estrutura as discussões com o Ministério da Energia.

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As intervenções da AFD inscrevem-se no quadro da estratégia do governo moçambicano para a redução da pobreza e da estratégia da França em Moçambique. Neste contexto, a nota de orientação estratégica de 2011-2014 prevê dois eixos de intervenção:

- a conservação e a valorização o ambiente (nomeadamente as áreas protegidas);

- o desenvolvimento das infra-estruturas por intermédio de empréstimos soberanos na água e na energia.

O apoio ao sector da electricidade é particularmente importante em Moçambique, tendo em conta o atraso considerável verificado no país neste domínio. Este projecto está em linha com o Objectivo n.º 1 do Plano de Orientação Estratégica da AFD que promove um apoio às infra-estruturas. A vertente Infra-estruturas deste objectivo especifica que “a AFD apoiará o desenvolvimento dos sistemas energéticos através dos investimentos nas energias renováveis, em particular a hidroeléctrica”.

Para além disso, está especificado que, neste sector, os projectos deverão ser “vistos numa perspectiva que combina o apoio ao crescimento e a atenuação do seu impacto sobre a mudança climática”. O presente projecto induz a geração de cerca de 36 GWh de electricidade suplementar (sem mesmo tomar em conta a paragem da produção a médio prazo no cenário sem projecto) necessária para o apoio ao crescimento de Moçambique, com um impacto ecológico muito reduzido pois trata-se da reabilitação de barragens existentes, e uma consequência positiva em termos de emissões pois esta energia vem substituir-se à importação de electricidade gerada por centrais térmicas.

Finalmente, o projecto contribuirá para o alcance do Objectivos do Milénio para o desenvolvimento, permitindo uma melhoria significativa das condições de vida com uma electricidade muito sóbria em emanações de carbono.

II - O PROJECTO 2.1 - Finalidade

A finalidade do projecto é assegurar o abastecimento eléctrico a menor custo de Moçambique valorizando os recursos locais.

2.2 - Objectivos específicos

Os objectivos específicos são os seguintes:

(i) Assegurar o aprovisionamento ao melhor preço da região sul de Moçambique que é onde se situa a capital Maputo, onde o consumo duplicará dentro dos próximos quatro anos ; (ii) Valorizar os recursos nacionais de gás e melhor diversificar o mix energético

moçambicano ;

(iii) Diminuir a emissão de gases para o efeito de estufa, a energia se produz substituindo as importações da África do Sul onde o mix energético é essencialmente a base de carbono. (iv) Permitir a EDM de desenvolver experiência em estruturação de parceria público/privada

que será preciosa na perspectiva de futuros investimentos no domínio da produção/transporte de energia eléctrica.

2.3 - Conteúdo do projecto

O projecto corresponde a construção de uma central térmica a gás com uma capacidade de 175 MW no sul de Moçambique , no quadro da parceria entre EDM e SASOL, alimentada a partir

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dos jazigos de gás de Pande e Temane (cujo desenvolvimento foi graças a dois financiamentos da AFD).

A central será composta por 18 motores Wartsila de tamanho unitário 9,8 MW dos quais dois serão mantidos em reserva para manutenção. Está previsto um funcionamento de base de cerca de 155 MW como capacidade de exploração, ou seja uma produção anual de cerca de 1 200 GWh.

Esta central ficará situada em Ressano Garcia, na fronteira com a África do Sul. O projecto permitirá alimentar o sul de Moçambique, especialmente as cidades de Maputo e Matola, situadas a 70km de Ressano Garcia, cujo consumo de energia eléctrica deverá duplicar nos próximos 4 anos seguintes (o pico de aumento passará de 325 à 640MW).

A corrente será evacuada para Maputo por uma linha de 275 kV já existente e explorada pela EDM.

As obras estão em curso e o arranque do funcionamento da central está previsto para o mês de Maio de 2014.

2.4 - Intervenientes e modo operatório

A EDM detém 51% da parceria com a obrigação de ceder em forma de ações 5% da sua participação num prazo de 5 anos a contar da data de exploração comercial do projecto de acordo com a lei Moçambicana sobre as PPP (Parceria Público-Privado).

SASOL New Energy (SASOL NE), 100% filial da SASOL Limited (gigante da indústria petroquímica Sul-Africana) cujo programa é a diversificação das actividades em favor de uma produção sóbria de energia eléctrica preservando o carbono, detendo 49% do capital.

A SPV (entidade instrumental), nomeada como « CTRG » (Central Térmica de Ressano Garcia) foi criada.

O projecto está estruturado sob forma de projecto finança : isto significa que a estrutura contratual do projecto foi particularmente estudada de tal forma a limitar os riscos que pesam sobre a entedidade experimental CTRG (por exemplo, o contrato de construção é uma carta na manga sem a possibilidade de custos adicionais para o PCV). O objectivo é de assegurar ao máximo os fluxos de caixa gerados pelo projecto.

2.5 - Custo e plano de financiamento

O custo total do projecto sem IVA está estimado em 271 MUSD.

Os fundos próprios da sociedade do projecto CTRG são mobilizados para financiar as obras. A AFD foi retida para financiar a participação da EDM com fundos próprios, nesta PPP. Foi igualmente lançado um concurso no mês de Maio de 2013 para o refinanciamento da parte em dívida.

O financiamendo da AFD servirá para pagar todos os custos incorridos pela EDM para financiar a sua participação no projecto.

2.6 - Natureza e justificação do produto financeiro proposto pela AFD

Para financiar a parte de fundos próprios da EDM neste PPP, propõe-se um empréstmo soberano às condições de mercado da AFD à República de Moçambique de 52 milhões de dólares para

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retrocessão a EDM. Um financiamento não concessional foi proposto uma vez que o projecto segue uma lógica privada, com uma rentabilidade comprovada um empréstimo. Esta abordagem está de acordo com as recomendações do FMI, que convida as autoridades a orientar as operações de dívida não-concessional para o retorno económico e financeiro o que prova a capacidade de gerar recursos suficientes para permitir o seu reembolso.

III - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO PROJECTO 3.1 - Efeitos esperados do projecto

3.1.1 - Efeitos económicos

O projecto vai permitir assegurar a melhoria do fornecimento de energia eléctrica a baixo custo no país através da promoção dos recursos locais num contexto de aumento de procura de energia eléctrica.

Definir localmente o valor do gás moçambicano, também constitui uma grande prioridade económica e política, tanto como a redução dos custos de geração de empregos locais. Moçambique apresenta suas limitações pelo seu histórico colonial e seu nível de pobreza, no que diz respeito a exportação da maioria dos seus recursos naturais, em forma bruta : esta operação constitui uma das primeiras para inverter este cenário.

3.1.2 - Efeitos ambientais

A metodologia da ferramenta “relatório carbono” utilizada pela AFD estipula que, com excepção das energias renováveis, as emissões dos projectos greenfield são contabilizadas em valor absoluto : desta forma o projecto se enquadra a 800 kteq.CO2/an, emitidos. No entanto o projecto

enquadra-se nas políticas da AFD que não prevê a restrição particular para os projectos que emitam menos de 1 000 kteq.CO2/an nos países menos desenvolvidos.

Para além disso, o projecto vai contribuir para a diversificação do mix energético moçambicano, e a redução da vulnerabilidade das últimas mudanças climáticas. Em caso de tensão hídrica significativa, e os modelos pretenderem indicar que a África Austral daria a conhecer cada vez mais o país, pela natureza da sua matriz energética hídrica, risco de « miséria eléctrica ». Esta operação contribui sensivelmente para a redução deste risco ajudando o país a adaptar-se as mudanças climáticas, de forma mais sóbria possível, como alternativa ao carvão existente.

De salientar que a combustão de gás, em relação a alternativa do carvão, emite menor quantidade de poluentes, o que contribui para a preservação do meio ambiente assim como da saúde das populações locais.

3.1.3 - Efeitos sociais

Segundo a última classificação do IDH Moçambique pocisiona-se em 185° lugar num total de 187 lugares, no fornecimento de energia eléctrica, sendo que esta operação contribuirá para melhorar o acesso da população a um serviço fraco e de baixa qualidade, e para a luta contra a pobreza (recordando que a taxa de electrificação de Moçambique no final de 2011 foi de 18%). O acesso a energia eléctrica constitui uma prioridade para o ano de 2013 com o lançamento da iniciativa SE4all.

De modo geral, a melhoria da actividade económica e portanto, a criação de novos postos de emprego tendo em conta a segurança do fornecimento de electricidade a um baixo custo, induz por sua vez a um efeito social positivo.

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3.1.4 - Sustentabilidade dos efeitos do projecto

O projecto vai permitir a empresa pública de electricidade EDM, de desenvolver competência no ramo parceria público-privada que constituirá algo precioso na perspectiva de futuros investimentos na àrea de produção/transporte de energia eléctrica. De salientar que este projecto será o primeiro exemplo no sector da energia no âmbito da lei sobre parcerias/público adotada em 2012.

3.2 - Riscos ambientais e sociais

Tendo em conta o tamanho do projecto (175 MW da capacidade instalada) e os riscos saúde/segurança inerentes a este tipo de instalação, o projecto foi colocado na categoria A pela AFD. Um estudo de impacto ambiental foi realizado por um consultor local e foi aprovado pelo Ministério para Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) no dia 29/08/2012. Este estudo indica que este projecto não terá grandes impactos ambientais. Foi contratado um segundo gabinete de estudos ambientais, para (i) um estudo de impacto ambiental, social, saúde/segurança, e (ii) um plano de gestão ambiental social saúde/segurança de acordo com as normas do Equador e as recomendações da IFC. Com base nestes estudos, que concluem igualmente a ausência de grandes impactos bloqueadores, a sociedade do projecto obteve a 28 de Janeiro de 2013 a licença ambiental prévia para o arranque das obras.

IV - DISPOSITIVO DE ACOMPANHAMENTO-AVALIAÇÃO E INDICADORES 4.1 - Dispositivo de acompanhamento-avaliação

A supervisão global do projecto CTRG será incumbida a:

- Equipe dedicada a gestão do projecto no seio da sociedade do mesmo;

- Enginheiro consultor responsável pelo apoio à SPV na supervisão e contrôle dos contratos e obras ;

- Doadores (fundos próprios e dívida) envolvidos nas missões de supervisão.

4.2 - Indicadores de impacto 4.2.1 - Indicadores agregáveis

4.2.2 - Outros indicadores

São aplicáveis ao projecto os seguintes indicadores:

- Custo médio de aprovisionamento da EDM (geração de receitas próprias e compras) - Excedente/défice da capacidade instalada disponível (média diária por ano)

- Venda à EMD da produção eléctrica da central (MWh/an)

- Importações de electricidade proveniente da Africa do Sul (MWh/an) - Cortes de energia na região sul (número e duração)

- Toneladas de CO2/MWh emitidas pela central

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