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José Celso O. MALTA 1

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Pindapixara tatira gen. et sp. n. (COPEPODA: ERGASILIDAE) DAS

BRÂNQUIAS DE Hoplias malabaricus (BLOCH, 1794)

(CHARA-CIFORMES: ERYTHRINIDAE) DA AMAZÔNIA BRASILEIRA.

José Celso O. MALTA

1

RESUMO — Pindapixara gen. n. (Copepoda, Poecilostomatoida, Ergasilidac) é proposto para uma nova espécie, Ρ tarira, coletada dos filamentos branquiais de Hoplias malabaricus (Bloch,

1794) do Rio Guaporé, próximo a Surprêsa, Rondônia, Brasil. A espécie do novo gênero é caracterizada, principalmente, por apresentar um tamanho pequeno (382 a 577 μm), antena com uma grande garra e o terceiro segmento extremamente reduzido.

Palavras-chave: Copepoda, Poeeilostomatoida, Pindapixara tarira sp. n., Ergasilidae, Amazônia. Pindapixara tarira gen. et sp. n. (Copepoda: Ergasilidae) from the gills of Hoplias malabaricus (BLOCH, 1794) (Characiformcs: Erythrinidae) from Brazilian Amazon.

ABSTRACT — Pindapixara gen. n. (Copepoda, Poecilostomatoida, Ergasilidae) is proposed for a new species P. tarira collected from the gill filaments of the freshwater fishes Hoplias malabaricus, (BLOCH, 1794) from Guaporé River, near Surprêsa, Rondônia, Brazil. Species of the new genus is principally characterised by having a small size (382 a 577 μιη), antennae with a big claw and third segment extremely reduced.

Key-words: Copepoda, Poecilostomatoida, Pindapixara tarira sp. n., Ergasilidae, Amazon.

INTRODUÇÃO

Todos os representantes da ordem

Poeeilostomatoida são parasitas ou

vivem associados a outros animais e a

grande maioria é marinha. Esta é talvez

a ordem com a maior diversidade de

copépodos em termos de morfologia do

corpo. Nela estão contidos os primitivos

Hemicyclops Boeck, que tem o típico

corpo ciclopiforme e vivem em

associações livres, dividindo as tocas

construídas por crustáceos decápodas.

Nesta ordem estão também um grande

número de famílias altamente derivadas

que exibem uma variação de

morfologias bizarras, incluindo

Corallovexiidae (parasitam

celente-rados), os C h o n d r a c a n t h i d a e e

Philichthyidae (parasitam peixes), os

Splanchnotrophidae e Mytilicolidae

(parasitam moluscos) e os Nereicolidae

(parasitam poliquetas). Quatro famílias são

planctônicas e podem ser abundantes em

comunidades oceânicas. Destas,

Corycaeidae e Sapphtrinidae são

predadores visuais, utilizando uma

variedade de organismos como presas e os

Oncaeidae são fíltradores de superfície

(HUYS & BOXSHALL, 1991).

Dos poecilostomatódeos de água

doce Neotropicais, três famílias são

conhecidas: Ergasilidae que é

cosmopolita, Vaigamidae e A m a z o

-nicopeidae que são endêmicas à região

Neotropical. Vivem associados aos

filamentos branquiais, rastros branquiais

e fossas nasais de teleósteos. Até o

momento não é conhecido nenhum

poecilostomatódeo parasita de

invertebrado de água doce. HO &

Deparlamento de Biologia Aquática, Instituto Nacional dc Pesquisas da Amazônia, Caixa Postal 478, Manaus, Amazonas, Brasil, CEP 69011-970.

(2)

THATCHER (1989) descreveram o

p r i m e i r o C o p e p o d a p a r a s i t a de

invertebrados de água doce, Ozmana

haemophila, p e r t e n c e a o r d e m

Cyclopoida e foi coletado do sangue

de gastrópodos, Pomacea maculata,

Perry, 1810, no rio A m a z o n a s

próximo à Manaus.

A história da família Ergasilidae

começa com a descrição das duas

primeiras espécies de Ergasilus, E.

sieboldi e E. gibbus Nordmann, 1832.

Atualmente são conhecidas cerca de

150 espécies que ocorrem

principal-mente em peixes teleósteos marinhos

e de água doce, além de algumas

p a r a s i t a s de m o l u s c o s b i v a l v e s

marinhos. Os ergasilídeos p e r t e n

-centes ao g r u p o dos parasitas de

peixes, são morfologicamente os

m e n o s m o d i f i c a d o s , a p e s a r da

dependência de outro organismo vivo

(KABATA, 1979).

A p r i m e i r a e s p é c i e de

ergasilídeo parasita de peixes de água

doce, descrita no Brasil, foi Ergasilus

iheringi Tidd, 1942 c o l e t a d o em

Campina Grande, Estado da Paraíba,

dos filamentos branquiais de Hoplias

malabaricus. Exceto Acusicola tenax

(Roberts, 1965) descrita dos USA,

todas as d e m a i s e s p é c i e s foram

d e s c r i t a s da r e g i ã o A m a z ô n i c a

(MALTA, 1992).

Os gêneros de Ergasilidae

descritos para a Região Neotropical são:

Ergasilus, A eus i co la, Brasergasilus,

Amplexihranehius, Rbinergasilus,

Prehendorastrus e Miracetyma. Este

trabalho inclui a descrição de uma nova

espécie e propõe um novo gênero.

MATERIAL E MÉTODOS

O material foi coletado no Estado

de Rondônia, região noroeste do Brasil.

Durante o período de 28 de novembro

de 1983 a 25 de setembro 1985.

Os peixes foram identificados,

pesados e m e d i d o s , c o m p r i m e n t o

"fork". As brânquias e vísceras foram

removidas e fixadas em formal 10%.

Os copépodos foram retirados dos

filamentos branquiais utilizando finos

estiletes, microscópio estereoscópio e

fixados em formol 5 % . Lâminas

permanentes, com montagem total dos

copépodos, foram preparadas usando o

método de Thatcher, d e n o m i n a d o

"HYP" (publicado em Monoculus n.15

de novembro de 1987). Cada indivíduo

foi retirado da solução aquosa (formo!

5%) e mantidos em álcool 7 0 % . A

seguir, colocados em solução corante,

Eosina e Orange-G. Posteriormente

colocados em fenol e em seguida em

salicilato de metila. Finalmente, foram

montados em balsamo do Canadá entre

lâmina e lamínula e colocados em

estufa à 70" C.

Os desenhos foram feitos com o

auxílio de câmara clara. As medidas

foram o b t i d a s com uma o c u l a r

m i c r o m è t r i c a e e x p r e s s a s em

micrômetros, são dadas as amplitudes

seguidas pela média entre parênteses.

Os peixes foram depositados na

Coleção Ictiológica do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia, em

Manaus.

Os tipos foram depositados nas

coleções do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (INPA-CR),

(3)

M a n a u s , A m a z o n a s e M u s e u de

Zoologia da Universidade de São

P a u l o , ( M Z U S P ) , São P a u l o , São

Paulo.

RESULTADOS

Ergasilidae Nordmann, 1832

Ergasilinae Thatcher, 1984

Pindapixara gen. η.

Diagnose do gênero: Fêmea:

c o p é p o d o s de t a m a n h o p e q u e n o ,

variando de 382 a 577 micrômetros.

Antênula com seis segmentos. Antena

com três segmentos mais a garra.

Garra extremamente desenvolvida,

maior que os demais segmentos; o

terceiro segmento é o menor, seguido

pelo p r i m e i r o depois o segundo.

Maxilípedes ausentes. Pernas I - IV

b i r r e m e s , com setas p l u m o s a s ;

primeiro e quarto endopoditos e quarto

e x o p o d i t o com dois s e g m e n t o s ,

d e m a i s c o m três. Perna IV

representada por uma ou duas setas

simples, ou uma .seta e uma papi la.

Perna VI ausente. Saco ovígero com

uma série de ovos grandes que variam

de seis a 15.

Espécie tipo: Pindapixara tarira

sp. n.

Etimologia: O nome genérico

deriva do Tupi-Guarani: "pinda" =

anzol; "pixará" = que tem a forma; em

alusão à antena em forma de anzol.

Pindapixara tarira sp. n.

(Figs 1 - 1 1 )

Material examinado:

Holótipo: fêmea (INPA-CR 608),

dos filamentos branquiais de

Hoplias

malabaricus, coletado no Rio Guaporé,

próximo a Surpresa (11" 52'S; 64" 56'W),

22-ix-1985, em lâmina. Parátipos 8 fêmeas

(INPA-CR 609a - h) e 2 fêmeas (MZUSP

10435 a e b) em lâmina e INPA-CR 610

com 63 indivíduos e MZUSP-10436 com

10 indivíduos em fomiol 5% coletados dos

filamentos branquiais de Hoplias

malabaricus: 43 copépodos de quatro

peixes da localidade tipo, 22-ix-1985; 41

de três peixes do rio Pacaás Novos,

próximo a Guajará-Mirim (IO

1

40'S; 65°

14'W), 27-ÍX-1985. Todos coletados por

J.C.O. Malta.

Fêmea: Corpo (Fig. 1 e Tab. 1 )

alongado, robusto, com o tegumento bem

quitinizado. Comprimento total 382-577.

Prossomo mais largo que o urossomo, com

a maior largura do corpo (115-204)

oconendo no cefalotórax um pouco antes

da região oral.

Cefalotórax (Fig. I e Tab. I ) de

forma subtriangular, margem anterior reta

alarga-se suavemente até chegar a três

quartos de seu comprimento, onde tem a

largura máxima, cerca de 2,2 vezes a

inicial. A partir deste ponto vai suavemente

afilando-se até formar uma cintura, logo

após a segmentação parcial com o primeiro

somito pedígero. Volta a alargar-se até a

região mediana deste somito quando volta

a afilar-se ate a margem posterior. Margens

laterais arredondadas. Cefalossomo

parcialmente fusionado com o primeiro

somito pedígero. Metassomo (Fig. 1 e Tab.

1 ) com quatro somitos pedígeros livres (2,

3,4 e 5) todos claramente separados e

de-crescendo suas larguras gradativamente

na direção terminal.

Urossomo (Figs. I, 2 e 3) menor

que a metade do comprimento do

(4)

Figuras 1-5. Pindapixaia ia/ira sp. n. (fêmea) 1 - vista dorsal; 2 - stimilo gcnilal duplo, abdômen o ramos caudais: 3 - ramo caudal (vista ventral); 4 - antênula: 5 - antena (medidas em mi crô metros).

(5)
(6)

Tabela 1. Medidas (variação e média em μιτι) de 10 fêmeas adultas de Pitukipixara larira geri. et sp. n. C o m p r i m e n t o L a r g u r a C o r p o C e f a l o t ó r a x S o m i t o s I e II M e t a s s o m o S o m i t o s III IV V U r o s s o m o S o m i t o VI

Somito genital duplo VII S o m i t o s a b d o m i n a i s VIII IX X R a m o s c a u d a i s XI S e t a s c a u d a i s S a c o d e o v o s 2 8 2 - 5 7 7 ( 5 1 0 ) 1 9 2 - 2 8 0 ( 2 5 0 ) 30-57(47) 4 1 - 4 7 ( 4 4 ) 22-49(34) 10-17(13) 4 5 - 5 0 ( 4 7 ) 12-17(15) 10-17(12) 10-17(14) 2 4 - 3 2 ( 2 8 ) 1 7 5 - 1 8 7 ( 1 8 2 ) 2 0 9 - 3 9 0 ( 2 9 0 ) 1 1 5 - 2 0 4 ( 1 1 7 ) 115-204(117) 1 0 5 - 1 5 0 ( 1 2 4 ) 7 0 - 1 1 0 ( 9 1 ) 4 5 - 8 2 ( 6 2 ) 4 3 - 6 5 ( 5 5 ) 5 0 - 8 7 ( 7 3 ) 27-47(38) 2 5 - 4 2 ( 3 5 ) 2 2 - 4 5 ( 3 5 ) 13-45(30) 3 1 - 5 1 ( 3 9 )

prossomo e somito 6 com as pernas

natatórias rudimentares.

Somito genital duplo (Figs. I e 2 e

Tab. 1) hexagonal. Margens laterais

formam medianamente uma protuberância,

tomando o somito exageradamente largo,

de tal modo que sua largura é igual a do

maior somito, o terceiro. Somitos

abdominais (Figs. 1, 2 e 3 e Tab. 1),

somitos abdominais J, 2 sub-retangulares

e sem ornamentações, somito abdominal 3

(anal), sub-retangular com as porções

laterais projetando-se ligeiramente. Ramos

caudais (Figs. 1, 2 e 3) subtriangulares,

ambos equipados com uma seta longa e

uma curta, e uma seta reduzida lateral.

Antênula (Fig. 4 e Tab. 2) cilíndrica,

reduzida, com seis segmentos, carregando

16 setas simples e com a fórmula setal: 0

-5 - 3 - 2 - 1 - -5 . Tipologia, comprimentos

relativos e ornamentações diretamente

comparáveis com os representantes da

subfamília. Antena (Fig. 5 e Tab. 2)

com três segmentos e a característica

garra do novo gênero. Segmento 1

s u b - r e t a n g u l a r e o m a i s largo;

s e g m e n t o 2 com u m a p e q u e n a

elevação mediana na margem interna;

segmento 3 retangular e o menor; o

processo distai é u m a forte garra

recurvada, o mais longo dos apêndices

da a n t e n a . A relação e n t r e os

segmentos é 2,4 : 3,0 : 1,0 ; 3.7.

(7)

com dois segmentos, longa, segmento

basal s u b - r e t a n g u l a r largo, sem

ornamentações, e fortemente preso ao

cefalossomo, na região mediana

afila-se à metade de sua largura, bifurca-afila-se:

parte superior lâmina falciforme com

minúsculos dentes na margem posterior

e reforço quitinoso na metade posterior

da margem anterior; parte inferior o

palpo com uma série de minúsculos

dentes nas margens anteriores. Maxílula

em forma de placa, anteriormente

estreita, na região mediana aumenta

abruptamente sua largura para o dobro,

sem ornamentações. Maxila com dois

segmentos, alongada, processo

proxi-mal sem ornamentações, muito largo

e fortemente preso ao cefalossomo,

p r o c e s s o distai com fortes setas

espiniformes alongadas. Maxilípedes

ausentes.

ligeiramente mais estreito na região

ante-rior e com uma seta lateral; segmento 2

sub-retangular maior que o 1, margem

intema e distal arredondada, com cinco

setas e dois espinhos. Segmento 1 do

exopodito em forma de clava, sendo duas

vezes o comprimento do 2 e três do

termi-nal, com um espinho; segmento 2 suboval

e com uma seta; segmento 3 o menor,

margens arredondadas e com quatro setas

e dois espinhos.

Perna II (Fig. 8) semelhante à

perna III. Ambos ramos com três

segmentos. Segmento 1 do endopodito

maior e mais robusto que os outros

dois s e g m e n t o s , m a r g e m i n t e r n a

alarga-se suavemente até a região

mediana, quando volta à afilar-se,

voltando à largura inicial na porção

distal e com uma seta; segmento 2

robusto suboval e com duas setas;

Tabela 2. Medidas das antenas (variação e média em μιη) de 10 fêmeas adultas de Pindapixara tarira gen. et sp. n. C o m p r i m e n t o L a r g u r a A n t ê n u l a 102 - 150(124) 17 -25(22) A n t e n a S e g m e n t o 1 57-85(72) 30-45(38) 2 85-97(90) 27-37(33) 3 27-40(30) 15-25(21) G a r r a 9 5 - 1 3 7 ( 1 1 0 ) 10-15(12)

Pernas (Figs. 7 - 10 e Tab. 3)

providas de setas plumosas; pernas I e IV

com endopoditos mais longos que os

exopoditos, perna II e 111 subiguais. Perna

I (Fig. 7) basipodito com uma pequena

elevação na margem interna, endopodito

com dois segmentos e exopodito com três.

Segmento 1 do endopodito sub-retangular

segmento 3 o menor, com as margens

arredondadas e com quatro setas e um

espinho. Segmento I do exopodito o

mais robusto, duas vezes maior que

o segmento 3, suboval e sem

orna-mentações; segmento 2 sub-retangular,

do mesmo comprimento do 1, mas

menos largo e com uma seta; segmento

(8)

3 subquadrado, o menor, mas mais

largo que o 2 e com cinco setas.

P e r n a IV ( F i g . 9) a m b o s os

r a m o s com dois s e g m e n t o s .

Segmento 1 do endopodito em forma

de clava, largura anterior medindo a

metade da posterior e com uma seta;

segmento 2 suborbicular, robusto e

com c i n c o setas. S e g m e n t o 1 do

e x o p o d i t o s u b - r e t a n g u l a r e sem

ornamentações; segmento 2

suborbicu-lar e com quatro setas. Perna V (Fig.

10) vestigial, consistindo de uma seta

simples e uma papila.

Saco de ovos (Fig. 11 ) com uma

ú n i c a série de o v o s g r a n d e s que

variam numericamente, de seis a 15.

Macho: Desconhecido.

Etimologia: O nome específico

deriva do Tupi-Guarani, "tarira" =

trairá, o nome comum do hospedeiro.

Seu t a m a n h o é p r ó x i m o ao das

espécies do gênero Brasergasilus

T h a t c h e r & B o e g e r , 1983: B.

jaraquensis Thatcher & Boeger, 1983

(340 a 410); B. anodus Thatcher e

Boeger, 1983, (320 a 370) e Β. oremus

Thatcher e Boeger, 1984, (420 a 510).

As espécies da família Vaigamidae:

Vaigamus spinicephalus Thatcher &

Robertson, 1984 (461 a 498) na fêmea

e Gamidactylus jaraquensis Thatcher

& Boeger 1984, (410 a 470), também

apresentam tamanhos próximos aos de

R tarira (THATCHER & BOEGER,

1983; 1984a; 1984b; THATCHER &

ROBERTSON, 1984).

A antena em P. tarira é única

e n t r e todos os r e p r e s e n t a n t e s da

família Ergasilidae. Em geral a ordem

de tamanho entre os segmentos, do

maior para o m e n o r é: s e g u n d o ;

terceiro; primeiro e a garra (a menor).

Tabela 3 . Espinhos (algarismos romanos), setas (algarismos arábicos) das pernas de Pindapixara tarira gen. et sp. n.

Exopodito

P e r n a I I - 0, 0 - 1. II - 5

Endopodito

0 - 1 , II - 5 P e r n a II 0 - 0, 0, 0 - 1, 0 - 5 0 - 1 , 0 - 2 , I - 4 P e r n a III 0 - 0 , 0 - 1 , 0 - 5 P e r n a IV 0 - 0, 0 - 4 0 - 1, 0 -

2,

I - 4 0 - 1 , 0 - 5

DISCUSSÃO

O c o m p r i m e n t o total de

Pindapixara tarira gen. et sp. n. (382

a 577) é m e n o r que t o d o s o s

c o p é p o d o s do gênero Ergasilus,

descritos para a região Amazônica.

Nesta espécie o maior é a garra, seguido

pelo segundo, primeiro e terceiro. Este tipo

de antena é intermediário entre a do gênero

Ergasilus, com três segmentos, mais a

garra (que é a menor) e o Brasergasilus,

com dois segmentos, mais a garra (que é

a maior).

(9)

O gênero Rhinergasilus Boeger

& Thatcher, 1988 apresenta antena

muito semelhante à de Pindapixara

gen. n., com três segmentos e a garra

bem desenvolvida. Mas, difere do

novo gênero nos seguintes pontos: o

m a i o r s e g m e n t o da a n t e n a é o

segundo; quarto e quinto pedígeros

s o m i t o s m e n o r e s ; p e r n a s IV e V

reduzidas a setas simples; antênula con

c i n c o s e g m e n t o s ; p e ç a s b u c a i s

diferentes e parasitam fossas nasais de

Serrasalmus nattereri (Kner, 1860)

(BOEGER & THATCHER, 1988).

Bn Pindapixara g e n . n.,

p r o p o s t o neste trabalho, a antena

s e g u i u a linha e v o l u t i v a de

Abergasilinae (aumento do tamanho

da garra). Apresenta-se c o m o um

gênero intermediário entre Ergasilus

(Ergasilinae) que é um grupo com o

m a i o r n ú m e r o de c a r a c t e r e s

plesiómorficos (antena com quatro

segmentos, garra com tamanho

"nor-m a l " e c i n c o p a r e s de p e r n a s ) e

Brasergasilus (Abergasilinae) que

possui vários caracteres apomórficos

tais como: antena com dois segmentos,

mais a garra muito desenvolvida,

tamanho do corpo reduzido e três

pares de pernas. Em Pindapixara a

antena continua com três segmentos,

a garra é maior que os segmentos e o

t e r c e i r o s e g m e n t o é o m e n o r ,

permanece com cinco pares de pernas

e o t a m a n h o d o c o r p o é bastante

reduzido (MALTA, 1992).

T I D D ( 1 9 4 2 ) d e s c r e v e u

Ergasilus iheringi, c o l e t a d o em

Campina Grande (7° 16'S e 36° 4'W),

no Estado da Paraíba região nordeste

do Brasil dos filamentos branquiais de

Hoplias malabaricus (o corpo de água

exato onde este material foi coletado

é desconhecido). MALTA (1992) e

VARELLA (1992) citaram que os

copépodos ergasilídeos apresentam

vários níveis de especificidade, sendo

q u e a l g u m a s e s p é c i e s p o d e m

a p r e s e n t a r alta e s p c i f i c i d a d e .

Comparando Pindapixara tarira com

E. iheringi v e r i f i c a m o s q u e só

a p r e s e n t a m em c o m u m o m e s m o

hospedeiro. Esta diferença a nível de

g ê n e r o e n t r e os c o p é p o d o s q u e

parasitam um mesmo peixe, pode ser

explicado pelas diferentes histórias

geomorfológicas das duas regiões,

pela ausência de ligações recentes

entre as duas bacias hidrográficas e

pelo parasitismo por Copepoda ser

mais r e c e n t e q u e a d i s t r i b u i ç ã o

geográfica do hospedeiro.

Os índices q u e e s t i m a m o

tamanho da população de P. tarira são:

prevalência 30,0%; intensidade entre

1 - 38 copépodos por peixe:

inten-sidade média 12,0 e abundância 4,0.

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