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CAUSA OPERÁRIA

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O NACIONALISMO NOS PAÍSES ATRASADOS

Uma discussão sobre a

América Latina

RECESSÃO PROFUNDA

Quase 600 mil

demitidos em

janeiro nos EUA

O número de demissões nos (VWDGRV8QLGRVHPMDQHLURDWLQJLX RSDWDPDUPLOSRVWRVGHWUDED-OKRHOHYDQGRDWD[DGHVHPSUHJR DRPDLRUFRUWHHPDQRV Página 7 EUROPA EM CHAMAS

Greves e

protestos

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COLÔMBIA

Desespero de

Uribe

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ELEIÇÕES NO IRAQUE

Novos ladrões

no poder

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REVOLUÇÃO NA ÁFRICA

O assassinato de Patrice

Lumumba e a luta contra o

imperialismo colonial na África

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ELEIÇÕES NO SENADO E NA CÂMARA

PMDB consolida

poder no governo

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DIANTE DAS DEMISSÕES

Burocracia da CUT, com Lula

e os patrões, apóia arrocho salarial

e demissões

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Novo plano de segurança

nas escolas prevê ainda mais

repressão aos estudantes

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SEGUNDO O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL...

Defender direitos das mulheres

agora é apologia ao crime

OPERAÇÃO DE GUERRA DE JOSÉ SERRA CONTRA A POPULAÇÃO POBRE EM PARAISÓPOLIS:

REPRESSÃO POLICIAL

2GLDFRPHoDWHQVRSDUDRV PRUDGRUHVGH3DUDLVySROLVVHJXQ-GDPDLRUIDYHODGDFLGDGHGH6mR 3DXOR /RJRGHPDGUXJDGDRXSHODPD-QKmWUDEDOKDGRUHVTXHLQLFLDPVXD MRUQDGDVDHPGHVXDVFDVDVHQIUHQ-WDQGRRFOLPDGHUHSUHVVmR(VWHV WrPXPDJUDQGHFKDQFHGHVHUHP HQTXDGUDGRVSHOD3ROtFLD0LOLWDU 'LYHUVDVEDUUHLUDVVmRPRQWDGDV SHODSROtFLDHHPHQWURQFDPHQWRV SROLFLDLVIRUPDPEDUUHLUDVSDUD UHYLVWDUHKXPLOKDUDTXHOHVTXHSDV-VDPHVmRFRQVLGHUDGRVVXVSHLWRV 2WRTXHGHUHFROKHUSUHYDOHFH SDUDSDUWHGRVPRUDGRUHVTXH VLPSOHVPHQWHQmRVDHPGHFDVD FRPPHGRGHUHSUHViOLDVGDSROt-FLDFDYDODULDWURSDGHFKRTXHH FDPEXU}HVDFDGDHVTXLQD 3ROLFLDLVFLYLVPLOLWDUHVFmHV IDUHMDGRUHVKRPHQVGR&2( &RP-SDQKLDGH2SHUDo}HV(VSHFLDLV  YLJLDPDSRSXODomRHPFDGDPR-YLPHQWR (VWDpDSULPHLUDLPSUHVVmRGH TXHPHQWUDQDFRPXQLGDGHGH3D-UDLVySROLVXPDLOKDGHPLVpULDHP PHLRjVPDQV}HVGR0RUXPEL /HLDQHVWDHGLomRDFREHUWXUD FRPSOHWDHH[FOXVLYDFRPIRWRV HQWUHYLVWDVHDDQiOLVHGRVDFRQWH-FLPHQWRV Página 6 2FDVRGD8QLIHVSLOXVWUDDSR-OtWLFDGH/XODQDVXQLYHUVLGDGHV S~EOLFDVGHFRUWHGHYHUEDVIDYR- UHFLPHQWRGDEXURFUDFLDXQLYHUVL-WiULDHSHUVHJXLomRDRPRYLPHQWR HVWXGDQWLOPágina 14

UNIFESP

Lula persegue estudantes e

protege a corrupta burocracia

universitária

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8 DE FEVEREIRO DE 2009

CAUSA OPERÁRIA

ATIVIDADES 2

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Próximo Acampamento de Férias da AJR

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CAUSA OPERÁRIA

Fundado em junho de 1979

Editor - Rui Costa Pimenta - Tiragem - seis mil exemplares - Redação - Av. Miguel Stéfano nº 349, Saúde, São Paulo, Capital, CEP 040301-010 - Telefone (11) 5589-6023 - Sede Nacional - São Paulo - Av Miguel Stéfano, nº 349, Saúde, São Paulo, Capital, CEP 04301-010, Fone (11) 5584-9322 - Correspondência - Todas as cartas, pedidos de assinaturas ou de informações sobre as publicações Causa Operária devem ser enviadas para a redação ou para o endereço eletrônico -pco@pco.org.br, página na internet - www.pco.org.br/causaoperaria

Semanário de circulação nacional Ano XXX - nº 520 - R$3,00 de 8 a 14 de fevereiro de 2009

Causa Operária está baseado em um claro programa político e no mar-xismo e, por este motivo, esforça-se para ser uma tribuna das necessida-des e dos anseios das massas exploradas de trabalhadores da cidade e do campo, dos negros, das mulheres e da juventude oprimida. Neste sentido, as páginas do nosso jornal estão abertas para que qualquer trabalhador faça dele um veículo das suas denúncias contra a exploração e opressão de qualquer setor da sociedade. Convidamos, ainda, nossos leitores a fa-zer desta página um espaço para discussão das idéias relacionadas a esta luta que julguem importante.

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Karl Marx – Vida e Obra – parte III

O Partido da Causa Operária e sua organização de juventude, a AJR, Aliança da Juventude Revolucionária, darão continuidade em julho de 2009, o seu já tradicional curso de férias de inverno com o tema Marx – Vida e Obra – parte III

ses dos trabalhadores da cida-de e do campo, da juventucida-de, das mulheres e dos negros.

Ligue para (11) 5584-9322 ou escreva para assinaturas@ pco.org.br

8 DE MARÇO

Participe do ato independente

em defesa das mulheres

Em 2009, o Partido da Cau-sa Operária continuará suas atividades com cursos, pales-tras, atos públicos etc. A pró-xima atividade que será reali-zada pelo PCO vai ser o ato pú-blico do dia internacional de março, 8 de março. Este será um ato independente com o objetivo de defender as lutas e reivindicações das mulheres.

Dia internacional de luta das

m u l h e r e s

Apesar de ser comemora-do, oficialmente, em todo o mundo, esta data não resgata a origem da luta das mulheres pelo 8 de março que não exis-tindo nenhuma história orga-nizada sobre os fatos e dis-cussões que levaram ao esta-belecimento desta data como o dia internacional de luta na consciência das mulheres.

O silêncio sobre a história de um dia tão comemorado e instrumento de campanhas supostamente em defesa da

m u l h e r p e l o m u n d o t o d o , chama a aten-ção dos espíri-tos mais críti-cos e daqueles que lutam para resgatar a his-tória do movi-mento operá-r i o , d a s s u a s l u t a s e d a s s u a s g r a n d e s realizações. O 8 d e m a r ç o é j u s t a m e n t e mais uma des-tas grandes ini-c i a t i v a s d a classe operária mundial que, com a Revolu-ção Russa de 1917, firmou-s e c o m o u m instrumento de

defesa internacional das mu-lheres. Posteriormente o im-perialismo adaptou-se à esta conquista operária, procuran-do apagar suas origens

revo-lucionárias, transformando o 8 de março em mais um ins-trumento da democrática po-lítica do imperialismo de ata-que às mulheres, encoberta

com os discursos e campa-nhas demagógicas sobre os “direitos da mulher”.

Este será o primeiro ano que o Partido da Causa Ope-rária realiza um ato indepen-dente no dia internacional da mulher.

A data do 8 de março está ligada à luta das operárias têx-teis de Nova Iorque. Foi uma das primeiras greves destas operárias têxteis de Nova Ior-que, no ano de 1857 que deu origem à data. Nesta greve as operárias permaneceram pa-radas durante semanas, sen-do brutalmente reprimidas pela polícia e perseguidas pelos patrões em uma grande manifestação exatamente nes-ta danes-ta. transformando-se num símbolo de luta para as trabalhadoras e as socialistas norte-americanas.

No espírito de resgatar esta origem, o PCO vai realizar um ato independente para mobili-zar as mulheres que estejam interessadas na defesa de um programa de luta.

Participe! Informe-se so-bre as datas, locais etc entran-do em contato com algum mi-litante do PCO por meio do e n d e r e ç o e l e t r ô n i c o : pco@pco.org.br ou pelo en-dereço: Rua Miguel Stéfano, nº 349 - Saúde - CEP 04301-010 - São Paulo/SP ou então ligue para nós no telefone, (0xx11) 5584-9322

Nesta edição será dada continuidade ao tema tratado nos dois últimos cursos, realizado em julho de 2008 e janeiro de 2009, a história da vida e a

contribuição teórica do revolucionário, Karl Marx.

Será a 24ª edição do Acam-pamento de Férias da AJR, que tem como principal ativi-dade a realização do curso de formação marxista, prezando pelo estudo e compreensão do m a r x i s m o como arma política na luta pelo so-cialismo. O c u r s o a p r e s e n t a -d o s e r á , “ M a r x – Vida e Obra p a r t e I I I ” . N e s t a e d i -ç ã o s e r á dada conti-nuidade ao tema trata-do nos trata-dois últimos cur-sos, realiza-dos em ju-lho de 2008 e janeiro de 2009, a his-tória da vida e a c o n t r i

-buição teórica do revolucio-nário, Karl Marx. Nesta pri-meira parte foi tratada a ela-boração da filosofia marxista, o socialismo científico. Na segunda parte foi feita a dis-cussão em torno do período que vai da elaboração e publi-cação do manifesto comunista até a Revolução de 1848.

O curso tem como objeti-vo não apenas discutir e en-t e n d e r o m a r x i s m o c o m o uma entre tantas correntes de pensamento, mas entender esta como uma ferramenta para atuar na sociedade, de acordo com uma teoria cien-tífica que só tem razão de existir ao ser aplicada na prá-tica, para a ação da classe operária.

O Acampamento de Férias da AJR é uma atividade úni-ca em toda esquerda nacional e internacional, de lazer e de educação política de um par-tido revolucionário.

Os Acampamentos de Fé-rias da AJR reúnem jovens de todo o País que acampam em

meio à natureza participando diariamente das atividades organizadas coletivamente, tais como a realização das re-feições e também a limpeza e manutenção do local. A ativi-dade também conta com di-versas atividades que pro-movem a integração e o lazer dos participantes, como a exi-bição de filmes, gincanas cul-t u r a i s , g r u p o s d e e s cul-t u d o , campeonatos esportivos e outras atividades como sa-raus, passeios turísticos etc. A participação é aberta a todos os interessados, não sendo necessária a filiação nem ao PCO nem à AJR.

O local do acampamento oferece toda a infra-estrutu-ra necessária painfra-estrutu-ra a realiza-ção da atividade, tais como cozinha, quartos, banheiros e salão para a realização do curso, além de outros que contribuem para proporcio-nar descanso e diversão para os participantes, tais como piscina, lagos, trilhas entre outros.

Os jovens ficam alojados em barracas que devem, de preferência, ser levadas pe-los próprios participantes. P a r a o s m a i s v e l h o s h á a opção de alojamento em quar-tos.

Durante todo o acampa-mento são servidas três refei-ções diárias: café da manhã, almoço e jantar. Todas as re-feições são preparadas pelos grupos previamente divididos e em regime de revezamento. As refeições são bastante fartas e bem elaboradas des-de o café da manhã até o jan-tar. Também é organizado no local, pela coordenação do evento, uma lanchonete que oferece outras opções de co-midas e bebidas.

Em 2009 o Acampamento de Férias da AJR completa doze anos. Realizado pela 1ª v e z e m 1 9 9 8 n a S e r r a d a Juréia com a participação de 60 pessoas, o Acampamento, de lá para cá, já foi realizado nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás e Paraíba e já contou com a participação de mais de mil pessoas.

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Editoriais

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8 DE FEVEREIRO DE 2009

CAUSA OPERÁRIA

3

Lênin e Trótski na

Revolução Russa

RUI COSTA PIMENTA

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Começou o período das

grandes mobilizações

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epois de muito teorizar sobre o suposto fim do soci alismo, do movimento operário e até mesmo da pró pria classe operária, a burguesia imperialista teve de reconhecer o que já não dá para esconder: a retomada deste poderoso movimento, contra as demissões, as reduções salariais e das condições de trabalho, entre outros.

Na reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, termi-nada nesta semana, o clima era de pessimismo. Tanto pela falta de perspectiva de superação da crise, como pelo conseqüente aumento de mobilizações populares e “convulsões sociais”.

Diversos representantes dos grandes capitalistas do mundo in-teiro não conseguiram esconder a preocupação. A ministra da Eco-nomia da França, por exemplo, declarou que os tumultos sociais são um dos dois maiores “riscos” da situação. Foram obrigados, inclusive, a tocar em assuntos delicados para a burguesia e o im-perialismo mundial, como a “volta do comunismo”.

É o reconhecimento dos representantes das maiores empresas capitalistas, bancos e governos imperialistas da sua total falta de condições de dar uma solução para a crise que estourou de vez em meados de 2008 e da sua igualmente grande incapacidade de con-ter a revolta das populações de todo o mundo contra a situação de miséria que está sendo imposta.

Nos principais países imperialistas do planeta os trabalhadores deram mostras do que está por vir. Na França, onde há uma gran-de tradição gran-de mobilização, estudantes e trabalhadores realizaram inúmeras manifestações contra o governo, demissões, reduções salariais etc., culminando agora em fevereiro com a convocação de uma greve geral de um dia.

Na Inglaterra, também este ano, os trabalhadores quebraram um

longo período sem greves e realizaram um importante movimento grevista em defesa de seus empregos e salários.

Pouco antes, como prenúncio da crise, uma revolta popular tomou conta da Grécia, depois do assassinato de um jovem pela polícia.

No meio de tudo isso, a derrota acachapante de George W. Bush nas eleições presidenciais norte-americanas, depois de oito anos de implementação de uma política ultra-reacionária que visava esmagar os povos de todo o mundo para fazer lucrar um punhado de empresas e bancos norte-americanos, é mais um sintoma claro da evolução da situação política.

A política imperialista do último período, de guerras, aumento da repressão, da vigilância da população e inclusive da legalização da tortura e suspensão dos direitos democráticos mais elementa-res, foi derrotado pela resistência e mobilização da população no Iraque, na Palestina, na Europa e dentro dos próprios Estados Unidos.

A crise econômica, que despontou como uma crise localizada no mercado financeiro e em menos de dois anos já provocou um colapso na economia capitalista mundial que vai levar a um extre-mo a situação de miséria das massas, e a própria tentativa dos grandes capitalistas de intensificar a exploração dos trabalhadores para tentar sobreviver vai gerar, como já está gerando, uma enorme onda de mobilizações, greves e manifestações de todo o tipo em todo o mundo.

O que os grandes capitalistas e banqueiros, os verdadeiros donos do mundo reunidos em Davos revelaram é o inevitável levante das massas trabalhadoras contra essa situação insustentável e a sua própria incapacidade de ação diante da crise.

O País para os bancos

E

m 2008, os quatro maiores bancos brasileiros lucraram quase R$ 30 bilhões enquanto que a crise financeira pro vocou a demissão que quase um milhão de brasileiros O governo brasileiro é mesmo uma mãe para os banqueiros e capitalistas. Em meio à maior crise financeira mundial, onde todos os países imperialistas estão profundamente abalados, os banquei-ros brasileibanquei-ros estão vivendo no paraíso dos lucbanquei-ros e dividendos. Segundo a agência de classificação de risco, Austin Rating, os quatro maiores bancos brasileiros tiveram um aumento de 15% no lucro obtido em 2008. Entre os bancos estão o Bradesco, o segun-do maior banco segun-do País, o Unibanco, o Banco Itaú Holding Finan-ceira e o Banco do Brasil. Segundo as estimativas, estes bancos arrecadaram juntos R$ 29 bilhões no ano passado.

Como as notícias vindas dos outros países só apresentam as falências e concordatas de dezenas de bancos, soa completamente anormal os lucros exorbitantes dos bancos brasileiros.

O Bradesco registrou um ganho líquido de R$ 7,86 bilhões em 2008, com arrecadação de R$ 35,5 bilhões, com rentabilidade de 22,1%. O Itaú ficou com rentabilidade de 23,4%, o Banco do Brasil com 32,9% de rentabilidade e o Unibanco, com 21,3%. Os dados completos ainda não foram divulgados pelos bancos, ou seja, o lucro

pode ser maior ainda. Mas a partir destes números prévios é sim-ples constatar que existe uma política clara do governo brasileiro, comandado por Lula de atender de maneira religiosa os interesses de meia dúzia de banqueiros, sacrificando, para isso, as condições de vida da classe operária.

Para este ano a farra deve continuar, segundo a Rating “os principais bancos estimam uma evolução do crédito em torno de 15% em 2009, bem inferior em relação aos últimos anos (em 2008 o total cresceu mais de 31%). Essa desaceleração impactará as receitas dos bancos, mas eles continuarão bastante lucrativos este ano também”.

Salta aos olhos a discrepância entre os lucros estratosféricos dos bancos brasileiros e os milhares de trabalhadores brasileiros que perderam o emprego no ano passado e outros milhões sendo ameaçados diariamente de demissões, revelando que a política de Lula está voltada única e exclusivamente a garantir que os capi-talistas não percam com a crise. Todo o lucro arrecadado dos ban-cos é uma transferência sem tamanho da produção nacional para satisfazer a sanha dos banqueiros, enchendo os cofres destas instituições parasitas com o dinheiro público vindo do suor dos trabalhadores.

As revoluções são feitas pelos seres humanos, mas não são obra de indivíduos, são a obra das grandes massas humanas. A Revolução Russa foi a obra das massas operárias dirigidas por um partido de van-guarda, que se formou através de mais de meio século de luta sacrifi-cada.

A qualidade principal deste partido é que expressava no seu pro-grama, na sua teoria revolucionária de vanguarda, na sua organização e na sua tática política, a consciência de classe profunda alcançada pelo proletariado russo.

O Partido Bolchevique foi, também, o resultado de 15 anos de luta, de 1903 a 1917, contra as mais diversas tendências burguesas no in-terior do movimento operário e somente se formou de modo definitivo sob o calor da própria revolução. No momento em que toma o poder do Estado conta em suas fileiras com centenas de dirigentes talento-sos, produto deste milieu revolucionário que os formou, no que diz respeito à maioria, desde a adolescência.

Este partido não tinha absolutamente nada a ver com a maioria dos partidos de esquerda que os sucederam. Não se trata apenas de que haviam rejeitado todo o carreirismo pela causa do socialismo, da qual nunca tiraram, nem mesmo no governo, qualquer proveito pessoal ou que tivessem enfrentado a perseguição do maior estado policial da época, mas sobretudo do fato de que haviam tido a sua personalidade política formada sobre a base da luta operária real, da organização dos operários, da luta ideológica mais profunda e intransigente. Não é por nada que a ditadura stalinista tenha se erguido definitivamente apenas sobre os seus cadáveres em um dos processos políticos mais comple-xos da história da humanidade.

Sobre este grupo extraordinário erguiam-se dois líderes ainda mais excepcionais, dos mais excepcionais com que qualquer classe, qual-quer país, qualqual-quer revolução já contou até hoje.

Ainda hoje é difícil avaliar corretamente a grandeza política e moral de homens como Vladimir Lênin e León Trótski.

Lênin, o verdadeiro arquiteto intelectual e político da vitória da classe operária na revolução e principal criador do seu partido dirigente, personifica acabadamente a evolução da classe operária sob a influ-ência do marxismo. Merece justamente o título de maior cérebro político que o mundo já conheceu. Diferente dos heróis políticos da burguesia, alguns extremamente talentosos e até geniais, não pôde escalar uma máquina política já pronta dentro de um regime político já pronto, apoiado pela imensa riqueza de uma classe dominante. Ao contrário, ergueu dos porões da sociedade uma classe não apenas inculta como em grande medida analfabeta, organizando um partido acabadamente revolucionário e mostrou, pela primeira vez em toda a história, como uma classe despossuída poderia arrancar o poder das mãos dos po-derosos, ricos, assentado no poder há séculos.

Lênin, com seus 45 tomos de escritos em cerca de 30 mil páginas, não é um literato ou um intelectual no sentido vulgar da palavra. Toda a sua obra é polêmica e está voltada para um único propósito: facilitar o caminho para que a classe operária, através de um partido revoluci-onário, chegue às conclusões políticas revolucionárias. Justamente por isso, por ser uma obra isenta de demagogia, de literatismo vulgar, de frivolidade e de ecletismo elegante, é uma das mais importantes obras intelectuais de todos os tempos. Na seqüência e, pode-se dizer, inclu-sive acima das obras de Marx e Engels, constituem o maior e mais importante manual de política revolucionária de todos os tempos. Ali está traduzida para a linguagem da política prática, da organização, da tática, a grande concepção da história e da sociedade dividida em classes, de classes em luta permanente e sem saída fora da aniquilação da classe dominante, que Karl Marx expôs neste monumento teórico que é O Capital. Em seus escritos polêmicos, sobretudo de análise da marcha da revolução na Rússia, Lênin revela todos os aspectos da teoria revolucionária, da relação de todas as classes sociais e dos seus par-tidos entre si e destes com a revolução. Este método pode ser resumido breve e toscamente da seguinte forma: as centenas de páginas brilhan-tes de análise meticulosa, da observação de inúmeras páginas estatís-ticas, sobre as relações entre o mundo rural russo e o capitalismo estão todas e cada uma delas voltadas para um único objetivo, definir o papel das diferentes camadas camponesas na revolução, suas relações com a burguesia e o proletariado e, desta forma, extrair uma idéia nítida e concreta do caráter da própria revolução em curso. A obra literária de Lênin, que reflete a sua obra política, pode ser resumida em três pala-vras: teoria da revolução.

Esta obra continua e adquire um aspecto ainda mais espantoso com Lênin à frente do governo soviético onde revoluciona completamente o que sempre se entendeu por arte de governar. Ao invés de estabe-lecer, como gostariam os utopistas reformistas da esquerda dos dias de hoje, criar castelos institucionais e sociais de areia, não deixou-se “guiar por normas calculadas para um tempo remoto, mas por consi-derações revolucionárias conformes à sua finalidade” (1). O governo de Lênin é o caso mais desenvolvido e acabado de governo revolu-cionário, isento de considerações utopistas. É um puro governo revo-lucionário porque responde, com uma consciência que nenhum gover-no revolucionário antes dele teve, à situação concreta da luta entre a revolução e a contra-revolução, ao fato de que a luta entre a classe operária e a burguesia estava muito longe de ser concluída, e não a fan-tasias de edificar por um ato de vontade o paraíso na terra. O tratado de Brest-Litóvski, a guerra civil e o chamado comunismo de guerra, a Nova Política Econômica, a luta pela unidade ante a classe operária e o campesinato, a luta pela unidade do partido governante, todos estes fatos e muitos outros somente podem ser compreendidos e corretamente apreciados à luz da idéia de que se tratava de um governo revolucio-nário, de luta contra a burguesia, cuja consideração primeira era a luta de classes e não planos artificiais.

Toda esta obra, porém, ficaria para sempre incompleta sem os noves meses que vão da revolução de fevereiro à revolução de outubro, onde Lênin conduz com a segurança de um regente de orquestra que tivesse ensaiado exaustivamente antes do espetáculo. Lênin e Trótski sempre consideraram a revolução de 1905 como o “ensaio geral” da revolução de 1917 e, antes deste ensaio geral, com figurino e cenários completos, houve milhares de “ensaios” parciais, tanto na mente como na reali-dade prática, onde centenas de milhares de problemas concretos da revolução foram sendo resolvidos. Neste sentido, o virtuosismo po-lítico de Lênin na revolução não é misterioso, nem pode dar lugar a hi-póteses sobrenaturais ou idealistas. No entanto, seu papel absoluta-mente central chama a atenção para o fenômeno histórico da concen-tração das forças em acontecimentos, instituições e indivíduos. Esta sabedoria adquirida pela longa e tortuosa marcha da deusa da revo-lução acumulou-se, concentrou-se em uma personalidade, um caráter e uma inteligência superior criando para a maior revolução de todos os tempos o maior líder revolucionário que se poderia conceber.

Salário mínimo de fome

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o domingo, dia 1º de fevereiro, o novo valor do salário mínimo entrou em vigor. Agora, os trabalhadores assa lariados brasileiros vão receber o valor de R$ 465. Este aumento é de cerca de 12%, pouco mais que a inflação do período. O governo aproveitou este aumento para abusar da demagogia apresentando isto como um grande avanço para os trabalhado-res. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi teve o descaramento de dizer que o aumento do salário vai aquecer a economia bra-sileira, “O reajuste é uma forte fonte de aquecimento da econo-mia do país, capaz de melhorar o poder aquisitivo da base da pirâmide [da população]. Ou seja, vamos ter mais gente consu-mindo, mais produção e mais emprego” (Folha OnLine, 1/2/ 2009). Uma farsa sem precedentes. Em meio à crise financeira, que somente no mês passado demitiu 654 mil trabalhadores formais em todo o País, Lula e sua corja querem que o povo acredite que um aumento de R$ 50 no salário mínimo vai mudar significati-vamente o consumo e a produção industrial. Este valor sequer vai pagar os gastos diários dos trabalhadores que aumentaram nos últimos meses com a alta da inflação, entre eles os gêneros de primeira necessidade, como os alimentos.

Ainda segundo o ministro do Trabalho, a economia vai rece-ber R$ 21 bilhões por mês devido o “super” aumento do salário mínimo.

O cinismo do governo brasileiro em apresentar este valor como se solucionasse a crise financeira no País é sem precedentes.

O Brasil está à beira de um colapso financeiro como nunca se viu e R$ 50 de aumento não vai fazer a mínima diferença no bolso do trabalhador.

Enquanto vai dar R$ 50 de aumento do salário mínimo, para os capitalistas, banqueiros e empresários, o governo despejou mais de R$ 160 bilhões com o depósito compulsório. Deu outros R$ 8 bilhões para as montadoras, ajuda para os exportadores, os latifundiários, isenção de impostos etc.

Esta discrepância entre o valor dado aos bancos e o oferecido à classe operária faz cair por terra toda a mentira apresentada pelo governo de que não tem dinheiro para dar para a população, in-vestimentos em áreas sociais etc.

A política de Lula é claramente um ataque permanente aos tra-balhadores e à população pobre e o atendimento de todas as “rei-vindicações” da burguesia.

Como eles disseram...

Como eles disseram...

Como eles disseram...

Como eles disseram...

Como eles disseram...

"Alguns bancos não irão sobreviver" Barack Obama falando a respeito da crise em seu discurso

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9 de fevereiro de 1967 É sancionada a nova lei de imprensa que impunha a censura prévia com agentes presentes em todas as redações, emissoras de rádio e televisão “Os monopólios, a oligarquia, a tendência para a dominação em vez da tendência para a liberdade, a exploração de um número cada vez maior de nações pequenas ou fracas por um punhado de nações riquíssimas ou muito fortes: tudo isto originou os traços distinti-vos do imperialismo, que obrigam a qualificá-lo de capitalismo parasitário, ou em estado de decomposição”.

Vladmir I. Lênin Imperialismo, fase superior do capitalismo

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8 DE FEVEREIRO DE 2008

CAUSA OPERÁRIA

POLÍTICA 4

MOBILIZAÇÕES E CONVULSÃO SOCIAL OU NENHUMA PERSPECTIVA?

As conclusões da burguesia e as conclusões da esquerda

pequeno-burguesa sobre a crise capitalista

Encerrado no domingo dia 1o, o

Fórum Econômico Mundial, rea-lizado anualmente em Davos, na Suíça, não apresentou nenhuma perspectiva para os capitalistas superarem a crise financeira mun-dial, instaurando apenas um clima ainda maior de incerteza sobre os rumos do capitalismo mundialmen-te.

As resoluções foram as mais va-gas possíveis.

Foram cinco dias em que a cú-pula financeira e política do mun-do se reuniu para tentar, em vão, achar uma saída para a crise finan-ceira. Eram 2.500 pessoas, entre elas dirigentes empresariais, minis-tros de Finanças, presidentes de bancos centrais, banqueiros, espe-culadores, analistas econômicos, ONGs e uma infinidade de pesso-as ligadpesso-as ao mercado financeiro mundial.

A profundidade da crise econô-mica e a total falta de alternativas contra esta crise eram um consen-so entre os representantes econô-micos dos países imperialistas pre-sentes no encontro. Protecionismo, governos nacionalistas e estatização dos bancos

Um dos assuntos debatidos em Davos foi a política protecionista que está se alastrando nos países como medida de evitar o agrava-mento das economias. Apesar de ser amplamente criticada de manei-ra demagógica pelos dirigentes po-líticos que participaram do Fórum, como pelo primeiro-ministro chi-nês, Wen Jiabao que disse que “O protecionismo não serve a nenhu-ma causa e só pode piorar e prolon-gar a crise” (Associated France Press, 1/2/2009), diversas medidas já estão sendo tomadas. O presiden-te da Rússia também “atacou” as medidas protecionistas, “Na Rús-sia, não vamos recorrer ao isolaci-onismo e ao egoísmo” (idem).

O governo norte-americano, porém, que não tem medo de ser considerado “egoísta”, aprovou uma medida de restrição da com-pra de aço ou ferro estrangeiro para as obras de infraestrutura que se-rão realizadas com o dinheiro do pa-cote econômico aprovado pelo Con-gresso norte-americano, sinalizan-do a tendência geral. Esta medida visa valorizar o aço nacional e con-seqüentemente evitar demissões nas fábricas norte-americanas. Medidas como estas devem ser adotadas nos Países em crise indi-cando uma tendência nacionalista mundial, em particular nos países imperialistas, com maior poder para impor suas próprias condições ao mercado. Na realidade, a tendência protecionista destes países será acentuada, mais que intruduzida, uma vez que seu “liberalismo” con-siste sobretudo em criar melhores condições para o investimento dos seus próprios capitalistas em outros países.

Outra questão em discussão foi a nacionalização dos bancos como medida para conter o enorme rom-bo provocado pelos títulos podres. Para o economista conhecido como “Doutor Apocalipse”, que fez as previsões mais acertadas da crise, Nouriel Roubini, o dinheiro despejado nos bancos falidos é uma medida que favorece apenas os cre-dores e acionistas dos bancos e não os contribuintes, ou seja, favorece os próprios banqueiros sem maio-res efeitos na economia em geral. Recomendou a estatização dos bancos norte-americanos, afir-mando que “o sistema bancário dos EUA está insolvente”.

Sem saída

Chefes de Estado apresentaram opiniões contrárias para tentar re-solver o impasse da crise capitalis-ta.

Gordon Brown, primeiro-minis-tro inglês, disse que uma ação co-ordenada entre os países pode conter a crise, “Temos um sistema financeiro global, mas não temos um controle global, isso tem que mudar” (DW.World, 1/2/2009).

O Fórum Econômico Mundial de Davos terminou prevendo uma onda de mobilizações mundiais como resultado da crise econômica e política do capitalismo. Já o Fórum Social Mundial, realizado pela esquerda de todo o mundo, terminou sem nenhuma resolução ou perspectiva para a crise

Para o primeiro ministro, é preciso um sistema internacional que fisca-lize a economia mundial de forma a evitar futuras crises. Brown tam-bém disse que é necessário um conjunto de medidas econômicas internacionais para evitar excessos dos países. O primeiro-ministro ainda pediu o fortalecimento de instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que possam ter mais controle sobre a economia dos pa-íses.

Já Angela Merkel, chanceler ale-mã, criticou o fracasso do capita-lismo anglo-saxão e sugeriu a cri-ação de um Conselho Econômico das Nações Unidas com a função de fiscalizar o mercado mundial para que a farra financeira criada pelos capitalistas seja evitada, como aconteceu com o mercado imobi-liário. Os governos imperialistas são conscientes da debilidade do impe-rialismo norte-americano e das suas finanças diante da crise e buscam criar um novo acordo mundial para superar esta debilidade.

Foi marcada neste Fórum uma nova reunião do G20 para o mês de abril que tem a pretensão de definir uma política para a atual crise, mas com a total falta de rumo dos capi-talistas em Davos não é difícil pre-ver um novo fracasso.

Sem salva-vidas

Neste Fórum, nem os tão pro-palados países “emergentes” (Bra-sil, Rússia, Índia e China) foram pou-pados. Na avaliação do Fórum, estes países vão sofrer com a crise tanto quanto os países mais desen-volvidos já estão sofrendo. Fato que já está acontecendo e que foi com-pletamente falsificado até pouco tempo atrás com a esperança de que estes países, com desenvolvimen-to capitalista debilitado, salvassem o mundo da maior crise já vista.

Para o economista Nouriel Rou-bini, “Com o crescimento global ne-gativo, exportações e preços de commodities caindo, será um ano difícil. Os países emergentes vão ter uma aterrissagem forçada” (O Glo-bo, 29/1/2009).

O crescimento econômico des-tes países vai despencar, Roubini chegou a dizer que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro poderia chegar a ser negativo em 2009.

Conclusão inevitável

Entre tanta incerteza, uma con-clusão resultante das discussões do Fórum de Davos é bastante sinto-mática da situação econômica mundial e do caráter desta crise. A conclusão apresentada pelos capi-talistas foi a de que está para eclodir em nível mundial uma revolta po-pular como efeito direto da crise fi-nanceira.

Segundo a ministra da Economia da França, Christine Lagarde, “a si-tuação atual apresenta dois riscos maiores: tumultos sociais e prote-cionismo” (Associated France Press, 1º/2/2009).

O economista Nouriel Roubini foi mais enfático alertando que “em alguns países, acontecerão levan-tes sociais. Por isso, as decisões po-líticas corretas têm que ser toma-das agora” (DW.World, 1o/2/2009).

Durante o Fórum, números de-vastadores referentes aos efeitos da recessão mundial nos países foram publicados. Em menos de dois dias, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) elevou o número de demissões em 2009 de 20 milhões para 50 milhões em todo o mundo. E um total de mais de 230 milhões de desempregados no planeta, uma cifra astronômica indicando o ta-manho da catástrofe econômica. As demissões no mundo atingiram uma média diária de quase 100 mil ape-nas no que diz respeito aos grandes monopólios imperialistas. Estes números superam os piores resul-tados da economia após a Segunda Guerra Mundial que devastou a Europa e vários países do mundo. Os capitalistas em Davos demons-traram uma séria preocupação com esse exército de desempregados que deve promover uma revolta mun-dial sem precedentes.

A crise atual, para o megainves-tidor George Soros é superior à de 1930, “O tamanho do problema

com que nos confrontamos hoje é significativamente maior do que nos anos 30. O sistema financeiro des-monorou! É chocante. O público, os empresário, os consumidores estão em estado de choque.” (O Globo, 29/1/2009).

Em documento oficial do Fó-rum, o clima era pior ainda, “as dores da alta do desemprego, das retomadas de imóveis, das falênci-as e da pobreza estão apenfalênci-as come-çando a ser sentidas” (Reuters, 1/2/ 2009).

O pavor com a situação é tanto que o executivo chefe da petrolífe-ra Royal Dutch Shell, Jeroen van der Veer fez a seguinte declaração, “ninguém quer a volta do comunis-mo e o excesso de regulação dos anos 1960 e 1970” (EFE, 1/2/ 2009). Ressurgem as lutas da classe operária em grande escala no coração do capitalismo

Não à toa, os maiores capitalis-tas industriais e financeiros repre-sentados no Fórum de Davos mos-traram preocupação com as mobi-lizações pelo mundo.

No último mês, as classes ope-rárias dos países avançados deram uma demonstração concreta de que já iniciaram uma mobilização con-tra a crise no coração do imperia-lismo.

Na França, a greve geral realiza-da pela classe operária francesa, que pressionou as centrais sindicais, fez com que o governo Sarkozy recu-asse na tentativa de impor restrições ao direito de greve.

A greve, como havíamos noti-ciado, teve enorme adesão, reduzin-do a um terço o serviço reduzin-do trans-porte público em todo o país, redu-zindo à metade os serviços hospi-talares. Cerca de 25% dos trabalha-dores dos correios e 70% dos pro-fessores pararam, assim como 45% dos funcionários públicos.

Depois da enorme greve geral chamada pelas centrais CFDT,CFE-CGC, CFTC, CGT, FO, FSU, Solidaires, e UNSA, nesta semana os ferroviários na estação Saint-Lazare, em Paris, e nas cida-des de Nice e Marselha terminaram colocando o governo contra a pa-rede.

Um relatório preparado por um deputado do partido do governo Sarkozy, a União por um Movimen-to Popular (UMP), levantava até esta quarta-feira uma ameaça à re-alização de greves procurando coibi-las, intervindo no sentido de modi-ficar a lei que determina um funci-onamento mínimo dos serviços paralisados e a legalidade das gre-ves.

No entanto, foi julgada legal nesta quarta-feira a greve dos conduto-res de trem.

Esta, iniciada em 9 de dezembro conseguiu desorganizar o transpor-te e nem mesmo os esforços do go-verno e da burocracia de três sin-dicatos (CGT, CFDT, Fgaac) con-seguiram impor restrições à ação in-dependente dos trabalhadores.

A greve, depois de várias mobi-lizações ocorridas na França colo-caram em um impasse a política do governo de derrotar a classe ope-rária e as massas para impor suas reformas econômicas “liberais”. Ao mesmo tempo, colocou em xeque a política colaboracionista de toda a burocracia sindical e de toda a es-querda francesa.

Na Inglaterra, esta semana cer-ca de 1.300 funcionários terceiriza-dos na usina nuclear de Sellafield, em Cunbria, entraram em greve depois que os trabalhadores da refinaria de petróleo Lindsey entra-ram em greve na semana passada. Estas foram seguidas pela gre-ve na usina de energia Longannet em Fife, onde cerca de 400 traba-lhadores entraram em greve, 1.500 trabalhadores escoceses também entraram em greve no dia 30 de ja-neiro, em solidariedade. Outras gre-ves ocorreram na estação de ener-gia Cockenzie , na ExxonMobil em Mossmorran e em uma das plan-tas da Shell.

A partir da última segunda-fei-ra, dia dois, segundo a BBC, ope-rários realizaram greves em pelo menos nove empresas refinarias. A burocracia sindical se apres-sou na tentativa de conter a greve e se pôs a organizar comitês de greve e colocar seus representantes para falar em nome dos grevistas e “acal-mar” as manifestações.

No entanto, o que fica claro com a greve britânica que levantou os trabalhadores daquela região depois

de décadas de paralisia, é uma cla-ra crise da buroccla-racia sindical, que ficou conhecida nas páginas da im-prensa britânica como “greve sel-vagem”, mas que na realidade era uma greve totalmente impulsiona-da pela base diante impulsiona-da crise de de-missões que só conseguiu ser ad-ministrada com uma intervenção da burocracia para trair o movimento grevista. O governo Brown, outro governo “reformista” foi comple-tamente encurralado pela onda de greves.

A burguesia, de um lado incons-ciente sobre a crise, procura inter-vir para de maneira imediata resol-vê-la levando em conta a sua di-mensão, ao passo que a esquerda é completamente inconsciente da situação revolucionária.

Fica evidente que a burguesia, apesar de inconsciente, tem previ-sões muito mais realistas a respeito da crise financeira que a esquerda que estava reunida, ao mesmo tem-po no Fórum Social Mundial, em Belém (PA). Fórum Social Mundial, um encontro para esconder o mundo da crise

Ao mesmo tempo em que ocor-reram as reuniões do Fórum de Da-vos, que reúne a cúpula econômi-ca e polítieconômi-ca econômi-capitalista e mundial, foi organizado no Brasil o que é con-siderado o maior encontro da es-querda internacional, o Fórum So-cial Mundial.

O FSM transformou-se no Hajj anual da esquerda pequeno-bur-guesa, mais do que um encontro político, um grande convescote ou bazar, com manifestações políticas sem maiores conseqüências de eco-logistas, esquerdistas governamen-tais, ONGs e todo tipo de organi-zação que sobrevive à sombra dos amplos guarda-chuvas das frentes populares tais como as dirigidas pelo PT, pelo MAS de Evo Mora-les, pelo chavizmo etc. O encontro é normalmente dominado pelo PT, que autoriza os diversos grupos e movimentos esquerdistas e apre-sentar seu caso como um comple-mento à política dominante. Sem ter nada a ver com a classe operá-ria e os movimentos de luta das massas adquiriu o caráter de um verdadeiro festival da esquerda pequeno-burguesa e um encontro de férias para esta ampla comuni-dade.

O que seria um encontro para mostrar alternativas desta esquer-da ou, com maior pretensão, de toda a esquerda, à crise capitalista mundial, na realidade não passou de um encontro para encobrir a crise capitalista e as demissões.

As discussões realizadas no Fórum Social Mundial foram uma demonstração clara de que a es-querda pequeno-burguesa, mesmo diante da crise colossal do capita-lismo e da onda de demissões cau-sadas pela recessão mundial, não tem quaisquer perspectivas políti-cas ou sequer uma caracterização realista da situação.

O sítio da organização do Fó-rum Social Mundial possui 23 re-soluções de encontros do Fórum, das quais nenhuma se refere clara-mente à crise capitalista e à maior onda de demissões das últimas dé-cadas. Sequer as demissões e a retomada das lutas do movimento operário na Europa foram tema de discussão, mesmo com a partici-pação de grupos e partidos de es-querda europeus.

A própria crise capitalista foi co-locada em segundo plano e os te-mas em primeiro lugar se referiram à defesa do meio ambiente ou dos recursos naturais.

Quando tratavam da crise capi-talista, as organizações participan-tes o faziam de maneira apenas su-perficial ou abstrata.

Das 23 resoluções do encontro, cinco tratavam da questão ecoló-gica, e outros diversos sobre a questão indígena, de sexualidade, de gênero, movimentos anticor-rupção entre outros, nenhum dire-tamente sobre a crise e as demis-sões. Parecia mesmo um econtro religioso, repetindo as mesmas pre-ocupações de sempre, fora do tem-po e do espaço.

Uma das poucas resoluções das assembléias realizadas no fórum que se referiu de alguma forma mais direta à crise a fez de maneira se-cundária.

“Resolução da assembléia dos movimentos populares

“Diante da crise é necessário ir à raiz dos problemas e avançar o mais rapidamente possível para a construção de uma alternativa ra-dical que erradique o sistema

capi-talista e a dominação patriarcal. “É necessário construir uma so-ciedade baseada na satisfação das necessidades sociais e o respeito aos direitos da natureza, assim como na participação popular em um contexto de plenas liberdades políticas

“É necessário garantir a vigên-cia de todos os tratados internaci-onais sobre os direitos civis, políti-cos, sociais e culturais que são in-divisíveis.

“Neste sentido temos que lutar impulsionando a mais ampla mobi-lização popular, por uma série de medidas urgentes como:

- A nacionalização dos bancos sem indenização sob controle soci-al

- Redução do tempo de trabalho sem redução do salário

- Medidas para garantir a sobe-rania alimentar e energética

- Pôr fim às guerras, retirar as tro-pas de ocupação e desmantelar as bases militares estrangeiras

- Reconhecer a soberania e au-tonomia dos povos, garantindo o di-reito à autodeterminação

- Garantir o direito à terra, terri-tório, trabalho, educação e saúde para todas e todos

- Democratizar os meios de co-municação e de conhecimento

(...)

“Os movimentos sociais esta-mos diante de uma situação histó-rica para desenvolver iniciativas de emancipação em escala internacio-nal. Só a luta social de massas pode tirar o povo da crise. Para impulsi-oná-la, é necessário desenvolver um trabalho de base de conscien-tização e mobilização.

“O desafio para os movimentos sociais é a convergência das mobi-lizações globais em escala planetá-ria e o fortalecimento de nossa ca-pacidade de ação, para favorecer a convergência de todos os movi-mentos que buscam resistir às for-mas de opressão e exploração (sí-tio do Fórum Social Mundial 2009)”.

Em seguida, a assembléia cha-ma ucha-ma série de cha-manifestações pelo mundo, como a manifestação tra o G20, contra as guerras, con-tra a OTAN, entre oucon-tras. Ou seja, não apenas um programa abstrato, que sequer toca no problema das de-missões no mundo inteiro, como um plano de lutas igualmente abs-trato com manifestações gerais.

Ao mesmo tempo em que se le-vantaram dissociadas as reivindica-ções como a “nacionalização dos bancos sem indenização sob con-trole social” e “redução do tempo de trabalho sem redução do salário”, por trás de um palavreado socialis-ta há uma política reformissocialis-ta em de-fesa do capitalismo, que em ne-nhum momento defende qualquer revolução social. Ao contrário, defendem pequenas mudanças dentro do próprio regime capitalis-ta, ou como o próprio texto reveste a idéia como uma “alternativa radi-cal que erradique o sistema capita-lista e a dominação patriarcal”. Não há clara qual é esta alternativa e não se faz menção à luta da classe ope-rária mundial que começa a se levan-tar novamente. Ou seja, trata-se de uma alternativa que sequer compre-ende a tomada do poder pelas mas-sas, quanto mais a luta por um go-verno operário ou pelo socialismo em um sentido concreto.

a:Segundo estes a luta só pode se dar com “um trabalho de base de conscientização e mobilização” e com a “convergência das mobiliza-ções globais em escala planetária”. O que ignora toda a esquerda pequeno-burguesa é a luta que já ocorre em todo o mundo, como na Inglaterra e França, onde operários de diversos ramos realizam greve contra as demissões em massa, de-pois de décadas de paralisia com-pleta.

Nem mesmo a luta antiimperia-lista realizada no Oriente Médio e que tem levado os EUA a uma sucessão de derrotas militares históricas (Lí-bano, Faixa de Gaza, Iraque, Afe-ganistão), seria um sinal da crise ter-minal do capitalismo.

Esquerda burguesa e

pequeno-burguesa

O PT, que é o maior financiado do Fórum tratou de realizar uma campanha completamente cínica. O PT realizou durante o Fórum di-versas atividades que incluíram a participação de ministros e inclusi-ve de Lula.

O secretário-geral da Presidên-cia da República, Luiz Dulci, che-gou a declarar:

“Criamos um novo modelo de desenvolvimento do país, quebran-do os falsos dilemas que a receita neoliberal tentou impor nesses seis anos de governo. Havia sempre uma falsa dicotomia: estabilidade ou crescimento? O Governo Lula comprovou que é possível crescer mantendo a estabilidade (...)

“Muitos podem até não ter se apercebido, mas ao assumir, em 2003, o presidente Lula tomou uma medida vital para o país: suspendeu a venda do Brasil, suspendeu o cri-minoso programa de privatização das empresas públicas que o pro-jeto neoliberal do governo Fernan-do Henrique estava levanFernan-do a efei-to. “ (Sítio do PT, 2/2/2009). Uma invenção sob medida para o audi-tório que se compraz na ilusão de que Lula é um governo de esquer-da.

Já a esquerda da frente popular, como o Psol e PSTU, que partici-param e foram entusiastas do FSM 2009, ao tentarem levantar o pro-blema da crise capitalista não fize-ram mais que mostrar seu caráter contrário à luta operária indepen-dente e contra o socialismo.

O Psol fez enorme propaganda de uma atividade no Fórum com os presidentes da América Latina na qual compareceram Evo Morales, Hugo Chávez, Fernando Lugo, Ra-fael Correa, entre outros

“Hugo Chávez, Presidente da Venezuela, o mais esperado e aplau-dido também, falou o dobro do tem-po dos seus colegas, fez uma cro-nologia da esquerda na América do Sul desde o final dos anos 90. Dis-se do compromisso com o Socia-lismo.” (Sítio do Psol). O progra-ma deste partido para a crise é a constituição de governos burgue-ses moderadamente nacionalistas que falam em nome do socialismo, uma perspectiva que deve ser com-pletamente rejeitada pelo movimen-to operário como um caminho se-guro de derrota diante do imperia-lismo mundial.

As atividades relacionadas à cri-se capitalista foram colocadas em segundo plano em relação ao apoio que o Psol deu aos regimes burgue-ses latino-americanos.

Ao comentar a crise no Fórum, o Psol demonstrou que não vê na luta da classe trabalhadora nenhu-ma perspectiva.

Heloísa Helena em encontro no Fórum foi uma das que comentou a crise: “Essa é mais uma crise da natureza do capital (...) Vai ser um desafio muito grande para os soci-alistas derrubarem as muralhas do capitalismo, no momento que se vive a privatização da Amazônia pelo governo federal, vamos resis-tir a tudo isso e criar novos e me-lhores caminhos para o Brasil, Amé-rica Latina e o mundo”.

Segundo a musa eleitoral do Psol, não é a crise capitalista que faz com que a classe trabalhadora se le-vante, mas sim é o capitalismo que se fortalece com as privatizações e que cria um “obstáculo” para a luta operária.

Segundo outra matéria no sítio do Psol, “Se os FSMs anteriores significaram um ponto de referên-cia para desenvolver a resistênreferên-cia à ofensiva neoliberal global – econô-mica e militar -, desta vez cabe às organizações políticas fazer todos os esforços possíveis para oferecer respostas à nova ofensiva, aos novos problemas que enfrentam os trabalhadores, os povos oprimidos e os países explorados”.

Ou seja, o Psol vê como única saída para a crise a articulação das organizações políticas e não apóia minimamente a luta da classe ope-rária no Brasil, onde o Psol ao invés de apoiar as greves ou ocupação de fábrica, defende o financiamento das empresas diante da crise, ou na negociação parlamentar à qual se restringe completamente o partido, que teve como última “peripécia” apoiar para a presidência do Sena-do Tião Viana Sena-do PT “governista”. O Psol, formado de elementos burgueses, pequeno-burgueses e parlamentares carreiristas não acompanha minimamente a crise capitalista e a consciência da clas-se operária diante da criclas-se.

O PSTU, que vai a reboque do Psol na chamada “Frente de Es-querda”, enquanto desenvolve no âmbito retórico, um discurso re-volucionário, se valendo de mais rasgada demagogia também se apóia na mesma tese, de que a crise deve fazer levantar a esquerda e não que são os trabalhadores.

“Uma das conseqüências da crise econômica internacional é le-vantar o debate entre a esquerda para um terreno estratégico.” (sí-tio do PSTU, 29/1/2009)

“E qual a saída para a crise? Para Zé Maria, essa crise do capi-tal não pode ser superada pelos tra-balhadores nos marcos desse sis-tema. ‘Acabar com essa crise pressupõe superar a propriedade privada, destruir o Estado burgu-ês rumo a uma sociedade

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socialis-8 DE FEVEREIRO DE 2009

CAUSA OPERÁRIA

POLÍTICA 5

ELEIÇÕES NO SENADO E NA CÂMARA

PMDB consolida

poder no governo

A eleição de José Sarney para o Senado e de Michel Temer para a Câmara dos Deputados mostra a necessidade da burguesia administrar com o partido da maior bancada no Congresso Nacional os cortes no Orçamento diante da crise e manter a governabilidade de Lula

R O R A I M A

Lula distribui terras da União

aos latifundiários

Depois das eleições munici-pais, onde o PMDB confirmou

ser ainda o maior partido do regi-me político, este recebeu na últi-ma seúlti-mana da últi-maioria das banca-das do Senado e da Câmara, o voto para presidir as casas no Congres-so Nacional.

Michel Temer recebeu 304 dos votos secretos, contra 129 de Ciro Nogueira (PP-PI) e 76 de

Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Vota-ram 509 dos 513 deputados, uma

ampla votação.

José Sarney derrotou o petis-ta Tião Viana (PT-AC) por 49 vo-tos a 32.

O ministro de Relações Insti-tucionais, José Múcio Monteiro, declarou após a vitória de Sarney: “Não houve surpresa, todo mundo já imaginava qual seria o

resultado. Entendemos que as duas Casas são soberanas e ex-perientes para escolher os seus re-presentantes. O Palácio do Planal-to tem a consciência tranqüila de que as casas estão em boas mãos” (Último Segundo, 2/2/2009).

Em ambos os casos ficou cla-ro que não se conseguiu conso-lidar nenhuma candidatura

con-trária ao PMDB.

Tampão da crise econômica

José Sarney, ex-presidente (de 1986 a 1990) e por duas vezes presidente do Senado, tendo seu

último mandato terminado em 2005 e Michel Temer, presidente do PMDB nos últimos sete anos e uma vez presidente da Câmara, foram os candidatos escolhidos pela burguesia para controlar res-pectivamente R$ 2,7 bilhões e R$ 3,2 bilhões de Orçamento, prin-cipalmente para conter a crise econômica e a crise política.

Michel Temer em seu discur-so de posse declarou “Vamos atravessar um biênio complica-do (...) Esta crise que se avizinha encontrará resistência no país e principalmente no Poder Legis-lativo” (Reuters, 2/2/2009).

Após ser eleito, Sarney (PMDB-AP) anunciou que fará um corte de 10% no orçamento da Câmara para conter a crise. Os dois foram eleitos para administrar a crise para a bur-guesia, o que significa cortar ainda mais verbas.

Administração da crise política

Ambos os candidatos recebe-ram apoio muito claro do gover-no Lula, em especial Sarney, fi-gura central do partido que terá no mais alto cargo antes da presidê/ncia a função de contro-lar as movimentações no Sena-do.

Dilma Roussef, a principal candidata petista para as eleições de 2010, fez declarações claras em favor das candidaturas.

“Nós estamos falando agora de 2009. Esta vitória é em 2009 (...) Esta é contribuição à gover-nabilidade (...) Nós considera-mos tanto o presidente [José Sarney] como o presidente [Mi-chel] Temer dois grandes brasi-leiros, com competência para

Para compensar latifundiári-os pelas perdas de território com a reserva indígena Raposa Serra

do Sol, o governo Lula dará o equivalente a 25% do território do Estado de Roraima.

Lula assinou na quarta-feira, dia 28, um decreto transferindo

seis milhões de hectares de terras da União para o Estado de Rora-ima. O total em área doada

cor-responde a cerca de 25% do ter-ritório do Estado.

Apesar de não ser permitido atualmente pela legislação, a não ser para fins de reforma agrária,

a transferência de terras da União para o Estado será feita através de uma medida provisória e de-creto presidencial.

A medida foi uma forma de Lula compensar os latifundiári-os da região de Roraima pela eventual homologação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) da demarcação contínua da reser-va Raposa Serra do Sol.

Na área, que corresponde a 1,7 milhão de hectares, vivem hoje 19 mil indígenas em cerca de 190 aldeias. De outro lado vivem dois mil não indígenas que foram se estabelecendo ao lon-go dos últimos anos em quatro vilas. A terra é disputada feroz-mente por latifundiários arrozei-ros de seis famílias.

Em 2005, Lula assinou decre-to para que a região fosse

homo-PÓS ELEIÇÃO

As eleições são organizadas para colocar verniz democrático na ditadura da burguesia contra o povo. Depois do circo montado para tentar convencer a população, os corruptos políticos burgueses atacam abertamente a população para atender os interesses dos associados dos partidos burgue-ses. Nos dois primeiros meses de 2009, as prefeituras de importan-tes capitais como São Paulo, Por-to alegre e Recife, liberam o au-mento das passagens.

Em São Paulo, o governador José Serra do PSDB anunciou o aumento da passagem de R$ 2,40 para R$ 2,55, que vigorará a partir de abril.Já o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, depois de prome-ter à população que não aumenta-ria nenhum centavo das passagens, irá claramente ter que em pouco

Passagens de transporte público

aumentam em São Paulo

tempo também anunciar um au-mento nos ônibus e assim evitar as mobilizações dos estudantes como aconteceu no final de 2006 e começo de 2007, que desestabi-lizou seu governo além de torná-lo ainda mais impopular.

Em São Paulo, várias prefeitu-ras anunciaram o reajuste. Em Santos, a passagem aumentou em 9,09% a partir do dia 21 de dezem-bro, e agora custa R$ 2,40. Em todas as sete cidades do ABC paulista a maioria das cidades aumentou suas tarifas em aproxi-madamente 10%, o que elevou o preço, na sua maioria, para R$2,50. O maior aumento foi em São Caetano, que reajustou o pre-ço em 15%, passando de R$ 2,00 para R$2,30. Ainda na Grande São Paulo, os moradores de Osasco estão pagando desde o início de

de-zembro R$ 2,50, um aumento de 8,6% em relação à tarifa anterior. Em Porto Alegre, o reajuste no

valor das passagens do transporte coletivo, aprovado pela prefeitura, começa a vigorar do dia 4 de

fe-vereiro e passará de R$ 2,10 para R$ 2,30. O das lotações irão para R$ 3,30.

Em Recife, uma das principais capitais do nordeste, estudantes organizaram protestos contra o aumento das passagens. O reajus-te, na tarifa do “anel A” deve pas-sar de R$ 1,75 para R$ 1,84. Já o “anel B” sobe para R$ 2,82. Além dos ônibus, foi autorizado também o reajuste para os bilhe-tes do metrô, que de-vem subir para R$ 1,40.

Os reajustes que ocorrem em todo país, entre o fim e o começo do ano, procuram evi-tar as amplas mobiliza-ções dos estudantes e da população.

Aumentar a passa-gem é intensificar a miséria da maioria da população, que é obri-gada a desembolsar fortunas para pagar o transporte, essencial para suas atividades fundamentais, tais como a escola e o trabalho.

dirigir a Câmara e o Senado” (G1, 2/2/2009).

Além de favorecer o governo na corrida eleitoral de 2010, o PMDB mantém a maior bancada do Senado e da Câmara e é o partido que conseguiu, apesar da crise geral do quadro partidário da burguesia, manter a maior in-fluência e poder de decisão nas decisões no Congresso Nacional. O PMDB, formado de caci-ques políticos da oligarquia e pelos representantes da política mais direitistas como é o caso de José Sarney, figura surgida da ditadu-ra militar, e Michel Temer ex-ali-ado direto de Fernando Henrique

S E N A D O

Primeira ação de Sarney:

MP das Filantrópicas

Os novos eleitos para a pre-sidência da Câmara e do Sena-do, Michel Temer e José Sar-ney (PMDB), depois de acor-darem o apoio ao governo para apoiarem todos os seus proje-tos e para fechar um acordo para a corrida eleitoral de 2010. José Sarney reconstituiu a votação, suspensa pelo ex-pre-sidente do senado, Garibaldi Alves Filho.

A Medida Provisória de nº 446 renova automaticamente certificados de cerca de 2.200 entidades consideradas filan-trópicas, entre fundações de Saúde e Educação, e ainda pro-move uma isenção de impostos colossal de R$ 2,1 bilhões, va-lor quantificado pelo Ministé-rio Público Federal.

Atualmente há 5.630 entida-des consideradas filantrópicas, ou seja, sem fins lucrativos, o

que é hoje uma fachada social para verdadeiras empresas ca-pitalistas. Estas adquirem isenção de pagamento da con-tribuição previdenciária patro-nal (20% da folha de salários), da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), do PIS e da Cofins.

A renovação do contrato pela MP isenta todas as entida-des acusadas de corrupção, mesmo tendo sido descoberta na última gestão da comissão que cede o título de entidades filantrópicas a estas empresas, uma quadrilha que cobrava propina pela aquisição do di-reito de manter este tipo de en-tidade.

A decisão é claramente uma medida requisitada pelos em-presários em meio à crise para manter seus lucros e uma das prioridades no Congresso.

“TERRA LEGAL”:

A Amazônia para os

latifundiários

O governo federal iniciou na quarta feira (4), o programa “Terra Legal” que será conduzi-do pelo Ministério conduzi-do Desenvol-vimento Agrário (MDA), e pre-tende regularizar 296,8 mil pos-ses rurais de ocupações ilegítimas de latifundiários, em detrimento de pequenos agricultores e pos-seiros, em 436 municípios da Amazônia Legal. Serão 67,4 milhões de hectares de terras federais num período de três anos.

O programa causou revolta entre os servidores do INCRA, que protestaram elaborando uma carta durante o Fórum Social Mundial, quando Lula anunciou à imprensa que “o INCRA não porá os pés em regularização fundiária na Amazônia”, trans-ferindo a tarefa ao MDA, que passaria a conduzi-la por meio de uma Diretoria Especial a ser criada e incorporada a sua es-trutura.

Essa transferência de atribui-ções de uma instância adminis-trativa para outra, sob o falso pretexto de combater a desor-dem fundiária na Amazônia Le-gal, e a inércia operacional do INCRA, na verdade esconde a intenção de permissiva à regula-rização de médias e grandes ocupações, as quais concentram grande quantidade de áreas gri-ladas no território amazônico e que jamais deveriam ser regula-rizadas.

O programa “Terra Legal” prevê valores diferenciados para a regularização e a titulação da terra, sendo que, para grandes propriedades serão descontado os valores das benfeitorias. Ou seja, serão beneficiados com isenções.

Além da exigência do cum-primento da legislação ambien-tal, com a preservação de 80% da área nativa, áreas tituladas não poderão ser vendidas dentro de

um prazo de dez anos, o que forçará os pequenos proprietá-rios a vender suas propriedades aos grandes latifundiários.

São várias as investidas do governo contra a região amazô-nica. Desde legalizar o desma-tamento, a propriedade da terra para os latifundiários, as obras do PAC e a exploração econô-mica em reservas ecológicas, terras indígenas e quilombolas, às custas de expropriação e assassinatos de índios e campo-neses.

Em agosto de 2008, Lula tornou lei a Medida Provisória que aumenta em três vezes as terras para serem vendidas na Amazônia e ainda vetou qual-quer regra para a utilização da área, para favorecer os latifun-diários. A lei permite que as áreas ocupadas irregularmente pos-sam ser vendidas sem licitação fazendo o seu limite máximo saltar de 500 para 1500 hecta-res.

A lei foi aprovada no momen-to em que os dados divulgados pelo próprio INCRA, órgão do governo, revelam que 3% do total das propriedades rurais do País são latifúndios e ocupam 56,7% das terras agriculturá-veis. De outro lado há pelo menos 4,8 milhões de famílias sem-terra, para as quais não há medida provisória, nem lei, nem defesa.

A tentativa de regularização de terras na Amazônia pelo gover-no Lula, numa falsa tentativa de conter o desmatamento da flo-resta amazônica, visa favorecer os latifundiários que obtiveram suas terras de formas criminosas através da grilagem, em detri-mento da maioria das 25 milhões de famílias espalhadas por toda a Amazônia, na qual o estado de Rondônia é o maior exemplo da ditadura imposta pelo latifúndio à população do campo.

e José Serra, da ala de Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury Filho e secretário de segurança no governo Franco Montoro, no início dos anos 80, durante a di-tadura militar, é o maior partido que mantém as alianças no Con-gresso Nacional, isto desde o início do governo Lula.

Esta é a melhor receita diante da crise para governar contra a população, pois o PMDB domina a maior parte da bancada congres-sual para fazer passar a política que toda a burguesia apóia unifi-cadamente, ou seja, fazer com que a população pague pela crise econômica.

logada de forma contínua e que a Polícia Federal retirasse os não arrozeiros da região.

No entanto, os latifundiários em número reduzidíssimo fize-ram alguns bloqueios de estrada e já impuseram ao governo sua vontade.

Em discurso, durante a assi-natura do decreto, o Lula tam-bém tocou na questão da terra in-dígena e disse que o governo federal estava em dívida com o Estado de Roraima.

“Nós estávamos em dívida com Roraima desde a celeuma de Raposa Serra Sol”, reconhe-ceu Lula.

O que ocorre em Roraima pode se comparar à ação crimi-nosa dos latifundiários direitistas da Bolívia, ilhados em estados como Santa Cruz e que promo-veram este ano diversos ataques aos camponeses indígenas. Des-tes fazendeiros, muitos são mega-empresários brasileiros da soja provindos das regiões ama-zônicas e que coordenam pisto-leiros no Brasil, como é o caso do estado vizinho da Bolívia, Ron-dônia.

RIO DE JANEIRO

PM assassina dez moradores

em operação nas favelas

A cada dia, cresce a repressão aos moradores das favelas do País. O Brasil assiste neste momento à ocupação da favela de Paraisópo-lis. A violência policial é utilizada pelo Estado para conter a luta da população contra a situação degra-dante em que vivem.

Nesta última terça (3), cerca

de 300 policiais realizaram uma operação em um conjunto nas fa-velas da Coréia, Taquaral, Rebu e Vila Aliança, nos bairros de Sena-dor Camará e Bangu, todas loca-lizadas na zona oeste do Rio. Em um ano e meio a polícia já matou 32 pessoas na região.

Como acontece em todas as

operações policiais, a violência foi marcante deixando um saldo de dez mortos. “De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Rio, dos dez mortos que chegaram ao hospital Albert Schweitzer, somente dois estavam com docu-mentos: Diego Matos Brás, 15, e Rogério da Costa Vieira, 37. Os

demais mortos têm entre 18 e 25 anos, segundo o órgão, e têm vários ferimentos à bala. Eles vi-eram das comunidades da Alian-ça, Senador Camará e Rebu” (Fo-lha Online, 4/2/2009). Para a po-lícia, todos eram “traficantes”. Foram presas sete pessoas e uma moradora foi ferida por uma bala perdida.

A investida contra a população pobre das favelas ultrapassa a violência policial. “O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), publicou na última segunda-feira (12), no Diário Oficial, os decre-tos que permitem a demolição pela Secretaria de Ordem Pública dos

prédios irregulares” (O Estado de S. Paulo, 12/1/2009). Na mesma tarde do decreto, os moradores da Cidade de Deus, organizaram um protesto contra a demolição de 62 casas da favela.

Na “cidade maravilhosa”, nasce uma favela por dia. “Um relatório feito pela UN-Habitat em 2007, organização da ONU responsável pela moradia e situ-ação das cidades, estima que até 2010 o Brasil produzirá mais dois milhões de moradores de fave-las. Ainda de acordo com o estudo, o número de favelados no País chegará a 53 milhões em 2010 e a população nacional

será de quase 200 milhões. Ou seja, de cada quatro brasileiros, um estará morando em uma favela” (Causa Operária Onli-ne, 12/1/2009).

A crise econômica, que está levando o conjunto da economia para a recessão, impulsionará o crescimento ainda maior das fa-velas, bem como uma maior de-teriorização das já precárias con-dições de moradia da população carioca. Com o crescimento da pobreza, o Estado burguês am-plia a violência. A repressão nas favelas em todo o País revela a ditadura do regime burguês con-tra a população pobre.

Lula assinou um decreto transferindo seis milhões de hectares de terras da União para o Estado de Roraima.

O PMDB, formado de caciques políticos da oligarquia e pelos representantes da política mais direitistas como é o caso de José Sarney, figura surgida da ditadura militar, é o maior partido que mantém as alianças no Congresso Nacional, isto desde o início do governo Lula.

José Serra do PSDB anunciou o aumento da passagem de R$ 2,40 para R$ 2,55

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