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O artista por trás do Chamado

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Academic year: 2021

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O artista por trás do Chamado

Lucas Phelipe 1ª Edição - 2016

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Sumário

Sons e palavras de fé ... 9

Introdução ... 19

A contradição pode ser a solução ... 27

O pequeno também faz barulho ... 38

A graça além do desejo ... 56

O espelho ... 70

Existe uma cultura ... 81

O Caminho foi escolhido? ... 94

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Marcos e Luciana, vocês

me inspiram a viver.

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Que a Cruz seja tua sina

Ó, ministro-artista.

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Sons e palavras de fé

Por Fabíola Tarapanoff

Brilho nos olhos e uma fé imensa. Foi dessa forma que me procurou Lucas Phelipe pedindo que orientasse seu relatório de pesquisa e o livro-reportagem O artista por trás do chamado. Logo aceitei, pois Lucas tinha sido um excelente aluno, quando lecionei para ele no segundo semestre de Jornalismo a disciplina Informação e Formação de

Opinião Pública. Lucas revelou-se um ótimo

orientando, sempre amável e dedicado, com um texto impecável, que ajudou inclusive os colegas na revisão dos trabalhos. E também fiquei impressionada por sua fé tão grande e sua enorme vontade de conhecer melhor o universo do qual faz parte: do universo “gospel”.

Derivada de duas palavras em inglês: God (“Deus”) e Spell (com traduções diversas, mas que pode, nesse caso, ser descrita como “palavra”), o gênero “gospel” significa: “palavra de Deus”. O termo surgiu nos anos 1960 nos Estados Unidos

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falava” (what speaks is the Gospel [God Spell]). O termo ganhou força e passou a designar as músicas entoadas em igrejas evangélicas em todo mundo, inclusive no Brasil. Acredita-se que Deus fala pelas letras e sons de seus intérpretes.

A obra O artista por trás do Chamado de Lucas Phelipe busca compreender as mudanças no mercado fonográfico evangélico brasileiro, que só no país envolve centenas de igrejas, entre as mais conhecidas: Igreja Batista da Lagoinha, Bola de Neve Church, O Brasil Para Cristo, Deus é Amor, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Casa da Rocha e Comunidade da Graça. São muitas as denominações1 dessas igrejas, como presbiteriana, carismática, tradicional, renovada, primitiva, apostólica, batista, luterana e comunidade, mas todas têm em comum um aspecto: a fé em Deus e a crença de que a música é uma forma de orar a Deus. Como aparece na Bíblia Sagrada em Tiago (5: 13): “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração.

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As denominações, geralmente, são dividas de acordo com a linhagem teológica transmitida nas igrejas. Ou seja, elas se subdividem de acordo com o entendimento e interpretação bíblica de seu pastoreio.

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Está alguém alegre? Cante louvores”. Lucas mostra no livro essas mudanças nas igrejas evangélicas que passaram a trazer cada vez mais a partir dos anos 1970 grupos de corais, mas com um repertório ainda restrito aos hinários. Nos anos 1980 e 1990 há um refinamento musical, aprimoramento que surge da tradição da Congregação Cristã no Brasil, uma das que utiliza há mais tempo música no Brasil.

As modificações no segmento o autor busca a mostrar no primeiro estudo de caso, sobre a banda PalavrAntiga, cujo trecho da música “Sagrado”: “É que o sagrado se tornou hilário” tornou-se inspiração para a criação deste livro-reportagem. Considerada uma banda de rock clássico, surgiu em 2007 e teve uma “pausa sabática” em 2014, de acordo com o vocalista Marcos Almeida. Mesmo com poucos anos de existência a banda agitou tanto o mercado musical secular quanto o evangélico. O grupo participou de grandes eventos como “Conferência Livres”, “Rock no Vale” e também ministrou em igrejas como Igreja Batista da Lagoinha, casa do ministério Diante do Trono ou a igreja Bola de Neve Church. Fez tanto sucesso, que chamou a

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secular e sagrado tornaram-se mais evidentes e o grupo foi alvo de críticas.

O vocalista chegou a conceder entrevista à revista Billboard e nela comenta as comparações com a banda Catedral, quando questionado se tentava seguir o caminho de se firmar no mercado secular. “Sobre o Catedral, não compartilhamos de suas intenções – no fundo desconhecidas para todos nós (...) Mas, de qualquer forma, conseguimos ver que utilizar o pensamento de que ‘é preciso deixar o religioso para ir ao secular’ (...) ‘deixar um mercado para ir ao outro’, é reforçar certo maniqueísmo próximo aos formatos partidários de esquerda e direita. Quem toma partido fica partido.”

Buscando novos caminhos, a banda procurou fazer músicas com letras diferentes, em que mostram a insatisfação com a desvalorização da mensagem pregada. Ousada, a proposta de que a espiritualidade vai além da “espiritualização” criada sobre o “entretenimento gospel” conquistou tanto o público cristão quanto o público que aprecia outros gêneros musicais.

O que mais surpreende neste perfil traçado por Lucas é que ele não entrevistou a banda, apesar de diversas tentativas, seguindo o exemplo de

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Gay Talese no livro Fama & anonimato, que escreveu um dos perfis mais geniais do chamado New

Journalism, Jornalismo Literário, ao dizer que toda

indústria fonográfica sofre quando “Frank Sinatra está resfriado”. Mesmo tentando por diversas vezes falar com o cantor, Talese não conseguiu, mas conversou com diversas pessoas ligadas ao seu universo, fazendo um perfil detalhado e sensível. Assim como Lucas, que traz de maneira poética a trajetória da banda PalavrAntiga.

E que traz muitos outros perfis realizados a partir de entrevistas e visitas a igrejas, como sobre a Comunidade da Família, “pequeno que se faz grande” com sua música, com um potente vocal feminino. “Ouvi-las apenas passando o microfone, foi como ouvir um grupo que já tem anos de carreira profissional. A sincronia é perfeita e a afinação, respeitosa. Todas essas observações acentuam o que é notado há muito tempo: o músico cristão já ultrapassou a fronteira da música simples e arcaica, ele agora está preocupado com o que irá apresentar. Não há mais a desculpa de ‘não importa como se faz,

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E da renúncia presente na Comunidade Evangélica Novo Tempo. Seus “músicos-ministros” são totalmente dedicados, como Thiago, líder do ministério, que explica a diferença entre música e louvor: “Existe aí uma diferença entre música e louvor, a música é algo que você interpreta buscando uma reação emocional das pessoas, já o louvor é uma maneira de conduzir as pessoas a adorarem a Deus e não está preocupado em satisfazer o seu ego, como por exemplo: Será que eu cantei bem? Será que eles gostaram da minha voz? Será que eu vou ficar famoso? E já no louvor não, estamos apenas preocupados em apresentar Jesus através das canções, ou seja, com a música a gente apenas canta e com o louvor a gente adora.”

Presente também no perfil de Isabela Ribeiro, que toca violão na comunidade e é totalmente devotada ao que faz. “A idade não condiz com sua atitude (...) Sua dedicação musical é exclusivamente à banda da Comunidade Novo Tempo. Mesmo sem ter nenhum retorno financeiro com isso, a garota é apaixonada pelo que faz. Esse carinho é conduzido aos nossos ouvidos quando cada nota é tocada por suas mãos e cada compasso é enfatizado”, como bem explica o autor.

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Jovem talento como Natã, de apenas 15 anos. O garoto ruivo com espinhas no rosto e que impressiona pela sua energia e pela maturidade, chamando toda responsabilidade para si. “Natã é tratado como mascote pelos outros e seu bom humor permite isso. Às vezes os dedos inquietos durante os ensaios irritam aos outros, que têm rotina e vida já totalmente diferente da dele. Por isso o apelidaram de “Pedra” (carinhosamente) (...) É impressionante olhar para ele e confundir sua idade quase sempre. Não condiz com suas atitudes. A responsabilidade, o respeito, a dedicação, tudo isso faz ele parecer muito diferente dos outros que têm a mesma idade. Mas sua distração, sua inquietude e sua conversa fazem lembrar que ele ainda é apenas um garoto”, como bem analisa Lucas em seu perfil.

Nos capítulos finais, Lucas comenta sobre a evolução das igrejas evangélicas no Brasil e em todo mundo e da música como forma de atrair fieis. E questiona: “O Caminho foi escolhido?”, ao analisar se têm sido válidas as medidas tomadas por igrejas evangélicas para atrair um número cada vez mais de pessoas, apresentando músicas “gospel” com estilos musicais variados como eletrônico, pop rock, indie e

Referências

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