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“Quando a cor da pela é empecilho para a gestão organizacional": Uma revisão de literatura sobre mulheres negras no mercado de trabalho / "When the color of the skin is an obstacle for organizational management": A literature review on black women in the

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761

“Quando a cor da pela é empecilho para a gestão organizacional": Uma

revisão de literatura sobre mulheres negras no mercado de trabalho

"When the color of the skin is an obstacle for organizational management":

A literature review on black women in the labor market

DOI:10.34117/bjdv6n5-416

Recebimento dos originais: 20/04/2020 Aceitação para publicação: 20/05/2020

Yohana Maria Monteiro Augusto de Alencar

Mestranda do Programa de Mestrado Profissional em Ensino em Saúde Instiuição: Centro Universitário Dr. Leão Sampaio UNILEÃO

Endereço: Av. Maria Letícia Leite Pereira s/n, Lagoa Seca - Cidade Universitária, Juazeiro do Norte – CE

E-mail: yohanamalencar@gmail.com

Miguel Melo Ifadireó

Doutor em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco

Instiuição: Universidade de Pernambuco (UPE)/ Centro Universitário Dr. Leão Sampaio UNILEÃO

Endereço: Av. Maria Letícia Leite Pereira s/n, Lagoa Seca - Cidade Universitária, Juazeiro do Norte - CE

E-mail: miguel.ifadireo@upe.br

Vanessa de Carvalho Nilo Bitu

Doutora em Etnobiologia e Conservação da Natureza pelo Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco

Instiuição: Centro Universitário Dr. Leão Sampaio UNILEÃO

Endereço: Av. Maria Letícia Leite Pereira s/n, Lagoa Seca - Cidade Universitária, Juazeiro do Norte - CE

E-mail: vanessanilobitu@gmail.com

RESUMO

Pessoas negras sofrem com a desigualdade e discriminação étnico-racial em diversos segmentos de trabalho causados por vestígios do período escravagista no Brasil. Porém, mulheres negras são ainda mais discriminadas devido ao seu gênero. As organizações são responsáveis por grandes números de contratações e de realizações profissionais, tendo com enfoque prezar pelo coletivo e pela diversidade. Contudo, devido a esse alto índice de contratação, diversos sujeitos com diversas culturas, práticas discriminatórias estão passíveis de acontecer. Sendo assim, cabe a essas organizações aplicar, promover e praticar diversas políticas de gestão a fim de que possam evitar qualquer ato discriminatório racial. O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 sobre a discriminação da mulher negra no mercado de trabalho, bem como, sobre as leis que protegem a igualde de gênero e raça no país. A metodologia utilizada foi a de revisão bibliográfica através da busca de publicações sobre a temática e posterior discussão à luz da legislação brasileira em vigor: Constituição Federal Brasileira (1988), Código Penal Brasileiro (1940), Consolidação das Leis Trabalhistas (1943) e afins. Ressaltamos a importância de políticas antirracistas e antissexistas no âmbito laboral bem como a penalização por qualquer discriminação referente a raça e gênero.

Palavras chaves: Discriminação. Diversidade. Mercado de Trabalho. Mulheres Negras.

ABSTRACT

Black people suffer from inequality and ethnic-racial discrimination in different segments of work. Such facts are vestiges of slavery period in Brazil. However, black women are even more vulnerable just because of their gender. Organizations are responsible for large numbers of hiring and professional achievements, with a focus on valuing the collective, and diversity. However, due to this high rate of hiring, everal subjects with different cultures, discriminatory practices are likely to happen. Therefore, it is up to these organizations to apply, and promote various types management policies, so that they can avoid any racial discriminatory act. The aim of this study is to reflect on discrimination against black women in the labor market, as well as, to consider the laws that protect gender and race equality in Brazil. The methodology used was the bibliographic review through the search of publications on the subject, and later discussions in the light of the Brazilian legislation in force: Brazilian Federal Constitution (1988), Brazilian Penal Code (1940), Consolidation of Brazilian Labor Laws (1943), and the like. We emphasize the importance of anti-racist, and anti-sexist policies in the labor sphere, as well as, the penalty for any discrimination related to race and gender.

Keywords: Discrimination. Diversity. Job Market. Black Woman

1 INTRODUÇÃO

O papel da mulher na sociedade brasileira tem se transformado no decorrer do tempo. É possível encontrá-las em diferentes ramos laborais, inclusive naqueles que eram destinados apenas aos homens como: engenharia, mecânica, carreiras policiais. Apesar de inúmeras conquistas de direitos por igualdade, ainda é possível deparar-se com a discriminação de gênero na sociedade brasileira. As mulheres continuam sendo minimizadas no mercado de trabalho. Neste contexto, contata-se que é urgente expor e discutir as peculiaridades socioantropológicas que afetam o cotidiano de mulheres negras no mercado de trabalho, ou seja, lançar um olhar crítico sobre as experiências vivenciadas por estas mulheres, principalmente, avaliando quando

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 a cor da pele se torna um empecilho para o reconhecimento e para o crescimento profissional em organizações,

Apesar de inúmeras políticas públicas para a inserção da mulher no mercado de trabalho e o combate à discriminação no espaço laboral a partir dos direitos garantidos no texto constitucional ainda é perceptível essa discriminação em vários segmentos da sociedade brasileira. Contudo, ainda se torna mais alarmante essa discriminação quando adicionamos a “variável” raça1. Mulheres negras ainda são mais marginalizadas, inferiorizadas e excluídas

dentro do mercado de trabalho. Por muitas vezes, laboram por mais horas e recebem menos que mulheres brancas, homens brancos e homens negros. Em matéria publicada pelo “El País”2 em 2019, mulheres pretas ou pardas receberam menos da metade dos salários dos homens brancos (44,4%), que ocupam o topo da escala de remuneração no país. Já mulheres brancas possuíam rendimentos superiores não apenas aos das mulheres pretas ou pardas, como também aos dos homens pretos ou pardos.

Desta forma, a invisibilidade étnico-racial no Brasil é predominante. As marcas de anos de sofrimento e do escravismo criminoso, motivador da violência ao povo negro desde o período escravagista ainda está enraizada na sociedade. O racismo estrutural vem crescendo, e consequentemente, a exclusão socioeconômica do negro. Para Petronilha Silva (2007), a autora afirma que “apesar da abolição da escravatura, nunca houve superação efetiva do processo de supressão de negras e negros que foram relegados a uma sociedade discriminatória sem que tivessem menor suporte para se estabelecerem”. Ainda assim, séculos pós abolição, negros e negras são discriminados no cenário sociopolítico brasileiro.

O alarmante não é apenas o racismo, mas este atrelado ao sexismo3, pois mulheres negras

estão na base da desigualdade social, enfrentando as pancadas mais fortes da violência e discriminação de cor/raça e gênero. Muitas já enfrentam dificuldades de entrar e permanecer nas escolas, pois tem que conciliar o trabalho com os estudos e em sua maioria acabam optando apenas pelo sustento da família. Poucas são as negras em cargos “privilegiados” em profissões da área da saúde, em áreas judiciarias e legislativas. No atual cenário político brasileiro 13

1 Raça “é uma relação social, o significa dizer que a raça se manifesta em atos concretos ocorridos no interior de

uma estrutural social marcada por conflitos antagônicos (ALMEIDA, 2018, p.40).

2 MENDONÇA, Heloísa. “Mulheres negras recebem menos da metade do salário dos homens brancos no Brasil”.

Jornal El País. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/12/politica/1573581512_623918.html. Acessado em 10/04/2020.

3 Compreende avaliações negativas e atos discriminatórios dirigidos às mulheres e pode se manifestar sob a forma

institucional (políticas salariais diferenciadas) ou interpessoal, muito embora a primeira propicie o contexto cultural adequado à segunda. (MESQUITA; EUFRÁSIO; BATISTA, 2011, p.566)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 mulheres negras ocupam as cadeiras da Câmara dos Deputados, já no Senado Federal não há sequer uma mulher preta eleita.

O presente trabalho encontra sua justificativa na relevância da discussão sobre gênero, raça e direitos humanos. Objetiva-se realizar uma reflexão acerca da discriminação da mulher negra no mercado de trabalho brasileiro, apresentando, por um lado, as legislações em vigor que defendem a igualdade de gênero e raça no âmbito laboral; e por outro lado, lançando olhares sobre a necessidade de se promover ressignificações do racismo organizacional e da misoginia étnico-racial que atinge o cotidiano de mulheres no mercado de trabalho.

Desta feita, a metodologia utilizada para a produção deste trabalho foi realizada através de revisão de literatura do tipo sistemática, de natureza, eminentemente, qualitativa. Estudos prévios – Augusto Triviños (1987), Cruz Neto (1994), Tereza Haguette (1995), Ronaldo Sales Junior (2006), Maria Cecília Minayo (2014) entre outros – apontam que a pesquisa qualitativa pode proporcionar ao pesquisador um contato direto com os fatos gerando novos conhecimentos. A revisão de literatura do tipo sistemática demanda uma questão muito bem especificada e uma completa busca de estudos primários relevantes. Corroborando, o autor Rodrigo Caiado et al. (2016) afirma que a finalidade de uma revisão sistemática é localizar os estudos mais relevantes existentes com base em questões de pesquisa formuladas anteriormente, para avaliar e sintetizar suas respectivas contribuições. Ademais, acredita-se na relevância dessa pesquisa em fomentar possíveis contribuições para o conhecimento da sociedade em geral, pois traz uma temática importante de cunho social e jurídico.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 BREVE RELATO HISTÓRICO

No Brasil a população negra (pretos e pardos) representa 56,10% segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)4. Para o analista de indicadores sociais do IBGE, João Hallak (2019), os negros representam 75,2% da parcela da população com os menores ganhos e apenas 27,7% dos 10% da população que tem os maiores rendimentos registrados pelo instituto5. De acordo com

4 AFONSO, Nathalia. Dia da Consciência Negra: números expõem desigualdade racial no Brasil. Publicado em

20/11/2019. Folha de São Paulo-SP. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2019/11/20/consciencia-negra-numeros-brasil/. Acessado em 12/04/2020.

5 NITAHARA, Akemi. Negros são maioria entre desocupados e trabalhadores informais no país. Negros são

maioria entre desocupados e trabalhadores informais no país. Publicado em 13/11/2019. Agencia Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-11/negros-sao-maioria-entre-desocupados-e-trabalhadores-informais-no-pais. Acessado em 12/04/2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 estes dados, evidencia-se a desigualdade existente entre negros e brancos. Uma desigualdade que vem se consolidando nos 132 anos após a abolição do trabalho escravagista, que mantinha a população negra em condições subumanas, sem qualquer tipo de renumeração e sob violência física e mental.

Por volta de 1550, inicia-se o tráfico negreiro com fins comerciais e lucrativos. Eram transportados da África para o Brasil em grandes navios precários, superlotados e sem nenhum tipo de higienização e acomodações adequadas. Antes de adentrarem nos navios, eram marcados com ferro para identificar a qual traficante pertenciam. Desta forma, Boris Fauto (1994) narra que:

Os africanos foram trazidos do chamado "continente negro" para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Para os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que entre 1550 e 1855 entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino (FAUTO, 1994, p.29).

Ao chegarem nos portos brasileiros os negros eram leiloados. Aqueles que apresentassem qualquer enfermidade ou doença eram vendidos a preço mais baixo ou mortos por não serem mais uteis aos seus traficantes. (WALVIN, 2008). Sob esta visão, Julio Chiavenato (1980) acrescenta que os escravos que possuíssem um porte físico mais avantajado eram colocados para trabalhar diretamente na plantação e colheita dos engenhos. Algumas escravas ficavam a mercê das ordens da senhora da casa para trabalhos domésticos, fazer companhia ou acompanhá-las quando necessário. Muitas escravas eram estupradas por seus senhores e acabavam sendo hostilizadas, punidas violentamente por suas esposas (MIRANDA, 2011). Os senhores de engenhos ditavam o que os negros podiam ou não exercer na sociedade. Não existia nenhuma legislação que resguardasse qualquer direito para os não brancos; constitucionalmente, a proibição de terem suas terras e estudos era reafirmada. Assim temos o 2° Ato Oficial: Lei Complementar à Constituição de 1824: “[...] pela legislação do império os negros não podem frequentar escolas, pois são considerados doentes de moléstias contagiosas”. Posterior, em 1850 acontece o 3° Ato Oficial: Lei n° 601 conhecida como Lei de Terras, em seu artigo 1° trazia que: “Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra”.

Após quatro séculos de violência física, psicológica e cultural, teoricamente o “fim da escravidão” ocorreu em 13 de maio de 1888 quando a Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel. A partir dessa data, o negro não foi equiparado ao branco nem mesmo perante a lei pois

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 permaneceu sem garantias de aceitação e ascensão social, na verdade, foram entregues à própria sorte pois não possuíam bens, dinheiro e educação. Como os recém libertos ominavam apenas o cuidado da colheita nas grandes fazendas, muitos permaneceram com seus antigos donos trabalhando, sem receber pagamentos, apenas garantindo a própria sobrevivência. Para esses rurais, o preço da liberdade era a miséria e a impossibilidade de acesso à própria terra, tolhia os sonhos de liberdade. O antigo senhor barão foi substituído pelo coronel proprietário (ARAUJO, 2001, p.3). Corroborando com a afirmativa os autores Rogério Palmas (2019) e Oswaldo Truzzi (2019):

Migrar para outras localidades, com o intuito de romper os antigos vínculos que os ligavam aos ex-senhores ou então em busca de novas relações de trabalho, foi uma forma de efetivar a liberdade. Devido às difíceis condições de sobrevivência, no entanto, muitos libertos que deixaram as fazendas acabaram retornando mais tarde. Ao alcançarem a liberdade, pouquíssimos libertos contavam com recursos materiais suficientes para dar início a uma nova trajetória de vida. (ROGERIO; TRUZZI, 2019, p 11)

A exclusão do negro (a) não era apenas social e cultural, mas também legal. Em 1890, a República tem as suas primeiras leis penais, dentre elas a Lei da Vadiagem. No seu artigo 59, a lei considera vadiagem “entregar-se alguém habitualmente, à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegurasse meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita”. Essa lei foi criada como uma forma de fazer com que os negros regressassem para seus antigos patrões. Para Edwar Thompson (1997) isso significou “o combate à ociosidade e marginalização dos libertos, mas acima de tudo, aos interesses dos seus próprios defensores mais próximos” (THOMPSON, 1997, p. 281).

Somando-se a essa forma de exclusão racial, podemos citar a Lei de Capoeira de 1890 e que se perpetuou até 1934, proibindo qualquer manifestação artística ou cultural negra. Neste mesmo período, era proibido para os negros e pobres exercerem o direito de votar (PRUDENTE, 1988). Desta feita, o racismo estruturou-se no decorrer dos anos e dirimiu as oportunidades para os negros e negras na sociedade, que apesar dos movimentos por igualdade de direitos e oportunidades, ainda carregam o peso da discriminação racial em suas costas. Somente na Constituição de 1988 houve o reconhecimento e a proteção de direitos para os negros, pois nesta Carta Magna ficou reconhecido o crime de racismo como inafiançável, imprescritível e passível

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 de pena. Sendo assim, observa-se que foram 54 anos de omissão legislativa da população negra até serem reconhecidos constitucionalmente como cidadãos de direito.

2.2 MULHERES NEGRAS NO MERCADO DE TRABALHO – DIREITOS E GARANTIAS De acordo com o estudo Diferença do Rendimento do Trabalho de Mulheres e Homens nos Grupos Ocupacionais - PNAD Contínua 2018 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mulheres ganham menos que os homens. Segundo o site “Noticias r7”, o estudo mostra que:

Mesmo com uma pequena queda na desigualdade salarial entre os anos de 2012 e 2018, mulheres ganham, em média, 20,5% menos que os homens em todo o Brasil. Os dados, referentes ao quarto trimestre de 2018, avaliaram apenas pessoas entre 25 e 49 anos. Em 2017, a diferença salarial era de 21,7%, o que significa uma redução de 1,2 ponto percentual (MORAIS, 2019, ONLINE).6

A própria Constituição Federal de 1988 resguarda o princípio da isonomia, enfatizando tratamento justo e igualitário para todos os cidadãos, independentemente de cor, raça, gênero, crença ou condição financeira. A Carta Magna consagra em seu artigo 5º, inciso I, que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição". Em conjunto, a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma em seu artigo 1º que: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Já no seu artigo 2º enfatiza que7:

Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição (DUDH, ONLINE)

Por conseguinte, verifica-se dentro deste contexto que retrata evolução de ordenamentos jurídicos específicos, verifica-se que em relação a conquista de direitos da mulher no Brasil, as trajetórias das mulheres brasileiras são marcadas pelo predomínio de uma estrutura de

6 MORAIS, Juliana. “Mulheres ainda ganham 20,5% a menos do que homens, diz IBGE”. Disponível em:

https://noticias.r7.com/economia/mulheres-ainda-ganham-205-a-menos-do-que-homens-diz-ibge-08032019. Acessado em 10/04/2020.

7 HUMANOS, Declaração Universal dos Direitos. Disponível em:

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 dominação falocêntrica, demarcadas por um panorama geral de castração e de não valorização das diferenças sexuais entre homens e mulheres, bem como de peculiaridades étnico-raciais que desvalorizam a mulher negra em suas subjetividades enquanto sujeitos sociais (CRISOSTOMO; REIGOTA, 2010).

Apesar da miscigenação e diversidade presente na formação social do povo brasileiro, acentua-se que este ainda carrega o peso da discriminação racial, principalmente direcionada às mulheres negras, que durante o período escravagista sofreram as mais perversas formas de violência, verdadeiros estupros físicos e psicológicos por parte dos senhores brancos (K ARASCH, 2000).

Enquanto algumas eram direcionadas a ficar na casa grande ajudando as esposas dos senhores de engenho, outras tinham que ficar horas trabalhando nas colheitas sem direito a descanso; em algumas situações, as mulheres escravizadas eram forçadas a manter relações sexuais com os filhos do patrão para que estes perdessem a virgindade. Segundo Gilberto Freyre (1998, p.372), é a referência das “tradições rurais onde até mesmo mães mais desembaraçadas empurravam para os braços dos filhos, já querendo ficar rapazes e ainda donzelos, meninas negras ou mulatas capazes de despertá-los da aparente frieza ou indiferença sexual”. O autor descreve ainda que “ninguém nega que a negra ou a mulata tenha contribuído para a precoce depravação do menino branco da classe senhoril: mas não por si, nem como expressão de sua raça ou de seu meio-sangue” (IDIB, 1998, p.373). Essa prática contribuiu fortemente para a hipersexualização da mulher negra presente nos dias de hoje.

Ser mulher negra no Brasil é uma luta constante por direitos e conquistas. Para Lamuel Brasil, Antônio Pereira e Vandresa Machado (2009), atualmente as mulheres vêm conquistando seu espaço no mercado de trabalho, todavia, ainda é questionável sua atuação nos níveis mais altos das organizações. O pensamento da supremacia branca sobre as demais raças, principalmente a negra, adentra o mercado de trabalho. Algumas empresas optam por candidatas que possuam “boa aparência”, ou seja, brancas de cabelo liso. “Desta forma, a questão da boa aparência, exigência do mundo do trabalho para as mulheres em geral, tem significado devastador na trajetória de trabalhadoras negras, já que o modelo de boa aparência é basicamente eurocêntrico” (BENTO, 2000, p. 300).

Quanto maior o cargo de chefia ou destaque, menos pessoas não brancas irão ocupa-los. A autora Valdenice Portela (2017) traz levantamento em sua dissertação “A discriminação da mulher negra no setor industrial sergipano entre 2007 e 2014: uma análise dos impactos da norma de responsabilidade social empresarial”:

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A desigualdade de rendimentos entre os grupos étnicos pode ser visualizada também nos dados da PNAD 2002, onde os homens brancos apresentavam um rendimento médio em reais de R$ 1.102,50, as mulheres brancas R$ 686,70; os homens negros em média R$ 521,10 e as mulheres negras, R$ 342,50. Os homens brancos lideram sobre todos os outros, as mulheres brancas ganham mais que os homens e mulheres negros, mas é, sobretudo, contra as negras que a disparidade pesa mais; elas ganham praticamente a metade do rendimento das brancas e ¼ do dos brancos (Pinto, 2006). O mesmo resultado é encontrado em 2006, quando o rendimento médio mensal real do trabalho principal dos homens brancos em todo o país equivalia a R$ 1.164,00. Esse valor, no mesmo ano, era 56,3% superior à mesma remuneração obtida pelas mulheres brancas (R$744,11), 98,5% superior à auferida pelos homens pretos e pardos (R$ 586,26) e 200% à recebida pelas mulheres pretas e pardas (R$ 388,18).

Dados recentes continuam a comprovar a distinção de renda salarial entre mulheres negras e mulher branca- homem branco – homem negro. O levantamento "Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil" divulgado pelo IBGE e apresentado pelo sítio “Brasil de Fato” em 2019, no item “com ensino superior em função que exige a formação”, apresenta que:

Por exemplo, a população negra conta com rendimento médio por hora de R$ 34 para homens e R$ 24 para mulheres. O valor para homens brancos é de R$ 47 e de R$ 35 para mulheres não negras. A taxa de desocupação de mulheres negras é de 16,7% enquanto a de homens brancos, por exemplo, fica em 8,2% (DULCE, 2019, ONLINE)

Os autores Maria Cacciamali (2005) e Guilherme Hirata (2005) apontam que:

A discriminação das mulheres no mercado de trabalho, por outro lado, se sobrepõe àquela de raça e incide, de forma altamente negativa, especialmente sobre a mulher negra. Ela se revela por meio de mecanismos de segregação social e ocupacional instaurados pela tradição patriarcal na nossa sociedade, criando menores oportunidades de mobilidade vertical e estabelecendo salários inferiores para as mulheres, especialmente nos postos de trabalho que predominam (CACCIAMALI; HIRATA, 2005, p.770).

Dados que trazem resquícios de uma herança escravocrata e patriarcal. Apesar da legislação Constitucional Brasileira vigorar, a igualdade de todos perante a lei sem a distinção de raça, cor ou sexo entre homens e mulheres, na prática ocorre o oposto. No texto Constitucional em seu artigo 5º, incisos XLI e XLII, dispõem:

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XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória aos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da Lei (BRASIL, 1988)

Em consonância o artigo 7º, inciso XXX da Constituição Federal assegura proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Adicionando-se a essas garantias, a Consolidação das Lei Trabalhistas (DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943) apresenta em seu Capítulo III – Da Proteção ao Trabalho da Mulher. Em seu artigo 373-A, explicita a proibição de práticas discriminatórias como:

Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado:

I - Publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o exigir; II - recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da atividade seja notória e publicamente incompatível; III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional; IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego; V - impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez; VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias. Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a adoção de medidas temporárias que visem ao estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em particular as que se destinam a corrigir as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da mulher (TRABALHO, 1943, ONLINE)

Em 2010, instituiu-se o Estatuto da Igualdade Racial como mais uma forma de garantir e resguardar o direito da população negra, bem como dirimir a desigualdade social existente e persistente entre raças tendo como fundamento o artigo 5 da Carta Magna e na esfera

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 Internacional a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial. Em seu artigo 1º determina que:

Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;

IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga; V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades (RACIAL, 2010, ONLINE).

Desta forma, a Lei nº 12.288/10 atribui ao poder público a responsabilidade de implementar políticas afirmativas que garantam a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho bem como assegurar o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários. Mais ainda, adentrando na esfera penal, o Código Penal Brasileiro tipifica no seu artigo 140 § 3 o a Injúria Racial8 que: “injuriar alguém, ofendendo- lhe a dignidade ou o decoro: se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Pena - reclusão de um a três anos e multa.” Infelizmente o crime de injuria racial é afiançável e depende do ofendido para dar continuidade

8 Aquele que, atualmente, dirige-se a uma pessoa de determinada raça, insultando-a com argumentos ou palavras

de conteúdo pejorativo, respondera por injuria racial, não podendo alegar que houve uma injuria simples, nem tampouco uma mera exposição de pensamento (“como dizer que todo judeu é corrupto” ou que “negros são desonestos”), uma vez que há limite para tal liberdade. (NUCCI, 2009, p .669)

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 a ação. Já a Lei do Crime de Racismo9 (Lei Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989) torna o crime de racismo inafiançável e não permite que a vítima desista da ação. Enfatiza em seu artigo 4º que: “negar ou obstar emprego em empresa privada. Pena: reclusão de dois a cinco anos”.

Dessa forma, conforme os indicadores apresentados ficam evidenciadas as desigualdades existentes no ambiente de trabalho no tocante às mulheres negras. É necessário e urgente, criar políticas públicas que promovam o enfretamento, a resistência e a igualdade do direito da mulher negra contribuindo para a sua ascensão profissional.

3 CONCLUSÃO

A partir dos dados levantados a partir da literatura pertinente, concluímos que houve uma inserção de mulheres no mercado de trabalho como consequência de lutas por direitos de igualdade, bem como ficou evidenciado que o mercado de trabalho prioriza mulheres brancas que se adequem ao contexto de possuir uma “boa aparência”. Evidencia-se que as consequências da escravidão são perpetuadas e estão explicitamente presentes na atualidade. A marcas da desigualdade perpassa todos os campos: social, cultural, político e econômico. Os fatores raça e gênero influenciam diretamente os sujeitos na indicação/ocupação dos cargos de gestão nos setores públicos e privados, havendo influência também sobre o número de horas trabalhadas e as funções que exercem nas instituições.

Um dos objetivos alcançados na realização desse estudo, foi demonstrar a discriminação da mulher negra no mercado de trabalho ocasionado por uma cultura de embranquecimento e patriarcado. Os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE confirmam a pouca inserção de mulheres não brancas que conseguem ascender no ambiente de trabalho; outros dados observados, referem-se ao fato de que mesmo quando ascendem, continuam ocupando cargos de menor relevância ou quando conquistam cargos que também são ocupados por homens, recebem salários inferiores pelo simples fato de serem mulheres.

Esse trabalho convoca os leitores a uma reflexão e a sociedade ao debate sobre gênero, raça e sexismo como fatores impeditivos de crescimento das mulheres de cor em suas profissões, por apontar o impeditivo laboral dessas mulheres por preconceitos raciais herdados desde o

9 Implica conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes

mais amplos. Nesses casos, cabe ao Ministério Público a legitimidade para processar o ofensor. A lei enquadra uma série de situações como crime de racismo, por exemplo, recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou às escadas de acesso, negar ou obstar emprego em empresa privada, entre outros (JUSTIÇA, 2015, ONLINE). Disponível em: https://www.cnj.jus.br/conheca-a-diferenca-entre-racismo-e-injuria-racial/. Acessado em 17/04/2020.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.29517-29532 may. 2020. ISSN 2525-8761 período colonial. Ressaltamos também a importância do conhecimento das Leis Brasileiras que visam coibir qualquer prática discriminatória não apenas no âmbito laboral, mas em todos os seguimentos da sociedade.

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