Professor Engº Paulo Cezar Dias de Alencar, MSc.
Departamento de Engenharia Civil
594X - STAE
P rof . P a u lo Ceza r
Flotação e
Decantação
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Flotação e sedimentação
Sumário
Flotação
• Unidade de flotação
• Sistemas coloidais (recapitulando)
• Princípios básicos de agregação ar-sólido
• Processos de flotação
• Fatores de projeto
Sedimentação
• Sedimentação
• Decantador
• Decantador convencional
• Velocidade de sedimentação
• Dimensionamento de umdecantador
• Decantador de alta taxa
P rof . P a u lo Ceza r
P rof . P a u lo Ceza r
Flotação
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Flotação
P rof . P a u lo Ceza rProcesso de separação de partículas via adesão de bolhas de ar a uma suspensão de partículas, propiciando a formação de espuma, denominada
“concentrado”.
A ocorrência do fenômeno se deve à tensão superficial do meio de dispersão e ao ângulo de contato formado entre as bolhas e as partículas.
P rof . P a u lo Ceza r
Unidade de flotação
7 P rof . P a u lo Ceza r
Unidade de flotação
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Sistemas coloidais (recapitulando)
P rof . P a u lo Ceza r
• Colóides liofóbicos: São aqueles que formam um sistema heterogêneo com o solvente (Sistema Bifásico). Desta forma, distingue-se uma fase contínua (solvente) e uma fase dispersa (colóides). Uma vez que predomina um
sistema bifásico, pode-se definir uma área de interface.
• Colóides liofílicos: São aqueles que formam um sistema homogêneo com o solvente (Sistema Unifásico). Desta forma, distingue-se uma única fase
contínua tendo o solvente e o sistema coloidal como soluto.
Quando a fase contínua é a água, os sistemas coloidais são denominados hidrofóbicos e hidrofílicos.
• Sistemas coloidais hidrofóbicos: São sistemas instáveis, pois as interações com o solvente são pequenas.
• Sistemas coloidais hidrofílicos: São sistemas estáveis, as interações com o solvente são tais que previnem o sistema contra alterações em sua
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Princípios básicos da agregação ar-sólido
P rof . P a u lo Ceza r
Mecanismos
• a) Colisão da bolha com a partícula de corrente da turbulência ou da atração entre ambas e aderência.
P rof . P a u lo Ceza r
(ligações menos estáveis – partículas hidrofílicas)
Mecanismos
• b) Aprisionamento das bolhas nos flocos ou contato entre flocos
sedimentados e bolhas de ar em ascensão.
• c) Crescimento das bolhas de ar entre flocos
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Aplicação
P rof . P a u lo Ceza rFlotação x sedimentação:
• Lodo mais concentrado
• Remoção de sólidos de difícil sedimentação (cor verdadeira)
• Remoção de óleos e graxas
• Ocupa menores área e volume
• Menores consumo de reagentes e carreira de filtração (substâncias orgânicas particuladas e dissolvidas)
• Mais eficaz na remoção de patógenos (cianobactérias, giárdia, cryptosporidium)
• Mais eficaz na remoção de COT
• Necessita equipamentos mais complexos (custos de aquisição, operação e mantenção)
Bolhas grandes: dificulta a adesão dos sólidos Bolhas pequenas: a dispersão quebra o floco
P rof . P a u lo Ceza r
Aplicação
13 P rof . P a u lo Ceza r
Flotação por ar induzido (FAI)
• Ar introduzido diretamente no fundo do tanque. Baixa eficiência remoção de sólidos e óleos. Recomendado para espuma.
• Consiste de um sistema de alta velocidade de rotação, que cisalha o ar formando bolhas com diâmetro entre 400 e 2000 µm. A relação volumétrica gás/água pode ser incrementada pela injeção de um volume maior de ar.
Processos de flotação
P rof . P a u lo Ceza r
Flotação por ar dissolvido (FAD)
O ar é dissolvido na água sob pressão de várias atmosferas, seguido por descompressão para a pressão atmosférica e lançamento ao tanque de flotação.
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Unidade de flotação
P rof . P a u lo Ceza r
Métodos de flotação por ar dissolvido (FAD)
• Pressurização de todo o lodo (PTL): utilizado para pequenas vazões. O fluxo pode ser pressurizado por meio de uma bomba até a pressão de 275 a 350 kPa, com ar comprimido sendo adicionado na seção de bombeamento. Todo o fluxo é mantido em um tanque de retenção sob pressão (2 a 4 atm) para permitir que o ar se dissolva
• Pressurização de parte do lodo (PPL): utilizado para grandes vazões. Cerca de 15 a 20% é reciclado. O fluxo de reciclo é misturado com o fluxo principal não pressurizado imediatamente antes da admissão ao tanque de flotação. Preferível porque elimina a necessidade de bombas de alta pressão (menor custo de manutenção)
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Processos de flotação
P rof . P a u lo Ceza r
Flotação a vácuo
Após a saturação do efluente com ar tanto diretamente como em um tanque de aeração (FAI), como permitindo que ar entre na sucção da bomba de efluente (FAD). Um vácuo parcial é aplicado na unidade floculadora, que provoca a liberação do ar dissolvido como bolhas minúsculas.
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Fatores de projeto
Como a flotação depende do tipo de superfície da matéria particulada, testes de laboratório e em plantas piloto são usualmente realizados para verificar os
critérios de projeto. P rof . P a u lo Ceza r
Parâmetros de dimensionamento
• Relação ar/sólidos (mL/mg)• Taxa de aplicação de sólidos (Kg/m².dia)
• Taxa de escoamento superficial (m³/m².dia)
• Dosagem de polímeros (g/Kg sólidos)
Variáveis operacionais
• pressão do ar
• tempo de retenção
• relação ar/sólidos
• carga hidráulica
P rof . P a u lo Ceza r
Decantação
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Sedimentação
A teoria da sedimentação baseia-se no fato de que qualquer partícula
não coloidal, suspensa em um meio líquido em repouso e de menor
massa específica, será
acelerada pela ação da gravidade
até que as
forças de resistência viscosa e de deformação do líquido sejam iguais a
resultante do peso efetivo da partícula. A partir deste momento sua
velocidade descendente será constante, a qual é denominada
velocidade
terminal de sedimentação
, ou simplesmente velocidade de
sedimentação.
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Sedimentação
Formas de sedimentação
a)Sedimentação simplesSedimentação de partículas discretas: a partícula discreta sedimenta
individualmente, não mudando de tamanho, forma, densidade e velocidade de sedimentação em sua descida.
Sedimentação floculenta: os sólidos ao descerem no líquido se aderem entre si, aumentando o tamanho, o peso específico e a própria velocidade de sedimentação.
Sedimentação por zona: a partícula sedimenta como um lençol único de
partículas, com redução na velocidade de sedimentação. Normalmente ocorre em águas com concentração elevada de sólidos (maior que 500 mg/L), na qual a concentração de partículas é suficiente para causar efeitos inter-partículas como
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Decantador
Também chamado tanque de decantação, é uma instalação destinada à
remoção de partículas presentes na água, pela ação da gravidade. Pode ser convencional (de baixa taxa) ou de elementos tubulares (alta taxa).
A taxa de aplicação nos decantadores é determinada em função da velocidade de sedimentação das partículas. A tabela a seguir apresenta um exemplo para a água a 20ºC e 2,65 de densidade da partícula.
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Objetivos
Tipos de decantadores
a) Em função do escoamento da água
• De escoamento horizontal – comprimento é a dimensão predominante.
• De escoamento vertical – a água escoa em movimento ascendente.
b) Em função das condições de funcionamento
• Do tipo clássico ou convencional – desenvolve apenas a sedimentação com a água floculada.
• Com contato de sólidos – promovem simultaneamente a agitação, floculação e a decantação
Decantador
• Remoção de partículas sedimentáveis finas
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Decantador convencional
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Velocidade de sedimentação
B H L 1 2V
hV
sL
H
V
V
S
h.
Q
V
=
L
H
B
H
Q
V
S.
.
.
L
.
B
Q
A
Q
V
s S=
=
27 P rof . P a u lo Ceza r
Não sendo possível a determinação em ensaios laboratoriais, as velocidades de sedimentação e as taxas de aplicação são:
Para transferir os dados do laboratório para o campo deve-se considerar um fator de
segurança, que varia de 1,25 a 1,75.
Velocidade de sedimentação
P rof . P a u lo Ceza r
Dimensionamento de um decantador
Dimensionar segundo as condicionantes abaixo
•
Vazão = 1,0 m
3/s
•
Velocidade de sedimentação dos flocos = 40 m/dia
•
Número de unidades de sedimentação = 04
•
Profundidade da lâmina líquida=4,5 m
•
Comprimento 4 vezes a largura
• Re 20.000
• Vazão da água decantada = 2,5L/(s.m)
• Comprimento máximo das calhas de coleta = 20% do comprimento do decantador
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Dimensionamento de um decantador
S SA
Q
q
V
• Cálculo da área• Verificação do tempo de detenção hidráulica
• Definição da geometria do decantador
(Admitindo uma relação entre L/B igual a 4)
Q
Vol
dec h
2 2 3 3 S 540 m dia / m / m 40 dia / m ) 4 / 400 . 86 ( q Q A = = = horas 7 , 2 hora / s 600 . 3 . s / m 25 , 0 m 5 , 4 . m 540 θ 3 3 h = = 2 2 SB
.
L
4
.
B
540
m
A
=
=
=
L
47
,
0
m
m
0
,
12
B
=
=
30 P rof . P a u lo Ceza r
Dimensionamento de um decantador
• Verificação da taxa de escoamento superficial
• Cálculo da velocidade horizontal:
• Cálculo do Raio Hidráulico
• Cálculo do Número de Reynolds
dia
/
m
/
m
3
,
38
m
564
dia
/
m
600
.
21
A
Q
q
2 3 2 3 S=
=
=
s
/
cm
463
,
0
m
0
,
12
.
m
5
,
4
s
/
m
25
,
0
A
Q
V
3 h h=
=
=
(
)
(
12
,
0
2
.
4
,
5
)
2
,
57
m
0
,
12
.
5
,
4
h
.
2
B
h
.
B
R
h=
+
=
+
=
905
.
11
R
.
V
R
=
h h=
31 P rof . P a u lo Ceza r
Dimensionamento de um decantador
• Dimensionamento das calhas de coleta de água decantada
• Cálculo do comprimento total de vertedor
• Verificação do máximo comprimento das calhas
q
H
q
l
0
,
018
.
.
v lL
Q
q
Ql - vazão linear nas calhas de coleta de água decantada (L/s/m)
H - altura útil do decantador (m)
q - taxa de escoamento superficial no decantador (m3/m2/dia)
3
,
38
.
5
,
4
.
018
,
0
q
l≤
m 100 m / s / l 5 , 2 s / l 250 Lv = = m 100 m / s / l 5 , 2 s / l 250 Lv = =Admitindo que o comprimento da calha de coleta de água de lavagem
não exceda a 20% do comprimento do decantador, tem-se que:
m
4
,
9
2
,
0
.
m
0
,
47
L
calha=
=
Portanto, vamos adotar um total de 06 calhas, com 9,0 metros de comprimento 32 P rof . P a u lo Ceza r
Dimensionamento de um decantador
• Cálculo do número de calhas
• Verificação da vazão coletada nas calhas
• Espaçamento entre calhas
12,0 m 47,0 m 9,0 m
3
,
5
m
4
,
9
.
2
m
100
L
.
2
L
N
calha v calhas=
=
=
v lL
Q
q
m / s / l 31 , 2 m 108 s / l 250 L Q q v l = = = m 0 , 2 calhas 06 m 0 , 12 Esp = =33 P rof . P a u lo Ceza r
P rof . P a u lo Ceza r
Decantador de alta taxa
• Taxa de escoamento pode atingir 200m³/(m².dia)
• Inclinação ideal = 2º54’ • Inclinação prática = 60º
h
h
e
R
V
R
.
35 P rof . P a u lo Ceza r
Parâmetros de projeto
► Velocidade de sedimentação: 20 m3/m2/dia a 60 m3/m2/dia;
(Função das características do floco, definidas pelas etapas de coagulação e floculação);
► Ângulo das placas com a horizontal: 60o ;
► Comprimento da placa: 0,6 metros a 1,2 metros;
► Velocidade de escoamento entre as placas: 15 cm/min a 20 cm/min;
► Espessura entre as placas: 4 cm a 8 cm;
► Altura do decantador: 4,0 metros a 6,0 metros.
► Relação Comprimento/Largura 2
► Taxa de escoamento linear (vertedor) 1,8 l/m/s
Decantador de alta taxa
36 Contatos P rof . P a u lo Ceza r