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Nível de atividade física regular da população do município de Redentora - RS

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

FRANCINE FOGUESATO

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE REDENTORA-RS

Ijuí (RS) 2012

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FRANCINE FOGUESATO

NÍVEL DE ATIVIDADE FISICA REGULAR DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE REDENTORA - RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), como requisito parcial à obtenção do Grau de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física.

Orientador: Prof°. Dr°. Sidinei Pithan da Silva

Ijuí RS 2012

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A Banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:

NÍVEL DE ATIVIDADE FISICA REGULAR DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE REDENTORA – RS

Elaborada por

FRANCINE FOGUESATO

Como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciado e Bacharelado Em Educação Física Ijuí (RS), dezembro de 2012. BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Prof.Dr° Orientador __________________________________________ Prof. Examinador

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me permitiu chegar até aqui.

Aos meus Pais, Cláudio e Berenice, pela dedicação esforço e compromisso. Ao meu namorado Fabio pela paciência compreensão e dedicação, me ajudando nos momentos mais difíceis.

Aos familiares pela compreensão das horas de ausência, aos amigos colegas de trabalho que contribuíram de alguma forma para que esse sonho fosse alcançado.

Aos professores do curso de Educação Física da Unijuí, que tornaram essa formação possível, ao professor Sidinei por ter acreditado na realização do trabalho.

De uma maneira muito especial a todos que de uma maneira ou outra contribuíram para que eu chegasse até aqui, um sonho realizado e mais uma etapa da vida conquistada.

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A falta de atividade física destrói a boa condição de qualquer ser humano, enquanto o movimento e o exercício físico metódico o salva e o preserva.

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RESUMO

O presente estudo objetiva pesquisar o nível de atividade física regular dos município de Redentora-RS. Busca, sobretudo, investigar a população ativa e sedentária, em termos de gênero, idade, escolaridade, lugar onde reside, tentando compreender os motivos implicados na adesão ou não adesão às atividades físicas. A amostra contou com 240 habitantes, sendo em área rural 80, área urbana 80 e área indígena 80. A coleta dos dados foi através de questionário, ministrado pelo entrevistador e outros auto- administrados. A sistematização e organização dos dados foi realizada através de programas como Microsoft office Word e Microsoft office Excel. Após essa etapa os dados foram transformados em gráficos que foram analisados e comparados com informações de outras pesquisas já realizadas na área de epidemiologia da atividade física. Os dados coletados mostram que 51% da população é sedentária, e que somente 4% é muito ativa em relação à prática de atividade física regular. Com relação ao gênero os resultados mostraram que o gênero feminino é mais sedentário comparando ao gênero masculino, porém o gênero feminino ganha do masculino quando diz respeito a ser muito ativo, que pratica atividade física cinco dias na semana com intensidade maior a 2,5% enquanto o masculino apenas 1,6%. Em relação a ser pouco ativo, que prática alguma atividade física uma vez por semana e moderadamente ativo, que pratica atividade física 3 vezes na semana com intensidade maior os resultados mostram que o gênero masculino é mais ativos que o gênero feminino. Os moradores da área rural são mais ativos quando comparados aos da área urbana e indígena, e os mais sedentários são os residentes na área indígena. Observa-se, neste sentido, que faltam políticas públicas no município no que se diz respeito à promoção, prevenção e manutenção da saúde. Portanto, compreende-se que são necessários programas de incentivo à prática de atividade física e ou exercício físico regular. Torna-se fundamental a adoção de políticas públicas embasadas nos princípios constitucionais da universalidade e eqüidade do acesso ao SUS, visando uma concreta incorporação da atenção integral a programas de promoção da saúde, que proporcione aos cidadãos uma melhoria na qualidade de vida.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Nível de atividade física de acordo com o gênero Feminino ... 26

Gráfico 2 – Nível de atividade física de acordo com o gênero Masculino ... 27

Gráfico 3 – Nível de atividade física de acordo com a escolaridade Ensino Fundamental ... 28

Gráfico 4 – Nível de atividade física de acordo com a escolaridade Ensino Médio ... 29

Gráfico 5 – Nível de atividade física de acordo com a escolaridade Ensino Superior ... 29

Gráfico 6 – Nível de atividade física de acordo com a faixa etária 15 a 24 ... 30

Gráfico 7 – Nível de atividade física de acordo com a faixa etária 25 a 39 ... 31

Gráfico 8 – Nível de atividade física de acordo com a faixa etária 40 a 59 ... 31

Gráfico 9 – Nível de atividade física de acordo com a faixa etária 60 + ... 32

Gráfico 10 – Nível de atividade física de acordo com o lugar onde reside área indígena ... 34

Gráfico 11 – Nível de atividade física de acordo com o lugar onde reside área rural .... 34

Gráfico 12 – Nível de atividade física de acordo com o lugar onde reside área urbana 35 Gráfico 13 - Nível de atividade da população ... 36

Gráfico 14 - Prevalência do sedentarismo ... 36

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

JUSTIFICATIVA ... 11

METODOLOGIA ... 12

1. EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE ... 14

1.1 ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE ... 16

1.1.1 Atividade Física ... 16

1.1.2 Saúde ... 18

1.1.3 Atividade Física e Saúde ... 20

2. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ... 22

2.1 Histórico Social do Município de Redentora ... 22

2.2 População e Amostra ... 25

2.3 Apresentação e Análise dos Dados ... 25

2.4 Nível de Atividade Física de Acordo com Gênero ... 26

2.5 Nível de Atividade Física de Acordo com a Escolaridade ... 28

2.6 Nível de Atividade Física de Acordo com a Faixa Etária ... 29

2.7 Nível de Atividade Física de Acordo com o Lugar Onde Reside a População: Indígena, Urbana e Rural ... 32

2.8 Níveis de Atividade Física Regular da População de Redentora – RS ... 35

2.9 Em Relação aos Motivos pela qual a População é Sedentária ... 37

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

REFERÊNCIAS ... 41

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INTRODUÇÃO

As sociedades ocidentais contemporâneas, impulsionadas pelo movimento de globalização da economia, se encontram em um processo de transformação permanente. Os temas que despertam preocupação social e que se vinculam à saúde de uma população, nestes tempos, se modificam, conforme mudam as condições sociais e o comportamento dos indivíduos, em termos de seus interesses e suas preocupações. Neste contexto, este estudo busca avaliar o nível de atividade física regular da população de Redentora-RS. Compreende-se, que investigar o comportamento dos indivíduos e de uma população em relação ao nível de atividade física possa ajudar no processo de conhecimento dos efeitos nocivos dos novos tempos no cotidiano dos indivíduos, tais como a presença do sedentarismo.

A atividade física em geral é orientada pelo profissional de Educação Física, que por sua vez deve informar ao praticante sobre seus benefícios e cuidados. De outra forma, deve informar sobre os efeitos nocivos que a inatividade física gera no corpo. O sedentarismo é condição indesejável e representa risco para a saúde. A saúde e a qualidade de vida do homem podem ser preservadas e aprimoradas pela prática regular de atividade física.

O Município de Redentora inicialmente foi batizada como Vila Seca, porque no remoto início dos anos de 1800 os viajantes que passavam pela região tinham grande dificuldade em achar àgua para si e para seus animais na àrea demográfica onde hoje é conhecida como Redentora. O município de Redentora foi instalado em 12 de abril de 1964, criado pela Lei Estadual nº 4.726 de 21/01/1964, com uma área territorial de 302,64 km². Em Redentora está sediada uma das maiores reservas Indígenas do Rio Grande do Sul, com 23 mil hectares. A reserva abriga cerca de quatro mil (4000) indígenas, principalmente das etnias Kaikangue e Guarani, e a língua que predomina é a Kaikangue.

A população total do município é de 10.222 habitantes, sendo 4.033 indígenas e 6.189 não indígenas. A maior fonte de recursos do município é baseada na agricultura com o cultivo de lavouras de soja, milho, trigo e outros produtos de subsistência como mandioca, batata doce, hortaliças, cana-de-açúcar, etc. Também estão estruturadas no município a bacia leiteira e a suinocultura. Há pequenas indústrias e comércio em geral,

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que são atendidos geralmente por familiares, gerando poucos empregos fora do núcleo. Muitas pessoas se deslocam para trabalhos temporários como, por exemplo, na produção de maçã, semente de milho (pendão), construção civil, etc.

O presente estudo epidemiológico realizado no município foi feito pela técnica do questionário, com uma amostra de 240 habitantes, incluindo área indígena, área rural e área urbana. A amostra foi selecionada aleatoriamente divididos em população urbana, população rural e população indígena, 80 habitantes de cada área. Os critérios para seleção da amostra, foram a) ser maior de 18 anos, b) residir no município.

O estudo teve como objetivo geral coletar dados para analisar o nível de atividade física regular da população. Os objetivos específicos foram: a) conhecer a realidade da população no que diz respeito à prática de atividade física, identificando os hábitos em relação à prática; b) identificar qual o percentual ativo e inativo da população, levando em consideração as variáveis como gênero, idade, lugar onde reside e escolaridade.

Os resultados alcançados são preocupantes. No que diz respeito à prática regular de atividade física da população, 51% da população é totalmente inativa (não pratica nenhuma atividade física), enquanto somente 4% é muito ativa (pratica atividade física cinco dias por semana com maior intensidade). O gênero feminino mostrou maior índice de sedentarismo, 66%, enquanto masculino 45%. De acordo com o lugar onde reside a população indígena mostrou ser mais sedentária 62% em relação a rural e a urbana. No que diz respeito à escolaridade os resultados mostraram que indivíduos com taxas de escolaridade menor mostraram índices de sedentarismo maior, e indivíduos com ensino superior completo mostraram ser muito ativos (praticam atividade física cinco dias na semana com maior intensidade). Com relação à faixa etária que mais mostrou ser sedentária foi a que possuía de 40 a 59 anos e a mais ativa foi a de acima de 60 anos ou mais. Esse índice alto de sedentarismo no Município se dá pelo famoso estilo de vida moderno, no qual a maior parte do tempo livre é passado assistindo televisão, usando computador, jogando videogames e outras formas de lazer passivo.

Géis (2003), diz que o ser humano é como uma máquina que não deve ficar parada deve ser utilizada, pois com o passar dos anos ela vai se danificando, enferrujando ficando cada vez mais difícil fazer com que ela se mova e funcione. Como as máquinas o organismo também necessita estar em movimento.

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JUSTIFICATIVA

Optei por pesquisar o nível de atividade física da população do Município onde resido. O interesse partiu de onde trabalho, Unidade básica de Saúde do Município de Redentora. Verifiquei que a população lota os postos de saúde tanto da cidade como do interior do Município em busca de atendimento. Muitos dos motivos diagnosticados nas fichas de atendimento eram relacionados ao sedentarismo.

Diagnósticos como hipertensão, diabetes tipo II, estresse, depressão, síndrome metabólica e outras são comuns num posto de saúde. Como trabalho no SUS (sistema único de saúde) verifiquei que na unidade de saúde local, não existem muitos programas de controle e prevenção de doenças crônico-degenerativas, e os que existem são precários não atendendo a população como deveria.

Com isso resolvi lançar um desafio, verificar o nível de atividade física dessa população, conhecendo a realidade de cada indivíduo no que diz respeito às atividades físicas diárias e semanais. E com isso procurar respostas locais para uma epidemia que o Município enfrenta atualmente, no que se refere à falta de atividade física.

Convencida de que a atividade física regular gera muitos benefícios à saúde em geral do indivíduo, procuro respostas em torno do nível de atividade física regular da população de Redentora. E para os que não praticam entender qual o motivo. Para que o objetivo geral fosse alcançado foram necessárias várias intervenções na população através de questionários, visitas às casas, comunidades e escolas do Município.

Resolvi pesquisar este assunto porque sou uma cidadã preocupada com a saúde da população e sua qualidade de vida e acredito que a mudança de hábito acontece a partir de um estímulo e uma preocupação.

Nahas (2010, p. 24), cita que:

Existem fatores do nosso estilo de vida que afetam negativamente nossa saúde, sobre os quais podemos ter controle. Por exemplo: fumo, álcool, drogas, estresse, isolamento social, sedentarismo, esforços intensos e repetitivos. Inclusive características herdadas, efeitos naturais do envelhecimento, certos acidentes e algumas doenças infecciosas.

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E por outro lado a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo contribui na melhoria ou mudança no comportamento do indivíduo, com isso contribui para a redução de diversos agraves (PITANGA, 2004). Pesquisas em diversos países, inclusive no Brasil, tem mostrado que o estilo de vida, mais do que nunca, passou a ser um dos mais importantes determinantes da saúde de indivíduos, grupos e comunidade.

Pitanga (2004, p.16), cita que,

Os aspectos ambientais e comportamentais estão diretamente relacionados a saúde e qualidade de vida, que, por sua vez possuem um conjunto de determinantes e condicionantes, caracterizado por alimentação, moradia, saneamento básico, transporte, trabalho, renda, poluição ambiental, educação, lazer atividade física e serviços essenciais.

A questão da inatividade física já virou caso de saúde pública pelos riscos da população em ser sedentária (NAHAS, 2010). Um estudo epidemiológico é importante pois permite ao poder público Estadual e Municipal conhecer os problemas de saúde de uma determinada população, bem como identificar a relação saúde-doença. Através de estudos epidemiológicos torna-se possível efetuar planejamento de ações em saúde e avaliar seus impactos, assegurando o uso racional dos recursos, via controle pela sociedade, sob a égide do princípio de equidade: saúde como direito de todos.

METODOLOGIA

A investigação realizada compreendeu um estudo epidemiológico, com delineamento de estudo de campo de abordagem qualitativa e quantitativa. Inicialmente houve o levantamento de referências bibliográficas e estudos sobre o tema em questão, logo após um levantamento do local para desenvolvimento da pesquisa, escolha do questionário e da forma de análise e tratamento dos dados.

A pesquisa é de caráter descritivo, por questionário, que caracteriza-se pela formulação de questões diretas para uma amostra representativa de sujeitos por meio de um guia ou formulário previamente elaborado. Seu objetivo consiste em identificar opiniões, valores, condutas, vivências sobre determinado fenômeno. Em relação à forma de administração do questionário, pode-se destacar que quando o respondente não teve

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condições de ler a questão em função de sua idade, saúde e alfabetização, o pesquisador auxiliou na leitura, porém sem interferir na resposta.

A população deste estudo compreendeu 240 pessoas, todas residentes no Município de Redentora – RS. O estudo teve por objetivo analisar o nível de atividade física regular da população de Redentora. Para realizar a pesquisa, inicialmente foram pesquisados os tipos de questionários que avaliavam o nível de atividade de populações. Optou-se por adaptar o questionário de Nahas (2010).

Após o contato com a população, foi lhe apresentado o questionário e o termo de consentimento, a qual foi lida e assinada pelos participantes, declarando estar cientes do objetivo da pesquisa e aceitando participar da mesma. Logo após explicitou-se todas as questões envolvidas Os participantes foram escolhidos aleatoriamente, obedecendo alguns critérios: serem maior de 18 anos e residente no Município. Os dados foram coletados da seguinte forma: na área rural não indígena: escolha aleatória de duas comunidades no interior: 1) Sítio Cassemiro, que abrange uma população em torno de 660 habitantes; 2) Vila São João, com uma população em torno de 700 habitantes. Na área indígena, os dados foram coletados junto aos postos de saúde e comunidade de Estiva, São João do Irapuá e Missão. Na área urbana, junto a Secretaria Municipal de Saúde de Redentora-RS, e coleta nas casas, nas ruas Pedro Cordenunci, Avenida Constante Luiz Gemelli e Rua Pedro Luiz costa. A pesquisa foi realizada no período de 10 setembro 2012 a 25 de outubro de 2012.

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1. EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE

A epidemiologia é “ciência que estuda os fenômenos da saúde-doença e seus determinantes em grupos da população” (PITANGA, 2004, p. 19). “Desde épocas mais remotas, conforme evidenciado por escritas chinesas, terapeutas tem ressaltado a importância da atividade física para tratamento de doenças e melhoria da saúde” (PITANGA, 2004. p. 48).

“Muitas doenças, cujas origens até bem recentemente não encontravam explicação, tem tido suas causas esclarecidas pela metodologia epidemiológica, que tem por base o método científico aplicado da maneira mais abrangente possível a problemas de doença ocorrentes em nível coletivo” (ROUQUAYROL, 1999; ALMEIDA FILHO, 1999, p.16).

A epidemiologia também analisa hipóteses de causalidade, estuda a morbidade e mortalidade, realiza testes, analisa os fatores ambientais e socioeconômicos que possam ter alguma influência no estado de saúde ou doença da população. A associação Internacional de Epidemiologia define epidemiologia como o estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas (ROUQUAYROL, 1999; ALMEIDA FILHO, 1999).

Muitos estudos na área da epidemiologia da atividade física têm sido realizados, evidenciando que altos índices de atividade física ou aptidão física esta associado à diminuição no risco de desenvolvimento de diversas doenças como: doença arterial coronariana, diabetes, hipertensão e osteoporose (PITANGA, 2004).

Morris e colaboradores (1953) desenvolveram um dos primeiros estudos relacionados à atividade física e doença arterial coronariana. Foram comparados carteiros e trabalhadores de escritório de serviço postal, e motoristas e cobradores dos ônibus de dois andares em Londres. Esses investigadores observaram que atividades ocupacionais com mais gasto energético estavam associadas às menores taxas de morte por doenças cardíacas coronarianas (PITANGA, 2004).

Outro estudo relacionado à epidemiologia da atividade física foi realizado por Chaves e colaboradores (1978), no qual examinaram todas as causas de mortalidade em 3.591 homens, executivos civis de Londres, que foram classificados em participantes e não participantes em atividades físicas vigorosas. Nesta pesquisa, (77%) dos homens

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não participantes apresentaram taxa de mortalidade de 8,4 por 100, e os homens participantes (23%) apresentaram redução da taxa de mortalidade ficando com 4,2 por 100 (PITANGA, 2004).

Dishman (1994), afirma que muitos estudos experimentais randomizados têm demonstrado que programas de exercício físico melhoram não apenas a aptidão física, mas também os níveis de lipídeos sanguíneos, pressão arterial, densidade óssea, composição corporal, sensibilidade à insulina e tolerância à glicose.

Na atualidade, os principais estudos sobre epidemiologia são: (Kohl, 2001); estudo sobre câncer (Friedenreich, 2001; Thune & Furberg, 2001); diabetes (Hu e colaboradores, 2001) saúde mental (Yaffe e colaboradores, 2001). Muitos autores ainda continuam a investigar a relação entre sedentarismo, como fator de risco, ou estilo de vida ativo fisicamente, como fator de proteção, e agravos de doenças cardiovasculares.

A lei n° 8.080, de 1990, que organizou o SUS, caracteriza vigilância epidemiológica como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos” (ROUQUAYROL, 1999; ALMEIDA FILHO, 1999, p.46).

Em relação ao sistema de vigilância epidemiológica municipal, cada município é responsável por coletar informações e enviá-las ao Ministério da Saúde, onde serão analisadas. A partir dessas informações o município estado/união irão tomar as medidas de controle de prevenção e de planejamento de saúde dos diferentes níveis de atuação.

O município é responsável por coordenação do local; normatização de novos agravos; produção de dados; coleta e análise de dados; ações de controle; investigação de casos e surtos; coleta de material; treinamento; retro alimentação aos notificantes; informação aos níveis estadual e regional; educação em saúde (ROUQUAYROL, 1999; ALMEIDA FILHO, 1999, p.321).

Com relação ao investimento em saúde pública, o Brasil gasta aproximadamente 55 dólares per capita, valor similar aos gastos com saúde da Somália, um dos países mais pobres do mundo. Além de gastar pouco com saúde pública, o Brasil investe de maneira equivocada seus recursos.

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“O investimento é mais concentrado nos atendimentos cirúrgicos e tratamento das doenças já instaladas. Se o principal enfoque fosse o trabalho de prevenção das doenças, tratando o problema antes da sua instalação, certamente seria evitado o surgimento dos agravos, fato esse que exigiria menores gastos com saúde pública” (PITANGA, 2004. p. 63)

Quando se fala em políticas públicas não poderia deixar de citar o agita São Paulo, lançado em dezembro de 1996, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e o Laboratório de Aptidão Física de São Caetano, que é um programa de promoção da atividade física, que vem sendo citado no mundo afora como iniciativa exemplar de promoção de saúde. O programa visa aumentar o nível de conhecimento da população sobre os benefícios de um estilo de vida ativo e aumentar o nível de atividade física da população, realizando 30 minutos de atividade física diários. “Receita” essa simples e barata contra as trezentas mil mortes anuais no Brasil, devido a doenças cardiovasculares. Diante disto Municípios deveriam propiciar modificações no meio ambiente, mediante criação de espaços adequados para a prática de atividade física.

Desta forma, as políticas públicas de promoção de atividades físicas devem privilegiar os aspectos citados anteriormente. Assim entendemos que os determinantes de ordem bio-psicossocial, comportamentais e ambientais estariam contemplados, contribuindo como um dos meios para que as pessoas ficassem mais próximas ao pólo positivo da saúde. (PITANGA, 2000, p.51).

A promoção da saúde no Brasil deve ser lembrada por cada um, seus compromissos com o cuidado que devemos ter com a nossa saúde e a saúde coletiva, cuidados com o meio ambiente, mantendo boas relações familiares. Tudo isso contribui para se manter um estilo de vida mais adequado para nossa saúde e qualidade de vida.

1.1 ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

1.1.1 Atividade Física

Atividade física é qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulte em gasto energético, incluindo atividades como andar, banhar-se, carregar objetos, limpar a casa (NAHAS, 2010). “A atividade física é um instrumento de expressão do conteúdo compreendido pela educação física. O termo atividade física carrega toda e qualquer ação humana que comporte a idéia de trabalho como conceito físico” (CARVALHO, 1998, p. 49). Modernamente, o termo refere-se

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em especial aos exercícios executados com o fim de manter a saúde física, mental e espiritual; em outras palavras a “boa forma física e mental”. Qualquer tarefa, atividade ou trabalho que resulte em gasto energético é atividade física.

Atividade física pode ser exemplificada por jogos, danças, lutas, exercício físico, esportes, atividades de ginástica laboral e caminhadas (PITANGA, 2004). “Atividade física é o corpo em ação. São os músculos esqueléticos do corpo (aqueles que podemos controlar voluntariamente) gastando energia, contraindo-se e relaxando, numa sequência coordenada entre a ação do tecido muscular e os tendões e os ossos” (SABA, 2003, p. 46). Nahas (2010) cita alguns aspectos funcionais e de saúde que podem ser melhorados com atividade física regular, são eles: Equilíbrio, postura, locomoção, mobilidade, tempo de reação, osteoporose, dificuldade respiratória, dores lombares, ansiedade e depressão e circulação periférica.

Existem evidências bastante significativas da influência da atividade física na melhoria da eficiência do sistema imunológico, fato que pode reduzir a incidência de alguns tipos de câncer e melhorar a resistência de pacientes com AIDS. Por outro lado, a adoção de estilo de vida fisicamente ativo, irá proporcionar mudança de comportamento dos indivíduos, o que contribui para a redução de diversos agravos à saúde (PITANGA, 2004, p.49).

A atividade física regular aumenta a longevidade, diminui o risco de DC, câncer e outras doenças de estilo de vida inativo. “A atividade física regular expande o período de vigor adulto e comprime o período de doença que geralmente precede a morte” (SHARKEY, 1998, p. 37).

A atividade física reduz a ansiedade e a depressão. Com essa afirmação Sharkey (1998) afirma que se a atividade física fosse uma droga, e pudesse mostrar-se efetiva na prevenção e tratamento de ansiedade e depressão, ela seria aclamada como um milagre moderno e render bilhões à companhia que possuísse sua fórmula. “Bem, mas a atividade física não é uma droga e sim um comportamento adquirido que requer a motivação para começar e a persistência para aderir a um programa” (SHARKEY, 1998, p. 40).

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Sharkey (1998), destaca ainda que manter um estilo de vida ativo inclui eliminação de componentes negativos para a saúde. São eles, fumo, drogas e o uso do álcool. O cigarro é causador de 400.000 mortes anualmente, 30% por câncer e 21% mortes cardiovasculares.

A falta de atividade física é agora considerada um fator de risco para doença do coração, tão importante como o colesterol alto, a pressão arterial alta e o fumo, não porque a atividade física seja tão potente, mas porque muitos de nós são inativos ou sedentários. A inatividade contribui para um número substancial (34%) das mortes causadas por doenças cardíacas e aproxima-se de U$ 5,7 bilhões em custos médicos anuais (SHARKEY, 1998, p. 17).

A população deveria dar mais ênfase ao estilo de vida, incluir atividade física, alimentação saudável. Isso contribuiria muito para a redução do surgimento de diversas disfunções crônico-degenerativas (PITANGA, 2004). Saba (2003) compreende que as pessoas têm motivo de sobra para praticar atividade física, muitas vão atrás de amigos que já praticam outros buscam novas amizades. Há também quem pratica por orientação médica, melhora da auto-estima, alterações corporais, ou melhorias biológicas urgentes. Mesmo assim 50 – 60% da população ainda são sedentários.

1.1.2 Saúde

A organização Mundial de saúde (OMS) definiu saúde como um completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de doenças (SABA, 2003). Saúde, de outra forma, também pode ser definida não somente como ausência de doença, mas sim como um completo bem estar (PITANGA, 2004). “Pode-se também definir saúde como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, cada uma caracterizada por pólos positivos e negativos” (PITANGA, 2004, p.12). Os pólos positivos podem estar ligados ao dia-a-dia, como se viver o cotidiano, saber apreciá-lo, meio ambiente, estilo social, estilo de vida, fatores biológicos. E o pólo negativo está associado com a morbidade e mortalidade (PITANGA, 2004).

“A saúde é considerada uma condição humana com dimensões física, social e psicológica” (NAHAS, 2010, p.21).

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Comparando as pessoas de hoje com séculos passados, estamos em vantagens. Os recursos da medicina e as condições de vida em geral da população são superiores às de um século atrás. “Vive-se mais e com mais saúde” (NAHAS, 2010, p.22). Mas ainda estamos longe de ser um país saudável. Alimentação inadequada, estresse excessivo, sedentarismo e estilo de vida estão entre os fatores que contribuem para uma má qualidade de vida (NAHAS, 2010).

“Nos dias de hoje, o sedentarismo não é privilégio de uma classe rica que ostenta a inatividade, como já foi no passado. O sedentarismo foi eleito, pela organização Mundial de Saúde (OMS), um dos principais inimigos da saúde pública, responsável pelo aumento do risco de morte por todas as causas, sendo o fator de risco com maior prevalência na população brasileira” (SABA, 2003, p. 139).

Não podemos deixar de salientar que os gastos em saúde pública relacionados à doenças causadas pelo sedentarismo chegam a 70% (SABA, 2003). Matsudo e Matsudo (2007) relatam que a alta prevalência de índices de morbi-mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis está também associada ao sedentarismo e, este, portanto, tem sido apontado como o inimigo número um da saúde publica.

Manoel (2002), em um de seus estudos argumenta que a saúde de um indivíduo está relacionada à sua qualidade de vida. Se tivermos uma vida que inclua alimentação saudável, atividade física regular, sem estresse, convívio social e com amigos e familiares, temos uma boa qualidade de vida.

Saba (2003) diz que não se espera a doença se manifestar para começar a trata - lá. Hoje a ciência deve vir ajudar a prevenir problemas de saúde. Hoje no século XXI, uma pessoa pode ser considerada saudável se estiver apta a realizar tarefas do dia a dia.

“A saúde é um dos nossos atributos mais preciosos. Mesmo assim, a maioria das pessoas só pensa em manter ou melhorar a saúde quando esta se acha ameaçada mais seriamente e os sintomas de doenças são evidentes” (NAHAS, 2010, p.21). Segundo Guiselini (2004), todos buscam ter saúde, pois sem ela os demais objetivos a serem alcançados seriam impossíveis, mesmo assim a saúde para milhares de pessoas não tem seu devido valor.

“Saúde e doença estão lado a lado, num limite de proximidade muito grande, pois a ausência de uma é a predominância de outra. Quando a doença passa a existir as pessoas não medem esforços para se livrar dela; deveria ser o contrário, as pessoas não medem esforços para terem saúde” (GUISELINI, 2004, p.60).

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De uma forma ou de outra, a população sempre busca ter saúde, se tem saúde o resto a gente busca “como diz o dito popular. Porém a população na maioria das vezes só busca saúde quando está já esta ameaçada, por doenças já instaladas. A população não busca a prevenção e sim o tratamento.

1.1.3 Atividade Física e Saúde

“Há séculos especula-se sobre o papel da atividade física na saúde de todas as pessoas, mas somente nas últimas décadas investigações científicas produziram as reais evidências de associação entre atividade física e saúde” (NAHAS, 2010, p. 137).

Nahas (2010), tematiza em um de seus estudos alguns benefícios de um estilo de vida ativo. Entre os benefícios cita que: Promove o bem-estar psicológico e melhorar a auto-estima; Reduz o risco de morte por doença prematura; Reduz o risco de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, hipertensão; Reduz a sensação de depressão e ansiedade; Ajuda no controle da pressão arterial; Auxilia no controle de peso e independência dos idosos; Auxilia no desenvolvimento e manutenção dos ossos, músculos, e articulações. “A atividade física regular pode trazer vários benefícios à saúde, reduzindo o risco de pessoas desenvolverem doenças crônicas” (NAHAS, 2010, p. 138).

A atividade física não só previne, mas retarda o aparecimento de doenças causadas pela inatividade física. “No que se refere especificamente à relação atividade física e saúde, certamente tem validade a idéia de que a atividade física propicia a saúde e remedia a doença” (CARVALHO, 1998, p.27). Desta forma, a atividade física relacionada à saúde:

No contexto das redes multicausais, aparece como um dos fatores que poderia modificar o risco dos indivíduos de adoecerem. Em primeiro lugar, existem evidências bastante significativas da influência da atividade física na melhoria da eficiência do sistema imunológico, fato que pode reduzir a incidência de alguns tipos de câncer e melhorar a resistência de pacientes com AIDS. Por outro lado, a adoção de estilo de vida ativo fisicamente, irá proporcionar mudança de comportamento dos indivíduos. Além disto, poderíamos proporcionar modificações no meio ambiente, mediante a criação de espaços adequados para prática de atividade física (PITANGA, 2000, p.51).

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Porém, em relação à saúde, as atividades físicas do cotidiano deveriam ser mais incentivadas e praticadas por todos, para que haja um maior gasto energético diário. Estas atividades são compostas por atividades do trabalho, atividades domésticas, deslocamentos entre outros (PITANGA, 2004). “Devem ser incentivadas pelos profissionais de educação física na perspectiva de que o aumento do gasto energético é inversamente associado ao desenvolvimento de fatores de risco e mortalidade cardiovascular” (PITANGA, 2004, p.17).

A atividade física é um dos fatores que poderiam diminuir os riscos de indivíduos adoecerem, pois melhora o sistema imunológico, com isso o risco de contrair uma doença infecciosa ou desenvolver doenças crônicas diminui.

O corpo humano foi feito para o exercício. Quando nos tornamos inativos, as articulações incham, os músculos enfraquecem, o aumento de gordura afeta o sistema circulatório, o coração perde a força e consequentemente, ficamos mais expostos a doenças. A falta de atividade física é atualmente considerada um fator de risco para doença do coração, tanto quanto o colesterol alto, a pressão arterial alta e o fumo, não porque a atividade física seja potente, mas porque a grande maioria das pessoas é inativa ou sedentária, isto é, não se exercitam o suficiente (ALLSEN et al. 2001; SHARKEY, 1998, apud GUISELINI, 2004, pag. 71).

E por outro lado a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo contribui na melhoria ou mudança no comportamento do indivíduo, com isso contribui para a redução de diversos agraves (PITANGA, 2004). Pesquisas em diversos países, inclusive no Brasil, tem mostrado que o estilo de vida, mais do que nunca, passou a ser um dos mais importantes determinantes da saúde de indivíduos, grupos e comunidade.

Pitanga (2004, p.16), cita que,

Os aspectos ambientais e comportamentais estão diretamente relacionados à saúde e qualidade de vida, que, por sua vez, possuem um conjunto de determinantes e condicionantes, caracterizado por alimentação, moradia, saneamento básico, transporte, trabalho, renda, poluição ambiental, educação, lazer atividade física e serviços essenciais.

A atividade física em geral é orientada pelo profissional de educação física, que por sua vez, deve orientar e educar o praticante. Para tanto, cumpre a este conhecer o nível de atividade física de determinada população, para assim compreender o panorama sócio-cultural no qual vivem os indivíduos. A seguir tentamos conhecer a realidade

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epidemiológica do município de Redentora-Rs em relação ao nível de atividade física regular.

2. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

2.1 Histórico Social do Município de Redentora

O Município de Redentora conta hoje com cobertura de 100% de equipe de estratégia de saúde da família. O número de óbitos no município em 2007 foi de 53, em 2008 de 59 óbitos e em 2009 foi de 62. As principais causas por faixa etária e sexo foram:

Sexo Masculino

Faixa et ária de Caus as

0 a 10 anos Doenças respi ratórias,

Diarreicas , desnut riç ão, anemia aguda. 10 a 20 anos Doenças infecci osas e parasit ári as

20 a 30 anos Doenças do aparel ho respi ratório e homicídios 30 a 40 anos Doenças do aparel ho ci rcul atório

40 a 60 anos Ins ufi ci ênci a cardíaca, doenças respi ratóri as, neopl asi as, sui cídio s e homi cídios .

Mais de 60 anos Infarto do miocárdio e arritmi a cardí aca

Sexo Feminino:

Faixa et ária de Caus as

0 a 10 anos Doenças respi ratórias, des nut ri ção, desidrat ação e Anemi a aguda

10 a 20 anos Doenças infecci osas e parasit ári as

20 a 40 anos Neopl asi a, doenças do aparelho respi rat ório. 40 a 60 anos Doenças do aparel ho ci rcul atório

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Dados do DATASUS de 2011 que mostram a taxa de mortalidade por diferentes causas no Município de Redentora-Rs.

Motivo obtido Número de óbito na 15°

Coordenadoria Regional de Saúde

Número de óbitos Redentora

Sem assistência médica 72 6,3% 5 7,2%

Todas as idades e ambos os sexos 1.150 7,1% 69 6,8%

Causas mal definidas 76 6,6% 3 4,3%

Gravidez parto/puerpério 1 1

Causas definidas 1.074 93,4% 66 95,7%

Mulheres com idade fértil 49 10,6% 4 16,7%

Câncer de mama 16 19,5% 1 20%

Isquêmicas do coração 30-59 anos 21 32,7% 0 0

Isquêmicas do coração 60anos + 94 394,8% 7 638,7%

Morte por infarto 30-59 anos 18 28,1% 0 0

Morte por infarto 60 anos + 83 348,6% 7 638,7%

Diabetes mellitus 50 210,0% 4 365,0%

Acima apresentamos os dados do Município de Redentora acerca da proporção de óbitos nas internações por infarto agudo do miocárdio de acordo com os dados do índice de desempenho do SUS (IDSUS 2011). Este é um indicador de síntese que faz uma aferição contextualizada de desempenho do SUS quanto ao acesso (potencial e obtido). Alguns parâmetros são levados em consideração para calcular o IDSUS: Exame citopatológicos de colo de útero; Mamografia; Tuberculose e hanseníase; Proporção de parto normal; Proporção de óbitos nas internações por infarto agudo do miocárdio. Esses indicadores formam uma nota de 0 a 10. As notas obtidas para cada indicador resultam em índices de acesso a qualidade nos diferentes níveis de atenção e no IDSUS.

Esses dados indicam que o município de Redentora com 10.222 habitantes está com uma nota 8,05. Ronda Alta, que possui 10.221 habitantes tem nota 5,27. Arvorezinha, que possui 10.225 habitantes tem nota 5,87. Redentora, portanto, está com um índice alto de acordo com o número de habitantes, comparado a outros municípios da região e do Estado.

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No ranking do IDH (índice de desenvolvimento humano) que é um indicador de qualidade de vida, dados divulgados em 2003, o município de Redentora está em 3,474 lugar. Com números ainda muito baixos, IDH em 1991 0,581 e 2000 0,669, tendo um aumento significativo pois aumentou a renda (1991 - 0,507, 2000 – 0,536), longevidade (1991 – 0,570 , 2000 – 0,669) e educação (1991 – 0,659, 2000 – 0,803). Outros dados em relação ao IDH nos mostram que na lista da SDH (Secretaria de Direitos Humanos), o Brasil ainda continua fora da lista dos 50 países com melhores condições de vida. Conta como indicadores de avaliação: a escolaridade, a longevidade, a renda familiar.

A análise da situação de saúde das populações encontra espaço privilegiado na Epidemiologia e em outras disciplinas afins, contribuindo na definição de políticas públicas e na avaliação do impacto de intervenções (Castellanos, 1997 citado por ROUQUAYROL, 1999; ALMEIDA FILHO, 1999). Os indicadores básicos de desenvolvimento humano assumem importância fundamental em toda análise da situação de saúde, pois documentam as condições de vida da população e dimensionam o espaço social em que ocorrem as mudanças no estado de saúde (OPAS, 1998, citado por ROUQUAYROL, 1999; ALMEIDA FILHO, 1999).

Segundo Rouquayrol et al (1999), para se medir ou avaliar a saúde de uma população é primordial buscar dados de “não saúde”, dados de óbitos e suas reais causas. Porém, muitos desses óbitos não são registrados. Estima-se que 250.000 óbitos ocorridos no Brasil deixaram de ser registrados. Isso tem um impacto negativo para se avaliar e buscar dados de populações.

A atividade física mais desenvolvida pela população de Redentora é a caminhada. O município conta com uma academia específica para o grupo da 3° idade que realiza atividades três vezes na semana sob orientação de um profissional de educação física. Não existe nenhuma academia particular. Está sendo construída uma pública na Praça Redenção com previsão de início das atividades no 1° trimestre de 2013. As escolas Municipais Maria Belmonte Alberto e Assis Brasil que são as maiores escolas em número de alunos e as Escolas Estaduais, Feliciano Jorge Albert e Américo dos Santos, desenvolvem atividades físicas com crianças e adolescentes conforme currículo escolar.

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2.2 População e Amostra

A população do estudo é composta por 10.222 habitantes, sendo 4.033 indígenas e 6.189 não indígenas. A amostra ficou composta por 240 habitantes, sendo: da população urbana 80 habitantes (40 sexo feminino e 40 sexo masculino); da população rural 80 habitantes (40 sexo feminino e 40 sexo masculino); e, da população indígena 80 habitantes (40 sexo feminino e 40 do sexo masculino). Todos com idade acima de 18 anos, residentes no Município.

Os dados foram coletados da seguinte forma: na área rural não indígena: escolha aleatória de duas comunidades no interior: 1) Sítio Cassemiro, que abrange uma população em torno de 660 habitantes; 2) Vila São João, com uma população em torno de 700 habitantes. Na área indígena, os dados foram coletados junto aos postos de saúde e comunidade de Estiva, São João do Irapuá e Missão. Na área urbana, junto a Secretaria Municipal de Saúde de Redentora-RS, e coleta nas casas, nas ruas Pedro Cordenunci, Avenida Constante Luiz Gemelli e Rua Pedro Luiz costa. A coleta foi através de questionário, sendo aplicado pelo próprio pesquisador. Alguns foram distribuídos e coletados no local.

A primeira parte do questionário objetivou coletar dados pessoais como sexo, idade, profissão, dentre outros a fim de obtermos características da população abrangida. A segunda parte do questionário visou buscar informações quanto ao Nível de atividade física habitual da população.

2.3 Apresentação e Análise dos Dados

Apresentam-se a seguir gráficos com resultados do estudo epidemiológico realizado no município de Redentora-RS, que buscou coletar dados e analisar o nível de atividade física regular da população. A coleta dos dados foi realizada em diferentes comunidades, bairros e ruas da cidade através de questionário.

A análise dos resultados foi a partir dos estudos de Nahas (2010), os quais avaliam o nível de atividade física de um indivíduo e classifica-o em: Inativo – que não pratica

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nenhuma atividade física semanal, ou, que não acumula nem dez minutos diários de atividade de intensidade moderada. Pouco ativo – que pratica alguma atividade física pelo menos uma vez na semana. Moderadamente ativo – que pratica atividade física com intensidade moderada pelo menos três vezes na semana. Muito ativo – pratica atividade física com intensidade moderada cinco vezes na semana e no mínimo 30 minutos diários.

Após a coleta de dados foram analisados, primeiramente o gênero, logo após faixa etária, escolaridade, local onde reside, o total da população e o motivo pelo qual não pratica atividade física regular.

2.4 Nível de Atividade Física de Acordo com Gênero

Os gráficos 01 e 02 nos mostram os níveis de atividade física regular da população de Redentora-Rs. De acordo com o gênero, os resultados nos mostram que há uma prevalência maior do sedentarismo no sexo feminino, quando 66% são inativas, não praticam nenhuma atividade física regular. No sexo masculino 45% são inativos. Isso evidencia que a população feminina como a mais atingida pelo problema do sedentarismo. Em relação a indivíduos muito ativos em Redentora-RS os homens apresentaram 1,6% enquanto as mulheres 2,5%. No total da amostra as mulheres mostraram nível maior de sedentarismo em relação aos homens.

Gráfico 1. Nível de atividade física de acordo com o gênero.

Gênero Feminino

66% 21% 10% 3% Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

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Gráfico 2. Nível de atividade física de acordo com o gênero.

Gênero Masculino

44% 31% 23% 2% Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

Fonte: Foguesato, Francine 2012

Comparando esses dados com outros estudos, eles mostram que a prevalência do sedentarismo é maior no gênero feminino em diferentes estados. Um levantamento feito em 1990 apontou que 70% dos Paulistanos seriam sedentários, sendo que a prevalência maior seria entre as mulheres (80%) do que entre os homens (60%) (MATSUDO; MATSUDO, 2007).

Uma pesquisa realizada na cidade de São Leopoldo- RS investigou a atividade física no lazer no gênero feminino. A amostra contou com 1026 participantes. Entre as mulheres entrevistadas 37% foram classificadas como sedentárias e somente 3,6% são consideradas ativas (praticam atividade física três ou mais vezes na semana com intensidade média a forte) e 59,4% são insuficientemente ativas. Sendo assim 96,4% das mulheres de São Leopoldo não usufruem dos benefícios da prática de atividade física (MASSON et al, 2005).

No Município de Redentora-RS, temos um percentual de 1, 6% de homens que são ativos, mas, muitos são atletas de final de semana e correm o risco de tornar a prática desse exercício físico um perigo para sua saúde. O pesquisador José Fernandes Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro aponta que homens cuja única atividade física é a partida de futebol que disputam nos finais de semana, não são considerados sujeitos ativos e estão expostos a risco, pois seu corpo está acostumado a não praticar atividade física regular. Então nas partidas de futebol nos fins de semana esses atletas passam dos “limites” que seu corpo está acostumado. Com isso, o risco de um enfarte agudo do

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miocárdio é relativamente maior. Seu corpo sofre um estresse físico (POLLOCK; WILMORE ,1993).

O grande problema é que esse estresse físico não significa uma melhora da condição física. O estresse cardíaco a que eles se submetem durante as partidas é muito alto, excede os limites de segurança e torna a prática esportiva um risco (POLLOCK; WILMORE ,1993).

Concluindo, temos um percentual muito alto de indivíduos do gênero feminino (87%) e masculino (75%) em Redentora, que não usufruem dos benefícios da prática de atividade física regular para melhoria de sua saúde e qualidade de vida.

2.5 Nível de Atividade Física de Acordo com a Escolaridade

Com relação aos níveis de atividade física de acordo com a escolaridade, os gráficos 03, 04 e 05 nos mostra que indivíduos com escolaridade menor (ensino fundamental), mostraram maior índice de sedentarismo (inativos 62%), quando comparado com indivíduos com escolaridade de ensino médio (39% inativos) e ensino superior (49% inativos).

Gráfico 3. Nível de atividade física de acordo com a escolaridade.

63% 31% 6% 0%

Ensino Fundamental

Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

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Gráfico 4. Nível de atividade física de acordo com a escolaridade. 40% 33% 25% 2%

Ensino Médio

Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

Gráfico 5. Nível de atividade física de acordo com a escolaridade.

50% 22% 18% 10%

Ensino Superior

Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

2.6 Nível de Atividade Física de Acordo com a Faixa Etária

A expectativa de vida no Brasil tem tido um aumento significativo segundo dados do IBGE (2003). Em 1950 a expectativa de vida era de 43,4 anos, em 1980 aumentou para 60,1 anos, e em 1999 subiu para 68,4 anos e para 2012 de 73 anos (Forti, et al, 2004). Segundo dados do Ministério da Saúde (2000), a população de idosos no Brasil em 2025 será de 32 milhões, correspondendo 15% da população do país (Forti, et al, 2004).

Algumas tentativas foram levadas a cabo nos últimos anos para determinar o nível de atividade física no Brasil. Em 1998 o Ministério da Saúde desenvolveu o

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projeto saúde. Um levantamento sobre o estilo de vida, entre outras variáveis, procurou detectar o nível de atividade física dos Brasileiros entre 18 e 55 anos. Foram 2.003 entrevistas em 12 cidades, verificando-se que 67% dos respondentes afirmaram não praticar exercícios físicos regularmente (NAHAS, 2010).

De acordo com os gráficos 06, 07, 08 e 09, a população mais sedentária em Redentora-RS está na faixa etária de 40 a 50 anos, e os mais ativos são jovens e os acima de 60 anos.

Essa população idosa com índice mais alto de atividade física regular se dá devido ao espaço da academia da melhor idade, onde essa população participa de atividade física três vezes na semana. Os bailes da melhor idade duas vezes na semana, além de encontros semanais e palestras da secretaria municipal de saúde sobre informações referentes à importância da alimentação, da atividade física e controle de medicação. Há espaço e oportunidades para que essa população seja ativa e tenha uma melhor qualidade.

A população mais jovem usa como espaço de lazer o ginásio e a quadra aberta para a prática de esportes. Já a população da meia idade não frequenta esses mesmos espaços junto com a melhor idade e nem com os jovens, pois se sentem constrangidos. A academia pública na Praça Redenção será um ótimo espaço para que essa população da meia idade possa se adaptar a um espaço adequado para a prática de atividade física e faça com que índice de sedentarismo nessa faixa etária diminua.

Gráfico 6. Nível de atividade física de acordo Faixa etária.

Faixa etária 15 a 24

35% 30% 28% 7% Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

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Gráfico 7. Nível de atividade física de acordo Faixa etária

Faixa etária 25 a 39

60% 20% 15% 5% Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

Gráfico 8. Nível de atividade física de acordo Faixa etária.

61% 26% 13% 0%

Faixa etária 40 a 59

Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

(32)

Gráfico 9. Nível de atividade física de acordo Faixa etária. 32% 35% 20% 13%

Faixa etária 60 +

Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

O gráfico acima mostra que a população com mais de 60 anos é mais ativa que as demais. Motta (2002) aponta que as pessoas idosas tendem a dar cada vez mais importância à manutenção e melhoramento de suas capacidades funcionais, uma vez que estas contribuem para a sua independência, mobilidade funcional, ou seja, para uma melhoria da sua qualidade de vida. Shephard (2003) destaca que a prática de exercício físico na velhice pode trazer uma melhoria social, na saúde física, emocional e diminuir o risco de doenças crônicas, além da manutenção das funções. Bromn e associados observaram que doenças coronarianas em homens com mais de 65 anos eram menores entre aqueles que tinham estilo de vida ativo durante toda a vida, em comparação com os sedentários (POLLOCK; WILMORE, 1993).

2.7 Nível de Atividade Física de Acordo com o Lugar Onde Reside a População: Indígena, Urbana e Rural

Em relação à população de Redentora no que diz respeito ao lugar onde reside, os gráficos 10, 11 e 12 nos mostram que a população indígena é mais sedentária (62%) em relação à urbana (47%) e rural (43%). A população rural é mais ativa com (6%) quando comparada com a urbana (5%) e indígena (1%).

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Dado esse bastante preocupante no que diz respeito a nossa população indígena, pois hoje temos um alto índice de indígenas desenvolvendo “doenças dos brancos” como eles costumam dizer, que seus povos mais antigos não conviviam com essas doenças. Doenças da civilização como alguns indígenas costumam mencionar. Porém, os costumes dos antigos povos eram diferentes da rotina diária de hoje: eles usavam a caça, a pesca, a agricultura e o artesanato para manter-se ativos. Hoje, com a civilização eles não produzem seu alimento, sendo tudo industrializado, vivendo uma rotina de sedentarismo.

De acordo com Pereira (2002), a prática de atividade física em geral para a população é importante, pois há uma melhora nas funções orgânicas, ajudando a minimizar os efeitos do envelhecimento dessa população. “Alguns estudos demonstraram que indivíduos treinados fisicamente: aumentam sua capacidade aeróbia, diminuem a pressão sanguínea e a concentração plasmática de trigliceróis e da quantidade total de lipoproteínas (LDL), aumentando o HDL e a sensibilidade à insulina” (PEREIRA, 2002, p. 84).

A cidade de Florianópolis lidera em ranking em atividade física, com 41% da população ativa, que pratica atividade física regular. Podemos levar em consideração os inúmeros lugares adequados para a prática de atividades físicas e esportivas. Na outra ponta está Porto Velho RO, com apenas 26% de adultos engajados em alguma atividade física. Um fator relevante é a falta de políticas públicas efetivas neste Estado (Brasil, Ministério da saúde, 2011). Nos gráficos abaixo a realidade das populações indígenas, rurais e urbanas.

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Gráfico 10. Nível de atividade física de acordo com lugar onde reside.

Área Indígena

62% 24% 9% 5% Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

Gráfico 11. Nível de atividade física de acordo com lugar onde reside.

Área Rural

44% 35% 15% 6% Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

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Gráfico 12. Nível de atividade física de acordo com lugar onde reside.

Área Urbana

48% 30% 21% 1% Inativo Pouco Ativo Mod. Ativo Muito Ativo

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

2.8 Níveis de Atividade Física Regular da População de Redentora – RS

Conforme mostra o gráfico 13 os resultados obtidos indicam que (51%) do total da população adulta é inativa, (29%) pouco ativa, (15%) moderadamente ativa e apenas (4%) muito ativa. Isto nos mostra que a população de Redentora-RS no que diz respeito à prática de atividade física regular está muito abaixo dos padrões desejáveis. Ainda é pequeno o percentual da população que é muito ativo (4%).

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Gráfico 13. Nível de atividade física da população.

Nível de atividade física População

51% 30% 15% 4% inativa Pouco ativa Mod. Ativa Muito ativa

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

No Brasil, estima-se que 50-60% da população sejam sedentários (PITANGA, 2004). Os países mais atuantes no desenvolvimento de pesquisas sobre prevalência do sedentarismo são: Austrália, EUA, Filândia e Canadá, sendo que cada um utilizou um instrumento diferente para medida da atividade física (PITANGA, 2004, p. 60).

Gráfico 14. Prelavência do Sedentarismo

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Brasil Canadá EUA

Brasil Austrália Canadá FiLândia EUA Fonte: Pitanga, 2004.

Em 2002-2003, uma pesquisa realizada em 15 capitais no Brasil, revelou que Belém com (28,2%) seria a capital com menor porcentagem de indivíduos

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insuficientemente ativos, e em segundo Porto Alegre com (30,4%). As capitais com maior índice de sedentarismo foram: João Pessoa (54,5%), Florianópolis (44,4%), e Rio de Janeiro (43,7%) (MATSUDO; MATSUDO, 2007).

“Segundo o dito popular, há pessoas que gostariam que o mundo terminasse em barranco só para morrer encostadas. Parece exagero, soa até mesmo engraçado, mas aponta um perigo real. O perigo de se render à preguiça e tornar-se uma pessoa acomodada ao sedentarismo” (SABA, 2003, p. 148). O sedentarismo é quando a pessoa se movimenta pouco, evita o movimento, ou quem não realiza nenhuma atividade física, diferentes dos hábitos normais, sair da rotina diária (SABA, 2003).

Sharkey (1998) apresenta resultados bastante assustadores no que diz respeito ao sedentarismo. Aproximadamente 250.000 vidas são perdidas anualmente no mundo devido ao estilo de vida sedentário. Comparando isso a vidas perdidas por acidentes automobilísticos (menos de 50.000), com o número de vidas perdidas por ano pelo ato sexual sem proteção (30.000) ou com o número perdido em toda a guerra do Vietnã (58.000).

Um estudo realizado pelos Centros de Prevenção e controle de doença estimou os seguintes níveis de atividade física para a população Brasileira; fisicamente inativo 30,5%, irregularmente ativo 28,5%, regularmente ativo 31,9%, e regularmente ativo, intensivo 9,1%. Estes números mostram que a população não é ativa suficiente para assegurar os benefícios físicos e mentais que a atividade física regular trás (SHARKEY, 1998).

Analisando os dados de Redentora percebe-se que 81% da população não prática atividade física regular, deixando de usufruir dos vários benefícios que essa prática pode trazer para melhorar a saúde e qualidade de vida. E apenas 4% é muito ativa, ficando abaixo dos níveis da população Brasileira que seria 9,1% segundo estudo de Sharkey (1998).

2.9 Em Relação aos Motivos pela qual a População é Sedentária

O gráfico 15 nos mostra os motivos apresentados pela população em relação a não praticar exercício físico ou atividade física regular. Entre eles os que mais se

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destacaram foram: falta de tempo com (27%), falta de hábito (16%), e difícil acesso (12%). Pereira (2002), cita que entre os objetivos para a prática de atividade física, o incentivo aparece como destaque. O que hoje falta à população do Município de Redentora-RS é mais incentivo à prática de atividade física e a falta de uma política pública adequada e clara.

Gráfico 15. Motivo da não prática de atividade física pela população.

Dificíl Acesso Acomodação Falta de tempo Preguiça Falta de Hábito Outros

Fonte: Foguesato, Francine 2012.

Segundo estudo de Nahas (2010) apesar dos conhecidos benefícios sociais, psicológicos e fisiológicos decorrentes da prática regular de atividades físicas, muitas pessoas ainda escolhem ou dizem não ter condições de se exercitar. Dependendo do grupo investigado, a lista de motivos para não se exercitar varia, mas a razão mais apontada em primeiro lugar é sempre a falta de tempo. “Outros motivos apontados são: falta de informação sobre os benefícios e sobre como se exercitar; falta de instalações adequadas e convenientes, fadiga geral em função da longa jornada de trabalho” (NAHAS, 2010, p. 152).

Programas de incentivo a prática de atividade física deveriam ser estimulados por políticas públicas. A atividade física precisa estar incorporada não somente no cotidiano de uma população, mas também em sua cultura.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo pesquisar e analisar o nível de atividade física regular da população de Redentora-RS. Tratou-se de uma pesquisa epidemiológica, feita por inquéritos através do instrumento questionário. Foram coletados os dados na área urbana, área rural e área indígena do Município.

Considerando os resultados obtidos e apresentados, um percentual muito grande da população é sedentária: a) (51%) da população não pratica nenhuma atividade física regular, são inativos; b) (4%) são muito ativos; c) (15%) são moderadamente ativos; e (29%) são pouco ativos. Um índice muito preocupante e alto (81%) de indivíduos que não praticam atividade física.

Na cidade falta infra-estrutura adequada para a prática, falta espaços adequados e incentivos por parte dos órgãos públicos. Em suma, faltam políticas públicas para que esse índice tenha uma significativa melhora.

O estilo de vida e em particular a atividade física, tem sido um fator determinante na qualidade de vida das pessoas, quando relacionado à saúde. Porque a atividade física esta associada à maior capacidade de trabalho físico e mental, entusiasmo para a vida e bem estar (NAHAS, 2010).

Estilo de vida é um conjunto de hábitos ou comportamentos auto determinados ou adquiridos por influência social/cultural. Inclui as preferências dietéticas, a quantidade de calorias ingeridas diariamente, o consumo de tabaco e álcool, o uso de medicações sem a devida prescrição ou acompanhamento, a inatividade física, a opção pelo lazer sedentário e a não adoção de tratamentos ou medidas preventivas (GONÇALVES, et al, 2004, p.53).

Em todo o mundo observa-se um aumento da obesidade, diabetes, cardiopatias e outras doenças. É o que se relaciona pelo menos em parte à falta da prática de atividade física. Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de

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gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabete, diminuição do colesterol total e aumento do HDL, diminuição colesterol ruim.

Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e controle de doenças sendo importantes na redução da mortalidade associada a elas. Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de vida da população de Redentora seria capaz de provocar uma grande melhora na saúde e qualidade de vida. Isso implica em dizer que diariamente seria necessário realizar atividade física pelo menos 30 minutos. Os benefícios da atividade física é algo incontestável, uma vez que toda e qualquer atividade física devidamente realizada é vantajosa.

Sendo assim podemos concluir que a atividade física manifesta efeitos primários e secundários para a nossa saúde. Mesmo assim um percentual muito grande da população de Redentora não usufrui desse beneficio para manutenção de sua saúde e melhoria na sua qualidade de vida. “O médico do futuro não receitará remédios, mas fará seus pacientes se interessarem em cuidar do corpo humano com dietas e também se interessarem pelas causas e prevenções de doenças” (GUISELINI, 2004, p.68).

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