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Educação em espaços não formais: o projeto CASCA no município de Delmiro Gouveia - AL

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS DO SERTÃO LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA. VANILDA RODRIGUES DE LIMA. EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS: O PROJETO CASCA NO MUNICÍPIO DE DELMIRO GOUVEIA/AL. Delmiro Gouveia – AL 2019.

(2) VANILDA RODRIGUES DE LIMA. EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS: O PROJETO CASCA NO MUNICÍPIO DE DELMIRO GOUVEIA/AL. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Pedagogia como requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia, sob a orientação da Profª Drª. Ana Cristina Conceição Santos.. Delmiro Gouveia – AL 2019.

(3) Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca do Campus Sertão Sede Delmiro Gouveia Bibliotecária responsável: Renata Oliveira de Souza – CRB-4/2209 L732e Lima, Vanilda Rodrigues de Educação em espaços não-formais: o projeto CASCA no município de Delmiro Gouveia – AL / Vanilda Rodrigues de Lima. – 2019. 76 f. : il. Orientação: Profa. Dra. Ana Cristina Conceição Santos. Monografia (Pedagogia) – Universidade Federal de Alagoas. Curso de Pedagogia. Delmiro Gouveia, 2019. 1. Educação não-formal. 2. Projeto CASCA. 3. Inclusão social. 4. Projeto social. 5. Delmiro Gouveia – Alagoas. I. Título. CDU: 37.013.42.

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(5) Dedico esta monografia aos meus pais Maria de Lourdes e Manoel (In memoriam) pelo exemplo de coragem e simplicidade durante suas vidas e sei que seria de grande felicidade compartilhar esse momento, mostrando que o filho do agricultor, com força e dedicação, alcança seus objetivos..

(6) AGRADECIMENTOS. Este trabalho é um dos momentos mais importante da minha vida por isso quero iniciar meus agradecimentos primeiramente a DEUS, que me deu força e coragem para vencer todos os obstáculos e dificuldades enfrentadas durante o curso, que me socorreu espiritualmente, dando-me serenidade e força para continuar. À professora Ana Cristina, minha orientadora, e homenageando-a agradeço a todo corpo docente do curso, em especial aos professores Laís e Marcos Sobral que me influenciaram muito no decorrer do curso mostrando todo amor e carinho pela pedagogia Aos meus pais (In memoriam) que com certeza neste momento estão fazendo falta, mas estiveram presentes em todos os momentos dessa minha jornada, e neles busquei força para hoje dar-lhes essa grande alegria e realizar o sonho principalmente de minha mãe que era ver dos seus doze filhos pelo menos um filho formado. A minha filha, que por muitas vezes me ajudou nas dificuldades e, mesmo quando não quis ajudar, pois isso me dava mais vontade de vencer e mostrar que eu conseguia. Não poderia esquecer amigos e amigas que entendiam minha ausência e distância durante o curso, e souberam me incentivar, torcendo por mim e hoje compartilham comigo toda essa felicidade. A todos dessa instituição (UFAL) que permitiram que eu chegasse onde estou. Meus colegas de classe que foram verdadeiros companheiros, juntos aprendemos a lutar, sofrer e vencer, chegamos juntos ao final do curso. Um destaque especial a amiga Marinete Oliveira, que trilhou lado a lado comigo e têm grande parcela de contribuição na minha graduação e sempre serei muito grata por isso..

(7) “A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática”. Paulo Freire.

(8) RESUMO. LIMA, Vanilda Rodrigues de. Educação em espaços não formais: o projeto CASCA no município de Delmiro Gouveia/AL. 2019, 75 f. Trabalho de Conclusão de Curso/TCC (Graduação em Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Federal de Alagoas/UFAL, Campus do Sertão/Delmiro Gouveia, 2019.. Na atualidade, a questão da mitigação das desigualdades sociais ganhou visão no cenário geral. A educação, assim como a escola, tem sido utilizada como meio de oportunizar mudanças efetivas. Diante dessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo compreender a importância da Educação Não-formal aplicada em comunidades socialmente vulneráveis a partir dos trabalhos realizados pelo Projeto CASCA, localizado na Vila 25, na cidade de Delmiro Gouveia -AL. Esta pesquisa é classificada como pesquisa básica buscando a descrição do objeto de estudo, o projeto social, e a relação com a comunidade em vista as práticas educacionais baseando-se no referencial teórico de Moacir Gadotti, acerca da definição da Educação Não-formal, e Maria da Glória Gohn, com estudos realizados na área da educação em vista ao papel do educador social. Para tanto, a metodologia adotada para este estudo é de abordagem quali-quantitativa, buscando a interpretação das informações e dados coletados por meio de entrevista realizada com o fundador do projeto social, assim como de uma escola da rede municipal de ensino, a qual matriculou na Educação Formal uma turma de indivíduos alfabetizados pelo projeto. Os resultados da pesquisa mostram como o processo de inclusão em comunidades de risco social é bastante importante para a sociedade, sendo a atuação de projetos sociais, tais como o objeto da pesquisa, essenciais para a unicidade social. Ao término do processo realizado durante este estudo, chega-se à conclusão que iniciativas como a realizada pelo projeto social pesquisado são de extrema importância para a sociedade, pois utilizam como cerne a Educação Não-formal para a inclusão social de indivíduos que vivem em áreas de risco. Palavras-chave: Educação Não-formal. Pedagogia. Inclusão Social..

(9) ABSTRACT. LIMA, Vanilda Rodrigues de. Educação em espaços não formais: o projeto CASCA no município de Delmiro Gouveia/AL. 2019, 75 f. Trabalho de Conclusão de Curso/TCC (Graduação em Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Federal de Alagoas/UFAL, Campus do Sertão/Delmiro Gouveia, 2019.. At present, the issue of mitigating social inequalities has gained insight in the general scenario. Education, as well as school, has been used as a means of bringing about effective change. Given this perspective, this paper aims to understand the importance of Non-formal Education applied in socially vulnerable communities from the work done by the CASCA Project, located in Vila 25, in the city of Delmiro Gouveia -AL. This research is classified as basic research seeking the description of the object of study, the social project, and the relationship with the community in view of educational practices based on Moacir Gadotti's theoretical framework about the definition of Nonformal Education, and Maria da Glória Gohn, with studies in the area of education in view of the role of the social educator. Therefore, the methodology adopted for this study is a qualitative and quantitative approach, seeking the interpretation of the information and data collected through an interview with the founder of the social project, as well as a school of the municipal school, which enrolled in Formal Education a group of individuals literate by the project. The research results show how the process of inclusion in social risk communities is very important for society, and the performance of social projects, such as the research object, are essential for social uniqueness. At the end of the process carried out during this study, it is concluded that initiatives such as the one carried out by the researched social project are extremely important for society, as they use Non-Formal Education as a core for the social inclusion of individuals living in urban areas. risky. Keywords: Non-formal Education. Pedagogy. Social Inclusion..

(10) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Localização do Projeto CASCA ................................................................ 47 Figura 2 - Comparação das fachadas do Projeto CASCA ......................................... 48.

(11) LISTA DE QUADROS. Quadro 1 - Atividades desenvolvidas pelo Projeto CASCA ....................................... 51.

(12) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1 - Faixa etária dos educandos ..................................................................... 55 Gráfico 2 - Percentual de alunos matriculados (sexo) ............................................... 56 Gráfico 3 - Resultados dos alunos matriculados ....................................................... 57 Gráfico 4 - Percentual de alunos que terminaram o período (sexo) .......................... 58.

(13) SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 1 ENTRE EDUCAÇÃO FORMAL E EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL: DIREITO DE APRENDER.................................................................................................... 19 1.1 Educação Formal e Educação Não-formal ................................................. 19 1.1.1 Distinção entre a Educação: Formal, Não-formal e Informal .......................... 21 1.2 Educação Formal e Políticas Públicas........................................................ 25 1.3 Direito à Educação: revisão da legislação nacional e mundial ................ 27 1.4 Sociologia da Educação............................................................................... 29 2 EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E A SOCIEDADE: A INCLUSÃO SOCIAL DE COMUNIDADES CARENTES ........................................................................ 31 2.1 Pedagogia Social .......................................................................................... 32 2.2 Espaços da Educação Não-formal .............................................................. 34 2.3 Educação Não-formal: metas, lacunas e metodologias ............................ 36 2.4 Educação como Forma de Inclusão Social ................................................ 37 3 A EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E PROJETOS SOCIAIS: A IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE .................................................................................... 40 3.1 Movimentos Sociais ..................................................................................... 40 3.2 Educação e Projetos Sociais ....................................................................... 42 3.3 Educadores Sociais ...................................................................................... 43 4 ANÁLISE E RESULTADOS DA PESQUISA ................................................. 46 4.1 Centro de Ação para Crianças e Adolescentes: o Projeto CASCA .......... 46 4.1.1 Breve histórico ................................................................................................ 46 4.1.2 Comunidade Atendida .................................................................................... 49 4.1.3 Atividades desenvolvidas................................................................................ 50 4.1.4 Metas e Objetivos ........................................................................................... 53 4.2 Educação Não-formal na Educação Formal: resultados educacionais ... 54 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 59 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 62 APÊNDICES ............................................................................................................. 65 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA PARA TCC ................................ 66 APÊNDICE B – ENTREVISTA: TRANSCRIÇÃO ..................................................... 68 ANEXOS ................................................................................................................... 72 ANEXO A – TERMO DE COMPLEMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (T.C.L.E.) ... 73 ANEXO B – OFÍCIO COLETA DE DADOS DE PESQUISA ..................................... 75.

(14) 12. INTRODUÇÃO. A pesquisa tem como justificativa a necessidade do projeto social para a comunidade, tendo em vista as desigualdades sociais apresentadas pela população, assim como a análise da colaboração da modalidade educacional da Educação Nãoformal para comunidades carentes, apesar das dificuldades em se manter essas atividades em comunidades. De acordo com Gohn (2006a), diferentemente da Educação Formal, a Educação Não-formal não necessita de um espaço fixo, tal como uma escola, sendo trabalhados aspectos da sociedade e que podem ser englobadas as atividades nesse meio, assim o processo educacional desenvolve o sentimento de identidade coletiva atribuindo o sentido de inclusão social para a comunidade atendida. Desse modo, a investigação de projetos sociais de comunidades, os quais atuam com atividades educacionais, são extremamente importantes para a sociedade e necessitam de estudos que subsidiem sua importância no contexto social, pois existem poucos estudos nessa área em comparação com a quantidade de projetos assistenciais existentes. Assim, o estudo da Educação Não-formal acrescenta a discussão acerca dos desafios do Pedagogo em face às questões sociais da comunidade na atualidade. “Ninguém escapa da educação” e essa é uma verdade mostrada por Brandão (2007, p. 10), pois a educação está presente de forma natural no cotidiano quando se ensina atividades cotidianas ainda dentro do convívio familiar. O autor quer explicar com essa afirmativa acerca das oportunidades de se participar do processo de educação além da expectativa da Educação Formal, assim é possível estar inserido no processo de ensino aprendizagem de diversas formas, sem preocupação com classes, pois não existe apenas um modelo de educação a ser aplicado. A educação é um dos requisitos fundamentais para a sociedade, pois é devido à sua natureza social. Ter acesso aos meios que possibilitam uma educação é um privilégio, contudo, anda mais importante, é um direito amplamente assegurado em diversos países no mundo. No Brasil, essa, também, é uma realidade, pois a população brasileira possui o direito à educação de forma gratuita e igualitária a todos, fazendo com que a negação em ter acesso a oportunidade de receber educação seja uma violação de seus direitos..

(15) 13. A realidade brasileira mostra que a educação é um direito estabelecido na Constituição Federal (CF), como também, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As leis servem para garantir o direito de acesso à escola, sendo do poder público a responsabilidade de regulação e verificação se as normas estão sendo atendidas. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é um dos órgãos internacionais responsáveis pela promoção do conceito que a educação deve ser adotada para toda a vida, portanto, não havendo restrição de idade ao direito de aprender para a humanidade (GADOTTI, 2005). Desse modo, o meio encontrado e que possibilita a educação é a escola, sendo a oferta de educação gratuita assegurada em todas as fases da escolarização, desde a educação infantil até o ensino superior, sendo considerados as faixas de idade próprias à cada fase no processo educacional. Gadotti (2005) afirma que o direito à educação possui maior relevância, pois está ligado ao direito de aprender, ou seja, não basta apenas estar matriculado em uma escola. O papel da educação tem sido modificado há muito tempo, quando, na Antiguidade, a educação possuía vieses dicotômicos ao ser um privilégio para aqueles que não precisavam trabalhar (BRANDÃO, 2007). Essa dura realidade durou por muitos séculos e passou a ser um direito amplo apenas na História recente. Contudo, a educação desempenha uma grande importância na formação da sociedade, sendo ela a responsável pela preparação dos indivíduos a desempenharem o seu papel na sociedade a que pertencem, através da capacitação de suas faculdades. Assim, o ideal da educação é reproduzir uma ordem social idealmente concebida como perfeita e necessária, através da transmissão, de geração a geração, das crenças, valores e habilidades que tornavam um homem tão mais perfeito quanto mais preparado para viver a cidade a que servia (BRANDÃO, 2007, p. 44).. Ao categorizar a educação como uma política social, é necessário esmiuçar as sutilezas que compreendem as políticas públicas. Dentre as particularidades, pode extrair as preocupações com a mercantilização do processo de educação, assim centrados na materialidade da questão enxergada pelo Estado como um obstáculo a ser transposto. Outra questão associada faz parte das discussões acerca das representações sociais que possuem bases na memória da sociedade (AZEVEDO, 2004)..

(16) 14. O desenvolvimento humano, assim como as mudanças na sociedade, está ligado à educação, da mesma forma como a educação que é voltada para as questões humanas na tentativa de dissolução de problemas sociais. Sob essa luz que a Pedagogia Social inicia seu caminho na busca incessante para difundir os ideais de orientar as mudanças para um mundo com maior equidade social, contudo, essa atribuição não possui o sentido de objetividade da questão que requer em políticas públicas, assim carecendo de maior profundidade para ser aprimorada (BAPTISTA, 2008). A Educação Formal possui a objetividade esperada para as políticas públicas em assistência educacional para a sociedade, com a definição de objetivos claros e específicos, a Educação Formal tem nas escolas e universidades o portal para dar acesso às pessoas a oportunidade de educação. Para tanto, são utilizados meios de organização centrados em matrizes educacionais e estruturas hierárquicas e burocráticas para garantir o funcionamento. Dentro desse, os papeis são representados desde os professores até o Ministro da Educação. Cada componente possui atribuições inerentes a seu cargo que desempenham papel importante em todo o processo, contudo, deixa em aberto possibilidades para aprimoramento devido à rigidez do sistema que dá origem a desigualdades sociais (GADOTTI, 2005). Em busca de preencher as lacunas da Educação, a Educação Não-formal promove a busca para a educação social com novas formas de abordagem voltadas para grupos sociais a fim de mitigar as desigualdades do sistema educacional. Contudo, é preciso estar ciente que a Educação Não-formal não substitui ou supera a Educação Formal, sendo essas complementares para os casos em que apenas uma delas não seja efetivamente suficiente (GOHN, 2006a). Para auxiliar a importância da Inclusão Social, os projetos sociais são de extrema importância para que medidas em Assistência Social sejam implementadas. É por meio de projetos sociais que organizações, não necessariamente vinculadas às políticas públicas governamentais, possibilitam formas de disseminação da educação em uma sociedade. Esses projetos são ligados à diversas áreas que ultrapassam o próprio eixo da educação, contudo transmitem o conhecimento de forma prática, tais como os projetos ligados ao meio ambiente. Na área da educação, os projetos assistem, em sua maioria, comunidades carentes e que atuam de forma complementar às demais necessidades sociais, tais como alimentação e saúde (GOHN, 2009)..

(17) 15. É a partir dessas complexas questões que surge este trabalho que apresenta um estudo sobre as relações entre a Educação Não-formal a partir de um projeto social em benefício de uma comunidade em situação de vulnerabilidade social e econômica da cidade de Delmiro Gouveia, localizada no sertão alagoano. O Centro de Ação Para Crianças e Adolescentes, Projeto CASCA, atua na Comunidade da Vila 25, um bairro da periferia de Delmiro Gouveia/AL onde a maioria dos residentes não tem à disposição recursos essenciais, tais como saneamento básico e pavimentação de vias urbanas. O Projeto atende a comunidade da região e sobrevive de doações da sociedade civil. Assim como, de apoio financeiro cedido pelo governo local. Na sede do projeto é ofertada a oportunidade de complementação da educação para as crianças da comunidade, assim como a alfabetização de adultos que não puderam frequentar a escola na idade regular estabelecida pela legislação educacional do Brasil. O Projeto CASCA foi criado em 2012 por um indivíduo da sociedade civil delmirense, Albertino Teixeira de Souza, com a intenção de acolher as famílias da Comunidade da Vila 25 e, desde então, vem atuando na dissolução dos problemas da comunidade. É necessário associar as questões econômicas ao pensar nas formas de manter as atividades do projeto social, pois este requer dinheiro para o custeio de despesas. Apesar das dificuldades, o projeto oferta oportunidades de educação aos moradores da comunidade de modo a complementar a educação das crianças, assim como prover a alfabetização de jovens e adultos, sendo essa uma modalidade de Educação Não-formal, a qual não possui regulação de nenhum órgão educacional. Assim, surgem os questionamentos da pesquisa centrados em: A Educação Nãoformal atua em parceria com a Educação Formal ou age de forma independente? O educador do Projeto CASCA atua diferentemente do educador da Educação Formal? A partir dos questionamentos decorrentes da problemática da pesquisa é que surge o objetivo deste estudo. Dessarte, este trabalho tem como objetivo compreender a importância da Educação Não-formal a partir dos trabalhos realizados pelo Projeto CASCA. Desse modo, foi desenvolvida a metodologia da pesquisa que segue a classificação centrada de acordo com os problemas encontrados e objetivos desenvolvidos. Assim pensando nos problemas e objetivos deste estudo é que foi definida a metodologia da pesquisa que, de acordo com Gil (2002) pode ser classificada de diferentes formas, de acordo com a intencionalidade do estudo e variando de acordo.

(18) 16. com as nuances apresentadas pelo projeto. Assim a tipologia da pesquisa é classificada de acordo com a natureza do estudo que, deste modo sendo entendida como uma pesquisa básica, em face que o objetivo central é desenvolver um novo estudo na área a fim de gerar novos conhecimentos sobre a temática escolhida, sendo, neste caso em específico, a compreensão da importância da Educação Nãoformal para a assistência social de uma comunidade carente. Em relação aos objetivos da pesquisa, estes levam a classificação de pesquisa exploratória, pois, além de não necessitar a criação de hipóteses, possuem o desejo de conhecer a realidade do objeto de estudo a partir da análise dos dados encontrados. Para tanto, este tipo de pesquisa requer o estudo aprofundado acerca do tema, neste caso a Educação Não-formal, além da elaboração de instrumentos para a coleta de dados. Por ser uma pesquisa que utiliza variáveis sociais, a entrevista é um elemento essencial para a obtenção de certos dados da pesquisa. Para esses dados, o cuidado com a dissecação para resultá-los em informações requer do pesquisador um cuidado maior para não tender para hipóteses não planejadas (GIL, 2002; 2008). Em complementação à pesquisa exploratória, este tipo de estudo requer o aprofundamento da bibliografia acerca do tema escolhido, assim levando a outra classificação ao estudo identificado como pesquisa bibliográfica. É preciso acrescentar que um estudo necessita de pesquisa bibliográfica para subsidiar as informações encontradas e auxiliar na busca de explicação para as variáveis encontradas em campo (GIL, 2002). Assim, o material obtido para a pesquisa foram obras publicadas na área da Educação, além de variados estudos concernentes à área da Pedagogia, com enfoque para a Educação Formal, Educação Não-formal e Pedagogia Social na busca de conteúdos que reflitam a realidade encontrada no Projeto CASCA. Desse modo, as o material bibliográfico utilizado na pesquisa bibliográfica foi coletado de livros e artigos científicos publicados na área da Educação que, de acordo com Marconi e Lakatos (2003), precisam ser obtidos em fontes confiáveis. Portanto, foram selecionados artigos com publicação verificada em revistas e anais de eventos os quais foram obtidos de forma eletrônica através do uso da ferramenta Google Acadêmico®, presente na plataforma da empresa Google®. As demais publicações foram obtidas de maneira tradicional, sendo obras publicadas e impressas na língua vernácula..

(19) 17. Em relação à abordagem da pesquisa, esta é obtida de acordo com os problemas da pesquisa. Assim, a identificação dos problemas leva à classificação como sendo uma pesquisa quali-quantitativa. A justificativa dessa classificação está centrada no fato que o levantamento dos dados que serão expressos de forma a identificar as impressões de sujeitos, assim como a aferição de dados referentes às quantidades de pessoas atendidas encontradas e sua relação com a educação comparando-os com a realidade (GIL, 2002; 2008). Para a obtenção desses resultados, é necessário compor as ferramentas de pesquisa que levem às informações requeridas, desse modo foram criados os questionários da pesquisa ocorridos em duas fases: a primeira de identificação do Projeto Social e a segunda de verificação dos dados educacionais, formais, de alunos da comunidade. Os dados da segunda parte da pesquisa serviram para subsidiar as informações encontradas na primeira fase de coleta de dados. Desse modo, a finalização deste estudo resultou no presente trabalho escrito classificado como monografia, sendo uma produção dissertativa e explicativa enfocando o problema levantado e tendo como base o atendimento dos objetivos da pesquisa, além da compreensão e análise do atendimento do projeto social estudado em vista a Educação Não-formal (GIL, 2002). A pesquisa tem como justificativa a necessidade do projeto social para a comunidade, tendo em vista as desigualdades sociais apresentadas pela população, assim como a análise da colaboração da modalidade educacional da Educação NãoFormal para comunidades carentes, apesar das dificuldades em se manter essas atividades em comunidades. De acordo com Gohn (2006a), diferentemente da Educação Formal, a Educação Não-Formal não necessita de um espaço fixo, tal como uma escola, sendo trabalhados aspectos da sociedade e que podem ser englobadas as atividades nesse meio, assim o processo educacional desenvolve o sentimento de identidade coletiva atribuindo o sentido de inclusão social para a comunidade atendida. Assim, este trabalho está dividido em quatro capítulos, além da Introdução e Considerações Finais do estudo realizado. O primeiro capítulo, Entre a Educação Formal e a Educação Não-Formal: o Direito de Aprender, foram expostos os conceitos acerca da definição da Educação Formal e Educação Não-formal em face às políticas públicas que garantem o direito à educação, porém deixam lacunas que cultivam a desigualdade social, fazendo necessário o surgimento de projetos sociais.

(20) 18. que assistam às comunidades carentes no Brasil. Para a discussão foram utilizados os estudos de Gadotti (2005) e Gohn (2006a) para elaboração da comparação entre os conceitos de Educação Formal e Educação Não-formal. O segundo capítulo, A Educação Não-Formal e a Sociedade: Inclusão Social de Comunidades Carentes, trata sobre os aspectos sociais que a Educação Não Formal possui ressaltando a importância das práticas pedagógicas para atender as necessidades da população carente atendida. Desse modo, a contribuição de Gohn (2010) e Baptista (2012) foi essencial para o entendimento da importância da avaliação sob a ótica da Psicologia Social relacionando-se ao tema da Inclusão Social. Esse capítulo aprofunda o tema central da pesquisa de modo a estender sua definição para a esfera da importância sociológica da questão. No terceiro capítulo, A Educação Não-Formal e Projetos Sociais: a Importância para a Sociedade, se encontram as informações acerca do funcionamento de projetos sociais, embora existam poucos estudos na área que subsidiem a temática traçando a importância do papel da Educação Não-formal para essas sociedades. Mais uma vez, Gohn (2009; 2010) proveu os conceitos necessários à discussão. No quarto capítulo, e último, Análises e Resultados da Pesquisa, é possível encontrar um breve histórico acerca do Projeto Casca, além das atividades desenvolvidas e a comunidade que é atendida pelo projeto social. Ao final do referido capítulo estão dispostos os resultados encontrados com a pesquisa relatando a realidade encontrada. Na parte final do texto se encontram as Considerações Finais da pesquisa, sendo obtidas de acordo com os resultados encontrados comparados com o estudo bibliográfico desenvolvido para o projeto..

(21) 19. 1 ENTRE EDUCAÇÃO FORMAL E EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL: DIREITO DE APRENDER. 1.1. Educação Formal e Educação Não-formal. Acostumados a pensar na escola como sendo um prédio, ou qualquer tipo de construção, no qual abrigam-se crianças e jovens, por vezes adultos, denominados de alunos, em um determinado período. Ainda, neste mesmo espaço, profissionais habilitados na área de educação, os professores, farão seu trabalho, que consiste na reprodução do conhecimento dados aos alunos, sendo esses professores remunerados para o exercício de tal serviço. Contudo, é preciso enxergar além da atividade de ensino que se imagina, a priori. A escola é mais que um espaço físico e a atividade de ensinar ultrapassa os portões de uma instituição, pois a educação está além das paredes de uma escola. A Educação Formal presente na forma de direito1 adquirido da sociedade, uma vez que se encontra disposta na legislação e diversos acordos firmados ao longo do Século 20. Esta forma de ensino tem como mecanismos os sistemas de aprendizagem amplamente difundidos, tanto pela rede pública como pela rede privada de ensino. De acordo com a definição de Moacir Gadotti tem-se que: A educação formal tem objetivos claros e específicos e é representada principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma diretriz educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos ministérios da educação [grifo da autora] (GADOTTI, 2005, p. 2).. Assim, a Educação Formal é um movimento que depende de medidas prévias para a plena execução, podendo ser avaliada em diversos níveis. Na Educação Formal os espaços destinados à prática da modalidade são as escolas, tendo suas diretrizes regulamentadas por lei, certificadas e obedecendo à diretrizes nacionais, estaduais e/ou municipais (GOHN, 2006a). Enquanto a Educação Não-formal, esta acompanha a vida de seus participantes, pois está inserida em um meio menos rígido que a escola. Os espaços 1. O direito à educação está presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1948 e firmada pelos países membros, incluindo-se o Brasil. Assim, este direito se encontra assegurado aos brasileiros na Constituição Federal, firmada em 1988 em sua última configuração revista..

(22) 20. de educação acompanham o território e a trajetória de vida daqueles que compõem o processo de ensino-aprendizagem fluindo de acordo com a realidade local em vista as necessidades sociais vigentes (GOHN, 2006a). De acordo com a visão de Maria da Glória Gohn, Gadotti apresenta uma definição semelhante para a Educação Não-formal quando afirma que: A educação não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente seguir um sistema seqüencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem [grifo da autora] (GADOTTI, 2005, p. 2).. Destarte, é possível perceber como a Educação Não-formal assume possibilidades relacionadas com o seu espaço, transformando o território em um meio de proporcionar educação àqueles que não estão inseridos no meio educativo formal, ou seja, matriculados em escolas, sejam elas públicas ou privadas. Contudo, é preciso entender o perfil da sociedade que não se encontra inserido na escola, afinal este é um direito garantido pela lei, contudo ainda existem pessoas que não fazem parte da escola, assim tendo acesso à educação. Desse modo, a Educação Não-formal pode ser entendida como um facilitador social aos que não podem, ou puderam, ter acesso à escola característica da Educação Formal. Entretanto, a diferenciação entre as Educação Formal e Não-formal não está presente somente no espaço, mas também na forma como é concebida de acordo com a sua finalidade que é educar para a vida. A Educação Não-formal difere da Formal quando esta possui maior caráter social que aquele definido em diretrizes, assim a Educação Não-formal é pensada para os indivíduos em virtude dos espaços que habitam (GOHN, 2010). Este trabalho não possui a pretensão de afirmar que a Educação Formal não possa ter disposição social, afinal é justamente o contrário, pois a educação é um meio socializador e que dá direito de igualdade aos diversos sujeitos sociais. Contudo, é preciso compreender que as desigualdades sociais persistem na atualidade e muitas pessoas não têm acesso à escola, ou a uma escola de qualidade, sendo essa avaliada pelo próprio sistema de acordo com as diretrizes. Entretanto, ao avaliar a dimensão da importância da Educação Não-formal, principalmente em comunidades carentes, afinal essas são acometidas por diversas formas de desigualdades sociais, variando.

(23) 21. entre econômicas e de infraestrutura, tem-se que a Educação Não-Formal possui impacto relevante para esses indivíduos que vivem nessas comunidades.. 1.1.1 Distinção entre a Educação: Formal, Não-formal e Informal. Com a finalidade de aprofundar na diferenciação, assim como nas características similares entre as Educações Formal, Não-formal e, inclusive, a Informal, uma vez que as duas últimas podem ser confundidas sem a devida atenção previa, iniciaremos a discussão acerca das modalidades de educação que vigoram na atualidade. A Educação Formal está presente nas escolas, pois utiliza o espaço físico para a execução das metodologias prescritas nas diretrizes e aplicadas aos alunos. Nesse espaço, as atividades são caracterizadas pela regularidade e formalidade de processo. Ainda, a Educação Formal é transmitida de forma sequencial, de modo a acompanhar a trajetória do estudante por parte de sua vida (GADOTTI, 2005). A Educação Formal se encontra dividida em ciclos e anos, sendo assim separadas em Educação Infantil, Educação Básica e Ensino Superior. A Educação Infantil compreende às crianças de quatro a cinco anos de idade e que iniciam o período escolar para se integrarem ao espaço da escola em forma de atividades de cognição e socialização. A Educação Básica é composta pelo Ensino Fundamental, de seis à catorze anos de idade, e Ensino Médio, compreendido para a faixa etária de quinze à dezessete anos, durante a adolescência. A Educação Infantil e Educação Básica. são. obrigatórias,. desde. a. oferta. ao. comparecimento. tendo. as. responsabilidades atribuídas aos poderes executivos de acordo com o âmbito, assim como é de responsabilidade para os pais dos menores de idade. Já o Ensino Superior é de oferta obrigatória e de responsabilidade do Governo Federal, contudo somente os brasileiros que têm acesso a essa modalidade de ensino são aqueles que prestaram exame de admissão e possuem condições para cursar (LDBEN, 2006). A Educação Formal é estabelecida por diretrizes que variam de acordo com cada grau de ensino (Fundamental, Médio ou Superior), destacando-se os aspectos de cidadania dados aos indivíduos..

(24) 22 Na educação formal, entre outros objetivos destacam-se os relativos ao ensino e aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados, normatizados por leis, dentre os quais destacam-se o de formar o indivíduo como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e competências várias, desenvolver a criatividade, percepção, motricidade etc. (GOHN, 2006a, p. 29).. Como aspectos da sistematização da educação, pressupõe-se a organização do espaço para a Educação Formal, desse modo, esta modalidade de educação ocorre em ambientes normatizados, inclusive no que se espera da forma de conduta e ação dos diversos agentes. Há a determinação dos papeis sociais de cada integrante, podendo ser classificado como professores e alunos, além de outros indivíduos que garantam a organização geral e funcionamento do espaço da escola (GOHN, 2010). Assim como a Educação Formal, a Educação Não-formal possui propósitos e objetivos, contudo esses não são idealizados e sistematizados por diretrizes que os delimitem e acompanhem. Entretanto, a Educação Não-formal possui aspectos indissociáveis da Educação Formal quando adota currículos formais de educação, tais como o rol de conteúdos existentes nos planejamentos curriculares, assim como a utilização de livros didáticos disponibilizados para fins sociais, ou que não estejam mais em uso corrente. Desse modo, a Educação Não-formal ocorre fora do espaço da escola e próximo ao espaço de convivência dos sujeitos que fazem parte do processo. Por ser um direito obrigatório, tanto para a oferta como para os menores de idade, a Educação Formal está presente em milhares de escolas no Brasil, sendo ofertada de forma gratuita. Contudo, por questões diversas, figurando entre problemas sociais a econômicos, muitas pessoas não possuem acesso à escola ficando atrasadas de acordo com as diretrizes criadas pelos governos. Assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê artifícios que corrijam o fluxo educacional para os jovens, acima de quinze anos de idade, e adultos ofertando a Educação de Jovens e Adultos, contudo, ainda existem indivíduos que não concluíram, ao menos, a Educação Básica no Brasil. De acordo com Marandino et al. (2003), a Educação Não-formal não serve somente para casos de educação de adultos fora da escola, mas também na profissionalização e extensão da Educação Formal, quando oferta complemento que insira os aspectos de sociedade de acordo com as características do espaço onde.

(25) 23. convivem. Assim, educação sobre saúde e alimentação, assim como questões relacionadas ao meio ambiente são consideradas formas de Educação Não-formal. A Educação Não-formal visa a qualificação dos sujeitos que compõem uma sociedade, tornando-os mais conscientes do mundo em que vivem, através da disponibilização do conhecimento acerca desse mesmo mundo. Assim, A educação não- formal capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos do mundo, no mundo. Sua finalidade é abrir janelas de conhecimento sobre o mundo que circunda os indivíduos e suas relações sociais. Seus objetivos não são dados a priori, eles se constroem no processo interativo, gerando um processo educativo (GOHN, 2006a, p. 29).. O processo educacional da Educação Não-formal pode não conter as diretrizes e formalidades da Educação Formal, contudo a educação prestada é similar quando tem a intenção de preparar os indivíduos socialmente, sendo esse um direito de cidadania. Todavia, conceituar educação se torna um tanto difícil devido a sua subjetividade e que variam, mesmo que ligeiramente, entre alguns filósofos e pensadores. Portanto, ao assumir o consenso extraído das formulações políticas, assim como o Ministério da Educação e Cultura (MEC), o contexto assimilado para definição do que é educação é de que essa atividade serve para formar o indivíduo de acordo com suas capacidades, sendo um processo vital para a população (BRANDÃO, 2007). Analogamente, a Educação Não-formal possibilita a preparação dos indivíduos para a sociedade ao dar-lhes conhecimento que será usado de maneira prática, seja com a alfabetização de crianças, jovens ou adultos ou na especialização acerca de algum tema específico, tais como educação financeira para a população. Destarte, a Educação Não-formal possui certa liberdade de ação quando assimila mais aspectos relacionados à vida cotidiana que os prescritos em diretrizes e manuais educacionais engessados. De maneira semelhante, contudo de modo a ser nada regulamentada ou predeterminada por diretrizes, a Educação Informal, diferentemente da informalidade inerente à Educação Não-formal, existe previamente à Educação Formal e à Educação Não-formal, pois esta existe naturalmente ao socializar os indivíduos de modo a acompanhar o desenvolvimento natural da sociedade..

(26) 24. A educação informal socializa os indivíduos, desenvolve hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da linguagem, segundo valores e crenças de grupos que se frequenta ou que pertence por herança, desde o nascimento Trata-se do processo de socialização dos indivíduos (GOHN, 2006a, p. 29).. A Educação Informal, assim como a Educação Não-formal, é definida como uma ciência fora da escola, pois está relacionada ao ambiente familiar, não apenas se considerado a casa ou local onde habita, mas todo e qualquer espaço de convivência. Contudo, a Educação Não-formal não fica presa a estes ambientes familiares, pois tem um significado estabelecido, além da incorporação de sentido ao processo educacional (MARANDINO et al., 2003). De acordo com a definição de Gohn (2010), a Educação Informal associa os valores e culturas próprios dos indivíduos e que garante a sensação de pertencimento a sociedade, os quais, em muitos casos, esses aspectos são transmitidos de geração a geração de acordo com as características de cada sociedade. Os indivíduos pertencem àqueles espaços segundo determinações de origem, raça/etnia, religião etc. São valores que formam as culturas de pertencimentos nativas dos indivíduos. Contrariamente, a educação não formal não é nativa, ela é construída por escolhas ou sob certas condicionalidades, há intencionalidades no seu desenvolvimento, o aprendizado não é espontâneo, não é dado por características da natureza, não é algo naturalizado (GOHN, 2010, p. 16). Assim, a diferenciação básica entre a Educação Não-formal e a Educação Informal consiste na falta de intencionalidade da Educação Informal, pois esta reúne aspectos de desenvolvimento natural de uma sociedade caracterizando-se por ser despretensiosa, enquanto a outra possui objetivos e intencionalidade, embora ambas coincidam na essência em preparar os sujeitos para a vivência social (MARANDINO et al., 2003). Em relação à Educação Formal, a Educação Informal se distancia em forma e modalidade de tal maneira que faz parecer que a Educação Informal não se trata de educação. Na educação formal sabemos que são os professores. Na não-formal, o grande educador é o “outro”, aquele com quem interagimos ou nos integramos. Na educação informal, os agentes educadores são os pais, a família em geral, os amigos, os vizinhos, colegas de escola, a igreja paroquial, os meios de comunicação de massa, etc. (GOHN, 2006a, p. 29)..

(27) 25. Desse modo, a Educação Informal ocorro de modo natural ao estar inserida sem grandes planejamentos, pois está sujeita aos conhecimentos sociais caracterizados pela cultura e vivência prática em sociedade. Assim, os sujeitos retransmitem os conhecimentos intrínsecos de sua cultura, tais como modo de vestimenta ou religião, assim como normas de comportamento social, transformando o processo em ensino-aprendizagem social e coletiva (MARANDINO et al., 2003). Dessarte, não podemos subjugar um ou outro tipo de Educação, seja Formal, Não-formal ou Informal, pois estas servem para a preparação dos sujeitos capacitando-os para a vivência em sociedade em aspectos variados. Cada forma de educação possui uma variação de acordo com a sua intencionalidade e, apesar de não haver uma intenção explícita da Educação Informal, esta serve como base para o desenvolvimento social dos indivíduos, pois serão a égide da formação social ao ditar os conhecimentos básicos de uma sociedade através da cultura dos indivíduos.. 1.2. Educação Formal e Políticas Públicas. No contexto da ideologia neoliberal, a educação tem sido vista sob os aspectos relativos à economia, desta forma assumindo o viés de criador de capital humano. Nesse sentido, a educação esquece-se da preocupação social e passa a assumir o papel de criador de pessoas educadas, no que se refere a competência educacional, em detrimento dos valores sociais a que estão inseridas (MACIEL, 2011). A teoria liberal moderna da cidadania é norteada sob a ideia que o Estado possui a intencionalidade do bem comum para a sociedade. Desse modo, as ações realizadas, baseadas nas medidas e diretrizes criadas previamente, possuem como característica geral o desenvolvimento da sociedade como um todo. Contudo, vários pensadores atestam que as formulações necessitam de atualizações na modernidade mais voltadas para a sociedade (AZEVEDO, 2004). Abordar a educação como uma política social requer diluí-la na sua inserção mais ampla: o espaço teórico-analítico próprio das políticas públicas, que representam a materialidade da intervenção do Estado, ou o “Estado da ação”. Deste modo, pode-se resgatar, neste mesmo espaço, as particularidades da política educacional contextualizadas segundo as distintas vertentes analíticas. [...] Em um plano mais concreto, o conceito de políticas públicas implica considerar os recursos de poder que operam na sua.

(28) 26 definição e que têm nas instituições do Estado, sobretudo na máquina governamental, o seu principal referente (AZEVEDO, 2004, p. 05).. À vista disso, é possível entender que os esforços do Estado na promoção de políticas educacionais estão alinhados com os interesses da máquina governamental, dando-lhes maior prioridade no processo de desenvolvimento de mecanismos que possibilitem o pleno desenvolvimento da educação no Brasil. A inquietação acerca da mudança em políticas públicas educacionais não é um movimento recente. De fato, as lutas tecidas nas décadas de 1970 e 1980 renderam frutos que estão presentes em fóruns de participação e nos colegiados compostos pela comunidade para o fomento de políticas que garantam a qualidade da educação em nosso país. Conselhos e colegiados são os mecanismos imediatos à escola para a ação em propor mudanças no organismo educacional, sendo através da participação da comunidade ativa na escola possível estabelecer um facilitador para o implemento de mudanças sociais (GOHN, 2006a). Ainda, é preciso ressaltar a importância da sociedade civil que deve exercitar seu direito em participar na gestão das políticas públicas ao exercer o papel de fiscalizador e de controle sobre as atividades do Estado dentro da escola. Essas práticas possibilitar a construção de uma sociedade cada vez mais forte e engajada nos princípios da qualidade, além dos números na educação. Desse modo, os processos educacionais clarificam-se à luz da educação social voltada para o novo sob a pressão da sociedade (GOHN, 2006b). Com a participação ativa da sociedade civil é possível desenvolver abordagens educacionais que englobem os interesses de todos, Estado e sociedade, pois, às vezes, os interesses do Estado não parecem condizer com os interesses plenos da sociedade. Dessarte, Janete Azevedo, ao analisar as políticas educacionais, acrescenta: Sendo a política educacional parte de uma totalidade maior, deve-se pensála sempre em sua articulação com o planejamento mais global que a sociedade constrói como seu projeto e que se realiza por meio da ação do Estado. São, pois, as políticas públicas que dão visibilidade e materialidade ao Estado e por isto, são definidas como sendo “o Estado em ação” (AZEVEDO, 2004, p. 59-60).. Assim sabendo, entendemos que o Estado encontra nas políticas públicas a forma de mostrar sua capacidade de ação e reação para os interesses da sociedade.

(29) 27. devendo, dessa maneira, incorporar os objetivos da sociedade ao se criar as políticas públicas educacionais. Sabendo que as políticas públicas educacionais estão sob a égide da legislação, é preciso citar a importância da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que delimita a regulamentação dos poderes executivos em virtude de suas atribuições e reponsabilidades no campo da Educação Formal. Desse modo, as políticas públicas assistenciais são criadas a partir das leis educacionais vigentes, dando ao Estado as responsabilidades de atender aquilo que se encontra disposto e aferir se os objetivos firmados na legislação, assim como em fóruns e planejamentos educacionais, nas esferas: federal, estadual e municipal, estão sendo cumpridos em toda nação.. 1.3. Direito à Educação: revisão da legislação nacional e mundial. A Educação Formal é a maneira como se pode garantir um dos direitos da humanidade, o direito à educação. Esse direito está expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e foi proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em documento apresentado no ano de 1948, em Assembleia Geral. O documento firmado pelos países membros destaca os direitos de igualdade e cidadania de todos as pessoas no mundo sendo considerado um marco na história da humanidade em vista seus objetivos de criar um mundo livre da possibilidade de conflitos internacionais2. A DUDH dá provimento de direitos essenciais a sociedade quando afirma que todos possuem os mesmos direitos de cidadania e igualdade, elencando em trinta artigos os direitos básicos da população de todo o mundo. No vigésimo sexto artigo se encontra o tocante acerca da educação e em como esta deve ser propagada para a sociedade. Artigo XXVI 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução 2. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi criada logo após a Segunda Guerra Mundial, encerrada no ano de 1945, sendo idealizada pelos líderes dos países membros que temiam novos conflitos de ordem mundial. Uma série de tratados e convenções foram firmadas no post bellum das quais resultaram no documento assinado na Assembleia Geral das Nações Unidas, na cidade de Paris, França, em 10 de dezembro de 1948..

(30) 28 elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será minis trada a seus filhos (ONU, 2009, p. 14). [grifo desta autora]. Dessarte, a DUDH estabelece os direitos de acesso à educação sob a égide de que toda a população necessita desse bem para o pleno desenvolvimento da cidadania, independentemente de cultura, etnia/raça, credo ou religião. Assim sendo, este documento serve como base de garantia dos direitos dos cidadãos brasileiros, pois o Brasil comunga com os preceitos firmados pela ONU. Com base nisto, a Constituição da República Federativa do Brasil, a Constituição Federal (CF) de 1988, também, possui os mesmos propósitos de garantir a igualdade de cidadania entre o provo brasileiro. No Capítulo II do referido documento, onde se encontram dispostos os direitos sociais, se encontra o preambulo acerca da educação nacional. Artigo 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, CF 1988). [grifo desta autora]. O referido texto foi alterado por Emenda Constitucional no ano de 2015, a EC Nº 90, que veio acrescentar mais direitos sociais à população. Vale acrescentar que esse mesmo artigo já havia passado por mais duas alterações, no ano de 2000 e 2010, respectivamente, de acordo com a legislação vigente, assim aumentando os direitos da população. Ainda, na CF 1988 se encontram mais artigos que determinam as diretrizes legais a serem tomadas pelas instancias públicas federal, estaduais e municipais. Ampliando o conhecimento acerca da responsabilidade pelas políticas públicas educacionais no Brasil. Também, no mesmo documento pode-se encontrar regulamentação acerca da Educação Não-formal, sendo aquela que auxilia na formação dos indivíduos para a sociedade. Como exemplo, pode ser citado o “Artigo 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: [...] XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança.

(31) 29. do trânsito” (BRASIL, 1988). Desse modo, a CF 1988 engloba mais que a Educação Formal em suas diretrizes, podendo ser inseridos elementos da Educação Não-formal e da Educação Informal quando transmite direitos de igualdade sociocultural para a população. Para afunilar o estabelecido em legislação no direito à educação, o Governo Federal regulamenta o funcionamento da Educação Formal no país através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a lei nº 9.394, de 1996. Essa mesma legislação passou por várias alterações ao longo do tempo, pois o engessamento das políticas e metodologias educacionais assim fizeram por exigir mudanças no decorrer de atuação da legislação. Dentre as mudanças mais recentes, pode ser citada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que define as aprendizagens essenciais que devem ser priorizadas nos currículos educacionais a fim de se criar a unificação da educação no país.. 1.4. Sociologia da Educação. A educação passou por uma severa reflexão na segunda metade do Século 20 quando, no final da década de 1950, uma série de pesquisas foram divulgadas acerca da educação, publicadas nas línguas inglesa, dos Estados Unidos e Inglaterra, e francesa revelando o peso das origens sociais na educação. Na década seguinte, 1960, foram verificados os efeitos nocivos que a massificação da educação ocasionou ao ensino e sentida pelos jovens franceses que adentravam no Ensino Médio no post bellum (NOGUEIRA e NOGUEIRA, 2009). A crise de confiança no sistema de ensino fora amplamente estudada e teorizada por Pierre Bourdieu promovendo uma verdadeira revolução científica para a época se estendendo à atualidade. É impressionante o sucesso alcançado pela Sociologia da Educação de Bourdieu. Passados quase quarenta anos da publicação de Les héritiers – primeira grande obra do autor dedicada à educação –, sua sociologia continua viva e inspirando novos trabalhos sobre os mais diversos aspectos do fenômeno educacional. Ela constitui, ainda hoje, se não o mais importante, certamente um dos mais importantes paradigmas utilizados na interpretação sociológica da educação (NOGUEIRA e NOGUEIRA, 2009, p. 14)..

(32) 30. Bourdieu abriu campo para as discussões acerca da importância da sociedade para entender os processos educacionais quando se acreditava que o sucesso da utilização da metodologia educacional era decorrente da aptidão de cada indivíduo. Assim, aspectos relacionados ao espaço de vivência incutiam em modificação nos resultados do processo de ensino aprendizagem. Na atualidade, um dos problemas sociais relacionais à educação se refere a preparação dos sujeitos para o mercado de trabalho fazendo com que a Pedagogia tome o direcionamento para áreas que ultrapassem a esfera do saber, mas sim da mercantilização da educação, relegando o aspecto social. É priorizado que a população possua ‘quantidade’ educacional, ao invés de ‘qualidade’, fazendo emergir desigualdades sociais àqueles que não tiveram acesso à Educação Formal nos períodos correlatos de suas vidas. Assim, surge a Pedagogia Social que busca a integração da Ciências Educacionais em busca do enriquecimento educacional de toda uma sociedade (RIBEIRO, 2008). Palmeirão (2008) destaca para a importância de uma educação social para a vida, ultrapassando os limites temporais da educação escolar estendendo-se para toda uma existência. Desse modo, a Educação Social necessita englobar diversos momentos de uma sociedade buscando sanar as discrepâncias do sistema educacional cobrindo as lacunas deixadas em decorrência da desigualdade social..

(33) 31. 2 EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL E A SOCIEDADE: A INCLUSÃO SOCIAL DE COMUNIDADES CARENTES. A sociedade da atualidade sofre com variadas formas de desigualdades, desde as sociais perpassando por questões culturais e econômicas. Dessa maneira, as classes mais pobres são acometidas por diversas mazelas sociais que as discrimina, jogando-as em direção às margens da sociedade, colocando-os em situação de vulnerabilidade social. Assim, é preciso criar metodologias que sanem essas desigualdades sociais (SOARES; DIAS, 2008). No campo da Educação Social, este é o compromisso de nosso tempo, precisando ser entendido como intergeracional, ou seja, não existem diferenças de idade para as situações encontradas em comunidades carentes, pois, em muitos casos, essas condições de subnormal de vivência é perpetuada de geração para geração entre as famílias carentes e que formam sociedades reprodutoras desse modo de vida (PALMEIRÃO, 2008). Como forma de resolução desses problemas sociais, uma das bandeiras levantadas pela inclusão social é a Educação. Através de práticas educativas, entre elas a Educação Não-formal, é que se baseiam estudos que buscam a mitigação das dificuldades em comunidades carentes. As práticas da educação não-formal se desenvolvem usualmente extramuros escolares, nas organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e exclusões sociais. As ações desenvolvidas são analisadas destacando-se os sujeitos que atuam como educadores nos projetos - aqui denominados como Educadores Sociais (GOHN, 2009, p. 28).. Entidades que fazem parte do Terceiro Setor 3 tem ganhado destaque em iniciativas voltadas para a sociedade civil. Empresas e instituições criadas para o atendimento da população carente, assim como para a oferta de emprego associado a benefícios sociais, compreendendo a Educação Formal e Educação Não-formal de indivíduos que se encontram em situação de vulnerabilidade social (GOHN, 2009).. 3. Terceiro Setor se refere a empresas e outras entidades civis que promovem ações para a sociedade civil, tendo como foco as sociedades carentes que o Estado não consegue atender e sanar as dificuldades enfrentadas pela população..

(34) 32. 2.1. Pedagogia Social. A Pedagogia Social se concentra nas questões relativas às comunidades carentes que compõem a sociedade das cidades na atualidade. Fica a cargo dessa Ciência Social a identificação dos aspectos que levaram as comunidades em situação de vulnerabilidade estarem passando por situações aonde a população sofra com desigualdades sociais. Assim, a Pedagogia Social busca meios que levem ao fim de situações envolvendo risco social e biológico a pessoas carentes. Definido em termos gerais, o objecto de estudo da pedagogia social remetenos para uma realidade antropologicamente densa, complexa e multifacetada – a praxis sócio-educativa numa perspectiva de “cidadania social”. Ao mesmo tempo que se promove a capacitação subjectiva e cívica das pessoas, trata-se de procurar “fazer sociedade” num mundo que nos surge como fragmentado, incerto, vulnerável e “líquido”, apostando para tal na ligação orgânica entre aprendizagem, vida e experiência comunitária (BAPTISTA, 2008, p. 7).. Estamos, pois, diante de um mundo multifacetado que une a educação e a solidariedade social para a proposição de mudanças desejadas, e imprescindíveis, em uma sociedade. Partindo dos ideais da educação e dos compromissos forjados para a criação de oportunidades a partir da aplicação de uma educação mais contextualizada com o mundo a que pertencem os indivíduos implicando, desse modo, em profundas transformações na sociedade (BAPTISTA, 2012). Visando a inclusão social de comunidades carentes, a Pedagogia Social encontra na Educação Não-formal uma forma de abrir caminhos para a mitigação de desigualdades sociais. A Educação Não-formal não diz respeito apenas às questões presentes nos currículos escolares, tais como Língua Portuguesa ou Matemática, mas possibilita a chance de obter conhecimento em outras áreas da vida, como a cultura, através da arte e música (GOHN, 2009). “Aprender a ser” é um exercício que nos acompanha desde que nascemos até que morremos e, nesse sentido, a pedagogia social enquanto ciência preocupada e voltada para o desenvolvimento do ser humano facilita e promove a inclusão social, a cooperação e a solidariedade (PALMEIRÃO, 2008, p. 96).. O direito à educação implica no direito de aprender, assim esse é um bem garantido a toda uma sociedade. A educação é responsável pelo papel decisivo na.

(35) 33. formação e desenvolvimento individual e coletivo, necessitando ser acessível à todos. Casos particulares despertam o interesse da Pedagogia Social que são as situações de privação, mescladas com a vulnerabilidade social que indivíduos estão acometidos. Desse modo, a preocupação com essas camadas da sociedade aumenta sob os olhos de outros indivíduos interessados nessas questões, assim levando-os a buscarem meios de intervir nos ambientes vulneráveis (BAPTISTA, 2012). Concretizando um pouco mais, o objecto da intervenção social (no quadro da Pedagogia Social) não são as pessoas, nem os lugares (território), mas sim a zona de interacção entres eles – aquilo que designamos por terceiro lugar e que podemos aproximar do conceito que Giddens (num enquadramento de alternativa política mais solidária) designou por Terceira Via. É neste espaço que a organização das solidariedades sociais ganha sentido, tendo em conta que todos somos sujeitos de vulnerabilidade: basta pensar nos fenómenos potenciadores de vulnerabilidade social como a saúde, o emprego, os afectos, a solidão (RIBEIRO, 2008, p. 159).. O espaço escolar é uma miniaturização da sociedade, pois dentro desse espaço social são empregados os conceitos que lidam com a diversidade cultural, social e econômica da sociedade externa, dos quais os conhecimentos transmitidos servirão para os anos posteriores ao período escolar, desse modo capacitando e qualificando os jovens para a vida em sociedade. Os aspectos da sociologia abordado sob a ótica das Ciências Educacionais são fundamentais para a formação de uma sociedade consciente de sua participação e atuação coletiva (VIEIRA, 2012). A força de uma sociedade se baseia nos processos e relações comuns entre os indivíduos participantes do meio, com base nos compromissos firmados e pela interatividade e correlação com o processo de dar e receber gerando confiança entre os diversos sujeitos sociais. Quando a sociedade civil se reúne em prol de um bem comum, criando metodologias práticas para a intervenção em uma sociedade, não significa que estão tentando substituir o papel do Estado, mas para proporcionar uma educação de qualidade para a sociedade (GOHN, 2010). Desse modo, a Pedagogia vai além das propriedades de uma Ciência da Educação, a qual se propõe, com maestria, o caminho na busca de realização, também, no campo social, fazendo emergir na Pedagogia Social, pela união e o poder do conhecimento na formulação de possíveis soluções para vulnerabilidades sociais identificadas em uma sociedade. Assim, a Pedagogia Social encontra na Educação Não-formal uma maneira de auxiliar sujeitos sociais conferindo-lhes o direito de aprender o seu valor perante a sociedade em que vivem..

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