As extinções são eventos inerentes ao processo evolutivo
As espécies têm um período natural de duração
(algumas duram centenas e outras milhões de anos)
Estas extinções geram um padrão normal de extinções num
dado período
Fenômeno chamado de background de extinções
Dependendo o período, o background varia de 5 a 10% das espécies a cada milhão de anos
Eventos de extinção
São períodos no qual ocorre uma perda de biodiversidade acima do padrão normal (background).
Três tipos de eventos de extinção:
1.
Extinção em massa
Perda de uma grande diversidade de organismos em períodos relativamente curtos de tempo e em escala global
2.
Extinção filética ou pseudo-extinção
Evento de perda de diversidade acima do background apenas para grupos específicos
3.
Extinções locais
Entre os grandes eventos de extinção em massa, extinções
locais e de grupos específicos foram identificados
Evento Ediacariano
Ocorreu há 540 milhões de anos
Marcou a extinção dos organismos da fauna pré-cambriana
Eventos do Cambriano
Cerca de seis eventos de extinções foram verificados no Cambriano Marcaram a radiação do Ordoviciano
Evento Guadalupiano
Ocorreu no Permiano Médio
Perda de muitos grupos marinhos e terrestres
Evento Carniano-Noriano
Ocorreu no meio do Triássico
Perda de grupos de anfíbios e répteis Substituição de comunidades de floras
Precedeu o surgimento dos dinossauros e grupos modernos de répteis e mamíferos
Eventos do final do Jurássico
Perdas de grupos de moluscos e braquiópodes
Resultado de diminuição dos níveis de oxigênio na água
Evento Cenomaniano-Turoniano (Cretáceo)
Perda de grupos planctônicos, peixes e ictiossauros Associados a alterações nos níveis dos oceanos
Eventos do Eoceno-Oligoceno
Perdas de organismos planctônicos e peixes Substituições de faunas de mamíferos
Eventos do Pleistoceno
Perda dos grandes mamíferos
Todos os eventos de extinção em massa compartilham
algumas características
Muitas espécies de clados diferentes se tornam extintas
(mais de 30% das espécies)
Os organismos extintos são de diferentes modos de vida, nichos e formas
(geralmente não há seletividade de grupos)
As extinções são globais
Ocorre num período relativamente curto de tempo
Periodicidade dos eventos
Existe um extenso debate se existe ou não uma periodicidade
nos eventos de extinção em massa
Vários pesquisadores já buscaram causas únicas para os eventos Estas explicações atribuíram os mais diversos fatores
Causas astronômicas
Ciclos de expansão e retração dos oceanos
Em 1984 foi proposta uma hipótese de ciclos de 26 Ma
Apesar de ocorrerem picos de extinção a cada ciclo, alguns deles são apenas de menor magnitude
Definir os limites temporais dos eventos é dificil
Para definir o desaparecimento de um táxon são necessárias boas evidências
Registros fósseis de boa qualidade
Amostragens de vários registros do mesmo extrato
A preservação incompleta ou amostragem deficiente podem levar a erros de interpretação
Lacunas no registro fóssil podem gerar artificialmente extinções abruptas de uma espécie fóssil
Amostragens de apenas períodos “áureos” da espécie podem não demarcar uma extinção abrupta (efeito Signor-Lipps)
Lacunas no registro fóssil
Amostragem deficiente
De acordo com a ordem de magnitude as extinções em massa
são classificadas em 3 categorias
1. Evento principal de extinção em massa
(apenas 1 evento – 50% das famílias – 90% das espécies)
2. Eventos intermediários de extinção em massa
(4 eventos – 20 a 30 % das famílias – 50% das espécies)
3. Eventos menores de extinção
A maioria dos paleontólogos consideram que
ocorreram 5 grandes eventos de extinções em
massa (the big five)
1. Extinções do final do Ordoviciano 2. Extinções do Devoniano Tardio 3. Extinções do final do Permiano 4. Extinções do final do Triássico 5. Extinções do Cretáceo-Terciário
Evento intermediário de extinção que ocorreu a cerca de 445
milhões de anos atrás
Verificou-se uma grande substituição de espécies das faunas
marinhas
Perdas de várias famílias de diferentes grupos
Recifes de corais Braquiópodes Equinodermos Ostracodermos Trilobiltas
As principais hipóteses para as causas apontam
para grandes alterações climáticas
A glaciação se espalhou do norte para todas as direções
O oceanos ao sul se tornaram mais frios
(faunas de águas quentes se extinguiram)
Toda a fauna tropical se extinguiu
Segundo evento intermediário de extinção que ocorreu entre
380 e 360 Ma
(constituído por uma sucessão de pulsos de extinção)
Perda de vários grupos de organismos
Cefalópodes Placodermos Corais Braquiópodes Crinóides Esponjas Ostracodermos Trilobitas
As hipóteses para as extinções do Devoniano apontam para
duas causas
Resfriamento e redução dos níveis de oxigênio do ambiente marinho Ocorrência de massivos impactos de objetos extraterrestres
O maior evento de extinção em massa da Terra
Ocorreu cerca de 250 Ma
Mais de 50% da biodiversidade marinha e terrestre foi perdida Cerca de 96% das espécies
Principais grupos extintos
Trilobites
Corais tabulados Amonóides
Ostracodermos Synapsida
Várias causas já foram propostas para este evento
A rapidez e a magnitude sugerem uma causa catastrófica como o choque de meteoros ou vulcanismo
A principal hipótese foi a atividade vulcânica na Sibéria (Sibéria Traps)
Volume de 2 milhões de m3 de lava basáltica expelidos
Área de 1,6 milhões de km2
Fendas no solo de 400 a 3000 m
Efeitos no ambiente
Aumento nos níveis de CO2
Expulsão de lava
(devastação de ambientes terrestres e bentônicos) Alteração nos níveis dos oceanos
(devastação de habitats litorâneos) Chuvas ácidas
Representou o quarto evento de extinção em massa
200 milhões de anos atrás
Evento intermediário de extinção
Principais grupos extintos
Maioria dos amonóides Braquiópodes
Bivalves
Gastrópodes
As principais hipóteses para as causas envolvem duas causas
principais
Massivas erupções vulcânicas basálticas
O aumento da concentração de metano e CO2 causando aquecimento global e anoxia dos oceanos
Último grande evento de extinção em massa
É o evento com maior número de evidências Ocorreu a cerca de 65 milhões de anos atrás
Culminou com a extinção do grupo dos dinossauros
Dinossauros marinhos Dinossauros terrestres Dinossauros voadores
Várias causas foram propostas para explicar a extinção em
massa dos dinossauros
Alteração climática global Alteração nas floras
Impacto de meteoros Tectonismo
Alteração nos níveis dos oceanos Competição com outros organismos
A hipótese mais aceita foi a queda de um meteorito de 10 km
de diâmetro
A queda do meteorito foi aceita pelo aumento repentino nos níveis de um elemento químico raro na Terra
As consequências do impacto foram globais
O impacto gerou uma nuvem de poeira que bloqueou o sol em escalas globais
Os níveis de fotossíntese caíram drasticamente nos ambientes terrestres no fitoplâncton
O que acontece após as extinções em massa?
Alguns grupos são capazes de resistir às alterações ambientais que levaram às extinções (taxa catastróficos)
O desaparecimento de grupos de organismos libera nichos a
serem ocupados
Estes nichos disponíveis promovem a radiação de grupos remanescentes
O tempo de recuperação depende da magnitude do evento de extinção
(de 10 a 100 milhões de anos para recuperação da biodiversidade)
Considera-se que os eventos de extinção em massa renovam todas as tendências e processos evolutivos