EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
1ª. Parte (NP1) 1 INTRODUÇÃO
Chama-se equação diferencial a uma equação que contêm derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes, em relação a uma ou mais variáveis independentes.
Em relação ao número de variáveis independentes, podemos classificar as equações diferencias em dois tipos:
a) Equação diferencial ordinária (EDO) é uma equação que contêm derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes, em relação a uma única variável independente.
Exemplos:
1) = 2)
3)
4)
b) Equação diferencial parcial (EDP) é uma equação que contêm derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes, em relação a duas ou mais variáveis independentes.
Exemplos:
1)
2)
3)
Ordem de uma equação diferencial é a ordem da derivada de maior ordem dessa equação.
Exemplos:
1) = é uma equação diferencial ordinária de primeira ordem.
2) é uma equação diferencial ordinária de primeira ordem.
3) é uma equação diferencial ordinária de segunda ordem.
4)
é uma equação diferencial parcial de segunda ordem.
5)
= 0 é uma equação diferencial parcial de quarta ordem.
Dizemos que uma equação diferencial ordinária é linear se pode ser escrita na forma:
Caso contrário, é dita não-linear.
Em uma equação diferencial ordinária linear, observa-se que:
i) a potência de cada termo envolvendo y é igual a 1, isto é, a variável y e todas as suas derivadas são de 1º grau;
ii) o termo e cada coeficiente , para , dependem somente da variável independente x ou são constantes.
Exemplos:
a
)
é uma equação diferencial ordinária linear de primeira ordem.Nesse caso, temos: , e e, além disso, e y são de 1º grau.
b
)
é uma equação diferencial ordinária não-linear de primeira ordem.Nesse caso, temos: , e ,embora , e y sejam de 1º grau.
c) é uma equação diferencial ordinária não-linear de primeira ordem.
Nesse caso, temos: , e ,
de 1º grau, mas o termo é de 2º grau.
Dada uma equação diferencial, qualquer função f, definida em algum intervalo I, que substituindo a variável dependente, reduz a equação a uma identidade, é uma solução dessa equação.
Exemplo: Considere a equação diferencial . A função é uma solução dessa equação. De fato, se
,
temos e.
Dessa forma, o resultado é imediato, pois ·.Exercícios
Nas questões de 1 a 4, classifique as equações diferenciais:
1) 2) 3) 4)
Nas questões de 5 a 10, verifique se a função apresentada é uma solução da equação diferencial dada:
5) ;
6) ;
7) ;
8) ;
9) ;
10) ; , ,
Uma solução de uma equação diferencial ordinária que pode ser escrita na forma é chamada de solução explícita. Por outro lado, uma
relação é uma solução implícita de uma equação diferencial ordinária, em um intervalo I, se ela define uma ou mais soluções explícitas em I.
Exemplo: Para , a relação é uma solução implícita da equação diferencial
De fato, por derivação implícita, tem-se:
A relação define duas soluções explícitas, no intervalo : e
Além disso, a relação satisfaz, formalmente, a equação diferencial dada, para qualquer constante , porém, fica subentendido que a relação deverá fazer sentido no sistema dos números reais. Geralmente, uma equação diferencial possui um número infinito de soluções.
Exercício: Verifique que , , , , são
soluções da equação diferencial linear de segunda ordem .
2 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM 2.1 PROBLEMA DE VALOR INICIAL (PVI)
Problema: Resolver , sujeito a (*).
Geometricamente, buscamos uma solução da equação diferencial, definida em algum intervalo I, cujo gráfico passe pelo ponto .
2.2 TEOREMA DE EXISTÊNCIA E UNICIDADE DA SOLUÇÃO
Seja a região retangular do plano xy definida por e , tal que o ponto . Se e
são contínuas em , então existe um intervalo I, centrado em , e uma única função que satisfaz do problema de valor inicial (*).
Exemplos:
1) Considere o problema de valor inicial , sujeito a . Temos:
a) , sendo contínua em todo o plano xy b) , sendo contínua em todo plano xy c) é uma solução do PVI.
Por (a) e (b) e pelo teorema de existência e unicidade, existe uma única solução para esse problema no intervalo I = , centrado em , qualquer que seja
dado. Assim, a solução apresentada em (c), é a única solução desse problema, sujeita à
condição .
2) Considere o PVI: , sujeito a . Temos:
a) , sendo contínua em todo o plano xy b) , sendo contínua em todo o plano xy.
Assim, pelo teorema de existência e unidade, existe uma solução para o PVI, em algum intervalo I em torno de , e esta solução é única.
Observe que o teorema garante a existência da solução, mas não nos mostra essa solução. Além disso, as condições do teorema são suficientes, mas não
necessárias. Ou seja, se as condições de continuidade de e não forem satisfeitas, o PVI pode ou não ter solução, ter mais de uma solução ou ter solução única.
Exercícios
Nas questões de 1 a 3, determine a região do plano xy, para a qual a equação diferencial teria uma única solução, passando por .
1) 2) 3
)
2.3 VARIÁVEIS SEPARÁVEIS 2.3.1 Introdução
Considere as equações de primeira ordem da forma
(1)
onde é uma função contínua dada. Podemos resolvê-la por integração, isto é:
Sendo c uma constante, a solução da equação é
Observação: neste ponto é proveitoso revisar algumas técnicas de integração, tais como integração por partes, frações parciais e substituição.
Exemplos:
1) Resolver a equação
Solução:
2) Resolver a equação
Solução:
2.3.2 Equações separáveis
Uma equação diferencial da forma
(2)
é chamada de equação separável ou equação que tem variáveis separáveis.
Para resolvê-la, podemos colocá-la na forma
(3)
Uma família de soluções a um parâmetro, em geral parada implicitamente, pode ser obtida integrando-se ambos os membros de (3), isto é
Observe que a equação (1) é um caso particular de (2), obtido fazendo-se . Exemplo: Resolver o PVI:
, s/a .
Solução: da equação segue que . Integrando os dois membros, tem-se
Assim, a solução
representa uma família de círculos concêntricos. Pela condição, , tem-se
Assim, a solução do PVI é o único círculo dessa família, dado por . 2.3.3 Exercícios
Nas questões de 1 a 18, resolva a equação diferencial dada por separação de variáveis.
(1) (10)
(2) (11)
(3) (12)
(4) (13)
(5) (14)
(6) (15)
(7) (16)
(8) (17)
(9) (18)
(19) Resolver o PVI: .
(20) Resolver o PVI: .
(21) Uma pequena perturbação (mudança) na condição inicial ou na própria equação, em geral, corresponde a uma mudança radical na solução do PVI. Resolva os problemas de valor inicial apresentados e compare suas soluções.
a) b) c)
d) .
2.4 EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS 2.4.1 Função homogênea Uma função que satisfaz
para algum , chama-se função homogênea de grau . Exemplos:
a) é uma função homogênea de grau 2, pois
b) é uma função homogênea de grau 2/3., pois
2.4.2 Equação diferencial homogênea 2.4.2.1 Definição
Uma equação diferencial da forma
é chamada de homogênea se ambas as funções e são homogêneas de mesmo grau. Ou seja, se
e
Exemplo: A equação diferencial é homogênea,
porque e são funções homogêneas de grau 2.
2.4.2.2 Método de solução Uma equação homogênea
pode ser resolvida pela substituição algébrica ou por , onde e são novas variáveis independentes. Essa substituição transforma a equação em uma equação diferencial de primeira ordem separável. Por exemplo, vamos efetuar a mudança de variáveis , teremos:
a) b)
que é uma equação diferencial de primeira ordem separável.
Exemplo: Resolver a equação diferencial .
Solução: fazendo-se , temos . Substituindo-se na equação dada, segue:
Integrando-se o último resultado, segue:
onde c é uma constante.
2.4.3 Exercícios
Nos exercícios de 1 a 4, determine se a função apresentada a seguir é homogênea e especifique o grau de homogeneidade, quando for o caso.
1) 2)
3) 4)
Nas questões 5 e 6, resolva a equação diferencial dada.
5) 6)
Nas questões 7 e 8, resolva o PVI apresentado.
7 ) ,
8) ,
2.5 EQUAÇÕES EXATAS 2.5.1 Introdução
A expressão diferencial é uma diferencial exata, em uma região R do plano , se corresponde à diferencial total de alguma função , definida nessa região R.
Teorema: Sejam e funções contínuas, com derivadas parciais contínuas, em uma região R do plano , definida por e . A condição necessária e suficiente para que a expressão diferencial
seja uma diferencial exata é que:
A equação diferencial
é uma equação diferencial exata se a expressão diferencial do membro esquerdo é uma diferencial exata.
Exemplo: A equação diferencial
é
uma equaçãodiferencial exata. De fato, sendo e , temos:
2.5.2 Método de solução
Considere a equação
.
Se,
a equação éexata. Ou seja, existe tal que é a solução da equação, onde é uma constante e, além disso,
Temos
onde é uma função arbitrária que representa a constante de integração.
Por outro lado, como
tem-se que:
Assim, após a determinação de e, portanto, de
,
a solução da equação é,
onde é uma constante.Exemplo: Resolver a equação diferencial
.
Pelo exemplo anterior, vimos que essa equação é exata. Assim, existe uma função talque e
.
Como
logo,
portanto,
.
Assim, a solução da equação é
onde é uma constante.
2.5.3 Exercícios
Nas questões de 1 a 3, verifique se a equação é exata.
1) 2) 3)
Nas questões de 4 a 5, resolva o PVI dado.
4) 5)
2.6 EQUAÇÕES LINERARES DE 1ª ORDEM
2.6.1 Introdução
Uma equação diferencial da forma
chama-se equação diferencial linear de 1ª ordem.
Dividindo-se pelo coeficiente , podemos reescrever a equação na forma:
(*)
num intervalo conveniente, de modo que as funções e sejam contínuas.
Nessas condições, consideremos uma função tal que
seja uma diferencial exata.
Temos:
A função assim definida é chamada de fator integrante.
2.6.2 Método de solução
Passo 1. Colocamos a equação linear na forma (*) Passo 2. Obtemos o fator integrante
Passo 3. Multiplicamos a equação, membro a membro, pelo fator integrante.
Passo 4. Reescrevemos a equação na forma:
Passo 5. Integramos ambos os lados da equação encontrada no passo anterior (passo 4).
Exemplo: Resolver a equação
Solução: A equação já está na forma (*) e P(x) =-3. Portanto, o fator integrante é
Multiplicando os lados pelo fator integrante, tem-se
Resposta:
2.6.3 Exercícios
Nas questões de 1 a 10, encontre a solução geral da equação dada.
1) 2) 3)
4) 5) 6)
7) 8) 9)
10)
Nas questões 11 e 12, resolva o PVI dado.
11) constantes.
12) constante.
---Fim da 1ª. Parte (NP1)---
2ª. Parte (NP2)
Equações diferenciais lineares com coeficientes constantes
1. O Wronskiano
A solução geral de uma equação diferencial linear e homogênea de segunda ordem como uma combinação linear de duas soluções está intimamente ligada ao conceito de independência linear de duas funções. Esta é uma idéia que será apropriadamente discutida em Álgebra Linear.
Por exemplo, se f(x) senx e ) cos(2 )
(x x
g observamos que, das relações trigonométricas, f g, logo c1f(x) c2g(x) 0, para c1 1ec2 1 assim, por definição, são linearmente dependentes.
Por outro lado, calculando-se o determinante Wronskiano, temos:
0 cos cos cos
) cos (2
cos
2 ) cos(
) ( ' ) ( '
) ( ) ) (
,
( senx x senx x
x x
senx senx
x sen x
x senx
x g x f
x g x g f
f W
pois,
senx senx
sen x
x cos 2
cos2 2 )
cos(
x senx
x sen
x
sen cos
cos2 2cos
2 ) (
Mais precisamente, o seguinte:
Teorema A
Sef egsão diferenciáveis em um intervalo aberto I e se W(f,g) 0 em algum ponto t0 de I, então f eg são linearmente independentes em I. Além disso, se f eg são linearmente dependentes em I, então W(f,g) 0, para todo t em I.
Como outro exemplo, para as funções f(t) et e g(t) e2t, o Wronskiano é
0 2 2
) ,
( 2 3 3 3
2
t t t t
t t t
e e e e
e e g e
f W
para todo t I, qualquer que seja o intervalo I . Assim, pelo teorema anterior, f eg são linearmente independentes em I, qualquer que seja o intervalo I.
Teorema B
Se y1(t) e y2(t) são soluções da equação diferencial y'' p(t)y' q(t)y 0(*) , onde pe q são contínuas em um intervalo aberto I, então y1 e y2 são linearmente dependentes em I se, e somente se, W(y1,y2)(t) é igual a zero, para todo t em I.
Corolário (teorema B)
As quatro afirmações a seguir são equivalentes:
1. As funções y1 e y2 formam um conjunto fundamental de soluções da equação (*) em I;
2. As funções y1 e y2 são linearmente independentes;
3. W(y1,y2)(t) 0, para algum t em I;
4. W(y1,y2)(t) 0, para todo t em I;
2. Equações não-homogêneas 2.1 Conceitos básicos
Consideremos a equação diferencial linear não-homogêna de 2ª. ordem
y'' p(t)y' q(t)y g(t) (2.1) onde p, q e g são funções contínuas em certo intervalo I. A equação (2.2), onde g(t) 0 e p e q são as mesmas de (2.1)
y'' p(t)y' q(t)y 0 (2.2) é chamada de equação homogênea associada a (2.1).
Teorema C
Se Y1 e Y2 são soluções da equação (2.1), então sua diferença Y1 Y2 é solução da equação (2.2). Isto é, se y1 e y2 formam um conjunto fundamental de soluções de (2.2), então
) ( )
( )
( )
( 2 1 1 2 2
1 t Y t c y t c y t
Y
Teorema D
A solução geral da equação (2.1) pode ser escrita na forma:
P
GH y
y t Y t y c t y c t
y( ) 1 1( ) 2 2( ) ( )
onde yGH c1y1(t) c2y2(t) é a solução geral da equação homogênea associada (2.2) e )
(t Y
yp é uma particular solução de (2.1).
2.2 Método dos coeficientes a determinar
Tabela 1 – Forma da solução particular de ay'' by' cy g(t) )
(t
g Y(t)
n n
n t a t a t a
P( ) 0 1( ) ... ts(A0tn A1tn1 ... An)
t n t e
P ( ) ts(A0tn A1tn1 ... An)e t
t t e sen t Pn t
) cos
( ts[A0tn A1tn1 ... An)e tcos t + ] )
...
(B0tn B1tn1 Bn e tsen t
Notas: o parâmetro s denota o menor inteiro não-negativo (0, 1, 2,...) que garanta que nenhuma parcela de Y(t) seja solução da equação homogênea correspondente. Para os três casos, s é o número de vezes que 0 (zero) é raiz da equação característica; é uma raiz real da equação característica; i é uma raiz não real da equação característica.
Exemplos:
1) Encontre uma solução particular da equação y'' 3y' 4y 3e2t. Solução:
Vamos adotar Y(t) Ae2t. Substituindo na equação segue:
t t
t t
t t
t Ae Ae e Ae e A Y t e
Ae2 2 2 2 2 2 2
2 ) 1 2 (
3 1 6
3 4
6
4 é uma
solução particular da equação dada.
2) Encontre uma solução particular da equação y'' 3y' 4y 2sent. Solução:
Vamos adotar Y(t) Asent Bcost. Substituindo na equação segue:
t sent
t
Y cos
17 3 17
) 5
( é uma solução particular da equação dada.
3) Encontre uma solução particular da equação y'' 3y' 4y 3e2t 2sent. Solução:
t sent
e t
Y t cos
17 3 17
5 2
) 1
( 2
é uma solução particular da equação dada, obtida pela soma das soluções das equações das questões (1) e (2) acima.
2.3 Método da variação dos parâmetros Teorema E
Em (2.1) se as funções p,qegsão contínuas em um intervalo aberto I e se as funções y1ey2 são soluções linearmente independentes da equação homogênea associada (2.2), então uma solução particular da equação não-homogênea é
t dt y y W
t g t t y
y t dt y y W
t g t t y
y t
Y ( , )( )
) ( ) ) (
) ( )(
, (
) ( ) ) (
( )
(
2 1 1 2
2 1 2 1
e a solução geral é
) ( ) ( )
( 2 2
1
1y t c y t Y t
c y
2.4 Roteiro de solução
Para resolver um problema de valor inicial consistindo de uma equação linear diferencial da forma ay'' by' cy g(t), junto com um par de condições iniciais:
1) Encontre a solução geral da equação homogênea associada;
2) Obtenha uma solução particular (por um dos métodos discutidos acima);
3) A solução geral da equação não-homogênea é dada por y yGH yP
4) Por meio das condições iniciais, determine as constantes particulares do problema.
2.5 Exemplos
Nas questões 1 e 2, encontre a solução geral da equação dada a seguir:
1) y'' 2y' 3y 3e2t 2) y'' 2y' 5y 3sen2t
3) Resolva o problema de valor inicial y'' y' 2y 2t, y(0) 0, y'(0) 1. Nas questões 4 e 5, encontre uma solução particular da equação dada.
4) y '' 5y' 6y 2et
5) 2
' 1 2
'' t
y e y y
t
2.6 Aplicação: vibrações mecânicas
Movimento de uma massa presa em uma mola
Estudaremos este movimento porque uma compreensão do comportamento desse sistema simples é o primeiro passo na investigação de sistemas vibratórios mais complexos.
Considere uma massa m atada em uma mola de comprimento original l. A massa causa um alongamento L da mola para baixo (sentido positivo). Existem duas forças agindo sobre o ponto onde a massa está presa à mola: a gravitacional e a da mola. A força gravitacional (ou o peso da mola) puxa para baixo e tem módulo W = mg, onde g é a aceleração da gravidade. A força F, devido à mola, que puxa a massa para cima. Supondo que o alongamento L da mola seja pequeno, a força da mola é proporcional a L (lei de Hooke). Ou seja, F = - kL, onde k é a constante da mola e o sinal menos é devido ao fato da mola puxar para cima (sentido negativo). Supondo o sistema em equilíbrio, as duas forças estão balanceadas, ou seja: mg – kL
= 0.
Figura A - Sistema massa-mola Figura B-Diagrama de forças para um sistema massa-mola
m
F = -kL
W = mg
Denotando por u(t) o deslocamento da massa, medido no sentido positivo (para baixo) a partir de sua posição de equilíbrio no instante t, pela lei do movimento de Newton,
) ( ) ( '
' t f t
mu , onde u'' é a aceleração e f(t) é a força total agindo sobre a mola. Existem quatro forças que têm que ser consideradas para se determinar f(t):
1) o peso da massa: W = mg;
2) a força da mola: F = - k(L + u)
3) a força de amortecimento ou resistência que sempre age no sentido oposto ao movimento da massa, que vamos supor proporcional ao módulo da velocidade da massa: Fd u'(t)
4) uma força externa: F(t)
Assim, teremos:
) ( ) ( ) ( ' ) ( ' ' )
( ) ( ' ) ( )
( '
' t mg k L u u t F t mu t u t ku t F t
mu (**)
Observe que mg – kL = 0 e m , k e são constantes.
Observe, ainda, que (**) é uma equação diferencial linear não-homogênea com coeficientes constantes, cuja solução foi discutida nesse capítulo. Nesse modelo simples, não levamos em consideração a massa da mola, suposta desprezível em relação à massa do corpo, sendo as condições (2) e (3) apenas aproximações para a força da mola e a força de amortecimento.
Exemplo: O movimento de determinado sistema massa-mola é governado pela equação diferencial y'' 0,125y' y 0, onde y é medido em pés e t em segundos. Se y(0) 2 e
0 ) 0 ( '
y , determine a posição da mola em qualquer instante.
Solução: Resolvendo o PVI, tem-se:
16 ) 255 255
2 16
cos 255 2
16( t sen t
e y
t
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 -1.5
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5
t
2/255 2551/2 exp(-1/16 t) sin(1/16 2551/2 t)+2 exp(-1/16 t) cos(1/16 2551/2 t)
Figura C – Gráfico da solução do PVI
3. Equações diferenciais lineares com coeficientes constantes de ordem mais alta 3.1 Exercícios
1) Encontre:
a) a solução geral de yiv y' '' 7y'' y' 6y 0 b) a solução do PVI:
0 6 ' ' ' 7 ' ' ' ' ' '
' y y y y
y ; y(0) 1; y'(0) 0; y''(0) 2 e y'''(0) 1. Desenhe o gráfico da solução.
2) Obter a solução do PVI:
0 y
yiv ;
2 ) 7 0 (
y ; y'(0) 4;
2 ) 5 0 ( ''
y ; y'''(0) 2. Desenhe o gráfico da solução.
3) Encontre uma solução particular da equação y''' 3y'' 3y' 1 4et. 4) Encontre a solução geral da equação y''' 3y'' 3y' 1 4et.
---Fim da 2ª. Parte (NP2)---