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INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO

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Academic year: 2021

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INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO DOCUMENTO EXECUTIVO (PARA DOWNLOAD)

ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS DIRETOS:BASE LEGAL

A atração de investimentos estrangeiros diretos– IED é incentivada pelo governo brasileiro e de interesse do setor privado, que buscam facilitar a entrada de capital estrangeiro no Brasil na forma de Investimento Estrangeiro Direto.

A base legal que trata do Investimento Estrangeiro Diretocompreende as Leis 4.131 de 1962 e 4.390 de 1964, regulamentadas pelo Decreto 55.762/65, as quais definem Investimento Estrangeiro Direto:

Investimento estrangeirodireto compreende bens, máquinas e equipamentos entrados no Brasil sem dispêndio inicial de divisas, destinados à produção de bens ou serviços, assim como os recursos financeiros ou monetários trazidos ao Brasil para aplicação em atividades econômicas, desde que pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior.

Segundo a definição legal de Investimento Estrangeiro Direto o capital estrangeiro pode ingressar no Brasil na forma de divisas (recursos financeiros), bens de capitais ou bens intangíveis. Para o ingresso do capital estrangeiro no Brasil não há um valor mínimo a se investir, tampouco, há pagamento de tributos na entrada deste capital. A única exigência feita é que a aplicação em atividades econômicas, realizada porpessoas físicas ou jurídicas, residentes,domiciliadas ou com sede no exteriorprecisa ser registrada como Investimento no Sistema Eletrônico do Banco Central do Brasil – SISBACEN.

Entretanto, existem algumas proibições e restrições à entrada de capital no Brasil, sendo:

Investimentos Vedados:

a) Desenvolvimento de atividades envolvendo energia nuclear;

b) Serviços de saúde;

c) Serviços de correios e telégrafos;

d) Indústria aeroespacial Investimentos com Restrição:

a) Aquisição de terras rurais por sociedades brasileiras sob controle estrangeiro, por estrangeiro residente no país ou por pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.

b) Aquisiçãode propriedades localizadas em áreas de fronteira, consideradas indisponíveis à segurança nacional, (depende de prévio consentimento da Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional);

c) Participação do capital estrangeiro em instituições financeiras;

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d) Exploração de serviços aéreos públicos, para operação de transporte regular (prévia concessão);

e) Na propriedade e na administração de jornais, revistas e outras publicações, bem como de redes de rádio e televisão;

f) Empresas brasileiras, ainda que sob controle estrangeiro, podem solicitar e obter permissão para operar no setor de mineração.

Os investimentos realizados no Brasil podem ocorrer na forma de ingresso:

I. Em Moeda:É o ingresso de capital na forma de moeda, sendo a maneira mais simples e comum de investimento inicial.

II. Em conversão de créditos externos: são os investimentos na forma de ativos de contas a receber de parceiros estrangeiros. Normalmente são usados para fazer investimentos posteriores.

III. Via Importação de Bens sem cobertura cambial: são os investimentos na forma de bens de produção, como máquinas e equipamentos, mas que estão sujeitos a controles rigorosos, por serem bens importados. O bem a ser importado deverá ter licença prévia de importação. No caso de bens usados é preciso comprovar que não há similar no Brasil (similar nacional).

IV. Por bens intangíveis: são os investimentos na forma de intangíveis, como propriedade intelectual, podendo ser uma marca, uma patente induustrial, as quais são permitidas pelo Banco Central do Brasil (BACEN), porém são difíceis de justificar. Neste caso o Banco Central do Brasil precisa avaliar previamente esta condição.

V. No Mercado de Capitais: são os investimento realizados na bolsa de valores, em ações negociadas.Para investir no mercado brasileiro financeiro e de capital, o investidor estrangeiro pode ser individual ou coletivo,pessoa física ou jurídica, não residente.Para tal investimento deve-se constituir representante no Brasil que fará o registro das operações e obter registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).Os títulos e os valores mobiliários do investidor estrangeiro deverão estar custodiados em entidade autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários ou pelo Banco Central a prestar tal serviço, ou, ainda, registrados, conforme o caso, no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) ou em sistema de registro e de liquidação financeira administrado pela Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP).

INGRESSO DE CAPITAL ESTRANGEIRO NO BRASIL

Nos quadros seguintes são expostos como o capital estrangeiro pode ingressar no Brasil e como eles podem ser destinados, destacando-se as providências que precisam ser tomadas para cada caso.

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INGRESSO DE CAPITAL ESTRANGEIRO PARA REALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS FORMA DE

INGRESSO MOEDA CONVERSÃO DE CRÉDITOS

EXTERNOS

IMPORTAÇÃO DE BENS SEM

COBERTURA CAMBIAL BENS INTANGÍVEIS

Autorização

Não é sujeita à autorização prévia do Banco Central do Brasil.

Não é sujeita à autorização prévia do Banco Central do Brasil.

Não depende de autorização prévia do Banco Central do Brasil, desde que seja para integralizar o capital social e seja um bem TANGÍVEL.

Depende da autorização prévia do Departamento de Combatea Ilícitos Financeiros e Supervisão de Câmbio e Capitais

Internacionais (DECIC).

Registro

O registro do investimento deverá ser feito pelo Sistema Registro Declaratório Eletrônico –Investimento Estrangeiro Direto, pela empresa brasileira receptora do investimento e/ou pelo representante do investidor externo.

Deve ser registrado no sistema Registro Declaratório Eletrônico - Investimento Estrangeiro Direto, para tal a empresa receptora nacional precisa receber do promitente investidor:

• declaração contendo os vencimentos das parcelas e os respectivos valores a serem convertidos e, no caso de juros e outros encargos, também o período a que se referem e as taxas e cálculos

empregados; e

• declaração irretratável do credor.

Deve ser registrado no sistema Registro Declaratório Eletrônico - Investimento Estrangeiro Direto, informando:

• o valor objeto do registro no Módulo ROF – Registro de Operações Financeiras do Sistema RDE com vinculação à Declaração de Importação (DI); e

• a moeda constante do ROF – Registro de Operações Financeiras correspondente.

Deve ser registrado no sistema Registro Declaratório Eletrônico - Investimento Estrangeiro Direto, após autorização daSupervisão de Câmbio e Capitais Internacionais.

Prazo do Dentro de 30 dias a partir do Dentro de 30 dias a partir do O registro no Banco Central do Dentro de 30 dias a partir do

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Registro fechamento do contrato de câmbio.

fechamento do contrato de câmbio.

Brasil deve ser feito até 90 dias após o desembaraço aduaneiro do bens tangíveis.

fechamento do contrato de câmbio.

Observações

Dinheiro deverá ser enviado ao Brasil para um banco brasileiro autorizado a operar com câmbio.

Bens usados não podem ter similar nacional.

Para o fechamento de câmbio precisa ter o número de registro do investidor estrangeiro e da empresa receptora no Sistema Registro Declaratório Eletrônico –Investimento Estrangeiro Direto.

Para fins de registro no Módulo Registro Declaratório Eletrônico – Investimento Estrangeiro Direto, os bens, tanto tangíveis quanto intangíveis, devem ser destinados exclusivamente à integralização de capital.

O registro deve ser feito na moeda do país do investidor ou, por solicitação expressa deste, em outra moeda, mantida a paridade cambial.

Para fins de registro no Módulo Registro Declaratório Eletrônico – Investimento Eletrônico Direto, os bens, tanto tangíveis quanto intangíveis, devem ser destinados exclusivamente à integralização de capital.

O Registro do Capital Estrangeiro deverá será realizado pelo receptor ou representante legal no Brasil no SISBACEN, no Módulo Registro Declaratório Eletrônico –Investimento Estrangeiro Direto. Este registro deve ser feito até 30 dias da data de entrada do investimento no Brasil, ou até 90 dias do desembaraço aduaneiro para investimentos feitos com bens. Tal registro é apenas declaratório, não havendo nenhum análise prévia por parte do Banco Central do Brasil.

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DESTINO DO RETORNO DO CAPITAL ESTRANGEIRO PROVENIENTE DOSINVESTIMENTOS:Uma vez ingressado o investimento no Brasil, os investidores estrangeiros diretos poderão destinar o seu capital ingressado das seguintes maneiras:

FORMA DE

DESTINO REMESSA DE LUCROS REPATRIAMENTO REINVESTIMENTO DE LUCROS TRANSFERÊNCIA DO INVESTIMENTO

Restrições

Não há restrições à distribuição de lucros ou dividendos e sua remessa ao exterior para sócios ou acionistas de empresas com sede no Brasil.

Os investidores podem a qualquer momento repatriar seu investimento, não havendo um período mínimo para o capital ficar no Brasil. Tal condição não necessita de autorização prévia para repatriar para o País de origem.

Os lucros podem ser reinvestidos nas empresas receptoras nacionais, ou em outras empresas brasileiras como aquisição ou integralização de ações/quotas.

Podem transferir seus investimentos para outro estrangeiro ou brasileiro, os quais serão responsáveis pelo recolhimento ou retenção do Imposto de Renda incidente sobre ganhos de capital.

Registro

Precisa registrar no Sistema Eletrônico do Banco Central do Brasil no módulo Registro Declaratório Eletrônico – Investimento Eletrônico Direto a remessa relativa aos lucros.

Precisa registrar no Sistema Eletrônico do Banco Central do Brasil no módulo Registro Declaratório Eletrônico – Investimento Estrangeiro Direto o repatriamento.

A única providência a ser tomada é registrar no Sistema Eletrônico do Banco Central do Brasil, no módulo Registro Declaratório Eletrônico- Investimento Estrangeiro Direto, o valor do reinvestimento, sendo registrados como capital estrangeiro, da mesma forma quando ingressou a primeira vez.

O adquirente poderá registrar o capital estrangeiro no valor que estava anteriormente registrado, independentemente do valor pago pela compra.

Impostos Não há cobrança de impostos para a remessa.

Haverá a cobrança de Imposto de Renda retido na fonte incidente sobre o GANHO de CAPITAL, ou seja, diferença entre o capital repatriado e o valor registrado como investido. A taxa sobre ganho de capital varia de 15% a 25%.

O lucro reinvestido e registrado aumentará o montante do capital estrangeiro investido e assim a base de cálculo será maior para a futura repatriação do capital.

Haverá a cobrança de Imposto de Renda retido na fonte incidente sobre o GANHO de CAPITAL, ou seja, diferença entre o capital transferido e o valor registrado como investido.

A taxa sobre ganho de capital varia de 15% a 25%.

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As remessas de moeda ao exterior podem sofrer restrições sempre que NÃO houver o correspondente registro no Sistema Registro Declaratório

Eletrônico- Investimento Estrangeiro Direto, uma vez que a remessa de lucros, o repatriamento de capital e o registro de reinvestimentos baseiam-se no montante registrado a título de investimento estrangeiro.

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Dentre as possibilidades de realizar investimentos no Brasil, há duas grandes vertentes, uma é realizar investimentos em iniciativas públicas, a qual deverá ser realizada por Licitação (de forma própria ou por consórcio), por meio de Parceria Pública-Privada – PPPou por concessões;

A outra é investir em iniciativa privada, com ou sem presença no país. Sem a presença própria no país, pode ser na forma de exportação, ou por contratos de representação, distribuição, parceria ou franchising, ou por aquisição de ações ou valores mobiliários.

Já com presença no país, esta pode ser realizada pelo estabelecimento de uma subsidiária, pela participação societária em empresa brasileira, por aquisiçãoou fusão de empresa estabelecida no Brasil.

Na esfera pública, as licitações compreendem o procedimento que permite ao Estado escolher os fornecedores de suas demandas. É permitido às empresas estrangeiras participar das licitações, respeitando o princípio internacional da isonomia.

A base legal brasileira que trata das regras gerais para licitações e contratos da administração pública é a Lei 8.666 de 1993, e suas alterações na Lei nº 12.349, de 15.12.2010, que também tratam das regras para autorizar a participação de empresas estrangeiras em processos de licitação no Brasil.

A regra geral para participar das licitações é a exigência de um representante legal no Brasil, e atender as orientações previstas na Lei, bem como, entregar os documentos exigidos na licitação traduzidos por tradutor juramentado e autenticado pelo Consulado do país estrangeiro.

No Brasil as modalidades de licitações se subdividem em (i) concorrência, (ii)tomada de preço, (iii) convite, (iv) concurso v) leilão e vi) pregão. Sendo a modalidade concorrência a mais comum na participação de empresas estrangeiras. Tal modalidadeé utilizada nas licitações que envolvam valores superiores a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) para obras e serviços de engenharia, bem como nas licitações que envolvam valores superiores a R$

650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) para compras e serviços geraisque não sejam obras e serviços de engenharia.

Ainda na esfera pública outra possibilidade é a parceira público-privada PPP, a qual foi regulamentada peloDecreto nº 5.385/2005, definindo a PPPcomo um contrato administrativode concessão, na modalidadepatrocinada ou administrativa. Porconcessão patrocinada, entende-se aconcessão de serviços públicos ou deobras públicas cuja contraprestaçãoenvolva, além da tarifa cobrada dosusuários, remuneração complementardo parceiro público. Normalmente usada em serviços que o valor cobrando dos usuários não remunera o investimento, necessitando complementar esta base. Por sua vez, aconcessão administrativa é o contratode prestação de serviços em que aAdministração Pública é a usuáriadireta ou indireta, por exemplo, construção eadministração de prédios públicos,ainda que envolva execução de obraou fornecimento e instalação de bens. A PPP envolve um contrato de prestação de obras ou de serviço com valor superior a R$ 20 milhões e com um

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mínimo de 5 anos de vigência, podendo ser estabelecido na esfera federal, estadual ou municipal.

Por sua vez, as concessõessão contratos públicos, nos quais o governo (federal, estadual ou municipal) transfere a execução dos serviços públicos. A delegação do serviço é realizada por uma licitação, nas quais as empresas estrangeiras podem participar.

As empresas estrangeiras podem se associar a outras empresas brasileiras na forma de consórcio para realizar projetos específicos. O consórcio opera sob os termos de um acordo entre duas ou mais empresas, onde cada empresa será responsável pelas suas obrigações estabelecidas no acordo. Esta forma de atuação é comum em projetos de grande porte e aplicados na esfera pública. A instituição de consórcios é contemplada na Lei 6.404 de 1976.

Entretanto no consórcio é exigido que uma empresa seja líder, devendo esta ser uma empresa brasileira, não podendo ser a estrangeira. O acordo constituindo o consórcio deverá ser registrado na Junta Comercial, bem como, publicado em Diário Oficial.

Na esfera privada com presença no Brasil, pode haver o investimento na compra de empresas estabelecidas no Brasil, configurando um processo de Fusão ou Aquisição. As fusões e aquisições precisam ser avaliadas pelo CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o qual se baseia na Lei 8.884 de 1994 que regula estas operações de compra.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos ocorrerão quando haja a participação de capital estrangeiro, proveniente de pessoas físicas ou jurídicas, residentes, domiciliadas ou com sede no exterior, em empresas localizadas no Brasil, na aquisição de quotas do capital social ou de ações, representando no mínimo 10% destas quotas ou ações, e com poder de voto.

REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério das Relações Exteriores. Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (CESA). Guia Legal para o Investidor Estrangeiro no Brasil. Brasília: MRE: BrasilGlobalNet, 2012.

AMCHAM . American Chamber of Commerce for Brazil International Affairs Department Brazil.

How establish a business presence in Brazil. AMCHAM: 2012/2013.

KPMG. Investment in Brazil. 11. ed. São Paulo : Escrituras Editora, 2011.Capítulo 4.

Brasil. Investing in Brazil: foreign capital. Disponível em:

<http://www.brasil.gov.br/para/invest/investing-in-brazil> . Acesso em abr.2013.

Referências

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