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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Academic year: 2022

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0000.13.096172-5/000

Número do Númeração 0961725-

Des.(a) Furtado de Mendonça Relator:

Des.(a) Furtado de Mendonça Relator do Acordão:

20/05/2014 Data do Julgamento:

26/05/2014 Data da Publicação:

EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO - PROCESSUAL PENAL - CRIME DE DESOBEDIÊNCIA - MEDIDAS PROTETIVAS DEFERIDAS NO ÂMBITO DA LEI MARIA DA PENHA - IRRELEVÂNCIA - C R I M E D E M E N O R P O T E N C I A L O F E N S I V O - D E C L A R A D A A COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. - Ainda que o agente tenha, supostamente, desobedecido ordem judicial deferida no âmbito da Lei Maria da Penha, tal não impõe a competência da Vara Especializada, já que, neste caso, a vítima é o Estado. - Se a pena máxima cominada ao delito imputado ao denunciado não supera dois anos, a competência para julgamento é do Juizado Especial Criminal. Inteligência do art. 61 da Lei 9.099/95.

CONFLITO DE JURISDIÇÃO Nº 1.0000.13.096172-5/000 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - SUSCITANTE: JD 11 V CR COMARCA BELO HORIZONTE - SUSCITADO(A): JD 13 V CR COMARCA BELO HORIZONTE - INTERESSADO: MARIZA ÂNGELA DE CARVALHO, RENATO DE SOUZA MUNIZ, MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 6ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL.

DES. FURTADO DE MENDONÇA RELATOR.

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DES. FURTADO DE MENDONÇA (RELATOR)

V O T O

Cuida-se de Conflito Negativo de Jurisdição, suscitado pelo MM.

Juiz de Direito da 11ª Vara Criminal desta capital.

Como se vê, Renato de Souza Muniz foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 330 do CPB, porquanto, em tese, "...descumpriu ordem judicial de distanciamento..." (f. 02-D) de sua ex-companheira.

O processo foi, inicialmente, distribuído para a 13ª Vara Criminal desta capital - especializada no julgamento dos feitos atinentes à Lei 11.343/06. Ao receber os autos, o i. magistrado daquele d. Juízo proferiu a seguinte decisão:

"...Trata-se de denúncia ofertada pelo órgão ministerial, por ter o acusado, in tese, infringindo as disposições do artigo 359 do CP.

Observa-se que o referido delito está elencado dentro do rol dos crimes praticados contra a administração da justiça. E, no caso dos autos, não há qualquer outro delito que faça atrair a competência desta vara criminal especializada nos delitos sob o enfoque da Lei 11.343/06.

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Assim, tenho que o julgamento daquele deito escapa da competência deste juízo e por tal razão DETERMINO a imediata redistribuição destes autor para uma das varas criminais desta comarca..." - f. 30.

O feito, então, foi distribuído para a 11ª Vara Criminal desta capital, oportunidade em que o i. magistrado suscitou o presente conflito negativo:

"... Como cediço, de acordo com a redação da Lei nº 9.099/95, se a competência para o julgamento do presente feito não é da 13ª Vara Criminal, há de se concordar que, tratando-se de crime cuja pena máxima cominada é de 02 (dois) anos de detenção, a competência não pode ser do Juízo Criminal Comum, mas do Juizado Especial Criminal.

Noutro giro, a decisão que declarou aquele juízo incompetente para julgamento desse feito diverge do atual entendimento de nossos Tribunais Superiores, os quais consideram competente para julgar a Vara Criminal Especializada quando o delito de desobediência a decisão judicial decorre de descumprimento de medidas protetivas previstas na Lei nº11.343/06..." - f.

59/60.

Instada a se manifestar, opinou a d. Procuradoria Geral de Justiça.

É o relatório.

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CONHEÇO DO CONFLITO, eis que presentes os pressupostos para sua admissão.

Pois bem.

A meu ver, primeiramente, deve ser afastada a competência da Vara Especializada no processamento e julgamento de delitos atinentes à Lei Maria da Penha (13ª Vara Criminal desta capital). A especialização deste d.

Juízo decorre da qualidade da vítima: mulher em situação de violência doméstica e familiar. Não é o caso.

É certo que, em tese, Renato de Souza Muniz deixara de cumprir ordem judicial que o impedia de se aproximar da ofendida, sua ex- companheira. No entanto, o delito em tese perpetrado - cuja vítima é o Estado, já que se trata de crime contra a Administração Pública - não guarda nenhum liame com o expediente instaurado para a apuração das medidas deferidas. Não se justifica, portanto, o julgamento em vara especializada.

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO - DESOBEDIÊNCIA A ORDEM JUDICIAL RELATIVA A EXPEDIENTE DA LEI MARIA DA PENHA - I R R E L E V Â N C I A D A N A T U R E Z A D A O R D E M D E S C U M P R I D A - COMPETÊNCIA DO JUIZ SUSCITADO - JUIZADO ESPECIAL X JUÍZO COMUM - MEIOS ESGOTADOS PARA A LOCALIZAÇÃO DO RÉU - COMPETÊNCIA DA 3ª VARA CRIMINAL. I - Desobedecida ordem judicial, afasta-se a competência da Vara especializada em questões afetas à Lei

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decisão desobedecida - pois o sujeito do delito de desobediência não é a mulher em situação de violência doméstica e familiar, mas sim o Estado. II - Lado outro, a remessa dos autos à Justiça Comum por força do art. 66, parágrafo único da Lei nº 9.099/95, exaure a competência do Juizado Especial, inexistindo previsão legal para sua restauração. Precedentes. III - Declararam a competência da 3ª Vara Criminal. (Rel. Des. Eduardo Brum - CONFLITO DE JURISDIÇÃO N° 1.0000.10.033737-7/000).

CONFLITO DE JURISDIÇÃO. DESOBEDIÊNCIA. LEI MARIA DA PENHA.

COMPETÊNCIA. A ação penal em que imputada prática de crime de desobediência por desrespeito a medida protetiva tomada em situação prevista na Lei Maria da Penha não se vê atraída para o foro por onde se processa a demanda em que ditada referida medida protetiva. Causa, assim, que deve, em princípio, tramitar no juizado especial, visto que cuida de crime de menor potencial ofensivo. Conflito procedente, por maioria. (Conflito de Jurisdição Nº 70037112323, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marcelo Bandeira Pereira, Julgado em 29/07/2010)

A meu ver, porém, a competência também não é da 11ª Vara Criminal desta capital. Isto porque, o artigo 330 do CPB prevê pena máxima não superior a dois anos. E, tendo em vista o disposto no art. 61 da Lei 9.099/95 - Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa -, a competência para o processamento e julgamento do feito é do Juizado Especial Criminal desta capital.

Ante ao exposto, declaro competente para processamento e

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julgamento do feito uma das Varas Criminais do d. Juizado Especial Criminal desta capital, devendo ser remetidos e distribuídos os autos. Comuniquem- se os em. Juízos suscitante e suscitado.

DES. JAUBERT CARNEIRO JAQUES - De acordo com o(a) Relator(a).

DESA. MÁRCIA MILANEZ - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "DECLARADA A COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL."

Referências

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