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Gestão de Projetos. Unidade 1 Fundamentos da gestão de projetos

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Academic year: 2021

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Unidade 1

Fundamentos da gestão de projetos

Gestão de Projetos

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DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial

CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA Autoras

GUILHERME GONÇALVES DE SOUZA

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O AUTOR

Guilherme Gonçalves de Souza

Olá. Meu nome é Guilherme Gonçalves de Souza. Sou graduado em Administração e Especialista em Gerenciamento de Projetos, com certificação PMP©. Tenho experiência de 9 anos em projetos de Consultoria Organizacional, Desenvolvimento de Produtos de Hardware e Software, Sistemas de Informação, Planejamento Estratégico e Mapeamento de Processos. Meus conhecimentos e habilidades incluem a gestão ágil de projetos, SCRUM©, liderança, gestão e capacitação de equipes multidisciplinares. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir os conceitos e práticas adquiridos em minha trajetória profissional e acadêmica àqueles que estão construindo suas conquistas de carreira.

Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de

autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase

de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

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ICONOGRÁFICOS

Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen-

volvimento de uma

competência for

concluído e questões

forem explicadas;

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SUMÁRIO

Gestão de projetos ... 12

O que é projeto? ... 12

Programa e portfólio ... 14

Gestão de projetos ... 15

Atribuições do gerente de projetos ... 17

Metodologia de gestão de projetos ...20

Melhores práticas ... 20

Conceito de metodologia ... 21

Processos e metodologias ...23

Metodologias consagradas de gestão de projetos ...25

Criar ou adaptar metodologias? ...27

Ciclo de vida da gestão de projetos ...30

Fases do projeto ... 31

Relacionamentos entre as fases ...32

Tipos de ciclos de vida ...33

Fase de iniciação ...34

Fase de planejamento ...35

Fase de execução ...35

Fase de monitoramento e controle... 36

Fase de encerramento ... 36

(7)

Definindo requisitos ... 39

Coleta de requisitos... 40

Ferramentas e técnicas de coleta ... 40

Prototipação ... 41

Tipos de protótipos ... 41

Benefícios da prototipação ...43

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UNIDADE

01

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INTRODUÇÃO

Você sabia que o gerenciamento de projetos é uma disciplina bastante difundida e utilizada nos mais variados tipos de negócios? O conhecimento dos conceitos e o domínio e aplicação das variadas técnicas, são considerados fortes diferenciais para um profissional que deve estar preparado para a era da transformação digital e de grande velocidade nas transformações geográficas, sociais, econômicas e políticas que vivemos. Responsáveis pela geração de empregos e oportunidades, os projetos são considerados estratégicos para a maioria das organizações.

A principal responsabilidade de um profissional da área é garantir que os

resultados alcançados agreguem valor no alcance dos objetivos definidos

no planejamento estratégico da organização em que atua, primando pela

satisfação de todos os envolvidos e interessados nos resultados a serem

entregues. Para isso existe todo um arcabouço de ferramentas, habilidades

e conhecimentos já desenvolvido e em constante evolução, que passará

a ser apresentado a você a partir de agora. Está ciente da importância

dessa missão? Ao longo desta unidade você será apresentado e vai poder

explorar esse universo o quanto quiser!

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OBJETIVOS

Olá. Seja muito bem-vindo à 1. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Explicar o que é projeto e quais as implicações relacionadas ao seu gerenciamento.

2. Identificar e conhecer diferentes metodologias de gestão de projetos.

3. Apontar os conceitos do ciclo de vida de projetos.

4. Identificar e coletar requisitos com o uso de protótipos

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!

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Gestão de projetos

INTRODUÇÃO :

Ao término deste capítulo você será capaz de compreender os conceitos fundamentais que permeiam o gerenciamento de projetos, área estratégica de conhecimento para as organizações e por isso, de fundamental importância no exercício de sua profissão. Os gerentes de projetos desenvolvem conhecimentos, habilidades e atitudes diferenciadas. E então? Motivado para conhecer esse universo? Então vamos lá. Avante!

O que é projeto?

Para chegar a um entendimento sobre os aspectos que permeiam a gerência de projetos se faz necessária a compreensão do conceito de projeto:

Segundo o “Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos” - Guia PMBOK® (2012), publicado pelo Project Management Institute (PMI), “projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.

O resultado de um projeto pode ser tangível ou intangível.

Um projeto pode durar horas, semanas, meses ou anos, sendo irrestrita a quantidade de pessoas e recursos envolvidos. A natureza temporária de um projeto é caracterizada por seu início e término definidos. O término ocorre ao atingir os objetivos do projeto, quando se concluir que tais objetivos não poderão ser atendidos ou ainda, quando por alguma circunstância, o projeto não for mais considerado necessário.

Mesmo a presença de elementos frequentes ou repetitivos não

muda a característica de singularidade de um projeto, pois cada um

entrega um produto, serviço ou resultado único. Por exemplo, as lojas

de uma rede de franquia podem ser construídas com materiais similares

e/ou pela mesma equipe, mas cada uma é exclusiva, com diferentes

proprietários, locais, fornecedores, clientes, locatários etc.

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Incertezas ou diferenças quanto aos produtos, serviços ou resultados entregues pelo projeto, bem como novas atividades ainda desconhecidas pelos membros de uma equipe podem exigir um planejamento mais detalhado do que os trabalhos rotineiros. Além disso, os projetos podem ocorrer em todos os níveis hierárquicos de uma organização.

Figura 1: Trabalhando na execução do projeto

Fonte: pixabay

Uma pessoa ou muitas pessoas, uma organização ou múltiplas unidades organizacionais de múltiplas organizações podem estar envolvidas em um projeto, que pode ter como resultado:

• Um produto ou objeto produzido, quantificável e que pode ser um item final ou um item componente de outro item.

• Um serviço ou a capacidade de realizá-lo, como funções de negócios que dão suporte à produção ou à distribuição.

• Uma melhoria em linhas de produtos e serviços.

• Um resultado, como produtos ou documentos. Por exemplo, um

projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser

usado para determinar se uma tendência está presente ou não ou

se um novo processo será benéfico para determinada comunidade.

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A construção de uma nova ponte ligando dois municípios, a implantação de uma infraestrutura de TI em uma organização, o desenvolvimento de um aplicativo mobile, a expansão comercial de uma empresa para um novo espaço geográfico, a manutenção programada nas operações de uma refinaria de petróleo, a concepção de um novo modelo de mobilidade urbana, um serviço de consultoria empresarial a fim de reduzir custos, a preparação para a obtenção de uma certificação ou aprovação em um concurso, entre inúmeros outros.

Programa e portfólio

As necessidades de aderência de projetos a múltiplos objetivos organizacionais, além da possibilidade de sua execução ocorre nos níveis gerencial, tático e operacional. Esses tornam sua natureza ainda mais complexa. Tal característica exigirá das organizações inseridas nesses contextos uma maior atenção em sua governança, estabelecendo diretrizes estratégicas e indicadores de desempenho.

A demanda por uma maior maturidade no gerenciamento dos projetos dessas organizações faz com que precisem mobilizar equipes para desenvolver metodologias e executar também o gerenciamento de programas e/ou de portfólios.

Mas o que seriam programas e portfólios? A melhor definição de

programa é como um grupo de projetos relacionados, que necessitam

ser gerenciados de forma coordenada tendo como objetivo a obtenção

de monitoramento e benefícios que não seriam possíveis se os mesmos

fossem gerenciados de modo individual. Os programas podem incluir

elementos de trabalho mantidos fora do escopo de diferentes projetos

desse mesmo programa. Um projeto pode ou não ser parte de um

programa, mas um programa sempre conterá projetos. Como exemplo

de programa pode-se citar o Programa Espacial Americano da NASA, que

é composto pelos projetos do ônibus espacial, estação espacial, Marte,

Lua etc.

(15)

Figura 2 – Relação “hierárquica” entre projetos, programas, portfólios e o planejamento estratégico de uma organização

Portfólio 1 Novo projeto

Programa 1 Programa 2

Projeto A Projeto X

Projeto B

Portfólio 2

Projeto P2 Planejamento

Estratégico

Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

O plano estratégico de uma organização pode ser atingido por meio de seus projetos. Dessa maneira, um portfólio pode ser definido como um conjunto de projetos ou programas e também de outros trabalhos, agrupados de maneira a facilitar o gerenciamento eficaz do trabalho, visando atingir os objetivos estratégicos de um ou de mais negócios. O alinhamento com o plano estratégico da organização pode ditar uma hierarquia para o portfólio, programa ou projetos envolvidos. Os projetos ou programas contidos em um portfólio não precisam ser interdependentes ou diretamente relacionados, mas devem ser gerenciados de modo a maximizar o valor do portfólio.

Gestão de projetos

Conceituadas as definições de projetos, programas e portfólios,

o entendimento sobre o papel do gerenciamento de projetos fica

facilitado. Definição: Considerada uma competência estratégica para as

organizações, já que possibilita que elas unam os resultados dos projetos

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com os objetivos de negócio. A gestão de projetos é definida pelo guia PMBOK® como a aplicação ordenada e controlada de habilidades, técnicas, ferramentas e conhecimentos das atividades do projeto, buscando atender os seus requisitos.

O PMBOK® preconiza que o gerenciamento de forma efetiva e eficaz de projetos se dá pela aplicação e integração de processos agrupados em cinco grupos: Iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento.

Ainda de acordo com o PMBOK® (2012), gerenciar um projeto normalmente inclui, mas não se limita à:

• Identificação dos requisitos.

• Abordagem às diferentes necessidades, preocupações e expectativas das partes interessadas no planejamento e execução do projeto.

• Estabelecimento, manutenção e execução de comunicações ativas, eficazes e colaborativas entre as partes interessadas.

• Gerenciamento das partes interessadas buscando atender aos requisitos do projeto e visando a criação de suas entregas.

• Balanceamento das restrições conflitantes do projeto que podem ser:

- Escopo.

- Qualidade.

- Cronograma.

- Orçamento.

- Recursos.

- Riscos.

A especificidade na natureza do projeto, seus eventos e

sequenciamento lógicos das atividades, bem como suas circunstâncias

exclusivas nortearão as restrições nas quais o gerente e a equipe de

gerenciamento do projeto precisarão se concentrar.

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IMPORTANTE :

Os fatores conflitantes de um projeto são de tal forma relacionados que se algum deles for alterado, pelo menos um outro fator será provavelmente afetado. Por exemplo, a mudança no escopo, pode influenciar na redução ou aumento do cronograma, o que por si só interfere no aumento do orçamento para que sejam incluídos recursos adicionais que realizem a mesma quantidade de trabalho no novo prazo necessário.

Outros motivos de conflito podem incluir ainda a divergência de ideias sobre quais fatores são mais importantes entre as partes interessadas no projeto, além da mudança nos requisitos ou objetivos do projeto, que podem incluir riscos adicionais ao mesmo. Cabe à equipe do projeto a responsabilidade de avaliar o conflito, equilibrar as demandas e estabelecer uma comunicação assertiva com as partes interessadas, a fim de garantir o sucesso na entrega do resultado do projeto.

Uma característica do plano de gerenciamento do projeto é seu desenvolvimento iterativo. Sendo elaborado de forma progressiva durante o ciclo de vida do projeto, se adequando ao potencial de mudanças. Esse tipo de elaboração promove a melhoria contínua, de modo que o detalhamento do plano ocorre de acordo com o aumento na disponibilidade de informações mais detalhadas e específicas, bem como de estimativas mais exatas. Assim, a equipe de gerenciamento define e gerencia o projeto com um maior nível de detalhes conforme ele evolui.

Atribuições do gerente de projetos

O trabalho do projeto é realizado pela equipe envolvida e por outras partes interessadas em seus resultados. No entanto, cabe ao gerente do projeto a principal responsabilidade pelo sucesso ao alcançar seus objetivos.

Para conduzir a equipe e os trabalhos do projeto, um gerente de

projeto eficaz deve balancear habilidades técnicas específicas da área

de aplicação e características conceituais, como: o conhecimento sobre

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o gerenciamento de projetos, a aplicação efetiva desse conhecimento e sua abordagem gerencial na execução do projeto.

A adequada ação do gerente de projetos nas diferentes situações que enfrenta durante o planejamento, execução e encerramento do projeto passa também pelo desenvolvimento de habilidades interpessoais e conceituais que auxiliam na análise de situações. Tais como:

• Liderança.

• Desenvolvimento de equipes.

• Motivação.

• Comunicação.

• Influência.

• Poder de decisão.

• Conhecimento político, econômico e cultural.

• Negociação.

• Construção de confiança.

• Gerenciamento de crises e conflitos.

Coaching.

Figura 3: Líder passando instruções para sua equipe

Fonte: pixabay

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RESUMINDO :

E então? Gostou do que aprendeu? Para termos certeza de que você realmente compreendeu o tema de estudo desse capítulo, vamos relembrar tudo o que vimos. Você foi apresentado à disciplina de gestão de projetos, entendeu que diferentes projetos podem se relacionar e estar organizados de acordo com programas e portfólios. Em seguida, apresentamos os conceitos da gestão de projetos propriamente dita e das atribuições do gerente de projetos.

Espero que esses conhecimentos façam parte do seu dia a

dia e o tornem ainda mais preparado.

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Metodologia de gestão de projetos

INTRODUÇÃO :

Ao término deste capítulo você deverá dominar alguns conceitos sobre as melhores práticas de gestão de projetos, além de compreender sua ligação com a elaboração e aplicação de metodologias que visam atingir as diretrizes definidas pelas organizações que as adotam. Você conhecerá frameworks e metodologias profundamente testadas e utilizadas. Espero que esteja empolgado para ampliar seus conhecimentos! Vamos nessa?

Bom, você já sabe que um projeto é um empreendimento temporário que envolve início, meio e fim, cujo resultado é exclusivo. Essa característica demanda uma sequência lógica de atividades que podem ser totalmente planejadas e/ou desenvolvidas de forma iterativa ao longo do projeto.

Acredita-se que só o que é medido pode ser gerenciado, por isso na busca pelo atendimento das métricas de escopo, tempo, custo e qualidade do projeto conforme o planejado, as organizações e os profissionais de gerenciamento de projetos podem utilizar modos específicos, muitas vezes singulares, para o desenvolvimento do trabalho de seus projetos.

Assim, alguns padrões podem estabelecer os documentos, nomenclaturas, processos necessários, aprovações, artefatos, rituais, formas de comunicação, estruturação das equipes, entre outras características nos projetos, programas e portfólios de uma organização.

Melhores práticas

Durante o século XX, seguindo a consolidação de modelos de

negócio e gestão do mundo corporativo, algumas organizações e

associações foram criadas com a motivação de definir, promover e

disseminar as melhores práticas de gestão de projetos no planeta,

algumas delas são:

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Project Management Institute – PMI.

International Project Management Association – IPMA.

Australian Institute of Project Management – AIPM.

Office of Government Commerce (OGC): Uma organização do governo do Reino Unido, responsável pelo método PRINCE2 de gestão de projetos.

No presente trabalho, as terminologias e conceitos de gestão de projetos são embasados pelas perspectivas do Project Management Institute (PMI), a maior e mais reconhecida organização de promoção da gestão de projetos no mundo.

Foi visto que a aplicação adequada de conhecimentos, processos, habilidades, ferramentas e técnicas tem o poder de impactar positivamente no sucesso de um ou mais projetos. Por isso, no ano de 1969, cinco profissionais da área, sentindo a necessidade de registro e disseminação das melhores práticas em gestão de projetos, reuniram-se nos EUA e criaram o PMI. Essa associação não tem fins lucrativos e seu objetivo é organizar, difundir e incentivar as melhores práticas de gerenciamento de projetos.

VOCÊ SABIA?

O PMI utiliza como referência básica para a disseminação dos padrões de gerenciamento de projetos o Guia PMBOK®, sua principal publicação, onde está reunido o subconjunto do conhecimento em gerenciamento de projetos reconhecido como boa prática. Esse guia promove o vocabulário e os processos comuns ao campo da profissão de gerenciamento de projetos.

Conceito de metodologia

Para a Organização Internacional para Padronização (ISO), padrão é

um “Documento aprovado por um órgão reconhecido que fornece, para

uso comum e repetido, regras, diretrizes ou características para produtos,

processos e serviços cujo cumprimento não é obrigatório” (ISO 9453).

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Ao trazer a definição de padrão para a abordagem aqui proposta, se entende que as metodologias de gerenciamento de projetos em uma organização estão baseadas em padrões exclusivos, seguindo sua aplicação de acordo com os parâmetros de sucesso estabelecidos nos projetos da mesma. Sendo uma referência básica, o padrão encontrado no guia PMBOK® não é abrangente nem completo. É considerado um guia e não uma metodologia, mesmo que muitas metodologias surjam baseadas nos padrões do PMBOK®.

Dessa forma, o termo “metodologia” se refere a um conjunto de processos, documentos e normas para o desenvolvimento de um trabalho. A metodologia de trabalho de um projeto tem como objetivo assegurar que o projeto aconteça dentro de padrões previsíveis.

Uma organização ou empresa que utilize a gestão de projetos para atingir seus objetivos estratégicos muitas vezes já dispõe de um apanhado de regras operacionais que podem ser utilizadas para concepção de sua própria metodologia. Em outros casos, a definição das metodologias de gerenciamento de projetos pode ser estabelecida com o auxílio de uma consultoria externa, por especialistas internos ou pelos gerentes de projeto a cada tipo de projeto, por um escritório de projetos ou outra unidade organizacional. O importante é que haja um conjunto formalizado de modos de trabalho que auxilie no monitoramento e nas entregas dos projetos.

Figura 4: Diferentes etapas desse processo

Fonte: pixabay

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Processos e metodologias

A aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas para que os requisitos do projeto sejam cumpridos, demanda o gerenciamento eficaz de processos apropriados. Muito embora o PMBOK® não se trate de uma metodologia pronta, mas sim de um guia de boas práticas, ele apresenta grupos de processos de gerenciamento de projetos que podem auxiliar as organizações nas suas definições próprias de metodologias.

DEFINIÇÃO :

Processo para o Guia PMBOK® (2012) é “um conjunto de ações e atividades inter-relacionadas que são executadas para criar um produto, serviço ou resultado pré-especificado”. Assim cada processo de gerenciamento de um projeto tem como característica exclusiva suas entradas, ferramentas e técnicas aplicáveis, bem como as saídas resultantes.

A equipe do projeto executa os processos em interação com as partes interessadas, podendo geralmente ser classificados em uma das duas categorias a seguir:

• Processos de gerenciamento de projeto, que contém as ferramentas e técnicas que garantem o fluxo eficaz do projeto ao longo de sua duração.

• Processos orientados a produtos, que especificam e criam o produto do projeto e são normalmente definidos pelo ciclo de vida do projeto, variando segundo a área de aplicação e a fase do ciclo de vida do produto.

O Guia PMBOK® descreve somente os processos de gerenciamento

de projetos, aplicando as atualizações e inovações em boas práticas ao

longo do tempo, de modo que a última edição de 2016, apresentou 49

processos divididos em cinco grupos, a saber:

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• Grupo de processos de iniciação: são os processos sugeridos para realizar a definição de um novo projeto ou da nova fase de um projeto, tendo como objetivo principal obter a autorização formal para início da fase ou do projeto.

• Grupo de processos de planejamento: contém os processos indicados para a realização da definição do escopo, dos objetivos que justificam a criação do projeto, além das ações a serem tomadas para que tais objetivos sejam atingidos e o projeto seja dado como encerrado.

• Grupo de processos de execução: composto pelos processos recomendados para dar suporte à execução do trabalho definido durante o planejamento do projeto, possibilitando a satisfação de seus requisitos e especificações.

• Grupo de processos de monitoramento e controle: contém os processos sugeridos para realizar a gestão de mudanças no plano de projeto, bem como o acompanhamento, a revisão e o monitoramento do avanço e do desempenho do projeto, zelando pela melhoria contínua do projeto.

• Grupo de processos de encerramento: são os processos recomendados para finalizar as atividades de todos os grupos de processos, realizando o encerramento formal do projeto ou fase.

Como um empreendimento integrado que demanda o alinhamento apropriado de cada processo e produto com outros processos para facilitar a coordenação, o gerenciamento de projetos eficaz cumpre os requisitos de patrocinadores, clientes e outras partes interessadas.

Os processos de gerenciamento de projetos, embora necessários e tidos como guias na aplicação de conhecimentos e habilidades, são distintos, podendo sobrepor-se e interagir de diferentes maneiras de acordo com as características ambientais exclusivas e a natureza dos projetos de cada organização.

A seleção e aplicação apropriada dos processos facilita o

cumprimento dos objetivos de projetos, além deles poderem ser utilizados

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na construção de uma ou mais metodologias, adaptando sua abordagem de acordo com os objetivos de projetos da organização.

Metodologias consagradas de gestão de projetos

Vimos que as metodologias que dão suporte ao gerenciamento de projetos podem ser desenvolvidas exclusivamente para determinado projeto, programa, portfólio ou organização. Ao mesmo tempo estão disponíveis no mercado diferentes metodologias já testadas e comprovadas como ferramentas eficazes na gestão e execução de projetos. Vamos dar uma “pincelada” aqui sobre as abordagens PRINCE2, Scrum e Kanban.

Mantido pelo Office of Government Commerce (OGC), organização do Governo do Reino Unido, o PRINCE2 (PRojects IN Controlled Enviroments) é um método baseado em processos que buscam a efetividade do gerenciamento de projetos. Construído a partir das experiências obtidas em milhares de projetos, é usado extensivamente pelo Governo Britânico e também no setor privado, sendo difundido principalmente na Europa.

DEFINIÇÃO :

O PRINCE2 se adapta a qualquer tipo ou tamanho de projeto e cobre seu gerenciamento, controle e organização. É de domínio público e oferece um guia de melhores práticas não proprietárias em gerenciamento de projetos. Suas principais características são:

Focar na justificativa de negócio.

Considerar como base uma organização definida e estruturada para um time de gerentes de projetos.

Considerar a abordagem de planejamento baseada em produto.

Ressaltar a divisão do projeto em fases gerenciáveis e controláveis.

Ter sua aplicação flexível em um nível apropriado para

qualquer projeto.

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Por sua vez, o framework Scrum foi concebido para o desenvolvimento e manutenção de produtos complexos, sendo também utilizado no gerenciamento de projetos ágeis, por isso é bastante difundido na área de desenvolvimento de software, mas pode ser utilizado para a concepção de qualquer produto.

O Scrum representa fortemente o trabalho em equipe e seu nome foi inspirado em uma das jogadas mais conhecidas do rugby, na qual todos os jogadores disputam o reposicionamento da bola e todos agem em conjunto em prol do mesmo objetivo, sendo que se um deles falhar, todos falham.

Figura 5: Time de rugby

Fonte: pixabay

A criação do Scrum foi motivada pelos 12 princípios do Manifesto Ágil, um movimento que valoriza: indivíduos e interações entre eles mais que processos e ferramentas, software em funcionamento mais que documentação abrangente, colaboração com o cliente mais que a disputa de contratos e resposta a mudanças mais do que seguir um plano.

O principal foco do Scrum é entregar valores de negócio no

menor tempo possível. Assim, times pequenos podem tratar e resolver

problemas complexos, controlando processos empíricos, de modo

que o desenvolvimento dos projetos sob esse método seja iterativo e

incremental. Sua natureza adaptativa possibilita a entrega de produtos de

forma criativa e produtiva.

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Já o termo Kanban é de origem japonesa e significa “cartão” ou

“sinalização”. Originalmente, o método Kanban foi idealizado pela empresa Toyota na década de 60 e visava gerenciar o abastecimento e o fluxo dos materiais em estoque para as linhas de produção com o apelo visual de cartões coloridos. A facilitação na comunicação entre as equipes e a significativa redução de desperdícios ou atrasos promovida pelo Kanban tornou famoso o chamado Sistema Toyota de Produção, que foi replicado nas mais variadas indústrias.

Mais recentemente, com o aumento da abordagem Lean e dos métodos ágeis, o Kanban se popularizou após ser utilizado por David J.

Anderson ao projetar um sistema que substituiria a então abordagem existente para utilização de aplicativos na empresa Corbis, da qual era diretor de engenharia. No ano de 2007 os resultados de sua aplicação foram divulgados em conferências de desenvolvimento ágil e desde então o Kanban ganhou maior respeito e adoção entre os profissionais e empresas desenvolvedoras de software.

Ao ser adaptado para gerenciar diferentes fluxos de processos, o Kanban ficou caracterizado por meio de um quadro com listas de tarefas como: “entrada”, “em execução”, “revisão” e “pronto”. Os cartões representando as tarefas fluem por estas listas até sua conclusão.

IMPORTANTE :

Sendo adaptável a praticamente qualquer tipo de cultura organizacional, o Kanban busca a evolução no fluxo de trabalho por meio de quatro princípios fundamentais:

comece com o que você faz agora, concorde em buscar mudanças evolucionárias, respeite os papéis, responsabilidades e cargos atuais e incentive atos de liderança em todos os níveis.

Criar ou adaptar metodologias?

Com a oferta de abordagens e metodologias já existentes, sendo

elas amplamente testadas ou resgatadas de projetos semelhantes, é

possível que gerentes e equipes de projetos se perguntem: “Criamos

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uma metodologia específica a partir das melhores práticas ou adaptamos metodologias prontas para a nossa organização?”

A verdade é que cada empresa ou negócio tem seus detalhes, fatores ambientais, ativos organizacionais e planejamento estratégico exclusivo, o que influencia na direção escolhida. Cabe aos gestores e especialistas analisarem requisitos do negócio, prazos, custos e riscos envolvidos em cada abordagem.

Para uma empresa que já detém considerável maturidade em gerenciamento de projetos pode ser dispendioso adaptar uma metodologia já existente. Por outro lado, em organizações em que seja uma exigência ou se demande rápida implementação, uma metodologia

“pronta” parece ser mais proveitosa.

Figura 6: Representação de um quadro Kanban

Fonte: pixabay

(29)

RESUMINDO :

E então? Mais uma etapa assimilação de conhecimentos foi vencida. Vamos resumir o que vimos para avaliar sua compreensão? Você foi apresentado a diferentes metodologias e arcabouços já amplamente utilizados com sucesso no gerenciamento de projetos. Mas, antes teve conhecimento sobre os conceitos de melhores práticas e da definição literal do significado de metodologia. Tudo isso o deixa apto a saber que tipo de material consultar e onde encontrá-lo quando for você o agente promotor da implantação e uso de processos de gestão de projetos.

Desejo que o que foi aprendido aqui esteja sempre presente

em sua memória, auxiliando na estruturação de métodos

de gerenciamento de projetos durante sua carreira!

(30)

Ciclo de vida da gestão de projetos

INTRODUÇÃO :

Neste capítulo embarcaremos no conhecimento das fases que compõem o ciclo de vida de um projeto, o relacionamento entre elas e seu detalhamento. O objetivo é que você compreenda os tipos de ciclos de vida e como as fases são trabalhadas ao longo de sua duração. Você quer ampliar sua bagagem para se tornar um profissional mais completo? Sigamos em frente!

O ciclo de vida de um projeto corresponde à série de fases, geralmente sequenciais, que vão do começo ao fim desse, possibilitando sua visualização e facilitando a aplicação de técnicas de administração de projetos. As fases do projeto geralmente são limitadas pelo tempo, com início e término ou ponto de controle definidos. O ciclo de vida pode ser documentado como uma metodologia, com suas fases sendo definidas seguindo características exclusivas da organização, setor ou tecnologia empregada.

Apesar de todos os projetos terem início e fim definidos, as entregas e atividades específicas a serem conduzidas em sua duração podem variar bastante de acordo com o projeto. A estrutura básica oferecida pelo ciclo de vida para o gerenciamento do projeto, independente do trabalho específico envolvido, é composta por:

• Início do projeto.

• Organização e preparação.

• Execução do trabalho do projeto.

• Encerramento do projeto.

Esta estrutura genérica do ciclo de vida, ilustrada na Figura 7, é

frequentemente utilizada na comunicação com a alta administração ou

outras partes interessadas menos familiarizadas com os detalhes do

projeto.

(31)

Figura 7 - Estrutura básica do ciclo de vida de projetos

Saídas do gerenciamento

do projeto

Termo de abertura do projeto

Plano de gerenciamento

do projeto

Entregas

aceitas Arquivamento dos documentos

do projeto Início do

projeto Organização

e preparação Execução do trabalho Encerramento

do projeto

Tempo →

Nível de custos e pessoal→

Fonte: Adaptado pelo autor (2021)

Partindo desta estrutura básica do ciclo de vida, projetos grandes e/ou complexos podem demandar um controle mais eficaz sobre determinadas entregas, exigindo que o gerente determine a divisão formal desse ciclo em fases, resultando em benefícios para que o trabalho a ser realizado atinja os objetivos do projeto.

Fases do projeto

São compostas por passos específicos que juntos e terminados possibilitam o início da próxima fase. A quantidade de fases e o grau de controle necessário dependem do tamanho, complexidade e potencial impacto do projeto.

De acordo com o PMBOK®:

As fases do projeto são divisões de um projeto onde controle adicional é necessário para gerenciar de forma efetiva o término de uma entrega importante. Geralmente, as fases são terminadas sequencialmente, mas podem se sobrepor em algumas situações. A natureza de alto nível das fases de um projeto as torna um elemento do ciclo de vida do projeto.

Uma fase não é um grupo de processos de gerenciamento de

projetos. (PMBOK®, 2008, p. 18)

(32)

O PMBOK® (2012) determina ainda que o ciclo de vida de projetos possui cinco fases específicas, que são claras, bem definidas e sequenciais.

Tais fases possuem seus próprios grupos de passos a serem realizados.

São eles:

• Iniciação.

• Planejamento.

• Monitoramento e controle.

• Execução.

• Encerramento.

Todas as fases de um projeto possuem processos de todos os Grupos de Processos de gerenciamento de projetos, isto é, todas as fases precisam ser iniciadas, planejadas, monitoradas e controladas, executadas e encerradas.

Cada fase é composta pelas definições de esforço, responsáveis e entrega, onde: o esforço representa as tarefas que precisam ser completadas para atingir o objetivo da fase. Os responsáveis são os envolvidos na realização do esforço determinado e a entrega é representada pelo objetivo principal da fase a ser atingido.

O esforço poderá assumir diferentes níveis ao longo do ciclo de vida do projeto. Estes níveis são influenciados pelo número de pessoas envolvidas, quantidade de trabalho a ser realizada, dinheiro aplicado, além de outros fatores. O nível de esforço geralmente cresce do zero até atingir seu ápice na fase de execução, quando torna a cair para zero até o encerramento do projeto.

Relacionamentos entre as fases

Quando um projeto tem várias fases, estas seguem um processo

sequencial que visa garantir o controle adequado para obtenção do

produto, serviço ou resultado desejado. Há dois tipos básicos de relações

que beneficiam um projeto: a relação sequencial e a relação sobreposta.

(33)

DEFINIÇÃO :

A relação sequencial é a mais simples e ocorre sempre que uma fase seguinte inicia apenas após o término completo de outra. Já na relação sobreposta, uma fase tem início antes do término da anterior. Esta sobreposição poderá ocorrer a qualquer momento, com fases ocorrendo simultaneamente em diferentes etapas do gerenciamento do projeto.

Tipos de ciclos de vida

Além das distintas relações entre as fases, temos também três diferentes tipos de ciclos de vida: o preditivo, o iterativo e incremental e o adaptativo.

No ciclo de vida preditivo, a equipe de projeto busca definir logo no início do projeto todo o escopo do produto e desenvolver o plano de gerenciamento, para só depois executar o projeto e conceber o produto. Por isso, as mudanças são também cuidadosamente planejadas, realizadas, replanejadas e demandam aceitação formal.

Os ciclos de vida preditivos são geralmente aplicados quando se tem excelente conhecimento do produto a ser entregue, facilitando a definição do escopo, tempo e custo requeridos para as entregas do projeto já em sua fase de planejamento.

Já no ciclo de vida iterativo e incremental, um dos mais utilizados e de fácil aplicação, a equipe do projeto divide o produto em várias partes menores, trabalhando esses pedaços como um ciclo preditivo. Cada parte do produto é totalmente entendida, sendo planejada, executada e entregue uma a uma. Somente após a entrega de um pedaço, a equipe parte para a fase seguinte.

A característica incremental se dá pois a cada entrega (final de

fase), o produto ganha mais uma parte e vai crescendo e sendo agregado

com mais valor. Assim, o projeto é encerrado quando se tem o produto

completo com suas partes.

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Visando maior controle e validação ao longo do tempo, projetos grandes e complexos são frequentemente realizados em ciclos iterativos e incrementais, reduzindo riscos e proporcionando ao time que atue com feedback e aplique as lições aprendias entre as iterações.

Por sua vez, o ciclo de vida adaptativo também tem características do ciclo iterativo e incremental, mas sua diferença ocorre por possuir iterações bem mais rápidas com tempo e recursos fixos. Pode também ser chamado de método ágil ou direcionado à mudança. Geralmente, são os preferidos em ambientes de rápida mutação e cada fase dura de duas a quatro semanas.

Os conceitos de métodos ágeis de gerenciamento trazidos por esse tipo de ciclo a se destacar são: a decomposição do escopo do projeto em partes menores para a realização do trabalho. A equipe do projeto determina no início da iteração o quanto de trabalho poderá entregar na próxima iteração. O produto deve estar pronto ao final de cada iteração para revisão do cliente. O ciclo de vida adaptativo é adotado quando os requisitos e o escopo são de difícil definição, além da possibilidade de definir pequenos incrementos do produto que entregam valor às partes interessadas à cada iteração.

Fase de iniciação

Na fase de concepção do projeto muitas vezes é necessário realizar um estudo de viabilidade para a sua realização. Em projetos de inovação, essa é uma condição inevitável. É nessa fase que são definidos os objetivos e as metas que o projeto deve atender. Tudo isso é elaborado e explicitado com o Termo de Abertura (Project Charter) que autoriza oficialmente o início do projeto.

Na iniciação, são determinadas as expectativas dos stakeholders do projeto: clientela, usuários, cúpula administrativa, sociedade e outros.

Aqui ocorre a seleção dos primeiros membros da equipe, definição do

escopo geral do projeto, premissas, requisitos e restrições, estratégias de

comunicação, de aquisições e de gerenciamento de riscos iniciais, bem

como a autorização formal para o início do projeto.

(35)

Figura 8 – Equipe desenvolvendo o projeto

Fonte: pixabay

Fase de planejamento

O planejamento constitui a essência do projeto. Nesta fase, deve ser detalhado todo o trabalho que será entregue, incluindo informações sobre resultados (de produto ou de processo), prazo e recursos.

A listagem e o sequenciamento das atividades, o cronograma e um orçamento viável são elaborados no planejamento. Ainda, é no planejamento que geralmente são obtidas as aprovações junto às principais partes interessadas no projeto.

Fase de execução

É na fase de execução que o escopo planejado se materializa. Por isso, grande parte do orçamento e do esforço do projeto é consumida nessa fase.

Além de mobilizar, reunir e gerenciar a equipe, o gerente de projeto

tem a atribuição de estabelecer os métodos e canais para se comunicar

constantemente com os stakeholders, solucionar conflitos e garantir os

recursos necessários para o desenvolvimento do projeto aprovado.

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Fase de monitoramento e controle

O controle objetiva monitorar desvios em relação ao previsto, ou seja, compara constantemente o trabalho executado com o trabalho inicialmente planejado para o projeto. Nessa fase, devem ser avaliadas as solicitações de alteração no projeto que envolvam escopo, prazo e custo.

Quando necessário, o projeto deve ser reprogramado, tendo seu nível de recursos ajustado e deve ser obtida a nova aprovação dos patrocinadores.

Para que as atividades da fase de monitoramento e controle sejam efetivas, algumas ações podem ser utilizadas: promoção da participação intensiva dos envolvidos, capacitação de toda a equipe e demais interessados em gerenciamento de projetos, norteamento das mudanças por reduções de custos e melhorias de desempenho, aproveitamento do benchmarking com projetos similares e/ou também de materiais de apoio e referência. Outras formas de monitoramento surgem através da avaliação da evolução das atividades por meio de pesquisas ou em reuniões de acompanhamento da equipe.

Fase de encerramento

Esta é a última fase do ciclo de vida, na qual se realiza a entrega final, o fechamento administrativo e a última avaliação do projeto.

O encerramento consiste na verificação e documentação dos resultados, proporcionando uma reflexão final perante as lições aprendidas e a experiência adquirida durante o desenvolvimento do projeto e suas entregas.

É no encerramento que operacionalmente se redige o relatório

final do projeto e a equipe envolvida no mesmo é dissolvida. Por fim, é a

análise do resultado do projeto perante o cliente que determina o sucesso

ou insucesso da empreitada!

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Figura 9 – Objetivo atingido

Fonte: pixabay

RESUMINDO :

Seguimos? Então, vamos retomar o ciclo de vida de

projetos para que você avalie se absorveu todo o conteúdo

apresentado nesse capítulo? Aqui você conheceu a

evolução de um ciclo de vida, seu relacionamento com a

gestão de projetos e as fases que podem fazer parte de sua

composição. Você teve um detalhamento e exemplificação

sobre cada fase do ciclo de vida de um projeto e está

capacitado a entender como aplicá-las e executá-las em

suas metodologias de gerenciamento de projetos. Use e

abuse do que vimos nesse capítulo. Avante!

(38)

Requisitos e prototipação em projetos

INTRODUÇÃO :

Nesse capítulo você será apresentado aos conceitos de definição e coleta de requisitos. Ao conhecer as ferramentas e técnicas de coleta de requisitos, aprofundaremos o conhecimento sobre uma delas: a prototipação. Você gostaria de entender como uma maquete ou desenho pode auxiliar no entendimento do produto de um projeto?

Me acompanhe!

Você viu nos capítulos anteriores que é característica intrínseca de um projeto a entrega final de um produto, serviço ou benefício. Viu também que para se produzir esse resultado esperado, o projeto passa necessariamente por algumas fases sequenciais ou sobrepostas durante seu ciclo de vida.

Cada fase tem um propósito específico na condução do projeto ao sucesso, sendo elas: iniciação, planejamento, monitoramento e controle, execução e encerramento.

Mas, diante da evolução pelas fases do projeto, como se precaver das alterações no escopo, custo, tempo, qualidade e outras implicações?

Ainda, como o resultado entregue ao final do projeto pode ser diferente do esperado pelos clientes e demais envolvidos? A solução para esse tipo de problema passa pela coleta eficaz dos parâmetros das especificações do projeto e do produto entregue pelo mesmo.

Esses parâmetros são chamados de requisitos e recomenda-se que sejam coletados e organizados desde as fases iniciais do projeto.

Preferencialmente, antes de sua formalização via termo de abertura,

podendo ser refinados, detalhados e revisados ao longo de toda sua

duração.

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Definindo requisitos

Um projeto bem sucedido está diretamente ligado ao atendimento dos requisitos das partes interessadas, especialmente do cliente, que é o principal beneficiado, sendo sua satisfação o principal balizador de sucesso.

O Guia PMBOK® (2012) define algumas classificações para os requisitos, a saber:

• Necessidades de negócios, que são os requisitos de nível mais alto, incluindo as oportunidades e razões que justificam o empreendimento.

• Requisitos das partes interessadas, que descreve as necessidades de uma ou mais partes interessadas.

• Requisitos de solução. São os requisitos funcionais, que descrevem os comportamentos do produto e os requisitos não funcionais, que descrevem as condições ambientais que asseguram a eficácia do produto.

• Requisitos de transição, que são as capacidades temporárias que o projeto assume durante a transição de um estado “como está”, para um estado almejado de “como será”.

• Requisitos de projeto, que descrevem as ações, processos ou outras condições a serem cumpridas pelo projeto.

• Requisitos de qualidade. São os que descrevem as condições

ou critérios necessários para a validação de entregas ou outros

requisitos do projeto.

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Figura 10: Requisitos atendidos

Fonte: pixabay

Coleta de requisitos

É na coleta de requisitos que se encontra um dos maiores desafios relacionados ao gerenciamento de projetos. Ela faz parte da base do projeto, sendo utilizada na definição do escopo, custo, risco e cronograma, por isso podemos defini-la como o esqueleto do projeto.

Todas as ações tomadas durante a execução do projeto ocorrerão a partir dos requisitos ali determinados, que servem como documento formal para monitoria e controle do mesmo. Assim, é extremamente importante extrair das partes interessadas o máximo de informação possível, além de atender da melhor forma as perspectivas de cada um.

Ferramentas e técnicas de coleta

Para facilitar o complexo trabalho de levantamento de informações

com cada uma das partes interessadas, o gerente de projetos e sua equipe

podem lançar mão do uso de diversas técnicas e ferramentas. A aplicação

de cada um desses métodos passa pela avaliação de sua aderência às

especificações de escopo, dos tipos de dados a serem coletados, das

informações disponíveis e da etapa ou fase em que se encontra o projeto.

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Para projetos que se encontrem em etapas iniciais ou ainda não tenham o escopo definido, os melhores métodos a se aplicar são o benchmarking, o brainstorming, os mapas mentais, as entrevistas e as observações. Esses trazem à tona uma grande quantidade de ideias e requisitos e podem ser usados individualmente ou em conjunto.

Em projetos que possuam uma base pré-estabelecida, onde já se parte de informações coletadas inicialmente, as principais ferramentas recomendadas são: pesquisas e questionários, técnicas de grupo nominal e diagramas de afinidade.

Já quando os requisitos necessitam ser validados, as técnicas mais recomendadas são os grupos de foco e os protótipos, pois são ferramentas que têm a finalidade de testar o projeto.

Prototipação

Entre as técnicas e ferramentas utilizadas para a coleta de requisitos de projetos, talvez a prototipagem seja a mais indicada para experimentar uma ideia a fim de se aprender sobre ela e transformá-la em algo melhor.

Por meio de protótipos é possível desenvolver, testar e melhorar uma ideia incipiente antes de realizar a alocação de recursos a ela. O que vai de acordo com o PMBOK® (2012) que afirma que construir um protótipo é um método para se obter respostas iniciais sobre os requisitos através de um modelo funcional do produto esperado, antes de construí-lo.

Tipos de protótipos

Exemplo: Os protótipos podem ser físicos ou analíticos. Seus tipos são:

• Modelos de papel: são as representações gráficas que esboçam as dimensões do projeto, podendo ter vários níveis de fidelidade.

Como exemplos temos os croquis, mock-ups, wireframes, sketches, blueprints e desenhos assistidos por computador (CAD).

• Maquete em modelo físico: são objetos produzidos por prototipagem

rápida, dos quais podemos citar as maquetes de uma casa ou outro

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edifício, parques e outros, as impressões 3D e também miniaturas montadas com peças de encaixar. Podem ser funcionais ou não e há grande variação em seu nível de fidelidade.

• Encenação: é a simulação de uma situação que evidencia a funcionalidade de um produto ou serviço, ideal para proporcionar a visualização de terceiros que emitam sua opinião a respeito do funcionamento do produto. Storyboards, versões demonstrativas e Beta de alguns jogos e programas, são exemplos de prototipação de encenação.

• Protótipo de Serviços: é o tipo ideal para representar ideias que se mostram abstratas e mais difíceis de visualizar, como a simulação de uma proposta de serviço aplicada que represente de maneira fiel a metodologia do projeto a ser executado. É o tipo de protótipo exemplificado pela realização de um MVP (Minimum Viable Product ou Produto Mínimo Viável), que se traduz na concepção simplificada de um produto feito com a mínima quantidade de esforço e desenvolvimento possível. Esse conceito está bastante em voga devido à grande utilização no mundo das startups que, por não possuírem modelos de negócio e escopos de projetos definidos, utilizam essa abordagem para economizar recursos e evoluir constantemente seu empreendimento de forma iterativa.

Figura 11: Protótipo de automóvel

Fonte: commons.wikimedia

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Benefícios da prototipação

Os tipos de projetos e as necessidades das partes interessadas vão orientar a definição das ferramentas mais adequadas para a coleta dos requisitos. A prototipação requer tempo e dinheiro, que muitas vezes podem ser aplicados de modos mais vantajosos. Cabe ao gestor e à equipe do projeto analisarem se os protótipos se aplicam ao projeto em questão, ponderando entre o esforço necessário e seus benefícios.

Algumas das vantagens da aplicação da ferramenta de prototipação são:

• Simplificar o entendimento das partes interessadas.

• Realizar amostras prévias do produto para o cliente.

• Identificar possíveis falhas no escopo do projeto.

• Facilitar a discussão entre as partes interessadas.

• Obter uma aceitação maior do patrocinador/cliente.

Os protótipos se aplicam ao conceito de elaboração progressiva em ciclos iterativos de criação de modelos em escala ou tamanho natural, simulações de softwares, experiências de usuários e geração de opiniões.

Após a coleta suficiente de feedbacks, os requisitos obtidos a partir do protótipo estarão completos para se partir para a fase de concepção do resultado do projeto.

RESUMINDO :

Preparado? Vamos recapitular e fixar os conceitos vistos

nesta etapa. Nesse capítulo você teve acesso aos conceitos

de definição, coleta e uso de ferramentas e técnicas para

obtenção de requisitos de projetos. Mergulhou no universo

da prototipação e entendeu como esta técnica pode ser

importante na comunicação, entendimento e simulação

do resultado esperado de um projeto. Quando tiver a

oportunidade, avalie como os protótipos estão presentes

nas relações empresarias e de compra e venda, como

por exemplo, de um imóvel. Utilize esses conhecimentos

para avançar ainda mais em sua carreira e tomar decisões

inteligentes em sua vida. Em frente!

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REFERÊNCIAS

BERNARDO, K. Kanban: Do início ao fim! Disponível em:

https://bit.ly/3gMkDim. Acesso em: 26 jun 2019.

CRUZ, F. Scrum e Guia PMBOK® unidos no gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro: Brasport, 2013.

PIOVAN, B. F. A importância dos Protótipos como ferramenta de Coleta de Requisitos. Disponível em: https://bit.ly/3xvidKP. Acesso em:

29 jun 2019.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI). Um guia do conhe- cimento em gerenciamento de projetos – Guia PMBoK. 4 ed. Pennsylvania/

USA: PMI, 2008.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI). Um guia do conhe- cimento em gerenciamento de projetos – Guia PMBoK. 5 ed. Pennsylvania/

USA: PMI, 2012.

VEURAT, P. 6 sugestões de melhores práticas para aprimorar o

método Kanban. Disponível em: https://bit.ly/3gMkFqu. Acesso em: 26

jun 2019.

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Referências

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