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SERPENTE. 1. Biologia

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Unidade de Vigilância de Zoonoses

Avenida Eduardo Andrea Matarazzo, 4255 – Marincek – Ribeirão Preto - SP Telefone: (16) 3628-2015

SERPENTE

1. Biologia

As serpentes são um grupo de répteis que apresentam o corpo alongado, revestido por escamas, sem membros e sem pálpebras.

As serpentes podem ser encontradas em praticamente todos os ambientes, podem ser arborícolas, terrícolas, fossoriais (vivem enterradas no solo) ou aquáticas.

São carnívoras e se alimentam dos mais variados animais, desde aranhas e insetos, até vertebrados como roedores e anfíbios. Portanto, elas têm importante papel no equilíbrio ecológico, sendo co-responsáveis pela manutenção do tamanho de certas populações de pragas e servindo de alimento para mamíferos e aves.

2. Espécies envolvidas

Serpentes NÃO peçonhentas encontradas frequentemente em Ribeirão Preto:

Jararaquinha dormideira: comuns em hortas, onde se alimentam de lesmas. São de pequeno porte, medindo cerca de 15 a 40 cm.

Coral falsa: apresenta o padrão de coloração coral, com anéis vermelhos, brancos e preto, como forma de proteção de predadores.

Cobra-cipó: são serpentes arborícolas, que se alimentam de sapos, pássaros e pererecas. São agitadas e velozes.

Cobra-cega: são de pequeno porte, possuem hábito subterrâneo, se alimentam de cupins, formigas e suas larvas. São inofensivas.

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Serpentes Peçonhentas:

3. Importância epidemiológica

Segundo o Instituto Butantan, no Brasil acontecem 29.000 acidentes com serpentes por ano. A maioria dos acidentes acontece nos meses quentes e chuvosos, na zona rural, e acomete principalmente homens (70%), com idade entre 15 e 49 anos. Em 2014, foram notificados 6 acidentes com serpentes no município de Ribeirão Preto.

4. Como proceder em caso de acidente?

O paciente deve ser tranquilizado e encaminhado rapidamente ao hospital ou centro de saúde mais próximo;

Hidratar a vítima com água;

Lavar o local da picada somente com água e sabão;

Cascavel: Possuem o guizo ou chocalho na ponta da cauda. Podem atingir até 1,5m.

Alimentam-se exclusivamente de mamíferos.

Distribuídas em todo o território brasileiro, inclusive em áreas degradadas.

Jararaca: Existem 30 espécies de jararaca diferentes, que são encontradas em vários ambientes: nos campos, nas matas e até nas periferias das cidades.

Podem atingir até 1,5m. São ativas principalmente no crepúsculo e à noite. Alimentam-se de mamíferos e anfíbios.

Coral verdadeira: serpentes de pequeno porte, caracterizadas pelos anéis vermelhos, pretos e brancos.

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Na medida do possível, manter o acidentado em repouso. Evitar que a pessoa ande ou corra, deixando-a deitada e com o membro picado elevado;

Jamais usar torniquete ou garrote, porque não impede a ação do veneno e pode aumentar as chances de complicações como necroses e até levar à amputação de um membro;

NÃO cortar o local da picada, pois alguns venenos podem provocar hemorragias;

NÃO passar substâncias (folhas, pó de café, couro de cobras, querosene, entre outras) no local da picada. Estas substâncias não impedem que o veneno seja absorvido e ainda podem provocar infecções;

Evitar que o acidentado beba querosene, álcool ou outras bebidas alcoólicas;

Sempre que possível, levar o animal ao serviço de saúde, pois o soro é específico para cada gênero de serpente.

5. Medidas preventivas – Acidentes Ofídicos

Utilizar botas de cano alto ou perneiras em áreas de mata. Essa medida pode evitar até 80% dos acidentes;

Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem, na manipulação de folhas secas, montes de lixos, lenha, palhas, entre outros;

Não introduzir a mão em buracos, ocos de árvores ou vãos de pedras;

Verificar sapatos, botas, cobertores e sacos de dormir antes de usá-los.

6. Medidas preventivas – Encontro de Serpentes

Manter limpas as áreas ao redor da casa, o paiol e as plantações, eliminando os montes de entulho, lixo, restos de alimento e folhagens;

Vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos;

Evitar plantas trepadeiras muito encostadas à casa, cujas folhagens entrem pelo telhado ou mesmo pelo forro;

Controlar o número de roedores, diminuindo a oferta de alimento das serpentes venenosas que predam esses animais;

Não matar predadores naturais das serpentes como emas, siriemas, gaviões, gambás, cobra-muçurana e até mesmo animais domésticos como galinhas e gansos.

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ESCORPIÃO

1. Biologia

Os escorpiões são aracnídeos, com cerca de 160 espécies conhecidas no Brasil. O gênero Tityus é responsável pelos acidentes graves.

Esses animais têm hábito noturno e têm preferência por locais escuros e úmidos. Por isso, são encontrados frequentemente em esgotos e caixas de gordura, que além de possuírem condições adequadas à sobrevivência do escorpião, oferecem alimento (barata) em abundância.

Eles podem se alimentar de outros insetos ou aracnídeos (inclusive outros escorpiões). Podem passar um período muito longo sem se alimentar, capacidade que propicia o alto número desses animais no ambiente.

Os escorpiões são mais ativos durante os meses mais quentes e chuvosos do ano e por isso, aparecem em maior quantidade nesse período. A espécie mais comumente encontrada, o escorpião amarelo – Tityus serrulatus, é capaz de se reproduzir sem necessidade de acasalamento, o que favorece a grande dispersão desses animais no ambiente, sabendo-se que um escorpião pode ter até 20 filhotes por parto, sendo 2 partos por ano.

2. Espécies envolvidas

Em Ribeirão Preto existem 3 espécies conhecidas de escorpião:

Tityus serrulatus (escorpião amarelo): espécie mais comum e com maior dispersão. É responsável pelos acidentes mais graves. Pode viver de 3 a 4 anos.

Tityus bahiensis (escorpião marrom ou preto): espécie menos comum, em que há necessidade de acasalamento para reprodução. Longevidade e número de filhotes semelhante ao amarelo.

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Bothriurus araguayae: de tamanho menor em relação aos outros, possui coloração negra ou marrom- avermelhada e aparência envernizada. O veneno é menos tóxico, porém tem comportamento mais agressivo que as outras duas espécies.

3. Importância epidemiológica

Entre os animais peçonhentos, o maior número de acidentes em Ribeirão Preto acontece com os escorpiões, configurando 76% dos acidentes no município. Os acidentes mais graves no Brasil estão relacionados ao gênero Tityus. A letalidade é baixa, podendo ocorrer apenas dor local, pequenas alterações no ritmo cardíaco e sudorese em um adulto saudável. Os grupos de risco são crianças e idosos, onde a taxa de letalidade e de complicações é maior.

Os acidentes acontecem quando o animal é molestado, propositalmente ou não, pois o veneno é uma forma de defesa do animal. Quanto maior a infestação desses animais, maior o risco de ocorrer acidentes.

4. Como proceder em caso de acidente?

• Limpar o local com água e sabão

• Procurar serviço de saúde imediatamente

• Se possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde, pois pode auxiliar no diagnóstico

• Não amarrar ou fazer torniquete

• Não aplicar nenhum tipo de substância no local da picada

• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada

• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado

O tratamento é com aplicação de soro antiescorpiônico, cuja necessidade é avaliada pelo médico. Os acidentes são classificados em leve, moderado e grave, conforme tabela a seguir:

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5. Medidas de controle

O controle de escorpiões se dá através do manejo ambiental, ou seja, da modificação das condições do ambiente que favorecem a ocorrência, permanência e reprodução desses animais, como por exemplo:

• Manter limpos quintais e jardins

• Manter a grama dos jardins sempre aparadas e recolher as folhas caídas

• Eliminar fontes de alimento para escorpiões (baratas, aranhas, grilos...)

Não acumular material de construção ou entulho

Não acumular lixo

• Não colocar fogo em terrenos baldios, pois desaloja os escorpiões

Manter caixas de gordura bem vedadas para evitar a passagem de escorpiões

• Rebocar paredes e muros, retirando as frestas

• Vedar soleiras e reparar rodapés soltos

Fechar/telar ralos e grelhas

• Manter todos os pontos de energia vedados

• Instalar frisos nas portas para evitar a passagem desses animais

Nos casos de remoção de entulhos ou materiais de construção acumulados, tomar precauções que evitem acidentes, tais como: ter atenção onde pisar e onde colocar a mão; utilizar luvas de raspa ou similar; vestir calça comprida e calçados fechados.

Considerações sobre o controle químico (aplicação de veneno)

O controle químico não é eficaz para escorpiões, uma vez que eles têm capacidade de sentir onde há veneno no ambiente, além de possuir um mecanismo que impeça a absorção do veneno pelo seu organismo. Assim, o efeito do veneno para se controlar escorpiões é praticamente zero.

Além disso, se o veneno é jogado no ralo, por exemplo, o escorpião vai procurar um local que não tenha veneno, e é nesse momento que ele mais aparece dentro das casas, aumentando o risco de acidentes.

Por outro lado, para se evitar escorpiões, é preciso fazer controle do seu alimento mais comum no ambiente urbano, as baratas. Nesses casos, sempre que for realizado o controle químico (dedetização) para baratas, o ideal é que se tampe absolutamente todos os ralos (inclusive das pias), grelhas e caixas de gordura da casa, bem como outros locais em que foi aplicado o veneno e onde é possível existir escorpiões, a fim de evitar que esses animais saiam por esses locais para se desvencilhar do veneno ali presente.

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ROEDOR

1. Biologia

São animais de hábito noturno, por se sentirem mais seguros de saírem de seus abrigos durante a noite à procura de alimento.

São considerados onívoros, e portanto, se alimentam de tudo o que serve de alimento para o homem. Escolhem aqueles alimentos que estão em condições de serem consumidos, separando os de sua preferência e os que ainda não estão estragados.

2. Espécies envolvidas

Ratazana ou Rattus norvegicus:

Animal robusto, que na abundância de alimentos proliferam-se de maneira acentuada.

Vivem em tocas e galerias no subsolo, beira de córregos, lixões, interior de instalação, mais comumente encontrada fora do domicílio. Possuem grande habilidade de cavar tocas e nadar.

É, portanto, a espécie de roedor mais favorecida pelo ambiente urbano degradado por ocupações clandestinas, adensamento de locais carentes de infraestrutura básica de habitação e saneamento, sendo responsável por surtos de leptospirose, mordeduras, e agravos causados por alimentos contaminados por suas fezes e urina.

Rato do Telhado ou Rattus rattus:

Conhecidos como rato de telhado, rato de forro, rato de paiol ou rato preto, caracterizam-se por possuir orelhas grandes e cauda longa. Como o próprio nome já diz, costumam habitar locais altos como sótãos, forros e armazéns, descendo ao solo em busca do alimento e raramente escavam tocas.

Possuem grandes habilidades, como caminhar sobre fios elétricos e subir em galhos de árvores, além de escalar superfícies verticais, adaptando-se perfeitamente à arquitetura urbana onde encontram grande facilidade para se abrigar e obter alimentos.

Camundongo ou Mus musculus:

Animais de hábito preferencialmente intradomiciliar, costumam fazer seus ninhos dentro de armários, fogões e despensas. Procuram viver próximo da fonte de alimento.

Possuem hábitos exploratórios, sendo bastante curiosos. São facilmente transportados em caixas de alimentos e outros materiais, possibilitando sua fácil dispersão na área urbana.

A vida média da ratazana é de 2 anos, do rato de telhado 1 ano e meio e o camundongo vive cerca de 1 ano. A partir do 3º mês de vida já podem procriar, sendo que o tempo de gestação é, em média, de 19 a 22 dias e o número de filhotes por cria é de 5 a 12, na dependência da oferta de alimento e abrigo.

Ratazana

Rato de telhado Camundongo

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Roedores ou ratos silvestres:

Os roedores silvestres vivem em ambientes silvestres ou rurais e são os principais reservatórios naturais dos hantavírus.

3. Importância epidemiológica

Os ratos urbanos têm papel importante na transmissão de várias doenças como a leptospirose, a peste bubônica, o tifo murino e salmoneloses, entre outras. Os acidentes causados pela mordedura desses animais são frequentes, bem como as perdas econômicas pela contaminação dos alimentos. No Brasil, até o momento, as hantaviroses estão associadas aos roedores silvestres.

4. Observação da presença de roedores

Fezes: sua presença é um dos melhores indicadores de infestação. As fezes podem levar à identificação da espécie presente.

Trilhas: sua aparência é de um caminho bem batido, com 5 a 8 cm de largura, sendo encontradas geralmente nas proximidades de muros, junto às paredes, atrás de materiais empilhados, embaixo de tábuas e em áreas de gramados.

Manchas de gordura: deixadas em locais por onde passam constantemente como, por exemplo, nas paredes e vigas.

Roeduras: os ratos roem, mas não ingerem, materiais como madeira, cabos de fiação elétrica e embalagens de alimentos para gastar sua dentição e como forma de transpor barreiras para alcançar os alimentos.

Tocas: são encontradas junto ao solo, aos muros, ou entre plantas. Característica de infestação por ratazanas.

5. Medidas preventivas

Acondicionar corretamente o lixo: dentro de sacos plásticos, em latas com tampas apropriadamente fechadas e limpas periodicamente;

Dispor o lixo na rua somente na hora que o coletor passa para recolher;

Nunca jogar lixo a céu aberto ou em terrenos baldios;

Acondicionar os alimentos em recipientes bem fechados;

R

Raattaazzaannaa: fezes grossas e arredondadas

R

Raattoo ddee tteellhhaaddoo: fezes finas e terminadas em pontas afiladas (fusioformes) C

Caammuunnddoonnggoo:: iguais às do rato de telhado, porém muito menores

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Inspecionar periodicamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários, gavetas e todo tipo de material que possa estar servindo de transporte ou abrigo aos ratos e camundongos;

Vedar frestas ou vãos que possam servir de porta de entrada dos ratos para os ambientes internos;

Instalar telas (com menos de 1 cm de vão de diâmetro), grelhas, ralos do tipo "abre-fecha", sacos de areia ou outros artifícios que impeçam a entrada desses animais através de ralos, encanamentos ou outros;

Evitar o acúmulo de entulho ou materiais inservíveis que possam servir de abrigo aos ratos;

Manter terrenos baldios limpos e murados;

Manter os abrigos de animais domésticos sempre limpos;

Recolher e descartar adequadamente as fezes dos animais domésticos;

Evitar que os alimentos destinados aos animais domésticos fiquem expostos onde os ratos possam ter acesso, principalmente à noite. Acondicionar em locais fechados.

Referências

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