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u estava correndo pelos corredores do palácio, eram 00:00. O relógio soou alto abaixo de mim, a troca dos guardas seria feito em breve, eu tinha que me

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-PROLOGO-

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Sangue.

Era tudo que eu via.

Pânico.

Dor.

Guerra.

Era tudo o que eu sentia.

Aquela Espada, ainda estava banhada de sangue, quando o corpo da sacerdotisa estava estirado no chão e da feiticeira no outro.

Aquela Espada, podia ser a nossa salvação, mas ela, agora, era a nossa condenação. A nossa sentença.

Sentença de carregar, o peso dessa Espada nas mãos.

Outrora, alguém chama a Espada Vermelha de um objeto amaldiçoado, mas eu digo a vocês com toda a

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certeza do mundo: não há outra função a ela. Ela é amaldiçoada.

Temida por todas, e inteligente e única, a Espada Vermelha decide em quem vai habitar, ela precisa de alguém firme, forte, corajoso, que não tem medo de nada.

Mas, um dia, ela decidirá o destino de dois corações:

Jovens, fortes, líderes. A Espada Vermelha, será a flecha que acertará o alvo de dois corações jovens, e a sua sentença de morte e se multiplicará, mas, já não será mais apenas morte.

Ela será....

Amor!

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CAPITULO 1 :

" FUGITIVA"

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E

u estava correndo pelos corredores do palácio, eram 00:00. O relógio soou alto abaixo de mim, a troca dos guardas seria feito em breve, eu tinha que me

apressar. Todas as noites, eram iguais, eu corria escondida no palácio somente para fazer aquilo que mais amava: pesquisas.

Em meu reino, princesas só ficam sentadas engordando e sendo paparicadas, não porque são das realezas, mas, porque, não tem outra utilidade além de esperar crescer e se casar com um nojento, imundo e estúpido rei que vai lhe maltratar todos os dias da sua inútil vida. Esse era o meu destino, a minha

sentença, e ninguém estava ligando para isso, exceto claro, a mim mesma, todas as noites, eu saia 00:00 para fazer minhas pesquisas, e isso, me lembrava de que, eu não prestava apenas para proteger o meu povo, mas, eu tinha algo além do que realizar, uma esperança do meu futuro ser diferente de minha própria mãe.

Cruzei o corredor do meu quarto, em busca do meu refúgio, com caneta e

caderneta na bolsa, e um capuz na cabeça, empurrei o quadro para o lado, e deu- se uma passagem, um buraco feito sob medida, como ele fora feito? Eu não sei.

Mas, eu sei que ele é extremamente útil para mim, e certamente, foi para alguém algum dia.

Entrei pelo buraco, e fui desligando até a passagem dar ao lado de fora, a noite

estava perfeita para a pesquisa, a noite estrelada, a luz do luar, em cima.

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E o som da coruja pela floresta, densa, escura, fria, não questionava o porquê de o Rei Olavo ter proibido a passear por essa floresta, mas eu sabia, e eu não estava nem aí.

O vento frio tomou conta de mim, bagunçando os meus cachos e o meu penteado real, eu soltei o penteado que prendia o meu cabelo, e guardei a coroa brilhante e ramificada na minha bolsa. Aqui, eu não era a princesa e única herdeira do trono, condicionada a viver essa vida inútil.

Aqui, eu poderia ser apenas uma garota, jovem, sonhadora e que tem um belo futuro pela frente.

Vesti novamente o capuz, e rezei para que não houvesse ninguém naquela noite, eu caminhei pela trilha da floresta, já com a minha caderneta e caneta nas mãos, escrevendo os movimentos das árvores, os formatos diferentes das folhas, e os sons que somente um belo apreciador saberia.

Caminhando distraída pela floresta, fui apenas ouvindo os sons dos meus passos, até chegar no meio da floresta e sentir um cheiro forte.

O cheiro ardeu as minhas narinas, e eu achei aquilo estranho. Peguei a faca de punho na botina e fui me aproximando.

“-Lenhadores.” - sussurrei caminhando lentamente e me escondendo entre os arbustos.

O cheiro ficou mais forte, e ardeu cada vez mais, e ao invés do cheiro, ouvi sons de tambores, graves e fortes que ecoavam pela floresta inteira, e mais a frente, surgiu uma luz dourada, e eu percebi que não eram lenhadores,

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e sim, os guerreiros.

A cada passo que eu dava, gerava medo e curiosidade em mim, jamais havia visto um guerreiro de perto, e ficava pensando no que eles estavam fazendo ali. A cada avanço, os sons de tambores se transformaram em música, e nitidamente, percebi que havia mais de um deles ali no meio da floresta. A música ficou mais intensa, pude ouvir os sons das vozes

cantando em uma língua que eu jamais havia conhecido, ou, ouvido, e junto com os tambores, vinham palmas e batida de pés e chacoalhes e pandeiros, automaticamente, eu abaixei as mãos mas permaneci

segurando a faca, afinal, eu iria me proteger custe o que custar.

Me aproximando, me escondi atrás de uns arbustos, e fique ali observando cada movimento.

A cena era intrigante: Milhares de guerreiros seminus, estavam rodando e batendo pés em volta de uma fogueira, de um lado na esquerda, havia outros guerreiros de aparência mais velha batendo os tambores na mesma sintonia, e na direita, eu vi um homem de e idade com uma enorme barba branca, sem vestimenta como os outros, exceto por um pano que cubra suas partes, ele parecia ser o ancião do grupo, em sua pele estava desenhadas marcas pretas, com desenhos de diversos formatos. As marcas, pareciam ter sido feitas com pincéis finos e bem caprichadas, e ao lado do ancião, havia um homem, mais jovem,

aparentemente da minha idade, esse homem era forte, e musculoso, e também havia marcas no corpo, mas não iguais ao do ancião.

O Ancião, estava cochichando em seu ouvido, ele fazia gestos com as mãos como se estivesse explicando alguma coisa, o rapaz, estava com um desagrado em seu olhar, como se, já estivesse ouvindo aquela

história mais de uma vez, mas, mesmo tendo aquela mensagem em seu olhar, ele apenas concordava com a cabeça. A música cessou, e o ancião deu um passo à frente, abrindo os braços, ele falava em uma língua que eu não compreendia, até que o rapaz pegou uma Espada, e o meu

coração gelou. Será que não era um ritual? uma matança? E se ele iria matar aquelas pessoas? Mesmo com a sensação de querer sair correndo dali, ainda sim, tive curiosidade.

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O rapaz, pegou a Espada e passou em uma tigela que continha um liquido preto, a ponta da Espada foi erguida e os rapazes formaram rapidamente em uma linha, um do lado do outro, e o rapaz segurando a Espada, foi na direção do primeiro guerreiro da fila, e falou alguma coisa que não dava para ouvir.

E então, com a ponta da espada, desenhou no corpo do primeiro rapaz, que não gesticulou nenhum momento que sentira dor, para mim, parecia que ele estava preparado para tudo aquilo, e um por um, o rapaz foi passando aquela Espada, no corpo dos guerreiros em fila, ele fazia apenas um movimento, um único desenho no corpo daqueles rapazes.

Assim que todos foram riscados, a música retornou, e eu assustada olhei no relógio, eram 01:30, eu precisava ir embora. Precisava correr.

Certamente, o guarda estava indo ao meu quarto, e ao seu lado Augustine, como todas as noites, ela fazia aquela visita. Então,

apressada, dei as costas para aquele povo, e sai correndo pela trilha da floresta, assim, que cheguei na entrada secreta, eu olhei para trás, mas metade de mim ficou naquele lugar, mas, principalmente, aquele olhar daquele rapaz, e pelo olhar tedioso que ele dera aquele ancião, como se, ele estivesse tentando fugir daquele momento. Eu bem o entendia.

Então, entrei pela passagem secreta, tirei a capa assim que os meus pés tocaram no chão, guardei na bolsa, e entrei pela porta do meu quarto, coloque a bolsa dentro do meu armário, e corri para o banheiro, assim que eu fechei a porta, ouvi uma batida forte na porta do meu quarto, peguei as botinas, e joguei dentro da cesta de lixo.

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- CAPITULO 2 : "BONS SONHOS

ARIELA" -

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-Princesa Ariela ?, Está pronta? - perguntou Augustine entrando no meu quarto e dispensando o guarda que vinha atrás dela.

-Estou aqui, estou no banheiro. - Respondi de volta - Acabei de me banhar. Por favor, entre. - falei com doçura e trocando de roupa.

-Ainda não compreendi a suspensão dos guardas em sua porta, sabia que é de restrita importância a presença deles Princesa? - perguntou

Augustine curiosa.

-Eu pedi ao meu pai que diminuísse a quantidade de guardas,

principalmente pela noite, afinal, o último lugar que alguém gostaria de entrar era o meu quarto, não é mesmo?! Ele achou bem convincente. - falei vestindo o vestido de dormir.

-Pois eu, presumo que não seja sensato Minha Querida, qualquer um poderia entrar no quarto e lhe atacar. - falou ela com um tom desafiador.

-Ninguém entrará aqui, eu lhe asseguro. Agora.... - e abri a porta do banheiro e ela fez uma reverência - Qual será o tratamento de hoje? - eu ergui a sobrancelha e ela abriu um largo sorriso.

-Deite-se. - Indicou ela a minha cama e eu concordei e me deitei.

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Desde pequena, em todas as noites, nesse mesmo horário, Augustine sobe para o meu quarto com um guarda, ela me ajuda com a minha ansiedade, e os meus pesadelos diminuíram com uma frequência absurda. Quando eu era pequena, ela me contava histórias, que me faziam dormir mais rápido, mas, agora já crescida, Augustine somente aplica as injeções e sai do quarto, me deixando em um sono profundo.

Era assim, desde que me entendo por gente, Augustine me disse que era devido a morte da minha mãe, que ela era uma rebelde, e desde a sua morte eu tinha cessões de pânicos e pesadelos fortes, acordando todo o reino, e então, Augustine, a Conselheira Real, aconselhou ao Rei Olavo que me fizesse sessões de injeções de sono, e ele recomendou

“gentilmente” que ela assim o fizesse.

Eu me deitei na cama, e ela então, abriu a sua maleta, ali continha apenas uma única injeção, ela alinhou meu vestido, me cobriu e disse:

-Boa noite Ariela. - E aplicou a injeção.

-Boa....noite...Augus... - e o sono me tomou no meio da frase.

Eu sempre me perguntei, quando isso iria terminar, se algum dia, eu me livraria disso tudo. A noite passou como se estivesse correndo, assim que acordei amanheci enjoada, tomei o meu banho, e me vesti com um

vestido azul celeste. O café da manhã era 8:00 horas, e agora, eram 07:00 eu abri a gaveta da cômoda e peguei o meu bloco de anotações, aquele olhar sereno e selvagem não saia da minha mente, e aproveitando pouco tempo que eu tinha, eu desenhei em meu bloco aquele olhar, era o mais profundo que eu já havia conhecido, assim que eu terminei, fechei o bloco, e fui caminhando lentamente até a sala de jantar, Augustine então, estava na porta, e ela me olhou com um olhar de desprezo e limpou a garganta e anunciou:

-Vossa Majestade, Ariela Martina. - A voz ecoou firme e em alta voz.

Eu assenti com a cabeça, e me sentei na mesa, em algumas cadeiras afastadas do meu pai.

Meu pai era o Rei Olavo Júnior, um homem grosseiro, estúpido, e egoísta, um homem que não visava nada além dele mesmo. Ele era baixo,

barrigudo de cerveja, e ele tinha um bigode branco, sua pele era negra como a minha, e os olhos castanhos, e o seu cabelo era grisalho, mas ralo.

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Olavo me olhou com um olhar pior do que Augustine, desprezo total.

E não parou de se servir, todos os cafés da manhã, eram assim, meu pai nem sequer olhava para mim, entrava e saia sem nem sequer perceber a minha presença, e sempre saia da mesa caso eu falasse algo que ele não quisesse ouvir. Eu sentei, coloquei o guardanapo no colo e comecei a me servir, quieta do mesmo jeito que eu era sempre, todos os dias, todas as vezes. Assim que eu terminei de me servir, me pai me olhou, fixamente e disse colocando o garfo na boca e mastigando:

-Colocarei guardas em sua porta. - Ordenou ele.

Eu olhei para o meu prato, suspirei e ergui o olhar diretamente a ele:

-Porque? - falei com a sobrancelha erguida.

-Porque você não pode ficar sem. - falou ele mais com um tom de ordem do que satisfação.

Eu suspirei, e então disse:

- Mas pai... eu pedi para ao Sr. que .... - Ele bateu com as mãos na mesa e deu uma mordida no pão e falando ferozmente cuspiu na mesa e me interrompeu:

-Não ouse me questionar! Está decidido. Hoje a noite, estarão os guardas. - falou ele com tom impostada.

Eu engoli a seco, e logo compreendi de quem estava vindo aquilo, Augustine.

Eu abri a boca para dar a ele a resposta devida, mas fui interrompida por um guarda, que entrou pela porta e fez a reverencia, o meu pai ergueu a mão, e o guarda aproximou-se e cochichou algo em sua orelha. Meu pai, bruscamente levantou-se da mesa, e eu percebendo o seu movimento disse:

-Pai?! Está tudo bem?! Onde o Sr. vai?! - perguntei preocupada e curiosa.

Meu pai me olhou com o pior tipo de olhar e disse:

-Não te interessa! Cuide dos seus negócios. - E saiu com passos firmes e Augustine foi segundo ao seu lado.

Eu terminei rapidamente o meu café, eu gostaria de saber o que estava acontecendo, e não hesitei em segui-lo, pelo o que eu conhecia, todos

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eles iriam se encontrar no quarto de guerra, e se eu pudesse ao menos saber o que ele iria dizer, o que realmente estava acontecendo, os seus segredos, eu queria descobrir. Lentamente, fui caminhando pelos

corredores, seguindo a voz de meu pai, que gritava pelos corredores e logo em seguida, ouvi a porta do quarto de guerra se fechar, abalando as estruturas do castelo inteiro, então eu soube que algo estava de errado.

Me aproximei da porta, que ficava em um corredor escuro e bem mal decorado, e coloquei as orelhas para ouvir, peguei o guarda dizendo:

-Nós não podemos perder tempo meu rei. - falou ele com voz firme.

-Eu sei! - falou meu pai em resposta – O que achas Augu? - perguntou meu pai claramente se dirigindo a Augustine.

-Acho que raramente encontramos esse povo em nossos campos meu rei, os guerreiros devem ser atacados amanhã pela manhã, sem perca de tempo. Precisas, mostrar a sua autoridade meu rei. - falou ela com uma voz sutil e sedutora.

“-Ergh! Que nojo!.” - pensei com repugnância.

-Também acho Augu, também acho. - falou meu pai decidido.

-Então, posso mandar os soldados para atacar os Guerreiros?! - perguntou o soldado.

-Deve! - afirmou meu pai com seriedade.

Meu coração acelerou, aquilo não podia estar acontecendo, meu pai não podia atacar aquele povo, eles não faziam nada de errado. Ouvi sons de passos vindo em direção a porta, e então, corri para me esconder atrás de uma estátua com a cara do meu pai e fiquei ali escondida, até que, o soldado abriu a porta, olhou para os dois lados, e saiu fechando-a. Eu poderia ter ido ao meu quarto, mas eu fiquei ali, ainda sim, permaneci ali esperando alguma coisa, alguma informação. Então, ouvi o resto da conversa dos dois:

-Será que era a nossa única chance? - perguntou meu pai com voz cansada a Augustine.

-Com certeza que sim, meu rei. - E escutei sons de beijos.

Meu estomago se virou, então, meu pai e Augustine estavam tendo um caso, nojento, mas não me surpreendeu, desde a morte de mamãe, ele havia mudado muito, e se transformado em um rei na qual eu não

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conhecia mais. Mas, seja lá quem ele fosse, eu não permitiria que ele fizesse maldade com aquele povo, eu iria interromper aquilo de um jeito ou de outro, e com o coração acelerado, as mãos frias e com a tristeza em meu olhar, sai correndo em direção ao meu quarto, rezando para que desse tempo de impedir aquela maldade, aquele massacre, pelo

corredores e escadarias do castelo fui dizendo a mim mesma que ele não poderia fazer aquilo, eu avisaria os guerreiros, mesmo se depois, eles me matassem pela sua brutalidade e selvageria, assim que cruzei o corredor em direção a minha porta, avistei os dois guardas ali a postos, ambos fizeram reverencia, e eu revirei os olhos e fechei a porta, me joguei naquela cama enorme, e comecei a chorar.

Não era justo aquele povo sofrer, eles não haviam atacado para nós contra-atacarmos daquela maneira, meu coração estava partido, mas decidido a mudar aquela situação, está noite, eu iria atrás de seja lá

quem fosse, para avisa-los. Eu peguei o caderninho que ficava debaixo do meu travesseiro, e no meio de várias anotações e desenhos, eu abri a página naquele desenho único, daquele olhar frio, e suave, e prometi a aquele desenho, que nenhum mal aconteceria com aqueles olhos, e com aquele povo.

As horas se passaram, e a noite caiu sobre nós, desde do café não havia saído do meu quarto para nada, alguns guardas, perguntaram se eu iria almoçar, mas eu neguei qualquer chance de aproximação, afinal, que diferença fazia estando ou não ali, meu pai, havia se transformado em um homem brutal e sem coração, atacando e disposto a matar um povo que não tinha culpa de nada, não havia feito nada.

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- CAPITULO 3 :

"PELO MEU POVO" -

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Eu havia preparado tudo, minha bolsa, minhas botinas, tudo estava preparado para avisar aquele povo, eu ainda estava confusa em meus sentimentos, não sabia se era a coisa certa a se fazer ou não, não sabia se eu poderia confiar naquele povo daquela maneira, mas, o meu

coração, apesar de confuso, dizia que era o justo a se fazer.

Nas aulas de história, eu havia aprendido que, nosso povo lutou muito para estar forte e firme, e houve muitas batalhas para aquilo, mas, por alguma razão que eu ainda não sei, ao invés de rolar um tempo paz, houve mais guerras ainda, os líderes dos povos, não contentes com a nossa vitória, decidiram se afastar, e bolar algum plano de vingança, e o meu pai, ainda sim aguardava esse momento.

Tudo ficara muito confuso em nossa mente, não somente por causa

dessas guerras, mas, o porque tanto ódio dos outros povos, meu pai pode ser um homem bruto e s vezes, grosso, mas, ele pensa no bem estar do seu povo também. O relógio principal, tocou, eram 19:00 horas, era hora de partir, a cada 20 minutos, acontecia a troca de postos, e pela minha enorme felicidade e sorte, John era o guarda na minha porta, Jonathan Frimann, o meu eterno crush da adolescência, e antes de você ler isto, com um olhar de censura, você precisa entender que princesas, não tem uma enorme chance de se apaixonar por coisas maiores ou até certas, a visão mais próxima de homens para ela, é os guardas. John, é o típico guarda que certamente todo o palácio tem: Alto, magro, mas tem alguns músculos, sempre atencioso, e principalmente: Fiel.

John, tinha uma pele torrada pelo sol naturalmente, e o seu cabelo preto continha um perfeito alinhamento que era repartido no meio o que dava um ar de sério mas um completo charme, seus olhos eram verdes, e o seu sorriso era brilhantes, requisitos onde, qualquer garota se

apaixonaria. John, havia me protegido de vários perigos, e eu não me recordo um dia, onde ele não tivesse estado presente em todos eles, me lembro de quando, escrevi uma carta a ele pela primeira vez:

“Querido Guarda John,

Não sei se acreditas em amor à primeira vista, ou, proibido, mas você é o meu anjo da guarda. Amo-te, com amor, princesa Ariela.”

Eu sei, eu sei, totalmente vergonhoso não é mesmo?, mas eu realmente estava completamente apaixonada por ele, e realmente imaginava uma vida com ele, até que, Augustine apareceu, como uma serpente no meio das arvores mais densas da minha vida, ela fez questão de afastar John de perto de mim, e eu lembro de sofrer horrores, mesmo sabendo que, quando ele retornasse, já não seria o mesmo. E realmente, quando John retornou, eu não era a mesma.

Coloquei a cabeça para fora da porta, e assobiei, John parado como uma

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verdadeira Estátua, suspirou e me ignorou completamente, eu bufei, e novamente assobiei, John, virou com a cabeça fingindo me ignorar, claramente, ele estava brincando comigo. Pela última vez, assobiei novamente, e ele me olhou e arregalou os olhos e disse:

-Sra. Ariela, necessita de alguma coisa? talvez, o seu almoço? - falou ele com uma voz autoritária.

-Cordialidade sua guarda John, mas, presumo que não estou com fome, mas, preciso que me faças um pequeno favorzinho. - falei piscando para ele e ele suspirou. - Qual é, pelos velhos tempos! - falei baixinho com uma voz branda.

Ele então, suspirou e balançou com a cabeça negativamente, e então, eu fechei a porta, confesso, eu ainda me sentia balançada com a sua

presença, não contei nem cinco minutos, John entrou pela porta do meu quarto, e de repente, pude ouvir as batidas do meu coração, ele colocou a mão na cintura e disse:

-Ariela o que você quer? - falou ele com um tom impaciente, mas com os olhos vividos.

-Olhe, preciso que me acoberte, eu preciso sair agora mesmo para... - eu parei, não sabia se eu poderia contar mas para resumir as palavras disse: - Existe uma pessoa, que precisa de mim, da minha ajuda, será que pode me ajudar a sair daqui sem ser vista? - perguntei com uma voz doce e eu sabia que ele iria ceder.

Assim que ele ouviu a minha voz, os seus olhos brilharam, parecia que algo reviveu dentro dele, eu não sabia ao certo que era, mas aquilo, seria em meu favor. e então disse calmamente:

-Sabe que não posso permitir a sua saída, se o seu pai me descobrir.... - Eu o interrompi e disse:

-Meu pai não saberá de nada, só quero que me avise se alguém estiver vindo, só isso. Estarei na floresta a dentro, só correr e me avisar, virei o mais rápido possível, por favor John. - E me aproximei o mais perto possível até sentir a sua respiração, que mudou de frequência. - Essa pessoa, é importante para mim. - Disse e ele colocou as mãos em minha cintura e de repente, me senti protegida.

-Ah Ariela... você me mete em cada situação...- comentou ele - está bem, mas, seja rápida, não posso permitir sua saída, sabe disso. - disse ele ainda com a mão em minha cintura.

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Seu toque, sua proteção, me fez lembrar o motivo de estar apaixonada por ele por toda a minha adolescência e início de juventude, por um tempo, me questionei o real motivo, mas, agora, eu sabia o que era: o seu bom coração. Em meio a tantas guerras, dores, e injustiças, John, tinha um bom coração, era bondoso, então, me afastei, e disse:

-Prometo que tomarei cuidado, obrigada. - E abri um largo sorriso a ele e ele sorriu de volta, saindo do meu quarto.

John nunca havia dito se sentia algo por mim, algo como eu sentia

naquela época, mas eu sabia, que, pela minha posição, ele jamais falaria.

Vesti o capuz, e esperei pelo toque na porta de John, o nosso combinado.

E assim que houve a segunda troca de guardas, escurei um leve e firme toque na porta, era a minha deixa, peguei a bolsa e sai pelo corredor, empurrei o quadro, e sai pelo buraco a fora, escorregando como uma criança, assim que os meus pés tocaram na grama, eu respirei ar puro, o céu estava estrelado, a luz da lua brilhava em cima de mim, e com

pressa, corri pela estrada a dentro da floresta, torcendo para que o

Guerreiro de olhos foscos, prestasse e me desse a devida atenção, assim que cheguei próxima do arbusto que havia me escondido naquele dia, eu senti a presença de alguém atrás de mim, eu rapidamente me virei e aquele homem estava atrás de mim, me abordou e me empurrou para a arvore mais próxima, me prendendo ali, seus olhos estavam cravados em mim, e eu o reconheci pelos olhos, ele tinha uma certa curiosidade sobre mim, e eu tinha sobre os dele também, e então, ele colocou a lança em m eu pescoço e disse:

-Quem é você e o que quer com o meu povo! - ordenou ele firme e brutal, ainda segurando os meus braços na arvore.

Meu coração, acelerou e minhas mãos ficaram frias com o seu toque, mas eu estava tão nervosa e com medo, que não consegui responder de

imediato, então, ele repetiu com mais força nos braços: 

-Quem é você, e o que você quer com o meu povo? - perguntou ele a então, ele repetiu com mais força nos braços:

-Quem é você, e o que você quer com o meu povo? - perguntou ele a mim.

-Me solte.... e eu lhe responderei. - falei com o tom firme e fingindo não ter medo sendo que eu estava com muito.

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Ele arregalou os olhos e soltou minhas mãos da arvore, e eu então suspirei aliviada e disse:

- Tenho uma mensagem para você, o rei Olavo está preparando um ataque, esta noite, presumo que seja o líder do seu povo, então, como líder, deve proteger e leva-los embora em segurança. O ataque não sei qual é, mas sei que será brutal, o rei Olavo, quer mostrar quem manda a vocês, virá de repente, antes do por- do – sol. Fuja. - falei olhando em seus olhos que agora, estavam surpresos me olhando fixo.

-Quem é você? - perguntou ele a mim firme.

Escutei passos atrás de mim, virei bruscamente, eram passos de

soldados, John, eu tinha que partir. E quando virei para o guerreiro ele já estava com a

lança na mão e então, ergui as mãos em sua frente e disse:

-Não, deixe comigo. Parta com o seu povo agora mesmo, vocês precisam partir, - usei a voz firme para demonstrar autoridade máxima e seriedade e ele então me olhou novamente e olhou para trás de mim e disse:

- Diga! - exclamou ele me olhando seriamente – Quem é você^? -

perguntou ele a mim firme.

Os passos ficaram mais próximos....

Eu então, dei um passo na direção dele, baixei sua lança que estava apontada a sua frente, e olhei naqueles olhos e disse:

-Uma amiga! - disse firme – agora vá, vá salvar seu povo. VÁ! -gritei e ele ficou paralisado ali me olhando e então, saiu correndo atrás de mim pela mata a fora, me deixando sozinha e em transe.

-Princesa Ariela? - a voz de John me fez sair do transe.

-Estou aqui, está tudo bem. Estou aqui. - falei firme.

-Graças a Deus! - e ele me abraçou e me olhou de alto a baixo a procura de algum ferimento e perguntou: - Conseguiu salvar sua amiga? - perguntou ele curioso olhando atrás de mim.

-Eu espero que sim.... - Suspirei e sorri fraquinho a ele.

-Então vamos, precisamos voltar, já, já, Augustine estará no seu quarto. -

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falou ele com doçura.

Eu olhei para trás, com esperança de que eu pudesse ver aqueles olhos novamente, mas John passou a mão pela cintura e me conduziu pelo buraco, e eu corri para o meu quarto. Assim que John e eu chegamos em minha porta, eu olhei para John, e então eu só pude dizer:

-Desculpa se eu te coloquei em risco, graças a Deus que não te prejudiquei, obrigada por me acobertar. - falei baixinho.

- O que eu não faria por você pequena Ela - falou ele segurando o meu queixo.

- Definitivamente, eu não sei. - falei sorrindo. - Posso te fazer uma pergunta? - falei com o coração acelerado.

- Pode, claro. - falou ele com atenção.

- Não vai ao exército amanhã de manhã naquela floresta, me promete que

não vai? - pedi com os olhos marejados.

- O que, porque? - perguntou ele confuso.

- Só por favor, não vai. - Pedi e uma lágrima correu em meu rosto.

- Eu te prometo. - e ele beijou a minha testa.

E eu fechei a minha porta, escondi as coisas e fui tomar um banho, ouvi a voz de Augustine, na porta.

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Após a injeção de Augustine, eu desmaiei, acordei no meio da noite, com um som estrondoso que vinha pelos andares de baixo, era a voz grossa e firme do meu pai, o dia já estava amanhecendo, sol iluminando o meu quarto, meu pai berrava por todo o castelo:

- COMO ASSIM?!.... COMO ISSO É POSSIVEL?!.... SEUS INCOPENTENTES!

SUMAM DA MINHA FRENTE! - Berrava ele alto e firme.

Houve uma batida na minha porta, e então, eu permiti a entrada, era John, com um olhar tenso, eu me sentei na cama e ele só disse:

- O que diabos está acontecendo Ariela?! - perguntou ele.

Eu suspirei, e então disse baixinho:

-Shhh....- e ele fechou a porta do meu quarto e eu puxei ele pela mão para ele se sentar em minha cama – O que houve? - perguntei a ele.

- Seu pai, mandou uma tropa para a floresta, a floreta onde a Senhorita estava indo ontem a noite, pelo visto, ele iria atacar um grupo que estava acampando, e pelo visto também, a Senhorita estava enfiada nessa

confusão, e me meteu no meio, por isso, dá para me falar o que raio está acontecendo?- perguntou ele tenso e nervoso.

-Ok.... Ok... eu conto, mas promete que ficará de bico fechado? - perguntei erguendo a sobrancelha e ele suspirou e concordou com a cabeça.

- Tudo começou quando eu fui fazer uma pesquisa na floresta a noite.... - Ele arregalou os olhos de pânico e disse:

-Você fez o quê?! - exclamou ele a mim e eu coloquei o dedo em sua boca e prossegui:

-Deixe eu falar! - falei revirando os olhos – nessa pesquisa, descobri um povo novo, os guerreiros – ele me olhou com os olhos vidrados, eu sabia que viria um sermão - e então, fiquei tão fascinada que fiquei

observando, aparentemente, eles estava fazendo um ritual, algo do gênero. E então, eu fiquei ali, na manhã seguinte, o guarda chamou meu pai, e eu meio que tive uma certa curiosidade, até porque, ele obrigou que tivesse guardas na minha porta, nada pessoal. - falei olhando para ele ainda com a minha mão em sua boca – e então, eu fui atrás e ouvi que meu pai planejava atacar os guerreiros injustamente, e então,

ontem, eu fui contactar o líder deles. - falei sorrindo orgulhosa pelo meu resumo fenomenal e eu tirei a mão de sua boca e então, veio o sermão

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esperado.

-Ariela! Você ficou maluca! Os guerreiros são selvagens, carnívoros, matadores, não pode simplesmente ir lá e falar com eles! Você poderia ter morrido, e o meu pescoço também! - falou ele bufando mas então, ele parou e disse: - foi por isso que me pediu para não ir não foi? - falou ele a me olhando atentamente, e eu concordei com a cabeça, ele balançou a cabeça negativamente e disse: - Você é maluca garota! - e sorriu para mim.

-Você foi? - eu perguntei com a voz embargada.

Ele suspirou e disse:

-Não saí do meu posto de guarda da princesa, mas, muita gente morreu Ariela, muitos soldados bons e capacitados. - falou ele com uma voz triste. - Poderia ter sido eu. - Ele abaixou a cabeça.

-Mas, não foi. - falei erguendo seu queixo e sorri com leveza.

-Obrigada Ari, você me salvou. - falou ele sorrindo – mas não faça mais isso, por favor. - falou ele com leveza e eu o abracei com força.

John, era o meu protetor desde sempre, não somente porque um dia já fui apaixonada por ele, mas porque, em todos os momentos, ele não me tratava como uma princesa, e sim, apenas por Ariela, exceto quando ele queria falar algo oficial, ai me tratava como tal, mas isso raramente acontecia. John deu um beijo em minha testa, e disse para eu voltar a dormir, e assim que ele fechou a porta, houve outra batia, e era

Augustine.

-Princesa?! Me desculpe acorda-la, mas.... preciso que a Sra. me siga. - falou ela me olhando fixamente.

- Não se preocupe, não me acordou. Com os gritos de meu pai acordei sozinha. - Sorri levemente – para onde?! - perguntei curiosa.

- Saberás em breve. Vista-se e me acompanhe. - falou ela com uma voz de governanta.

Me levantei da cama, vesti o meu sobretudo, e fui seguir Augustine, John nos seguiu com os olhos, e eu mostrei a língua para ele e ele sorriu

levemente. Augustine era a Sacerdotisa real, fiel escudo e conselheira de meu pai, alta, branca, e cabelos ruivos escuros, ela sempre usava

vestidos escuros, não importa a ocasião, ela usava óculos e brincos

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redondos, e colares com pedras grandes e coloridas, ela apareceu assim que minha mãe falecera, o rei estava tão perdido, que os conselheiros indicaram uma sacerdotisa, e me lembro até hoje quando Augustine apareceu pela porta do meu quarto, e eu me lembro de odiá-la a cada segundo, hoje, aprendi a segurar o meu ódio, mas, você sabe, ninguém é 100% controlado. Descemos a escadas centrais do castelo, elas eram grandes, ornamentadas com tinta vermelha, e as cortinas eram

vermelhas também, o que deixava o castelo escuro e com um ar de mal assombrado, no chão, havia um tapete preto, e nas escadas também, a madeira era clara, e o lustre era de ouro puro, com velas em torno dele.

Descemos todos os andares, até que chegamos no último, havia apenas uma única porta ali , e parecia estar velha e enferrujada, Augustine parou em frente aquela porta, no bolso do vestido, tirou uma chave velha e enferrujada, e abriu a porta, o quarto estava fechado havia muito tempo, o cheiro de mofo e coisa fechada estava forte, Augustine parou na porta e me olhou e disse:

-Entre - falou ela me olhando séria e acendeu a luz.

Assim que a luz acendeu, eu pude ver o quarto como estava. Havia uma enorme mesa no centro do quarto, alguns quadros tampados com um lençol branco, e em cima da mesa, havia uma tigela e uma maleta fechada. E quando eu vi aquelas coisas, tive o ímpeto de correr, dei as costas para a mesa, e Augustine me olhou e disse:

- Sente-se Princesa. - falou ela me olhando e dando um largo sorriso.

-Sabe o que que é.... vai rolar não... agradeço o convite, mas...preciso ir embora... tenho tarefas reais e... - falei segurando na maçaneta.

-A Senhora não vai a lugar algum, Ariela. Agora, sente-se. - E ela

estralou os dedos, e eu não tive mais o controle sobre o meu corpo, fui a caminho da cadeira e me sentei bruscamente, e senti que minhas mãos estavam amarradas.

Ah não....

Mais essa!

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-Augustine, não estou entendendo, o que estou fazendo aqui? O que você quer? - perguntei sentada na cadeira.

-Vou lhe contar uma história: Há um tempo atrás, uma avó

desesperada veio ao nosso encontro, pedindo que, sua pobre neta fosse livre de uma magia de proteção que uma mãe desesperada havia feito, essa avó queria que a criança fosse levada para si, para que a vitalidade e a riqueza dessa avó fosse usada mediante a vitalidade daquela criança, a sacerdotisa anciã, disse a aquela avó que não poderia ser possível fazer o que estava sendo pedido, porque, a mãe da criança havia corrido para uma sacerdotisa e feito uma magia de proteção antes dela. Essa magia, impedia que a criança fosse tomada dos braços de sua mãe, e vivesse até encontrar o seu grande amor e fosse libertada desse feitiço de proteção.

Essa sacerdotisa anciã, não conseguiu quebrar essa maldição, exceto se, tivesse o sangue dessa criança.... - Ela olhou para baixo, e pegou a bacia e colocou em baixo do meu braço - Eu falhei.... isso mesmo....

eu falhei completamente.... fui rejeitada pelo clã das Sacerdotisa, colocada no pior lugar que possa existir, fiel conselheira desse rei nojento que é seu pai, e não somente isso, ser serva dele e de todo o seu povo. - falou ela pegando uma lâmina e sorrindo para mim.

-Espera!.... Espera!.... Essa história.... é sobre.... mim? - falei com o coração na boca.

-Exatamente burrinha, é exatamente sobre você. Sua mãe a Rainha Vanessa, correu nos braços de uma sacerdotisa para realizar esse feitiço de proteção, e sua avó Rainha Margareth, mais conhecida como... - eu a interrompi.

-Margot...Rainha Margot.... - falei baixinho.

-Ora, então ouviu falar de sua avó não é mesmo?! - perguntou ela dando uma risada baixinha.

- Dizem que ela foi uma rainha bastante forte. - falei baixinho.

-Não somente forte, ela foi a pior rainha de todas, fazia de tudo para ter o seu poder e beleza, não importava se fosse matar, ou se envolver com as bruxas. - falou ela e cortou os meus pulsos, e o sangue foi escorrendo para dentro da bacia.

Assustada com aquilo tudo, eu sentia nojo, nojo da minha família, nojo da minha linhagem, nojo de ter até mesmo nascido, então,

desesperada vendo o meu sangue caindo dentro daquela bacia,

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supliquei:

-Por favor.... por favor... não faça isso... não faça.... escute... eu não entendi uma coisa, para que precisa fazer isso tudo? - perguntei desesperada.

-Bem, simples. Eu preciso do seu sangue, para que o feitiço de proteção seja desfeito, assim, tudo volta ao devido lugar, e você é dada para sua avó. E eu, sou reconhecida novamente como

sacerdotisa anciã, e tenho todos os devidos poderes. - falou ela parecendo realmente muito simples.

-Mas... isso não é justo! - exclamei nervosa – e eu? fico presa há uma rainha nojenta e mesquinha? minha avó não morreu? - perguntei e a minha cabeça começou a girar.

-Sua presença ressuscitará a sua avó. Não é obvio?! - gargalhou ela a mim - e sinceramente Ariela, sua presença é totalmente dispensada por aqui. - falou ela gargalhando novamente.

Eu abaixei a cabeça. Ainda tonta e triste, era impossível não me sentir assim, era tudo tão injusto, e quando a bacia fora enchendo, eu

supliquei novamente:

-Por favor... não faça isso... não existe outra opção? , outra

alternativa? - perguntei desesperada, minha visão começou a ficar turva – Diga-me... eu faço qualquer coisa. - falei suspirando e uma lágrima caiu pelo meu rosto.

-Não há.... a não ser que.... -Ela hesitou e ali veio uma esperança.

-A não ser que?.... diga!... eu faço qualquer coisa... - falei suspirando.

ela suspirou e disse:

-Existe uma Espada, capaz de cortar qualquer feitiço, inclusive esse sobre você. - falou ela me olhando e apertando o corte para que saísse mais sangue.

-Então, onde está essa Espada? - perguntei desesperada.

-Não está em lugar algum, essa Espada é uma lenda, há muito tempo não se vê ela e nenhum rastro dela. Ou seja, impossível para você. - falou ela sorrindo com um ar de vitória.

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-Por favor, deixe-me tentar. é a minha única chance, deixe-me tentar!

- supliquei.

Ela parou, e então, deu de ombros e disse:

-Quer tentar?... então tente!... mas, terás somente 5 luas para

encontrá-la, caso ao contrário, farei o feitiço e você será levada para sua avó, fui clara? - falou ela firme e eu sabia que ela estava sendo séria.

Eu concordei, minha visão ainda turva aumentava e estava sentindo que minhas forças estavam esgotadas.

-Mas... e meu pai? - perguntei baixinho.

-Não se importará com você, não se preocupe. - falou ela que estalou os dedos e eu senti que as cordas invisíveis haviam sido cortadas, e eu corri, mesmo tonta, mesmo sem forças, eu corri, fui subindo as

escadas, desesperada, e ouvia a voz de Augustine nos fundos dizendo:

-” 5 luas Ariela.... 5 luas!... “

Até que subi, fraca, cansada, com os pulsos sangrando. Eu só queria correr, fugir dali, sair daquela loucura, assim que cheguei no corredor do meu quarto, John estava ali, ele arregalou os olhos, e eu só escutei ele falar o meu nome , até que tudo ficou escuro e eu senti o baque do meu corpo no chão. Assim que eu abri os olhos, John estava ao meu lado, havia uma bandeja com comida, e os meus pulsos estavam com faixas de ferimentos, confusa, e faminta eu ergui o corpo sentando bruscamente, e John segurou os meus ombros e disse:

-Uou! Vai com calma Ari, você teve ferimentos profundos. - falou ele com um olhar leve e doce.

Olhei pela janela, já era noite, e eu não sabia o que tinha acontecido, vendo a presença dele, o abracei fortemente, e ele surpreso deu uma risada tímida e eu disse:

-Sentirei a sua falta. - e eu cheirei o seu pescoço.

-Do que está falando Ari?! - brincou ele sorrindo.

Nos afastamos, e eu fiquei em silêncio, e ele logo percebeu e disse:

-A não... não...não. Não!...Ariela não posso permitir que saia desse

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castelo novamente, deve a sorte de não morrer. - falou ele levantando bruscamente.

E então eu entendi, entendi o porquê nunca tivemos uma chance, porque eu jamais teria a chance de amar e ser amada aqui dentro, por causa da maldição, e uma lágrima escorreu dos meus olhos, se eu quisesse amar e ser amada, eu precisava quebrar essa magia de proteção, e a outra que me prendia a minha avó, John vendo a confusão em meus olhos disse:

-Coma Ari, você precisa comer. - E me deu um beijo leve na testa.

-Sentirei a sua falta John. - falei firme e peguei a bandeja, comi a comida, e acabei cochilando. Quando eu acordei, John já não estava mais ali, aproveitando a deixa, levantei da cama, e corri para pegar a minha bolsa, minhas botinas na sacola plástica, e mais algumas peças de roupas, assim que pegara tudo e colocara na bolsa de pano, sai pela porta do meu quarto, pelas minhas contas mentais, estava na troca dos guardas, eu empurrei o quadro, e sai pelo buraco.

Assim que meus pés tocaram no chão, eu coloquei a coroa na bolsa, e saí em busca de respostas, alguém nesse reino, saberia sobre a

Espada, não era possível que ninguém saberia. Caminhando pelo caminho que outrora havia sido feito há muito tempo por mim, decidi que iria até aquele povo certamente, alguém poderia ainda estar ali.

Eles eram a minha esperança. Eu tinha que tentar.

Agora, era somente eu, a floresta e a lua brilhante no céu.

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- CAPITULO 4 :

"MOVIMENTO

ESTRANHO"

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A Cada passo que eu dava, só conseguia ouvir os sons das corujas ao meu redor, e os sons das minhas botinas na estrada de terra e pedra, a lua estava a cima de mim, e a minha respiração ofegante, eu precisava encontrar alguém que me desse uma informação, apenas uma informação e eu já saberia que estava no caminho certo. Estava quase tendo uma crise de nervosismo quando avistei aquela abençoada pedra, onde, outrora eu estava escondida e observando aquele povo, passei por ela e logo vi uma cena chocante:

Havia corpos por toda a área, sangue misturado com terra, e uma longa e fina corda com alguns espinhos que brilhavam com a luz da lua, e mais para a frente, um acampamento vazio, exceto por uma bandeira branca com alguma coisa desenhada nela, enfiada na fogueia apagada. Nenhum corpo dos soldados do meu pai, haviam sequer ultrapassado aquela área, e havia rastros de que, por algum motivo, tinha tido uma explosão

enorme por ali, com cuidado, ultrapassei aquela fina linha, passando por baixo dela, e quando eu coloquei os pés dentro do acampamento, percebi o quão bonita ela era, em cada espaço onde as barracas tinham sido colocadas, haviam flores amarelas que eu jamais tinha visto que emitiam um cheiro doce e cítrico por todo o acampamento, havia também, cinco panos de cores diferentes: Amarelo, Laranja, Azul e Vermelho, e de repente, senti curiosidade para descobrir o que significava.

Ao meu lado, estava a fogueira, ainda com rastros de pegadas humanas da dança de outro dia, eu sorri ao lembrar da felicidade e alegria daquele povo, dançando e cantando felizes pelas conquistas daqueles guerreiros, e de repente, meu coração se encheu de esperança, aquele para mim, era o povo mais feliz da terra. Ao me aproximar da fogueira ainda quente, eu peguei aquela bandeira e observei o desenho dela: Era um círculo

vermelho com duas lanças enfiada nele, eu não sabia o que significava aquilo tudo, mas, eu sabia que era uma espécie de brasão, como no reino do meu pai, que era uma coroa em cima de um leão comendo alguma coisa, era o brasão mais sem graça que eu já havia visto na minha vida, eu removi aquela bandeira e removi o pano que estava amarrado, sorri ao ver os detalhes, os bordados, e guardei em minha bolsa, certa de que, eu estava no caminho certo. Sai do acampamento, com a cabeça erguida, era engraçado por que, só havia aquele fio na entrada e não na saída, e logo percebi que era uma emboscada, sorri ao imaginar aqueles olhos se divertindo com aquela emboscada.

Então, eu sai pela estrada, com um desejo enorme de conhecer mais e melhor aquele povo tão curioso. Quando a lua alcançou o topo do céu, bem no centro, eu decidi parar e continuar a jornada pela manhã, estava cansada, e com sono, entrei na mata por 5 metros, e ali avistei um

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tronco grande perfeito para um cochilo, nem que fosse de 5 minutos, eu sentei na mata, encostei no tronco e fechei os olhos, o sono veio

lentamente, os olhos fechando lentamente, e de repente, não senti

nenhum pouco a falta dos luxos do castelo, me senti eu mesma, por anos senti falta de viver a vida livre, e pelo menos em menos de 5 luas, eu estaria livre como eu sempre quis. Adormeci sonhando com uma vida melhor, uma vida realmente livre, e acordei, com uma seta espetada no meu dedo do pé.

-Aí! mas que.... - Havia uma criatura de 5 metros a minha frente, eu prendi a respiração e olhei ao meu lado.

Minha bolsa estava aberta, e com as coisas para fora, a criatura me olhava fixamente, seus grandes olhos me olhavam com um olhar

indecifrável, roxos com cílios grossos e uma boca fina, a criatura, usava um chapéu pontiagudo laranja, e uma caça marrom e uma blusa laranja que combinava com o chapéu, sua cor era acinzentada. Ele estava com uma mão apontando a lança com a seta no topo, e com outra, o meu caderno de desenho aberto de ponta cabeça. Eu fiz um movimento brusco para levantar, e a criatura então, fez menção de ataque, até que eu ergui as mãos como se eu estivesse sido rendida e disse:

-Ei.... ei.... calminha criaturinha.... eu venho em paz - e fiz o sinal com os dedos do Star Trek, “Vida Longa e próspera.”.

A Criatura ergueu a sobrancelha confusa, logicamente, ela não conhecia aquele sinal, e eu não conhecia até ler sobre no livro de entretenimento do palácio, mas assim que ela viu o sinal em meus dedos, apenas

reproduziu e eu dei um sorriso a ela. Um som agudo soou bem naquele momento, como se fosse um apito mas, mais agudo, eu coloquei as mãos na orelha, e a criatura correu rapidamente da minha frente, entrando pela mata a dentro e sumindo de vista, levando consigo o meu caderno,

levantei bruscamente, peguei a minha bolsa jogando as coisas dentro, e corri atrás daquela criatura, ainda zonza com o barulho ensurdecedor que eu havia escutado, a criatura tinha pernas finas e certamente estava habituada a correr pela floresta, já eu, uma princesa presa dentro de um castelo que só saia a noite em uma floresta desconhecida, super justo, totalmente justo.

Assim que eu avistara a criatura há alguns metros de distância, escutei novamente um apito igual aquele de antes, foi quando, a criatura parou e fez o gesto novo que havia aprendido e pulou dentro de um buraco

desaparecendo completamente de vista. Suspirando cansada, e com um ar de derrota, cai ajoelhada na floresta, aquele caderno continha a coisa

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mais preciosa para mim, o desenho daqueles olhos profundos e curiosos, que eu desejava olhar novamente, pela última vez. Fechei os olhos, e a luz do sol irradiou em meu rosto, e ali sentada, eu desabei no choro, chorei até sentir as lágrimas embaçarem os meus olhos, eu só conseguia pensar em como era difícil tudo aquilo para mim, e como eu queria muito, mas muito, que o destino me ajudasse pela primeira vez na minha vida.

Eu fechei os olhos, sequei as lágrimas, Ariela não fica chorando por muito tempo, decidi então, me aproximar do buraco, ouvi um estralo atrás de mim, e levei um maior susto.

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-Presumo que a Senhorita não caiba em um buraco tão pequeno assim. - falou uma voz grave e firme.

Eu virei bruscamente, com os olhos arregalados, a voz vinha de uma outra criatura, um pouco maior do que a outra, mas claramente da mesma espécie, seu chapéu era vermelho, e ele carregava consigo um cajado com um desenho de uma estrela, e na outra, o meu caderno de desenhos. Seus olhos mudavam de cor conforme a luz batia, nesse momento, eles estavam azuis celeste, eu rapidamente percebendo a presença dele, me levantei e ele sorriu fraquinho:

-Gostaria de lhe entregar isto, é da Senhorita não?! - falou ele erguendo o caderno e olhando para trás ele disse: - Puppi não é um rapaz maldoso, Puppi só estava curioso, peço desculpas a Senhorita. - falou ele se

virando para mim.

Eu peguei o caderno rapidamente, folheei e avistei os olhos intactos, e suspirei aliviada e eu olhei com os olhos brilhantes:

-Está tudo bem, não tem problema não. - Sorri para ele, -A Senhora está perdida? - perguntou a criatura.

-Sim e não. - Sorri.

-Como assim? - perguntou ele confuso - O que faz no meio da floresta? - perguntou ele curioso.

-Bem... é uma longa história, mas, estou procurando por algo, algo que não sei se existe mesmo. - falei meia confusa.

E de repente, tudo pareceu tão estranho. Nesse momento, o meu estomago roncou, e a criatura disse:

-Venha, levarei até minha aldeia, lá terá algo para comer. - falou ele sorrindo gentilmente – a propósito, sou Vidar Midgar, o líder dos anões, e a Senhorita como se chama? - perguntou ele a mim com gentileza.

-Ariela, só Ariela. - Sorri levemente.

-Belo nome, venha, não estamos muito longe. - falou ele indicando a bengala pela direção.

Eu sei que eu poderia dizer quem eu era, afinal, eu era quase uma líder também, mas do meu povo, eu esperei que ao citar o meu nome, ele

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reconhecesse a minha origem, afinal, quantas Arielas existiam por aí?

acredito que não muitas. Mas tamanha a minha surpresa, ele sequer associou com o Rei Olavo, e quando ele demonstrou isso em sua feição, decidi que não falaria nada além do meu primeiro nome, não poderia arriscar a sorte. Caminhamos um pouco em silêncio, até que Vidar fez a pergunta que eu não saberia responder:

-O que procuras Ariela? - perguntou ele com leveza, percebi que ele mancava um pouco.

-Bem, torço para que o Senhor possa me responder – sorri e eu estava sendo totalmente sincera - O Senhor sabe alguma coisa sobre a Espada Vermelha? - perguntei rapidamente e percebi o choque em sua feição ao ouvir o nome da espada.

-Curioso....curioso.... muito curioso.... porque quer saber sobre essa lenda? - perguntou ele a mim.

Então, ele sabia de alguma coisa, eu parei e disse:

-Há muito tempo atrás, uma garotinha ainda no ventre de sua mãe, fora condenada por um feitiço de proteção, o feitiço, impedia que a pobre garotinha pudesse sair do castelo até que se casasse, sua mãe, fizera o feitiço para proteger de sua avó maligna, que queria aprisionar a pobre e indefesa garotinha para o seu próprio deleite. Sua avó, queria fazer um sacrifício, usar a vida da pobre garotinha para conquistar beleza eterna e riqueza, e a mãe da garotinha, protegeu ela até que veio falecer. Reza a história, que somente uma Espada tem o poder de quebrar esse cativeiro, estou a procura de.... - eu hesitei mas não deixei transparecer muito – estudar sobre essa tal lenda dessa tal Espada, para ver se ela realmente existe mesmo. - Sorri levemente.

Vidar ergueu a sobrancelha com rapidez, sorriu fraquinho e então disse:

-Vamos a minha casa, lá, contarei o que precisas saber. - falou ele a mim.

Então, realmente ele sabia de alguma coisa, menos mal, seja lá o que for, deve ser algo útil para encontrar o paradeiro dessa Espada e me tornar livre. Vidar me conduziu até uma arvore que continha uma espécie de toca de pássaro, mas a diferença, era que era uma toca bem do meu tamanho, Vidar bateu na madeira da arvore cinco vezes, e uma luz branca ressurgiu do buraco, ele então disse:

-Pode entrar Sra Ariela, nós iremos pelos buracos menores. - Sorriu ele

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gentilmente.

Eu engoli a seco, e entrei naquele buraco dentro da arvore, pisquei os olhos, e senti que eu estava sendo sugada para baixo, e quando os abri, senti o sol queimar em meu rosto, fortemente, e então, eu sai da toca. O ar puro preencheu os meus pulmões, avistei belas casinhas sem tetos, um enorme campo verde, com flores de todos os tipos e uma canção baixinha que dava para ouvir de cada anões que passavam por mim.

Todos eram como Puppi e Vidar, baixinhos, com chapéus de cores

diferentes, e roupinhas coloridas de acordo com os seus chapéus, alguns carregavam cestas com flores, outros, com frascos, e outros também carregavam carrinhos de mãos com botijas estranhas, haviam crianças também, um pouco menores do que os anões mas, com a mesma roupa, muita alegria, animação, e todos pareciam ter alguma tarefa para

realizar. Admirando a paisagem, nem percebi quando Vidar apareceu ao meu lado sorrindo:

-É lindo, não é? - admirou ele ao meu lado.

-Muito lindo, é incrível! - exclamei sorrindo e admirada.

-Nós trabalhamos por séculos para obter o que temos hoje, apesar da escravidão eminente. - e quando ele falou isso, sua voz ficou baixinha e fraca.

-Escravidão? - repetiu confusa.

Se tinham uma coisa que eu não compreendi fora exatamente isso, como um povo tão livre e feliz, pode ser escravo?, na minha cabeça, escravos eram tristes e desanimados, e em seus olhos continham o mais puro pesar, mas, aqueles anões não pareciam nenhum pouco como escravos, estavam mais livres como eu, por exemplo. Vidar suspirou, e eu percebi que viria uma história triste e assustadora pela frente e então, ele disse:

-Por anos, nós Dwaves trabalhamos como escravos pelo Rei Olavo, todos os produtos são usados para o seu povo e o seu bem estar, trabalhamos horas por dia afim de não ter guerras e nem ataques, afinal, somos um povo pacificadores e não temos o porquê atacar outras tribos. - falou Vidar com um tom de voz mais triste.

Meu chão caiu, o meu pai era responsável por aquela escravidão daqueles anões, e ele jamais citara ou mencionasse aliança com eles. Isso me dava mais força, em busca da Espada.

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Ainda observando aquele povo tão bonito trabalhando com tanta alegria, eu questionei há quanto tempo demoraria para me encontrar a tal

espada, Vidar me afastou dos pensamentos, me mostrando sua adorável casa, e pelo visto, única.

-O Sr. mora agora? - perguntei surpresa.

-Sim, é a casa dos líderes. Esta casa abriga gerações de líderes do nosso povo, tem muita história aqui dentro. Agora, vamos, lhe contarei sobre a espada. - falou ele sorrindo e abrindo a portinhola branca do seu quintal.

A casa era feita de tijolos, um pouco maior do que eu, a casa não havia telhado, seu formato era redondo, paredes eram quadradas, e havia um enorme quintal com flores e um cercado branco, havia um caminho feito de pedras coloridas, e uma caixa de correio graciosa pintada de branca. A única diferença dessa casa, para as outras, era que nessa casa, na porta, havia um enorme quadro preto, e nele estava bordado o brasão do lugar:

Uma enorme estrela dourada, com 8 pontas, não sei se era possível, mas eles fizeram uma estrela com 8 pontas. Eu passei pelo cercado que dava em minha cintura, Vidar, veio logo atrás de mim, assobiando a mesma canção que alguns anões estavam cantarolando, ele então, passou-se por mim, e deu 5 batidas na porta, a estrela acendeu, e a porta se abriu sozinha, Vidar suspirou e disse:

-Seja bem vinda Ariela, ao meu lar. - Sorriu ele.

O Meu queixo caiu, a casa pequena e frágil do lado de fora, se

transformou em uma mansão do lado de dentro, as paredes pintadas com um vermelho vinho, e o chão feito de madeira maciça clara, dava a

impressão de sr um lugar extremamente limpo e chique, nas paredes haviam quadros por todos os lados, desde o nome completo de Vidar Midgar II até fotos dos antigos líderes, haviam prateleiras enormes repletas de livros, e algumas decorações que eu não sabia muito bem explicar, o teto sem cobertura, refletia uma bela noite estrelada que até passou uma estrela cadente, assim que eu abri a boca para responder, Vidar sorriu e disse:

-Não lhe contei? nós Dwares somos seres místicos, usamos e acreditamos em magia, esse teto representa a grandeza da nossa espécie e a

pequinês também. - Sorriu ele a mim - Venha, vamos, prepararei um belo café da manhã para a Senhora, temos muito o que conversar sobre a Espada, prepararei um lugar para a Sra. passar a noite, afinal, estudar a espada levará um certo tempo. - falou ele com delicadeza.

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-Passar a noite? - perguntei surpresa.

-Sim, não poderá estudar sobre a espada em um dia só minha cara, é impossível. Logo após o café, iniciaremos a nossa aula, tenho muita coisa para lhe informar. - falou ele se dirigindo até a cozinha.

Fui atrás dele, não perdendo nenhum objeto, na hora de dormir, teria que remover todas essas lembranças de minha mente, e eu fazia isso

desenhando tudo aquilo que eu via de incrível e excelente. A cozinha era um charme, com paredes brancas, e um chão feito de madeira, havia todo o tipo de tempero possível em cima da pia, e uma enorme mesa que ficava no centro, tudo parecia muito grande e chique, vários armários combinando como chão preenchia aquele lugar tão grande, e o fogão a lenha dava um ar de natureza. Vidar foi logo em direção a geladeira, um objeto grande com duas portas enormes, Vidar foi tirando ovos e bacon, e ele percebeu a minha expressão quando ele pegou o pão para fazer as torradas:

-Imaginou que anões não comiam comida de humanos foi? - perguntou ele sorrindo.

-é, realmente imaginei. Ainda estou com a visão dos anões da Branca de Neve. - Sorri olhando para ele e ele gargalhou.

-Bobagem! aqueles ali não chegam nem aos nossos pés, do podemos fazer. Anões sem mágica, isso é impossível. Somos criaturas com longas vidas, e com muita magia também, e cá entre nós, os anões da Branca de neve poderiam ter ajudado a pobre moça não é mesmo?! - indagou ele colocando os ovos na frigideira.

-Realmente, poderiam mesmo. Mas, jamais existiu anões sem magia? - questionei curiosa.

-Oh não, não. Jamais existira, somos criaturas com um coração puro e bom, ajudamos os outros. E principalmente, somos as únicas criaturas que ajudariam os humanos, isso, lhe garanto. - Ele pegou as fatias das torradas, e colocou na torradeira.

Houve uma batida na porta, e uma saudação que eu não pude ouvir, Vidar saiu da cozinha e foi em direção a porta, e eu aproveitei e fui terminar o resto do café da manhã, assim que tudo ficou pronto, Vidar apareceu carregando uma caixa, Puppi estava logo atrás, e fez o gesto que eu havia ensinado mais tarde, eu dei um belo sorriso e Vidar disse:

-Puppi trouxe algo para a Senhorita.... ande.... fale Puppi! - falou ele com

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doçura.

Puppi acanhou-se, corou as suas bochechas tão singelas e disse meio nervoso:

-Puppi feliz que temos a Senhora, Puppi lhe fez um presente, e um

pedido de desculpas. Puppi não queria machucar a Senhora, não mesmo.

- falou ele com uma voz doce e bonita.

-Ora Puppi! para mim? santo Deus! que surpresa! - exclamei sorridente.

Vidar, entregou a Puppi a caixa, e Puppi entregou a mim, assim que ele encostou suas mãozinhas nas minhas, ele congelou, seu semblante caiu, e seus olhos cresceram, eu não estava entendendo o que estava

acontecendo e então, Puppi mudou de voz e com uma voz rouca e séria ele disse:

-Puppi pode prever o futuro, Puppi vê a Senhorita segurando uma espada, Puppi vê a morte, mas Puppi vê flores. Sangue escorrerá pelas suas

mãos, você matará, Puppi pode ver... Puppi está vendo!.... Coisas terríveis acontecerão, uma guerra virá!.... sangue será derramado!....

Oh...Puppi pode ver! - sua voz ficou trêmula, e ele começou a chorar e soltou a minha mão.

Eu estava trêmula, não sabia o que dizer, e nem o que fazer, nunca havia visto uma criatura chorar assim, Vidar, foi em direção a Puppi que estava em prantos, ele ajoelhou perante Puppi, e o abraçou, Puppi

instantaneamente parou de chorar, e automaticamente secou-se as lágrimas. Puppi soluçou e disse a mim:

-Me desculpe Senhorita, mas, preciso ir. - E saiu correndo pelo corredor, sumindo de vista.

Vidar serviu a mesa o café, e quando ele se sentou, ele disse:

-Cada um de nós, temos uma especialidade, Puppi prevê o futuro.

Grandes coisas virão eu presumo. - Sorriu ele a mim comendo uma torrada com ovos e bacon.

-E o Senhor ainda vai me ajudar? ^- perguntei com medo da resposta.

-Oh!... mas é claro. Não nego ajuda para ninguém, acredito que, o que a Senhora fizer, será feito com muito êxito. - Ele bebeu um gole de café.

E só piorou mais a situação dizendo aquilo, eu estava prestes a estragar

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tudo, exatamente tudo.

Muito bem Ariela, mal chegou, e já está com a destruição e caos em seu futuro.

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- CAPITULO 5 :

"GRATIDÃO."-

(41)

Naquela noite, fiquei deitada na cama, observando as estrelas

brilhantes, pensando se, aquilo que Puppi havia visto era real, se era verdade, e se fosse, como eu poderia prosseguir? são um sinal de que, eu estou indo no caminho certo? e se eu estiver? e se eu não estiver?

Definitivamente, eu estava totalmente confusa, reflexiva, fechei os olhos, procurando respostas na qual, eu não fazia a menor ideia das respostas, e eu estava torcendo que, alguma coisa fizesse sentido algum, suspirei ainda de olhos fechados, e acordei, com um sol radiante em meus olhos. Cobri meus olhos com as mãos, me

protegendo dos raios solares, me levantei e o cheiro doce veio ao meu encontro, e o meu estomago roncou sem piedade.

Lenta e ainda sonolenta, fui em direção ao meu banheiro, que ficava literalmente em frente a porta do meu quarto, o segundo andar da casa, era tão agradável e doce quanto ao primeiro, com grandes janelas, luzes, e uma parede vermelha com desenhos de caracóis brancos, tudo muito caprichado. No banheiro, havia uma parede azul celeste, um espelho redondo com detalhes pintados de dourado, a pia era branca, e o vaso também, sorri ao ver a delicadeza daquela casa que me parecia tão pequena por fora, mas gigantesca por dentro, assim que terminei de usar, fechei a porta do banheiro, e desci as escadas em formato de caracol, e o cheiro de café tomou conta sob mim.

Vidar, me olhou de esgueira, sentado olhando o jornal, se eu não

soubesse que ele era um anão, eu diria claramente que era apenas um Senhor de idade, ele me vendo parada e perdida nos pensamentos, abaixou o jornal, me olhou sob os óculos e disse:

-Bom dia Ariela. - Sorriu ele a mim – Sente-se, presumo que esteja com fome, dormiu bem? - perguntou ele gentilmente.

-Ah, claro. Só estou terminando de despertar. - Sorri a ele docemente, e me aproximei da cadeira.

-O que há de errado Querida? - perguntou ele a mim.

- E se, eu estiver indo direto para o matadouro? e levando todos os seres existentes que devem existir nesse reino e campos? - falei sentando na cadeira e bufando, um cacho caiu sob meus olhos, e eu ignorei.

Vidar então, colocou os óculos na mesa, suspirou profundamente, uniu as mãos, e disse:

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-Minha Cara, há um tempo atrás, eu estive sentado nesse mesmo lugar, fazendo essa mesma pergunta ao meu pai que fez ao meu avô.

- falou ele com um tom calmo em sua voz.

-Mesmo?! - perguntei surpresa. - E o que eles disseram? - perguntei achando finalmente que as respostas viriam.

Ele sorriu, e disse:

-Ele me disse, que o futuro não dependia de mim, e sim, que os astros fizessem o seu papel, mas, que, minhas escolhas, dependiam

claramente sobre mim, e serão elas que decidirão o futuro. - falou ele lentamente, claramente me achando uma burra por completo.

Sem entender, eu disse:

- Não compreendo. - falei lentamente e me sentindo uma burra.

E ele então, ao invés de me xingar como meu pai já teria feito, sorriu, e aquilo me trouxe um alivio, e então disse:

- Não se preocupe com as escolhas ruins minha querida, mas sim, com aquelas que você poderá colher frutos. Foque, naquelas que podem mudar o futuro. - falou ele sorrindo e então, eu finalmente entendi.

-Então, tudo bem se eu matar todo o mundo? - perguntei sorrindo.

E ele abriu um largo sorriso e ergueu as mãos como rendido:

-Não exatamente, ser um líder Ariela, requer de más escolhas, requer de más decisões e até mesmo de erros e mortes, mas, o que decidirá seu caráter, é o que fará com elas, aprender, ou, permitir que cause e fira outras pessoas por pura maldade. - falou ele sorrindo.

E então, eu me calei, e finalmente, eu havia compreendido, era inevitável errar, e eu estava indo atrás de algo que aparentemente causaria mortes e feriria alguém, e mais cedo ou mais tarde, eu tinha que assumir isso, e aceitar isso. Peguei um pedaço de pão, margarina e coloquei o café na xícara, e Vidar voltou a ler o jornal, assim que terminamos, Vidar disse:

-Você leve a louça, vou averiguar a meta de hoje, e determinar.

Separei alguns livros de história sobre sua espada, hoje, aprenderemos a origem dela. - falou ele firme, e eu assenti.

(43)

Então, era para isso que eu estava aqui: Aprender sobre a tal espada.

O que será que ela deve ter de tão especial? além das inúmeras mortes que ela havia causado certamente, o que e tão especial ela tivera feito, além de derramar sangue? Lavei toda a louça, e quando terminei, coloquei as comidas no lugar, e fui para a sala, o sofá

aconchegante e a sala pequena, dava a impressão que, era para uma boneca, eu sorri ao pensar que, ali era uma casa de alguém, vendo os livros empilhados, decidi correr e pegar o meu caderno, não importa qualquer coisa que eu fosse ver e aprender, eu anotaria quaisquer detalhe sobre ela, afinal, eu precisaria saber para a minha próxima aventura, subi as escadas correndo, abri a porta do meu quarto, e peguei o caderno e uma caneta, e voltei logo quando Vidar apareceu na porta, seu semblante estava diferente, estava caído, ele me parecia cansado, foi então, que ele foi caminhando lentamente pelo corredor, e escutei um som do seu corpo sentando em sua cama, a porta se

fechou, e eu fiquei confusa, e fui caminhando lentamente para a sala.

Passou-se alguns minutos, até que, a sua porta abriu, Vidar veio até mim, e me entregou um rolo de pergaminho com uma laço vermelho, ele se sentou ao meu lado, e eu peguei o pergaminho, e vi o brasão:

era o brasão nada criativo do meu pai. Abri rapidamente o pergaminho e lá estava, uma bela mensagem, escrita com um a letra horrorosa do meu pai:

“Caro anão, informo que o trabalho será redobrado, tributos serão aumentados, tudo isso pela mais perfeita união dos povos,

recolhimento será duas luas próximas, eu quero na caixa de tributos.

-Rei Olavo. “

Eu reli a carta várias e várias vezes, procurando por algum motivo onde, eu não me envergonhasse, falhei miseravelmente, era

exatamente aquilo, poucas palavras, e pouca educação também, eu abaixei a cabeça, e então, suspirei:

- Quanto lhe faltam? -perguntei com vergonha.

Vidar me olhou curioso, e demorou para responder, talvez, estivesse processando aquela pergunta.

-Ariela.... não precisa.... é muita quantia. - falou ele processando rapidamente e pegando o pergaminho.

Eu suspirei, peguei a caneta e o caderno, anotei os meus dados e uma assinatura, vasculhei minha bolsa, peguei o meu carimbo, toda a

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realeza levava consigo, e então, carimbei aquele pedaço de papel e entrei em sua mão e disse:

-Quero que vá e envie alguém de sua extrema confiança fazer a

retirada, basta mostrar o papel e lhe será concedido, é uma quantia o suficiente para lhe suprir as exigências do rei Olavo, por favor,

somente aceite. - falei suplicando.

Vidar hesitou ao pegar o papel, incrédulo, leu e releu várias vezes, mas por fim, estalou os dedos e um anão apareceu em sua sala, ele se aproximou dele lhe entregou o papel e o anão de chapéu roxo sumiu completamente. Vidar me olhou e então, eu disse:

-Meu nome é Ariela Martina, sou a herdeira de Hill Town, e estou em busca da minha liberdade, estou em busca, da Espada Vermelha.

Espero, que o Sr não me expulse de sua residência, e tão pouco, do seu reino, afinal, meu pai não se importa com a minha presença. - Confessei e de repente, houve um mix de sentimentos.

Vergonha, raiva, alivio, decepção, tudo isso, por esconder, receber e ver quão monstro era o meu pai, e o quão rude ele um dia se tornou ou sempre fora, eu jamais saberei. Vidar abriu um largo sorriso, levantou-se e fez uma reverencia:

-É um enorme prazer tê-la em minha residência, Senhora Ariela. - e ele se curvou.

Eu sorri, aliviada e com lágrimas nos olhos, então, ele havia me recebido, ele havia aceitado quem de fato eu era, uma princesa cujo desprezo sofrera de meu pai, ele pegou o primeiro livro que estava sob a pilha, sentou-se e abriu e disse:

-Vou lhe contar uma história.... uma história sobre dois jovens, dois corações. - falou ele sorrindo levemente.

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-Há muito tempo atrás, havia um jovem, belo, formoso, líder, este jovem fora eleito logo após que seus pais morreram. Seu coração...

-” Caminhou sozinho por muito tempo.... até que, encontrou uma bela dama onde aqueceu o seu fraco e pobre coração.” - coloquei a mão no peito.

-Ora francamente meu caro rapaz, você não leva nada a sério não é mesmo? - perguntou Marçal com um tom de decepção.

-Não levo a sério a mesma história contada há mais de 25 anos! - exclamei - Marçal, você não cansa não? - perguntei curioso.

Marçal, coçou a sua longa barba branca, e deu um sorriso aberto, e com orgulho me respondeu:

-Não Martin, não me cansarei até decidir fazer aquilo que lhe convém. - falou ele segurando sua bengala.

-Mas, porque não focamos ano ritual? esses jovens guerreiros estão em busca do seu destino, vamos nos concentrar nisso está bem? - retruquei a Marçal que bateu o cajado no chão terroso da tenda.

-Francamente Martin, Francamente... Quantos rituais como este você já fez? desde que, fora anunciado a sua pose? , sabes fazer esse ritual de ponta cabeça, e porque, não te preocupes com o que realmente está sendo pedido a si?! - perguntou ele me olhando seriamente.

-Porque não quero me casar! - exclamei nervoso e peguei a caixa de vidro.

Marçal abriu a boca para responder, mas fora impedido, o general

apareceu, Marçal revirou os olhos, e eu fiz postura firme. Marçal, virou-se para o general e disse:

-O que foi Rick? - perguntou Marçal ao general.

-Tudo está pronto para o ritual, vocês estão prontos? - perguntou ele a nós.

Marçal deu as costas para mim, e eu suspirei aliviado, não era de hoje que Marçal me contava a mesma história, sobre dois jovens que

aceitaram o seu chamado e decidiriam unir a sua união para lutar contra o povo, e ele sempre me dizia que eu tinha que fazer o mesmo, que era o meu chamado, que um líder não poderia permanecer sozinho, que era

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