• Nenhum resultado encontrado

Fator considerado como o mais importante

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Fator considerado como o mais importante "

Copied!
39
0
0

Texto

(1)

0

ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS ACADEMIA REAL MILITAR (1811)

CURSO DE CIÊNCIAS MILITARES

Michael Borges Bezerra

OS FATORES QUE MOTIVAM OS CADETES DO 4º ANO DO CURSO DE ARTILHARIA DURANTE SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA

Resende 2020

(2)

Michael Borges Bezerra

OS FATORES QUE MOTIVAM OS CADETES DO 4º ANO DO CURSO DE ARTILHARIA DURANTE SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA

Monografia apresentado ao Curso de Graduação em Ciências Militares, da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN, RJ), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Militares.

Orientador: Arthur Robertson Franco

Resende 2020

(3)

Michael Borges Bezerra

OS FATORES QUE MOTIVAM OS CADETES DO 4º ANO DO CURSO DE ARTILHARIA DURANTE SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Militares, da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN, RJ), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Militares.

Aprovado em _____ de ________________ de 2020:

Banca Examinadora:

____________________________________

Arthur Robertson Franco, Maj (Orientador)

____________________________________

Rodrigo Silva de Assis, Maj

_____________________________________

Lucas Andrade Graciani, 1º Ten

Resende 2020

(4)

Dedico este trabalho aos meus familiares, amigos e companheiros de profissão que sempre me incentivaram e auxiliaram durante os anos de formação.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, que me ensinou a ser um homem correto, esteve e sempre estará ao meu lado me ajudando à alcançar meus objetivos, me encaminharam para a direção correta e a sempre me esforçar para alcançar meus objetivos.

Aos meus irmãos de arma que durante os anos de formação estiveram ao meu lado, enfrentando juntos todos os obstáculos da academia, vencendo todas as dificuldades cooperando entre si. O que resultou em amizades fortes que levarei por toda vida.

Ao meu orientador que se disponibilizou oferecendo seu tempo e conhecimento para me auxiliar a concluir essa pesquisa, retirando minhas dúvidas e indicando melhorias.

(6)

RESUMO

OS FATORES QUE MOTIVAM OS CADETES DO 4º ANO DO CURSO DE ARTILHARIA DURANTE SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA

AUTOR: MICHAEL BORGES BEZERRA ORIENTADOR: ARTHUR ROBERTSON FRANCO

O propósito desta pesquisa é levantar quais fatores são mais importantes e o que mais conseguem motivar os cadetes do curso de artilharia durante sua formação, utilizando como base o estudo a Teoria das Necessidades Humanas de Maslow. A análise dos dados obtidos possibilitou um melhor entendimento e conhecimento sobre o que o cadete espera da sua vida acadêmica e fazendo com que esse período seja o mais produtivo possível. Foi confeccionado um questionário e posteriormente encaminhado para os cadetes de curso de Artilharia durante o ano letivo de 2019. Como conclusão, pôde-se verificar que os cadetes apontam os fatores motivacionais dentro do campo da autorrealização como os mais importantes para sua formação.

Palavra-chave: motivação, Maslow, Teoria das Necessidades, autorrealização.

(7)

ABSTRACT

THE FACTORS THAT MOTIVATE THE CADETES OF THE 4TH YEAR OF THE ARTILLERY COURSE DURING THEIR ACADEMIC TRAINING

AUTHOR: MICHAEL BORGES BEZERRA SUPERVISOR: ARTHUR ROBERTSON FRANCO

The purpose of this research is to evaluate which factors are most important and what most motivates the cadets of the artillery course during their formation, using Maslow's Theory of Human Needs as the basis of the study. The analysis of the data obtained enabled a better understanding and knowledge about what the cadet expects from his academic life and making this period as productive as possible. A questionnaire was prepared and then sent to the cadets of the Artillery course during the academic year of 2019. As a conclusion, it can be seen that the cadets point out the motivational factors within the field of self-realization as the most important for their training.

Keywords: motivation, Maslow, Theory of Needs, self-realization.

(8)

LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Pontuação para cada fator motivacional ... 27 Tabela 2 – pontuação para cada nível da pirâmide de Maslow ... 28

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Pirâmide de Maslow ... 16

Figura 2 - Abraham Maslow... 17

Figura 3- Brevetação Curso Básico Paraquedista ... 32

Figura 4- Artilharia Antiaérea ... 32

Figura 5 - Brevetação Cadete destaque da SIEsp ... 33

(10)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Fator considerado como o mais importante pelos cadetes ... 24

Grafico 2 - Fator considerado como o 2º mais importante pelos cadetes ... 25

Gráfico 3 - Fator considerado como o 3º mais importante pelos cadetes ... 25

Gráfico 4 - Fator considerado como o 4º mais importante pelos cadetes ... 26

Gráfico 5 - Fator considerado como o 5º mais importante pelos cadetes ... 26

Gráfico 6 - Pontuação de cada nível da hierarquia de necessidades de Maslow ... 28

(11)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 OBJETIVOS ... 12

1.1.1 Objetivo geral ... 12

1.1.2 Objetivos específicos ... 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO... 13

2.1 O QUE É MOTIVAÇÃO? ... 13

2.2 TEORIA SOBRE MOTIVAÇÃO DE MASLOW ... 14

2.2.3 ABRAHAM MASLOW ... 17

2.3 OUTRAS TEORIAS CLÁSSICAS ... 19

2.3.1 TEORIA X E TEORIA Y ... 19

2.3.2 A TEORIA DE DOIS FATORES ... 20

2.4 MOTIVAÇÃO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM ... 21

2.5 MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO ... 21

3 REFERENCIAL METODOLÓGICO ... 23

3.1 TIPO DE PESQUISA... 23

3.2 MÉTODOS ... 23

4 RESULTADOS ... 23

5 AUTO-REALIZAÇÃO ... 30

6 CONCLUSÃO ... 34

REFERÊNCIAS ... 35

Anexo A ... 37

(12)

1 INTRODUÇÃO

A motivação é um fator considerado importante para fazer com que os indivíduos sejam mais eficientes, extraindo o máximo de seus potenciais, nas instituições de todo o mundo. Saber motivar e extrair o máximo desempenho de um funcionário ou membro de sua organização é um desafio estudado por diversos teóricos desde meados do século passado. Há interesse em saber o que impulsiona as pessoas a fazerem algo sem que exista uma obrigação para isso. O interessante é fazê-la ter vontade de realizar alguma tarefa por vontade própria.

O cadete da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) é conhecido por ser um militar de elevado entusiasmo, perseverança, e vontade de cumprir sua missão. Mas o que faz com que ele esteja motivado e realmente aja como é reconhecido? E como estudar essa situação dentro do Curso de Artilharia?

Assim, é de grande valia problematizar: quais seriam os fatores, durante a formação do cadete do 4º Ano do Curso de Artilharia da AMAN, motivam o militar para prosseguir na sua formação acadêmica? Outros estudos podem ser levados em consideração, pois podemos analisar alguns aspectos ainda desconhecidos que podem levar o militar a se motivar para lograr o êxito na AMAN e conquistar o posto de Aspirante a Oficial.

Este trabalho tem como objetivo observar e analisar fatores levantados e entender de que forma eles podem ser utilizados e empregados na vida do cadete. Com ele será possível mostrar aos integrantes da academia uma ferramenta a mais que possa favorecer o militar durante sua formação.

Esta pesquisa justifica-se por apresentar aos instrutores e aos instruendos da academia um entendimento do que faz o cadete se sentir motivado e melhorar sua formação. Estando motivado o cadete irá tentar sair de sua zona de conforto, e não se contentará em apenas ser um militar mediano. Ele buscará sempre ser o melhor no que está fazendo. “A motivação é encarada como uma espécie de força interna que emerge, regula e sustenta todas as nossas ações mais importantes.” (VERNON,1973,p.11 apud TODOROV; MOREIRA, 2005, p120 ).

Mostrar de onde vem essa força pode auxiliar o militar, que por acaso esteja com baixo nível de motivação, enxergar a origem desse estado negativo e indicá-lo o caminho para conseguir a energia necessária para viver essa fase única da vida, que é a fase como cadete, de forma mais produtiva, intensa e prazerosa.

(13)

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Analisar os principais fatores que motivam o cadete do Curso de Artilharia da AMAN durante seu período de formação na Academia Militar das Agulhas Negras e relacioná-los com os níveis de necessidade de Maslow.

1.1.2 Objetivos específicos

Analisar os principais fatores dando graus dos que possam ser mais ou menos importantes quando se pensa em motivação durante a formação;

Calcular a quantidade e fazer média de notas dos fatores arbitrados pela pesquisa;

Comparar os resultados obtidos com as teorias relacionadas à motivação e inserir os fatores dentro da hierarquia de necessidades dos seres humanos de acordo com o Teórico Maslow.

(14)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O QUE É MOTIVAÇÃO?

Saber explicar e entender o que é a motivação daria capacidade de aplicar esse conhecimento nas pessoas fazendo com que elas conseguissem usar o máximo de si em suas ações, porém essa explicação é difícil de ser encontrada e não possui uma resposta objetiva. O primeiro passo para se chegar ao conceito de motivação é entender que ela é extremamente individual. A pessoa que busca enxergar ou entender o que motiva o outro deve deixar de lado o que motiva ela própria, buscando somente olhar para o próximo. Motivação pode ser entendido como algo que vem de dentro do indivíduo, é uma força intrínseca. A motivação está muito ligada com a necessidade natural de satisfazer uma vontade pessoal do indivíduo.

Por exemplo, a sede, quando o elemento sente essa necessidade ele se motiva a encontrar água para satisfazê-la.

No início do século passado buscava-se estudar o que era a motivação e o que deveria ser feito para que o indivíduo tivesse essa necessidade de agir. Queriam saber o que realmente motivava uma pessoa. Hoje em dia estudamos as situações em que as pessoas se sentem motivadas e o que precisa existir no meio externo para criar a vontade nas pessoas.

Isso nos leva a crer que se um meio externo consegue motivar uma pessoa, a inadequação do meio pode causar um efeito negativo no ser humano, levando o a se desmotivar com a situação em que está inserido (BERGAMINI, 1997 apud TODOROV; MOREIRA, 2005)

Se, no início do século, o desafio era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as pessoas, mais recentemente tal preocupação muda de sentido. Passa- se a perceber que cada um já traz, de alguma forma, dentro de si, suas próprias motivações. Aquilo que mais interessa, então, é encontrar e adotar recursos organizacionais capazes de não sufocar as forças motivacionais inerentes às próprias pessoas... (p.23)... não existe o pequeno gênio da motivação que transforma cada um de nós em trabalhador zeloso ou nos condena a ser o pior dos preguiçosos. Em realidade, a desmotivação não é nenhum defeito de uma geração, nem uma qualidade pessoal, pois ela está ligada a situações específicas (p.27). (BERGAMINI, 1997 p.23;p.21 apud TODOROV; MOREIRA, 2015, p120 ).

(15)

2.2 TEORIA SOBRE MOTIVAÇÃO DE MASLOW

Segundo MASLOW (1943), a motivação pode ser um estado de desconforto que o organismo pode sentir. A vontade do corpo para voltar ao seu equilíbrio e seu estado mais confortável pode ser entendido como uma forma técnica do que é a motivação. Todo o organismo do indivíduo se voltará para essa fase de motivação até que sua necessidade atual seja satisfeita, após isso, começa a voltar para suas motivações menos intensas (MASLOW,1943 apud HESKETH, 1980).

Para o ser humano a necessidade de autorrealização está em sua última prioridade, todas as outras necessidades precisam estar finalizadas para que ele busque voltar seu organismo para busca-la (MASLOW, 1943 apud HESKETH, 1980).

“A motivação é encarada como uma espécie de força interna que emerge, regula e sustenta todas as nossas ações mais importantes. Contudo, é evidente que motivação é uma experiência interna que não pode ser estudada diretamente”

(VERNON,1973,p.11 apud TODOROV; MOREIRA, 2005, p.120 ).

As necessidades humanas seguem uma hierarquia. Assim que o ser humano satisfaz sua primeira necessidade ele parte para a próxima que possui um grau de importância menor.

Respeitando a seguinte sequência: fisiológicas, segurança, afiliação, autoestima e autorrealização. As necessidades fisiológicas são as mais importantes enquanto a autorrealização se encontra no grau mais baixo das prioridades. A motivação do homem depende da necessidade que ele sente. Ele sempre irá se sentir motivado quando quiser satisfazer alguma necessidade, e a prioridade são as necessidades mais básicas, suas necessidades fisiológicas. (MASLOW,1943 apud HESKETH , 1980).

Maslow observou isso em meados da década de quarenta, anunciando sua teoria sobre a motivação humana. Ele aproveitou de suas observações como psicólogo para usar de base desse estudo. Maslow defendeu que todas as teorias existentes sobre motivação, tanto as mais clássicas quanto as mais modernas se relacionam quando se consideram as necessidades.

Bergamini afirma que a noção de necessidades de Maslow é uma fonte de energia existente dentro de todos os humanos. (MASLOW,1943 apud BERGAMINI, 1997).

A pirâmide da figura 1 mostra os cinco níveis dos fatores de motivação do ser humano. A parte mais baixa da pirâmide mostra as necessidades mais básicas, as necessidades fisiológicas. Nessa área está tudo que é inevitável para um ser humano. Estão inclusas nessa

(16)

base a fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades corporais. O que fazemos para suprir essa primeira fase é mecânico, nem percebe-se que está buscando satisfazer essa necessidade.

Apesar da simplicidade dessas necessidades, não são menos importantes que outras, visto que passamos praticamente a vida toda satisfazendo essas prioridades. Trabalhamos e realizamos nossas funções diárias para termos cada vez mais ganhos na área econômica, isso permite que nos alimentemos bem, tenhamos uma boa casa, aumente nossa qualidade de vida e assim por diante. Passamos muita parte da nossa vida em função de satisfazer essas necessidades mais básicas.

A próxima faixa da pirâmide é a segurança, nela encontramos a necessidade de proteção contra danos físicos ou morais. Essa camada mostra a carência que sentimos de nos sentir protegidos. O ser humano precisa se sentir seguro em todas as áreas da sua vida:

emprego, saúde, família, propriedades e assim por diante. Isso nos mostra que a partir do momento que possuímos um emprego estável, quando nos encontramos com a saúde boa, quando possuímos uma casa própria e confortável que ofereça segurança para a família nossa tendência é se sentir seguro, tranquilo e motivado. Ao possuir essas pendências satisfeitas o indivíduo consegue mudar seu foco para outras atividades.

A seguinte Faixa é a social que compreende a afeição por outros indivíduos, aceitação, amizades e sensação de pertencer a determinado grupo. O ser humano é um animal essencialmente social. Segundo HARARI (2011), em seu livro Sapiens: Uma breve história da humanidade, a sociedade como conhecemos hoje depende essencialmente da necessidade que os primeiros seres humanos possuíam de se relacionarem e formar grupos. Nos primórdios, os seres humanos que conseguiam se desenvolver e progredir na vida eram os que conseguiam montar grupos com indivíduos que cooperavam entre si. Por natureza, o ser humano no começo da vida é muito frágil. Um potro consegue andar e até correr no primeiro dia de vida, o bebê humano precisa de alguns anos para desenvolver essa atividade básica, isso faz com que ele seja mais dependente da mãe. Como consequência, ela precisa de outros indivíduos para auxiliar na criação e cuidados com o filho. Precisamos contar com o auxilio de terceiros para nos sentir seguros e mais tranquilos pelos ambientes que vivemos. Com isso, estamos sempre buscando uma relação saudável com nossos familiares e amigos, aceitação pelos colegas de trabalho e por diversos outros grupos. É através desse companheirismo que temos a possibilidade de crescer e nos desenvolver.

A penúltima faixa é a estima que se trata de como o indivíduo se vê, como respeito próprio, realização e autonomia, e sobre como ele é reconhecido pelos outros, como status,

(17)

reconhecimento e atenção. Conforme as necessidades forem se aproximando do topo da pirâmide, elas passam a ser relacionadas cada vez mais com fatores internos do indivíduo. A estima é o nível onde há a necessidade de ser reconhecido pela atuação que exercemos em nossos meios de convívio, por exemplo, no trabalho ou na escola. É a necessidade de enxergarem que um bom trabalho foi feito, ou então, receber boas notas por conta do bom desempenho mostrado dentro da sala de aula.

Por fim, o topo da pirâmide, a autorrealização é a intenção que o indivíduo tem de se tornar aquilo que ele aspira, seu crescimento pessoal, seu autodesenvolvimento e alcance do próprio potencial. Esse nível da pirâmide engloba a criatividade, moralidade, solução de problemas entre outros fatores. No nível mais alto da pirâmide, o indivíduo se realiza por meio dos feitos realizados por ele mesmo durante sua existência. Quando se alcança esse nível, a pessoa consegue atingir seu potencial mais elevado, o que possibilita para ele crescimento profissional, independência e controle pelo rumo da sua vida.

Todos os cinco níveis possuem fatores que motivam a todos que estão sempre em busca de evolução pessoal. Não importa em qual nível a pessoa se encontra, sempre há uma busca por algo que satisfaça a necessidade presente.

Figura 1- Pirâmide de Maslow

Fonte: Robbins, 2005

Na medida em que o indivíduo satisfaz uma necessidade mais básica ele foca sua atenção em uma nova necessidade de uma camada mais alta da pirâmide e esta se torna a vontade dominante. Ele vai seguindo e respeitando a hierarquia dessas necessidades. A teoria

(18)

diz que o indivíduo não consegue satisfazer por completo as necessidades, porém apenas satisfazendo-a parcialmente ele já segue para uma vontade de hierarquia mais alta. Para Maslow, para que se saiba como conseguir motivar uma pessoa, é necessário entender e estudar em qual faixa dessa pirâmide o indivíduo se encontra e focar a atenção e incentivar o indivíduo dentro dessa camada, ou então na camada imediatamente acima. (ROBBINS, 2005).

Maslow ainda dividiu essas 5 camas em patamares alto e baixo. As necessidades fisiológicas e segurança se encontram nas necessidades de nível mais baixo, as 3 camadas mais altas estão dentro das necessidades de nível mais alto. O que diferencia esses dois grupos de necessidades é que as do nível mais baixo dependem de fatores externos ao indivíduo, de sua interação com alguns meios, como sua renda,

seu emprego, seu local de moradia. Os níveis mais altos dependem mais de como o próprio indivíduo

interage com o meio em que vive, como ele trata outras pessoas e as suas realizações.

(ROBBINS, 2005).

2.2.3 ABRAHAM MASLOW Figura 2 - Abraham Maslow

Fonte: <https://www.ebiografia.com/abraham_maslow/> Acesso em: 21 de março de 2020

(19)

Abraham Harold Maslow era o filho mais velho de dois judeus que imigraram da Rússia para os EUA. Maslow nasceu no Brooklyn, Nova York, em 1º de Abril de 1908. Foi o primogênito dos 7 filhos que a família teve. Por conta da infância miserável e outros problemas familiares sempre se refugiou nas bibliotecas, onde gastava muitas horas com o estudo.

Em 1930, Maslow terminou o bacharelado em psicologia na Universidade de Wisconsin. Em 1931 terminou seu mestrado e em 1934 foi declarado doutor. Nessa época Maslow iniciou pesquisas e experiências relacionadas ao comportamento dos primatas e publicou alguns artigos na área. (ABREU; ALMEIDA, 2014).

Em 1935 na cidade de Nova York dentro da Universidade de Columbia continuou seus trabalhos na área de comportamento animal. Nesse momento os investigadores da seção de psicologia da universidade estudavam e faziam ensaios de medição de inteligência de crianças e de adultos e em suas capacidades de aprender. Maslow observando esses trabalhos passou a se interessar pela área do conhecimento e a partir de 1937 seus trabalhos passaram a se focar no comportamento social, traços de personalidade, autoestima e motivação.

Maslow passou 14 anos da sua vida ensinando psicologia na universidade do Brooklyn, manteve esse emprego entre os anos de 1937 até 1941. Nessa fase da sua vida ele produziu sua grande obra “A Teoria da Motivação Humana” publicado pela primeira vez na Psychological Review no ano de 1943 e reimpresso diversas vezes.

A partir de 1951 incorporou na Universidade Brandeis em Waltham, Massachusetts, porém descontente com o retorno dado pelos alunos passou a dedicar-se às funções administrativas e a publicação de trabalhos. Um desses foi “Motivation and Personality”, que até hoje traz reconhecimento para o teórico. Na década de 60 passou a se envolver com gestão de negócios e foi considerado o “humanista do ano” no final da década. Em 1962 fundou a Associação Americana de Psicologia Humanista. Ele escreveu mais dois livros antes de falecer, no dia 8 de junho de 1970, vítima de um ataque cardíaco enquanto passeava próximo de sua casa na Califórnia, EUA. (ABREU; ALMEIDA, 2014).

(20)

2.3 OUTRAS TEORIAS CLÁSSICAS

2.3.1 TEORIA X E TEORIA Y

Um americano chamado Douglas McGregor após observar um grupo de executivos e a forma como estes tratavam seus funcionários desenvolveu duas maneiras de enxergar as ações humanas. Essas duas visões seriam chamadas de Teoria X e Teoria Y. Elas são espelhadas uma da outra, como se uma fosse positiva e a outra negativa. (ROBBINS, 2005).

Sob a Teoria X, as quatro premissas dos executivos são:

1. Os funcionários não gostam de trabalhar por sua própria natureza e tentarão evitar o trabalho sempre que possível. 2. Como eles não gostam de trabalhar, precisam ser coagidos, controlados ou ameaçados com punições para que atinjam as metas. 3. Os funcionários evitam responsabilidades e buscam orientação formal sempre que possível. 4. A maioria dos trabalhadores coloca a segurança acima de todos os fatores associados ao trabalho e mostra pouca ambição.

Em contraste com essas visões negativas, McGregor lista as quatro premissas positivas, sob a chamada Teoria Y:

1. Os funcionários podem achar o trabalho algo tão natural quanto descansar ou se divertir. 2. As pessoas demonstrarão auto-orientação e autocontrole se estiverem comprometidas com os objetivos. 3. A pessoa mediana é capaz de aprender a aceitar, ou até a buscar, a responsabilidade. 4. A capacidade de tomar decisões inovadoras pode ser encontrada em qualquer pessoa e não é privilégio exclusivo dos que estão em posições hierarquicamente superiores. (ROBBINS, 2005, p134).

A Teoria X afirma que as necessidades dos níveis mais baixos da hierarquia de Maslow partem das suas premissas, enquanto que as premissas da Teoria Y estão relacionadas com os níveis mais altos. (ROBBINS, 2005).

Dentro dos muros da AMAN é ensinado que devemos nos dedicar às diversas tarefas e executá-las com o máximo empenho. Alguns militares naturalmente agem desta maneira e são usados frequentemente como exemplos positivos para os demais. Pode-se relacionar esses militares mais dedicados com a Teoria Y.

Há também os que agem de maneira diferente e devem reavaliar suas atitudes e buscarem serem como aqueles exemplos positivos. Normalmente esses militares geram problemas por exercerem atividades de maneira insatisfatória e precisarem de constante observação e correção. Esses podem ser ligados à Teoria X.

(21)

2.3.2 A TEORIA DE DOIS FATORES

Também conhecida como Teoria da Higiene-motivação, A Teoria de dois fatores foi desenvolvida pelo psicólogo americano Frederick Herzberg. Ele diz que a relação de um indivíduo com o trabalho é básica e ela pode determinar o sucesso ou o fracasso da pessoa.

Ele buscou descobrir o que as pessoas desejam do trabalho pedindo que elas descrevessem detalhadamente situações em que se sentissem bem ou mal.

Ao analisar as respostas ele percebeu que as respostas referentes a momentos em que as pessoas se sentiam bem eram bem diferentes das respostas dadas em momentos em que essas pessoas se sentiam mal. Os respondentes que se sentiam bem costumavam a atribuir a si fatores intrínsecos como o progresso, reconhecimento, responsabilidade e auto-realização.

Enquanto isso, os que se sentiam mal levantavam fatores externos como remuneração ou condições de trabalho.

Os fatores que motivam o indivíduo não excluem os que os motivam. Para Herzberg, os fatores que levam à satisfação no trabalho são diferentes e separados daqueles que levam à insatisfação. Eliminar fatores insatisfatórios não gerarão satisfação, mas sim a “Não- Insatisfação”.

Herzberg caracterizou as condições de trabalho, a qualidade da supervisão, remuneração, políticas da empresa, condições físicas de trabalho, o relacionamento entre indivíduos e a segurança como fatores higiênicos. Quando esses fatores são atendidos as pessoas não estarão necessariamente satisfeitas, mas não estarão insatisfeitas. Ele também afirma que caso se queira influenciar na satisfação o ideal é agir nos fatores intrínsecos.

(ROBBINS, 2005).

Quando os fatores são adequados, as pessoas não estarão insatisfeitas, mas também não estarão satisfeitas. Se quisermos motivar as pessoas para o trabalho, Herzberg sugere a ênfase nos fatores associados com o trabalho em si ou com os resultados diretos dele, como chances de promoção, oportunidades de crescimento pessoal, reconhecimento, responsabilidade e realização. Estas são características que as pessoas consideram intrinsecamente recompensadoras. (ROBBINS, 2005, p135).

(22)

2.4 MOTIVAÇÃO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM

A motivação de um indivíduo no processo de aprendizagem é bem difícil. O aluno quando está motivado delega mais atenção e mais entusiasmo em sua aprendizagem. Uma forma de despertar essa motivação é com o estabelecimento de metas e projeções futuras com o intuito do aluno buscar um objetivo. Quando o indivíduo sabe que o esforço que ele faz para aprender hoje lhe trará algo bom futuramente ele fica motivado, ou seja, o desconforto que ele sente hoje trará um agrado.

Outra ferramenta para motivar-se é instrumentalizar seu estudo, ter a ideia de que esse conhecimento que está sendo adquirido no presente é apenas uma forma de atingir um objetivo. É como se seu esforço de agora fosse a ponte que leva a um resultado. Os alunos mais motivados são aqueles que vislumbram o futuro buscam metas e que sabem que o seu esforço para estudar é a maneira ou seu instrumento para conseguir algum retorno ou resultado (ALCARÁ; GUIMARÃES, 2007).

O cadete é também um aluno de ensino superior. Entender o que o motiva como aluno também ajudará a entender o que o motiva em outras áreas da vida militar. Ele também possui uma carga horária acadêmica bem extensa e bem diversificada. O Oficial do Exército Brasileiro (EB) possui uma formação muito abrangente, ele aprende de maneira ampla sobre diversos assuntos que são de grande importância dentro da sociedade brasileira. Dentre as disciplinas ministradas durante a formação o cadete aprende desde o Cálculo dentro da área de Ciências Exatas até a parte de Direito Penal Militar que pertence à área de Humanas.

O cadete precisa entender que tudo isso possui uma finalidade. Muitos podem acreditar que o ensino acadêmico não é importante, porém esse servirá como ferramenta para resolver situações futuras e também exercita a mente da pessoa para que consiga desenvolver solução para diversos tipos de problemas. Todo esse estudo é apenas uma ferramenta para atingir o Oficialato do Exército Brasileiro.

2.5 MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

O sucesso das empresas e instituições depende daqueles que as compõem. As empresas dependem dos funcionários, por isso é necessário entender a atuação dos indivíduos e seus impulsos dentro desses meios. O que motiva uma pessoa em certo momento pode não motivar uma outra. Por isso, é necessário que organizações invistam em seus funcionários.

(23)

Uma maneira de analisar e descobrir o que um funcionário precisa para se sentir motivado é por meio de palestras ou treinamentos (DIAS; STOCCO, 2006).

O Exército Brasileiro depende de seus militares da mesma maneira que uma empresa depende de seus funcionários para obter sucesso. Investir em seus militares e saber motivá-los além de acrescentar na vida dessas pessoas, também acrescenta para a própria instituição.

Entender a motivação desde o início da vida do oficial de carreira do EB é de grande importância.

Um empregado motivado proporciona melhor resultado, pois se estabelece um comprometimento maior entre ele e a empresa em questão. O funcionário acaba trabalhando mais disposto e seu esforço rende mais, gera mais resultados e com isso a empresa possui mais lucros. Essa interação faz com que o funcionário se sinta parte da empresa e se sinta mais responsável pelos resultados e o faz se sentir importante naquele meio, o que reforça a motivação. É interessante também que o funcionário não veja que seu esforço apenas sirva como uma moeda de troca pelo seu salário no fim do mês, mas que ele faz parte de todo esse sistema. (DIAS; STOCCO, 2006).

O interesse da empresa deve caminhar junto com os interesses dos funcionários. O funcionário irá se comprometer mais com a empresa quando ele enxergar o fato de que se a empresa obtiver sucesso ele obterá junto a ela. Porém estabelecer essa ligação não é uma tarefa fácil. As pessoas por serem diferentes possuem formas distintas de serem motivadas, isso depende das influências que essa pessoa teve e também da situação ou da fase que ela está vivendo (GIL, 2001 apud DIAS; STOCCO, 2006).

(24)

3 REFERENCIAL METODOLÓGICO

3.1 TIPO DE PESQUISA

Será realizada uma pesquisa pelo método descritivo quantitativo. O universo de pesquisa foi o 4º ano do Curso de Artilharia. Para verificar quais fatores mais os motivam os cadetes, foi realizado o levantamento de informações através de um formulário digital e a identidade dos voluntários foi mantida em anonimato.

3.2 MÉTODOS

Os voluntários precisavam escolher 5 fatores, dos 10 apresentados e foi solicitado que classificassem esses fatores em ordem de prioridade, desde o mais importante até o 5º mais importante. Para analisar os dados foi atribuído pesos dentro de cada prioridade. Prioridade 1 peso 5, prioridade 2 peso 4, prioridade 3 peso 3, prioridade 4 peso 2 e prioridade 5 peso 1. A quantidade de respostas foi relacionada com os pesos, fazendo-se uma multiplicação e como resultado uma pontuação para cada fator.

(25)

4 RESULTADOS

Através desse formulário foi possível levantar quais os 5 fatores que os cadetes consideram os mais importantes e que mais os motivam. Da população de cadetes do 4º ano do Curso de Artilharia foi feita uma amostra e dos 76 (setenta e seis) cadetes, 68 (sessenta e oito) participaram da pesquisa, aproximadamente 89% dos cadetes da subunidade utilizada como objeto de estudo. Todos os participantes foram voluntários e possuíam ciência da finalidade da pesquisa. Posteriormente, foram apresentados 10 fatores predeterminados que possivelmente despertam alguma motivação nos cadetes.

Os Resultados foram compilados em gráficos, um para cada resposta e posteriormente os valores obtidos alimentaram duas tabelas. A primeira mostra a pontuação total de cada fator, levando em consideração os pesos para cada resposta, e a segunda mostra a pontuação de cada nível da pirâmide de Maslow.

Gráfico 1 - Fator considerado como o mais importante pelos cadetes

Fonte: O autor (2020) 0

5 10 15 20 25 30 35

Fator considerado como o mais importante

pelos cadetes

(26)

Gráfico 2 - Fator considerado como o 2º mais importante pelos cadetes

Fonte: O autor (2020)

Gráfico 3 - Fator considerado como o 3º mais importante pelos cadetes

Fonte: O autor (2020) 0

2 4 6 8 10 12 14 16

Fator considerado como o 2º mais importante pelos cadetes

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Fator considerado como o 3 º mais

importante pelos cadetes

(27)

Gráfico 4 - Fator considerado como o 4º mais importante pelos cadetes

Fonte: O autor (2020)

Gráfico 5 - Fator considerado como o 5º mais importante pelos cadetes

Fonte: O autor (2020) 0

2 4 6 8 10 12 14 16 18

Fator considerado como o 4º mais importante pelos cadetes

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Fator considerado como o 5º mais

importante pelos cadetes

(28)

Tabela 1 – Pontuação para cada fator motivacional

Fator Motivacional

Prioridade para cada fator

Número de respostas para cada prioridade (n) Peso multiplicado pelo número de respostas (p)

1(x5) 2(x4) 3(x3) 4(x2) 5(x1) Pontuação

Total (n) (p) (n) (p) (n) (p) (n) (p) (n) (p)

Gostar do que faz 31 155 15 60 8 24 4 8 6 6 253

Qualidade de vida (para o militar e família)

17 85 13 52 3 9 12 24 7 7 177

Crescimento profissional 2 10 15 60 11 33 5 10 7 7 120

Bom relacionamento com outros militares (espírito de

corpo)

7 35 9 36 6 18 4 8 9 9 106

Estabilidade financeira 6 30 2 8 16 48 6 12 5 5 105

Localização geográfica (OM) 2 10 3 12 12 36 8 16 5 5 79

Valorização pessoal 1 5 7 28 1 3 8 16 11 11 63

Autonomia (possibilidade de tomar decisões)

0 0 3 12 3 9 8 16 9 9 46

Remuneração 0 0 0 0 4 12 10 20 5 5 37

Sentimento de pertencimento ao exército

2 10 1 4 4 12 3 6 4 4 36

Fonte: O autor (2020)

Os dados acima indicam que os fatores motivacionais seguem a seguinte ordem de prioridade quando adotado o critério da pontuação: Gostar do que faz, Qualidade de vida, Crescimento profissional, Bom relacionamento com outros militares, Estabilidade financeira, Localização geográfica, Valorização pessoal, Autonomia, Remuneração e Sentimento de pertencimento ao Exército.

A tabela 2 a seguir apresenta como cada fator motivacional se relaciona com cada nível da pirâmide de Maslow podendo-se observar a pontuação total de cada nível.

(29)

Tabela 2 – pontuação para cada nível da pirâmide de Maslow Nível de

hierarquia do fator

Fatores dentro da pesquisa

Pontuação do fator

Pontuação total do

nível

Autorrealização Gostar do que faz 253 373

Crescimento profissional 120

Estima Autonomia (possibilidade de tomar decisões) 46 109

Valorização Pessoal 63

Social Bom relacionamento com outros militares (espírito de corpo)

106 142

Sentimento de pertencimento ao exército. 36

Segurança Estabilidade financeira 105 184

Localização Geográfica (OM) 79

Sobrevivência Remuneração 37 214

Qualidade de vida (para o militar e família). 177

Fonte: O autor (2020)

Gráfico 6 - Pontuação de cada nível da hierarquia de necessidades de Maslow

Fonte: O autor (2020) 0

50 100 150 200 250 300 350 400

Pontuação de cada Nível da Hierarquia de Maslow

Autorrealização Estima

Social Segurança Sobrevivência

(30)

É possível observar que o nível hierárquico da autorrealização é o que o cadete considera o mais importante para sua própria motivação. Assim como Maslow afirma em sua teoria, o ideal para conseguir trabalhar a motivação do indivíduo é incentivar o desenvolvimento da área em que ele se encontra. Então, para buscar o desenvolvimento e aumentar a produtividade do cadete é necessário oferecer a ele atividades que o façam de sentir realizado e que o façam crescer dentro da carreira.

(31)

5 AUTORREALIZAÇÃO

A autorrealização é uma necessidade existencial. Grande parte dos psicólogos humanistas a tem como um postulado básico para o desenvolvimento da psicologia da pessoa humana. Frick simplificou esse pensamento baseado em necessidade, ele dizia que "o organismo humano é guiado, energizado e integrado por uma necessidade ou motivo soberano, o de autorrealização” (FRICK, 1975 apud RAMOS, 1980).

Para que uma pessoa atinja a maturidade ela precisa chegar à autorrealização. Isso requer a resposta para três perguntas iniciais: “Quem eu sou?”, “Para onde eu vou?”, “Que caminho devo tomar?”. (HANACHEK, 1979 apud RAMOS, 1980).

A resposta da primeira pergunta é: Um existente. Ser existente significa ter possibilidades, potencialidades e poder se tonar algo. Em essência a pessoa pode ser ou se transformar em algo. Enquanto o ser humano ainda estiver vivo ele estará se desenvolvendo psicológica, social e espiritualmente. (MAY, 1974 apud RAMOS, 1980).

“O que pretendo dizer, em última análise, é que o homem, por ser uma existência, é um ser carregado de potencialidades. É capaz de ter consciência das mesmas. E pode assumir a responsabilidade pessoal de atualizá-las.” (RAMOS, 1980)

O destino que se deve tomar, o “Para onde eu vou?”, é aquele que o leve a satisfazer sua necessidade. Realizar suas potencialidades deve ser o objetivo de qualquer um. A vontade mais interna de todos é realizar-se como pessoa. Isso somente é possível pela atualização de suas potencialidades.

Por fim, respondendo a ultima pergunta, diferente dos animais que apenas seguem seus instintos, pois estão condicionados a isso, o homem possui sua consciência e pode escolher o caminho da sua vida. Graças ao seu pensamento e a sua inteligência, ele traça a sua própria forma de existir. O poder de escolha está no ser humano. Todo indivíduo é capaz de escolher e decidir seu próprio “estilo de vida”, seu modo de existir e a maneira como realizará suas especialidades.

A pessoa é existente ou ser potencial, cujo objetivo mais profundo é realizar suas potencialidades. Este objetivo se concretiza, especificamente, num estilo de vida consciente e livremente preferido, dentro do quadro de possibilidades internas e externas de cada um. (RAMOS, 1980).

(32)

Alguns autores tentaram encontrar algumas definições mais fechadas e específicas para o que seria o termo autorrealização, porém grande parte deles apresentam respostas muito semelhantes. Ramos (1980) apresenta uma síntese de suas respostas em seu trabalho:

Em suma, a autorrealização pode ser definida como uma necessidade existencial da pessoa que realiza ou atualiza suas potencialidades psicofísicas, de maneira criadora, autônoma, responsável e socializada. É a tendência fundamental que motiva o processo de contínuo vir a ser do indivíduo no sentido de sua plena realização como pessoa humana individual e social. É graças a ela, principalmente, que a pessoa sente uma pressão interior no rumo de uma personalidade madura e sadia. (RAMOS, 1980).

Correlacionando estas teorias com a vida do cadete, observamos que ele precisa saber responder as três perguntas fundamentais apresentadas no trabalho de Ramos para alcançar sua autorrealização. Ele precisa saber quem ele é dentro da sua profissão, saber qual o seu objetivo na carreira e por quais meios ele atingirá tais objetivos. É necessário analisar quais experiências ele gostaria de vivenciar em sua carreira, quais cursos almeja realizar, em quais locais gostaria servir e o que deve fazer para alcançar essas metas.

Durante os anos da de formação na AMAN os cadetes têm a possibilidade de observar as diversas áreas pelas quais o militar pode traçar sua carreira. Dentro da Arma de Artilharia, por exemplo, existe a possibilidade de ter uma especialização desde as mais técnicas até as mais operacionais. Como referência, temos no Curso de Artilharia da AMAN Oficiais com qualificações mais voltadas para a área técnica, com cursos de especialização na área de Artilharia Antiaérea, e outros Oficiais mais dedicados ao campo operacional, com Curso de Operações na Selva e com experiências reais nesse ambiente de atuação do EB.

O Exército Brasileiro de maneira geral já estimula o militar olhando para o topo da pirâmide de Maslow, oferecendo diversas maneiras de se realizarem dentro da profissão. Há cursos específicos, pelos quais seus participantes se especializam em determinada atividade ou área. Por exemplo, o Curso Básico Paraquedista, que inclusive pode ser cursado por cadetes. Quando o indivíduo conclui esse curso ele passa a ser habilitado a realizar operações com técnicas aeroterrestres e tem a possibilidade de servir na Brigada de Infantaria Paraquedista, localizada no Rio de Janeiro.

(33)

Figura 3 - Brevetação Curso Básico Paraquedista

Fonte:<https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-

/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/id/10480964> Acesso em: 14 de abril de 2020

O Artilheiro pode, durante sua formação na AMAN, optar por uma carreira mais técnica ou mais operacional. Neste período, ele tem a possibilidade de realizar o Estágio de Comandante de Seção de Artilharia para Oficiais cujo objetivo é complementar a qualificação para que possa desempenhar essa função nas organizações militares de Artilharia antiaérea.

Posteriormente, quando esses cadetes forem oficiais, eles poderão realizar o Curso Básico de Artilharia para Oficiais. Os militares que possuem cursos ou estágios antiaéreos terão oportunidades dentro da carreira diferente dos militares que não a possuem.

Figura 4- Artilharia Antiaérea

Fonte: <https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/1- brigada-de-artilharia-antiaerea-finaliza-o-adestramento-com-a-participacao-na-operacao-escudo-

antiaereo/8357041> Acesso em: 16 de abril de 2020

(34)

O cadete também pode encontrar maneiras de se autorrealizar dentro do próprio curso de formação da AMAN, independentemente de atividades externas. Um exemplo disso é a Medalha Mallet que é ofertada ao cadete com melhor desempenho na disciplina de

Comandante da Linha de Fogo durante o Curso de Artilharia da AMAN. No final da formação, esse cadete recebe a medalha durante a cerimônia de colação de grau. Outro exemplo são os distintivos da Seção de Instrução Especial (SIEsp). Ofertando aos estagiários que se consagram destaques durantes os diversos turnos da SIEsp, que passam a ter o direito de usá-los em seus uniformes.

Figura 5 - Brevetação Cadete destaque da SIEsp

Fonte:<http://www.eb.mil.br/web/midia-impressa/noticiario-do-exercito/-

/asset_publisher/IZ4bX6gegOtX/content/aman-comemora-aniversario-de-criacao-da-secao-de-instrucao- especial> Acesso em: 14 de abril de 2020

(35)

6 CONCLUSÃO

Após um estudo sobre o que é motivação, percebe-se que esse assunto é bem amplo e diversos estudiosos já desenvolveram teorias. Eles se dedicaram a aprender sobre o tema e encontrar ferramentas para que pudéssemos utilizar ampliando o estado de motivação dentro de instituições, no caso problematizado, dentro da AMAN.

A teoria clássica de Abraham Maslow sobre motivação, a teoria da hierarquia de necessidades, foi escolhida como instrumento de estudo. Foi confeccionado um questionário para verificar dentro de qual faixa dos níveis de necessidades, desenvolvido pelo teórico em questão, os voluntários da pesquisa se adequavam melhor.

Através da análise dos dados obtidos pode-se verificar que dentre os fatores motivacionais apresentados, os mais expressivos elencados pelos cadetes do 4º ano do Curso de Artilharia da AMAN foram aqueles referentes à faixa da autorrealização.

Sabendo-se em qual nível da hierarquia de necessidades o indivíduo se encontra pode- se desenvolver mecanismos que influenciem diretamente nessa área. Com isso, podemos afirmar que a melhor maneira de motivar os voluntários da pesquisa é com a implementação de ações que os tornem autorrealizados.

Este estudo usou como base a teoria clássica sobre motivação de Abraham Maslow e o universo utilizado foi o 4º ano do Curso de Artilharia. Ele pode ser usado como base para estudos futuros e pesquisas de campo nesta área com a utilização de outras teorias e outros universos de pesquisa.

(36)

REFERÊNCIAS

ALCARÁ, Adriana; GUIMARÃES, Sueli. A instrumentalidade como uma estratégia motivacional. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional. Campinas, vol.11,nº1, p.177-178,jun, 2007.

ALMEIDA, Patrícia; ABREU, Sofia. Abraham Maslow. Universidade Fernando Pessoa, 2014.

BERGAMINI, Cecília. Motivação: mitos crenças e mal-entendidos. RAE Revista de administração de empresas. São Paulo, Fundação Getúlio Vargas. Vol.30,nº2,abr/jun, 1990.

BERGAMINI, Cecília; CODA, Roberto. (Org.). Psicodinâmica da vida organizacional:

motivação e liderança. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

DIAS, Vanessa; STOCCO, Josete. Motivação no ambiente de trabalho: um estudo em uma instituição de ensino superior. Secretariado Executivo em Revista, Passo Fundo vol.1,p.1-22, 2006.

HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. 29a Edição. Editora Harper, 2011.

HESKETH, José; COSTA, Maria. Construção de um instrumento para medida de satisfação no trabalho. RAE Revista de administração de empresas. Rio de Janeiro.

Vol.20,nº3,jun/set, 1980.

MASLOW, A. H. A Theory of Human Motivation. 1943. Disponível http://psychclassics.yorku.ca/Maslow/motivation.htm Acesso em 07/06/2020.

RAMOS, Evilásio Almeida. Auto-realização: uma necessidade existencial. Revista Educação em Debate, Fortaleza, Vol. 3, nº 2, p. 53-66, jul/dez, 1980.

(37)

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

TODOROV, João; MOREIRA, Márcio. O conceito de motivação na psicologia. Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva. São Paulo. Vol.7,nº1,jun, 2005.

(38)

Anexo A

Questionário para coleta de dados dos cadetes do 4º ano do Curso de Artilharia: Fatores que motivam o cadete do Curso de Artilharia durante sua formação.

Prezado Cadete, essa pesquisa tem por objetivo coletar dados e analisar quais os fatores que mais motivam o cadete do Curso de Artilharia durante sua formação. As respostas serão tratadas com sigilo. Sua contribuição e sinceridade são fundamentais para o sucesso da pesquisa.

Dentre os fatores abaixo, indique qual você considera que seja o mais importante:

( ) Gostar do que faz

( ) Crescimento profissional

( ) Bom relacionamento com outros militares (espírito de corpo) ( ) Sentimento de pertencimento ao exército.

( ) Autonomia (possibilidade de tomar decisões) ( ) Valorização Pessoal

( ) Estabilidade Financeira ( ) Localização Geográfica (OM) ( ) Remuneração

( ) Qualidade de vida(para o militar e família)

Dentre os fatores abaixo, indique qual você considera que seja o segundo mais importante:

( ) Gostar do que faz

( ) Crescimento profissional

( ) Bom relacionamento com outros militares (espírito de corpo) ( ) Sentimento de pertencimento ao exército.

( ) Autonomia (possibilidade de tomar decisões) ( ) Valorização Pessoal

( ) Estabilidade Financeira ( ) Localização Geográfica (OM) ( ) Remuneração

( ) Qualidade de vida(para o militar e família)

Dentre os fatores abaixo, indique qual você considera que seja o terceiro mais importante:

( ) Gostar do que faz

( ) Crescimento profissional

( ) Bom relacionamento com outros militares (espírito de corpo) ( ) Sentimento de pertencimento ao exército.

( ) Autonomia (possibilidade de tomar decisões) ( ) Valorização Pessoal

( ) Estabilidade Financeira ( ) Localização Geográfica (OM)

(39)

( ) Remuneração

( ) Qualidade de vida(para o militar e família)

Dentre os fatores abaixo, indique qual você considera que seja o quarto mais importante:

( ) Gostar do que faz

( ) Crescimento profissional

( ) Bom relacionamento com outros militares (espírito de corpo) ( ) Sentimento de pertencimento ao exército.

( ) Autonomia (possibilidade de tomar decisões) ( ) Valorização Pessoal

( ) Estabilidade Financeira ( ) Localização Geográfica (OM) ( ) Remuneração

( ) Qualidade de vida(para o militar e família)

Dentre os fatores abaixo, indique qual você considera que seja o quinto mais importante:

( ) Gostar do que faz

( ) Crescimento profissional

( ) Bom relacionamento com outros militares (espírito de corpo) ( ) Sentimento de pertencimento ao exército.

( ) Autonomia (possibilidade de tomar decisões) ( ) Valorização Pessoal

( ) Estabilidade Financeira ( ) Localização Geográfica (OM) ( ) Remuneração

( ) Qualidade de vida(para o militar e família)

Referências

Documentos relacionados

Mova a alavanca de acionamento para frente para elevação e depois para traz para descida do garfo certificando se o mesmo encontrasse normal.. Depois desta inspeção, se não

Support to the Participation and Presentation of Portuguese and International Companies [ Article 5 ] The management of Imaginarius - International Street Theatre Festival of

em 30 de junho de 2017, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o semestre findo nessa data, de acordo com as disposições

Lá estão sendo feitas coisas como turbinas muito mais eficientes para gerar a energia, eletrodomésticos, motores elétricos e iluminação urbana de altíssima eficiência,

Após decomposição do comércio intra-industrial (CII), partimos para a análise empírica dos seus determinantes, nesse caso, devido à predominância das trocas

Em primeiro lugar, como a pecuária é menos intensiva em capital que a agricultura, mais produtores irão escolher a pecuária quando os preços da terra estiverem baixos em

Tal Filosofia (a classificação de primeira não significa que depois dela venha uma filosofia segunda) deve ser entendida como a forma suprema do saber - por ser capaz

11.1. A qualquer tempo, o presente edital poderá ser revogado ou anulado, no todo ou em parte, seja por decisão unilateral da Unilab, seja por motivo de interesse público ou