• Nenhum resultado encontrado

J. bras. pneumol. vol.34 número2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "J. bras. pneumol. vol.34 número2"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

J Bras Pneumol. 2008;34(2):126

Carta ao Editor

1. Médico Assistente. Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP – São Paulo (SP) Brasil. 2. Cirurgião Torácico. Instituto de Infectologia Emílio Ribas, São Paulo (SP) Brasil.

Traqueostomia à beira do leito: considerações práticas

Bedside tracheostomy: practical considerations

Ricardo Mingarini Terra1, Angelo Fernandez1, Ricardo Helbert Bammann2

Parabenizamos Perfeito et al.(1) pelo artigo original

publicado na última edição de 2007 do Jornal Brasileiro de Pneumologia e compartilhamos a opinião de que a traque-ostomia convencional à beira do leito é viável e segura. Nossa experiência com a técnica é semelhante à descrita, com 4,3% de complicações numa amostra de 552 pacientes estudados.(2) Em nosso trabalho, concluímos que a

traqueos-tomia poderia ser realizada à beira do leito com segurança, mesmo em pacientes obesos, muito idosos, com pós-trauma raquimedular, etc., fatores previamente descritos como contra-indicação à traqueostomia fora de Centro Cirúrgico.

(3-5) Também analisamos outras variáveis, como o tempo

médio do procedimento (19 min) e o custo estimado da operação em nosso meio (253 USD para a técnica aberta e 494 USD para a técnica percutânea na própria UTI; e 496 USD para a técnica aberta no Centro Cirúrgico).

Ressaltamos, no artigo de Perfeito et al., a preocupação com o importante tema do treinamento de residentes, que deve ser o objetivo de um hospital de ensino. Por ser consi-derado um procedimento cirúrgico simples, a traqueostomia é freqüentemente delegada a cirurgiões menos experientes, sem a devida supervisão. Esta falta de experiência, em um ambiente com menos recursos, pode ter conseqüên-cias indesejáveis, desde o aumento desnecessário do tempo operatório, desgaste da equipe de apoio - não habituada a dificuldades cirúrgicas - até complicações mais desastrosas, principalmente as ligadas à manutenção da ventilação assis-tida. Sem dúvida, a presença de um cirurgião habituado a manipular o acesso à via aérea é condição importante para a segurança e bons resultados do procedimento.

Todavia, o aspecto principal a ser lembrado neste contexto é que a UTI é um ambiente dinâmico e multi-disciplinar. Logo, as equipes de intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas devem participar ativamente do processo. Muitas vezes, o desconhecimento leva à resistência quanto à implantação do método e, portanto, a educação conti-nuada é essencial para que todos se sintam seguros e à

vontade para a realização da traqueostomia neste ambiente. Um protocolo rígido e de conhecimento de todos os envol-vidos deve ser estabelecido e seguido, de acordo com as condições e particularidades de cada instituição. A traque-ostomia à beira do leito deve ser uma rotina do serviço, e não uma indicação esporádica para os casos mais graves, com risco de transporte, pois estes pacientes são os que menos suportam períodos de apnéia e estão sob maior risco nos momentos de troca de tubo, especialmente quando o procedimento é feito por uma equipe pouco treinada. Devem estar incluídos neste protocolo: a indicação clínica; o consentimento do paciente ou responsável; o material; os recursos humanos necessários; a técnica cirúrgica; e os cuidados pós-operatórios (fixação correta da cânula, pres-sões nos balonetes, seguimento tardio até decanulação, etc). Considerando estas premissas, em conjunto com Perfeito et al., a quem congratulamos por levantar um tema tão importante, acreditamos que a traqueostomia convencional pode ser realizada à beira do leito com segurança, consti-tuindo uma opção adequada para pacientes em ventilação mecânica prolongada.

Referências

1. Perfeito JA, da Mata CA, Forte V, Carnaghi M, Tamura N, Leão LE. Tracheostomy in the ICU: Is it worthwhile? J Bras Pneumol 2007;33(6):687-90.

2. Terra RM, Fernandez A, Bammann RH, Castro AC, Ishy A, Junqueira JJ. Open bedside tracheostomy: routine procedure for patients under prolonged mechanical ventilation. Clinics 2007;62(4):427-32. 3. Upadhyay A, Maurer J, Turner J, Tiszenkel H, Rosengart T. Elective

bedside tracheostomy in the intensive care unit. J Am Coll Surg 1996;183(1):51-5.

4. Wease GL, Frikker M, Villalba M, Glover J. Bedside tracheostomy in the intensive care unit. Arch Surg 1996;131(5):552-4; discussion 554-5. 5. Massick DD, Yao S, Powell DM, Griesen D, Hobgood T, Allen JN, et

Referências

Documentos relacionados

Objective: To determine the prevalence of pulmonary hypertension (PH) in patients with cystic fibrosis (CF), to compare clinical characteristics, radiographic

Results: The data were analyzed using descriptive statistics, and the principal findings were as follows: the prevalence of smoking was higher among males (57.8%); most of

* Study carried out at the Federal University of Minas Gerais School of Medicine and Hospital das Clínicas, Belo Horizonte, Brazil.. Adjunct Professor

A small pilot study was developed in order to determine which national programs have the most extensive experience in the management of asthma, to delineate

Although such patients present chronic respiratory disease, it is less severe than that seen in patients with early-onset CF, and the incidence of infection

Here, we report an unusual case of macrophage activation syndrome presenting as dyspnea, as well as (reported here for the first time) high resolution

Figure 2 - Tracheal stent: Damaged trachea measurements based on the computed tomography scan of the chest with three-dimensional reconstruction (a) and adapted tracheobronchial

tion, we analyzed other variables, such as mean time of the procedure (19 min) and estimated cost of the procedure in Brazil (253 USD and 494 USD, respectively, for the open