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ANÁLISE DE A PALAVRA PROFÉTICA, DE MAURICE BLANCHOT

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Academic year: 2021

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Palavras norteadoras:

“A palavra profética vem a ser uma fala que, aqui tomado blanchotianamente como conceito, não apenas anuncia o porvir como, mais que isso, desconstitui a presença, o presente, nos abandonando ao eco da voz”. (Daniel de O. G., 2011) / desagregadora do logos clássico

Excerto analisado: A palavra profética

Capítulo VI (pp.113-124)

A obra: Maurice Blanchot – O livro por vir

Diálogo

Exterioridade

PROFESSOR: FERNANDO DE MENDONCA DISCIPLINA: ESTUDO DO TEXTO NARRATIVO

ANÁLISE DE “A PALAVRA PROFÉTICA”, DE MAURICE BLANCHOT

Monique Martins Parente1

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras/UFS

Espaço

Escritores como Mallarmé, Kafka e Proust anunciaram um rompimento com

a tradição do realismo literário, exigindo novas possibilidades éticas e estéticas.

(Tatiana S. Levy, 2011)

“Blanchot criou o conceito do fora como estratégia para pensar/conceber a relação entre literature e real”.(Tatiana S. L., 2011)

Questiona-se o fazer literário, a ideia da representação enquanto espelho do mundo.

Linguagem comum (realidade exterior) Linguagem literária (realidade literária) O Fora Imaginário

(2)

“O profeta é o detentor de uma fala por si mesma pesada, nunca branda, o que confere nosso medo do peso sofrido da profecia, é um resgate de peso geográfico e emocional de uma certa relação com o

deserto da própria linguagem, em suma. [...]

Para Blanchot, o profeta não é apenas aquele adivinho que anuncia o futuro, o porvir, é sim uma voz cuja dimensão discursiva compromete o próprio

presente, põe mais em jogo a ausência do presente do que a presença do futuro.

É a lembrança do deserto”. ⚜️ Daniel de O. Gomes ⚜️ Voz ausente, anônima. (eu) O deserto é lugar de errância. A profecia não se vale do corriqueiro e pré-existente. p.113

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Autenticidade

(3)

Monique Martins Parente1

É a perda de si, na errância do deserto, que consome vidas e gerações inteiras.

O texto é uma poderosa via para a historicidade. Porém, o imaginário não se atém à cronologia e

linearidade do mundo real.

p.115

“O poeta desaparece sob a pressão da obra pelo mesmo movimento que faz

desaparecer a realidade natural”. (Maurice Blanchot, 2005)

O PROFETA

O POETA

As palavras do divino fundaram uma religião. “Pode a palavra literária fundar um mundo?”

“O espaço literário é o exílio fora da terra prometida, no deserto, onde erra o exilado.

A errância é característica de um espaço móvel, onde nada se fixa: o espaço da

escrita”.

(4)

“O profeta é o detentor de uma fala por si mesma

pesada, nunca branda, o que confere nosso medo

do peso sofrido da profecia, é um resgate de peso geográfico e emocional de uma certa relação com o

deserto da própria linguagem, em suma. [...]

Para Blanchot, o profeta não é apenas aquele adivinho que anuncia o futuro, o porvir, é sim uma voz cuja dimensão discursiva compromete o próprio

presente, põe mais em jogo a ausência do presente do que a presença do futuro. É a lembrança do

deserto”.

⚜️ Daniel de O. Gomes ⚜️

O espaço, para Blanchot, aparece como uma dimensão profunda do imaginário,

derivada do modo como a obra

– sustentada pela dinâmica da imagem – se relaciona com a realidade e a exterioridade do mundo onde aparece

como um evento desagregador. (Renato Suttana, 2013)

O PROFETA

O POETA

As palavras do divino fundaram uma religião. “Pode a palavra literária fundar um mundo?”

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A errância é característica de um espaço móvel, onde nada se fixa: o espaço da

escrita”.

(Tatiana Salem Levy, 2011)

Voz ausente, anônima. (eu) O deserto é lugar de errância. A profecia não se vale do corriqueiro e pré-existente. Autenticidade

(5)

“Foucalt analisa de que maneira o fora da linguagem está associado à despersonalização do

sujeito e ao consequente surgimento do que ele chama de o ser da linguagem”.

[...]

“Nesse caso [poder/capitalismo], a experiência do fora se dá como possibilidade de resistência ao

domínio do saber e do poder, ou seja, como a criação de uma nova forma de pensamento que

questiona e ultrapassa as ‘verdades’ de cada época histórica”.

“A palavra no espaço literário sofre, portanto, uma transformação radical, uma vez que é destruída

para ser realizada sob outra forma.”. ⚜️ Tatiana Salem Levy ⚜️

Monique Martins Parente1

Voz ausente, anônima. (eu) O deserto é lugar de errância. A profecia não se vale do corriqueiro e pré-existente. Autenticidade

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p.117

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Voz ausente, anônima. (eu) O deserto é lugar de errância. A profecia não se vale do corriqueiro e pré-existente. Autenticidade

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p.116

É preciso negar o real para se construir a (ir)realidade fictícia”

(negação de todas as realidades particulares). “O fora é exatamente esse outro de todos os mundos

que é revelado na literatura. Quando se fala da relação com o fora, não se fala de um mundo que se

encontra além ou aquém do nosso. Fala-se precisamente deste mundo, mas

desdobrado em outra versão”.

O fora está relacionado ao imaginário, onde a escrita é a própria experiência da realidade imaginária

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Monique Martins Parente1 Voz ausente, anônima. (eu) O deserto é lugar de errância. A profecia não se vale do corriqueiro e pré-existente. Autenticidade

É preciso negar o real para se construir a (ir)realidade fictícia”

(negação de todas as realidades particulares). “O fora é exatamente esse outro de todos os mundos

que é revelado na literatura. Quando se fala da relação com o fora, não se fala de um mundo que se

encontra além ou aquém do nosso. Fala-se precisamente deste mundo, mas

desdobrado em outra versão”.

O fora está relacionado ao imaginário, onde a escrita é a própria experiência da realidade imaginária

⚜️ Tatiana Salem Levy ⚜️ Mão com esfera

refletora (1935) Artista:

Maurits Cornelis Escher

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Voz ausente, anônima. (eu) O deserto é lugar de errância. A profecia não se vale do corriqueiro e pré-existente. Autenticidade

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LEITURAS RECOMENDADAS

BLANCHOT, Maurice. O livro por vir. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005. GOMES, Daniel de Oliveira. Blanchot tal como imagina Foucalt: a escritura profética. XII Congresso

Internacional da ABRALIC: Centro, Centros – Ética, Estética. Curitiba: 2011.

LEVY, Tatiana Salem. A experiência do fora: Blanchot, Foucat e Deleuze. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

SUTTANA, Renato. Maurice Blanchot e o espaço do imaginário: algumas aproximações. Letras de hoje, v. 48, n.2, pp. 172-181. abr./jun. Porto Alegre: 2013.

Referências

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