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DOCUMENTO DE ÁREA DE PSICOLOGIA RELATÓRIO DA ÁREA DE PSICOLOGIA

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DOCUMENTO DE ÁREA DE PSICOLOGIA RELATÓRIO DA ÁREA DE PSICOLOGIA

A Comissão Avaliadora dos Programas da área de Psicologia foi composta pelos professores Anna Carolina Lo Bianco Clementino (UFRJ), Antônio Roazzi (UFPE), Cláudio Simon Hutz (UFRGS), Emma Otta (USP), Emmanuel Zagury Tourinho (UFPA), José Carlos Zanelli (UFSC), José Lino de Oliveira Bueno (USP-RP), Maria do Carmo Guedes (PUC-SP), Maria Lúcia Seidl de Moura (UERJ), Marisa Japur (USP-RP), Olavo de Faria Galvão (UFPA), Oswaldo Hajime Yamamoto (UFRN), Paula Inez Cunha Gomide (UFPR) e Paulo Rogério Meira Menandro (UFES). A Comissão atuou sob a coordenação dos professores Jairo Eduardo Borges-Andrade (UnB – Representante de Área) e Paulo Rogério Meira Menandro (UFES – Representante Adjunto de Área).

A Comissão reuniu-se de 2 a 4 de maio de 2001, na Fundação Capes, para discussão e definição dos critérios a serem utilizados e para treinamento dos avaliadores. Além dos itens de avaliação adotados pela CAPES, nos sete quesitos que devem ser aplicados a todos os Programas de Pós-graduação, a Comissão da Área de Psicologia introduziu os seguintes:

• Orientação de bolsistas de IC/PET, com peso 10 no quesito “Atividade de Formação” • Participação dos discentes em atividades de graduação, com peso 15 no quesito “Corpo

Discente”

• Co-autoria entre docentes do Programa (peso 5) e Participação docente na disseminação do conhecimento (peso 10), no quesito “Produção Intelectual”

Nova reunião, para realização da avaliação oficial a ser remetida à consideração do Conselho Técnico Consultivo (CTC) da Capes, foi realizada de 25 a 29 de junho de 2001.

A situação da área, para a avaliação de 2001 (referente ao triênio 1998/1999/2000), apresentava-se como se segue: 38 Programas, 17 deles com nível de mestrado e 21 com mestrado e doutorado. Dez (10) desses Programas seriam avaliados pela primeira vez após sua recomendação, todos apenas com o nível de mestrado.

Todos os Coordenadores de Programas da área de Psicologia já haviam recebido, em 2000, um conjunto de instruções sobre informações importantes para a avaliação que deveriam ser prestadas na parte do relatório que comporta descrições de diferentes aspectos do funcionamento dos Programas. Receberam também instruções sobre alguns equívocos que vêm sendo cometidos no fornecimento de informações sobre a produção dos Programas, com alguns itens de produção descritos de forma imprópria e outros duplicados. Tais instruções foram levadas em conta pela maior parte dos Coordenadores, o que resultou em expressiva melhoria na qualidade dos dados e, por extensão, na precisão da avaliação. Ainda assim, alguns Programas omitiram informações importantes e outros prestaram informações inflacionadas sobre a produção de seus docentes.

O total de docentes atuando nos Programas de pós-graduação em Psicologia cresceu nos últimos anos: de 455 no ano de 1996, saltamos para 586 em 2000; um crescimento de 29%. Tal dado é influenciado pelo surgimento de novos Programas, mas também evidencia que os Programas mais antigos estão conseguindo garantir sua continuidade, apesar das incertezas que levaram inúmeros docentes a aposentarem-se nas universidades públicas. Corrobora tal interpretação o fato dos percentuais de docentes recém titulados (há menos de dois anos) terem aumentado nos anos recentes, depois de pequena queda em 1998, indicando que os Programas estão conseguindo promover a renovação de seus quadros. Não houve mudanças significativas na distribuição dos docentes com tempos de titulação maiores, nos anos mencionados.

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Em 1996, ainda existiam 8% de docentes de pós-graduação em Psicologia sem titulação no nível de doutorado. Esse número chegou a zero, nos anos de 1999 e 2000, atingindo o ponto que pode ser considerado a condição ideal diante do quadro nacional de pós-graduação.

O esforço acadêmico, revelado pelo volume de titulados, apresentado mais adiante, também cresceu bastante nos últimos anos. Os diversos tipos de atividades dos docentes aumentaram no período 1996-2000, sugerindo consolidação de um perfil de docente que não se especializa num único tipo de atividade nas instituições:

• docência na pós-graduação, de 64% para 80%; na graduação, de 66% para 86%; • orientação na pós-graduação, de 82% para 96%; na graduação, de 56% para 74%; • orientações concluídas, de 50% para 58%; orientações vinculadas, de 42% para 75%; • autorias e co-autorias, de 86% para 97%;

• participações em bancas examinadoras, de 60% para 67% e • participações em projetos de pesquisa, de 83% para 98%.

No que concerne às atividades de ensino dos docentes, em média um pouco mais da metade da carga horária ocorreu na graduação e um pouco menos da metade na pós-graduação, embora os números nos cinco anos analisados sugiram uma divisão quase ao meio. O padrão da área ficou consolidado em aproximadamente duas disciplinas em cada um desses níveis, porém existem cursos que discrepam desse padrão, priorizando um dos dois níveis. Em termos gerais, quase não existem docentes que não atuam como orientadores, sendo que a média da área no período foi de 8 orientandos por orientador (3 de graduação e 5 de pós-graduação).

O quadro de alunos de mestrado é acrescido a cada ano, em média, em 29%. Os Programas titulam a cada ano, em média, 21% de seu quadro total de alunos. No caso do doutorado, o acréscimo do quadro de discentes é, em média, de 27% a cada ano, sendo titulados a cada ano, em média, 12% do quadro total de doutorandos. A relação de proporção entre corpo discente e corpo docente (em NRD6) é de 5 para 1 no mestrado e de 3,5 para 1 no doutorado. O fato dos percentuais de ingressantes e de titulados não ser mais semelhante pode ser explicado pelo surgimento de novos Programas ao longo dos últimos anos. Tais Programas contribuem para esta assimetria entre os percentuais de ingressantes e de titulados, pois passam a fase inicial de suas atividades apenas absorvendo novos pós-graduandos, sem promover titulações.

Os indicadores da área de Psicologia, relativos a essas atividades de ensino e orientação, revelam forte presença dos docentes de pós-graduação na graduação. Tais dados apontam, também, uma consolidação maior do mestrado, quando comparado ao doutorado. Os próximos dados fortalecem esta conclusão.

O tempo médio de titulação do mestrado caiu 29,7% entre 1996 e 2000, reduzindo-se de 47,8 mereduzindo-ses para 33,6 mereduzindo-ses, enquanto o do doutorado caiu 11,3%, reduzindo-reduzindo-se de 53,8 para 47,7 meses. Nesses cinco anos, foi mantida uma proporção média de 0,8 mestres titulados por docente do NRD6 e de 0,4 doutores titulados por docente do NRD6. Uma análise da evolução dessa proporção, no período, revela que ela cresceu em 57% no caso do mestrado e permaneceu estável no caso do doutorado. Portanto, além de melhor consolidado, o mestrado conseguiu ficar bem mais eficiente no período analisado, provavelmente porque o referido período seja um pouco curto para que o doutorado possa mostrar igual desempenho, já que é um curso que demanda mais tempo dos alunos.

A evolução dos números de titulados entre 1996 e 2000 também é bastante reveladora da expansão (tanto no caso do mestrado como do doutorado) e da eficiência da área. Os dados, tanto para mestrado como para doutorado, são apresentados a seguir: ANO / TITULADOS Mestres Doutores Total

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Os dados acima, cobrindo um período de 5 anos, mostram que a taxa média de crescimento de Titulados foi de aproximadamente 17% ao ano. A taxa média de crescimento de Titulados Mestres ficou em 15% ao ano, enquanto o crescimento de Titulados Doutores foi de 22% ao ano.

Outra clara evidência do vigor da área é o expressivo crescimento de discentes autores nos relatórios, o que espelha o maior envolvimento destes no conjunto da produção dos Programas e maior volume na atividade docente de orientação. Em 1996 constavam dos relatórios dos Programas 1317 discentes autores. Em 2000 este número saltou para 3351, um aumento de 154,5%.

A já relatada situação de imprecisão de alguns dados forçou um cuidado especial com a computação e análise dos itens de produção. A produção da área, na forma de artigos publicados em periódicos, distribuiu-se por mais de 400 títulos nacionais e estrangeiros muitos deles vinculados, primordialmente, a outras áreas de conhecimento. Para que a produção pudesse ser avaliada levando-se em conta a qualidade de tais periódicos, foi feita uma busca em toda a base de dados do programa Qualis, verificando-se como cada periódico foi classificado pelo comitê de área mais próximo da temática coberta por tal periódico. Para os periódicos estrangeiros da área de Psicologia a classificação foi feita pelo próprio comitê de Psicologia e, no caso dos periódicos nacionais, por comissão conjunta Capes/Anpepp, com base em critérios já divulgados no Infocapes, 1999, 7(3): 7-13.

Todo o levantamento da produção de artigos publicados em periódicos, capítulos de livros, livros organizados, livros com autoria de texto integral e trabalhos completos publicados em anais de congressos foi feito por inspeção direta do Caderno Produção Bibliográfica, docente por docente, tendo sido eliminados itens que não se caracterizavam como um dos tipos de produção arrolados acima, assim como itens duplicados, no mesmo ano ou em anos subseqüentes. Itens lançados nos relatórios de dois ou mais Programas dos quais o docente participa, sem qualquer justificativa em termos de co-autorias, foram divididos entre os respectivos Programas no processo de computação. Tal procedimento anulou as distorções que apareciam nas tabelas do Caderno Programa. Ao realizarmos esse trabalho de identificação de dados idênticos lançados por mais de um Programa, notamos que o mesmo problema ocorre de forma sistemática em outras áreas de conhecimento (Engenharias, Ciências Biológicas e Medicina, por exemplo). Portanto, alertamos à CAPES para o fato de que existe uma probabilidade elevada de que as informações sobre a produção intelectual dos cursos de pós-graduação estejam bastante inflados em sua base de dados.

O esforço extra relativo a essa correção minuciosa, manual e que demandou tempo da Comissão deve servir de alerta à CAPES, no sentido de melhorar substancialmente os programas informatizados que dão sustentação à coleta de dados a respeito da produção intelectual dos cursos de pós-graduação. Esse foi o maior problema que a Comissão de Avaliação da área de Psicologia enfrentou, para poder realizar um trabalho de avaliação de boa qualidade. Durante três anos, a área desenvolveu e usou um sistema de qualificação de periódicos científicos, preparando-se para colaborar com a CAPES na avaliação do triênio 1998-2000. Isso exigiu tempo e dedicação de muitos pesquisadores, inclusive com o apoio financeiro da CAPES, ao lado de muita discussão e negociação de caráter político. Porém, quando foram gerados os dados com as tabelas da produção intelectual qualificada, constatamos que eles não eram confiáveis e que a maioria deles sequer estava classificada pelo sistema, embora este tivesse sido alimentado com a categorização dos periódicos. Para não perdermos três anos de investimento e trabalho, refizemos manualmente toda a classificação da produção científica e recalculamos todos os índices. Além dessa recomendação de melhoria dos programas informatizados, sugerimos à ANPEPP, que implementou a classificação dos periódicos, a manutenção e atualização da mesma e sua expansão para incluir livros, uma importante forma de divulgação científica na Psicologia.

Partindo desses novos dados corrigidos, foi possível gerar 9 índices que foram todos levados em conta na avaliação da produção intelectual dos Programas. São os seguintes os índices:

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3) Percentual de artigos em periódicos estrangeiros; 4) Concentração de artigos em um único periódico; 5) Percentual de docentes sem artigos no período; 6) Artigos por docente, por ano;

7) Total de itens de produção por docente, por ano;

8) Artigos por docente, por ano, utilizando-se como fatores de ponderação valores associados à classificação dos periódicos no Qualis;

9) Total de itens de produção por docente, por ano, utilizando-se como fatores de ponderação para os artigos os mesmos valores do item anterior e usando, para os demais itens de produção, valores arbitrados.

Com isso foi possível ter, pela primeira vez, uma base de dados corrigida sobre produção intelectual

Não é possível fazer comparações globais da produção intelectual do último triênio com a produção do biênio levado em conta na última avaliação (1996/1997), uma vez que os dados sobre produção do triênio 1998/1999/2000 são muito mais depurados. A produção do período agora sob avaliação apresentou volume muito expressivo e bem distribuído ao longo dos três anos. Se considerarmos os dados apenas dos 28 Programas que apresentaram relatórios referentes a todos os três anos do período, o ano de 1998 responde por 29,8% da produção do triênio, o ano de 1999 por 36,2%, e o ano de 2000 por 34,0% da produção do triênio. Esse percentual um pouco mais alto em 1999, comparado a 2000, pode decorrer do fato de muitos Programas terem feito correções nos relatórios de 1999, o que permitiu incorporar itens de produção datados de 1999, mas que só vieram a público em 2000. Se forem incluídos os dados de produção dos Programas novos, que apresentaram relatórios nos anos de 1999 e 2000, ou apenas em 2000, os percentuais mostram-se crescentes ao longo do triênio.

Destacamos aqui que aderimos à definição dos perfis para julgamento dos Programas de Pós-graduação da Grande Área de Ciências Humanas na Capes, elaborados pelos representantes das áreas englobadas. Reproduzimos a seguir esses perfis:

O Programa de nível 7 apresenta um corpo docente altamente qualificado, uma produção docente e discente de excelência para os padrões internacionais, exerce papel de liderança acadêmica na área, demonstra competitividade em nível internacional (indicada, por exemplo, por intercâmbios, convênios, programas de cooperação acadêmica e científica, publicações, participação em eventos de relevância na área, exercício de funções editoriais, posições institucionais e reconhecimento por parte das sociedades científicas), bem como um desempenho diferenciado quanto à produção científica, oferecendo cursos de mestrado e doutorado. Este Programa deverá ser comparável a Programas de muito bom nível de outros países.

O Programa de nível 6 apresenta corpo docente altamente qualificado, uma produção docente e discente de excelência, exerce papel de liderança acadêmica na área, bem como demonstra um desempenho diferenciado quanto à produção científica, oferecendo cursos de mestrado e doutorado.

O Programa de nível 5 apresenta corpo docente muito bem qualificado, tradição acadêmica na área, produção docente e discente de qualidade, sendo um Programa claramente consolidado.

O Programa de nível 4 se encontra consolidado ou em processo de consolidação, possui um corpo docente bem qualificado, área de concentração bem definida e estruturada, boa produção docente e discente.

O Programa de nível 3 conta com um número mínimo de docentes em dedicação exclusiva, bem qualificados, área de concentração bem estabelecida, atividade de pesquisa estruturada e produção intelectual regular. O Programa deve demonstrar perspectivas de progresso e capacidade de investimento, visando ascender a níveis mais altos.

O Programa de nível 2 apresenta condições insatisfatórias no que se refere à estrutura curricular, titulação de alunos, corpo docente, produção intelectual, atividade de pesquisa e infra-estrutura.

O Programa de nível 1 apresenta sérias deficiências no que se refere à estrutura curricular, titulação de alunos, corpo docente, produção intelectual, atividade de pesquisa e infra-estrutura.

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INSTITUIÇÃO/ PROGRAMA Início MEST Início DOUT 94/95 MEST 94/95 DOUT 96/97 98/00 PUCCAMP – Psicologia 1972 1995 B 4 4

PUC-Rio – Psicologia Clínica 1966 1984 B B 5 4

PUC/RS - Psicologia 1972 1995 A 4 5

PUC/SP – Análise do Comportamento 1999 4

PUC/SP – Psicologia Clínica 1976 1983 A A 5 4

PUC/SP – Psicologia Social 1972 1983 A A 5 5

UCB – Psicologia 2000 3

UCG – Psicologia 2000 3

UNICAP – Psicologia Clínica 2000 3

UERJ – Psicanálise 1999 3

UERJ – Psicologia Social 1991 2000 B 4 5

UFES – Psicologia 1992 2000 B 4 5

UFF – Psicologia 1999 4

UFMG – Psicologia 1989 A 4 4

UFPA – Teoria e Pesquisa do Comportamento 1987 2000 B 4 5

UFPB – Psicologia Social 1976 C 4 5

UFPE – Psicologia Cognitiva 1976 1998 A 5 6

UFPR – Psicologia 1998 3

UFRGS – Psicologia 1988 1995 A 5 6

UFRGS – Psicologia Social e Institucional 1998 3 4

UFRJ – Eicos 1992 A 4 3

UFRJ – Psicologia 1992* 1992* B B 4 4

UFRJ – Teoria Psicanalítica 1988 1994 B 4 6

UFRN – Psicobiologia 1985 1998 C 4 5

UFRN – Psicologia 1999 4

UFSC – Psicologia 1995 3 4

UGF – Psicologia Social 1973 B 3 4

UMESP – Psicologia da Saúde 1978 C 3 4

UnB – Psicologia 1975 1989 A A 5 5

UNESP/Assis - Psicologia 2000 3

UNIMARCO - Psicologia 2000 3

USP – Neurociências e Comportamento 1991 1991 B B 5 4

USP – Psicologia Clínica 1975 1982 B B 3 4

USP – Psicologia Escolar e do Desenv Humano 1970 1974 B A 4 4

USP – Psicologia Experimental 1970 1974 A B 5 6

USP – Psicologia Social 1976 1989** B 4 4

USP/RP – Psicobiologia 1984 1989 A A 6 7

USP/RP – Psicologia 1995 1995 4 5

* Início das atividades na UFRJ. Antes funcionava no ISOP/FGV, com início em 1971 (Mest.) e 1977 (Dout.). ** Após alguns anos de funcionamento perdeu a recomendação, voltando a ser recomendado em 1998.

Em anexo, é apresentado um conjunto de tabelas e gráficos que facilita a compreensão da análise de dados que será feita a seguir.

Comparados os status jurídicos das instituições, pode ser verificado que as Universidades Federais tiveram uma mais elevada distribuição de conceitos, seguidas das estaduais e depois das particulares. As diferenças, contudo, não são muito acentuadas.

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Nenhum Programa mereceu conceito 2 ou inferior, o que, mais uma vez, aponta para a consolidação da pós-graduação na área de Psicologia e espelha o vigor com que vêm crescendo os mais diversos indicadores de produção na área. O rigor com que a área tem avaliado as propostas de criação de novos cursos e tem procedido durante as avaliações continuadas do triênio, bem como as rápidas respostas obtidas de muitos dos cursos que tiveram problemas no triênio, podem ter sido razões para a inexistência da atribuição dos conceitos UM e DOIS, que levariam a recomendações de encerramento das atividades dos Programas.

Os conceitos finais dos cursos ficaram distribuídos da seguinte maneira: 8 cursos (21,1%) com conceito TRÊS;

16 cursos (42,1%) com conceito QUATRO; 9 cursos (23,7%) com conceito CINCO; 4 cursos (10,5%) com conceito SEIS e 1 curso (2,6%) com conceito SETE.

Uma comparação dos conceitos atuais com os conceitos atribuídos na última avaliação resulta no quadro mostrado a seguir:

Conceito Atual X Conceito Anterior Igual Melhor Pior Sem aval. Anterior TOTAL

Programas c/ conceito atual = 3 1 7 8

Programas c/ conceito atual = 4 5 5 3 3 16

Programas c/ conceito atual = 5 ou mais 2 12 14

TOTAL 7 17 4 10 38

Assim, dentre os Programas que já haviam sido avaliados no biênio 1996/1997, 61% melhoraram seus conceitos finais. Isso pode em parte ter sido resultado da estratégia de avaliação continuada introduzida pela Capes, que foi realizada pela área de Psicologia com o objetivo de estimular melhorias nos cursos e nos seus relatórios anuais, visando transformá-la num efetivo instrumento formativo.

Considerada a região geográfica em que os Programas estão sediados, a distribuição ficou como se segue:

REGIÃO / CONCEITOS Três Quatro Cinco Seis Sete TOTAL

Norte 1 1

Nordeste 1 1 2 1 5

Sudeste 4 13 4 2 1 24

Sul 1 2 1 1 5

Centro-Oeste 2 1 3

TOTAL por conceito 8 16 9 4 1 38

Os cursos indicados para receberem os conceitos SEIS e SETE estão distribuídos em várias regiões: três no sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro), um no nordeste (Pernambuco) e um no sul (Rio Grande do Sul). Os cursos que receberam conceito geral CINCO estão no sul (um), no sudeste (quatro), no nordeste (dois), no norte (um) e no centro-oeste (um). Em geral, esses dados mostram que a qualidade, na área da Psicologia, não parece depender da região do País.

O quadro seguinte mostra uma comparação dos conceitos dos 21 Programas que já contam com nível de doutorado com os conceitos dos 17 Programas que funcionam apenas com o nível de mestrado:

NÍVEL / CONCEITO Três Quatro Cinco Seis Sete

Programas com Mestrado & Doutorado 8 8 4 1

Programas apenas com Mestrado 8 8 1

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que a grande maioria desses já conseguiu superar problemas gerais relativos a sua concepção e planejamento geral.

A qualidade dos dados foi avaliada como boa, em termos de coerência e completude, em 79% dos cursos. Nos casos de problemas nesta avaliação, eles foram mais de completude que de coerência. Isto sugere que, além de superarem seus problemas de concepção e planejamento geral, quase todos os Programas de Pós-graduação em Psicologia dispõem de condições razoáveis de administração que possibilitam o funcionamento de processos básicos de registro e controle de suas atividades.

A seguir, é feita uma análise dos dados relativos aos seis quesitos, ou conjuntos de itens, que levam à atribuição do conceito geral da avaliação do triênio: atividades de pesquisa e formação, corpos docente e discente, produção intelectual, e dissertações e teses. Cada quesito recebe avaliação numa faixa de variação de cinco níveis: deficiente, fraco, regular, bom e muito bom. Para cada quesito a avaliação é calculada pela média ponderada das avaliações atribuídas aos itens do quesito.

Na avaliação dos quesitos concernentes às atividades relativas a pesquisa e a formação, o conceito muito bom foi atribuído a, respectivamente, 66% e 40% dos Programas de Pós-graduação e o conceito bom a 24% e 47% desses mesmos Programas. Esta diferença, que favorece as atividades de pesquisa (elas têm um peso três vezes menor que as relativas a formação, para atribuição do conceito final), pode ser parcialmente atribuída à deficiência das informações a respeito das estruturas curriculares fornecidas por alguns dos Programas de pós-graduação. Esses dados foram solicitados aos coordenadores, mas alguns não os forneceram. Outra provável razão para essa diferença é que existem vários cursos que ainda não conseguiram definir estratégias eficientes para sua integração com os cursos de graduação. Problemas com os programas de disciplinas e sua bibliografias também prejudicaram alguns cursos.

Quanto aos corpos docente e discente, no primeiro caso o conceito muito bom foi atribuído a 63% dos Programas de Pós-graduação. Já no segundo caso, predominou o conceito bom, atribuído a metade desses Programas, seguido pelo conceito muito bom, atribuído a 34% dos mesmos. Essa diferença, contra o quesito corpo discente (que tem um peso idêntico ao do corpo docente, para atribuição do conceito final), pode ser explicada principalmente pelo baixo volume de titulados em relação à dimensão do corpo docente, à pequena quantidade de discentes autores e à baixa participação dos discentes de pós-graduação em atividades da pós-graduação, fenômenos que ocorreram em alguns Programas.

Os resultados imediatos dos cursos, que no modelo de avaliação da CAPES têm sozinhos metade do peso para atribuição dos conceitos finais, foram apreciados nos quesitos teses e dissertações e produção intelectual. O primeiro recebeu 42% de conceitos muito bom e 32% de bom. Os problemas principais, neste quesito, estiveram concentrados na questão dos tempos médios de titulação. O segundo desses quesitos recebeu 29% de muito bom, 42% de bom, 18% de regular e 11% de fraco, tendo sido o quesito com maior variação na atribuição de conceitos. Neste caso, os problemas estiveram localizados, principalmente, na qualidade dos veículos de divulgação da produção científica, item que foi objeto de um esforço especial de qualificação pela área de Psicologia durante o triênio, no volume dessa produção, na questão da distribuição da produção entre os docentes, e na concentração da produção em um ou em alguns poucos periódicos ou apenas em periódicos internos. O esforço de qualificação dos periódicos e o fato de que foi dedicada especial atenção aos dados de produção científica, tendo sido analisados com muito cuidado os casos de relatos inflados (repetições de dados em mais de um ano ou em mais de um Programa), contribuíram para que este quesito acabasse sendo objeto de uma avaliação especialmente minuciosa, que não é comparável às avaliações feitas nos anos anteriores.

No quesito síntese evolutiva, calculado a partir de uma apreciação geral dos avaliadores a respeito de cada um dos seis quesitos anteriores, 55% dos cursos (incluindo-se antigos e novos no triênio) foram avaliados como tendo melhorado no conjunto dos (incluindo-seis quesitos avaliados e 34% como tendo permanecido sem alteração geral.

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mas também pela limitação do material colocado à disposição dos avaliadores, que não permitiu acompanhamento adequado e comparativo da evolução dos programas. Reiteramos nosso entendimento de que o programa de avaliação continuada é extremamente útil e, nos próximos anos, saberemos utilizá-lo de forma a maximizar as contribuições que dele podem decorrer para a próxima avaliação trienal.

A expansão dos Cursos de Graduação em Psicologia, no Brasil, nos últimos três anos, foi enorme, e isso, sem dúvida, aumenta a demanda pela formação pós-graduada. Além disso, o número de outros cursos de graduação que têm afinidades com determinados setores da Psicologia, e que graduam profissionais interessados na pós-graduação em Psicologia, também cresceu. Apenas como referência, indicamos que, em 2001, quase 11000 novos psicólogos estarão sendo diplomados. Os programas de pós-graduação stricto sensu na área absorvem anualmente uma modesta fração da demanda sugerida acima.

Isso quer dizer que a Pós-graduação na área de Psicologia tem espaço para crescer e, mais do que isso, precisa crescer. O crescimento da pós-graduação brasileira em Psicologia observado nos últimos anos, principalmente de Programas de Doutorado, resultou do esforço acentuado, e nem sempre apoiado de forma condizente, de instituições públicas de ensino e pesquisa. No biênio 1996/1997, 11 (68,7%) dos 16 Programas com Doutorado eram mantidos por instituições públicas; hoje são 16 em 21 (76,2%) os Programas com nível de Doutorado mantidos pelas instituições públicas. No caso de Programas de Mestrado a participação de instituições privadas vem crescendo aos poucos: dos 27 Programas avaliados em relação ao biênio 1996/1997, 7 (25,9%) estavam sediados em instituições privadas; e hoje contamos com 12 dos 38 Programas em instituições privadas de ensino e pesquisa (resultando o percentual de 31,6).

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