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Já vimos, que nos primórdios, uma fotografia levava muito tem

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Academic year: 2021

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CAPITULO IV:

O SISTEMA DE OBTURAÇÃO

J

á vimos, que nos primórdios, uma fotografia levava muito tem po para ser exposta. Por isto as primeiras câmaras não possuiam nem precisavam de um obturador. A própria tampa da objetiva funcionava bem para esta finalidade. O fotógrafo sim- plesmente retirava a tampa na hora que desejava iniciar a exposi- ção e recolocava-a na hora de interromper o fluxo luminoso.

Na medida em que os materiais fotográficos foram sendo aperfeiçoados e os tempos de exposição necessários se fizeram mais exíguos, um controle mais preciso tornou-se necessário e even- tualmente imprescindível pois não era mais possível realizar essa operação manualmente. Foi a partir deste momento que os relogioéiros entraram em cena na fotografia. Como o princípio da iris já se encontrava em largo uso a solução mais simples foi de in- corporar um sistema de relógio a um mecanismo do tipo iris que abria e fechava por um intervalo de tempo mais preciso. Este

prinçípio é utilizado até hoje e é por isto que alguns obturadores se parecem muito com a iris da objetiva. (Ver Figura 4.1. ,Obturadores Centrais ).

Existem duas classes ou tipos básicos de obturadores (1) os obturadores centrais e (2) os obturadores de plano focal ou de cortina.

(1) OS OBTURADORES CENTRAIS

Os obturadores centrais são ainda bastante comuns em câ- maras modernas Este tipo de obturador é geralmente colocado en- tre os elementos da objetiva perto da iris .Ele recebe o nome de obturador central devido à sua colocação e porque abre e fecha do centro para fora.

Acima vemos um obturador central parcialmente aberto. O seu movimento é controlado por um sistema de relógio que aciona molas e engrenagens de forma a abrir e fechar nos tempos especifi- cados.

(2) OS OBTURADORES DE PLANO FOCAL

Os obturadores de plano focal foram inventados alguns anos depois dos obturadores do tipo central. O seu funcionamento é mais

4.1

Antigamente os fotó- grafos utilizavam a tampa da lente como obturador, mas a partir de um certo momento essa prática se tornou impossí- vel. Isto implicou na invençào de um sistema de relogio para temporizar as ecposições.

Imagem da capa de revista do Museu da Imagem e do Som de São Paulo na oca- sião da exposição fotográfica Photohistorama proveniente de Leverkussen, Alemanha.

Fig. 4.2

O obturador central ( chama-se assim por ser colocado dentro da objetiva) se parece muito com a iris da objetiva mas possui menos palhetas. Alguns obturadores deste tipo possuem entre cinco e sais palhetas.

(2)

CORTINAPRINCIPAL

CORTINA SECUNDÁRIA DIREÇÃODOMOVIMENTO

Fig 4.3 Obturador de cortina ou “de plano focal”

parecido com o de uma “cortina” que desliza horizontalmente dei- xando a luz atingir o filme por uma fresta. Por isto é que este tipo de obturador também recebe o nome de obturador de cortina. Existe ainda um tipo de obturador mais recente chamado de Obturador de guilhotina. Este, em lugar de movimenar-se horizontalmente desce de cima para baixo como uma guilhotina. A ilustração 4.2, mostra o funcionamento do obturador de cortina sem o corpo da câmara. De- vido ao seu desenho, os obturadores de plano focal são capazes de conseguir tempos de obturação muito mais rápidos que os de tipo central.

De forma geral, os obturadores de tipo central conseguem no máximo tempos de 1/400 ou 1/500 de segundo. Isto pode pare- cer um tempo fantástico e realmente era alguns anos atrás, mas os obturadores de cortina convencionais conseguem tempos de 1/

1000 (um milésimo de segundo) ou mais. O uso de materiais novos como o titânio aliado a novos desenhos de obturadores de guilhoti- na propiciou um avanço enorme nos tempos de obturação sendo possível conseguir tempos de exposição de 1/5000 e até de 1/8000 de segundo! Nas próximas páginas iremos ver como os tempos de obturação são importantes na fotografia (esta é uma das sete cha- ves). Antes disso porém é importante que analizemos em maior detalhe as vantagens e desvantagens trazidas por cada tipo de ob- turador (central e de plano focal).

Já mencionamos que os obturadores centrais tem a des- vantagem de não conseguir velocidades acima de 1/500 de segun- do. A velocidade do obturador é responável por ”congelar “ objetos em movimento. Quanto mais rapida a velocidade de um obturador mais nítido será o registro do movimento. Por este motivo, o limite imposto pelo obturador central acaba constituindo uma desvanta- gem para o registro de objetos que se movem em alta velociade.

Ainda outra desvantagem do obturador central é que ele faz parte integral da objetiva. Nesses casos é necessário recalibrar o diafragama e o obturador toda vez que se troca de objetiva. Por este motivo as objetivas com obturador central tendem a ser bem mais caras que aquelas que não possuem esse mecânismo.

SINCRONISMO COM FLASH

Os obturadores centrais possuem uma vantagem sobre os de cortina. Eles possibilitam o sincronismo com flashes eletrôni- cos em qualquer velocidade desde as mais baixas até as mais al- tas. O sicronísmo é o fenômeno pelo qual o obturador se encontra completamente aberto no instante em que o flash dispara. Com obturadores centráis é muito mais fácil obter este sincronísmo devi- do à forma como eles abrem e fecham. O mesmo já não é verdade para os obturadores de cortina que são muito mais difíceis de sin- cronizar porque correm como uma cortina atravez da janela Por isto, câmaras que possuem obturador de plano focal (cortina ou gui- lhotina ) devem ser rigorosamente utilizadas com velocidades mas

(3)

Fig 4.4

O anel de regulagem das velocidaes da câmara fotográfica mecânica.

Girando este anel para esquerda ou para a direita pode se escolher a velocidade desejada. Está

sendo selecionada a velocidade de 125 ou seja 1/125 de segundo. O ponto de referencia é a pequena marca no corpo da câmara em forma de traço logo a esquerda do número. Note-se que o número entre 125 e 500 e ligeiramente diferente em cor do que os outros isto indica a velocidade máxima de sincronismo para uso com flash eletrônico. Todas as velocidades abaixo deste número podem ser utilizadas sem problema. As velocidades acima de 250 irão resultar na falha de sincronismo (ver foto fig 4.5 ).

Fig. 4.5

A fotografia exemplifica um caso típico em que ocorreu a falha de sincronismo entre o flash e o ob- turador. A cortina do obturador já se encontrava apenas parcial- mente aberta quando o flash dis- parou. Por isto só uma parte da fotografia ficou corretamente ex- posta. Dependendo do sentido de movimento do obturador e da velociade selecionada a faixa escura pode ser maior ou menor

e no sentido horizontal ou vertical. Por este motivo é importante verificar a veloci- dade máxima de sincronismo do obturador quando será utilizado junto com o flash.

Fig. 4.6

Esta Fotografia do Museu de arte John Paul Getty Center em Los Angeles, foi realizada no fim de tarde. Tempo de exposição 1/8”. Nikon FM2 28mm f2.8. N.B.

A câmara foi apoiada no corrimão para evitar trepidação. Por algum motivo as luzes do corrimão se movimentaram mas a imagem está perfieta!

A vida é um mistério!

baixas quando utilizadas em conjunto com um flash. Ao se utilizar câmaras deste tipo é necessário ficar atento para a velocidade de sincronismo da câmara. Normalmente esta velocidade é marcada em vermelho por um “X” ou uma seta em forma de raio ( ). É importante sempre verificar a velocidade de sincronismo de um obturador de cortina quando ele será utilizado com flash eletrônico. Via de regra um obturador de plano focal não deve ser utilizado com velocidades de 1/60 de segundo ou inferiores . Alguns obturadores de plano focal de ultima geração podem sincronizar com o flash em velocidades de 1/250 ou mais. A Nikon N90x por exemplo pode sincronizar com o flash SB-26 na incrível velocidade de 1/4000!

A ilustração 4.5 mostra o que pode acontecer numa fotografia tirada com falha de sincronísmo. Uma parte da imagem é iluminada pelo flash e a outra não. este

tipo de erro é bastante comum quando não é ob- servada a velocidade correta de sincronismo na hora de regular a ve- locidade do obturador

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A VELOCIDADE DO OBTURADOR NO CONTROLE DO MOVIMENTO E DA LUZ

Vimos que a principal função do obturador é de controlar o tempo que a luz irá atingir o filme. Lembremos que a primeira foto- grafia da história levou oito oras para sensibilizar o filme. Depois disso, os filmes foram ficando mais sensíveis e os tempos de expo- sição cada vez mais curtos. Eventualmente foram introduzidos os obturadores com mecanísmo de relógio descritos na seção anterior.

Obturadores modernos são extremamente precisos alguns controla- dos eletrônicamente por um ocilador de cristal.

As velocidades com que o obturador abre e fecha tem impor- tante função não somente em relação ao tempo que a luz da cena atinge o filme mas também em como a cena será representada. Uma cena fotografada com tempos de exposiçào longos irá representar objetos em movimento como borrões. Já uma fotografia de tempos muito curtos irá congelar o movimento de forma surpreendente e com extrema nitidez (ver fotos de exemplo nseste capítulo).

Fraçoes, Decimais, Centesimos e Milesimos de Segundo Em câmaras mais avançadas existe grande variedade de escolha nos tempos de exposição. Os tempos de exposição mais comuns em câmaras fotográficas podem variar de um segundo até frações, centesimos ou até milésimos de um segundo. Eles são ge- ralmente representa-

dos da seguinte forma; (ver Fig4.4 ) : 1 (um segundo), 2 (meio segundo), 4 (um quarto de segundo), 8 (um oitavo de sugundo), 15, 30, 60,125,250,500,1000,2000,e 4000.

Existe ainda uma regulagem de velocidade com a letra “B” que significa “Bulb” (lâmpada em inlgês ) e em certos casos ainda outra representada pela letra “T” (time em inglês). Estas velocidades vem dos tempos em que o fotógrafo costumava abrir o obturador para então disparar uma lâmpada ou um pó altamente volátil e depois fechar o obturador novamente. Quando a câmara está regulada para esta velociadade, o obturador fica aberto o tempo que botão disparador continuar sendo pressionado. Esta posição permite com que o fotógrafo determine por quanto tempo a luz atingirá o filme fazendo exposiçoes com varios segundos ou até minutos de dura- ção. É com esta regulagem que podem ser feitas fotografias nouturnas de paisagens urbanas como a paisagem urbana na pági- na seguinte feita no fim de tarde. Evidentemente este tipo de foto- grafia requer o uso de um tripé e as vezes leva varios segundos ou até minutos de exposição. Devido ao fato que os tempos de expo- sição são longos, os objetos em movimento serão geralmente registrados como rastros na fotografia.

Na escala de regulagem das velocidades, estas vâo progres- sivamente aumentando até chegar à velocidade de 1/4000 de se- gundo (ou seja um quatro milesimo de segundo). Como já disse- mos Isto significa que os números marcados no anél da câmara representam frações de segundo centenas de segundo ou milesimos de segundo. Assim sendo, 1 é igual a um segundo, 2 é igual a 1/2 (meio) segundo, 4 é igual a 1/4 (um quarto) de segundo e assim por diante. Acima de 125 representa centesimos de segundo, e acima de 1000 representa milésimos de segundo. É muito simples!.

TEMPOS MAIS CURTOS = MENOS LUZ!

Não pode se esquecer que o obturador afeta a luz porque regula o TEMPO que esta atinge o filme. Um exemplo: a quantidade de luz x será reduzida 100 vezes se utilizarmos a velociadade 1/

100 em vez de 1 (segundo)! É por isto que velocidades mais curtas

Fig 4.7.

Anel de regulagem das velociadades em objeti- va Mamiya Sekor . Logo abaixo as regulagens do diafragma. A velocidade escolhida 1/60 com aber- tura f16 como evidencia- do pelo ponto de referên- cia (ponto vermelho).

TWMH

(5)

exigem aberturas maiores da obejtiva.

Devemos lembrar que o inverso desse axioma tambem é ver- dade! Isto quer dizer que VELOCIDADES MAIS LENTAS = MAIS LUZ. Isto possibilita o uso de tempos mais longos para permitir que a luz ( mesmo bastante fraca ) pentre para o filme por mais tempo. O conhecimento dese fator é uma das sete chaves da fotografia e per- mite gravar momentos como os retratados a seguir em que veloci- dades lentas permitiram a luz fazer o seu trabalho de “ pintar” ima- gens

Existem inúmeros outros exemplos mas não é só por essas razões que as velocidades lentas podem ser usadas. Na realidade toda situação enfrentada pelo fotografo representa um desafio em que um leque de possibildades expressivas se abre e entre as quais ele tera de escolher para determinar como essa cena será rtegistrada.

A maquina registra o fotógrafo interpreta.

Fig. 4.9 A escolha de velocidade lenta para esta fotografia foi intencional mas a câmara foi sustentada num monopé de forma que só o movimento das dancarinas fosse registrado e não a trepidação da maquina. Tempo de exposição 1/8”. Imagem Nikon F-5. T.W.M.H

4.8. Las Vegas, Nevada vista a noite. Tempo de exposição; 2” f 8

4.10 Tempo de exposição de 1’” (um segundo) em parque de diversões em pleno movimento à noite. A câmara foi depois invertida para fazer uma segun- da exposição criando uma imagem espelho.

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Fig.4.12

A primeira fotografia à esquer- da foi feita com um tempo de 1/15 de segundo. Este tempo foi suficiente para registrar o casal na moto mas deixar o fundo borrado dando mais di- namismo a foto. A segunda fo- tografia foi feita com uma ve- locidade 1/500. Nóte se que esta velocidade melhor regis- tra todos os pormenores com nitidez. Isto comprova que quando o movimento do as- sunto é maior a velocidade de obturação também deve ser maior.

Note-se também que a questão de congelar ou não o movimento depende muito do que desejamos mostrar.

Geralmente em fotos de espor- tes é recomendável utilizar ve- locidades de obturador mais curtas de 1/500 , 1/1000 ou mesmo superiores se a câma- ra permitir. Mas em fotos como a utilizada no exemplo a sen- sação de movimento é mais bem mostrada utilizando uma velocidade mais lenta e acom- panhando o assunto em panorámica.

Imagens digitais Fuji Finepix S607Z c. Thomaz .W.

Mendoza-Harrell 2001

REGISTRANDO OU CONGELANDO O MOVIMENTO COM A

AJUDA DO OBTURADOR CONGELANDO O MOVIMENTO COM AS VELOCIDADES DO

OBTURADOR

Com os avanços técnicos que permitiram elevar a sensibili- dade dos filmes na década de 50 e aumentar as velocidades do obturador, congelar movimentos rápidos se tornou praxe na fotogra- fia moderna. Este é afinal um dos grandes trunfos da fotografia e um item de grande apelo. Esta é afinal uma das sete chaves! É tambem um instrumento de pesquisa. Pequenas frações de tempo congela- das numa fotografia propiciam um modo inédito de analisar eventos que acontecem com muita rapidez para serem observados pelo olho humano.

O fotógrafo que não sabe lançar mão deste recurso acaba perdendo muitas oportunidades pois está ignorando um fantástico elemento da linguagem fotográfica e uma das suas sete chaves.

Fig. 4.13

Reação hodro estática a uma gota d´agua fotografada com velocidade de 1/5000 de segundo e luz de flash eletronico TWMH 2002

Fig 4.14

Garotas pulando no ar. Fotografia feita com velocidade de obturador em 1/500.

O angulo baixo esconde o fato de elas estarem apenas alguns centimetros do chão.

Camara Nikon F-5. Thomaz Mendoza- Harrell

c.2001

NOTA: Na fotografia acima vemos uma cena fotografada com dois tempos de obturador di- ferentes (e duas aberturas diferentes também).

Note-se que a fotografia em alta velocidade congelou o movimento. O casal, a moto enfim tudo está estático. Congelar o movimento por si só não é sempre a melhor solução. A foto- grafia em que foi usado um tempo de exposiçào mais lento e o motivo foi seguido pela câmara em panorâmica registrou o casal nitidamente e borrou o fundo dando maior dinâmica ao mo- vimento.

Referências

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