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Integração Infraestrutural e Conflitos: os 20 anos da IIRSA na Amazônia

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Academic year: 2021

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Integração Infraestrutural e Conflitos: os 20 anos da IIRSA na Amazônia

Vanessa da Silva Almeida1

Resumo: No marco histórico dos 20 anos da IIRSA e dos quase 10 anos de sua vinculação ao COSIPLAN da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), se fez necessário um balanço de suas ações desenroladas dentro e fora do COSIPLAN e de suas consequências no continente e na Amazônia. Com o objetivo de analisar os efeitos do modelo de integração infraestrutural, este artigo analisa documentalmente três obras de infraestrutura de duas das maiores empreiteiras brasileiras, naquele momento, construídas em três países: a Estrada IIRSA Norte, no Peru, realizada pela Odebrecht, a Usina Porce III, na Colômbia e Usina de Jirau, no Brasil, ambas realizadas pela Camargo Corrêa. A metodologia consistiu realizar um levantamento documental e de dados socioeconômicos para aplicação na análise da heterogeneidade Pan-Amazônica e escolha das obras citadas. Ao fim, conclui-se que há falta de políticas públicas para atendimento das populações atingidas pelas obras e de articulação entre os governos com o desmonte dos blocos de integração regional para tratamento das heterogeneidades reforçadas pelo modelo infraestrutural de integração.

Palavras-chave: Pan-Amazônia, Infraestrutura, Integração, Mapeamento de conflitos.

Introdução

A integração física tem sido potencializada na agenda sul-americana, desde 2000, com a constituição da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), o maior projeto de integração da América do Sul. Na Amazônia, a geopolítica vem sendo alterada pelo número de obras de infraestrutura, pelo contínuo processo de ocupação (BECKER, 2005), e pela inserção de novos atores internacionais na região, gerando novos

1 Técnica em Informática pelo Instituto Federal do Paraná – Campus Cascavel e Graduanda em Relações Internacionais e Integração pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - CNPq. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Descolonizando as Relações Internacionais e Estagiária na Prefeitura de Foz do Iguaçu. E-mail:

vanessa.sva.almeida@gmail.com.

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movimentos de resistência (BORGES, 2011). Objetiva-se, neste trabalho, analisar se essa integração surtiu os efeitos desejados, contribuindo para o desenvolvimento das populações ao seu entorno ou trazendo mais conflitos sociais e ambientais.

As obras de infraestrutura na região, principalmente as vinculadas à IIRSA ampliaram/geraram conflitos ambientais e sociais na Amazônia nos últimos 20 anos. Isso porque, ao inserirem novos atores na geopolítica da região com poderes de alterar a geografia, como as empreiteiras licitadas pela Iniciativa de Integração Regional, conflitos são produzidos, perpassando fronteiras, afetando comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas, extrativistas e produtoras.

Como a Amazônia é dividida por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa, é primordial considerar a heterogeneidade destes.

Este trabalho apresenta o mapeamento de um conjunto de três obras de dentro e de fora da IIRSA/COSIPLAN, realizadas por duas das maiores empreiteiras brasileiras, Camargo Corrêa e Odebrecht, na Pan-Amazônia. Tais obras foram extraídas da tese de doutorado de Borges (2011) para se realizar um balanço de quais obras geraram mais controvérsias e quais são os balanços positivos e negativos que a IIRSA e o modelo de integração infraestrutural sul- americano vem deixando nas duas décadas desde sua execução.

Na primeira seção serão apresentados os conceitos de infraestrutura, integração regional, Região Amazônica e sua importância na nova geopolítica. Na segunda seção serão explicados os processos metodológicos para coleta e análise das informações e indicadores, com a apresentação de tabelas. Na terceira seção, serão apresentados os Estudos de Caso com base na bibliografia levantada e os impactos sociais e ambientais de cada obra. Na quarta seção serão apresentadas as considerações finais

1. Infraestrutura e conflitos sociais e ambientais na Amazônia

Tomando como referência o documento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de 2000, encomendado pelo Brasil para criação da IIRSA, temos

“a visão dominante de infraestrutura” (PADULA, 2010), que possibilita instalações de cadeias de produção e consumo local, regional e internacional integradas ao fenômeno da globalização e da liberalização econômica.

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La infraestructura abarca un conjunto de estructuras de ingeniería, equipos e instalaciones de larga vida útil, utilizadas por los sectores productivos y por los hogares. Su definición es un tanto vaga e imprecisa, y tradicionalmente ha sido asimilada al stock de capital público, o a ciertas características técnicas o económicas, tales como su vinculación com servicios básicos, sus altos costos de inversión, su indivisibilidade, su inamovilidad o su naturaleza de bien público.

Tais obras por um lado facilitam a integração física, a geração de energia e o saneamento de determinadas regiões ao passo que também produzem isolamento, conflitos por recursos naturais e drástico desequilíbrio ambiental às populações, animais e espécies de plantas (COMEGNA, 2014, DJICK, 2008, IPEA, 2011, p. 151), “a presença de estradas aumenta a pressão antrópica sobre Unidades de Conservação e Terras Indígenas, que ficam mais sujeitas às invasões” (COMEGNA, p. 5).

1.1. 20 anos de IIRSA e COSIPLAN

A IIRSA tem sua gênese em 1998 como parte da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), não vingando e sendo rejeitada pelos países da região, principalmente pelo Brasil (TAUTZ, 2009). Ressurgindo em 2000 da I Reunião de Presidentes da América do Sul, a primeira instituição com os 12 países do continente pelo momento político comum e o interesse integração e no desenvolvimento (HONÓRIO, 2013, p. 13).

Fazem parte também da IIRSA a Organização do Tratado da Cooperação Amazônica (OTCA), a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), bem como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (COMEGNA, 2014, p. 2).

A Iniciativa conta com o financiamento de órgãos e empresas internacionais e regionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Corporação Andina de Fomento (CAF), o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Rio da Prata (FONPLATA), com destaque para quantidade de instituições brasileiras: BNDES, Odebrecht, Petrobrás, Andrade Gutiérrez, Companhia Vale do Rio Doce, General Eletric (GE) e a América Latina Logística (ALL) (COMEGNA, 2014, p. 1).

Com a criação da Unasul em 2008, o Brasil se afirmava mais ainda como “principal articulador del proyecto integracionista de Sudamérica” (VADELL, 2020, p. 1072). No ano seguinte há a incorporação da IIRSA ao Cosiplan, o Conselho Sul-Americano de

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Infraestrutura e Planejamento, sendo o foro político e estratégico de integração e infraestrutura da Unasul, absorvendo a IIRSA como foro técnico (COSIPLAN, 2017).

Porém, as obras de infraestrutura não concluídas até o ano de 2017 não tiveram mais atualizações dos próprios países no Sistema de Informações de Projetos (SIP) do site oficial do Cosiplan (http://cosiplan.org/proyectos/) e na Carteira de Proyectos 2017 (IIRSA- COSIPLAN, 2017, p. 4). Desse modo com o esvaziamento da Unasul e a institucionalização do Prosul (Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul) em 2019, houve um maior descrédito das estratégias anteriores de integração (VADELL, 2020, p. 1074), bem como fortalecimento de posições conservadoras, unilaterais, bilaterais e muitas vezes hostis pela parte brasileira que marcam as relações atuais na América do Sul.

1.2. A Importância Geopolítica da Amazônia para a América do Sul

Compreendendo o bioma amazônico como espaço geopolítico da América do Sul e reforçando seu caráter transfronteiriço, serão adotados os conceitos de Amazônia como Região Sul-Americana Compartilhada – ARSAC (ZEVALLOS, 2005, p. 2), Amazônia Pan- Americana (AB’SÁBER, 2005) e Pan-Amazônia, abarcando a Amazônia Hidrográfica e a Amazônia Florestal de acordo com o Tratado de Cooperação Amazônica (RIBEIRO, 2005, p. 201-202).

Sendo a região Amazônica a maior floresta tropical e megadiversa do mundo, com seus 7.413.827km², existem diversos atores envolvidos em sua dinâmica como seus estimados 34 milhões de habitantes, cerca de 420 povos indígenas e tribais com 86 línguas e 650 dialetos e “al menos 60 pueblos viven en condición total de aislamiento. Es una región que tiene gran volumen de riquezas naturales fundamentales para el desarrollo económico y social de sus pueblos (website da OTCA).

A Amazônia como zonobioma (AB’SABER, 2005, p. 8) é um fundamental

“estabilizador climático global” (OEA, 2019, p. 19), uma vez que a região possui cerca de 20% de toda a água doce e maior floresta tropical do mundo (OTCA, 2017). Além de garantir o sustento das populações locais, ela é grande fonte de biodiversidade, genética, recursos hídricos, madeireiros, minerais, energéticos e tropicais para a humanidade e garantia de direitos humanos (OEA, 2019, p. 19; ZEVALLOS, 1993, p. 118).

O Eixo Amazônico possui maior investimento privado com 30% dos financiamentos advindos da iniciativa privada nos seus 70 projetos e ocupando a quarta posição nessa

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categoria (COSIPLAN, 2017, p. 53). Comegna (2014, p. 2) explica a importância do Eixo Amazônico para a Iniciativa para além de seu “caráter estratégico”, salientando também as suas riquezas como primoridiais para “o desenvolvimento dos processos de integração física, das comunicações e da energia, que permitirão aproximar os mercados intra-amazônicos”.

1.3. Conflitos e a construção de novas territorialidades

No início do século, há a harmonização entre o interesse de governos e empresas privadas, na priorização do mercado exterior com a criação de novas territorialidades

servindo a esse fim (BORGES, 2011, p. 145; COMEGNA, 2014, p. 1).

Essas territorialidades atuam como novas formas de projeção geopolítica e liderança regional brasileira, além da redução dos custos de transportes (ZEVALLOS, 1993, COMEGNA, 2014, FRANÇA; GOMES, 2019, p. 5). Assim, as novas geopolítica e logística, inauguram um hodierno espaço de disputas de poder, onde se conformam e se chocam diferentes espaço-tempos: o das corporações e o dos produtores familiares. Tempo e espaço se fundem como um novo recurso geopolítico das corporações, que sob o poder tecnológico e financeiro, avançam com mais velocidade, ameaçando a produção e a qualidade de vida das populações dependentes da geografia anterior (BECKER, 2005).

Com a Metodologia de Planificação Territorial Indicativa do Cosiplan, há a institucionalização dessas territorialidades, divididas em 9 Eixos de Integração e Desenvolvimento (como continuação dos 10 Eixos da IIRSA, suprimido o Andino do Sul).

Un Eje de Integración y Desarrollo es una franja multinacional de territorio que incluye una cierta dotación de recursos naturales, asentamientos humanos, áreas productivas y servicios logísticos. Se articula por la infraestructura de transporte, energía y comunicaciones que facilita el flujo de bienes y servicios, de personas y de información tanto dentro de su propio territorio como hacia y desde el resto del mundo (Cosiplan, 2017, p. 15).

Pelo menos metade dos eixos da Iniciativa passam pela ARSAC, “devido às características especiais desse espaço e sua sensibilidade às transformações geradas por obras de grande porte, é relevante e merece ser estudado” (DOMINGUES, 2017, p. 13).

Com a saída natural da bacia amazônica para o pacífico sendo pelo Peru, estando mais próximo do continente asiático e dos novos eixos da economia mundial (ZEVALLOS, 1993, p. 119-120), o Brasil possui grande proximidade e obras de grande porte no país. Um dos problemas de gestão da Pan-Amazônia vem da falta de políticas conjuntas entre seus países

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e em decorrência do Brasil ter monopolizado a Amazônia em sua política externa (ZEVALLOS, 2009, p. 270).

Essa integração é insuficiente no conhecimento das necessidades e problemas locais, gerando movimentos sociais de resistência (BORGES, 2010, p. 30) que possuem a capacidade de resistir às formas espaciais e intelectuais de geopolítica, contrapondo os projetos hegemônicos por meio dos movimentos da sociedade civil (BECKER, 2007;

BORGES, 2010; CAIRO, 2008). Como será mostrado a seguir, essa abordagem se propõe a entender como a sociedade civil e os teóricos da área observam a construção dessas obras.

1.4. Comparativo socioeconômico dos países Amazônicos

Para comparação dos países amazônicos foram utilizados os índices Produto Interno Bruto (PIB), Crescimento Econômico, PIB per capita e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos 6 maiores países por conta do tamanho de suas economias.

Fonte: Elaboração Própria baseada em:

<https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.CD?end=2019&locations=BO-BR-CO-EC-PE- VE&start=2000>. Acesso em 27 de jun de 2021.

*sem valores atualizados.

A partir da análise do crescimento anual do PIB se verifica que até 2019 todos os países, com a exceção da Venezuela (da qual não se têm os índices desde 2014), possuem uma média de crescimento satisfatória entre 0,5% à 2,5%. Em 2020, todas as taxas de crescimento se mostram negativas e só o Brasil apresenta uma média final estável. Na comparação média dos outros países com o Brasil, com tendência à redução da heterogeneidade regional entre 1995 e 2009 (BORGES, 2011, p.33), de 2015 à 2020 houve um leve aumento na disparidade do PIB brasileiro em relação aos demais países amazônicos.

Tabela 1: PIB dos países amazônicos (2000-2020) (bilhões US$ dólares correntes)

1995 2000 2005 2010 2015 2020 Média

Bolívia 6 8 9 19 33 36 21

Brasil 769 655 891 2.209 1.802 1.445 1.107

Colômbia 92 99 145 286 293 271 181,5

Equador 24 18 41 69 99 98 61

Peru 53 51 76 147 189 202 127,5

Venezuela 77 117 145 393 * * *

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Fonte: Elaboração Própria baseada em:

<https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?end=2020&locations=BO-BR-CO-EC-PE- VE&start=2012B | Data (worldbank.org)>. Acesso em agosto de 2020 e junho de 2021.

*sem valores atualizados.

No crescimento do PIB, percebe-se que até a década de 2010, Peru e Brasil seguiam sendo os países de crescimento mais dinâmico. O Peru era, portanto, uma parceria estratégica para o Brasil devido à sua saída para o Pacífico e proximidade à Ásia e seus índices econômicos (BORGES, 2011, p. 34). A Venezuela apesar de ter demonstrado o segundo maior PIB na primeira tabela, já apresenta uma grande instabilidade econômica desde o início do século até eclodir na crise inflacionária e deixar de apresentar diversos índices desde 2014.

Tabela 3: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para os países amazônicos entre 2000 e 2020

1995 2000 2005 2010 2015 2020

Bolívia 0,588 (113º) 0,643 (114º) 0,695 (117º) 0,643 (95º) 0,681 (119º) 0,718 (107) Brasil 0,804 (63º) 0,747 (74º) 0,800 (70º) 0,699 (73º) 0,757 (71º) 0,765 (84º) Colômbia 0,836 (57º) 0,764 (68º) 0,791 (75º) 0,689 (79º) 0,742 (97º) 0,767 (83º) Equador 0,784 (68º) 0,722 (91º) 0,772 (89º) 0,695 (77º) 0,743 (88º) 0,759 (86º) Guiana 0,622 (105º) 0,709 (96º) 0,750 (97º) 0,611 (104º) 0,651 (124º) 0,682 (122º) Peru 0,709 (93º) 0,737 (80º) 0,773 (87º) 0,723 (63º) 0,745 (88º) 0,777 (79º) Suriname 0,762 (77º) 0,766 (67º) 0,774 (85º) 0,646 (94º) 0,721 (103º) 0,738 (97º) Venezuela 0,859 (47º) 0,770 (65º) 0,792 (74º) 0,696 (75º) 0,775 (75º) 0,711 (113º)

Fonte: Elaboração Própria baseada em: <http://hdr.undp.org/en/global-reports> edições 1995, 2000, 2005, 2010, 2015 e 2020. Acesso em agosto de 2020 e junho de 2021.

É importante observar o IDH dos países, também, pois o tamanho da riqueza, não reflete diretamente na distribuição da renda e de desenvolvimento humano. Em 1995, a

Tabela 2: Crescimento % do PIB dos países amazônicos (2000-2020)

1995 2000 2005 2010 2015 2020 Média

Bolívia 4 2 4 4 4 -7 -1,5

Brasil 4 4 3 7 -3 -4 0

Colômbia 5 2 4 4 2 -6 -0,5

Equador 2 1 5 3 0 -7 -2,5

Peru 7 2 6 8 3 -11 -2

Venezuela 3 3 10 -1 * * *

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Venezuela era o país com o índice mais alto, entre os países amazônicos, até o segundo quinquênio da análise, seguido de Colômbia e Brasil. A partir de 2005, o Brasil passa a ocupar a posição de liderança com a Venezuela em segundo e a Colômbia em terceiro. Já em 2020 o cenário é completamente diferente com o Peru em primeiro, a Colômbia em segundo, Brasil em terceiro e a Venezuela em penúltimo lugar.

Nos três primeiros quinquênios a Bolívia aparece na última colocação, com o pior índice e nos quinze anos seguintes passa a ocupar o penúltimo ou antepenúltimo lugar, revezando as últimas colocações com Guiana e Suriname. Por fim, Peru e Equador possuem uma dinâmica intermediária no índice ao longo dos seis períodos analisados, com exceção do último IDH onde o Peru surpreende com a primeira colocação. Estes dados atestam a heterogeneidade regional como um empecilho para a integração (BORGES, 2011, p.38).

2. METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho consistiu em reunir materiais consistentes com dados e informações pertinentes para entender a dimensão das obras, o que foi realizado e o que está sendo feito, como a Carteira de Projetos 2017 do Cosiplan, o Sistema de Informação de Projetos (SIP) website do Cosiplan, o Website do Environmental Justice Atlas (EJAtlas), o Mapas de Conflitos Envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil. E além disso comparar os dados socioeconômicos partindo de dados macroeconômicos disponibilizados no website do PNUD e do Banco Mundial.

A ideia foi sistematizar as informações já existentes por meio do Excel para monitoramento online das três obras escolhidas a partir de relatórios e trabalhos disponíveis na internet devido à impossibilidade de realização de entrevistas presenciais, por conta da pandemia de covid-19, no decorrer da presente pesquisa. A partir de uma análise no site EJAtlas - Environmental Justice Atlas (https://ejatlas.org/country), se observou que dos 170 países com conflitos sociais e ambientais registrados, os seis maiores países da Pan- Amazônia estiveram ocupando as seguintes posições:

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Tabela 4: Posição dos Países Amazônicos por números de conflitos no EJATlas (Environmental Justice Atlas)

País Número de conflitos Colocação Mundial

Brasil 172

Colômbia 130

Peru 97

Equador 65 11º

Bolívia 42 19º

Venezuela 33 23º

Fonte: Elaboração Própria baseada em: https://ejatlas.org/country. Acesso em: agosto de 2021.

A partir disso, se optou por analisar uma obra dos três primeiros países: Brasil, Colômbia e Peru realizadas pelas principais empreiteiras da época: Camargo Corrêa e Odebrecht (agora Novonor). Sendo obras de dentro e fora da IIRSA/COSIPLAN, pela insuficiência de dados das obras realizadas pela IIRSA, constatadas tanto nos relatórios técnicos quanto pelos autores de trabalhos acadêmicos que investigaram os impactos das mesmas.

3. Estudos de Casos

3.1. Odebrecht

A Odebrecht foi a empresa privada mais investigada nos escândalos de corrupção da Operação Lava-Jato e no final de 2020, mudou seu nome para Novonor, buscando um “novo norte” (Economia UOL, 2020). A comissão de investigação da Lava Jato Peruana, listou a Rodovia IIRSA Norte dentre os contratos mais suspeitos com as tarifas e as porcentagens mais altas, além de contarem com a assessoria da Westfield Capital do então Ministro de Economia e Finanças do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, também presidente do Conselho que deliberava sobre as entregas de concessões (PERU, 2018, p. 281-282). Em 2016, Kuczynski, foi eleito presidente do país, mas renunciou em 2018 pelo envolvimento com os esquemas de corrupção com a Odebrecht e foi preso no ano seguinte (referência).

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3.1.1. Rodovia IIRSA NORTE

O Corredor Viário IIRSA Norte liga as cidades de Paita e Yurimaguas, inaugurado em 2011 e operado pela Concesionaria Interoceanica constituída pela Odebrecht Peru, Andrade Gutierrez e Graña y Montero S.A., responsáveis pelos “955 Km da estrada que une o porto marítimo de Paita com a cidade de Yurimaguas, atravessando as regiões de Piura, Lambayeque, Cajamarca, Amazonas, San Martín e Loreto; tornando possível a interconexão fluvial do norte peruano com o Brasil” (BORGES; AYMARA, 2015, p. 26). A rota também é uma alternativa ao Porto de Balboa no Panamá, objetivando a redução de 10 dias de viagem do eixo Manaus-Ásia e em dezesseis horas o eixo Manaus-Paita, além da redução dos custos de transportes em até 1 milhão de dólares por dia [valores estimados no ano de 2012]

(CORNEJO, 2012, p. 30-32).

Com financiamento público-privado, o custo inicial da obra, que era de US$ 258 milhões passou a ser superfaturada por US$ 510 milhões (UOL Notícias, 2017).

Domingues (2017) realizou um estudo de campo sobre os impactos do trecho Tarapoto-Yurimaguas na vida dos moradores por meio de entrevistas e destacou a falta de preocupação da IIRSA com a população local, embora houvesse uma melhora econômica, com um maior diálogo diversos problemas poderiam ter sido evitados (DOMINGUES, 2017, p. 14). Como a perda de diversidade, expansão da fronteira agrícola, aumento de fumigações, de queimadas e de desmatamento. A criminalidade, que geralmente é incrementada com a instalação de obras de infraestrutura, tem uma ocorrência esporádica. Fábio Borges e Shyrley Aymara (2015, p. 27), sugerem que os estudos sobre a obra considerem os desastres ambientais causados pelo clima chuvoso da região, como o ocorrido em 2015.

Apesar do aumento do PIB em Loreto com a criação da estrada de 2007 pra 2008, oscilando de 6.910 milhões de novos soles para 8.902 (INEI, 2016), o mesmo não acontece com San Martin (DOMINGUES, 2017).

(...) entre 1991 e 1995, 74% dos desmatamentos se concentraram em até 50 quilômetros ao redor da avenida principal. Esse desmatamento não se refere apenas à construção da estrada em si, mas é garantida por ela na medida em que possibilita novas intervenções humanas, por exemplo, o alargamento de fronteiras agrícolas (DJICK, 2008 apud DOMINGUES, 2017, p. 39).

De acordo com o site oficial da Concessão da obra, em 2014 os impactos positivos da obra consistiam no aumento em 14% da renda das famílias ao redor da rodovia (IIRSA NORTE, 2014). Há o crescimento comercial e também a intensificação de problemas

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ambientais em escala transnacional e, assim, os atores privados seguem sendo os mais beneficiados.

3.2. Camargo Corrêa

A empreiteira Camargo Corrêa teve sua sucursal incorporada na Colômbia “mediante escritura pública número 5321 otorgada por la Notaría cuarenta y dos (42) de Bogotá el 30 de octubre de 1996”, tendo sua duração legalizada até 31 de dezembro de 2050 (CAMARGO CORRÊA, 2017). Segundo o então diretor de projetos internacionais, Carlos Fernando Namur, no exterior a Camargo Corrêa priorizava a construção de hidrelétricas, também tendo “interesse na construção de estradas no Peru e de túneis na Argentina” (LICITAÇÃO, 2005).

3.2.1. Usina Porce III

A Usina Hidrelétrica Porce III começou a ser construída em 2004, na cidade de Antioquia, Colômbia pelas Empresas Públicas de Medellín (EPM), Construções e Comercio Camargo Correa, de Brasil e pelas colombianas Conconcreto S. A. y Coninsa-Ramón (GAVIRIA, 2019, p. 225), inaugurada em 2011 como obra complementar às usinas Troneras, Gadalupe III, Guadalupe IV (1964) e central Porce II (1990). Porce III tem potência instalada de 660 megawatts, com o custo total estimado em 900 milhões de dólares. Na época de sua construção, a usina era o maior contrato de internacionalização da empreiteira, que contou com a concorrência da Odebrecht (LICITAÇÃO, 2005).

O Engenheiro Ambiental Gaviria (2016, p. 226), ao realizar trabalho de campo e entrevistas com os envolvidos na obra constatou que aproximadamente 954 famílias foram afetadas, das quais 82% tiveram indenização financeira e os outros 18% tiveram reparação em forma de moradia, projeto econômico e/ou acompanhamento social. Ao fim, Gaviria (2016, p.9) diagnostica que a visão das reassentadas, ou impactadas de alguma forma, foram bem distintas, os principais impactos negativos foram as “mudanças estruturais” da sociedade, como a “desestabilização econômica” e a “geração de miséria”, além da demora e o descaso com alguns assentados e as positivas foram “geração de emprego” e das “finanças municipais”.

Em outro trabalho (GAVIRIA, 2019), o engenheiro destaca a inflexibilidade das visões do BID com sucessivos documentos de décadas anteriores, afirmando que o potencial

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energético da região deveria ser explorado para trazer crescimento econômico, criando o discurso de uma nova realidade e a justificativa para aceitação da obra na região. Assim, o grau de satisfação dos moradores com a obra é intermediário e não uma clareza de quais impactos sociais as obras foram diretamente ocasionados por ela, o que dificulta essa constatação.

3.2.2. Usina de Jirau

A Usina Hidrelétrica (UHE) de Jirau, no Estado de Rondônia, Brasil, começou a ser construída em 2009 para aproveitamento do potencial hidrelétrico do Rio madeira, o maior em extensão da Bacia Amazônica, com 6.500 km (MAGALHÃES, 2006, p. 6), com suas unidades geradoras sendo ativadas desde 2013. Sua inauguração ocorreu em dezembro de 2016 com a ativação da 50ª unidade geradora. Foi, na época, a 3ª maior hidrelétrica do país com a potência de 3.750 megawatts e investimento de 19 bilhões com financiamento público-privado, custando mais que o dobro de seus 9 bilhões iniciais, tendo 69% de sua construção financiada com dinheiro público, mas sendo majoritariamente controlada por grupos privados, a construtora Suez e o Grupo Camargo Corrêa (ECOA, 2019). Junto da Hidrelétrica de Santo Antônio, a Usina de Jirau faz parte do Complexo Madeira, no Eixo de Integração e Desenvolvimento (EID) Peru-Brasil-Bolívia (COSIPLAN, 2017).

Segundo o EJATLAS (2018), dentre os maiores impactos do projeto estão: inundação, perda de biodiversidade, desmatamento, poluição aquífera, aumento da violência e da criminalidade, acidentes, desemprego, perda de meios de subsistência e problemas de saúde.

Em relação às inundações, em 2021, as cheias do Rio Madeira estiveram na média histórica, potencializadas desde a construção das hidrelétricas. Pelas hidrelétricas estarem localizadas na faixa de fronteira com a Bolívia, os problemas também são transnacionalizados.

O caso enigmático de Nilce de Souza Magalhães, Nicinha, trouxe atenção para os impactos da obra com seu desaparecimento e morte em janeiro de 2016, achada 5 meses depois no lago da barragem de Jirau. Nicinha era a líder do Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) e militava principalmente contra o Consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) (MAB, 2016), tendo em 2021 mudado seu nome para Jirau Energia (ABRATE, 2021).

Desse modo, Jirau é uma das obras mais controversas da IIIRSA pelo tamanho de seu impacto e pela falta de compensação à alguns setores atingidos.

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4. Considerações Finais

São elementos-chave para a integração amazônica e redução de problemas de conectividade, a maior presença do Estado e participação direta da sociedade civil para a redução dos danos ambientais sociais das obras instaladas ou em instalação na região. Uma vez que, como já visto, se trata de uma das regiões com maior diversidade étnico-cultural, biológica, geopolítica e também mais sensíveis aos impactos sociais e ambientais das obras.

Apesar da impossibilidade de aprofundamento das obras estudadas, foi possível traçar um breve panorama de que as obras de infraestrutura na região e verificar que a sociedade civil tem pouca participação no processo, sendo geralmente a mais afetada com os impactos sociais e ambientais. Outra característica predominante foi que todas as três obras tiveram financiamento público-privado externando uma das principais particularidades da Integração Regional: união de atores privados e estatais na promoção do modelo de desenvolvimento infraestrutural naquele momento.

Num balanço desses 20 anos, a projeção de interesses privados foram um dos principais objetos da geopolítica contemporânea que estuda como atores não estatais conseguem agir como centros de poder, não só além do território físico nacional, mas também transnacional, promovendo instabilidades e desigualdades no interior dos Estados e sociedades para além dele.

Os Estados por sua vez, se mostraram insuficientes na construção de políticas públicas e estruturas de acesso à serviços básicos de assistência às populações atingidas, medidas que se mostram ainda mais urgentes com o atual cenário de crise econômica, política, social e principalmente sanitária.

5. Referências

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