CONFECÇÃO DE JOGOS COM MATERIAIS RECICLÁVEIS.
Elisa Souto Maior LEMAT / UFPE elisasoutomaior@bol.com.br INTRODUÇÃO
Para conseguir a atenção dos alunos vemos que muitas vezes é necessário esquecer a postura tradicional na qual, em determinado momento o conteúdo apresentado no quadro para em seguida serem sedimentados por meios de exercícios.
Transformar as aulas de Matemática em momentos estimulantes onde alunos e professores possam interagir num ambiente propicio à discursões que facilite na tomada de decisões e resoluções em diversas situações-problema, exigem um conhecimento das condições socioculturais, as expectativas e o nível de conhecimento dos alunos. Faz-se necessásrio mostrar os conteúdos com aplicações em seu cotidiano, abrindo espaço para que a classe traga as suas experienências e apartir delas fazer uma contextualização dos conteudos a serem apresentados.
Segundo Alvino: “O uso de Jogos de Estratégia sempre despertaram curiosidade naqueles que deles se aproximaram, quer pela simplicidade de suas regras, quer pelo desafio intelectual de descobrir “aquela” maneira de vencer o jogo.”
Pretende-se, neste minicurso, confeccionar alguns jogos, os quais poderão ser utilizados como recurso didático ao inserir os conteúdos a eles relacionados, visto que, hoje, observa-se um crescente desinteresse, por parte dos estudantes com relação ao estudo de Matemática, como disciplina obrigatória.
Os monitores do Laboratório de Ensino de Matemática da Universidae Federal de Pernambuco, vêem, desenvolvendo estudos no sentido de apresentar sequências de atividades que permitam a utilização de jogos matemáticos confeccionados com materiais reciclavéis como recurso didático, pois vemos que além
do aspecto lúdico brinquedos feitos com sucata ou industrializados que envolvem habilidades numéricas, de medidas e espaciais, transformam-se em um excelente recurso de estratégias nas aulas de matemática.
Esse curso tem por objetivo proporcionar aos professores alternativas de adaptação de Jogos Pedagógicos para servirem como Recurso Didático em suas intervenções. A confecção desses jogos provocará a interação entre professores e alunos, pois os mesmos serão elaborados a partir de materiais que não requerem, necessariamente, recursos financeiros, visto que serão utilizados materiais recicláveis e essa mobilização possibilitará uma maior interação entre o grupo.
O uso de jogos como recurso didático podem auxiliar a aprendizagem de conteúdos, tais como: área, perímetro, fração, probabilidade, progressões, semelhança, ângulos, polinômios e operações, além de jogos de raciocínio lógico e busca de estratégias vitoriosa, e dar ao professor opções de materiais recicláveis como jornais, caixas, tampas, garrafas, que, além de serem adequados para confecção de jogos promovem uma conscientização da necessidade do reaproveitamento de material de sucata; pois sabe-se que a destinação do lixo domiciliar, produzido, diariamente, em crescente quantidade pela população urbana está inserida entre as principais preocupações da atualidade, Quanto a reciclagem do lixo revela-se importante em diversos aspectos entre eles a qualidade de vida das comunidades e a preservação do meio ambiente.
Nossa proposta de trabalho envolve a familiarização de jogos que utilizam conteúdos, em sua maior parte, vivenciados em sala, podendo destacar os seguintes:
• QUATRO
Composto por um tabuleiro de formato 4 x 4 e por 16 peças que se diferem por sua forma, detalhe, altura e cor. A disputa será feita entre dois participantes que seguirão, alternadamente, uma ordem de jogada. Esse jogo requer do participante atenção e raciocínio na disposição estratégica das peças, haja vista que o vencedor será aquele que primeiro perceber a composição de uma linha em que possuam os mesmos atributos. Este tipo de jogo facilita a discriminação de atributos, estabelecimento de relações, planejamento de ação, classificação e peão e percepção espacial.
• PEÃO À FRENTE
Em um tabuleiro 6 x 6 são colocados dez peões (cinco de cada cor) nas duas primeiras linhas perpendiculares, anulando-se a casa que é o ponto de intersecção entre elas. A cada jogada um dos dois jogadores escolhe um dos peões e move uma casa à frente ou ao lado, não sendo possível avançar em diagonal, saltar outro peão nem voltar. O vencedor será aquele que retirar todos os seus peões pelo lado oposto ao iniciado.
• TORRE DE HANÓI
Consiste em transferir a torre, composta por sete peças em tamanhos diferentes, de uma posição para outra, porém não poderá sobrepor a maior em cima da menor. Este jogo estimula o raciocínio visto que essa transferência terá que ser feita com o mínimo de movimento possível.
• ÚLTIMA CASA (uma variante do NIM )
Consiste em um tabuleiro composto por dezesseis casas e botões de duas cores diferentes. São necessários dois participantes que se alternam colocando um, dois ou três botões na bandeja. O raciocínio lógico do jogador é estimulado a medida em que ele busca uma maneira de fazer com que o colega coloque a última peça tornando, assim, o perdedor. Este jogo requer um estudo da estratégia para saber qual a melhor jogada a fim de obter a vitória.
• OPERAÇÕES DE POLINÔMIOS COM MATERIAIS CONCRETOS
Fazendo uso de cartões em formato quadricular e retangular, o aluno decifrará operações envolvendo polinômios.
• TANGRAM
Quebra cabeça chinês composto de sete peças com formato geométrico, sendo dois triângulos grande, um triângulo médio, dois triângulos pequenos, um paralelogramo e um quadrado. Os quais podem ser manipulados, sem sobrepor as peças, formando figuras, letras, números e formas geométricas. Sendo um recurso didático de grande contribuição em conteúdos como fração, área, medidas de figuras
geométricas, ângulos, perímetro, proporção, semelhança, simetrias e na percepção de formas geométricas.
PALAVRAS-CHAVES: Reciclagem, Jogos Matemáticos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• COIMBRA, Pedro C R – Três estratégias para o jogo de Wythoff. Tese de Mestrado, UFPE – DMAT
• Educação Matemática em Revista, Publicação da Sociedade Brasileira de Educação Matemática, ano 8 – n.º 11 – Dezembro de 2001
• Geometria no 1.º grau: da composição e da decomposição de figuras às fórmulas de área. Ana Franchi... – São Paulo: CLR Balieiro, 1992 – (Coleção Ensinando – Aprendendo, Aprendendo – Ensinando)
• MELO, Carlos A. V. – O Jogo do Nim – Um Problema de Divisão, RPM n.º 6, 1985
• PESSOA, Gracivane da Silva. A contribuição dos Laboratórios de Ensino de Matemática na Educação e na Formação do Professor, monografia de conclusão de curso, Recife, UFPE, maio de 2002
• KALEFF, Ana Maria M. R. e REI, Dulce Monteiro e GARCIA, Simone dos Santos Quebra – Cabeças Geométricos e Formas Planas., – 2.ª edição – Niterói: EDUFF em convênio com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, 1997
• RAGUEMET, Inez F. e BARRÊDO, Márcia K. – A Teoria Matemática de Nim, RPM, n.º6,1985
• REGÔ, Rogéria Gaudêncio e REGO, Rômulo Marinho. Matematicativa UFPB/Editora Universitária. 2000
• REVISTA DE ENSINO DE CIÊNCIAS. n.º 11 - Dezembro de 1984 / n.º 18 – Agosto de 1997
• REVISTA NOVA ESCOLA. Editora Abril n.º 85 – Junho de 1995 / n.º 101 - Abril de 1997 / n.º 120 – Março de 1999 / n.º 149 – Janeiro/Fevereiro de 2002 / n.º 163 – Junho/Julho de 2003 / Edição Especial – Parâmetros Curriculares Nacionais
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• SANTOS, Maria Solange. A Utilização de Jogos no Ensino de Matemática, monografia de conclusão de curso, Recife, UFPE, 1999
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