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PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE MASSA SECA DA PARTE AÉREA DO MORANGUEIRO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA

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PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE MASSA SECA DA

PARTE AÉREA DO MORANGUEIRO CULTIVADO EM

AMBIENTE PROTEGIDO SOB ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Viviane Aires de Paula1; Marta Elena Gonzalez Mendez2; Edgar Ricardo Schöffel2; Roberta Marins Nogueira Peil2; Dágnon Silva Ribeiro2; Diego Severo Fraga2; Fábio

Ferrer de Andrade2

1

UFRGS- Faculdade de Agronomia/Dpto. de Agrometeorologia, Av. Bento Gonçalves, 7712, CEP 91540000, Porto Alegre-RS - Bolsista CNPq; 2UFPel-FAEM, Depto. Fitotecnia, Caixa Postal 354, CEP 96010-900,

Pelotas; vivianeadp@yahoo.com.br.

RESUMO

Realizou-se este trabalho, durante o período de maio a dezembro de 2005, no Campus da Universidade Federal de Pelotas, objetivando avaliar o efeito da adubação orgânica sobre a produção de massa seca da parte aérea do morangueiro cultivado em estufa plástica. Os tratamentos de adubação foram: 0, sem adubação; 1, uma dose de vermicomposto bovino; e 2, duas doses de vermicomposto bovino. Foram realizadas coletas de plantas aos 44, 77, 106, 146 e 202 dias após o transplante, para contabilizar a massa seca aérea acumulada por planta. O plantio das mudas foi realizado em 15 parcelas de 4,5 m², com espaçamento de 0,25 x 0,25 m. A massa seca total por planta da parte aérea do tratamento 2 foi 116,04g, dos tratamentos 1 e 0 foram 86,558g e 53,018g, respectivamente. O tratamento 2 apresentou maior crescimento da massa seca de folhas e destinou menos de sua massa seca total aos frutos quando comparado ao tratamento. O tratamento 2 obteve um elevado crescimento vegetativo durante o pico da produção de massa seca de frutas, configurando uma competição entre folhas e frutas por fotoassimilados. Tanto uma como duas doses de adubação orgânica promovem elevada produção massa seca aérea no cultivo de

morangueiro em ambiente protegido, porém, duas doses favorecem um crescimento vegetativo excessivo, não sendo na mesma proporção a produção de massa seca de frutas.

PALAVRAS-CHAVE: Fragaria x ananassa

Duch; biomassa, taxa de crescimento.

ABSTRACT

Production and distribution of dry matter in the above-ground part of the

strawberry field, cultivated in polyethylene greenhouse under organic

fertilizer

The this work was conducted during the period of May the December of 2005, in the Campus of the Universidade Federal de Pelotas, with the objective evaluate the effect of the organic fertilization on the dry matter production in the above-ground part of the strawberry field, cultivated in polyethylene greenhouse. The fertilization treatments used were: 0, fertilizer absence; 1, one bovine manure vermicompost dose; and 2, two bovine manure vermicompost doses. Collected were plants on the 44th, 77th, 106th, 146th and 202nd days after the transplant, to whole the dry matter above ground accumulated for plant. The planting of the new plants was done in 15

(2)

experimental parts, of 4,5 m², using a space of 0,25 x 0,25 m. The dry matter above-ground part total for plant of treatment 2 was 116,04g, of treatments 1 and 0 had been 86,558g and 53,018g, respectively. Treatment 2 presented greater growth of the dry matter leaf and destined less of its total dry mass to the fruits when compared with the treatment. Treatment 2 got one high vegetative growth during the peak of the production dry mass of fruits,

configuring a competition between leves and fruits for photoassimilated. One or two doses of organic fertilization promote high dry matter production in the above-ground part of the strawberry field cultivated in protected environment, however, two doses favor extreme growth vegetative, not being in the same ratio the dry matter fruits production.

KEY WORDS: Fragaria x ananassa Duch;

biomass; growth rate.

INTRODUÇÃO

O cultivo do morangueiro em ambiente protegido favorece o aumento da temperatura média do ar e evita ou reduz danos por geadas, proporcionando precocidade de colheita nos meses de inverno, onde os preços alcançados pelo produto são maiores; contribui também para redução das aplicações de agrotóxicos e o contato da cultura com muitos patógenos (diminuindo o período de molhamento foliar e evitando a ocorrência de chuvas). Segundo Sanhueza (2008), a água da chuva e a utilização de irrigação por aspersão aumentam a necessidade de pulverizações na cultura, pois atuam como agentes de dispersão e propagação de patógenos, e provocam a perda dos produtos aplicados. A adubação orgânica é considerada fundamental para o sucesso da cultura do morangueiro, proporcionando maiores produtividades, sendo uma prática largamente utilizada na cultura no Brasil e em outros países produtores (Santos & Medeiros, 2003), o que vem melhorando a qualidade da fruta para ser comercializada. A adubação orgânica pode contribuir para melhorar a produtividade dos solos (melhorando suas propriedades químicas físicas e biológicas) e reduzir custos de produção. O vermicomposto bovino exige um menor volume de aplicação por área em comparação a outras fontes de adubação orgânica, sendo este uma opção para a utilização em estufas plásticas, onde o espaço físico é limitado para o trabalho com grandes volumes (Schiedeck, 2002); além evitar os problemas com salinização do solo devido ao cultivo excessivo e repetido mediante a utilização de adubos solúveis. A adubação orgânica, apesar de estar sendo utilizada pelos produtores de morango, não se tem dados concisos das quantidades corretas a serem aplicadas ou se há necessidade de complementá-la com adubação mineral. O comportamento da distribuição da massa seca em uma hortaliça de frutos é regido pelas relações fonte e dreno entre as partes da planta, relações estas que se modificam durante o ciclo de desenvolvimento (Peil, 2000). Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da adubação orgânica na produção e na distribuição de massa seca da parte aérea do morangueiro cultivado em ambiente protegido.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido de maio a dezembro de 2005, na área experimental do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas (31º52' S, 52º21' W e 13 m de altitude), com clima definido como Cfa (classificação de Köppen) e o solo, segundo Pinto et al. (1999), classificado como Planossolo

(3)

O cultivo foi realizado em ambiente protegido modelo “Teto em Arco” de 180 m²; orientado no sentido Leste/Oeste; a abertura para ventilação através de cortinas (laterais) e portas (extremidades); coberto com filme plástico de polietileno de baixa densidade (espessura de 150 μm). As recomendações de adubação e calagem foram realizadas de acordo com a Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solos (Rolas, 2004) para a cultura do morangueiro, considerando-se a análise química do solo e do vermicomposto. Os tratamentos de adubação foram: 0 - sem adubação; 1 – uma dose de vermicomposto bovino; e 2 – duas doses de vermicomposto bovino. As doses 1 e 2 correspondem, respectivamente, a uma vez e a duas vezes a recomendação de adubação, que foi determinada a partir do elemento limitante ao cultivo do morangueiro (no caso K) e a calagem realizada com CaO + MgO, indicada pelo índice SMP. As mudas de morangueiro da cultivar Camarosa foram adquiridas comercialmente e sofreram uma “toalete” antes do plantio.

O plantio foi realizado no dia 25 de maio de 2005 em espaçamento de 0,25 m x 0,25 m, utilizando-se 15 parcelas experimentais (de 1,0 m x 4,5 m cada), totalizando 3 linhas de cultivo (51 plantas) por parcela. Nesta ocasião o solo estava umedecido à capacidade de campo. As parcelas foram cobertas com filme plástico preto “mulching” (50 μm). O sistema de irrigação utilizado foi do tipo localizado (gotejamento), com mangueiras acompanhando as linhas de cultivo.

O experimento foi conduzido utilizando o delineamento experimental totalmente ao acaso com parcelas subdivididas. Foram 4 parcelas para cada tratamento (5 plantas previamente marcadas em cada parcela, configurando a parcela subdividida), totalizando 12 parcelas, pois as 3 parcelas restantes foram instalados sensores meteorológicos para monitoramento dos elementos do ambiente. Foram cinco coletas de plantas, em dias após o transplante (DAT): aos 44 (08/07/2005); aos 77; aos 106; aos 146; e aos 202 (13/12/2005).

Em cada coleta foram avaliadas 4 plantas por tratamento (uma planta/parcela/ tratamento) e nestas realizou-se a pesagem da massa fresca (gramas), sendo posteriormente levadas a estufa de secagem a 60ºC, até adquirir peso constante, para obtenção da massa seca da parte aérea (gramas). A taxa de crescimento absoluto foi obtida pela diferença de massa seca acumulada (gramas) entre uma coleta e outra dividida pelo número de dias entre essas coletas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A massa seca da parte aérea apresentou crescimento contínuo e crescente, obtendo crescimento máximo a partir dos 146 DAT (após 18/10) para os três tratamentos de adubação, sendo este o período do pico da produção de massa seca de frutas (Tabela 1). Segundo Grassi et al. (1999), nas primeiras semanas após o plantio o crescimento e o desenvolvimento

da planta são lentos, devido ao sistema de cultivo de mudas frescas, de raízes nuas, no qual tanto o sistema radicular como as folhas sofrem estresse; após essa fase, a absorção de nutrientes aumenta, sendo que o peso da massa seca e o acúmulo de nutrientes atingem o máximo na época do pico de produção de morango.

Os três tratamentos diferiram significativamente em massa seca total final da parte aérea (202 DAT), sendo o tratamento 2 34% (116,04 g) superior ao tratamento 1 (86,56 g) e o tratamento 0 muito inferior aos demais tratamentos (Tabela 1).

(4)

O tratamento 2, com o dobro de adubação em relação ao tratamento 1, apresentou uma

massa seca de folhas 74% superior ao tratamento 1 (de 28,45 para 49,51 g planta-¹), o que

não se verificou na mesma proporção para a massa seca de frutas que foi apenas 10,42% (de 54 para 60 g planta-¹). A fração da massa seca destinada as frutas (FMSF) para o tratamento 1 foi 63%; aos 202 DAT, para o tratamento 2 ficou próximo aos 50%; e o tratamento 0 destinou em torno de 62% de sua massa seca total as frutas, no entanto, sua massa seca total foi aproximadamente metade daquela obtida pelos tratamentos 1 e 2 (Tabela 1). Os três tratamentos apresentaram suas maiores taxas de crescimento absoluto (TCA) da massa seca total durante o período de maior produção de massa seca de frutas (146 aos 202 DAT), no entanto, o tratamento 2, ao contrário dos tratamentos 1 e 0, obteve maior TCA da massa seca

de folhas (g dia-¹) nesse período (Tabela 1). O maior crescimento da massa seca de folhas

ocasionou o aumento da massa seca total no tratamento 2, não aumentando proporcionalmente sua massa seca de frutas, indicando que houve competição entre a parte vegetativa da planta e as frutas. O maior crescimento vegetativo deve ocorrer antes do pico da produção de frutas, pois as folhas são as fontes de fotoassimilados para as frutas (drenos).

Em comparação ao cultivo de morango sem fornecimento de adubo a adição de uma ou de duas doses de vermicomposto bovino promove aumento massa seca da parte aérea; sendo que duas doses promovem um crescimento excessivo da massa seca da parte vegetativa, no período de maior produção de massa seca de frutas. A fração de massa seca alocada às frutas de morango não aumenta na mesma taxa de acréscimo da massa seca promovida com o fornecimento das doses de vermicomposto bovino à cultura.

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia/FAEM/UFPel; e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão de Bolsa de Estudos, possibilitando a realização do curso de mestrado do primeiro autor e conseqüentemente do presente trabalho.

LITERATURA CITADA

GRASSI FILHO H; SANTOS CH; CRESTE JE. 1999. Nutrição e adubação do morangueiro. In.: Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 20: 36-40.

PEIL RMN. 2000. Radiación Solar Interceptada y crecimiento del pepino cultivado en NFT.

Almeria: Escola Politécnica Superior de Almeria/ Universidade de Almeria, 210p (Tese de doutorado).

PINTO LF; PAULETTO EA; GOMES AS; SOUSA RO. 1999. Caracterização de solos de várzea.

In: GOMES AS; PAULETTO EA. Manejo do solo e da água em área de várzea. Pelotas:

EMBRAPA Clima Temperado, 201p.

ROLAS. 2004. Recomendação de adubação e de calagem para os Estados do Rio Grande

do Sul e de Santa Catarina. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS)– Núcleo Regional

(5)

SANHUEZA RMV. 2008, 3 de maio. Produção orgânica de morangueiros no sul do Brasil.

Disponível em http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/artigos/morango.html.

SANTOS AM; MEDEIROS ARM. 2003. Nutrição, calagem e adubação. In. Morango Produção.

Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, Frutas do Brasil 40: 39-45.

SCHIEDECK G. 2002. Ambiência e resposta agronômica de meloeiro (Cucumis melo L.)

cultivado sob adubação orgânica em ambiente protegido. Pelotas: Programa de

Pós-graduação em Agronomia/Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/UFPel, 100p (Tese de Doutorado).

Tabela 1. Massa seca da parte aérea, fração de massa seca destinada as frutas (FMSF), taxa de crescimento

absoluto total da parte aérea (TCA total), taxa de crescimento absoluto de folhas (TCA folhas), para os três tratamentos de adubação, ao longo do ciclo de cultivo de morangueiro cultivado em ambiente protegido, em Pelotas-RS. (Dry matter above ground, dry matter fraction for the fruit (FMSF), total absolute growth rate of above

ground (TCA total), absolute growth rate of leaves (TCA folhas), for the three treatments of fertilizer, along cultivation season of strawberries field cultivated in polyethylene greenhouse, in Pelotas-RS)

Massa Seca (g planta-¹)

DAT Total da parte aérea Folhas Frutas T0 T1 T2 T0 T1 T2 T0 T1 T2 44 1,80 a 1,99 a 2,49 a 1,07 1,11 1,47 _ _ _ 77 9,70 a 15,24 a 11,62 a 5,96 7,67 6,20 2,82 5,77 4,25 106 13,47 a 18,69 a 25,40 a 7,43 11,19 14,61 4,33 5,69 9,38 146 25,94 a 42,29 a 41,71 a 11,38 17,16 18,72 11,77 21,96 20,02 202 53,02 c 86,56 b 116,04 a 17,99 28,45 49,51 32,72 54,46 60,14 DDAT FMSF (%) TCA Total) TCA Folhas

(g planta-1 dia-1 (g planta-1 dia-1) T0 T1 T2 T0 T1 T2 T0 T1 T2 44 - - - 0,041 0,045 0,057 0,024 0,025 0,033 77 35,73 43,49 36,55 0,239 0,401 0,277 0,148 0,198 0,144 106 32,22 30,47 39,46 0,129 0,118 0,475 0,051 0,122 0,290 146 45,39 51,94 48,00 0,312 0,589 0,408 0,284 0,429 0,468 202 61,71 62,92 51,83 0,481 0,791 1,327 0,118 0,202 0,549 Médias seguidas de mesma letra nas linhas, não diferem entre si pelo teste Duncan, ao nível de 5% de probabilidade; para as outras variáveis de massa seca o teste Duncan não comparou médias dentro de cada época de coleta, pois a interação entre tratamentos e coletas não foi significativa; T0 - tratamento sem adubação; T1 – tratamento com uma dose de vermicomposto bovino; T2 – tratamento com duas doses de vermicomposto bovino; DAT – Dias após o transplante. (Averages followed by same letter in the lines, do not differ by Duncan test, the level of 5% probability; for other variables dry mass Duncan not compared the test averages within each time of collection, because the interaction between treatments and collection was not significant; T0 – fertilizer absence treatment; T1 - one bovine manure vermicompost dose; T2 - two bovine manure vermicompost doses; DAT - Days after the transplant)

Referências

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