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Cálculo Diferencial e Integral I - LEIC

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Academic year: 2021

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INSTITUTO SUPERIOR T ´ECNICO

Departamento de Matem´atica 15 de Janeiro de 2011

alculo Diferencial e Integral I - LEIC

2

o¯

Teste - Vers˜

ao 1 - Resolu¸

ao

1. Indique uma primitiva para a fun¸c˜ao definida em ]0, e [ pela express˜ao 1

x√1 − log x

Resolu¸c˜ao: Para determinar uma primitiva da fun¸c˜ao dada, ome¸ca-se por tentar identificar a derivada de uma potˆencia, isto ´e, uma express˜ao da forma uαu0, para a qual se tem

P u0uα=      uα+1 α + 1 se α 6= −1 log |u| se α = −1 . (1)

Neste caso, dada a express˜ao em causa, para ser a derivada de uma potˆencia ter´a que se ter u = 1 − log x. Nesse caso, u0= −1x e α = −12. Como a express˜ao dada se pode escrever na forma

1

x(1 − log x)

−1

2 , (2)

trata-se realmente da derivada de uma potˆencia e tem-se

Z 1 x√1 − log xd x = − Z  −1 x  (1 − log x)−12 d x = −(1 − log x) −1 2+1 −1 2+ 1 = −2p1 − log x (3) sendo esta ´ultima express˜ao a primitiva pretendida.

2. Determine uma fun¸c˜ao definida em R+ que satisfa¸ca as seguintes condi¸c˜oes: f0(x) = x4arctg x5 , f (0+) = π

Resolu¸c˜ao: Visto que temos a derivada de f e pretendemos a fun¸c˜ao original temos que realizar o processo inverso da deriva¸c˜ao, isto ´e, f tem que ser uma primitiva da express˜ao dada.

Procurando, novamente, a derivada de uma potˆencia conclui-se que a ´unica possibilidade seria u = arctg x5. Como, nesse caso, seria u0 = 5x4

1+x10, o que n˜ao se encontra na express˜ao dada,

conclui-se que n˜ao deve ser uma primitiva imediata desse tipo. Como n˜ao parece ser imediata e envolve um arctg, a melhor op¸c˜ao deve ser a primitiva¸c˜ao por partes. Para escolher o modo de aplica¸c˜ao do m´etodo, tem-se em conta que a opera¸c˜ao de deriva¸c˜ao simplifica bastante o arctg e este n˜ao ´e imediatamente primitiv´avel. Assim escolhe-se derivar arctg x5 e primitivar x4, vindo

u0= x4⇒ u = x 4+1 4 + 1 = x5 5 v = arctg x 5⇒ v0= (x5)0 1 + (x5)2 = 5x4 1 + x10 (4)

Aplicando a f´ormula de primitiva¸c˜ao por partes (P u0v = uv − P uv0) vem Z x4arctg x5d x = x 5 5  arctg x5 − Z  x5 5   5x4 1 + x10  d x = x 5arctg x5 5 − Z x9 1 + x10d x (5)

(2)

Para determinar a primitiva correspondente ao ´ultimo termo come¸ca-se por verificar se se trata da derivada de uma potˆencia. Par tal, a ´unica hip´otese vi´avel ´e escolher u = 1 + x10, e α = −1.

Nesse caso viria u0 = 10x9 o que, a menos de uma constante, ´e exactamente o que se encontra no

numerador. Tem-se, ent˜ao (cf. (1)),

Z x9 1 + x10d x = x5arctg x5 5 − 1 10 Z 10x9 1 + x10−1 d x = 1 10log 1 + x 10 (6) (note-se que o m´odulo que figura em (1) ´e desnecess´ario pois 1 + x10

> 0 para todo o x ∈ R). Substituindo na express˜ao anterior vem

Z x4arctg x5d x = x 5arctg x5 5 − 1 10log 1 + x 10 (7)

Obtem-se, assim, uma primitiva de f0 definida em R+. Como este conjunto ´e um intervalo e quaisquer duas primitivas de uma mesma fun¸c˜ao definidas num mesmo intervalo diferem de uma constante conclui-se que existe um C ∈ R tal que

f (x) = x 5arctg x5 5 − 1 10log 1 + x 10 + C (8)

Para determinar o valor de C recorre-se `a condi¸c˜ao adicional f (0+) = π. Tem-se, ent˜ao, f (0+) = lim x→0+f (x) = limx→0+ x5arctg x5 5 − 1 10log 1 + x 10 + C = 0 5arctg 05 5 − 1 10log 1 + 0 10 + C = C, (9)

j´a que a fun¸c˜ao tem um prolongamento cont´ınuo `a origem. Logo, f (0+) = C = π e f (x) = x 5arctg x5 5 − 1 10log 1 + x 10 + π (10)

3. Calcule o valor do seguinte integral Z π2

0

(4 sen x − 13) cos x

( sen2x + sen x − 6)( sen x − 2)d x

Resolu¸c˜ao: Dada a particular forma da express˜ao da fun¸c˜ao integranda (pode, evidentememte, ser escrita na forma f (sin x) cos x), deve utilizar-se a mudan¸ca de vari´avel de integra¸c˜ao t = sen x. Assim, tem-se

               t = sen x d t = ( sen x)0 d x = cos x d x x = 0 ⇒ t = sen 0 = 0 x = π2 ⇒ t = senπ 2 = 1 . (11)

Note-se, ainda, que a fun¸c˜ao ϕ(x) = sen x ´e uma bijec¸c˜ao de [0,π2] em [0, 1]. Substituindo no integral vem

Z π2

0

4 sen x − 13

( sen2x + sen x − 6)( sen x − 2)cos x d x =

Z 1

0

4t − 13

(3)

Reduziu-se, portanto, o problema ao c´alculo do integral de uma fun¸c˜ao racional. Constata-se que a fun¸c˜ao ´e uma frac¸c˜ao pr´opria pois o grau do numerador ´e inferior ao grau do denominador, logo n˜ao ´e preciso fazer a divis˜ao inteira dos dois polin´omios. O passo a seguir ´e factorizar o polin´omio do denominador . Para tal usa-se a f´ormula reolvente para equa¸c˜oes polinomiais do segundo grau vindo

t2+ t − 6 = 0 ⇔ t = −3 ∨ t = 2 (13)

Ent˜ao o polin´omio no denominador tem uma raiz simple t1= −3 e uma raiz dupla t2= 2, admitindo

a decomposi¸c˜ao (t − 2)2(t + 3). Para calcular o integral determina-se, em seguida, a expans˜ao em

frac¸c˜oes simples da frac¸c˜ao integranda, determinando A, B e C tais que 4t − 13 (t2+ t − 6)(t − 2)= A t − 2+ B (t − 2)2+ C t + 3 (14)

(note-se que para a raiz dupla aparecem dois termos: um correspondente a t − 2 e outro a (t − 2)2).

A esta decomposi¸c˜ao est´a, naturalmente, associada a identidade polinomial

4t − 13 = A(t − 2)(t + 3) + B(t + 3) + C(t − 2)2 (15)

Como a igualdade deve ser verdadeira para todo o t ∈ R tem que ser verdadeira quando t assume os valores das ra´ızes do denominador, isto ´e, para t = 2 e t = −3. Substituindo obtˆem-se as seguintes equa¸c˜oes:

( t = 2 ⇒ 4(2) − 13 = A(0) + B(5) + C(0) ⇒ B = −1

t = −3 ⇒ 4(−3) − 13 = A(0) + B(5) + C(25) ⇒ C = −1

(16) Como ainda falta determinar o valor da constante A e j´a se usaram todas as ra´ızes do denominador recorre-se a uma das equa¸c˜oes obtidas pelo m´etodo dos coeficientes indeterminados, isto ´e, igualam-se os coeficientes das potˆencias de t do mesmo expoente em ambos os membros da identidade polinomial. Como s´o ´e necess´aria mais uma equa¸c˜ao usa-se s´o uma das potˆencias de t, escolhendo-se, por simplicidade, t0isto ´e, os termos constantes de ambos os polin´omios. Em (15), o coeficiente

constante do polin´omio da esquerda ´e −13 e o da direita ´e −6A + 3B + 4C. Reunindo as trˆes equa¸c˜oes obtidas vem

         B = −1 C = −1 −6A + 3B + 4C = −13 ⇔          B = −1 C = −1 A = 1 (17)

Substituindo em (14) obt´em-se a decomposi¸c˜ao pretendida e, por (12), vem Z π2

0

4 sen x − 13

( sen2x + sen x − 6)( sen x − 2)cos x d x =

Z 1 0 1 t − 2+ −1 (t − 2)2+ −1 t + 3d t (18)

Todas as frac¸c˜oes que figuram na express˜ao da integranda s˜ao imediatamente primitiv´aveis usando (1), tendo-se Z 1 t − 2d t = Z (t − 2)−1d t = log |t − 2| Z 1 (t − 2)2d t = Z (t − 2)−2d t = (t − 2) −2+1 −2 + 1 = −1 t − 2 Z 1 t + 3d t = Z (t + 3)−1d t = log |t + 3| (19)

(4)

Usando a linearidade do integral e a Regra de Barrow vem Z π2

0

4 sen x − 13

( sen2x + sen x − 6)( sen x − 2)cos x d x

= Z 1 0 1 t − 2d t − Z 1 0 1 (t − 2)2d t − Z 1 0 1 t + 3d t = [log |t − 2|]10−  −1 t − 2 1 0 − [log |t + 3|]10 = (log |1 − 2| − log |0 − 2|) −  −1 1 − 2 − −1 0 − 2  − (log |1 + 3| − log |0 + 3|) = (log 1 − log 2) −  1 − 1 2 

− (log 4 − log 3) = − log 2 −1 2 − log 4 3 = log 3 2 × 4− 1 2 = log 3 8√e (20)

4. Determine a ´area da regi˜ao do plano definida pelas seguintes condi¸c˜oes:

y ≥ −2x + 5 , y ≥ (x − 2)2+ 1 , y ≤ 12

x + 3 , x ≤ 3

Resolu¸c˜ao: Para determinar a ´area pretendida deve come¸car-se por obter uma ideia da figura correspondente de modo a poder escrever uma express˜ao integral para essa ´area. Para tal, comece-se por notar que a linha de equa¸c˜ao y = −2x + 5 ´e uma recta que cruza o eixo das ordenadas no ponto (0, 5) e tem declive −2. Assim, a regi˜ao correspondente a y ≥ −2x + 5 ´e um semi-plano que n˜ao intersecta o terceiro quadrante:

Por outro lado, a curva de equa¸c˜ao y = (x − 2)2+ 1 ´e uma par´abola com v´ertice em (2, 1) e

virada para cima. Para determinar a posi¸c˜ao relativa das duas curvas determinam-se os pontos que satisfazem as duas igualdades simultaneamente, isto ´e, resolve-se o sistema

( y = (x − 2)2+ 1 y = −2x + 5 ⇔ ( (x − 2)2+ 1 = −2x + 5 y = −2x + 5 ⇔ ( x2− 2x = 0 y = −2x + 5 ⇔ ( x = 0 y = 5 ∨ ( x = 2 y = 1 Dado que se pretende a regi˜ao acima de ambas as curvas tem-se que esta estar´a contida na regi˜ao sombreada:

(5)

Como a terceira condi¸c˜ao (a linha correspondente ´e uma hip´erbole equil´atera) ´e um pouco mais complicada que a ´ultima come¸ca-se por determinar a intersec¸c˜ao desta com as restantes equa¸c˜oes. Para a intersec¸c˜ao com a recta obt´em-se x = 3 ∧ y = −1, no caso da intersec¸c˜ao com a par´abola, x = 3 ∧ y = 2 e no caso da hip´erbole x = 3 ∧ y = 2 (para determinar estas intersec¸c˜oes basta substituir x = 3 nas respectivas equa¸c˜oes). Ent˜ao, a regi˜ao correspondente `a conjun¸c˜ao destas trˆes condi¸c˜oes ´e

Para terminar o esbo¸co da regi˜ao falta a curva que a delimita superiormente, isto ´e, o ramo superior da curva de equa¸c˜ao y(x + 3) = 12 (j´a que o semi-plano inferior se encontra exclu´ıdo da regi˜ao). A intersec¸c˜ao dessa curva com a recta ´e dada pela solu¸c˜ao do sistema

( y(x + 3) = 12 y = −2x + 5 ⇔ ( (−2x + 5) (x + 3) = 12 y = −2x + 5 ⇔ ( −2x2− x + 3 = 0 y = −2x + 5 ⇔      x = 1 ±p1 2− 4(−2)(3) 2(−2) y = −2x + 5 ⇔    x = 1 ± 5 −4 y = −2x + 5 ⇔ ( x = 1 y = 3 ∨ ( x = −3 2 y = 8 , (21)

sendo que o ´ultimo destes pontos n˜ao pertence `a fronteira da regi˜ao por se encontrar abaixo da par´abola.

Por outro lado a intersec¸c˜ao da hip´erbole com a par´abola obtem-se resolvendo o sistema ( y(x + 3) = 12 y = (x − 2)2+ 1 ⇔ ( (x − 2)2+ 1 (x + 3) = 12 y = (x − 2)2+ 1 ⇔ ( x3− x2− 7x + 3 = 0 y = (x − 2)2+ 1 (22)

A primeira equa¸c˜ao do sistema ´e uma equa¸c˜ao polinomial do terceiro grau o que a torna algo mais complicada de resolver. No entanto, a partir das intersec¸c˜oes anteriormente determinadas resulta imediato que o ponto (3, 2) pertence a ambas as curvas. Ent˜ao, x = 3 tem que ser uma das solu¸c˜oes dessa equa¸c˜ao do terceiro grau o que significa que ´e um zero do polin´omio obtido e que ´e poss´ıvel utilizar a regra de Ruffini para baixar o grau da equa¸c˜ao. Usando esta regra com a raiz x = 3 vem

(6)

1 -1 -7 3

3 3 6 -3

1 2 -1 0

Logo a primeira equa¸c˜ao do sistema ´e equivalente a

x = 3 ∨ x2+ 2x − 1 = 0 ⇔ x = 3 ∨ x = −1 ±p12+ 1 ⇔ x = 3 ∨ x = −1 ±2 (23)

Usando a segunda equa¸c˜ao do sistema obtˆem-se os pontos (3, 2) ,  1 −√2,6 7(4 + √ 2)  e  1 +√2,6 7(4 − √ 2)  .

Por an´alise dos pontos obtidos conclui-se que os dois ´ultimos pontos est˜ao fora da regi˜ao considerada pois encontram-se abaixo da recta. Esta regi˜ao ´e portanto definida pelas curvas dadas cruzando-se nos pontos (1, 3), (2, 1) e (3, 2):

Pode-se, agora, escrever facilmente a express˜ao integral para o valor da ´area da regi˜ao em causa, bastando em cada intervalo ]1, 2[ e ]2, 3[ verificar qual a fun¸c˜ao cujo gr´afico delimita superiormente a regi˜ao e qual a fun¸c˜ao cujo gr´afico delimita inferiormente a regi˜ao (bastava ter em conta as condi¸c˜oes dadas e as intersec¸c˜oes mas o gr´afico obtido permite visualizar melhor o problema), tendo-se

A = Z 2 1 12 x + 3 − (−2x + 5) d x + Z 3 2 12 x + 3− (x − 2) 2+ 1 d x = Z 3 1 12 x + 3d x + Z 2 1 2x − 5 d x − Z 3 2 (x − 2)2+ 1 d x (24)

Todas as primitivas que ´e necess´ario calcular s˜ao imediatas bastando usar, repetidamente, a f´ormula (1), tendo-se Z 12 x + 3d x = 12 Z (x + 3)−1= 12 log |x + 3| Z 2x − 5 d x = 2 x 1+1 1 + 1− 5x = x 2− 5x Z (x − 2)2+ 1 d x = (x − 2) 2+1 2 + 1 + x = (x − 2)3 3 + x (25)

Usando, finalmente, a Regra de Barrow para determinar o valor dos integrais em (24) vem A = [12 log |x + 3|]31+x2− 5x2 1−  (x − 2)3 3 + x 3 2 = [12 log |3 + 3| − 12 log |1 + 3|] +22− 5 × 2 − 12− 5 × 1 − (3 − 2) 3 3 + 3 −  (2 − 2)3 3 + 2  = 12 log6 4− 2 − 4 3 = 12 log 3 2− 10 3

(7)

obtendo-se, assim, o valor da ´area que se pretendia calcular.

5. Seja f : R → R definida pela express˜ao

f (x) = e2x− sen (2x) + cos(2x) a) Determine o polin´omio de MacLaurin do terceiro grau para f . b) Estude quanto `a existˆencia de extremo na origem a fun¸c˜ao f .

c) Estude f quanto ao sentido da concavidade do seu gr´afico na vizinhan¸ca da origem.

Resolu¸c˜ao: a) Para determinar o polin´omio de MacLaurin de terceira ordem basta ter em conta que se trata do polin´omio de Taylor centrado em 0 e aplicar a forma geral dos coeficientes do polin´omio de Taylor centrado em x0∈ R:

an =

f(n)(x0)

n! (26)

Neste caso, trata-se, portanto, de determinar as 4 primeiras derivadas (contando com a de ordem 0) de f na origem. Comece-se por notar que, sendo f a soma e composta de fun¸c˜oes de classe C∞ (exponencial, seno, coseno e fun¸c˜oes polinomiais), f ´e de classe C∞ podendo, portanto, obter-se as suas derivadas de qualquer ordem por uso das regras de deriva¸c˜ao. Vem

f(0)(x) = e2x− sen (2x) + cos(2x) ⇒ f(0)(0) = 1 − 0 + 1 = 2

f(1)(x) = 2 e2x− 2 cos(2x) − 2 sen (2x) ⇒ f(1)(0) = 2 − 2 − 0 = 0

f(2)(x) = 4 e2x+ 4 sen (2x) − 4 cos(2x) ⇒ f(2)(0) = 4 + 0 − 4 = 0

f(3)(x) = 8 e2x+ 8 cos(2x) + 8 sen (2x) ⇒ f(1)(0) = 8 + 8 + 0 = 16

(27)

Basta, agora, escrever o polin´omio centrado em 0 com os coeficientes determinados por (26) P3(x) = 2 + 0 1!x + 0 2!x 2+16 3!x 3= 2 + 8 3x 3, (28)

sendo este o polin´omio que se pretendia determinar.

b) Para estudar quanto `a existˆencia de extremo na origem a fun¸c˜ao f , basta usar o Teorema de Taylor para os extremos, isto ´e, determinar as sucessivas derivadas na origem, at´e se determinar uma que n˜ao se anule, e estudar a ordem e o sinal dessa derivada. Neste caso a tarefa ´e particularmente simplificada por j´a se terem determinado as derivadas relevantes, concluindo-se de imediato que a primeira derivada que n˜ao se anula na origem ´e de ordem ´ımpar e positiva. O referido teorema permite, ent˜ao, concluir que a fun¸c˜ao f n˜ao tem extremo na origem (derivada de ordem ´ımpar) e ´e crescente numa vizinhan¸ca desse ponto (derivada positiva).

c) Para estudar f quanto ao sentido da concavidade do seu gr´afico na vizinhan¸ca da origem utiliza-se o Teorema de Taylor para as concavidades, isto ´e, determinam-se as sucessivas derivadas na origem, at´e se determinar uma que n˜ao se anule, e estuda-se a ordem e o sinal dessa derivada. Como se viu na al´ınea anterior a primeira derivada que n˜ao se anula na origem ´e de ordem ´ımpar e positiva. O referido teorema permite, ent˜ao, concluir que a fun¸c˜ao f tem um ponto de inflex˜ao na origem (derivada de ordem ´ımpar) tendo a concavidade virada para baixo (concava) imediatamente `

a esquerda da origem e virada para cima (convexa) imediatamente `a direita desse ponto (derivada positiva).

(8)

6. Seja f a fun¸c˜ao definida pela express˜ao

f (x) = Z 2x

x

e−t23 d t

no conjunto dos pontos onde existe o integral. a) Justifique que f ∈ C0

(R) e determine f (0).

b) Prove que f (−x) = −f (x) para qualquer x ∈ R. Estude f quanto `a simetria e periodicidade. c) Mostre que, para qualquer x ∈ R+ existe um c ∈ [x, 2x] tal que f (x) = x e−c23 e que, tamb´em

para x ∈ R+, se tem x e−4x2

3 ≤ f (x) ≤ x e− x2

3. Prove que f (+∞) = 0

d) Determine todas as ass´ıntotas rectil´ıneas de f . e) Verifique que f ∈ C1

(R) e que a sua derivada ´e dada por f0(x) = e−x23



2 e−x2− 1 f) Estude o sentido da concavidade do gr´afico de f .

Resolu¸c˜ao: a) Dizer que f ∈ C0

(R) ´e, por defini¸c˜ao, dizer que f ´e cont´ınua em R logo, para garantir que assim ´e basta constatar que, sendo g a fun¸c˜ao integranda, g ´e cont´ınua em R sendo, portanto, integr´avel em qualquer intervalo compacto de R o que se sabe significar que o integral indefinido de g ´e cont´ınuo em R (independentemente da origem). Como

f (x) = Z 0 x g(t) d t + Z 2x 0 g(t) d t = − Z x 0 g(t) d t + Z 2x 0 g(t) d t , (29)

f pode ser vista como a diferen¸ca entre a composta do integral indefinido de g com um polin´omio e esse mesmo integral indefinido sendo, portanto uma fun¸c˜ao cont´ınua. Para calcular f (0) basta ver que

f (0) = Z 0

0

g(t) d t = 0 (30)

pois trata-se de um integral num intervalo degenerado (reduzido a um ponto).

b) Para provar que f (−x) = −f (x) come¸ca-se por calcular o membro esquerdo da igualdade, vindo

f (−x) = Z 2(−x) (−x) g(t) d t = Z −2x −x g(t) d t (31)

Para relacionar esta express˜ao com o segundo membro da igualdade ´e necess´ario alterar os extremos do integral o que pode ser conseguido recorrendo a uma mudan¸ca de vari´avel. Como se pretende transformar −x em x e −2x em 2x a mudan¸ca a aplicar ´e, claramente u = −t que ´e, trivialmente, uma bijec¸c˜ao entre os intervalos em causa. Aplicando a mudan¸ca vem:

u = −t ⇒ d t = − d u t = −x ⇒ u = x t = −2x ⇒ u = 2x

(32)

Substituindo no integral resulta, para qualquer x ∈ R, f (−x) = Z 2x x e−(−u)23 (−1) d u = − Z 2x x e−u23 d u = −f (x). (33)

(9)

Logo a proposi¸c˜ao ´e verdadeira.

Para estudar f quanto `a simetria basta ter em conta a propriedade que se acabou de demonstrar (f (−x) = −f (x) para todo o x ∈ R) que equivale a dizer que f ´e ´ımpar. Para verificar que n˜ao ´e peri´odica basta constatar que, se x > 0, f (x) ´e um integral de uma fun¸c˜ao estritamente positiva num intervalo n˜ao degenerado n˜ao sendo portanto nula. Como f (0) = 0, f n˜ao pode ser peri´odica. c) Como para x > 0 o comprimento do intervalo de integra¸c˜ao ´e x, ´e de esperar que a existˆencia do ponto c resulte da aplica¸c˜ao do teorema da m´edia. Dado que g ´e cont´ınua em R pode aplicar-se a vers˜ao do teorema da m´edia para fun¸c˜oes cont´ınuas que garante que:

f (x) = Z 2x

x

g(t) d t = (2x − x)g(c) = x e−c23 , com c ∈ [x, 2x] (34)

Para verificar a segunda parte do resultado pasta ver que se 0 < x ≤ c ≤ 2x ent˜ao x2 ≤ c2≤ 4x2

e, portanto −4x2≤ −c2≤ −x2. Como a exponencial ´e uma fun¸

ao crescente, para x ∈ R+, 0 < x ≤ c ≤ 2x ⇒ −4x 2 3 ≤ −c2 3 ≤ −x2 3 ⇒ e −4x2 3 ≤ e− c2 3 ≤ e− x2 3 ⇒ x e− 4x2 3 ≤ x e− c2 3 ≤ x e− x2 3

Usando a propriedade (34) resulta imediato que, para qualquer x ∈ R+, x e−4x2

3 ≤ f (x) ≤ x e− x2

3 .

Quanto `a ´ultima parte da pergunta resulta imediata de 0 < f (x) ≤ x e−x2

3 e do facto de lim x→+∞x e −x2 3 = lim x→+∞ x ex23 (35) correspondendo este ´ultimo limite a um s´ımbolo de indetermina¸c˜ao (∞) ao qual pode ser poss´ıvel aplicar a Regra de Cauchy. Como as fun¸c˜oes intervenientes satisfazem todas as condi¸c˜oes de reg-ularidade necess´arias (quer o numerador quer o denominador s˜ao diferenci´aveis em R e a derivada do denominador n˜ao se anula em R+) para poder aplicar a dita regra basta que exista o limite do

quociente das derivadas. Tem-se, ent˜ao lim x→∞ (x)0  ex23 0 = limx→∞ 1 2x 3 e x2 3 = 1 ∞ = 0 (36)

Ent˜ao pela Regra de Cauchy, o limite em +∞ da fun¸c˜ao que majora f (x) ´e nulo logo, como f (x) > 0 para x ∈ R+, f (+∞) = 0.

d) Pela al´ınea (a) f ∈ C0

(R) logo f n˜ao tem ass´ıntotas verticais. Pela al´ınea (c) f (+∞) = 0 logo f tem uma ass´ıntota horizontal `a direita, y = 0. Pela al´ınea (b) f ´e ´ımpar logo f (−∞) = −f (+∞) = 0 e, portanto, y = 0 tamb´em ´e uma ass´ıntota horizontal `a esquerda. Como uma fun¸c˜ao cont´ınua n˜ao pode ter mais do que uma ass´ıntota n˜ao vertical `a esquerda e uma `a direita conclui-se que a ´unica ass´ıntota do gr´afico de f ´e y = 0.

e) Para garantir que f ∈ C1

(R), pode-se usar a Regra de Leibnitz, isto ´e, que a fun¸c˜ao g ´e cont´ınua no intervalo de integra¸c˜ao para qualquer x no dom´ınio de f (o que ´e imediato pois g ´e cont´ınua em R) e que os extremos de integra¸c˜ao s˜ao fun¸c˜oes de classe C1 (o que ´e trivial pois trata-se de

polin´omios). Por essa mesma regra, f0(x) =e−t23  t=2x(2x) 0e−t2 3  t=x(x) 0= e−(2x)2 3 (2) − e−x23 (1) = 2 e−4x23 − e−x23 (37)

Basta, agora, por em evidˆencia a ´ultima exponencial e vem, para qualquer x ∈ R, f0(x) = e−x23  2 e−4x23 +x23 − 1  = e−x23  2 e−3x23 − 1  = e−x23  2 e−x2− 1 (38) que era o que se pretendia demonstrar.

(10)

f) Para estudar o sentido da concavidade do gr´afico de f para qualquer x ∈ R deve-se fazer o estudo do sinal da segunda derivada de f a qual pode ser obtida atrav´es das regras de deriva¸c˜ao a partir do resultado estabelecido na al´ınea anterior (j´a que f0 ´e obviamente de classe C1 por ser a soma,

produto e composta de fun¸c˜oes diferenci´aveis - a exponencial e fun¸c˜oes polinomiais). Tem-se, ent˜ao, f00(x) = e−x23 0 2 e−x2− 1+ e−x23  2 e−x2− 10 = −2x 3 e −x2 3  2 e−x2− 1+ e−x23  2(−2x) e−x2 = e−x2 3  −2x 3  2 e−x2− 1− 4x e−x2  = e−x23  −4x 3 e −x2 +2x 3 − 4x e −x2 = e−x23  −16x 3 e −x2 +2x 3  = 2x 3 e −x2 3  −8 e−x2+ 1 (39)

Como f00´e uma fun¸c˜ao cont´ınua, para trocar de sinal tem que se anular. Determinam-se, portanto, os zeros de f00: f00(x) = 0 ⇔ 2x 3 = 0 ∨ e −x2 3 = 0 ∨ −8 e−x 2 + 1 = 0 (40)

A primeira equa¸c˜ao s´o tem a solu¸c˜ao trivial x = 0, a segunda ´e imposs´ıvel e para a terceira tem-se −8 e−x2+ 1 = 0 ⇔ e−x2= 1 8 ⇔ −x 2= log1 8 ⇔ x 2= log 8 ⇔ x = ±p log 8 (41)

Constr´oi-se de seguida o quadro do sinal de f00 vindo

−√log 8 0 √log 8 −8 e−x2 + 1 + 0 − − − 0 + 2x 3 − − − 0 + + + e−x23 + + + + + + + f00(x) − 0 + 0 − 0 +

Ent˜ao o gr´afico de f tem a concavidade virada para baixo (´e concava) em ] − ∞, −√log 8[ e em ]0,√log 8[ e virada para cima (´e convexa) em ] −√log 8, 0[ e em ]√log 8, +∞[.

Referências

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