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Acórdão nº 150/2011

Recurso VOL/CRF-039/2010

Recorrente: INTEGRAÇÃO TRANSPORTES LTDA.

Recorrida: GERÊNCIA EXECUTIVA DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS – GEJUP

Interessada: SÉRGIO SANCHES DE OLIVEIRA – OAB/PE 13.679 Preparadora: RECEBEDORIA DE RENDAS DE CAMPINA GRANDE Autuantes: DANIEL PEREIRA DE ANDRADE

NEILTON APOLINÁRIO GUEDES Relator: CONS. ROBERTO FARIAS DE ARAÚJO

RECURSO VOLUNTARIO DESPROVIDO. CITAÇÃO VÁLIDA.

LEGITIMIDADE PASSIVA COMPROVADA. PELIMINARES

REJEITADAS. TRANSPORTE IRREGULAR DE MERCADORIAS. DOCUMENTAÇÃO FISCAL INIDÔNEA. CONFIRMAÇÃO. MANTIDA A DECISÃO RECORRIDA. AUTO DE INFRAÇÃO PROCEDENTE. - Cabível a aplicação da Teoria da Aparência, para considerar válida a citação via postal, efetivada no endereço regular da empresa autuada e recebida por pessoa que, mesmo sem poderes de representação, a assina sem ressalvas. - Comprovada a legitimidade passiva da transportadora inscrita no cadastro estadual de contribuintes do ICMS, sendo responsável, por atribuição legal, pelo pagamento do imposto no caso de transporte de mercadorias acompanhadas de documento fiscal inidôneo. Descabida a hipótese de litisconsórcio passivo necessário, por absoluta falta de previsão da lei estadual, restando, assim, rejeitadas as preliminares argüidas pela recorrente.

- Diante da ausência de contraprovas nos autos, restou confirmada a acusação de transporte de mercadorias acompanhadas de nota fiscal inidônea, em razão de as mercadorias descritas não guardar identidade com as efetivamente transportadas.

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, à unanimidade de acordo com o voto do relator, pelo recebimento do RECURSO VOLUNTÁRIO, por regular e tempestivo, e no mérito, pelo seu DESPROVIMENTO para manter a decisão singular que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração de Mercadorias em Trânsito com Documento de Origem nº 90301070.10.00000031/2009-62, lavrado em 04/05/2009, contra INTEGRAÇÃO TRANSPORTES LTDA., inscrita no CCICMS deste Estado sob nº 16.149.625-3, e a responsável solidária ALMEIDA COMÉRCIO DISTRIBUIDOR DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA., inscrita no CCICMS sob o nº 16.087.154-9, devidamente qualificadas nos autos, permanecendo exigível o crédito tributário de R$ 17.850,00 (dezessete mil, oitocentos e cinquenta reais), sendo R$ 5.950,00 (cinco mil, novecentos e cinquenta reais) de ICMS, por infringência aos arts. 160, I, c/c art. 159, IV; 143, § 1º, V e 151, com fulcro no art. 659,V e art. 38, II, “c”, todos do RICMS/PB, aprovado pelo Decreto nº

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18.930/97, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97 e multa por infração na quantia de R$ 11.900,00 (onze mil e novecentos reais), com fundamento no art. 82, V, alínea “b”, da Lei nº 6.379/96.

P.R.I.

Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, 20 de maio 2011.

________________________________________________ ROBERTO FARIAS DE ARAÚJO– CONS. RELATOR

R E L A T Ó R I O

Trata-se de Recurso Voluntário interposto conforme previsão do art. 125 da Lei nº 6.379/96, contra decisão monocrática que julgou procedente o Auto de Infração de Mercadorias em Trânsito com Documento de Origem nº 90301070.10.00000031/2009-62 (fl. 05), lavrado em 04/05/2009, contra INTEGRAÇÃO TRANSPORTES LTDA., inscrita no CCICMS deste Estado sob nº 16.149.625-3, em razão da seguinte acusação:

TRANSPORTE DE MERCADORIAS COM DOCUMENTO INIDÔNEO – NÃO GUARDA IDENTIDADE C/ AS MERC. TRANSPORTADAS >> O autuado acima qualificado está sendo acusado de efetuar o transporte de mercadorias acompanhadas por documentação fiscal inidônea, visto não guardar identidade com os produtos transportados, resultando na obrigação de recolhimento do imposto.

Por infringência aos arts. 160, I, c/c art. 159, IV; 143, § 1º, V e 151, com fulcro no art. 659,V e art. 38, II, “c”, todos do RICMS/PB, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97, foi exigido ICMS no valor de R$ 5.950,00 (cinco mil, novecentos e cinquenta reais) e proposta aplicação de multa por infração no importe de R$ 11.900,00 (onze mil e novecentos reais), com fundamento no art. 82, V, alínea “b”, da Lei nº 6.379/96, perfazendo o crédito tributário o montante de R$ 17.850,00 (dezessete mil, oitocentos e cinquenta reais).

Cientificada da autuação por via postal em 07/05/2009 (fl. 04), a empresa não apresentou reclamação, tornando-se revel, conforme atesta o Termo de Revelia emitido em 18/06/2009 (fl. 10).

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Não sendo a autuada reincidente em infrações tributárias, os autos foram conclusos, encaminhados à Gerência Executiva de Julgamento de Processos Fiscais – GEJUP e distribuídos à julgadora fiscal Ivônia de Lourdes L. Lins, que, diante da revelia processual, decidiu pela PROCEDÊNCIA do auto de infração.

Intimada da decisão a quo em 03/11/2009 (fls. 17/ 18), a empresa INTEGRAÇÃO TRANSPORTES LTDA., inscrita no CNPJ sob nº 08.133.373/0001-42 (matriz), através de procurador habilitado, interpôs o presente recurso em 30/11/2009 (fls. 20 a 26), oferecendo as seguintes razões:

Levanta preliminar de nulidade por vício de citação, sob a alegação de que a ciência deveria ter sido feita à pessoa com poderes de gerência geral ou de administração e, no caso, informa que somente as gerentes de São Paulo detêm tais poderes e, por isso, o representante legal da empresa não tomou conhecimento da acusação e pede que seja refeita a citação ao seu escritório em Recife-PE; Alega carência da ação, por ilegitimidade passiva, defendendo que a responsável pela autuação deveria

ser a empresa emitente da nota fiscal;

Requer a atribuição de litisconsórcio passivo à empresa emitente, uma vez que estava apenas transportando as mercadorias recebidas mediante cobrança de frete;

Por fim, a recorrente requer seu afastamento da relação processual, o deferimento do ingresso do litisconsorte passivo e sua respectiva citação e a suspensão do pagamento da presente autuação.

Ao apresentar as contrarrazões (fl. 46), a fiscalização rebate a falha de citação, por ter sido esta feita de acordo com art. 698, II, § 1º do RICMSPB. Assevera que a responsável pela infração é o transportador cadastrado neste Estado e que a recorrente não acrescentou nada quanto ao mérito da acusação.

Ao fim, solicita a manutenção da decisão de primeira instância. É O RELATÓRIO.

V O T O

Cuida-se de acusação de transporte de mercadorias acompanhadas de documentação inidônea por não guardar identidade com as efetivamente transportadas, resultando na obrigação de recolhimento do imposto.

Inicialmente, cumpre registrar que o Recurso Voluntário foi interposto pela matriz da transportadora indiciada, o qual se tem por conhecido face ao interesse processual desta, configurado pelo seu poder de representação junto à filial autuada. Assim, estando satisfeitos os pressupostos de

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admissibilidade e atestada a tempestividade, vez que o recurso foi apresentado dentro do prazo previsto no art. 721 do RICMS/PB, passo ao exame das razões da recorrente.

Em suas razões de recorrer, a empresa mátria da transportadora autuada suscita, unicamente, preliminares, sendo a primeira de nulidade por vício de citação, em face da ausência da citação às pessoas com poderes de gerência, alegando que os responsáveis pela empresa não tomaram conhecimento da notificação inicial.

Entretanto, a tese de cerceamento de defesa por vício na citação, levantada pela recorrente, não pode prosperar, visto a justificativa de que os representantes não tomaram conhecimento carecer de consistência, pois a notificação da lavratura do auto de infração ocorreu por via postal (Aviso de Recebimento – fl. 04), entregue no endereço da empresa autuada, onde funciona regularmente como filial da transportadora recorrente, possibilitando o conhecimento da acusação aos seus representantes legais, conforme entendimento consagrado pela Teoria da Aparência, de ampla aplicação no âmbito dos Tribunais do país e do Superior Tribunal de Justiça1.

Cabe registrar a informação obtida junto ao cadastro desta Secretaria de Estado (fls. 49/ 50), atestando que a empresa autuada funciona regularmente no endereço para o qual foi enviada e recebida a notificação do auto de infração, não havendo que se falar em vício de citação, em razão desta ter sido realizada nos termos do art. 106 da Lei nº 6.379/96 e de acordo com as disposições regulamentares – art. 698, II do RICMS/PB.

Suscita também a recorrente preliminar de ilegitimidade passiva, sob a alegação que a pessoa responsável para figurar como sujeito passivo da autuação deveria ser a empresa emitente da nota fiscal. Entretanto, tal argumento revela-se descabido, porquanto não houve erro quanto à eleição do sujeito passivo, cuja responsabilidade atribuída por lei, em se tratando de transporte de mercadorias acompanhadas de documento fiscal inidôneo, recai sobre o transportador, no caso a empresa transportadora, responsável também pela guarda das mercadorias, regularmente inscrita no CCICMS deste Estado, conforme prescrição do art. 31, II, “c” da Lei nº 6.379/96, ratificada pela disposição regulamentar do art. 38, II, “c” do RICMS/PB, in verbis:

Art. 38. São responsáveis pelo pagamento do imposto devido e acréscimos legais:

[...]

II - o transportador em relação à mercadoria: [...]

c) que aceitar para despacho ou transportar sem documento fiscal, ou acompanhada de documento fiscal inidôneo;

Em seguimento à tese de ilegitimidade passiva, a recorrente requer o ingresso da empresa emitente da nota fiscal no pólo passivo da acusação, na condição de litisconsorte passivo necessário, fazendo alusão ao art. 47 do Código de Processo Civil – CPC.

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Todavia, a referida proposição sustentada pela recorrente também merece ser repelida, pois, segundo o art. 47 do CPC, o litisconsórcio necessário decorre de disposição legal expressa ou da natureza da relação jurídica, o que não se aplica ao caso em questão, porquanto a lei estadual do ICMS – Lei nº 6.379/96 não prevê tal obrigatoriedade e a relação jurídica aqui tratada, decorrente de obrigação tributária, não se vincula a tal condição.

Cabe registrar que a solidariedade passiva tem previsão no art. 124 do Código Tributário Nacional, recaindo sobre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador e sobre aquelas expressamente designadas por lei. Assim, à luz da legislação estadual vigente, tanto o remetente ou o destinatário de mercadorias acompanhadas de documentação fiscal inidônea podem responder solidariamente pelo pagamento do imposto estadual, sob condições estabelecidas pelo art. 32, VII da Lei nº 6.379/96, ratificadas pelo art. 39, XI e § 1º, do RICMS/PB, in verbis:

Art. 39. Respondem solidariamente pelo pagamento do imposto: [...]

XI - o remetente ou destinatário indicado pelo transportador como responsável pela remessa ou recebimento de mercadoria transportada sem documento fiscal ou acompanhada de documentação fiscal inidônea; (g.n.)

§ 1º A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

O que se depreende da leitura do dispositivo regulamentar é a vinculação da solidariedade à indicação do responsável pela remessa ou recebimento das mercadorias, por parte do transportador, reforçada pela idéia de exclusão do conectivo “ou”, determinando a atribuição da responsabilidade a uma só das pessoas – emitente ou destinatário.

No caso em exame, verifica-se que a indicação da responsabilidade solidária já recaiu sobre a empresa destinatária – ALMEIDA COMÉRCIO DISTRIBUIDOR DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA., inscrita no CCICMS sob o nº 16.087.154-9, responsável pelo recebimento das mercadorias cuja nota fiscal foi reputada inidônea, haja vista a informação constante no auto de infração e em razão de o frete ter sido por conta da mesma, conforme atesta Conhecimento de Transporte relativo à operação (fl. 09).

Sendo bastante e válida a citação à empresa autuada, fica afastada a possibilidade de nulidade do auto de infração, tornando-se descabida a tese de cerceamento de defesa ora suscitada, já que a autuada foi regularmente cientificada e assim teve oportunidade de impugnar toda a matéria que entendesse útil, sendo, portando, rejeitadas as preliminares.

Quanto ao mérito da acusação, vale salientar que a recorrente não apresentou qualquer manifestação neste sentido, pois, em nenhum momento, houve questionamento sobre o fato de as mercadorias estarem genericamente descritas como “kit acessórios simples”, o que impediu sua perfeita identificação, motivo pelo qual a nota fiscal torna-se inidônea, tendo a fiscalização procedido ao detalhamento destas no auto de infração, donde se verifica que as mercadorias correspondiam a “kit

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para banheiro com 5 peças de alumínio”, atestando-se a falta de identidade com a discriminação da nota fiscal.

Destarte, verifica-se que todos os requisitos regulamentares exigidos para a lavratura do auto de infração foram observados no caso em questão, estando, ainda, perfeitamente identificado o sujeito passivo e determinada a natureza da infração, consoante estabelece o parágrafo único do art. 695 do RICMS/PB, restando descartadas as hipóteses de nulidade do feito, mantendo-se, assim, a procedência da autuação, face à ausência de contraprova nos autos.

EX POSITIS,

V O T O - pelo recebimento do Recurso Voluntário, por regular e tempestivo, e no mérito, pelo seu DESPROVIMENTO para manter a decisão singular que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração de Mercadorias em Trânsito com Documento de Origem nº 90301070.10.00000031/2009-62, lavrado em 04/05/2009, contra INTEGRAÇÃO TRANSPORTES LTDA., inscrita no CCICMS deste Estado sob nº 16.149.625-3, e a responsável solidária ALMEIDA COMÉRCIO DISTRIBUIDOR DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA., inscrita no CCICMS sob o nº 16.087.154-9, devidamente qualificadas nos autos, permanecendo exigível o crédito tributário de R$ 17.850,00 (dezessete mil, oitocentos e cinquenta reais), sendo R$ 5.950,00 (cinco mil, novecentos e cinquenta reais) de ICMS, por infringência aos arts. 160, I, c/c art. 159, IV; 143, § 1º, V e 151, com fulcro no art. 659,V e art. 38, II, “c”, todos do RICMS/PB, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97 e multa por infração na quantia de R$ 11.900,00 (onze mil e novecentos reais), com fundamento no art. 82, V, alínea “b”, da Lei nº 6.379/96.

Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, em 20 de maio de 2011.

ROBERTO FARIAS DE ARAÚJO Conselheiro Relator

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