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Estudo da comercialização de energia elétrica adotada no Brasil na modalidade leilões

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - UNIJUI

DIONATANS MATEUS GUISOLFI

ESTUDO DA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

ADOTADA NO BRASIL NA MODALIDADE LEILÕES

Santa Rosa 2017

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DIONATANS MATEUS GUISOLFI

ESTUDO DA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

ADOTADA NO BRASIL NA MODALIDADE LEILÕES

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Me Mauro Fonseca Rodrigues

Santa Rosa 2017

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DIONATANS MATEUS GUISOLFI

ESTUDO DA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

ADOTADA NO BRASIL NA MODALIDADE LEILÕES

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA ELÉTRICA e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.

Santa Rosa, dezembro de 2017.

Prof. Mauro Fonseca Rodrigues Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria – Orientador

BANCA EXAMINADORA

Prof. Mauro Fonseca Rodrigues (UNIJUI) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria

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DEDICATÓRIA

A Deus, à minha família que sempre esteve me apoiando, e a todas aquelas pessoas que estiveram do meu lado me incentivando e acreditando nos meus sonhos.

(5)

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

À minha família que meu deu forças e me apoiou durante todo o curso em momentos de compreensão, em especial a minha esposa Aline Gabriele Feller e a minha filha Nicoly Feller pelo carinho e paciência com minhas ausências. A meus pais pela educação que me deram.

Ao meu Professor Orientador Me. Mauro Fonseca Rodrigues, pelas suas recomendações, sugestões e a dedicação ao trabalho, auxiliando da melhor forma possível.

Ao curso de Engenharia Elétrica da Unijuí, seu corpo docente, direção e administração que oportunizam a janela que hoje vislumbro um horizonte superior.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

(6)

“Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito.” Aristóteles

(7)

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem por objetivo apresentar o estudo da atividade de comercialização de energia elétrica, no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), que passou por diversas modificações no decorrer do tempo. No presente trabalho é realizado o detalhamento referente à comercialização da energia elétrica por meio de licitação na modalidade leilões, com base no modelo institucional do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) definido em 2004, explicando o processo de reformulação em suas diferentes fases, como ainda a sistemática e a operação dos leilões de energia, exemplificada com exemplos numéricos. Os leilões de energia são essenciais na reformulação do sistema elétrico, pois sem a existência dos leilões de energia elétrica seria de grande complexidade para o setor conseguir equilibrar a oferta e o consumo de energia, com reflexos diretos sobre o preço ao consumidor final, por isso a compreensão sobre os aspectos existentes no ACR se torna necessário. Foi realizado um estudo sobre os principais aspectos da Lei nº 10.848/2004 e pelo Decreto nº 5.163/2004, estabeleceu que a comercialização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados de serviços e instalações de energia elétrica, bem como destes com seus consumidores no Sistema Interligado Nacional - SIN dar-se-á nos Ambientes de Contratação Regulada ou Livre, nos termos da legislação, deste Decreto e de atos complementares. Este trabalho buscou possibilitar uma avaliação sobre o desenvolvimento da atividade de comercialização de energia elétrica no ACR, sob o enfoque legal-regulatório, o que visa contribuir para o debate acadêmico e a ampliação do conhecimento sobre o setor elétrico brasileiro.

Palavras-chave: Modelo do Setor elétrico, Comercialização de Energia Elétrica, Contratação de Energia, Leilões de Energia.

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ABSTRACT

This Course Completion Work aims to present the study of the electric energy commercialization activity in the Regulated Contracting Environment (ACR), which underwent several modifications over time. In the present work, the details of the commercialization of electric energy through bidding in the auctions modality, based on the Brazilian Electric Sector (SEB) institutional model defined in 2004, are explained, explaining the process of reformulation in its different phases, as well as the and the operation of energy auctions, exemplified by numerical examples. Energy auctions are essential in the reformulation of the electric system, because without the existence of electric energy auctions would be of great complexity for the sector to be able to balance the supply and the consumption of energy, with direct reflexes on the price to the final consumer, so understanding of existing aspects of the RTA becomes necessary. A study was carried out on the main aspects of Law 10488/2004 and Decree No. 5,163 / 2004, which established that the sale of electric energy between concessionaires, permit holders and authorized users of electric energy services and facilities, as well as of these with their consumers in the National Interconnected System - SIN will occur in the Regulated or Free Contracting Environments, under the terms of the legislation, this Decree and complementary acts. This work aimed to make possible an evaluation of the development of the activity of commercialization of electric energy in the ACR, under the legal-regulatory approach, which aims to contribute to the academic debate and the expansion of knowledge about the Brazilian electric sector. Keywords: Electric Sector Model, Electricity Commercialization, Energy Contracting, Energy Auctions.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Processo simplificado do mercado de energia elétrica ... 19

Figura 2 - Principais instituições do Modelo do Setor Elétrico ... 25

Figura 3 - Principais instituições do Modelo do Setor Elétrico ... 25

Figura 4 - Agentes que integram a CCEE ... 26

Figura 5 - Detalhamento da categoria de geração ... 27

Figura 6 - Consumidores da categoria de comercialização ... 28

Figura 7 - Participação dos agentes na CCEE ... 29

Figura 8 - Ambientes de contratação ... 30

Figura 9 - Peculiaridades dos ambientes de contratação de energia elétrica ... 31

Figura 10 - Atuação dos agentes no mercado de energia brasileiro ... 32

Figura 11 - Reformas ocorridas no Setor Elétrico Brasileiro ... 35

Figura 12 - Divisão dos leilões de energia elétrica ... 37

Figura 13 - Enquadramento em novos empreendimentos de geração ... 38

Figura 14 - Divisão dos leilões de energia nova ... 38

Figura 15 - Leilões de energia A menos 5 ... 39

Figura 16 - Leilões de energia A menos 3 ... 40

Figura 17 - Leilões de fontes alternativas ... 40

Figura 18 - Obrigações dos vencedores dos leilões de energia nova ... 41

Figura 19 - Leilões de energia existente ... 42

Figura 20 - Leilões realizados em A menos1 ... 42

Figura 21 - Leilões de ajustes ... 43

Figura 22 - Momentos de contratação de energia elétrica ... 45

Figura 23 - Representatividade das modalidades de leilões praticados no ACR ... 46

Figura 24 - Esquema de celebração dos CCEAR`S ... 46

Figura 25 - Celebração dos CCEARs ... 47

Figura 26 - Características dos leilões ... 56

Figura 27 - Características dos leilões energia elétrica praticado no Brasil ... 57

Figura 28 - Relação da EPE nos leilões de energia elétrica ... 58

Figura 29 - Atribuição das instituições no âmbito dos leilões de energia elétrica ... 59

Figura 30 - Descrição da primeira e segunda etapa dos leilões ... 60

Figura 31 - Momento do leilão de energia elétrica ... 62

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Figura 33 - Fluxo de atividades ... 64

Figura 34 - Continuação fluxo de atividades ... 65

Figura 35 - Mercado de curto prazo ... 70

Figura 36 - Sistemática utilizada para o exemplo de comercialização de energia elétrica no ACR ... 72

Figura 37 - Situação inicial exemplo de comercialização no ACR ... 72

Figura 38 - Simplificação dos dados iniciais ... 73

Figura 39 - Dados iniciais ... 73

Figura 40 - Comportamento do primeiro momento da sistemática do leilão de energia elétrica ... 74

Figura 41 - Dados posterior a primeira rodada de lances ... 75

Figura 42 - Comportamento do segundo momento da sistemática do leilão de energia elétrica ... 75

Figura 43 - Dados posterior a segunda rodada de lances ... 76

Figura 44 - Comportamento do terceiro momento da sistemática do leilão de energia elétrica ... 76

Figura 45 - Dados finais do leilão de energia elétrica ... 77

Figura 46 - Situação inicial do exemplo de comercialização de dois produtos no ACR ... 77

Figura 47 - Dados iniciais dos produtos a serem leiloados ... 78

Figura 48 - Disponibilidade de lotes dos proponentes a vendedores ... 78

Figura 49 - Comportamento do primeiro momento do leilão do primeiro produto ... 79

Figura 50 - Comportamento do primeiro momento do leilão do segundo produto ... 80

Figura 51 - Dados posterior ao primeiro momento do leilão dos multiprodutos ... 81

Figura 52 - Comportamento do segundo momento do leilão do primeiro produto ... 82

Figura 53 - Comportamento do segundo momento do leilão do segundo produto ... 82

Figura 54 - Dados posterior ao segundo momento do leilão de multiprodutos ... 83

Figura 55 - Comportamento do terceiro momento do leilão do primeiro produto ... 85

Figura 56 - Comportamento do terceiro momento do leilão do segundo produto ... 86

Figura 57 - Dados posterior ao terceiro momento do leilão do primeiro produto ... 86

Figura 58 - Dados posterior ao terceiro momento do leilão do segundo produto ... 87

Figura 59 - Encerramento do leilão multiprodutos ... 88

Figura 60 - Resultado final do leilão do primeiro produto ... 89

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Agentes que integram a CCEE ... 26

Tabela 2 - Características dos principais tipos de leilões de energia... 49

Tabela 3 - Características dos leilões ... 51

Tabela 4 - Aspectos do Leilão oral ascendente ... 52

Tabela 5 - Aspectos do leilão selado ... 53

Tabela 6 - Responsabilidades das entidades governamentais ... 59

Tabela 7 - Descrição de atividades para adesão à CCEE ... 67

Tabela 8 - Disponibilidade de lotes e ofertas aceitas durante a primeira rodada do leilão de multiproduto ... 80

Tabela 9 - Disponibilidade de lotes e ofertas aceitas durante a primeira rodada do leilão de multiproduto ... 83

Tabela 10 - Disponibilidade de lotes e ofertas aceitas durante a primeira rodada do leilão de multiproduto ... 88

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LISTA DE SIGLAS

ACL Ambiente de Contratação Livre ACR Ambiente de Contratação Regulada ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

CCEAR Contrato de Compra de Energia no Ambiente Regulado CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

EPE Empresa de Pesquisa Energética PLD Preço de Liquidação de Diferenças MME Ministério de Minas e Energia

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 16 1.1 OBJETIVOS ... 17 1.1.1 Objetivo geral ... 17 1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 19

2.1 A INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA ... 19

2.2 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 20 2.2.1 CNPE ... 20

2.2.2 MME ... 21

2.2.3 AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL ... 21

2.2.4 ONS ... 22

2.2.5 ELETROBRÁS ... 22

2.2.6 EPE ... 23

2.2.7 CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CCEE ... 23

2.2.8 CMSE ... 23

2.3 EQUILÍBRIO ENTRE AS PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DO MODELO DO SETOR ELÉTRICO ... 24

2.4 AGENTES QUE INTEGRAM A CCEE ... 26

2.4.1 Agentes de geração ... 27

2.4.2 Agentes de comercialização ... 28

3 COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ... 30

3.1 AMBIENTES DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ... 30

3.2 ATUAÇÃO DOS AGENTES NOS AMBIENTES DE COMERCIALIZAÇÃO ... 31

3.3 REGRAS GERAIS DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ... 33

(14)

4.1 PROPOSTA DE REGULAMENTAÇÃO... 34

4.2 REGULAMENTAÇÃO DO ACR ... 34

5 LEILÕES DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ... 37

5.1 MODALIDADES DE LEILÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ... 37

5.2 LEILÕES DE ENERGIA NOVA ... 38

5.2.1 leilões do tipo A menos 5 ... 39

5.2.2 Leilões do tipo A menos 3 ... 39

5.2.3 Leilões de fontes alternativas ... 40

5.2.4 Obrigações dos vencedores dos leilões de energia nova ... 41

5.3 LEILÕES DE ENERGIA EXISTENTE ... 42

5.3.1 Leilões do tipo A menos1 ... 42

5.3.2 leilões de ajustes ... 43

5.4 MOMENTOS DE CONTRATAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA ... 44

5.5 BALANÇO DOS LEILÕES REALIZADOS ... 45

5.6 CONTRATOS DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA NO ACR. ... 46

5.7 OS PRINCIPAIS TIPOS DE LEILÕES DE GERAÇÃO DE ENERGIA ... 49

5.8 TEORIA DOS LEILÕES ... 50

5.8.1 Lances realizados nos leilões ... 52

5.9 LEILÕES DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ... 56

5.10 PREÇO DE RESERVA ... 57

5.11 FORMA DE PAGAMENTO ... 57

6 ETAPAS DO LEILÃO NO ACR ... 58

6.1 RESPONSABILIDADES DAS INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS NOS LEILÕES DE ENERGIA ELÉTRICA ... 58

6.2 CRITÉRIOS PARA O GERADOR PARTICIPAR DOS LEILÕES ... 63

6.3 PENALIDADES ... 68

(15)

6.5 CONTABILIZAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DAS DIFERENÇAS ... 69

7 DISCUSSÃO E RESULTADOS ... 71

7.1 PRODUTO ÚNICO SENDO LEILOADO ... 71

7.1.1 Primeiro momento ... 74

7.1.2 Segundo momento ... 75

7.1.3 Terceiro momento... 76

7.2 PRODUTOS DIVERSOS SENDO LEILOADO ... 77

7.2.1 Primeiro momento do primeiro produto ... 79

7.2.2 Primeiro momento do segundo produto ... 79

7.2.3 Segundo momento do primeiro produto ... 81

7.2.4 Segundo momento do segundo produto ... 82

7.2.5 Terceiro momento do primeiro produto ... 84

7.2.6 Terceiro momento do segundo produto ... 85

7.2.7 Quarto momento encerramento do leilão multiprodutos ... 88

8 CONCLUSÃO ... 90

8.1 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ... 91

(16)

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, até a década de 90, a indústria de energia elétrica era vista como um monopólio natural, com presença predominante do Estado no Setor, não havia uma distinção clara entre as atividades de Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização de energia, sendo frequente a ocorrência de distribuidoras que também possuíam ativos de geração e transmissão e comercializavam energia com Clientes Livres. (PESSANHA, 2007).

A primeira reforma do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) ocorreu em maio de 1998, com a edição da Lei nº 9.648 (modelo RE-SEB), a qual contemplava tanto a desestatização das empresas elétricas existentes quando a transferência dos novos investimentos setoriais para a iniciativa privada, ficando o Estado apenas com o papel de regulação e de poder concedente, os principais objetivos era incentivar a competição na geração e comercialização, e manter sob regulação os setores de distribuição e transmissão de energia elétrica, sob regulação do Estado. (CCEE, 2017).

No dia 16 de março de 2004, o setor elétrico inicia sua segunda grande reforma com a publicação da Lei nº 10.848 (modelo reestruturado), alterando muitos dos princípios do modelo RE-SEB. A regulamentação do modelo veio em 30 de julho de 2004, quando da edição do Decreto nº 5.163, que regulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga de concessões e de autorizações de geração de energia elétrica, e dá outras providências. As principais mudanças ocorridas no modelo foram na maneira de contratação de energia por parte das distribuidoras que agora elas só podem comprar energia em leilões específicos organizados pelo governo, e a divisão em dois ambientes de contratos de compra e venda de energia, o Ambiente de Contratação Regulada (ACR), do qual participam Agentes de Geração e de Distribuição de energia elétrica, e o Ambiente de Contratação Livre (ACL), do qual participam Agentes de Geração, Comercialização, Importadores e Exportadores de energia, e Consumidores Livres. (PESSANHA, 2007; REGO, 2009).

Dessa forma, pela a importância da energia elétrica em vários seguimentos da sociedade que possui um papel fundamental e estratégico, pois o consumo de energia é um dos principais indicadores do desenvolvimento econômico e do nível de qualidade de vida de qualquer sociedade justificam a monografia referente ao modelo de comercialização de energia elétrica praticada no Brasil com ênfase no Ambiente de Contratação Regulada por meio de licitação na modalidade leilões. Para possibilitar um entendimento no que se refere às legislações e processos envolvidos que possibilitem uma melhor compreensão sobre o mercado de energia elétrica.

(17)

1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral

Analisar e avaliar as regras gerais praticadas no Brasil referente à comercialização da energia elétrica, com base no modelo institucional do Setor Elétrico Brasileiro que passou a vigorar em 2004, Lei nº 10.848 e pelo Decreto nº 5.163/2004, estabeleceu que a comercialização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados de serviços e instalações de energia elétrica, bem como destes com seus consumidores no Sistema Interligado Nacional (SIN) dar-se-á nos Ambientes de Contratação Regulada ou Livre, nos termos da legislação, deste Decreto e de atos complementares.

1.1.2 Objetivos específicos

 Realizar o estudo detalhadamente no que diz respeito ao ambiente regulado de comercialização de energia elétrica na Lei 10.848, de 15/03/04 que trata sobre a comercialização de energia elétrica;

 Realizar o estudo detalhadamente no que diz respeito ao ambiente regulado de comercialização de energia elétrica no Decreto 5.163, de 30/07/04, que regulamenta a comercialização de energia elétrica;

 Definir e conceituar as modalidades de leilões realizados dentro do ambiente regulado de comercialização de energia elétrica;

 Definir e conceituar os agentes envolvidos em todos os processos da comercialização da energia elétrica;

 Analisar as regras, etapas e processos no que envolvem a comercialização de energia elétrica no Brasil por meio de licitação na modalidade leilões;

Apontar os critérios para o gerador participar dos leilões de energia.

 Realizar um exemplo numérico exemplificando os processos existentes nos leilões de energia elétrica.

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1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está dividido em oito capítulos, conforme descritos abaixo: - Capítulo 1: Introdução;

- Capítulo 2: Revisão bibliográfica;

- Capítulo 3: Ambientes de comercialização de energia elétrica;

- Capítulo 4: Comercialização de energia elétrica no ambiente regulada;

- Capítulo 5: Modalidade de leilões;

- Capítulo 6: Contratos e normas de comercialização de energia no ACR; - Capítulo 7: Discussões e resultados ;

- Capítulo 8: Conclusão.

No segundo capítulo, apresenta-se a estrutura do SEB, as suas características. Inicia-se uma análise detalhada sobre a Lei nº 10.848 e o Decreto nº 5.163/2004 e as normas estabelecidas pela Aneel que em muitos casos no que diz respeito à comercialização de energia elétrica são delegadas para a Câmara de comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que as executa.

No sexto capítulo estão detalhadas as etapas existentes nos leilões de energia elétrica, os critérios utilizados para definir o ganhador do leilão e as responsabilidades das entidades governamentais.

No sétimo capítulo é realizada a simulação de dois leilões, e são apresentadas as considerações finais e resultados obtidos durante o estudo.

(19)

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo serão abordados os conceitos de definição da indústria de energia elétrica brasileira, as principais instituições do modelo do SEB, suas características e reformas realizadas, e uma análise dos agentes que fazem parte da CCEE.

2.1 A INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA BRASILEIRA

A indústria de energia elétrica compreende todas as etapas relacionadas com o fornecimento de eletricidade para consumidores finais. É possível, portanto, segmentá-la conforme as diferentes atividades realizadas desde a geração da energia elétrica até a realização do consumo, conforme pode ser verificado na Figura 1 que relaciona todos os processos de forma simplificada. Tais segmentos são comumente definidos como geração, transmissão, distribuição e comercialização. É interessante notar que, embora os fluxos da energia elétrica obedeçam às características de um sistema de rede, as relações comerciais não são restritas, podendo ocorrer qualquer tipo de transação mercantil entre os diferentes agentes. O consumidor ilustrado na Figura 1 é o consumidor cativo que consome a energia provinda dos leilões de energia elétrica.

Figura 1 - Processo simplificado do mercado de energia elétrica

Fonte: Autoria própria.

As atividades de geração são marcadas pela existência de diversas alternativas técnicas disponíveis para uso comercial. As diferentes tecnologias podem ser descritas, de um modo mais geral, pela fonte de energia utilizada para a geração, como, por exemplo, energia solar, eólica, hidráulica e térmica (inclusive nuclear). É possível, também, realizar uma classificação mais detalhada, apoiada nas diferentes plantas, equipamentos e processos utilizados a partir de

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uma mesma fonte energética. No caso da geração hidrelétrica, a gama de alternativas vai desde pequenos empreendimentos a fio d'água até grandes usinas com reservatórios plurianuais. A geração termelétrica, por sua vez, é ainda mais diversificada, compreendendo usinas a carvão, óleo combustível, gás ou combustíveis menos convencionais como biomassa e resíduos urbanos operando com ciclo termodinâmico simples ou combinado e, ainda, plantas de cogeração, que produzem simultaneamente energia elétrica e térmica.

Por outro lado, é interessante notar que, a despeito da diversificação tecnológica, a existência de redes de distribuição interligadas exige que a eletricidade fornecida pelos diferentes geradores seja minimamente homogênea. Logo, os consumidores podem, teoricamente, alternar entre diferentes fornecedores sem custos de comutação (switching costs).

Dessa forma, a possibilidade de competição na geração, que foi, inclusive, potencializada com a evolução tecnológica envolvendo as usinas que operam segundo o ciclo combinado, principalmente em países majoritariamente termelétricos, uma vez que esta alternativa reduz o impacto das economias de escala nas usinas. (CORREIA; MELO; [data desconhecida]; p.16-18).

2.2 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

O SEB apresenta inúmeras instituições que auxiliam na composição e condução do mesmo. Serão apresentadas a seguir.

2.2.1 CNPE

O Conselho Nacional de Politica Energética - CNPE, presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, é órgão de assessoramento do Presidente da República para formulação de políticas e diretrizes de energia.

Suas principais atribuições são: o aproveitamento natural dos recursos energéticos do país, rever periodicamente a matriz energética e estabelecer diretrizes para programas específicos. (MME, 2017).

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2.2.2 MME

O MME (Ministério de Minas e Energia) é encarregado de formulação, do planejamento e implementação de ações do Governo Federal no âmbito da política energética nacional. Suas atribuições são na área de aproveitamento da energia hidráulica, mineração e metalurgia, geologia, recursos minerais e energéticos, petróleo, combustível e energia elétrica, incluindo a nuclear.

Suas principais atribuições são:

formulação e implementação de políticas para o setor energético, de acordo com as diretrizes do CNPE;

 por técnica – permite a contribuição de possíveis interessados, tais como concessionários, universidades, movimentos sociais, consumidores e investidores, para ajudar com:

I. as premissas utilizadas nos estudos (por exemplo, crescimento da economia, previsão da demanda por energia);

II. a estratégia escolhida para a expansão do sistema;

III. o plano de expansão propriamente dito (por exemplo, possibilidades de expansão da oferta não consideradas ou descartadas).

 por preço – permite que projetos alternativos aos sugeridos pelo planejamento sejam apresentados por investidores no processo de licitação por menor tarifa. O objetivo é garantir a eficiência e a transparência do processo licitatório.

 exercício do Poder Concedente;

 monitoramento da segurança de suprimento do Setor Elétrico, por intermédio do CMSE ; (ARAÚJO, 2007).

2.2.3 AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

A Aneel, é vinculada ao Ministério de Minas e Energia, foi criada para regular o SEB (Setor Elétrico Brasileiro), por meio da Lei nº 9.427/1996 e do Decreto nº 2.335/1997.

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Suas principais atribuições são:

 regular a geração (produção), transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica;

fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e os serviços de energia elétrica;

estabelecer tarifas;

 promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de empreendimentos e serviços de energia elétrica, por delegação do Governo Federal. (ANEEL, 2017).

Entre as atribuições destaca-se promover as atividades de outorgas de concessão, permissão e autorização de empreendimentos e serviços de energia elétrica aplicada mais diretamente neste estudo. Em fim como determinado no parágrafo 11 do artigo 2º da Lei nº 10.848/2004 cabe a Aneel a regulação das licitações para contratação regulada de energia elétrica e a realização do leilão diretamente ou por intermédio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

2.2.4 ONS

Entidade de direito privado, sem fins lucrativos, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) tem por objetivo a coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica, no âmbito do Sistema Interligado Nacional (SIN), sob a fiscalização e regulação da Aneel. (ARAÚJO, 2007).

2.2.5 ELETROBRÁS

Empresa de economia mista, a Eletrobrás tornou-se uma espécie de holding, controlando empresas de geração e transmissão de energia elétrica. A Eletrobrás é responsável pelo PROINFA, programa no qual é responsável pelo incentivo às fontes alternativas de energia no Brasil. (ARAÚJO, 2007).

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2.2.6 EPE

Em 2004 é criada a Empresa de Pesquisa Energética – EPE que possui a finalidade de prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético do país, como: energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética, dentre outras. (MME, 2017).

2.2.7 CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CCEE

A pessoa jurídica CCEE possui dezessete anos e já passou por mudanças organizacionais e operacionais relevantes: (a) foi constituída em 1999 como Administradora de Serviços do MAE – ASMAE; (b) a denominação de ASMAE foi alterada em 2002 para Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE, por força da Lei nº 10.433, de 24 de abril de 2002; (c) a denominação de MAE foi alterada em 2004 para CCEE, por força da Lei nº 10.848/2004.

A Câmara de Comercialização atua como operadora do mercado brasileiro de energia elétrica. A CCEE executa atividades como os leilões de compra e venda de energia elétrica, por delegação da Aneel; registro dos montantes de potência e energia de contratos do ACR e do ACL; medição e registro de dados de operações de compra e venda; apuração do Preço de Liquidação de Diferenças - PLD; contabilização e liquidação financeira do MCP; apuração e liquidação financeira dos valores resultantes do Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits - MCSD; contratação e liquidação da energia de reserva; liquidação financeira da energia de Angra 1 e 2; liquidação das cotas de garantia física de energia elétrica e potência; apuração do descumprimento de obrigações e aplicação de penalidades.(DAVID, 2013).

Como visto na esfera do mercado regulado, a CCEE é responsável por promover os leilões de compra e venda de energia, assim como gerenciar os contratos firmados nesses leilões. (CCEE, 2017).

2.2.8 CMSE

O CMSE teve origem pela Lei nº 10.848 de 15/03/2004, regulamentado pelo Decreto nº 5.175 de 09/08/2004. Sua principal função é monitorar e avaliar permanentemente as condições de segurança e continuidade do suprimento de energia em todo território nacional.

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I. acompanhar o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição, comercialização, importação e exportação de energia elétrica, gás natural e petróleo e seus derivados;

II. avaliar as condições de abastecimento e de atendimento, relativamente às atividades referidas no inciso I deste artigo, em horizontes pré-determinados; III. realizar periodicamente análise integrada de segurança de abastecimento e

atendimento ao mercado de energia elétrica, de gás natural e petróleo e seus derivados, abrangendo os seguintes parâmetros, dentre outros:

 demanda, oferta e qualidade de insumos energéticos, considerando as condições hidrológicas e as perspectivas de suprimento de gás e de outros combustíveis;

 configuração dos sistemas de produção e de oferta relativos aos setores de energia elétrica, gás e petróleo; e

 configuração dos sistemas de transporte e interconexões locais, regionais e internacionais, relativamente ao sistema elétrico e à rede de gasodutos;

IV. identificar dificuldades e obstáculos de caráter técnico, ambiental, comercial, institucional e outros que afetem, ou possam afetar, a regularidade e a segurança de abastecimento e atendimento à expansão dos setores de energia elétrica, gás natural e petróleo e seus derivados; e

V. elaborar propostas de ajustes, soluções e recomendações de ações preventivas ou saneadoras de situações observadas em decorrência da atividade indicada no inciso IV, visando à manutenção ou restauração da segurança no abastecimento e no atendimento eletroenergético, encaminhando-as, quando for o caso, ao Conselho Nacional de Política Energética - CNPE. (ARAÚJO, 2007).

2.3 EQUILÍBRIO ENTRE AS PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DO MODELO DO SETOR ELÉTRICO

As instituições trabalham em equilíbrio operacional sempre em sintonia, na Figura 2 é possível verificar como estão estruturados os órgãos que compõem o SEB no nível de concessões, regulação, fiscalização, planejamento e monitoramento. O organograma da Figura 2 tem, em seu primeiro nível, o CNPE que é um órgão interministerial de assessoramento à Presidência da República. No segundo nível tem-se distribuídos os demais órgãos como o MME é o órgão do governo federal responsável pela condução das políticas energéticas do

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país. Suas obrigações incluem a formulação e a implementação de políticas para o setor energético, de acordo com as diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética - CNPE. Outro órgão é o CMSE que é coordenado diretamente pelo do Ministério de Minas e Energia – MME. A EPE é uma instituição vinculada ao Ministério de Minas e Energia cuja finalidade é a prestação de serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético.

Figura 2 - Principais instituições do Modelo do Setor Elétrico

Fonte: Adaptado de CCEE, 2017.

Na Figura 3 pode ser observado o organograma no qual a Aneel aparece no primeiro nível da estrutura que possui as atribuições de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. As alterações promovidas em 2004 pelo atual modelo do setor estabeleceram como responsabilidade da Aneel, direta ou indiretamente, a promoção de licitações na modalidade de leilão para a contratação de energia elétrica pelos agentes de distribuição do Sistema Interligado Nacional - SIN. Desde então, a Aneel tem delegado a operacionalização desses leilões à CCEE. A ONS é a instituição responsável por operar, supervisionar e controlar a geração de energia elétrica no Sistema Integrado Nacional - SIN e por administrar a rede básica de transmissão de energia elétrica no Brasil. (CCEE, 2017).

Figura 3 - Principais instituições do Modelo do Setor Elétrico

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2.4 AGENTES QUE INTEGRAM A CCEE

Na Tabela 1 é possível verificar os agentes que integram a CCEE. Os agentes se dividem em categorias e classes.

Tabela 1 - Agentes que integram a CCEE

CATEGORIA ESPECIFICAÇÕES

Categoria de Geração - classes dos Agentes Geradores; serviço público, Agentes Produtores Independentes e Agentes Autoprodutores. Categoria de Distribuição - classe dos Agentes de Distribuição

Categoria de Comercialização - classes dos Agentes Importadores e Exportadores, dos Agentes Comercializadores e dos Agentes Consumidores Livrese Consumidores Especiais ou incentivados. Fonte: Adaptado de DAVID, 2013.

A Figura 4 relaciona os agentes que integram a CCEE. São divididas em três as categorias que integram a CCEE, categoria de geração, categoria de distribuição e categoria de comercialização e cada uma dessas categorias possuem suas subdivisões chamadas de classes que estão localizadas no terceiro nível do fluxograma.

Figura 4 - Agentes que integram a CCEE

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2.4.1 Agentes de geração

A categoria de geração possui muitas subdivisões e enquadramentos como o tipo de outorga, tipo de empreendimento e o enquadramento da potência para cada empreendimento.

Na Figura 5, foi realizado o trabalho de sintetizar por meio de fluxograma os agentes de geração que integram a CCEE, para que fosse possível obter um maior entendimento das divisões existente na categoria de geração. A categoria de geração é um dos agentes que integram a CCEE, ela é subdividida em serviço público, Agentes Produtores Independentes e Agentes Autoprodutores.

Os geradores podem desenvolver seus trabalhos mediante cinco tipos diferentes de regimes jurídicos a concessão, permissão, autorização, comunicação ou registro.

Figura 5 - Detalhamento da categoria de geração

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Os regimes são definidos conforme a potência do empreendimento e a fonte geradora utilizada. David (2013) detalha as características de todos os regimes jurídicos utilizados.

I. as concessões são outorgadas sempre a título oneroso, com pagamento de Uso de Bem Público - UBP (art. 60, I do Decreto nº 5.163/2004) e podem ser sob o regime de serviço público, produção independente ou autoprodução de energia elétrica;

II. as autorizações podem ser outorgadas sob o regime de produção independente ou autoprodução de energia elétrica;

III. as permissões são previstas de forma genérica no art. 4º da Lei nº 9.074/1995, mas são comumente utilizadas para serviços de distribuição de energia elétrica, como permissionárias e cooperativas de eletrificação; e

IV. as comunicações são previstas no art. 8º da Lei nº 9.074/1995, mas teriam sido substituídas pelo registro do empreendimento de geração, que deve ser feito na ANEEL (REN nº 390/2009). (DAVID, 2013, p. 44).

Dessa maneira, pode-se verificar que possuem situações diversas para exploração da atividade de geração, existem tratamentos regulatórios específicos. Por exemplo, nos leilões de energia nova é possível aos empreendedores à escolha do regime jurídico da geração coma a produção independente ou autoprodução, isoladamente ou em consórcio. (DAVID, 2013).

2.4.2 Agentes de comercialização

Na categoria de comercialização tem-se a divisão dos consumidores em livres e especiais conforme é possível verificar na Figura 6. Os consumidores livres, que são enquadrados nos arts. 15 e 16, Lei nº 9.074/1995, com carga maior a 3 MW. Já os consumidores especiais enquadrados no § 5º do art. 26 da Lei nº 9.427/96, são os que possuam carga superior a 0,5 MW e inferior a 3 MW e que adquiram energia de fontes incentivadas, ou seja, de fontes eólica, biomassa ou solar. (DAVID, 2013).

Figura 6 - Consumidores da categoria de comercialização

Fonte: Autoria própria.

A participação dos agentes na CCEE se divide em duas categorias a obrigatória e facultativa como é possível observar na Figura 7. Para distribuidores e comercializadores é obrigatória a participação daqueles com volume maior que 500 GWh/ano no período anterior.

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Especificamente em relação aos geradores de energia elétrica, tem-se que: são de participação obrigatória na CCEE:

I. os concessionários, permissionários ou autorizados de geração que possuam central geradora com capacidade instalada igual ou superior a 50 MW; e II. os agentes de geração comprometidos com CCEARs e com Contrato de

Energia de Reserva – CER.

A participação facultativa na CCEE ocorre para:

I. os titulares de autorização para autoprodução com central geradora de capacidade instalada igual ou menor a 50 MW, desde que suas instalações de geração estejam diretamente conectadas às instalações de consumo, não sejam despachadas de forma centralizada pelo ONS e não comercializem excedentes de energia elétrica; e

II. os titulares de autorização para autoprodução com central geradora de capacidade instalada igual ou menor a 50 MW, desde que suas instalações de geração estejam diretamente conectadas às instalações de consumo, não sejam despachadas de forma centralizada pelo ONS e não comercializem excedentes de energia elétrica; e

III. os detentores de concessão, permissão, autorização ou registro de geração, com central geradora com capacidade instalada menor ou igual a 50 MW, somente não quando firmarem CCEARs ou CERs. Esses geradores podem optar por serem representados por um agente da CCEE. (DAVID, 2013).

Figura 7 - Participação dos agentes na CCEE

Fonte: Autoria própria.

Maiores detalhes sobre esses agentes serão apresentados no próximo capítulo, onde o detalhamento será aprofundado, após este breve embasamento de revisão bibliográfica.

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3 COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

Tendo realizado um embasamento da estrutura que compõe o SEB e sobre os aspectos que cerceiam a CCEE, principal instituição responsável por efetuar a operacionalidade do comércio de energia elétrica, neste capítulo será explicado como se dividem os ambientes de contratação energia elétrica, bem como, as peculiaridades inerentes a cada ambiente.

3.1 AMBIENTES DE CONTRATAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A comercialização de energia elétrica, hoje no Brasil, é realizada em dois ambientes distintos, isso ocorreu depois do marco de 2004 onde se separou o sistema em dois ambientes conforme pode ser visto na Figura 8. O ACR – ambiente de contratação regulada (mercado cativo) – e o ACL – ambiente de contratação livre (mercado livre).

Fonte: CCEE, 2017.

O ACR foi criado dentro de regras que garantam proteção mais intensa aos consumidores de menor porte que são os consumidores residenciais, comerciais e industriais que não podem optar pelo seu fornecedor; as tarifas reguladas e a modicidade tarifária almejada por meio de compra de energia pelas distribuidoras em leilões, de forma que esses consumidores não fiquem vulneráveis a qualquer preço de energia por incapacidade de dominar as regras e administrar adequadamente suas relações contratuais com as distribuidoras. Também aqueles consumidores que, mesmo de maior porte, não se sintam seguros em administrar e negociar seus contratos e preços de energia, apesar de terem permissão para enfrentar o mercado e comprar sua energia a preço livremente negociado, enquanto não façam a opção formal por serem consumidores livres, ainda terão, dentro do ACR, um ambiente de tarifas reguladas fixadas pela Aneel e condições contratuais definidas

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por contratos de adesão aplicáveis aos consumidores denominados cativos. (REGO, 2012). O ACL é um ambiente competitivo de negociação de energia elétrica onde os participantes podem negociar livremente todas as condições comerciais. São realizados contratos bilaterais estabelecendo prazos e volumes. Essas relações poderão envolver agentes geradores, comercializadores, importadores, exportadores e consumidores livres. (REGO, 2009).

3.2 ATUAÇÃO DOS AGENTES NOS AMBIENTES DE COMERCIALIZAÇÃO

Os agentes atuam de forma diversa dependendo do ambiente de comercialização de energia elétrica da qual fazem parte. Na Figura 9 é possível observar os dois ambientes de contratação de energia elétrica com seus respectivos agentes inseridos, como ainda, as peculiaridades existentes em cada ambiente de contratação.

Figura 9 - Peculiaridades dos ambientes de contratação de energia elétrica

Fonte: Autoria própria.

A seguir está descrito como ocorre a atuação dos agentes no âmbito do mercado: I. Participação obrigatória das distribuidoras somente no ACR, como compradoras de energia elétrica, via leilões. As distribuidoras não podem participar do ACL.

II. Atuação dos geradores e comercializadores no ACR e no ACL, como vendedores nos leilões do ACR e/ou mediante contratos livremente negociados no ACL. Os geradores também podem participar do processo de contratação de energia de reserva.

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III. Atuação dos consumidores livres e especiais somente no ACL, como compradores.

IV. Todos os agentes da categoria consumo (distribuidores, consumidores livres e especiais e autoprodutores, nos montantes adquiridos no SIN) ficam obrigados à aquisição da energia elétrica negociada nos leilões de energia de reserva.

V. As distribuidoras são obrigadas à aquisição da energia elétrica gerada por Itaipu (excetuadas as distribuidoras do Norte e Nordeste), por Angra 1 e 2 e no âmbito do Proinfa, conforme cotas e condições definidas pela Aneel.

VI. Todos os agentes participam do MCP, na medida em que possuam sobras ou déficits de energia a serem liquidados no spot, pelo PLD, ficando eventualmente sujeitos à apuração e aplicação de penalidades, com algumas exceções e condições. (DAVID, 2013, p. 39).

A atuação dos agentes no âmbito do mercado de comercialização de energia elétrica praticado no Brasil é facilmente compreendida com o fluxograma detalhado da Figura 10, na qual exemplifica a divisão entre o ACR e o ACL. No fluxograma da Figura 10 também é descrito como funciona o relacionamento com cada agente nos dois ambientes de comercialização de energia elétrica.

Figura 10 - Atuação dos agentes no mercado de energia brasileiro

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Os agentes integrantes da CCEE possuem diversas obrigações, e o conhecimento delas é de forma obrigatória pela sua relevância, pois o não cumprimento pode ensejar a aplicação de penalidades e até o desligamento da CCEE, sem prejuízo da aplicação de penalidades pela ANEEL. (DAVID, 2013).

3.3 REGRAS GERAIS DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Em 16 de março de 2004 foi publicada a Lei n.º 10.848, alterando muitos dos princípios do modelo anterior. A regulamentação do modelo veio em 30 de julho de 2004, quando da edição do Decreto n.º 5.163, que regulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga de concessões e de autorizações de geração de energia elétrica. (REGO, 2012).

No caput do Art. 1o da Lei nº 10.848, de 16 de março de 2004, traz o seguinte:

Art. 1o A comercialização de energia elétrica entre concessionários, permissionários e autorizados de serviços e instalações de energia elétrica, bem como destes com seus consumidores, no Sistema Interligado Nacional - SIN dar-se-á mediante contratação regulada ou livre, nos termos desta Lei e do seu regulamento.

O Art. 2o trata do Ambiente de Contratação Regulada de energia elétrica que é por meio desse modelo de contratação que são realizados os leilões de comercialização de energia elétrica.

Art. 2o As concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional – SIN deverão garantir o atendimento à totalidade de seu mercado, mediante contratação regulada, por meio de licitação.

A contratação regulada de que trata o caput do artigo Art. 2o deverá ser formalizada por meio de contratos bilaterais denominados Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado – CCEAR, celebrados entre cada concessionária ou autorizada de geração e todas as concessionárias, permissionárias e autorizadas do serviço público de distribuição, devem ser observados regras como modicidade tarifária, garantias, prazos de antecedência de contratação e de sua vigência.

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4 COMERCIALIZAÇÃO NO ACR

Neste capítulo será apresentado o marco regulatório atualmente vigente, iniciado em 2003 e implementado a partir de 2004 do Ambiente de Contratação Regulada de energia elétrica.

A Lei n. 10.848 entrou em vigor em 15 de março de 2004, data na qual foi publicada no Diário Oficial da União. E o Decreto n. 5.163 entrou em vigor em 30 de julho de 2004, que regulamentou a comercialização de energia.

4.1 PROPOSTA DE REGULAMENTAÇÃO

Para a realização da proposta da nova regulamentação do SEB, foi montada, pelo Comitê de Revitalização e o Ministério de Minas e Energia, então sob o comando da ministra Dilma Roussef, a elaboração de objetivos norteadores:

 promover a modicidade tarifária, estimulando a contratação eficiente de energia para os consumidores regulados;

 garantir a segurança no suprimento de energia elétrica;

 promover a inserção social, através de programas de universalização.

Para suprir a primeira premissa do novo modelo, as principais ações do ministério foram de determinação para que a compra de energia sempre ocorresse em leilões (na modalidade menor tarifa) para a demanda das distribuidoras, como também ocorresse contratação em separado para a energia de usinas novas e de usinas existentes, dando enfoque à competição pelo mercado. (CUBEROS, 2008).

4.2 REGULAMENTAÇÃO DO ACR

A partir de 2004, com a edição da Lei n. 10.848, de 15 de março de 2004, e do Decreto n. 5.163, de 30 de julho de 2004, que regulamentou a comercialização de energia elétrica e o processo de outorga de concessões e de autorizações de geração de energia elétrica, ficou estabelecido que as concessionárias, as permissionárias, e as autorizadas do serviço público de distribuição de energia do SIN deveriam garantir, por meio de licitação, na modalidade de leilão, o atendimento à totalidade de seu mercado no ACR; essa mudança referente à regulamentação da comercialização de energia elétrica está evidenciado na Figura 11 que ilustra a primeira reforma ocorrida no SEB em 1998 e seis anos mais tarde a segunda reforma

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de modo que seja possível a comparação.

As reformas ocorridas no SEB já foram mencionadas e ilustradas anteriormente, porém agora é ilustrado as principais características ocorridas em cada uma das reformas, para que assim seja de melhor entendimento sobre o tema. A legislação estabeleceu que os leilões fossem regulados e realizados pela Aneel, observado o disposto no art. 3º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a redação dada pela Lei n. 10.848/2004. A delegação incluiu que a Aneel promovê-los diretamente ou por intermédio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. (ANEEL, 2017).

Figura 11 - Reformas ocorridas no Setor Elétrico Brasileiro

Fonte: Autoria própria.

Dessa forma o ACR foi criado para a proteção mais eficaz aos consumidores de menor porte, tendo como objetivo de garantir a transparência do processo de compra e buscar a modicidade tarifária.

A energia elétrica destinada ao suprimento do mercado das distribuidoras é adquirida por intermédio de leilões regulados pela Aneel, exceção feita à energia proveniente de usinas que produzam energia elétrica a partir de fontes alternativas, contratadas na primeira etapa do PROINFA, da Itaipu Binacional, e de geração distribuída – geração conectada diretamente no sistema elétrico da distribuidora compradora. Ressalta-se que, a Aneel vem delegando a promoção dos leilões para a CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

O ACR apresenta duas modalidades de contratação de energia em função do estágio de desenvolvimento dos projetos: leilões de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existente – leilões de energia velha – e os leilões de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração – leilões de energia nova, enquadrando-se nesta categoria aqueles que, até a data da publicação do respectivo edital de leilão, não possuam ato autorizativo (concessão, autorização ou permissão), ou constituam acréscimo de capacidade de empreendimentos

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existentes. Em ambos, o critério de decisão pela contratação é o de menor tarifa ofertada. (REGO, 2012, p. 70).

Por fim, tem-se como principais objetivos dos leilões praticados no ambiente de contratação regulada a contratação de energia pelo menor preço possível, ou seja, a modicidade tarifária, atrair novos investidores para construção de novas usinas com vistas à expansão da geração, e reter a geração existente. (ANEEL, 2017).

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5 LEILÕES DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

Neste capítulo serão detalhadas as modalidades de leilão de energia elétricas de acordo com o novo modelo institucional de que passou a vigorar a partir de 2004. A comercialização de energia é contratada em leilões de energia existente, e leilões de energia nova, para o atendimento à totalidade de seu mercado no ACR.

Para que sejam completamente compreendidos os conceitos a serem discutidos nessa monografia, é preciso também que seja feito um relato sobre as teorias dos leilões, de modo que, facilite o entendimento pela preferência do Brasil em adotar o mecanismo de relógio descendente para a realização da comercialização de energia elétrica no ACR.

5.1 MODALIDADES DE LEILÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O novo modelo institucional do SEB que passou a vigorar em 2004, disciplinado pela Lei no 10.848/2004 e pelo Decreto nº 5.163/2004, estabeleceu que as concessionárias, as permissionárias, e as autorizadas do serviço público de distribuição de energia do SIN devem garantir, por meio de licitação, na modalidade de leilões, o atendimento à totalidade de seu mercado no ACR. À Aneel cabe a regulação das licitações para contratação de energia elétrica e a realização do leilão diretamente ou por intermédio da CCEE. Os leilões de energia ocorrem com periodicidade anual e são subdivididos em duas categorias principais: os leilões de energia existente e os leilões de energia nova.

Nos leilões de energia elétrica promovidos no ACR, para as distribuidoras que contratarem suas demandas de energia, poderá ser comercializada em leilões de energia existente (que visam à renovação de contratos) e leilões de energia nova (para contratação de novas usinas). A Figura 12 ilustra como é realizada a divisão dos leilões de energia elétrica praticado no Brasil e descreve o objetivo de cada um deles. (PESSANHA, 2007).

Figura 12 - Divisão dos leilões de energia elétrica

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O decreto 5.163/2004 define novos empreendimentos de geração como aqueles que, até a data de publicação do edital do respectivo leilão, ainda não sejam detentores de concessão, permissão ou autorização; ou ainda, aqueles que sejam parte de empreendimento existente que venha a ser objeto de ampliação, neste caso restrito ao acréscimo da sua capacidade instalada como é possível verificar na Figura 13 que exemplifica essa divisão. (PESSANHA, 2007).

Figura 13 - Enquadramento em novos empreendimentos de geração

Fonte: Autoria própria.

Cabe ressaltar que o governo também tem o direito de organizar leilões especiais de energia renovável (biomassa, PCH, energia solar e eólica). Esses leilões são conduzidos anualmente pela ANEEL e CCEE. (PESSANHA, 2007).

5.2 LEILÕES DE ENERGIA NOVA

No art. 19 do Decreto 5.163 de 29 de julho de 2004 estabeleceram-se duas formas de contratação de energia proveniente de novos empreendimentos de geração, também chamados de energia nova, quais sejam, Leilão em A menos 5e Leilão em A menos 3 como ilustrado na Figura 14.

Figura 14 - Divisão dos leilões de energia nova

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Na contratação de energia nova em A menos 5, o agente de distribuição declara o montante adicional que deseja adquirir de energia elétrica 5 anos na frente, sem qualquer limitação neste montante. No A menos 3 o agente de distribuição declara o montante adicional que deseja adquirir de energia elétrica 3 anos na frente, porém, limitado ao valor de dois por cento (2%) da carga realizada no ano A menos 5. (PESSANHA, 2007).

5.2.1 leilões do tipo A menos 5

Na Figura 15, é possível verificar as principais características do leilão em A menos 5 que é uma das modalidades de leilões de energia elétrica praticado no Brasil na categoria de energia nova.

Figura 15 - Leilões de energia A menos 5

Fonte: Autoria própria.

Na contratação em A menos 5, é declarado pelo agente o montante adicional desejado para aquisição de energia elétrica 5 anos na frente, sem qualquer limitação neste montante. Os agentes geradores que vencerem a licitação irão iniciar a construção das novas usinas para iniciar o suprimento de energia em 5 anos, garantindo assim, a expansão do sistema com segurança. Devido ao longo período, há uma tendência da maior parcela da demanda ser atendida por empreendimentos hidrelétricos.

5.2.2 Leilões do tipo A menos 3

Na Figura 16, é possível verificar as principais características da segunda modalidade de leilões de energia elétrica praticado no Brasil na categoria de energia nova que é o leilão realizado em A-3.

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Figura 16 - Leilões de energia A menos 3

Fonte: Autoria própria.

Da mesma forma, nos leilões de energia nova em A menos 3, o agente de distribuição declara o montante adicional que deseja adquirir de energia elétrica 3 anos na frente, porém, limitado ao valor de dois por cento (2%) da carga realizada no ano A menos 5. Como neste Leilão só restam 3 anos para início da entrega da energia, provavelmente a maior parcela da demanda será atendida por termelétrica, pois precisam de menos tempo para a construção. (PESSANHA, 2007, p 52 - 53).

5.2.3 Leilões de fontes alternativas

Vale lembrar, que os leilões de fontes alternativas, uma variação do leilão A menos 3, no qual se respeita o mesmo prazo para início de suprimento. A Figura 17 elenca quais são as principais características da modalidade do leilão de fontes alternativas de energia elétrica praticado no Brasil.

Figura 17 - Leilões de fontes alternativas

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Entretanto só podem concorrer nos leilões de fontes alternativas de energia elétricas pequenas centrais hidrelétricas, usinas de geração que utilizem biomassa como combustível e a eólica.

5.2.4 Obrigações dos vencedores dos leilões de energia nova

Conforme David (2013), os vencedores das licitações na modalidade leilões de energia nova ficam obrigados, de modo geral a realizar alguns processos como descrito pela Figura 18, que elenca um a um esses processos.

Figura 18 - Obrigações dos vencedores dos leilões de energia nova

Fonte: Autoria própria.

De dezembro de 2004 a dezembro de 2012 foram realizados 47 leilões de energia elétrica, dos quais 14 de energia nova, contratando cerca de 60 MW em nova capacidade para a entrada em operação no horizonte 2008 – 2017. (DAVID, 2013).

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5.3 LEILÕES DE ENERGIA EXISTENTE

Possuem dois tipos de leilões para a contratação de energia proveniente de empreendimentos de geração existentes como detalha a Figura 19.

Figura 19 - Leilões de energia existente

Fonte: Autoria própria.

Dessa maneira, como observado são leilões de energia existente os leilões realizados em A menos1 e os leilões de Ajuste.

5.3.1 Leilões do tipo A menos1

Na Figura 20, é possível verificar detalhadamente as principais características envolvidas no leilão realizado em A menos 1 que é uma das modalidades dos leilões de energia elétrica praticado no Brasil que são chamados de leilões de energia existente.

Figura 20 - Leilões realizados em A menos1

Fonte: Autoria própria.

Na compra de energia em A menos 1, o agente de distribuição declara o montante adicional que deseja adquirir de energia para o próximo ano, limitado a um por cento (1%) da

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carga do ano anterior. Devido ao curto prazo de tempo entre a data do leilão e o inicio do suprimento (menos de 1 ano) torna-se óbvio porque este tipo de leilão tem de ser de energia existente.

5.3.2 leilões de ajustes

Na Figura 21, é possível verificar detalhadamente as principais características do leilão de ajuste que funciona como um mecanismo de troca completando a energia elétrica para a totalidade das cargas.

Figura 21 - Leilões de ajustes

Fonte: Autoria própria.

Na contratação de ajuste, que é a segunda modalidade dos leilões praticados na categoria de energia existente, os agentes de distribuição declaram quanto querem receber de energia ainda no ano em curso para fins de possibilitar a complementação, pelos referidos agentes, do montante de energia elétrica necessário para o atendimento à totalidade de suas cargas. O montante total de energia contratado em leilões de ajuste não poderá exceder a um por cento (1%) da carga total contratada de cada agente de distribuição e o prazo desse contrato é de até dois anos. (PESSANHA, 2007).

Os leilões de ajuste são realizados para atender as variações de mercado, sendo que as distribuidoras de energia se utilizam desse mecanismo nos casos em que a variação de mercado ocorre fora do planejamento.

A utilização dos leilões de ajuste como mecanismo de mitigação de risco é exemplificado por Cuberos (2008), descrevendo a seguinte situação “uma distribuidora declarou um determinado valor de mercado de sua carga e com a volta de alguns consumidores à condição de cativo, existe a necessidade de contratar mais energia para atendê-los”. Cabe ressaltar que consumidores cativos são residências, comércio e indústrias

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que não podem escolher o seu fornecedor de energia elétrica, ou seja, utiliza a energia elétrica comprada nos leilões do ACR.

Logo, é possível que ocorra essa situação, já que os Consumidores Especiais (aqueles em que o consumo é maior que 0,5 MW e menor que 3 MW ), podem optar pela compra de energia no ACL a partir de fontes incentivadas e energia elétrica. Assim, os Consumidores Especiais que estiveram no ACL podem solicitar o retorno para o ACR num prazo máximo de seis meses a partir de declaração, à distribuidora, do desejo de retorno ao mercado cativo.

Portanto, devido ao aumento de demanda inesperado, a distribuidora pode não ter energia suficiente para suprir a esse consumidor que retornou ao mercado cativo num prazo máximo de seis meses, contratando assim energia no leilão de ajuste, uma vez que o início de suprimento desses leilões é de quatro meses posterior à realização da compra.

Quanto ao repasse tarifário dos custos de aquisição de energia nos leilões de ajustes é limitado ao Valor de Referência (VR). (CUBEROS, 2008)

5.4 MOMENTOS DE CONTRATAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA

Como descrito anteriormente no ACR os leilões serão realizados de forma direta ou indiretamente pela Aneel, sendo diferenciados para nova geração e para geração existente, sempre com o objetivo de assegurar o suprimento de energia em um ano determinado. Estes leilões são usualmente classificados como leilões do tipo A menos 1 (A-1). Isto é, são leilões organizados no ano anterior ao ano de entrega física de energia (A), e esta, por sua vez, deverá ser inicialmente fornecida sempre a partir do primeiro dia do ano contratado. O prazo destes contratos de energia existente é, usualmente, estabelecido em oito anos de duração. Para a compra de energia de novos empreendimentos de geração, os leilões serão realizados nos anos A menos 5 (A-5) e A menos 3 (A-3), se destinam ao atendimento das necessidades de mercado das distribuidoras mediante a venda de energia elétrica proveniente de empreendimentos que, em geral, ainda não iniciaram sua etapa de construção, também ocorrem com periodicidade anual, e os contratos têm vigência de 15 anos para a energia advinda de empreendimentos termelétricos e de 30 anos para os empreendimentos hidrelétricos. O objetivo de tais leilões é propiciar a possibilidade, por parte das distribuidoras, de contratação antecipada de energia para o atendimento pleno de sua demanda estimada três a cinco anos à frente. (REGO, 2009).

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A Figura 22 ilustra os momentos de contratação da energia elétrica praticado no Brasil com suas respectivas limitações de carga dependendo do momento que é realizada a contratação da energia.

Figura 22 - Momentos de contratação de energia elétrica

Fonte: Adaptado de PESSANHA, 2007.

No que se refere às ofertas de energia elétrica pelos agentes de geração e demanda pelas concessionárias, o governo vai diminuindo o valor máximo do leilão até que alcance equilíbrio. Quando ocorre o estabelecido equilíbrio entre a oferta e a demanda, são firmados contratos como mencionado anteriormente com duração de 15 anos (fonte termoelétrica) ou 30 anos (fonte hidroelétrica) entre cada agente de geração e cada concessionária de distribuição. Cabe mencionar que, nos leilões de fontes alternativas, concorrem fundamentalmente pequenas centrais hidrelétricas (potência inferior a 30 MW) e usinas de geração que utilizem a biomassa como combustível. (REGO, 2009).

5.5 BALANÇO DOS LEILÕES REALIZADOS

Conforme informações disponibilizadas pela CCEE de dezembro de 2004 a dezembro de 2015 foram realizados 64 leilões de energia elétrica, dos quais 20 de energia nova, 13 de energia existente, 16 leilões de ajuste, 9 leilões de energia de reserva, 3 leilões de fontes alternativas e 3 leilões estruturantes. Com a realização desses leilões ocorreu uma movimentação de R$ 1,37 trilhão de reais e contratando aproximadamente 68.317 MW em nova capacidade para a entrada em operação no horizonte até 2021.

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Porquanto, é possível verificar na Figura 23 a representatividade de cada modalidade de leilão no âmbito do ACR no qual a maior parte é dos leilões de energia nova com 31,25% do total de leilões realizados até o ano de 2015.

Figura 23 - Representatividade das modalidades de leilões praticados no ACR

Fonte: Autoria própria.

Por conseguinte, é notória a importância dos leilões de ajuste que funcionam como um mecanismo de troca, pois sua representatividade está em segundo lugar com o valor de 25% dos leilões realizados até o ano de 2015.

5.6 CONTRATOS DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA NO ACR.

Na Figura 24, é possível visualizar o fluxo das relações dos aspectos referente à Comercialização de Energia no Ambiente Regulado, que são realizados os contratos bilaterais (CCEARs) celebrados entre cada Agente Vendedor, vencedor de um determinado leilão, e todos os Agentes de Distribuição compradores.

Figura 24 - Esquema de celebração dos CCEAR`S

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Para cada tipo de leilão, possuem CCEARs com características específicas determinantes. Conforme Pessanha (2007) para os leilões de compra de energia provenientes de novos empreendimentos, os CCEARs possuem no mínimo quinze e no máximo trinta anos, contados do início do suprimento de energia. Para os leilões de compra de energia proveniente de empreendimentos existentes (exceto nos leilões de ajuste), os CCEARs têm no mínimo cinco e no máximo quinze anos de duração, contados a partir do ano seguinte ao da realização de tais leilões.

Os CCEARs são celebrados de duas formas. A primeira modalidade é a por quantidade de energia elétrica para empreendimentos hidroelétricos e a segunda forma é por disponibilidade de energia elétrica para empreendimentos termoelétricos como pode ser verificado na Figura 25.

Figura 25 - Celebração dos CCEARs

Fonte: Autoria própria.

A primeira modalidade por quantidade de energia elétrica para empreendimentos hidroelétricos que preveem o fornecimento de um montante fixo de energia a um determinado preço. Nesta modalidade, geralmente utilizada para a contratação de energia hidráulica, os geradores estão sujeitos a riscos de sobras ou déficits de energia, liquidados ao PLD, sendo que esses riscos são minimizados pelo chamado Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Esse mecanismo realoca montantes de energia gerados entre as usinas participantes, reduzindo o risco de exposição de agentes individuais.

A segunda forma por disponibilidade de energia elétrica para empreendimentos termoelétricos que é realizado uma remuneração fixa ao agente gerador, independente do que for efetivamente gerada essa parcela fixa é destinada à cobertura dos custos fixos para a

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