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Avaliação Pós-Ocupação (APO) em empreendimento Minha Casa, Minha Vida com ênfase na satisfação do usuário

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

JOSÉ JOÃO DE ANDRADE NETO

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO) EM EMPREENDIMENTO

MINHA CASA, MINHA VIDA COM ÊNFASE NA SATISFAÇÃO DO

USUÁRIO

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JOSÉ JOÃO DE ANDRADE NETO

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO) EM EMPREENDIMENTO MINHA CASA, MINHA VIDA COM ÊNFASE NA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil do Centro tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof. Dr Cristine Nascimento Mutti.

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Este trabalho é dedicado aos meus pais, Aldo Luiz de Andrade e Rosângela de Souza Costa de Andrade e minha irmã Carolina de Andrade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço meus pais e familiares, pelo incentivo e pela confiança em que depositaram em mim, sem eles essa conquista não teria se realizado.

Agradeço também aos meus amigos pela amizade, apoio, momentos compartilhados e por estarem do meu lado em toda essa jornada.

Agradeço à professora orientadora Cristine, por todo o apoio e toda a dedicação ao longo desse ano, por poder contar com sua sabedoria e amizade. Irei seguir seu exemplo e dedicação para me tornar um grande profissional.

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RESUMO

A Avaliação Pós-Ocupação possui um papel importante na melhoria de empreendimentos Minha Casa, Minha Vida, pois com a análise desenvolvida é possível identificar erros e acertos perante o projeto. Desta forma o estudo serve para retroalimentar o ciclo produtivo de projetos futuros, contribuindo para o desenvolvimento de produtos mais satisfatórios. No presente trabalho, o objetivo é verificar através da técnica de Avaliação Pós-Ocupação o grau de satisfação do usuário, além de identificar principais problemas relacionados a vícios construtivos e relaciona-los juntamente com a NBR 15575 (ABNT, 2013). A metodologia adotada consiste na aplicação de questionários e entrevistas sobre o empreendimento em estudo. A amostra utilizada na pesquisa consiste em 32 unidades habitacionais, resultando em 42% da população do objeto da pesquisa. Os resultados encontrados afirmam o grau de satisfação elevado dos moradores perante o seu imóvel, devido ao fato de muito deles provir de áreas de riscos, sem habitabilidade e insalubres. Índices de satisfações negativos foram encontrados em relação a vícios construtivos e patologias, qualidade dos materiais e desempenho térmico.

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ABSTRACT

The post-occupation evaluation has an important role in the improvement of projects Minha Casa, Minha Vida, with the analysis developed it is possible to identify errors and correctness before the project. In this way the study serves to feed back the productive cycle of future projects, contributing to the creation of more satisfactory products. In the present work, the objective is to verify through the Post-Occupancy Assessment the degree of satisfaction of the user before his property in the Jardim Atlântico residential condominium. The methodology adopted is the application of questionnaires and interviews about the project under study. The sample used in the survey consists of 32 housing units, resulting in 42% of the population. The results confirm the high degree of satisfaction of the residents with their property, due to the fact that many of them come from areas of risk, without habitability and unhealthy. Indices of negative satisfactions were found in relation to constructive defects and pathologies, material quality and thermal performance.

Keywords: Post-Occupancy Assessment, Minha Casa Minha Vida, user satisfaction.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1:Esquema da APO ... 24

Figura 2: Modelo de APO ... 26

Figura 3: Fluxograma das etapas da pesquisa ... 44

Figura 4: Localização do terreno de implantação do empreendimento ... 46

Figura 5: Vista modelada do empreendimento ... 47

Figura 6: Planta baixa humanizada ... 48

Figura 7 : Sexo dos moradores ... 50

Figura 8: Faixa etária dos moradores ... 51

Figura 9: Pretensão de participar de outro programa de habitação popular ... 52

Figura 10: Possibilidade de comprar outro imóvel no mesmo bairro... 53

Figura 11: Recebimento de orientação a respeito da manutenção do imóvel ... 53

Figura 12: Avaliação das informações fornecidas para a participação no programa ... 54

Figura 13: Avaliação do atendimento prestado pela executora do programa ... 55

Figura 14: Avaliação do atendimento após a entrega do imóvel. ... 55

Figura 15 : Avaliação da temperatura interna no verão... 56

Figura 16: Avaliação da temperatura interna no inverno ... 57

Figura 17: Variáveis ambientais ... 57

Figura 18: Condições de controle climático a serem adotadas no projeto arquitetônico. ... 58

Figura 19: Avaliação da ventilação da cozinha/área de serviço ... 60

Figura 20: Como você avalia a ventilação do banheiro? ... 60

Figura 21: Avaliação da ventilação dos quartos ... 61

Figura 22: Como você avalia a ventilação da sala ... 61

Figura 23: Rosa do vento característica do município de Florianópolis ... 62

Figura 24: Avaliação da iluminação natural da área privativa ... 63

Figura 25: Avaliação da iluminação natural das áreas comuns ... 64

Figura 26 : Avaliação da iluminação artificial na área privativa ... 64

Figura 27: Avaliação da iluminação artificial nas áreas comuns ... 65

Figura 28: Avaliação em relação a ruídos vindos de apartamentos vizinhos ... 66

Figura 29: Avaliação em relação a ruídos vindo do exterior do apartamento ... 66

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Figura 31: Avaliação da área da cozinha ... 68

Figura 32: Avaliação da área da sala ... 68

Figura 33: Número apropriado de morador ... 69

Figura 34: Intenção de ampliar a família ... 70

Figura 35:Avaliação das instalações elétricas ... 71

Figura 36: Avaliação das instalações hidráulicas ... 71

Figura 37: Avaliação da qualidade do piso cerâmico ... 72

Figura 38: Avaliação da qualidade dos azulejos ... 73

Figura 39: Avaliação da qualidade do rodapé ... 74

Figura 40: Avaliação da qualidade das esquadrias (janelas) ... 75

Figura 41: Avaliação da qualidade das esquadrias (Portas) ... 77

Figura 42: Avaliação da qualidade das peças sanitárias ... 78

Figura 43: Avaliação da qualidade do material de tomadas e interruptores (espelhos) ... 80

Figura 44: Avaliação em relação a qualidade da pintura ... 81

Figura 45: Ocorrência de refluxo de esgoto pela tubulação ... 83

Figura 46: Ocorrência de mau cheiro provindo das tubulações ... 83

Figura 47: Presença de sinais de umidade nas paredes ... 85

Figura 48: Detalhe e instalação de esquadria de alumínio. ... 85

Figura 49: Presença de fissuras no imóvel ... 86

Figura 50: Tendência das fissuras causadas pela inexistência/mau dimensionamento de vergas e contravergas ... 86

Figura 51: Presença de desplacamento ou pisos cerâmicos ocos. ... 87

Figura 52: Houve modificação no seu apartamento? ... 88

Figura 53: Presença de desnivelamento inadequado no piso do Box no banheiro. ... 89

Figura 54: Presença de problemas elétricos no imóvel ... 89

Figura 55: Presença de mau fechamento de janelas ... 90

Figura 56: Presença de emperramento ou mau fechamento das portas ... 91

Figura 57: Avaliação do fornecimento de água no bairro ... 92

Figura 58: Avaliação do fornecimento de energia elétrica no bairro ... 92

Figura 59: Avaliação da coleta de lixo do bairro ... 93

Figura 60: Avaliação da iluminação pública do bairro... 93

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Figura 62: Avaliação da pavimentação do bairro ... 95 Figura 63: Diretriz de projeto Quarto do casal menor e com sacada/varanda X Quarto do casal maior e sem sacada/varanda ... 96 Figura 64: Diretriz de projeto sala maior X quarto maior ... 96 Figura 65: Diretriz de projeto sala maior X cozinha maior ... 97 Figura 66: Diretriz de projeto varanda menor e com churrasqueira X varanda maior e sem churrasqueira ... 97 Figura 67: Diretriz de projeto cozinha maior X área de serviço maior ... 98 Figura 68: Diretriz de projeto maior número de cômodos, porém menores X presença de varanda... 98 Figura 69: Você está satisfeito com seu imóvel em geral?... 100

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Detalhe dos sistemas construtivos ... 48

Quadro 2: Incidência solar em função da estação do ano e orientação ... 59

Quadro 3: Áreas privativas e comuns ... 67

Quadro 4: Especificações piso cerâmico ... 73

Quadro 5: Especificações azulejo ... 74

Quadro 6: Especificações janelas/basculantes e vidros - áreas privativas... 76

Quadro 7: Especificações esquadrias (portas) ... 77

Quadro 8: Especificações de louças e metais ... 79

Quadro 9: Certificações das marcas de louças e metais ... 80

Quadro 10: Especificações pintura ... 82

Quadro 11: Quantidade de pontos de esgoto ... 84

Quadro 12: Diretrizes de projeto questionadas... 95

Quadro 13: Resultados do item "sobre você" ... 100

Quadro 14: Resultados do item "como você avalia" ... 101

Quadro 15: Resultados dos itens de "Desempenho" ... 101

Quadro 16: Resultados do item "Aspectos gerais das áreas privativas e comuns" ... 102

Quadro 17: Resultados do item "patologia e vícios construtivos" ... 102

Quadro 18: Resultado do item "diretrizes de projeto" ... 103

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Níveis de APO ... 25

Tabela 2: Distribuição da população brasileira de 1940 a 2010 ... 30

Tabela 3: Faixa do Minha Casa, Minha Vida e características. ... 32

Tabela 4: Critérios utilizados para escolha dos participantes do MCMV ... 33

Tabela 5: Valores mínimos de iluminância geral de acordo com a dependência ... 36

Tabela 6 : Valores mínimos do Fator de Luz Diurna (FLD) de acordo com a dependência .... 37

Tabela 7: Valores mínimos de iluminação artificial de acordo com a dependência. ... 37

Tabela 8: Valores mínimos de decibéis de acordo com a localização da habitação ... 40

Tabela 9: Valores mínimos de decibéis (dB) de acordo com o elemento ... 41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística APO Avaliação Pós-Ocupação

SFH Sistema Financeiro de Habitação MCMV Minha Casa, Minha Vida HIS Habitação de Interesse Social BNH Banco Nacional de Habitação

FNHIS Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social PNH Plano Nacional de Habitação

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 19 1.1 JUSTIFICATIVA ... 21 1.2 OBJETIVOS ... 22 1.2.1 Objetivo Geral ... 22 1.2.2 Objetivos Específicos ... 22 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 23

2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO) ... 23

2.2 HISTÓRICO DOS PROGRAMAS DE HABITAÇÃO NO BRASIL ... 28

2.3 MINHA CASA MINHA VIDA (MCMV) E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. ... 32

2.3.1 Especificações de desempenho nos empreendimentos de Habitação de Interesse social (MCMV faixa I) ... 33

2.3.1.1 Diretrizes gerais de projeto para atender aos requisitos de desempenho ... 34

2.3.1.1.1Segurança no uso e operação. ... 34

2.3.1.1.2Estanqueidade ... 35

2.3.1.1.3Desempenho Lumínico ... 36

2.3.1.2 Características arquitetônicas de empreendimentos ... 38

2.3.1.2.1Áreas e pé-direito dos ambientes e unidades privativas. ... 38

2.3.1.2.2Segurança no uso e operação/acessibilidade - Áreas de lazer, áreas comuns externas e “playgrounds”. ... 38

2.3.1.2.3Escadas de emergências e rotas de fuga em situação de incêndio. ... 38

2.3.2 Subsistema e componentes construtivos. ... 39

2.3.2.1 Estruturas – desempenho estrutural. ... 39

2.3.2.2 Fachadas ... 40

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2.3.2.2.2Desempenho acústico. ... 40

2.3.2.3 Paredes internas ... 41

2.3.2.3.1Desempenho estrutural... 41

2.3.2.3.2Desempenho acústico ... 41

2.3.2.4 Pisos... 42

2.3.2.4.1Segurança no uso e operação ... 42

2.3.2.4.2Estanqueidade ... 42 2.3.2.4.3Desempenho acústico ... 43 3 METODOLOGIA ... 43 3.1 PLANEJAMENTO DA PESQUISA... 44 3.2 CRITÉRIOS DE AMOSTRAGEM... 45 3.2.1 Seleção do empreendimento ... 45 3.2.2 Definição da amostra... 45 3.3 OBJETO DE ESTUDO ... 46 4 RESULTADOS E ANÁLISES ... 49 4.1 LEVANTAMENTOS DE DADOS ... 49

4.2 ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO. ... 49

4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 50

5 CONCLUSÃO ... 104

6 REFERÊNCIAS ... 106

APÊNDICE A – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ... 109

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ... 111

ANEXO A – PLANTA DE LOCAÇÃO E SITUAÇÃO ... 112

ANEXO B – PLANTAS BAIXAS DOS PAVIMENTOS ... 113

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1 INTRODUÇÃO

O déficit habitacional é um dos principais problemas do Brasil, principalmente em grandes centros urbanos. Em busca do sonho da casa própria levam pessoas a adquirir terreno ou moradias em lugares impróprios, gerando favelas, loteamentos clandestinos, agravando ainda mais o quadro de desigualdade social presente no país, de acordo com Maricato (1997). Com o intuito de fornecer moradias dignas para essa parte da população, ao longo dos anos foram criados diversos programas habitacionais de modo a diminuir esse déficit presente, atualmente o principal programa vigente é o Minha Casa Minha Vida (MCMV), atendendo todas as faixas de renda, visando facilitar a aquisição do imóvel próprio.

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) em um empreendimento habitacional de interesse social (MCMV) é o foco principal do presente trabalho. A APO foi realizada por meio de formulários e entrevistas aos moradores do primeiro empreendimento Minha Casa Minha Vida (Faixa I) no município de Florianópolis, o residencial Jardim Atlântico. O estudo avaliou os desempenhos das edificações, além de itens relacionados à necessidade dos moradores, a qualidade das informações recebidas pelo programa, identificação de possíveis patologias/vícios construtivos nos imóveis e o grau de satisfação do usuário perante o imóvel em si e os sistemas construtivos adotados.

A abordagem central concentrou-se na avaliação dos moradores e suas necessidades perante o imóvel, de acordo com Moraes (2008), embora subjetiva, a avaliação dos usuários do imóvel, reflete com maior precisão o grau de conexão do morador com o seu ambiente. A qualidade do ponto de vista técnico perde credibilidade se não for percebida pelo usuário, considerando o fato de quem percebe a qualidade do produto é o consumidor (DANTAS; 2001).

Com o objetivo de realizar uma análise tanto técnica das edificações, quanto visual perante o grau de satisfação dos moradores. Foram levantados tópicos no questionário em relação, a localização de sua residência, qualidade dos materiais usados, satisfação das informações fornecidas tanto da executora quanto da prefeitura e quesitos relacionados a desempenho em geral: térmicos, acústicos, lumínico e ventilação. Na análise técnica, de acordo com os valores de satisfação encontrados, foi verificado a funcionalidade dos projetos

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arquitetônicos, vícios construtivos e patologias comuns nesse tipo de empreendimento, possíveis modificações e ampliações de modo a obter melhores índices de satisfação.

O objeto de estudo foi o condomínio residencial Jardim Atlântico no município de Florianópolis, que possui 78 unidades habitacionais, sendo a amostra de estudo constituída por 32 moradias, após a realização da coleta dos dados, foram compilados e apresentado em forma de tabelas e gráficos.

Sabe-se que os profissionais da construção civil estão diretamente ligados à diminuição das necessidades sociais presente no Brasil, com a presente técnica utilizada no trabalho avaliando o grau de satisfação dos moradores, os dados obtidos, servem para retroalimentar o ciclo produtivo, armazenando os aspectos positivos e identificando os negativos e propondo melhora para projetos futuros, segundo Romero e Ornstein (2008). Os dados analisados fazem com que empreendimentos habitacionais possam apresentar melhores índices de conforto, economia, satisfação e segurança dos usuários.

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1.1 JUSTIFICATIVA

O autor do estudo trabalha com auxilio em perícias de imóveis e, por meio dessa experiência constatou, em que muitos casos, o baixo de satisfação do morador perante o seu imóvel é extremamente baixo. Com o objetivo de verificar se o nível de satisfação está presente nas diversas classes sociais e padrões de construção, houve o interesse em verificar o grau de satisfação em empreendimentos de classe social mais baixa.

Sabe-se que atualmente na construção civil é criado um produto para um determinado cliente, mas o controle da satisfação do usuário ou se o imóvel atingiu padrões mínimos exigidos de desempenho não é realizado. De acordo com Dantas (2001), a qualidade de um empreendimento visando apenas no âmbito técnico, sem haver a percepção do usuário perde a credibilidade, pois de fato quem realmente percebe a qualidade de um produto é o seu consumidor. Com essa premissa, evidenciou-se a justificativa para a elaboração deste estudo.

A avaliação dos usuários do imóvel reflete com maior precisão o grau de conexão do morador com o seu ambiente segundo Moraes (2001). Com esse entendimento surgiu à motivação de realizar um estudo de caso, com aplicação de formulários em um empreendimento de habitação social, que possibilita obter detalhes e informações pertinentes para melhoria de projeto futuros com esse âmbito.

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1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral

Analisar, de acordo com a percepção do usuário o grau de satisfação com o imóvel adquirido.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para atingir a proposta prevista no trabalho em estudo, foram necessárias metas mais específicas:

 Conhecer o perfil do público alvo e analisar tendências de preferência de consumo;

 Identificar serviços e materiais, que não atenderam o desempenho previsto, de acordo com o nível de satisfação do usuário e realizando uma análise crítica;

 Relacionar com itens previstos na NBR 15575 (ABNT, 2013) e os vícios construtivos comuns nesse tipo de construção;

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO)

A Avaliação Pós-ocupação (APO), segundo Romero e Ornstein (2003) consiste em uma série de técnicas e métodos que visam medir o nível de satisfação dos usuários e o atendimento de suas necessidades, através de diagnóstico dos fatores positivos e negativos do ambiente em estudo ao longo do uso, analisando elementos como: fatores socioeconômicos; infraestrutura e superestrutura urbana dos sistemas construtivos; conforto ambiental; conservação de energia; fatores estéticos; funcionais e comportamentais.

A APO, quando bem realizada, pode gerar diagnósticos, recomendações e futuras intervenções no objeto de estudo e fornecer dados importantes para elaboração de futuros projetos similares. Nos países desenvolvidos esse processo de avaliação é feito há pelo menos quatro décadas. No Brasil a APO, vem sendo incorporada com mais ênfase após promulgação do código de defesa do consumidor no inicio da década de 1990 e, sobretudo mais atualmente a vigência da NBR 15.575(ABNT, 2013) (NAKAMURA, 2013).

A aplicação da APO é baseada em questionários feitos para os usuários do ambiente sobre as suas necessidades. Esses dados podem fornecer indicadores úteis para os processos de planejamento, programação, projeto e construção de um empreendimento. Destaca-se a importância da APO para identificar fatores negativos e positivos do projeto, onde os fatores positivos devem ser analisados e cadastrados para recomendação de projetos futuros semelhantes. Os fatores negativos devem ser analisados e concomitantemente, recomendados correções para minimizar os problemas, utilizando os resultados destas avaliações para retroalimentar o ciclo de produção de projeto futuros. (ROMERO; ORNSTEIN, 2008). A figura 1 mostra o ciclo da produção de projetos futuros baseados na APO.

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Figura 1:Esquema da APO

Fonte: Romero e Ornstein (2003)

Segundo Ornstein (1995), a APO consiste na realização de avaliações comportamentais e avaliações técnicas, organizando da seguinte forma: Avaliação Técnico-Construtiva e Conforto Ambiental – sendo divididas em dois subitens:

a) Materiais e técnicas construtivas – onde se relaciona pontos do objeto de estudo como: estrutura, cobertura, impermeabilização, etc.;

b) Conforto Ambiental - onde demonstra o desempenho em relação à: iluminação e ventilação (naturais e artificiais), conforto acústico e térmico, etc.;

 Avaliação Técnico-Econômica – onde se analisa as variações de custo por área construída em função da largura ou comprimento da planta-tipo; relação custo x benefício; custos de manutenção do edifício.

 Avaliação técnico-Funcional – analisa o desempenho funcional do espaço resultante, entre o proposto originalmente e o construído, tais como: Áreas de Lazer, de circulação, ocupadas, etc.;

 Avaliação Técnico-Estética – texturas, cores, etc.;

 Avaliação Comportamental – lidam diretamente com o ponto de vista do usuário, tais como: privacidade, território, etc.;

 Estrutura Organizacional – analisam problemas funcional ou gerencial de uma empresa.

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APO se caracteriza por buscar resultados práticos e aplicáveis, diferindo-se de outros tipos de investigação do ambiente construído, podendo apontar alterações ao curto, médio ou longo prazo.

De acordo com Preiser (1988), a APO é um método que utiliza uma conduta sistemática e rigorosa, apresentando diversas técnicas de pesquisa e níveis, após o objeto de estudo ter sido ocupado por um determinando período de tempo proposto, conforme a tabela 1 a seguir.

Tabela 1: Níveis de APO

Fonte: Preizer (1988)

APO – Indicativa ou de Curto Prazo: ocorre a visita do ambiente de estudo e a realização de entrevistas com usuários, que indicam aspectos positivos e negativos do objeto de estudo.

APO – Investigativo ou de médio prazo: estudo complementar ao anterior, com o acréscimo de critérios de desempenho.

APO – Diagnóstico ou de longo prazo: ocorre um maior detalhamento de critérios de desempenho, utilizando técnicas sofisticadas de medidas físicas por meio de ensaios relacionando esses dados obtidos com as respostas dos usuários, exigindo assim uma maior disponibilidade de recursos em comparação às anteriores.

A aplicação da APO para conjuntos habitacionais, segundo Jacques (2008), está diagramada de acordo com a figura 2.

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FONTE: Jacques (2008)

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Romero e Ornstein (2003) afirmam que “a APO é um conjunto de métodos e técnicas que são utilizados e combinados de acordo com os objetivos de cada pesquisa e também dos recursos humanos e financeiros envolvidos”. A interconexão desses procedimentos, os diagnósticos e produtos resultantes podem gerar recomendações, banco de dados, relatórios e vídeos.

Com o passar dos anos, diversas técnicas e métodos foram desenvolvidos para realização de variados tipos de APO, gerando um extenso menu de opções para os pesquisadores interessados em realizar estudos de Avaliação Pós-Ocupação (SILVESTRE, 2013).

De acordo com Romero e Ornstein (2003), os métodos e aplicações de técnicas de APO devem ser levados em consideração, assim como opiniões técnicas através de (vistorias, análises realizadas e medições) e a medição do grau de satisfação dos usuários.

Em avaliações de espaços habitacionais, segundo Villa (2009) existem cinco itens fundamentais que devem ser levadas em consideração:

1. Necessita de procedimentos cautelosos e específicos, de modo que os moradores não se sintam invadidos em sua privacidade e aceitem participar da pesquisa.

2. Garantir juntos aos moradores o sigilo das informações obtidas.

3. Lidar de forma adequada com os entrevistados que se sintam acanhados em responder perguntas íntimas ou privadas.

4. Em função dos elevados índices de violência encontrados atualmente, alguns moradores podem ficar receosos em participar de pesquisas.

5. Os moradores possuem muitas vezes indisponibilidade de horário e tempo para responder a questionários e entrevistas.

Segundo Kowaltowski, et al (2009), é recorrente em nosso país o grau de satisfação elevado em aplicação de Avaliações Pós-Ocupação em habitações sociais. Entretanto, esses índices são motivados, não necessariamente por apresentar qualidades construtivas e conforto ambiental, mas sim em muitos casos devido à moradia precária anterior dos moradores ou até mesmo a falta de moradia.

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Na grande Florianópolis, foi publicado uma tese de mestrado de Peruzzo (2008) relacionada à Avaliação Pós-Ocupacional, o qual será utilizado com uma das bases para elaboração desse estudo.

No trabalho “Avaliação Pós-Ocupacional em habitação de interesse social: comportamento da satisfação do usuário após médio período de permanência”, Peruzzo (2008) tem como objetivo geral, analisar sob a percepção do morador, a evolução do desempenho técnico-ambiental e funcional do conjunto habitacional de modalidade PAR (Programa de Arrendamento Residencial).

2.2 HISTÓRICO DOS PROGRAMAS DE HABITAÇÃO NO BRASIL

O déficit habitacional é um dos principais problemas da atualidade. No Brasil desde o inicio da colonização, quando a população brasileira era essencialmente rural, a falta de moradia já preocupava todos os dirigentes. Entretanto, o agravamento do déficit habitacional brasileiro se deve de uma série de acontecimentos históricos os quais mudaram decisivamente a formação e ampliação dos espaços urbanos no país. Entre o final do século XIX e os anos de 1930, com o fim da escravidão e ao mesmo tempo a chegada dos imigrantes europeus ao Brasil, acarretou um aumento na população brasileira, principalmente nos grandes centros urbanos, ocasionando uma maior demanda não apenas de moradia, mas também de toda uma serie de infraestruturas nesses grandes centros urbanos (MARICATO,1997).

A questão habitacional de interesse social, com o passar dos anos sofreu uma alteração da maneira de ser lidada. No passado pensava-se apenas, em desocupação das unidades irregulares e insalubres, e construir novas edificações. Essa metodologia acabava gerando problemas com as moradias novas, como a distância do local trabalho, entre outros. Atualmente os programas habitacionais desenvolvidos pelos governos, possuem como ideia principal, realizar habitações com padrões mais rígidos, além de realizar uma reurbanização dos locais críticos e uma inserção desses moradores na sociedade como um todo (ROMERO; ORNSTEIN, 2003).

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No inicio do século XX, o Brasil possuía 17 milhões de habitantes, sendo sua grande maioria residindo em áreas rurais e apenas 9% da população viviam nas cidades. Neste período iniciariam a construção de vilas operárias para suprir a falta de moradia. Entretanto somente a partir de 1930, iniciou-se a intensificação e a produção direcionada para a casa própria, por meio da intervenção governamental. O primeiro programa habitacional brasileiro foi criado em 1946, a Fundação da Casa Popular, o qual tinha como objetivo a construção de moradias e serviços básicos de infraestrutura urbana. As fontes principais de recursos eram por meio de dotações orçamentárias do governo. Entretanto, a fundação dedicou-se apenas à produção de moradia devido a dificuldades orçamentárias, sendo o programa extinto em 1964 sem chegar a atingir o total previsto de 17 mil unidades (PERUZZO, 2008).

Segundo Dumont (2014), nesse período as intervenções do governo no setor habitacional, foram caracterizadas por ações pontuais, ocasionado assim um déficit habitacional em constante crescimento aumentando ainda mais a dificuldade em sanar este problema. Outro fator agravante desse problema foi à rapidez do processo de urbanização acontecido no Brasil. Entre o período de 1940 e 1960 , a população brasileira passou de 41 milhões para 70 milhões de habitantes, a taxa de urbanização aumentou de 31% para 45%, devido a esse aumento populacional a quantidade de assentamentos irregulares nos grandes centros urbanos aumentou, gerando uma aglomeração na malha urbana e ocasionado um aumento de pobreza nas periferias, a partir deste período o país viveu um intenso processo de urbanização, como se poder ver na Tabela 2.

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Tabela 2: Distribuição da população brasileira de 1940 a 2010

Fonte: Dumont (2014)

Em 1964 o governo federal implantou um novo sistema habitacional brasileiro, para tentar solucionar o problema de falta de moradia, com a Lei 4.380, de 21.08.1964 (BRASIL,1964), criou-se o Sistema Financeiro da Habitação – SFH, tendo como órgão central o Banco Nacional da Habitação – BNH. Os recursos utilizados foram pela arrecadação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), sendo o conjunto de captação das letras imobiliárias e cadernetas de poupança, a partir de 1967, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), obtido a partir de contribuições compulsórias de trabalhadores empregados no setor formal da economia (SANTOS, 1999).

Dentro do programa fica caracterizada a articulação entre o setor público e privado na produção de moradias. O segmento popular (de famílias até três salários mínimo, posteriormente implantado até cinco salários mínimo), seria atendido pelas COHABs (Companhias de habitação a nível municipal ou estadual). O segmento econômico (famílias com renda de três a seis salários mínimo, posteriormente ampliado) foi atendido por cooperativas habitacionais (Associações sem fins lucrativos formados a partir categorias profissionais e são intermediárias entre os mutuários e o BNH). O segmento médio tinha como objetivo atender famílias com renda mensal acima de seis salários mínimos. Nesse segmento atuavam principalmente agentes privados (Sociedades de crédito imobiliário e

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associações de Poupança e Empréstimo), formadores do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, atendendo a chamada classe média (VÉRAS; BONDUKI, 1986).

Segundo Peruzzo (2008), o SFH financiou cerca de 4,4 milhões de unidades, enquanto o incremento do estoque de moradias urbanas no período entre 1960 a 1985 foi de 16,6 milhões de unidades. Sendo assim a produção do BNH representou 27% desse incremento. Em 1980, a crise econômica no país, também atingiu o SFH, afetando o seu equilíbrio financeiro, pelo processo inflacionário, o desemprego e o inadimplemento, sendo o BNH extinto em 1986.

Após a extinção do BNH, o comando da questão habitacional sofreu diversas alterações de acordo com mandatos presidenciais, passando pelo Ministério do Interior, Ministério do Desenvolvimento Urbano, Ministério do Bem Estar Social e Secretária Especial de Desenvolvimento Urbano da presidência da Republica – SEDU, Ministério das Cidades e atualmente fica a cargo do Ministério do Desenvolvimento Regional. A Caixa ficou com função de desempenhar o agente operador do FGTS enquanto o Banco Central – BC, as aplicações dos depósitos de poupança (PERUZZO, 2008)

Na atualidade, houve mudanças estruturais que acabaram desenhando um cenário mais otimista em relação a políticas habitacionais de longo prazo, voltada para a população de baixa renda, principalmente após a criação do ministério das Cidades em 2003 (DUMONT, 2014).

Em 16 de junho de 2005, institui-se pela Lei Federal n° 11.124 (BRASIL, 2005), a criação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cujo objetivo principal é criar políticas e programas que promovam a oportunidade e acesso digno para população de baixa renda. Segundo o Ministério de Desenvolvimento Regional (2019), o sistema centraliza todos os projetos e programas voltados para a habitação de interesse social, sendo integrado por diversos órgãos e entidades, tais como: Ministério de Desenvolvimento Regional, Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, Caixa Econômica Federal, conselhos, órgãos e instituições da Administração pública dos estados, municípios, além de entidades privadas da área habitacional.

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Na Lei federal n°11.124 (BRASIL, 2005) também foi instituído o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, cujos objetivos consistem em centralizar os recursos orçamentários dos programas de urbanização de assentamentos Subnormais e de Habitação de Interesse Social, inseridos no SNHIS. O FNHIS consiste em um fundo contábil de habitação de interesse social, os recursos vêm do Orçamento Geral da União, do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social – FAZ, dotações, recursos de empréstimos externos e internos, contribuições de pessoas físicas ou jurídicas, entidades e organismos de cooperação nacionais ou internacionais e receitas de operações realizadas com recurso do FNHIS (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL, 2019).

2.3 MINHA CASA MINHA VIDA (MCMV) E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL.

O programa Minha Casa, Minha Vida é a maior iniciativa de acesso à moradia própria já criada no Brasil. O programa prevê diversas formas de atendimento às famílias que necessitam de moradia, levando-se em contas diversos aspectos, desde localização, renda familiar e valor da unidade habitacional (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL, 2019).

A concessão dos benefícios do Minha Casa, Minha Vida são baseadas por faixa de renda, conforme a tabela 3.

Tabela 3: Faixa do Minha Casa, Minha Vida e características. RENDA FAMILIAR

MENSAL

FAIXA DO

MCMV CARACTERÍSTICA

Até R$ 1.800,00 Faixa 1

Até 90% de subsídio do valor do imóvel. Pago em até 120 prestações mensais de, no máximo, R$ 270,00, sem juros.

Até R$ 2.600,00 Faixa 1,5 Até R$ 47.500,00 de subsídio, com 5% de juros ao ano.

Até R$ 4.000,00 Faixa 2 Até R$ 29.000,00 de subsídio, com 6% a 7% de juros ao ano.

Até R$ 9.000,00 Faixa 3 8,16 % de juros ao ano.

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O objeto de estudo trata-se de um empreendimento de Minha Casa, Minha Vida Faixa 1. Aqueles que têm o perfil do faixa 1, devem-se cadastrar na prefeitura da sua cidade e, caso atenda os critérios, aguardar até o próximo sorteio para um empreendimento. No município de Florianópolis foram adotados tanto critérios nacionais do programa quanto municipais, conforme a tabela 4.

Tabela 4: Critérios utilizados para escolha dos participantes do MCMV

Critérios nacionais

Famílias residentes em áreas de risco ou insalubres ou que tenham sido desabrigadas.

Famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar. Famílias que possuem integrantes com deficiência.

Critérios municipais

Famílias que tenham em sua composição criança, adolescente e idoso;

Famílias com vínculos sócio empregatícios na região Tempo de moradia mínimo de 05 anos em Florianópolis Fonte: Adaptado pelo autor de Ministério de Desenvolvimento Regional (2019)

Além de atender os critérios citados anteriormente, os participantes também não podem se encaixar nos seguintes itens:

 Ser dono ou ter financiamento de imóvel residencial;

 Ter recebido beneficio de outro programa habitacional do governo;

 Estar cadastrado no Sistema Integrado de Administração de Carteiras Imobiliárias (SIACI) e/ou Cadastro Nacional de Mutuários (CADAMUT);

 Ter débitos com o Governo Federal.

2.3.1 Especificações de desempenho nos empreendimentos de Habitação de Interesse social (MCMV faixa I)

Os empreendimentos Minha Casa Minha Vida, de faixa 1 caracterizado por tratar-se de habitações de interesse social, devem apresentar requisitos mínimos em relação ao desempenho tanto dos materiais, quanto dos componentes e subsistemas da edificação.

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Tendo como base o documento de especificação de desempenho nos empreendimentos de Habitação de Interesse Social (Ministério do desenvolvimento regional, 2019), os requisitos apresentados devem atender todos os itens previstos no documento citado, além de garantir a adequação perante NBR 15575 (ABNT, 2013). Foram selecionados itens previstos no formulário que foi aplicado junto ao objeto de estudo, realizando um estudo dos subsistemas e componentes, de acordo com o Manual de especificação de desempenho nos empreendimentos de Habitação de Interesse Social e as Normas vigentes dos itens analisados.

2.3.1.1 Diretrizes gerais de projeto para atender aos requisitos de desempenho

2.3.1.1.1 Segurança no uso e operação.

O responsável pela especificação dos materiais, componentes e subsistemas relacionados aos requisitos apresentados no item 9.2.3 da NBR 15575 (ABNT, 2013) – Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais, todos os meios e especificações presentes, de modo a minimizar os riscos de ocorrência dos itens citados na norma.

a) Queda de pessoas em altura: telhados, áticos, lajes de coberturas e quaisquer partes elevadas da construção;

b) Acessos não controlados aos riscos de quedas;

c) Queda de pessoas em função de rupturas das proteções as quais deverão ser testadas conforme NBR 14718 (ABNT, 2001) ou possuírem memorial de cálculo assinado por profissional responsável que comprove seu desempenho;

d) Queda de pessoas em função de irregularidades nos pisos, rampas e escadas, conforme a NBR 15575-3 (ABNT, 2013);

e) Ferimentos provocados por ruptura de subsistema ou componentes, resultando em partes cortantes ou perfurantes;

f) Ferimentos ou contusões em função da operação das partes móveis de componentes, como janelas, portas, alçapões e outros;

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g) Ferimentos ou contusões em função de dessolidarização ou da projeção de materiais ou componentes a partir das coberturas e das fachadas, tanques de lavar, pias e lavatórios, com ou sem pedestal, e de componentes ou equipamentos normalmente fixáveis em paredes.

h) Ferimentos ou contusões em função da explosão resultando de vazamento ou de confinamento de gás combustível.

2.3.1.1.2 Estanqueidade

As fachadas, fundações, pisos de subsolos, pavimentos térreos, paredes internas de áreas molhadas e coberturas, devem possuir projetos detalhados de cada empreendimento (projeto executivo) ou procedimentos de execução contendo especificações além dos detalhes construtivos padronizados, garantindo a suficiência quanto à estanqueidade para evitar a passagem de água entre as interfaces dos elementos construtivos, além da percolação de água e umidade do solo para paredes e pisos.

As coberturas devem ser estanques, aceitando apenas manchas de umidades nas condições estabelecidas na norma técnica NBR 15575 (ABNT, 2013) – Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas.

As esquadrias externas devem possuir estanqueidade de acordo com os critérios estabelecidos na NBR 10821 (ABNT, 2017) – Esquadrias externas para edificações. Quando forem utilizados sistemas de impermeabilização, deve ser apresentado o projeto executivo conforme prevê a ABNT NBR 9575 – Impermeabilização.

Ás áreas consideradas secas, molháveis ou molhadas, deverão possuir indicação no projeto, com o objetivo de deixar cientes os usuários onde poderá ter operações de lavagem e onde as mesmas não podem ser realizadas com o uso de água.

Os banheiros com chuveiro e áreas de serviço, são considerados áreas molhadas, portanto devem ser estanques e provindas de ralos. Os caimentos de pisos devem estar identificados no projeto, além dos desníveis entre áreas secas e áreas molhadas.

(37)

2.3.1.1.3 Desempenho Lumínico

O projeto arquitetônico deve ser elaborado conforme a NBR 15575 (ABNT, 2013) – Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais, atendendo todos os itens previstos e métodos de cálculo para a avaliação.

Considerando apenas iluminação natural por meio de simulação realizada conforme o algoritmo apresentando na NBR 15215-3 (ABNT, 2007), os níveis gerais de iluminância nas diferentes dependências da construção, deve atender aos valores da tabela 5.

Tabela 5: Valores mínimos de iluminância geral de acordo com a dependência

Fonte: Adaptado de NBR 15575 (ABNT, 2013)

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Tabela 6 : Valores mínimos do Fator de Luz Diurna (FLD) de acordo com a dependência

Fonte: Adaptado de NBR 15575 (ABNT, 2013)

Os valores mínimos para a iluminação artificial, segundo a NBR 15575-1 – Desempenho – Parte 1(ABNT, 2013): Requisitos gerais devem atender ao disposto na tabela 7

Fonte: Adaptado de NBR 15575 (ABNT, 2013)

(39)

2.3.1.2 Características arquitetônicas de empreendimentos

2.3.1.2.1 Áreas e pé-direito dos ambientes e unidades privativas.

O pé-direito mínimo aceitável deve ser de 2,50m, com algumas exceções, em vestíbulos, corredores, instalações sanitárias e despensas onde esse valor deve ser de 2,30m.

Os acessos de todas as unidades devem ser projetados de modo a atender, os critérios estabelecidos para manobras e circulação previsto nas normas NBR 9050 (ABNT, 2015) – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos e a ABNT NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios (ABNT, 2001).

2.3.1.2.2 Segurança no uso e operação/acessibilidade - Áreas de lazer, áreas comuns externas e “playgrounds”.

As especificações e os projetos dos “playgrounds” e todos os equipamentos devem atender à norma ABNT NBR 16071 – Playgrounds (ABNT, 2012).

As áreas comuns externas, não devem apresentar riscos de quedas (pisos irregulares, pisos escorregadios, desníveis, escadas, etc.) sem que existam proteções (gradis ou guarda-corpos).

2.3.1.2.3 Escadas de emergências e rotas de fuga em situação de incêndio.

Os locais destinados a rotas de fuga e áreas de circulação de uso coletivo tais como escadas e corredores de áreas comuns, devem ser dimensionadas e projetas conforme a NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios (ABNT, 2001) e NBR 9050 – Acessibilidade (ABNT, 2015).

Os pisos utilizados nesses locais devem apresentar e ser especificado, com coeficiente de atrito maior ou igual a 0,4, utilizando métodos de analise de ensaio conforme previsto no Anexo N da NBR 13818 – Placas cerâmicas para revestimento (ABNT, 1997).

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2.3.2 Subsistema e componentes construtivos.

Segundo Weidle (1995), os subsistemas podem ser classificados de diversas formas, porém, de maneira tradicional, tem-se a seguinte divisão:

a) Serviços preliminares; b) Fundações; c) Estrutura; d) Cobertura; e) Instalações; f) Vedações; g) Esquadrias; h) Revestimentos; i) Piso e pavimentações; j) Trabalhos complementares.

Os sistemas construtivos podem ser mais bem definidos através da inter-relação entre quatros dos subsistemas citados: estrutura, cobertura, vedações/fachadas e instalações (WEIDLE, 1995).

2.3.2.1Estruturas – desempenho estrutural.

O projeto do sistema estrutural adotado deve estar de acordo com as normas, considerando condições de uso, operação e manutenção para que garanta a segurança e o seu desempenho ao longo da vida útil, fazendo o registro em forma de memorial descritivo. Além de garantir a segurança estrutural, devem-se atender as exigências propostas pela NBR 15575 (ABNT, 2013), em relação à segurança contra incêndio. De acordo com o sistema estrutural adotado, os projetos devem se adequar à norma especifica para o sistema, estruturas de concreto devem atender a NBR 15200 – Projetos de estrutura de concreto em situação de incêndio (ABNT, 2004), quanto para estruturas de aço, a ABNT NBR 14323 – Projetos de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios em situação de incêndio (ABNT, 2013).

(41)

2.3.2.2 Fachadas

2.3.2.2.1 Desempenho térmico

Os componentes e matérias das fachadas, que formam o conjunto - Vedação, isolamento e revestimento, incluindo pintura, devem atender aos requisitos de transmitância térmica e capacidade térmica segundo a zona bioclimática onde se deseja realizar o empreendimento. Os memoriais de projeto de arquitetura devem identificar qual zona bioclimática pertence o local do empreendimento, além de apresentar cálculos, segundo o método adotado na norma NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações (ABNT, 2005) de transmitância térmica e capacidade térmica das paredes da fachada, garantindo os critérios mínimos previstos na ABNT NBR 15575 – Parte 4 (ABNT, 2013). Pode-se também junto ao projeto apresentar resultados de ensaios de transmitância térmica, realizados de acordo com a ABNT NBR 6488 – Componente de construção – Determinação da condutância e transmitância térmica – Método da caixa quente protegida.

2.3.2.2.2 Desempenho acústico.

O sistema de fachada deve possuir a capacidade de isolamento acústico garantindo os padrões mínimos estabelecidos pela Norma NBR 15575 – Parte 4 – Sistemas de vedações verticais internas e externas (ABNT, 2013). Os critérios mínimos estabelecidos estão apresentados na tabela 8.

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Fonte: Adaptado de NBR 15575 (ABNT, 2013)

2.3.2.3 Paredes internas

2.3.2.3.1 Desempenho estrutural

Os requisitos de desempenho estrutural das paredes internas previstos na ABNT NBR 15575 – Parte 4 (ABNT, 2013), devem ser comprovados por dados de ensaios efetuados por Entidades Gestoras Técnicas – EGTs de Programa Setorial de Qualidade (PSQ), ou fornecedores específicos, ou através de instituições de avaliação tecnológica.

As especificações completas das paredes adotadas e todos os dados referentes ao desempenho estrutural previsto na NBR 15575 – Parte 4 (ABNT, 2013) devem ser apresentados em forma de memorial ou no projeto.

2.3.2.3.2 Desempenho acústico

As paredes internas divisórias entre duas unidades e as paredes que separam ambientes de uma mesma unidade, devem atender critérios e requisitos mínimos previstos na NBR 15575 – Parte 4 – Sistemas de vedações verticais internas e externas (ABNT, 2013). Os requisitos mínimos estão indicados na tabela 9.

Tabela 9: Valores mínimos de decibéis (dB) de acordo com o elemento

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2.3.2.4 Pisos

2.3.2.4.1 Segurança no uso e operação

A especificação dos revestimentos de pisos deve ser feita com coeficiente de atrito ≥ 0,4, se adequando ao método de ensaio descrito na NBR 13818 – Placas cerâmicas para revestimento - Especificação e métodos de ensaios em ambientes que se constituem em áreas molhadas (ABNT, 1997), sendo a determinação de áreas molhadas segundo a NBR 15575 – Parte 3 (ABNT, 2013) os banheiros com chuveiro em toda a sua extensão, áreas externas descobertas e áreas de serviço, rampas e escadas de qualquer natureza.

Em rotas acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida, não devem apresentar irregularidades nos pisos, que possam provocar trepidação em cadeiras de roda. Os pisos não podem apresentar irregularidades que possam provocar tropeções e quedas dos usuários, não tendo frestas maiores que 4 mm entre componentes ou desníveis abruptos maiores que 5 mm que não possuam identificação de mudança de nível (faixas, mudança de cores, soleira, etc).

2.3.2.4.2 Estanqueidade

De acordo com Especificação de desempenho nos empreendimentos de Habitação de interesse social (Ministério do Desenvolvimento Regional, 2019), os pisos de área molhadas devem ser estanques, seguindo a definição da NBR 15575 – Parte 3: requisitos para os sistemas de pisos (ABNT, 2013) os pisos de área molhadas são aqueles que podem resultar na formação de lamina de água, como pisos de banheiros que contenham chuveiro, áreas externas descobertas, área de serviço, etc.

Estas áreas devem estar indicadas como tal no projeto ou procedimento detalhado para cada local da edificação, devendo o sistema adotado assegurar a estanqueidade.

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2.3.2.4.3 Desempenho acústico

O sistema de piso de acordo com o manual de Especificação de desempenho nos empreendimentos de Habitação de interesse social (Ministério do desenvolvimento Regional 2019) deve apresentar desempenho acústico previsto pela NBR 15575 – Parte 3 (ABNT, 2013), quanto ao ruído de impacto e quanto ao ruído aéreo.

O incorporador ou empreendedor deve apresentar relatório de ensaio que comprove o desempenho esperado pelo sistema. O ensaio deve ter sido realizado em obra, com características similares ao empreendimento de projeto, devendo salientar todas as variáveis que influenciam no desempenho acústico, tais como: espessura das camadas do sistema (laje, contrapiso, acabamento), área e volume do ambiente, sistema de paredes e elementos estruturais, além de características do concreto e do contrapiso (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL, 2019).

3 METODOLOGIA

A base principal do trabalho consiste na realização de uma avaliação Pós-ocupação, em um estudo de caso no condomínio residencial de interesse social na região da grande Florianópolis. De acordo com a satisfação do usuário, espera-se observar as divergências geradas pelas tomadas de decisões no projeto da edificação, tornando esses dados base para melhoria de projetos futuros, voltados para o tipo de habitação proposto no trabalho. A escolha da técnica de Avaliação Pós-Ocupação (APO) se deve ao fato, de o método dispor de ferramentas simples e de fácil aplicação e que trazem informações essenciais sobre o nível de satisfação dos usuários com o imóvel adquirido.

A revisão bibliográfica baseou-se no aprofundamento dos tópicos: avaliação Pós-ocupação, histórico dos programas de habitação social no Brasil, Minha Casa Minha Vida (MCMV) e habitações sociais.

O processo de coleta de dados foi realizado por meio de arquivos e especificações fornecidas pela prefeitura e pela síndica do empreendimento, levantamento em campo, por meio de aplicação de formulários e entrevistas além de observações nos imóveis. Não se pode

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realizar registro fotográfico, dos interiores dos apartamentos, devido ao fato de o empreendimento possuir taxa de inadimplência de pagamentos dos moradores em relação ao condomínio e também do financiamento da Caixa Econômica Federal, por conta disto foi sugerido a não realização de fotos. Para a elaboração do questionário foi necessária realizar uma pesquisa em trabalhos acadêmicos, livros e artigos, de modo a obter uma adaptação coerente com a realidade do estudo em questão.

A compilação dos dados obtidos pelos questionamentos junto aos usuários foi realizada por meio de gráficos, planilhas e tabelas. Através dos mesmos, foi realizada uma análise crítica do residencial de acordo com o nível de satisfação do usuário.

3.1 PLANEJAMENTO DA PESQUISA

O desenvolvimento do estudo se desenvolveu por etapas interligadas entre si, conforme o fluxograma apresentando na Figura 3.

Figura 3: Fluxograma das etapas da pesquisa

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3.2 CRITÉRIOS DE AMOSTRAGEM 3.2.1 Seleção do empreendimento

Para a seleção do empreendimento do objeto de estudo, foram realizadas buscas em habitações de interesse social na região da grande Florianópolis, com o foco voltado a imóveis novos, recém-entregues. O objeto de estudo escolhido foi o residencial Jardim Atlântico, primeiro empreendimento Minha Casa Minha Vida (MCMV) faixa 1 de Florianópolis.

Junto à prefeitura e a empresa responsável pela entrega da obra, foi explicada a intenção do estudo a ser realizado no empreendimento e se o fornecimento de documentos e projetos poderia ser realizado, de modo a complementar a análise. Após a aceitação primária por meio de e-mails e telefonemas, foi enviada para a síndica do empreendimento a carta de apresentação da pesquisa (APÊNDICE A), onde se forneceram informações a respeito das perguntas, do grau de ligação entre o autor do estudo junto à prefeitura e a construtora do empreendimento.

3.2.2 Definição da amostra

A população estudada nesse estudo foram os moradores (usuários). A população do estudo é referente a 78 famílias residindo no empreendimento escolhido.

Com a aplicação de formulário e entrevistas, coletaram-se dados de 32 famílias, resultando em uma amostra de aproximadamente 42%, conforme se observa na tabela 10.

Tabela 10: Amostragem e porcentagem APO Unidades Habitacionais Amostragem. Abstenção ou formulários entregues nulos Porcentagem real das amostras

78 unidades 32 46 42%

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3.3 OBJETO DE ESTUDO

O terreno onde se localiza o empreendimento Jardim Atlântica era pertencente a prefeitura de Florianópolis, após o recebimento de recursos, o terreno foi transferido para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), do governo federal. O residencial Jardim Atlântico, teve a construção iniciada em junho de 2014. Os projetos e os cadastramentos e seleção das famílias beneficiadas, ficaram a cargo da prefeitura. A primeira vencedora da licitação foi a Construtora e Incorporadora Vitta. Em 2016 as obras foram paralisadas devido à falência da construtora. A paralisação ocorreu com 80% dos serviços realizados. A retomada iniciou-se em novembro de 2017 pela a nova vencedora da licitação a MKS Engenharia, sendo a entrega realizada no dia 14/04/2018 para a prefeitura de Florianópolis.

O bairro do Jardim Atlântico, no continente, recebeu o primeiro empreendimento Minha Casa Minha Vida - Faixa 1 de Florianópolis, localizado na Rua irmã Bonavita, na altura do n° 1900, o terreno em que foi instalado o empreendimento está representado na figura 4.

Figura 4: Localização do terreno de implantação do empreendimento

Fonte: Google Earth (2019)

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Figura 5: Vista modelada do empreendimento

Fonte: Secretaria Municipal de Infraestrutura (2018)

O empreendimento totaliza uma área construída de 4.166,56 m², com o custo total de R$ 4.992.000,00 de reais, sendo composta por cinco blocos de apartamentos de quatro pavimentos, com de salão de festas, área de estar com bancos e playground. Os sistemas construtivos adotados estão descritos no quadro 1.

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Quadro 1: Detalhe dos sistemas construtivos DETALHES CONSTRUTIVOS

Fundação Superficiais do tipo radier. Supraestrutura Alvenaria estrutural.

Cobertura

Madeira tratada, utilização de telhas de fibrocimento de 6,0 mm de espessura, com captação de água por meio de calhas.

Piso Contrapiso alisado, revestido com piso cerâmico Antiderrapante.

Esquadrias (Janelas) Alumínio anodizado com pintura eletrostática branca.

Esquadrias (Portas) Portas externas de madeira maciça, portas internas de madeira semioca.

Fonte: Autor (2019)

As unidades habitacionais apresentam uniformidade de áreas em todo o empreendimento; ás áreas privativas são de 46,31 m², sendo dispostas em dois quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha, conforme a figura 6.

Figura 6: Planta baixa humanizada

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4 RESULTADOS E ANÁLISES

Os resultados do estudo realizado para determinar o grau de satisfação dos usuários, baseado em um questionário e entrevistas estruturadas, do condomínio residencial Jardim Atlântico, serão apresentados neste capitulo.

4.1 LEVANTAMENTOS DE DADOS

O instrumento principal utilizado para determinar o grau de satisfação do usuário do condomínio residencial Jardim Atlântico, foi o questionário (APÊNDICE B) . O método de coleta das informações se deu através da entrega do formulário em reuniões com os moradores, realizando uma leitura conjunta das informações, de modo a esclarecer as perguntas para não haver dúvidas quando fossem respondidas.

Foram realizadas visitas técnicas, para realização de registros fotográficos, entretanto não foi permitida a retirada de foto. As análises das possíveis imperfeições nas áreas privativas dos imóveis e áreas comuns são baseadas em observações visuais do autor. Os relatos dos moradores foram levados em consideração nas análises de resultados.

4.2 ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO

A APO empregada no objeto de estudo, é caracterizada do tipo “indicativa de curto prazo”, considerando aspectos positivos e negativos em relação ao ambiente perante a população usuária do meio, foram utilizadas também técnicas e características da APO “investigativa de médio prazo”, onde se realizou análises referentes a conforto ambiental. Em avaliações pós-ocupação o método mais utilizado para levantamentos de dados é por meio de questionário, justificado pela praticidade em elaboração, grande número de informações que podem ser obtidas e principalmente o baixo custo (NUNES; CARISSIMI, 2011).

A elaboração do questionário foi baseada em outros trabalhos acadêmicos sobre o assunto, além de manuais de pesquisa de satisfação da caixa econômica federal, de modo a elaborar um questionário mais adequado à realidade do empreendimento, aumentando as precisões e a facilidade de ser respondido.

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Foram considerados no formulário de acordo com a pergunta, três tipos de respostas, sendo a primeira dividida em cinco categorias: ótimo, bom, regular, ruim e péssimo, além de perguntas onde a respostas são de afirmação, sim ou não. O questionário estruturado foi classificado em ordem, de modo a obter o perfil do morador nas primeiras perguntas e os níveis de satisfação relacionados à desempenho do seu apartamento posteriormente, além das áreas comuns e de seu bairro. Para terminar houve um espaço aberto onde o morador pudesse preencher com relatos e sugestões, além de fazer a identificação de qualquer outro problema não indicado no questionário. A aplicação dos questionários foi realizada nas reuniões de condomínio, explicando os detalhes dos questionários além de retirar quaisquer dúvidas em relação o mesmo.

4.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

O perfil dos moradores, conforme a figura 7 abaixo é composta por um percentual de 65% do sexo feminino. Isso eventualmente era esperado, visto que um dos critérios nacionais do programa Minha Casa Minha Vida é famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar.

Figura 7: Gênero dos moradores

Fonte: Autor (2019)

65% 35%

Sexo

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A figura 8 traça a faixa etária dos moradores do Condomínio Residencial, foram considerados todos os habitantes da residência. As respostas foram elaboradas por meio de intervalos de faixas etárias: até 10 anos; de 10 a 20 anos; de 30 a 60 anos; mais de 60 anos. É de fácil percepção que a maioria da população dos residenciais é composta por jovens de 10 a 20 anos, este valor está possivelmente ligado ao número de filhos entre a faixa que apresentou segunda maior porcentagem, onde esses filhos acabam morando juntamente aos pais.

Figura 8: Faixa etária dos moradores

Fonte: Autor (2019)

O residencial foi entregue em abril de 2018, sendo que grande parte da parcela dos moradores, grande parte realizou a mudança no mês de inauguração, estando totalmente habitados os apartamentos no mês posterior. Entretanto vale ressaltar que uma prática bastante comum nos empreendimentos sociais é a venda do apartamento por valores abaixo do mercado, sem permanecer o período mínimo previsto na legislação do Programa Minha Casa Minha Vida de 10 anos, essa prática é considera ilegal, podendo a Caixa Econômica Federal, podendo tomar posse do apartamento. No momento das vistorias, não foram constatados placas de vende-se nas unidades, considerando até então essa atividade ilegal, não está presente no condomínio residencial de estudo.

A categoria de perguntas a seguir, nomeada “Sobre Você”, está relacionada com a satisfação do usuário com relação há localização do imóvel, informações dos órgãos responsáveis pelo cadastro e também os responsáveis pela fiscalização/execução do

21% 36% 13% 27% 4% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% Faixa etária Até 10 anos De 10 a 20 anos De 20 a 30 anos De 30 a 60 anos Mais de 60 anos

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empreendimento, nessas perguntas os moradores tinham como possíveis respostas “sim” ou “não”.

A figura 9 indica a pretensão do morador em participar futuramente de outro programa habitacional, 69% dos entrevistados respondeu que não possuem a intenção de participar de outro programa de habitação popular, isso não se deve ao fato de as pessoas estarem insatisfeitas com o programa em sua grande maioria, mas sim pelo fato de atingirem uma de seus sonhos de adquirir uma residência própria. Entretanto deve-se ressaltar que ao participar de um programa de moradia do governo, esse morador não poderá participar novamente.

Figura 9: Pretensão de participar de outro programa de habitação popular

Fonte: Autor (2019)

Em relação à possibilidade/intenção de os moradores comprarem outro imóvel no mesmo bairro, a figura 10 mostra que 66% dos entrevistados comprariam outro imóvel no Jardim Atlântico, o que indica um grau de satisfação elevado em relação ao bairro do imóvel adquirido.

31%

69%

Pretende participar de outro programa de habitação popular

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Figura 10: Possibilidade de comprar outro imóvel no mesmo bairro

Fonte: Autor (2019)

Os entrevistados ao serem questionados sobre se foram recebidas orientações a respeito da manutenção do imóvel (como mostra a figura 11), 78% afirmaram que receberam informações. Cabe ressaltar que essas informações podem ser feitas de diversas maneiras, tanto no manual do Usuário fornecido pela construtora como no Guia do Proprietário, fornecido pela Caixa Econômica Federal.

Figura 11: Recebimento de orientação a respeito da manutenção do imóvel

Fonte: Autor (2019) 66% 34%

Compraria outro imóvel no mesmo bairro?

Sim Não

78% 22%

Foi recebida alguma orientação a respeito da manutenção do imóvel?

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As questões a seguir, estão relacionadas às executoras do programa e a prefeitura de Florianópolis. Nessas perguntas foram dadas cinco opções de respostas: ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. Como dito anteriormente no item “3.3 Objeto de estudo”, o condomínio residencial do estudo, possui a Caixa Econômica Federal atuando como executora do programa e a prefeitura de Florianópolis responsável pelo cadastro das famílias, terreno, projetos e informações.

A pergunta seguinte tem o objetivo de avaliar as informações para a participação no programa. Na figura 12, pode-se observar que os moradores avaliaram positivamente as informações recebidas para ingressar no programa. Portanto, pode-se pode afirmar que foi satisfatória a participação da prefeitura nessa etapa de cadastro de famílias e ingresso no programa.

Figura 12: Avaliação das informações fornecidas para a participação no programa

Fonte: Autor (2019)

Na figura 13, a questão está relacionada ao atendimento prestado pela executora do programa. As respostas obtidas foram positivas, apresentando um bom grau de satisfação dos usuários perante o atendimento realizado pela Caixa Econômica Federal.

19% 56% 25% 0% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Como você avalia as informações fornecidas para a participação no programa? Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

(56)

Figura 13: Avaliação do atendimento prestado pela executora do programa

Fonte: Autor (2019)

No atendimento prestado após a conclusão do imóvel, as respostas dos usuários foram extremamente positivas, apresentando 44% do percentual avaliando como ótimo o atendimento prestado nessa etapa. Isso indica, assim, um excelente trabalho da prefeitura e da executora do programa, como se pode observar na figura 14.

Figura 14: Avaliação do atendimento após a entrega do imóvel.

Fonte: Autor (2019) 25% 44% 19% 6% 6% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Como você avalia o atendimento prestado pela executora do programa? Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo 44% 34% 9% 9% 3% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Como você avalia o atendimento do cliente após a entrega do imóvel? Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

(57)

No quesito grau de satisfação em relação ao desempenho, foram realizadas perguntas referentes a desempenho térmico, lumínico, acústico e de ventilação. A temperatura interna no verão foi à primeira pergunta a ser realizada no quesito desempenho. As respostas obtidas indicam um desconforto dos moradores com as temperaturas no verão no apartamento, onde 59% dos moradores responderam entre as duas piores opções de respostas, conforme mostrado na figura 15.

Figura 15 : Avaliação da temperatura interna no verão

Fonte: Autor (2019)

Em relação à temperatura interna no inverno, foi observado um grau de satisfação maior em comparação a temperatura no verão, onde 56 % alegam ter uma boa temperatura, conforme a figura 16. 6% 25% 9% 28% 31% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Temperatura interna no verão

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

(58)

Figura 16: Avaliação da temperatura interna no inverno

Fonte: Autor (2019)

De modo a avaliar o conforto térmico do ambiente, foram realizados os questionamentos anteriores a respeito de temperatura no inverno e ventilação das áreas privativas do imóvel. Para apoiar a avaliação nos aspectos relacionados ao conforto ambiental, foi necessário buscar embasamento na bibliografia. Segundo Lamberts et al. (2014) as variáveis que influenciam no conforto térmico e podem ser medidas diretamente são a temperatura do ar, a temperatura radiante, a umidade relativa e a velocidade do ar, conforme a figura 17 a seguir:

Figura 17: Variáveis ambientais

Fonte: Lamberts et al. (2011)

6% 56% 28% 13% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Temperatura interna no Inverno

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

Referências

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