Administração e Organização
[VEP-00007]
Professor Marcos Marques
Capítulo 1: Introdução à
Administração
UFF/EEIMVR-VEP – Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda – Departamento de Engenharia de Produção
Capítulo 1 – Introdução à administração
1.1 – Introdução (Ver livro “Administração Introdução ao estudo”)
Desde os primórdios do tempo os seres humanos se agrupavam e a cada membro do grupo foi atribuído uma tarefa para a manutenção do grupo e de sua espécie.
Com o desenvolvimento intelectual do homem; tal principio passou a ser básico e foi aplicado de forma cada vez mais ampla, não só com o sentido de preservar a espécie, mas também visando melhores condições de
vida , desenvolvimento e principalmente a satisfação de suas ambições (necessidades).
Assim, chegamos aos nossos dias e assistimos a um mundo cada vez
mais habitado por grupos organizados, com objetivo e fins definidos, cujas atividades visam atingir essas metas. Dessa forma, o agrupamento
humano é uma organização, onde cada indivíduo desempenha o seu papel, definido segundo suas características pessoais e todos, de modo coerente e sistemático, visam a um objetivo comum.
Esse sistema de esforço cooperativo exige estrutura, englobam problemas, normas, métodos e processos de trabalho, atribuições, relacionamentos, responsabilidades e poder. E é justamente a
Administração que se ocupa desse estudo.
Então cabe á administração, como tarefa básica, realizar as coisas
1.2 - A Administração e os administradores
Conceito de Administração
É o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização e de usar todos os recursos disponíveis para alcançar objetivos estabelecidos.
Conceito de Organização
É quando duas ou mais pessoas trabalham juntas e de modo estruturado para alcançar objetivos.
1.2.1 – Por que as organizações e os administradores são necessários?
I. Servem a Sociedade
II. Realizam Objetivos
III. Preservam o Conhecimento
1.2.2 – Desempenho do administrador e da organização
Administrador é qualquer pessoa responsável pelas 4 atividades principais da administração: planejar, organizar, liderar e controlar.
a) Desempenho do administrador: é a medida de quão eficiente e eficaz é o administrador, e da competência com que ele determina e alcança os objetivos/metas.
b) Eficiência: capacidade de fazer certo a coisa (utilização adequada dos recursos, com o menor custo).
c) Eficácia: capacidade de fazer a coisa certa (a escolha de objetivos certos é a chave para o sucesso na administração).
d) Objetivo: é o resultado final que se deseja alcançar a médio/longo prazo. e) Meta: é o resultado parcial, tendendo ao objetivo, que se deseja alcançar a curto prazo.
1.2.3 - Conceito de Administrador
1.2.3.1 – Tipos de administrador pelo nível que ocupam na organização
I. Gerente de primeira linha: Supervisor, Líder de Equipe;
II. Gerente Médio: Gerente, Superintendente;
III. Administrador do topo: Presidente*, Vice- Presidente sênior, Diretor
Executivo
(* EUA -> Chief Executive Officer = CEO)
1.2.3.2 – Tipos de administradores pelo âmbito das atividades que executam
I. Administrador ( Gerente) Funcional
1.2.3.3 – Habilidades do administrador
Níveis Gerenciais
a) Habilidade Técnica: é a capacidade de usar os procedimentos, técnicas e conhecimentos de um campo de especialização (engenharia, ensino, etc.) b) Habilidade Humana: é a capacidade de trabalhar com outras pessoas, de atendê-las e motivá-las como indivíduos ou membros de um grupo.
c) Habilidade Conceitual: é a capacidade de coordenar e integrar todas as atividades e interesses de uma organização.
1.2.4 – Papéis dos Administradores
Padrão de comportamento que se espera de alguém dentro de uma organização
1.2.4.1 – Papéis Interpessoais
I. Símbolo (modelo; representa uma parte do todo) II. Líder (responsável; orientador; motivador)
III. Elemento de ligação (articulador)
1.2.4.2 – Papéis Informacionais
I. Coletor II. Difusor III. Porta-voz
1.2.4.3 – Papeis decisórios
“A Informação é o insumo básico para as tomadas de decisão pelos administradores” [Mintzberg]
• Entrepreneur (empreendedor Interno) • Solucionador de Problemas
• Alocador de Recursos • Negociador
1.3 – A evolução das teorias da administração 1.3.1 – Antecedentes Históricos
1.3.1.1 – Primórdios da Administração
a) Fase teocrática (Mando da Origem Divina)
2.400 a.c: Hamurabi (Rei dos Amoritas/ tribo jesuíta) Formou o grande império babilônico
Século XII a.C – Moisés ( Sacerdote / leigos)
Libertação do povo judeu do Egito para a terra prometida (Citações na bíblia/ velho testamento)
b) Fase Empírica (prática)
- Século IV a.c: Alexandre, o Grande
- Século III a.c: Cesar (Romanos fixaram a “lei das 12 tábuas” com normas para as relações entre patrícios, plebeus, escravos, envolvidos no processo produtivo). - Idade Media: Corporações de ofícios (mestre; companheiro; aprendiz; divisão do trabalho: artesanal e comercialização).
1.3.1.2 - As influências na administração
a) Dos filósofos
- Aristóteles (filósofo grego 384 – 322 a.c)
Publicou o livro “Política”, estudando a organização do estado:
Monarquia (governo de um só) - Formas de administração Aristocracia (governo da elite) Democracia (governo do povo)
- Francis Bacon ( Filósofo Inglês 1561-1626) Fundador da Lógica Moderna:
“Se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental” Conhecido em administração como Princípio da prevalência do
b) Da organização da igreja católica
Capela matriz freguesia vila cidade
c) Da organização Militar
1.3.1.3 – A revolução industrial
1ª Fase: 1780 a 1860 – Revolução do Carvão e Ferro
2ª Fase: 1860 a 1914 – Revolução do Aço e da Eletricidade Principais resultados para administração e organização:
Ruptura das estruturar corporativas da idade média; O grau do avanço tecnológico (Energia e Mercados);
Substituição do tipo de produção artesanal pelo industrial.
1.3.1.4 – A contribuição dos economistas liberais
Adam Smith (1723 – 1790) - No Livro “A riqueza das Nações” (1776) enfatizou o princípio da especialização e a necessidade de racionalizar o trabalho, através do estudo dos tempos e movimentos, mais tarde desenvolvido por Taylor. Clarifica também a atividade do
planejamento e organização no que se refere a administração. - Liberalismo: estabeleceu a livre concorrência.
- Na segunda metade do século XIX, queda do Liberalismo Econômico e ascensão do Capitalismo.
- Influencia do socialismo e sindicalismo, pressionando o capitalismo para o aperfeiçoar todos os setores de produção e de remuneração justa, iniciando a implantação de métodos e processos de racionalização do trabalho.
CONCLUSÃO
Resultantes destas colaborações, a administração passou a ser enfocada sob vários aspectos, gerando as diversas teorias de administração e organização.
1.3.2 – A abordagem clássica
A revolução industrial foi fator decisivo para o despertar da administração como ciência, com a expansão das industrias e dos mercados no final do século XIX. No início do século XX, algo deveria ser feito de forma a superar dois
Obstáculos:
1°) aumento acelerado e desorganizado das empresas;
2°) a real necessidade de melhorar a eficiência/eficácia destas. O cenário era o seguinte:
Baixo rendimentos de maquinário;
Insatisfação Geral ( patrões e empregados); Concorrência Intensa;
Preocupados em resolver os problemas resultantes, dois engenheiros iniciaram a chamada “abordagem clássica da administração”: Fayol (1841/1925) e Taylor (1856-1915).
Essa abordagem, que dominou os primeiros 40 anos do século XX, surgiu da necessidade de substituir o empirismo e a improvisação pelo aspecto científico.
1.3.2.1 – Teoria Clássica
O Francês Henri Fayol (1841-1925) deu origem a essa teoria quando em 1890 apresentou, no congresso internacional de minas e metalurgia, as suas
preocupações com o processo administrativo na área industrial, através do estudo intitulado “administração racional”, que em 1916 publicou no livro “administração industrial e geral”.
1.3.2.2 – A administração Científica
O engenheiro americano FREDERICK WINSLOW TAYLOR (1856 – 1915), preocupado em aumentar a eficiência do setor industrial, através da
racionalização do trabalho, deu origem com seus estudos à administração cientifica, quando em 1911 publicou o seu livro “Princípios da administração cientifica”.
Análise dos tempos e movimentos;
Estabelecimento de padrões precisos de execução;
Treinamento do operário;
Especialização do pessoal, inclusive direção;
Criação do planejamento.
I) A administração como ciência
Resume-se em:
Ciência em lugar de empirismo;
Harmonia em lugar de discórdia;
Cooperação, não individualismo;
Rendimento máximo, em vez de produção resumida;
II) Organização Racional do Trabalho
Análise científica e divisão de responsabilidade:
a) A gerência Fica com o Planejamento ( Estudo e Definição do método) e a
Supervisão do trabalho.
b) O trabalhador fica com a execução, pura e simples.
III) Princípios da exceção
A direção deve receber relatórios resumidos e comparativos;
O controle operacional deve mencionar as exceções notórias, boas ou más em relação aos parâmetros e não ao desempenho médio.
IV) Análise do trabalho e estudo dos tempos e o movimento
Observação detalhada do trabalho;
Divisão de todos os movimentos;
Decomposição de cada operação/tarefa, em uma nova serie ordenada de
movimentos simples;
V) Conceito de “Homo Economicus”
“Toda pessoa é influenciada por recompensas salariais, econômicas e materiais”.
VI) Condições de Trabalho
Além de métodos de trabalho e incertos, a eficiência depende da:
Adequação de ferramentas e instrumentos de trabalhos;
Disposição física das máquinas e equipto (layout);
Melhoria do ambiente físico (Ruídos, Ventilação, etc.).
VII) Padronização
Das Maquinas, equipamentos, instrumentos, e ferramentas visando reduzir a variabilidade, a diversidade,eliminar desperdício.
VIII) Supervisão funcional
Consistia na existência de diversos supervisores, cada um especializado numa determinada área, com autoridade sobre os subordinados.
IX) Princípios da Administração Cientifica
a) Planejamento: Aplicação do método cientifico
b) Preparação do pessoal e do trabalho: Seleção dos trabalhadores
cientificamente; maquinas; ferramentas; equipamentos; layout.
c) Execução: Distribuição de responsabilidade e atribuições de formas que
o trabalhado seja executado com disciplina.
d) Controle:Verificação do trabalho segundo planos e normas previstas
X) Colaboradores
Frank B. Gilberth ( 1868-1924) - Estudo da Fadiga humana através de levantamentos, estatísticas sobre os efeitos da fadiga na produtividade:
Baixa produtividade e Qualidade do Trabalho;
Perda de tempo;
Alta rotatividade de pessoal
Alta capacidade de esforço
1.3.3 – Teoria das Relações Humanas (abordagem comportamental)
Com esta abordagem, a administração sofre uma verdadeira revolução. Se antes a ênfase era na estrutura e tarefas, agora o enfoque são as pessoas. Coube a George Elton Mayo (1880-1949), psicólogo australiano, iniciar os
estudos das Relações Humanas, realizando na Western Eletric Company a experiência de Hawthorne, em Chicago/EUA, que teve a duração de 1927 a 1932.
- Conclusões da experiência de Hawthorne:
a) O nível de produção é resultante da integração social;
b) O comportamento social dos empregados se apóia totalmente no grupo; c) As recompensas e as sanções são importantes;
-> A Motivação Humana:
Necessidade Fisiológicas
Relacionadas com a sobrevivência do homem são inatas e instintivas; exigem satisfação periódicas/cíclicas: alimentação , sono, atividade física e sexual, proteção, segurança física, etc...
Necessidades Psicológicas
Exclusivas do ser humano, são aprendidas e adquiridas no decorrer da vida, e raramente satisfeitas em sua plenitude: Segurança Intima, participação, auto confiança, afeição.
Necessidades de Auto-Realização
-> Organização Informal Fatores de influência: a) Ambiental b) Grupal c) Individual -> Dinâmica de grupo
O objetivo é entender a dinâmica do comportamento grupal Os grupos podem participar do processo de mudanças
a) Como instrumento / meta ( grupo – componentes)
1.3.4 – A Escola quantitativa: Pesquisa Operacional (P.O)
Técnicas matemáticas para criação de modelos, análise e solução de problemas de administração.
A P.O. realiza suas maiores contribuições nas atividades de planejamento e controle,
estratégia de produtos, desenvolvimento de recursos humanos, programação de produção, etc.
1.3.5 – Abordagem Sistêmica
Visão da organização como um sistema unificado e direcionado, de partes interlacionados.
1.3.6 – Abordagem Contingencial
É considerada a principal corrente da administração atualmente.
“Depende”, é também uma resposta apropriada para as questões importantes da administração. A teoria de administração tenta determinar os
relacionamentos
possíveis entre situações, ações e resultados.
A abordagem contingencial é conceituada como “concepção de que a técnica de administração que melhor contribui para o alcance dos objetivos