NATAL - RIO GRANDE DO NORTE ACADEMIA CORONEL WALTERLER
CNPJ Nº 08.314.434/0001-78
Reconhecida como de Utilidade Pública pela Lei nº. 8.932, de 29.12.06
CONHECIMENTO NÃO TEM HIERARQUIA
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 003 – IN-03-ACW
EMENTA: Dispõe sobre a formalização de Processo de Deserção Militar e da outras providencias.
Art. 1º - Processo de Deserção Militar (PDM) é o instrumento legal a ser instaurado pela autoridade militar competente quando o militar estadual afronta as disposições contidas no art. 187 e seguintes do Código Penal Militar.
Parágrafo único. O PDM tem por finalidade coletar elementos necessários à propositura da ação penal, sujeitando desde logo, o desertor a prisão (art. 452, CPPM).
Do Crime de Deserção
Art. 2º - Ocorre o crime de deserção:
I - quando o militar se ausenta, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar onde deva permanecer, por mais de oito dias;
II - deixa de se apresentar no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou ferais;
III – deixa de se apresentar ao seu comandante imediato, no prazo de oito dias, contados daquele em que termina ou é casada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;
IV – tendo cumprido pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
V – consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapacidade;
VI – evadir-se o militar do poder da escolta ou de recinto de prisão ou xadrez ou fugir logo após a prática de crime para evitar prisão, permane3cendo ausente por mais de oito dias.
Causas atenuantes
§ 1º - Constituem causas atenuantes:
I – a apresentação voluntária do desertor dentro do prazo de oito dias após a consumação do crime;
Causas agravantes
I – se a deserção ocorre em unidade sediada em fronteira ou em país estrangeiro. Crime de favorecimento a desertor
Art. 3º - Constitui crime militar dar asilo a desertor ou tomá-lo a seu serviço ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu crime de deserção.
Parágrafo único – São isentos do crime previsto no artigo anterior os ascendentes, descendentes, cônjuge ou irmãos do desertor.
Crime de omissão
Art. 4º - Constitui crime de omissão deixar o oficial de prender desertor, sabendo, ou devendo saber onde o mesmo se encontra.
Liberdade do desertor
Art. 5º - O desertor que não for julgado dentro de sessenta dias, a contar do dia de sua apresentação voluntária ou captura, será posto em liberdade, salvo se tiver dado causa ao retardamento do processo.
Parágrafo único – Completado sessenta dias de prisão e não ocorrendo o julgamento do militar desertor, esse deverá requerer a sua liberdade a Justiça Militar que, após as formalidades legais, mandará expedir o alvará de soltura.
Escrivão
Art. 6º. A designação de escrivão caberá ao Encarregado do PDM recaindo em militar de qualquer graduação e até mesmo civil servidor público lotado na corporação, nos termos do art. 5º da CF/88, art. 245, § 5º do CPP Militar.
Do inicio do Processo de Deserção
Art. 7º - Passados vinte e quatro horas de ausência do militar serão adotadas as seguintes providências:
I – o seu comandante imediato expede Parte de Ausência para o Comandante da Unidade; II – o Comandante exara despacho determinando ao SubCmt a instauração de PDM; III – o encarregado designará um escrivão ad hoc;
IV – manda lavrar o termo de inventário, com a assistência de duas testemunhas;
V – determina ao escrivão diligenciar junto ao endereço do ausente a fim de localizá-lo, de tudo certificando-se nos autos;
VII - No nono dia de ausência o seu comandante expede Parte de Deserção ao Comandante da Unidade que a encaminha ao encarregado do processo;
VIII – juntada da parte de deserção aos autos; IX – feitura do termo de deserção;
X – feitura de relatório circunstanciado;
XI - remessa dos autos ao Comandante da Unidade;
XII – recebido os autos o comandante remeterá a Diretoria de Pessoal. Providências a cargo da Diretoria de Pessoal:
§ 1º - em caso do desertor não ter estabilidade assegurada (menos de dez anos de serviço):
I – fará publicar no Diário Oficial do Estado e transcreve no Boletim Geral (BG) da corporação, Edital de Convocação do desertor, pelo prazo de quinze dias;
II – expirado esse prazo e não se apresentando o desertor, fará publicar no Diário Oficial do Estado e transcreve em BG o ato de exclusão das fileiras da corporação e conseqüentemente, da folha de pagamento do Estado;
III – manda juntar aos autos o Extrato de Assentamentos funcionais do desertor e as cópias das publicações feitas no DOE e no BG;
IV – encaminha os autos a Ajudancia Geral para publicação em BG da Parte de Ausência, Termo de Inventário, Parte de Deserção e do Termo de Deserção, remetendo em seguida o processo a Justiça Militar.
§ 2º - em caso do desertor ter estabilidade assegurada (dez ou mais anos de serviço): I – manda publicar no Diário Oficial do Estado e transcreve em BG, o ato de Agregação e de Exclusão da folha de pagamento do Estado;
II – manda publicar em BG os documentos citados no inciso IV do parágrafo anterior; III – juntar aos autos o Extrato de Assentamentos funcionais do desertor e as cópias das publicações feitas no DOE e no BG remetendo em seguida o processo a Justiça Militar.
Do período de graça
Art. 7º - Período de graça é aquele registrado entre o primeiro e o oitavo dia de ausência. Parágrafo único - Se o ausente se apresentar até o oitavo dia, não se consumará o Crime de Deserção e, via de conseqüência, será tornado sem efeito a portaria designativa do PDM.
Art. 8º. Em ocorrendo o previsto no artigo anterior, deverá ser instaurado Processo Disciplinar Sumário, com vistas a se apurar eventuais responsabilidades de ordem disciplinar.
Da Apresentação ou Captura do Desertor
Art. 9º. Consumado o crime de deserção e em ocorrendo a apresentação espontânea ou captura do desertor deverão ser adotadas as providencias a seguir:
§ 1º - providencias a cargo do Oficial de Dia: I – lavra o Termo de Apresentação Espontânea;
II – apresenta o individuo ao Chefe do EMG/SUBCMT (ou ao Corregedor); III - recolhe o desertor ao xadrez;
IV – encaminha o Termo de Apresentação espontânea a Diretoria de Pessoal. § 2º - a cargo da Diretoria de Pessoal:
I – manda submeter o desertor a Inspeção de Saúde, retornando, em seguida, ao xadrez; II – recebida a ata de inspeção e em sendo considerado apto, caso não tenha estabilidade, providencia o Ato de Reinclusão nas fileiras da corporação e folha de pagamento, mandando publicar no Diário Oficial do Estado e no Boletim Geral, remetendo em seguida o processo a Auditoria Militar;
III – caso tenha estabilidade e em sendo considerado apto, providenciará o ato de Reversão e de Reinclusão na folha de pagamento do Estado, mandando publicar no Diário Oficial do Estado e no Boletim Geral, remetendo em seguida os documentos a Auditoria Militar;
§ 3º. Caso seja considerado INAPTO pela Junta Militar de Saúde, providenciará a apresentação do desertor ao Juiz Auditor, acompanhado do Auto de Apresentação Espontânea e da Ata de Inspeção de Saúde para os fins de direito;
§ 4º. Ocorrendo o previsto no parágrafo anterior, após ser oitivado, o individuo será liberado pela autoridade judiciária e o Processo de Deserção será arquivado, pois, em perdendo a sua condição de militar, não poderá ser julgado pela Justiça Militar estadual.
Disposições Finais
Art. 10. A presente Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário.
Publique-se, Registre-se e Cumpra-se.
ACW em Natal/RN, em 10 de outubro de 2009.
José Walterler dos Santos Silva COMANDANTE GERAL
ÁLVARO WALTERLER PINTO SILVA CORREGEDOR GERAL