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Perspectivas Críticas em Estudos Organizacionais: O Que as Une?

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Perspectivas Críticas em Estudos Organizacionais: O Que as Une? Autoria: Vanessa Brulon, Leonardo Darbilly

Resumo: como forma de se contrapor ao viés conservador presente no chamado pensamento tradicional, o pensamento crítico surge adotando um caráter humanístico e rompendo com a lógica sistêmico-funcionalista para a adoção de um pensamento dialético. Surgem, dentro deste pensamento crítico, muitas vertentes que não possuem um consenso entre si no que diz respeito à própria noção de crítica. A forma por meio das quais estas diferentes vertentes interagem, portanto, tem sido marcada por controvérsias. Indo ao encontro de Alcadipani e Turreta (2009, p.508), os quais propõem que os teóricos da área passem a “olhar menos para o que distancia as diferentes perspectivas críticas e mais para aquilo que as une”, pretende-se, no presente estudo, identificar aquilo que há em comum entre as diferentes vertentes que compõem o pensamento crítico em estudos organizacionais no que diz respeito a seus aspectos ontológicos, epistemológicos, axiológicos, retóricos e metodológicos. Para tal, foram analisados artigos da área de estudos organizacionais críticos apresentados nos congressos ANPAD nos últimos anos. Optou-se por analisar os trabalhos apresentados na EnANPAD, bem como no encontro da divisão de estudos organizacionais da ANPAD (EnEO), já que esta linha de pesquisa diz respeito diretamente à área objeto de estudo. Neste sentido, todos os trabalhos que foram apresentados na linha de estudos organizacionais críticos, durante o período de 2009 a 2010, nos eventos mencionados, foram analisados. A opção por tal período de tempo se deu devido ao interesse em investigá-los em período recente. A análise foi realizada com base em alguns pressupostos de pesquisa conforme apresentados por Goulart e Carvalho (2005), quais sejam: pressupostos ontológicos, epistemológicos, axiológicos, retóricos e metodológicos. Ao contrapor as diferentes vertentes que se guiam por um pensamento crítico foi possível identificar muitos aspectos em comum que as unem. A crítica ao positivismo, ponto de partida do pensamento crítico, implica o rompimento com os pressupostos ontológicos positivistas, passando-se a enxergar a realidade como subjetiva e múltipla. A aproximação entre sujeito e objeto, bem como a presença dos valores do pesquisador em suas pesquisas indicam também esta desvinculação com a lógica hegemônica, no que diz respeito a aspectos epistemológicos e axiológicos. Já no que diz respeito aos aspectos retóricos, o uso de linguagem formal e impessoal fez-se presente. O predomínio da pesquisa qualitativa, geralmente com viés interpretativista, mostra a semelhança entre os pressupostos metodológicos dos artigos analisados. Ao apontar para as potencialidades do mundo, o pensamento crítico deixa, muitas vezes, de enxergar suas próprias potencialidades, e se perde em “rusgas epistemológicas” que fazem com que “a crítica tenha uma tendência a se voltar para a análise da própria crítica” (ALCADIPANI e TURETA, 2009). O problema é que, com isso, deixam de olhar para a realidade que pretendem transformar. Face a tantos aspectos comuns, faz-se tempo de as perspectivas críticas unirem suas boas idéias na busca dos objetivos humanísticos e emancipatórios que compartilham.

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1. Introdução

Diante do predomínio de pesquisas positivista na área de estudos organizacionais, alguns teóricos da área, em tempos recentes e influenciados principalmente pelas idéias de Marx, romperam com a lógica sistêmico-funcionalista e adotaram a perspectiva dialética em seus trabalhos. Como forma de se contrapor ao viés conservador presente no chamado pensamento tradicional, o pensamento crítico surge adotando um caráter humanístico.

O pensamento crítico caracteriza-se, assim, segundo Japiassu (1986), principalmente por se preocupar com sua relação com a sociedade e que, nesse sentido, os pesquisadores devem assumir a responsabilidade sobre as conseqüências que suas descobertas podem trazer. Indo ao encontro de Japiassu (1986), Tenório (2009, p. 526) define o pensamento crítico como aquele que tem “a sociedade como seu marco decisivo, e não apenas o mercado”.

Embora a crítica ao pensamento hegemônico no âmbito da administração seja central em seus trabalhos, os pesquisadores que optam por realizá-la não possuem um consenso entre si no que diz respeito à própria noção de crítica. Assim, em função das diferentes tentativas de definir tal conceito, surgem diferentes vertentes as quais formam um pensamento crítico amplo e diversificado.

A forma por meio das quais estas diferentes vertentes interagem, entretanto, tem sido marcada por controvérsias uma vez que encontramos, na área de estudos organizacionais críticos, um constante embate pelo alcance de um sentido verdadeiro de crítica no qual pesquisadores filiados a determinadas vertentes classificam aqueles pertencentes a outras correntes como falsos críticos e vice-versa.

Como afirmam Alcadipani e Turreta (2009), há na área uma disputa para determinar quem são os verdadeiros críticos, sempre em uma tentativa de estabelecer fronteiras, e classificar idéias como certas ou erradas. Os autores, ainda, ressaltam que tais disputas no campo envolvendo a noção de crítica são improdutivas, qualificando-as como “uma luta epistemológica pueril e, por que não, inútil” (ALCADIPANI E TURRETA, 2009, p.508). Eles defendem, assim, a união das diferentes vertentes que constituem o pensamento crítico. Já Faria (2005, p.233), em idéia próxima à anterior, afirma que “a prescrição do que é crítica ou não pode fazer mais parte do problema do que da solução”. Nesse sentido, conforme o autor, a disputa pela definição teórica do que é crítica não se constitui em uma questão central para aqueles pesquisadores mais comprometidos com a vertente radical da crítica, mas sim “reconhecer que a dimensão acadêmica e a dimensão ativista ou política da crítica devem ser conduzidas em paralelo e mobilizadas dentro e fora do meio acadêmico” (FARIA, 2005, p. 233).

Indo ao encontro de Alcadipani e Turreta (2009, p.508), os quais propõem que os teóricos da área passem a “olhar menos para o que distancia as diferentes perspectivas críticas e mais para aquilo que as une”, pretende-se, no presente estudo, identificar aquilo que há em comum entre as diferentes vertentes que compõem o pensamento crítico em estudos organizacionais no que diz respeito a seus aspectos ontológicos, epistemológicos, axiológicos, retóricos e metodológicos. Entende-se que tal proposta pode contribuir especialmente por chamar a atenção para o processo de fragmentação que tem ocorrido no âmbito da abordagem crítica dos estudos organizacionais e que pode, no entender dos autores, dispersar importantes esforços que deveriam estar voltados não à tentativa de legitimar uma determinada noção sobre o que constitui uma crítica, mas sim à reflexão sobre a possibilidade de emancipação humana e de uma verdadeira transformação social.

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Ao destacar o recente surgimento do pensamento crítico, Japiassu (1986, p. 138) o identifica como “fruto da reflexão que os próprios cientistas estão fazendo sobre a ciência em si mesma”. Centra-se, assim, segundo o autor, em se interrogar a respeito da responsabilidade social dos cientistas, das conseqüências que as suas descobertas podem trazer para a sociedade.

Junto com o surgimento do pensamento crítico, surge também o debate a respeito do que realmente pode ser considero um trabalho crítico. Para fundamentar a discussão, muitos autores dedicaram espaço em seus trabalhos à tentativa de definir o que é a crítica afinal. Davel e Alcadipani (2003), por exemplo, optam por seguir os critérios estabelecidos por Fournier e Grey (2000) e Alvesson e Willmott (1992b, 1996, apud DAVEL e ALCADIPANI, 2003), defendendo três parâmetros fundamentais que caracterizam um trabalho como sendo de natureza crítica: a promulgação de uma visão desnaturalizada da administração, intenções desvinculadas da performance e um ideal de emancipação. Pode-se citar, ainda, a posição de Paula (2008, p. 27), que defende que a crítica “é justamente a capacidade de contestar a dominação e apontar vias emancipatórias”. Já para Japiassu (1986), “ao tentarem fazer uma reflexão para descobrir os pressupostos e os condicionamentos sócio-culturais de sua atividade científica, os cientistas estão desenvolvendo uma atividade epistemológica que nós chamamos de crítica”.

Embora haja discussões a respeito do que é ser crítico, seguindo esta idéia de ciência crítica, que se preocupa com suas relações com a sociedade, diferentes perspectivas críticas surgiram e se disseminaram, gerando debates entre elas. Há, ainda, discussões a respeito de quais dessas perspectivas podem realmente ser consideradas críticas. Segue-se, no presente trabalho, a divisão proposta por Paula (2008), que destaca três principais vertentes inseridas na epistemologia crítica: a teoria crítica, o pós-estruturalismo e o critical management studies.

2.1. Teoria Crítica

A vertente que dentro da epistemologia crítica pode ser denominada de teoria crítica surge a partir da tensão existente entre o pensamento dialético e o positivismo, questão discutida por Horkheimer em seu texto “Teoria tradicional e teoria crítica”, de 1937, que inaugura, assim, a teoria crítica. Desde então, a teoria crítica vem sendo associada à Escola de Frankfurt, nome informal atribuído ao Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt ao qual estavam vinculados os principais teóricos críticos.

Para dar base a suas reflexões, os teóricos críticos retomam o pensamento de Marx recuperando muitos de seus textos. Dentre eles, merece destaque os Manuscritos

econômico-filosóficos de 1984 (PAULA, 2008). Entretanto, Vieira e Caldas (2006) criticam a visão de

que apenas podem ser considerados teóricos críticos aqueles que pretendem dar continuidade ao trabalho de Marx, já que consideram este pensamento excludente.

Ao seguirem o pensamento de Marx, os teóricos críticos rejeitam a lógica causal positivista e adotam a lógica dialética. Segundo Tenório (2009, p. 526), são “teorias sociais que sejam referenciadas pela unidade de contrários e não teorias organizacionais relatoras da funcionalidade” que orientam tais estudos. Assim, como acreditam que a realidade está em constante transformação, para os teóricos críticos não existe uma verdade imutável que pode ser alcançada, esta verdade é temporal e histórica, como propunha Marx (VIEIRA e CALDAS, 2006). Ainda, os teóricos críticos não se pretendem neutros. Segundo Vieira e Caldas (2006), o pensamento crítico acredita que a neutralidade positivista é parcial e, portanto, não a admite.

Desde sua origem, e com base nestes pressupostos, a teoria crítica tem como foco de interesse a abolição da injustiça social, prezando pela liberdade dos indivíduos e, portanto, se opondo aos mecanismos de dominação existentes (PAULA, 2008; FREITAG, 2004). Dentro desta lógica libertadora, é central para a teoria crítica a noção de emancipação humana, já que,

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como afirmam Vieira e Caldas (2006, p. 61), ela “aponta para a prática como a realização dos potenciais emancipatórios do mundo”. A importância da idéia de emancipação para o pensamento crítico é destacada por Paula (2008), que afirma que a crítica é justamente a capacidade de combate à dominação e da abertura de possíveis vias emancipatórias.

Ao discutirem a noção de emancipação, Misockzky e Amantino-de-Andrade (2005, p. 202) a conceituam como:

a afirmação de relações radicalmente diferentes das condições anteriores e presentes de opressão e dominação, de uma situação vivida negativamente, onde se forjam as forças e identidades capazes de pretender outra vida.

A partir desta definição, as autoras explicam que, por estar orientado para a emancipação, a teoria crítica deve criticar o capitalismo, tendo em vista que esta sociedade não é natural, e, portanto, não deve existir para sempre.

Em função de sua busca pela emancipação humana, a teoria crítica adota como uma de suas questões centrais a crítica ao predomínio da racionalidade instrumental na sociedade moderna. Diante da promessa iluminista de libertação por meio da razão, teóricos críticos como Horkheimer e Adorno denunciam as contradições da razão moderna, que se volta contra as tendências emancipatórias, tornando-se uma razão alienada (FREITAG, 2004). Para os seguidores da teoria crítica, a razão iluminista passou por um processo de instrumentalização, voltando-se para a dominação e repressão do homem (PAULA, 2008).

Preocupados, assim, com a transformação social, os teóricos críticos defendem que a teoria crítica deve unir teoria e prática (Paula, 2008). Questão central para a teoria crítica, a relação entre teoria e prática não deve ser pensada como uma relação de oposição. Teoria e prática são indistinguíveis, já que a teoria está vinculada à prática transformadora (VIEIRA e CALDAS, 2006). Para enfatizar esta diferença, os pensadores críticos trabalham com o conceito de práxis, que, como explica Viegas (2002), pode ser entendida como a prática social incorporada de teoria. Diante da ausência de separação entre teoria e prática, os estudos críticos não se limitam apenas a criticar o pensamento tradicional. Como explicam Misockzky e Amantino-de-Andrade (2005), o pensamento crítico tem a responsabilidade de indicar as possibilidades de transformação e emancipação, para que se deixe de ser refém do sistema dominante.

As reflexões anteriormente ressaltadas foram sendo renovadas ao longo das chamadas “gerações” da Escola de Frankfurt. A primeira geração, que deu origem à teoria crítica, constituía-se por autores como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Eric Fromm e Hebert Marcuse. A segunda geração teve como principal representante Jüergen Habermas, que propõe a razão comunicativa como forma de solucionar os impasses encontrados por seus antecessores. Já a terceira geração, em que ainda se encontra a teoria crítica, tem como principal representante Axel Honneth, que dá continuidade à teoria crítica por meio de uma teoria do reconhecimento. No Brasil, a tradição do pensamento crítico, bem como suas reflexões a respeito da razão moderna, foram levados adiante por autores como Guerreiro Ramos, Maurício Tragtenberg e Fernando Prestes Motta (VIEIRA e CALDAS, 2006).

2.2. Pós-estruturalismo

O pós-estruturalismo surge como uma resposta ao estruturalismo. Embora as duas perspectivas mantenham muitos pontos em comum, o principal ponto de ruptura está no fato de os autores pós-estruturalistas estabelecerem uma tentativa de resgate da história, esquecida pelos estruturalistas (PAULA, 2008).

Partindo, assim, do estruturalismo que lhe deu origem, os autores pós-estruturalistas têm por base os trabalhos de Saussure, Jakobson, Althusser, Lacan, Piaget, dentre outros. Entretanto, acrescenta ao seu ponto de partida estruturalista o pensamento de Nietzsche, bem

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como a leitura que Heidegger faz de Nietzsche (PAULA, 2008). Segundo Paula (2008), o pós-estruturalismo pode ser pensado como uma fuga do pensamento hegeliano para o pensamento nietzscheano.

A partir de tal base teórica, os autores pós-estruturalistas, conforme Reed (1998, p. 77), deslocam o foco de análise para “um nível micro de análise do ordenamento ou rotinização social”. Os pós-estruturalistas defendem, assim, a existência de um sujeito sem autonomia, dependente das estruturas que o governam (PAULA ET AL, 2010). Outro ponto central dentro da perspectiva em questão, de acordo com Paula (2008), consiste na adoção do “jogo da diferença”, dado que consideram que o pensamento dialético baseia-se em dicotomias que implicam exclusão. Assim, por meio da “diferença”, o jogo histórico deixa de ser defino em termos de tais dicotomias (PAULA, 2008).

Segundo Anderson (1992), o pós-estruturalismo constitui-se como um campo extremamente amplo, englobando leituras psicanalíticas, foucaultianas, marxistas, dentre outras. A partir destas leituras, Patterson (1989) explica que os estudos pós-estruturalistas têm como uma questão central a preocupação com a criação da cultura. O autor explica, ainda, que os teóricos pós-estruturalistas ressaltam o fato de que a história não é independente das circunstâncias em que está inserida.

Embora possa ser tratado como uma das perspectivas críticas que compõem a área de estudos organizacionais críticos, o pós-estruturalismo trabalha com uma noção de crítica que se distancia dos Frankfurtianos e é por isso questionada. Paula et al (2010, p. 12), por exemplo, defende que a crítica pós-estruturalista “coloca em questão as características fundamentais da crítica defendida pelos teóricos críticos”.

Podem ser destacados como principais autores pós-estruturalistas, segundo Paula (2008), Jacques Derrida, Julia Kristeva, Jean-François Lyotard, Gilles Deleuze, Jean Baudrillard, Foucault, dentre outros. Atualmente, o trabalho destes autores tem sido levado adiante pelas novas gerações de pós-estruturalistas, que extrapolam os temas abordados até então (PAULA, 2008).

2.3. Critical Management Studies (CMS)

Perspectiva polêmica dentro da área de estudos organizacionais críticos, o critical

management studies (CMS) teve sua origem a partir da publicação do livro de autoria de

Alvesson e Willmott, em 1992, com o mesmo nome do movimento. A partir da década de 1990, estudos seguindo a mesma perspectiva teórica dos autores mencionados se disseminaram e ganharam espaço na área acadêmica (PAULA, 2008).

Como base para o desenvolvimento de tal perspectiva teórica, os autores do critical

management studies retomam o pensamento de Marx, de autores pós-estruturalistas, e de

alguns teóricos críticos, como Horkheimer, Adorno, Marcuse e Habermas (Paula, 2008). Entretanto, Faria (2009) defende que tais autores fazem apenas usos eventuais de conceitos marxistas e, portanto, não se aproximam da teoria crítica. E ainda, o autor considera um equívoco que análises organizacionais baseiem-se no pensamento de Foucault, autor que é muitas vezes classificado como pós-estruturalista, como é feito pelo critical management

studies.

Partindo de uma base teórica ampla, o critical management studies acaba por englobar muitos estudos que abordam temas diversos. Davel e Alcadipani (2003) sintetizam as diferentes perspectivas críticas que o compõem por meio de três conjuntos teóricos: as tradições modernistas desenvolvidas no âmbito do marxismo, do neomarxismo e da Escola de Frankfurt; as tradições analíticas, como o modernismo, estruturalismo e pós-colonialismo; e as teorias feministas.

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Embora seja composto por diferentes perspectivas críticas, o movimento do critical

management studies, de acordo com Paula (2008), possui como idéia central a defesa do

caráter sociopolítico do management que, portanto, deve ser analisado de forma crítica. Para fundamentar tal afirmação, os teóricos deste movimento defendem que as ações dos gerentes influenciam o cotidiano dos cidadãos, além de estabelecerem padrões de comportamento (PAULA, 2008). Fournier e Grey (2000, p. 16) sintetizam esta idéia ao afirmar que

to be engaged in critical management studies means, at the most basic level, to say that there is something wrong with management, as a practice and as a body of knowlodge, and that it should be changed.

Preocupado em dar voz àqueles que atuam dentro das organizações, o critical

management studies, como explica Paula (2008), volta-se para a emancipação, em busca de

ambientes de trabalho livres de dominação. Davel e Alcadipani (2003, p. 74) explicam que o movimento surge

com o objetivo de conferir a palavra àqueles e àquelas que, ao se identificarem como racionais, indiscutíveis e indubitáveis, são raramente considerado(a)s pelas teorias organizacionais tradicionais que tendem a idealizar a administração.

Entretanto, Misoczky e Amantino-de-Andrade (2005) criticam a noção de emancipação na qual o critical management studies se baseia. Segundo as autoras, os teóricos deste movimento reconceituam emancipação como microemancipação, relacionando-a a administração. Neste sentindo, para as autoras, o critical management studies apenas se apropria da marca da teoria crítica, mas deixa de fora seu conteúdo transformador. Já na visão de Alcadipani (2005, p. 213), a intenção do movimento é apenas “desenvolver uma noção de emancipação mais ‘palatável’ ao mundo da administração”, além de não desconsiderar os ideais utópicos.

Para alcançar a emancipação desejada, os autores do movimento se contrapõem aos estudos do mainstream que predominam na área do management. Segundo Paula (2008), os temas que principalmente são combatidos por estes autores são a idéia de que as organizações são naturais e necessárias, a noção de que os interesses administrativos são universais, e o predomínio da instrumentalidade e da competição nas organizações. Buscam, portanto, “mostrar que as coisas não são necessariamente aquilo que aparentam no âmbito da gestão” (DAVEL e ALCADIPANI, 2003, p. 74).

A discussão de tais temas teve início com autores como Alvesson, Willmott, Burrell, Morgan, Deetz, dentre outros. O movimento do critical management studies também se disseminou no Brasil, onde possui alguns representantes como Rafael Alcadipani e Alexandre Faria.

3. Método de Pesquisa

Para atender ao objetivo deste trabalho, foram analisados artigos da área de estudos organizacionais críticos apresentados nos congressos da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) nos últimos anos. Optou-se por analisar os trabalhos apresentados na Divisão Acadêmica de Estudos Organizacionais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), bem como no encontro da divisão de estudos organizacionais da ANPAD (EnEO), já que esta linha de pesquisa diz respeito diretamente à área objeto de estudo. Neste sentido, todos os trabalhos que foram apresentados na linha de estudos organizacionais críticos, durante o período de 2009 a 2010, nos eventos mencionados, foram analisados. A opção por tal período de tempo se deu devido ao interesse em investigá-los em período recente. Além disso, a opção pelos eventos da ANPAD se justifica por ser este o maior

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congresso de administração do Brasil, no qual são apresentados importantes trabalhos da área, muitas vezes encaminhados para grandes periódicos.

No que diz respeito ao tratamento e à análise dos dados, para o auxílio de tal etapa de pesquisa, esta foi realizada com base em alguns pressupostos de pesquisa conforme apresentados por Goulart e Carvalho (2005), quais sejam: pressupostos ontológicos, epistemológicos, axiológicos, retóricos e metodológicos. Para análise de tais pressupostos, após a leitura dos artigos, tentou-se responder às perguntas que correspondem a cada um deles, propostas pelas autoras. Tais perguntas podem ser observadas na Tabela 1.

Pressupostos Perguntas

Pressupostos Ontológicos Qual é a natureza da realidade?

Pressupostos Epistemológicos

Qual é a relação do pesquisador com o objeto ou sujeitos do estudo?

Pressupostos axiológicos Qual é o papel dos valores?

Pressupostos retóricos Qual é a linguagem da pesquisa?

Pressupostos Metodológicos Qual é a linguagem da pesquisa?

Figura 1: Pressupostos de pesquisa

Fonte: adaptado de Goulart e Carvalho (2005)

Além disso, também foram foco de interesse no processo de análise, os principais temas abordados pelos artigos, bem como os autores que lhes deram base teórica.

4. O que as une?

Ao se contrapor as diferentes perspectivas críticas em estudos organizacionais, sobressaem-se as diferenças em detrimento das semelhanças. Tais diferenças geram atritos que, como mostram Alcadipani e Tureta (2009), não são produtivos para a área. Portanto, aquilo que as une também merece ser apontado.

O pensamento crítico surge para se opor ao positivismo, hegemônico no campo. É a partir desta tensão entre pensamento tradicional e pensamento crítico que têm origem todas as vertentes que formam o pensamento crítico. Portanto, as perspectivas críticas que surgem a partir daí, compartilham a crítica ao positivismo e à lógica sistêmico-funcionalista até então predominante. Tal fato pode ser observado nos artigos analisados por meio de afirmações que demonstram o compartilhamento de alguns pressupostos que divergem do pensamento positivista tradicional.

A forma de enxergar a realidade presente nos artigos analisados varia entre uma visão dialética, que concebe o mundo como em constante transformação, e uma visão subjetiva, sinalizando pressupostos ontológicos distantes daquele que predomina na lógica positivista, em que a realidade é entendida como algo objetivo e singular. É comum aos estudiosos organizacionais críticos a compreensão da realidade como algo complexo e múltiplo. Tal aspecto pode ser observado por meio de afirmações como:

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A partir destes resultados, argumentamos que, para uma melhor compreensão desta dificuldade de implantação da autogestão nas organizações, é necessária a adoção de um conceito de subjetividade que englobe não só o seu caráter individual, mas também coletivo, como apontam Domingues (1999) e Elias (1994). (ONUMA, MAFRA e MOREIRA, 2010, p. 1)

Existe, ainda, a visão de que a realidade deve ser questionada, por meio da perspectiva crítica, com vistas a transcendê-la.

Os pressupostos ontológicos que se mostraram presentes são coerentes à lógica que permeia o pensamento crítico, de oposição ao pensamento tradicional. Como afirmam Vieira e Caldas (2006, p. 60), o pensamento crítico volta-se para a sociedade, e preocupa-se em mostrar as possibilidades ainda não realizadas, “o que o mundo poderia ter de melhor se suas potencialidades se realizassem”. Além disso, possui uma concepção de verdade que se distingue do pensamento tradicional, já que, enquanto para o último, existe uma verdade imutável que pode ser alcançada, para o primeiro esta verdade é temporal e histórica (VIEIRA e CALDAS, 2006). Como afirma Santos (1999), os pensadores críticos não reduzem a realidade àquilo que existe. A presença do pensamento dialético como forma de enxergar a realidade também vai ao encontro da literatura levantada, uma vez que muitos pensadores críticos seguem o pensamento de Marx e, como afirma Tenório (2009), rompem com a lógica sistêmico funcionalista do positivismo substituindo-a pela lógica dialética.

Ao se contrapor a lógica positivista, o pensamento crítico diferencia-se também em seus pressupostos epistemológicos, enxergando a relação do pesquisador com o objeto de pesquisa de forma distinta. Para tais pesquisadores, como pode ser observado a partir da análise realizada, não há separação entre sujeito e objeto, na medida em que os pesquisadores se inserem no campo e buscam uma aproximação com os sujeitos pesquisados. Acadêmicos como Paula e Adrade (2010, p. 8), por exemplo, afirmam: “Assim, o público-alvo não é tratado como objeto, mas como sujeito interparticipante”. Ou ainda, como afirmam Rey (2004, apud SANTOS e PALASSI, 2010, p. 6): “a ruptura com a lógica instrumental dominante nas pesquisas antropossociais descentraliza o foco da pesquisa dos instrumentos e o coloca nos sujeitos que serão pesquisados”.

A ausência de separação entre sujeito e objeto encontrada nos artigos analisados é ressaltada na literatura especializada. Paula (2008, p. 4), por exemplo, afirma que há, dentro desta perspectiva, a defesa por uma “não-identidade” entre sujeito e objeto, “estabelecendo a razão centrada nesse sujeito, em um claro deslocamento entre sujeito e objeto”.

Em busca de uma nova epistemologia que possa ser caracterizada como crítica, os estudiosos organizacionais críticos ressaltam a necessidade de superar os pressupostos do pensamento tradicional. Cordeiro e Mello (2010, p.1), por exemplo, afirmam: “Este trabalho destaca o desafio de nos engajarmos, por meio de uma visão metodológica não-essencialista e não-positivista para a produção do conhecimento”. Fontanelle (2009, p. 1) reforça esta idéia ao afirmar: “sugere-se que o ponto de chegada, hoje, levaria a uma possibilidade de se pensar que o verdadeiro espaço de criação seria a produção da crítica não positivada”.

A necessidade de romper com o pensamento positivista é ressaltada por Tenório (2009), que afirma que, dentro deste cenário, o potencial dos estudos organizacionais fica restrito a processos produtivos. Indo ao encontro de Tenório (2009), Misockzky e Amantino-de-Andrade (2005) defendem que, com base no pensamento tradicional, a teoria e a prática de administração orientam-se apenas para a reprodução do sistema vigente.

As vertentes que compõem a área de estudos organizacionais críticos também compartilham a oposição a questões que são centrais ao pensamento tradicional, como no que diz respeito ao papel que os valores do pesquisador assumem no processo de pesquisa. Não consideram, por exemplo, a possibilidade de que o cientista assuma uma postura de

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neutralidade científica em seus trabalhos, rompendo com os pressupostos axiológicos positivas.

Nesse sentido, os valores dos pesquisadores estão geralmente presentes em seus estudos. Tal fato pode ser observado, por exemplo, na afirmação de Santos e Palassi (2010, p. 6):

As pesquisas em ciências sociais, usualmente influenciadas por uma perspectiva positivista, são realizadas a partir de rigorosos procedimentos metodológicos. Busca-se desta maneira que o pesquisador mantenha-se neutro frente ao objeto de pesquisa, ou seja, deve permanecer passivo, cujo papel principal é realizar a coleta das informações. Desta forma, acreditamos que para conseguir pesquisar aspectos subjetivos, seja necessário romper com esta abordagem. O rompimento com o pressuposto da neutralidade científica também se mostrou presente na literatura especializada, em autores como Vieira e Caldas (2006).

No que diz respeito aos pressupostos retóricos dos estudiosos críticos, é constante o uso de uma linguagem formal, bem como a ausência do uso de primeira pessoa do singular. Encontrou-se, isto sim, o uso da primeira pessoa do plural em alguns dos artigos analisados, como no trabalho de Ferraz e Menna-Barreto (2010, p. 3), em que os autores afirmam:

Questionamo-nos, portanto, se ao considerarmos as relações sociais para além das percepções que os inquiridos possuem sobre as condições concretas de suas vidas, podemos encontrar na exclusão alguma funcionalidade econômica para o capital?

Entretanto, embora apresentem, em alguns momentos, a primeira pessoal do plural, os artigos analisados mantêm o uso de uma linguagem formal, que pode ser entendia como a manutenção de características da pesquisa positivista, ou como a adequação a linguagem acadêmica predominante, independente de influência epistemológica.

Em relação aos pressupostos metodológicos, por outro lado, o rompimento com o pensamento tradicional se mantém, uma vez que é constante o uso da força argumentativa para a fundamentação dos trabalhos analisados, o que se evidencia, por exemplo, pela forte presença de ensaios teóricos. Como defende Vieira (2006), por exemplo, ressalta a importância da força de uma boa teoria de fundo para a possibilidade do alcance de generalizações, em pesquisas que não seguem uma orientação positivista.

Nesse sentido, há um predomínio de pesquisa qualitativa, com uso de entrevistas abertas ou semi-estruturadas, grupo focal, pesquisa-ação, dentre outros, o que pode se justificar por sua particularidade na forma de entender a realidade. Vista de forma subjetiva, a realidade pode ser estudada de forma mais flexível por meio da pesquisa qualitativa, possibilitando uma melhor apreensão da mesma. A presença do materialismo histórico também merece ser ressaltada, e pode ser explicada pela influência do pensamento marxista nos estudos organizacionais críticos.

Ao se opor ao pensamento funcionalista, a epistemologia crítica, englobando todas as suas vertentes, volta-se para a sociedade. Não apresentam, assim, intenções vinculadas à performance (FOURNIER e GREY, 2000). Desta forma, um ponto de união entre as perspectivas críticas, é seu compromisso com a abolição da injustiça social. Como explica Santos (1999), o pensamento crítico vem mostrar que é possível superar aquilo que se critica no que existe, que a as possibilidades de existência não se esgotam naquilo que existe. Tal fato evidencia-se ao se analisar os temas estudados nos artigos analisados. Há uma tendência à realização de uma contraposição ao sistema vigente, e a discussão de temas como a autogestão, a economia solidária, a participação social, dentre outros.

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Com tantas semelhanças no que diz respeitos aos seus pressupostos de pesquisa, bem como aos seus temas de interesse, os estudos organizacionais críticos também tendem a tomar por base autores semelhantes. Predominam, como base teórica utilizada, autores como Marx, Weber, bem como teóricos críticos da Escola de Frankfurt, como destaque para Habermas. Vale ainda ressaltar a forte presença de pensadores críticos brasileiros como Guerreiro Ramos, Maurício Tragtenberg e Fernando Prestes Motta.

Os estudos organizacionais críticos, assim, independente da perspectiva crítica a que estão vinculados, voltam-se para a prática, para a transformação de sua realidade social. Mostram as potencialidades do mundo, as possibilidades de transformação, para que seus ideais humanísticos e emancipatórios possam ser alcançado.

5. Conclusão

Em uma sociedade centrada no mercadoi, em que há uma hegemonia da lógica

instrumental em todas as esferas da vida humana, é louvável uma movimentação contraria a essa lógica, como a que ocorre a partir do surgimento da epistemologia crítica na área de estudos organizacionais. Entretanto, o potencial transformador do pensamento crítico pode estar sendo desperdiçado perante tamanha desunião.

Como uma tentativa de se contrapor às infrutíferas disputas da área, e seguindo a proposta de Alcadipani e Tureta (2009), este estudo teve como objetivo identificar aquilo que há em comum entre as diferentes vertentes que compõem o pensamento crítico em estudos organizacionais no que diz respeito a seus aspectos ontológicos, epistemológicos, axiológicos, retóricos e metodológicos.

Neste sentido, ao contrapor as diferentes vertentes que se guiam por um pensamento crítico foi possível identificar muitos aspectos em comum que as unem. A crítica ao positivismo, ponto de partida do pensamento crítico, implica o rompimento com os pressupostos ontológicos positivistas, passando-se a enxergar a realidade como subjetiva e múltipla. A aproximação entre sujeito e objeto, bem como a presença dos valores do pesquisador em suas pesquisas indicam também esta desvinculação com a lógica hegemônica, no que diz respeito a aspectos epistemológicos e axiológicos. Já no que diz respeito aos aspectos retóricos, o uso de linguagem formal e impessoal fez-se presente. O predomínio da pesquisa qualitativa, geralmente com viés interpretativista, mostra a semelhança entre os pressupostos metodológicos dos artigos analisados.

Vale ressaltar, ainda, que os pressupostos aqui analisados devem estar interligados para a formação de uma pesquisa coerente e dizem respeito à visão de mundo adotada pelo pesquisador. Desta forma, as semelhanças observadas em todos os aspectos analisados nos trabalhos objeto de estudo demonstram uma coerência por parte dos pesquisadores.

Ao apontar para as potencialidades do mundo, o pensamento crítico deixa, muitas vezes, de enxergar suas próprias potencialidades, e se perde em “rusgas epistemológicas” que fazem com que “a crítica tenha uma tendência a se voltar para a análise da própria crítica” (ALCADIPANI e TURETA, 2009). O problema é que, com isso, deixam de olhar para a realidade que pretendem transformar. Face a tantos aspectos comuns, faz-se tempo de as perspectivas críticas unirem suas boas idéias na busca dos objetivos humanísticos e emancipatórios que compartilham.

6. Referências

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