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Apontamentos História e Epistomologia de Enfermagem

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Academic year: 2021

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Regente: Isabel Ferraz

Regente: Isabel Ferraz

3 ECTS

3 ECTS

Apontamentos

Apontamentos

História e Epistemologia de Enfermagem II

História e Epistemologia de Enfermagem II

(transição)

(transição)

_______________________________________

_______________________________________

Curso de Licenciatura em Enfermagem

Curso de Licenciatura em Enfermagem

3º Ano, 1º Semestre

3º Ano, 1º Semestre

2

(2)

Aula 2

Aula 2 –– 1. A NATUREZA DO CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM 1. A NATUREZA DO CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM 18/09/2013

18/09/2013

Profª Idalina Gomes Profª Idalina Gomes

1.1.

1.1. CARPER E OS PADRÕES FUNDAMENTAIS DE CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM. Como é que oCARPER E OS PADRÕES FUNDAMENTAIS DE CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM. Como é que o conhecimento científico nasce e se difunde?

conhecimento científico nasce e se difunde? 

 Conhecimento empírico e a ciência da enfermagemConhecimento empírico e a ciência da enfermagem

 Conhecimento estético e a arte de enfermagemConhecimento estético e a arte de enfermagem

 Conhecimento pessoalConhecimento pessoal

 Conhecimento éticoConhecimento ético

SOBRE ENFERMAGEM SOBRE ENFERMAGEM 

 Como é que o conhecimento cientifico nasce e se desenvolve?Como é que o conhecimento cientifico nasce e se desenvolve?

 Enfermagem tem conhecimentos próprios?Enfermagem tem conhecimentos próprios?

 Que conhecimentos a Enfermagem mobiliza?Que conhecimentos a Enfermagem mobiliza?

 Porque é importante o conhecimento em enfermagem?Porque é importante o conhecimento em enfermagem?

 Enfermagem é uma ciência?Enfermagem é uma ciência?

DEFINIÇÃO DE CONCEITOS DEFINIÇÃO DE CONCEITOS Epistemologia

Epistemologia 

 É o ramo da filosofia que estuda a origem, a estrutura, os métodos, os padrões e os critérios paraÉ o ramo da filosofia que estuda a origem, a estrutura, os métodos, os padrões e os critérios para

validação do conhecimento. validação do conhecimento. 

 É também designada porÉ também designada por filosofia do conhecimentofilosofia do conhecimento

(Meleis, 1988; Bachelard, 2001) (Meleis, 1988; Bachelard, 2001) Epistemologia

Epistemologia –– maneiras de conhecer maneiras de conhecer 

 A epistemologia da enfermagem foi definida como “o estudo das origens do conhecimento deA epistemologia da enfermagem foi definida como “o estudo das origens do conhecimento de

enfermagem, as suas estruturas e os seus métodos, os padrões de conhecimento dos seus membros e os enfermagem, as suas estruturas e os seus métodos, os padrões de conhecimento dos seus membros e os

critérios para a validação das afirmações do conhecimento”. (Schulz e Meleis, 1988, p. 21) critérios para a validação das afirmações do conhecimento”. (Schulz e Meleis, 1988, p. 21)

 Enfermagem é dotada tanto do conhecimento científico como do conhecimento que pode serEnfermagem é dotada tanto do conhecimento científico como do conhecimento que pode ser

denominado sabedoria convencional denominado sabedoria convencional INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À FILOSOFIA INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À FILOSOFIA 

 A ciência -A ciência - preocupa-se com a causalidade (causa e efeito). A abordagem científica ao entendimento dapreocupa-se com a causalidade (causa e efeito). A abordagem científica ao entendimento da

realidade é caracterizada pela observação, verificação e experiência. realidade é caracterizada pela observação, verificação e experiência. 

 A filosofiaA filosofia - preocupa-se com a finalidade da vida humana, a natureza do ser e da realidade, a teoria e os - preocupa-se com a finalidade da vida humana, a natureza do ser e da realidade, a teoria e os

limites do conhecimento. A intuição, a introspeção e o raciocínio são exemplos de metodologias limites do conhecimento. A intuição, a introspeção e o raciocínio são exemplos de metodologias filosóficas.

filosóficas. 

 A ciência e a filosofia compartilham a meta comum dA ciência e a filosofia compartilham a meta comum de aumentar o conhecimento.e aumentar o conhecimento.

(Fawcett, 1999; Silva, 1977). (Fawcett, 1999; Silva, 1977). Em enfermagem, como nasce e se organiza o conhecimento?

Em enfermagem, como nasce e se organiza o conhecimento?

QUAIS OS PADRÕES FUNDAMENTAIS DO CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM? QUAIS OS PADRÕES FUNDAMENTAIS DO CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM? 

 Empírico, a ciência da enfermagemEmpírico, a ciência da enfermagem

 Ético, a componente moral do conhecimento em enfermagemÉtico, a componente moral do conhecimento em enfermagem

 Estético, a arte de enfermagemEstético, a arte de enfermagem

 PessoalPessoal

(Carper, 1978) (Carper, 1978) Padrões de conhecimento

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 Conhecimento empírico – conhecimento científico, leis, teorias que descrevem, explicam e preveem os fenómenos

 Conhecimento estético –  inclui a sensibilidade de um momento. É evidente nas ações, condutas, atitudes, interações do enfermeiro em resposta a alguém

 Conhecimento pessoal – subjetivo, refere-se à maneira como os enfermeiros se veem a si mesmos e os outros. Inclui a experiencia.

 Conhecimento ético –  refere-se ao código moral em enfermagem. Inclui a obrigação de servir e respeitar a vida humana. Exige avaliar o que é bom, valioso, desejável para os humanos.

Conhecimento empírico

 É objetivo, abstrato, geralmente passível de quantificação, formulado discursivamente e verificável (Carper, 1978, 1992).

- Apesar dos primeiros modelos conceituais de enfermagem seguirem uma forma empírica de construção de teorias, as diferentes propostas teóricas desenvolvidas trouxeram novas formas de ver e pensar fenômenos envolvidos na prática.

Conhecimento estético

 É expressivo e não formal ou descritivo. É subjetivo, exclusivo e experimental (Carper, 1978, 1992)

 O conhecimento estético conta com a perceção. Ele é criativo e incorpora a empatia e o entendimento. (Carper, 1978, 1992)

 O conhecimento científico é formulado discursivamente e verificável. Pelo contrario, o conhecimento estético define a formulação discursiva.

“O padrão estético corresponde à arte da enfermagem que é expressiva, subjetiva, e se torna visível na ação

de cuidar. No entanto, nem toda ação tem uma qualidade estética pois, para que isto ocorra, deve haver uma unidade de fins e meios. A redução da arte à simples execução de técnicas foi um dos fatores que levou a desvalorização desta forma de conhecimento. No entanto, uma visão ampliada do que seja arte coloca novamente em questão as experiências da enfermagem que podem ser denominadas estéticas, incluindo o processo criativo de descoberta no padrão empírico. Até à instituição das escolas no modelo de Nightingale, a enfermagem era sinônimo de arte doméstica e, até o início do século XX, a arte de enfermagem referia-se à realização das técnicas básicas.

A arte está relacionada à prática profissional, ou seja a arte é expressa no processo de interação entre enfermeira e cliente, despertando a capacidade do cliente de enfrentar desafios. “A habilidade técnica quando

combinada e em harmonia com timing, integridade pessoal e coordenação corporal é uma performance

artística que, aparentemente, não exige esforço”.

A perceção da ação de cuidar integrando meios e fins aproxima-se das conceções de cuidado que vem sendo desenvolvidas por várias teóricas. O cuidado humano é uma postura ética e estética frente ao mundo e exige

“a conjugação do conhecimento, habilidades manuais, da intuição, da experiência e da expressão da sensibilidade”. A forma como o conhecimento, o julgamento e a habilidade são utilizadas na área clínica

é o fenômeno que, geralmente, é denominado de arte da enfermagem . Nos trabalhos de estudiosos da enfermagem, podem ser identificadas cinco conceções de arte:

- Compreender o significado no encontro com o paciente; - Estabelecer conexão significativa com o paciente;

- Realizar uma atividade de enfermagem engenhosa;

- Determinar um curso apropriado para a ação de enfermagem; - Adotar uma conduta ética na prática de enfermagem.

Nesta caracterização aparecem relacionados com a arte da enfermagem outros padrões de conhecimento, como o ético e o pessoal. O conhecimento estético pode ser relacionado com o saber como que permite trabalhar com os fenômenos não quantificáveis e com o que não pode ser explicado por leis e teorias. A intuição, a interpretação, a compreensão e o valor constituem os componentes centrais da estética.”

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 É subjetivo e promove a totalidade e integridade nos encontros pessoais. (Carper, 1978, 1992)

 A maturidade e a liberdade são componentes desse conhecimento, que pode incluir formas espirituais e metafísicas (Carper, 1978, 1992).

Conhecimento ético

 A ética refere-se ao código moral da enfermagem e esta baseada na obrigação de servir e respeitar a vida humana (Melanie McEwen & Evelyn M.Wills, 2009).

 O conhecimento ético exige o exame racional e deliberado e avaliação do que é bom e valioso e desejável como metas, motivos ou características (Correr, 1978, 1992).

COMO É QUE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO EM ENFERMAGEM NASCE E SE DESENVOLVE?

Que papel a observação e a interpretação desempenha no desenvolvimento cientifico em enfermagem? Quais as conceções primordiais antes da enfermagem moderna?

MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO TEORICO DE ENFERMAGEM

Florence Nightingale Conceção de enfermagem

 A enfermagem auxilia a natureza a recuperar o doente  Ambiente externo e interno controlados

 Contexto da enfermagem

- Enfermeiras treinadas – escolas, domicílios, hospitais

- Ensino– observação, técnicas, registo

- Enfermagem como vocação que é mais do que conhecimento de fatos e técnicas Sistema medico – capital/lucro – EUA

 Oposição à escola de Nightingale

Universidade de Minnesota, em 1909 surge

 O primeiro curso universitário para a formação de Enfermeiras  Preconiza-se uma educação formal elevada

 Em 1917, a Nacional League of Nursing Education sugere um curso de tr ês anos SABER EMPÍRICO

 Antes de 1950 há o reconhecimento de que o conhecimento cientifico era fonte de poder.

 A profissão de enfermagem é uma arte que depende da ciência… Em enfermagem a arte deve sempre predominar apesar de a ciência subjacente ser importante (Worcester, 1902 and Chinn, Kramer, 1999).

SABER ÉTICO

 Antes de 1950 as virtudes da enfermeiras; vida religiosa; auto sacrifício; dever quase cego às regras e prescrições.

1860 - Florence Nightingale

Década de 50/60 - grandes teorias

Década de 80 - propostos conceitos estruturantes

Década de 90 - publicaram-se varias teorias de medio alcance Atualmente

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SABER PESSOAL

 Antes de 1950, a enfermeira é livre de pensamentos subjugados e é livre para mudar o ‘status quo’ . SABER ESTÉTICO

 Antes de 1950, combinação de conhecimento, experiência, intuição e compreensão ENFERMAGEM COMO CIÊNCIA 1950-1960

 Competência técnica, dever, virtude Fatores relacionados

 Desenvolvimento de competências nos métodos científicos  Teorias de enfermagem e outros tipos de produções teóricas  Doutoramentos em enfermagem

 As teorias de enfermagem não seguiram as regras da teoria cientifica tradicional (Chinn, Krammer, 1999, p.30)

CONHECIMENTO DE ENFERMAGEM NA SEGUNDA METADE DO SEC. XX Centrado no padrão empírico

 Aplicação de teorias de outras disciplinas

 Desenvolvimento de teorias e filosofias definido a enfermagem  Desenvolvimento de teorias de medio alcance

Teorias refletem saber ético, estético e pessoal

 A natureza da enfermagem e o propósito da sua existência à luz da ciência  Primeiros modelos conceptuais e filosofias

Modelos, teorias ou filosofias?  Ensino, assistência e pesquisa

 Reconhecimento tácito da significância dos componentes ético, estético e pessoal  Perspetiva funcional X Perspetiva essencial

CONHECIMENTO DE ENFERMAGEM NO FINAL DO SEC. XX 1980 – Afaf Meleis – teorias de medio alcance

 Teorias sobre conceitos específicos da pratica

 Teorias que garantam direcionamento mais especifico  Teorias norteadas por problemas da pratica

 Giram em torno de conceitos específicos (suporte social, dor , pesar, fadiga…)

TRABALHO AUTÓNOMO - Leitura CARPER, B. (1978) - Fundamental patterns of knowing in nursing. Advances in Nursing Sciences. 1 (1): 13-23

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Aula 3 – SEMINÁRIO - DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E DA CIÊNCIA DA ENFERMAGEM 21/10/2013

Profª Idalina Gomes

OBJETIVOS

 Proporcionar ao estudante um momento de reflexão sobre a enfermagem enquanto disciplina e profissão, com base em teorias e conceitos que são centrais para o desenvolvimento do conhecimento e da ciência da enfermagem.

CONFERÊNCIAS REALIZADAS POR PERITOS QUE DESENVOLVERAM CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM  Isabel Ferraz – Modelo de intervenção promotor da mestria dos familiares cuidadores;

 Célia Oliveira - Conforto;  Dulce Cabete - Empowerment ;  Idalina Gomes – Parcerias.

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Aula 4 –  A NATUREZA DO CONHECIMENTO DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM. ENFERMAGEM: PROFISSÃO/ DISCIPLINA

31/10/2013

Profª Idalina Gomes

1.2. FILOSOFIAS, MODELOS E TEORIAS DE ENFERMAGEM: Que diferença há entre um modelo e uma teoria?

 Diferentes tipos de teorias  Modelo biomédico

 Holismo  Humanismo

QUESTÕES

 O que define uma profissão?/ Que características?  O que constitui uma disciplina académica?

 Por que é importante para a enfermagem ser vista como profissão ou como disciplina académica? CARACTERÍSTICAS DE UMA PROFISSÃO

 Requer membros que recebam uma educação  Tem um sistema de organização e regulação ENFERMAGEM É

 Uma profissão autónoma? Porquê?

- Porque tem um corpo de conhecimentos específicos que revertem a favor das populações  A Enfermagem responde às exigências da profissão e da disciplina? Porquê?

ENFERMAGEM ENQUANTO DISCIPLINA  Tem um nível de integração teórico?  Tem uma hierarquia de conhecimento?

DEFINIÇÕES DOS COMPONENTES CONCEPTUAIS TEÓRICO-EMPÍRICO

Componentes Definições Exemplos Metaparadigma Conceitos que identificam os fenómenos

da disciplina

Pessoa/homem; sociedade/ ambiente; saúde/ doença; cuidar/ cuidados

Filosofia Perspetiva ontológica e epistemológica sobre a disciplina

Paradigma da categorização; integração; transformação

Nightingale Modelos conceptuais Conceitos que entram na construção da

enfermagem

Virgínia Henderson

Estrutura de sistemas de King Grandes teorias Conceito abstrato e proposições que

interligam os conceitos

Teoria do cuidar humano de Jean Watson

Teoria da Consecução de objetivos de King

Teoria de médio alcance Numero limitado de conceitos proposições para um nível mais específico

Teoria da transição de Meleis Teorias práticas Uma ou duas variáveis para um nível mais

específico

Teoria da gestão da dor aguda Huth e Moore

Indicadores empíricos Conceitos que derivam das teorias medio alcance

Instrumentos protocolos Marrs, Lowry, 2009

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Tabela 1 – Níveis de estrutura do conhecimento com exemplos de Fawcett (1995). Representa os níveis das

obras teóricas, do metaparadigma aos indicadores empíricos.

NOTA

- O conhecimento dos conceitos do metaparadigma, segundo o teórico adotado, exerce influência sobre os cuidados prestados

METAPARADIGMA

Segundo Tomey e Alligood (2002), o metaparadigma é o nível mais abstrato do conhecimento. Determina os principais conceitos que envolvem o conteúdo e o âmbito da disciplina:

 A pessoa  O ambiente  A saúde  Enfermagem

Os conceitos enunciados foram propostos quer como fenómenos de enfermagem quer como principais conceitos meta paradigmáticos.

Segundo Powers e Knapp, citados por Tomey e Alligood (2002), “existe um entendimento generalizado de que

o metaparadigma da enfermagem consiste nos conceitos centrais de pessoas, ambiente, saúde e enfermagem. FILOSOFIA

 Pretende isolar os valores que guiam o comportamento dos enfermeiros. Exo: cuidar. Segundo Tomey e Alligood (2002), a filosofia é o nível de conhecimento seguinte

 Especifica as definições dos conceitos de metaparadigma em cada um dos modelos conceptuais de enfermagem. Existem outras obras teóricas de enfermagem que podem ser consideradas filosofias; são trabalhos que determinam perspetivas filosóficas de enfermagem. A obra de Florence Nightingale é um exemplo de um filosofia de enfermagem. a teoria pode ser formalizada a partir destas filosofias, tais como as obras de Watson e Benner.

 A filosofia dá a conhecer o significado dos fenómenos de enfermagem através da análise, do raciocínio e do argumento lógico.

Segundo Pearson e Vaughan (1986, p.9), “a filosofia  pode definir-se como a procura da sabedoria ou do

conhecimento sobre as coisas que nos rodeiam e o que as origina. A filosofia  é uma declaração explicita sobre as nossas crenças e os valores que defendemos. Estes valores e crenças irão, por sua vez, influenciar o

nosso comportamento”.

Em relação a enfermagem há 2 perguntas que têm de ser postas:

 Quais são os assuntos referentes a enfermagem que temos que ter em consideração e procurar clarificar?  Quais as ideias e teorias que defendemos relacionadas com essas mesmas teorias?

PARADIGMA

 É um termo com origem no grego “paradeigma” que significa modelo, padrão.

 O conceito de paradigma, define-se como um conjunto articulado de postulados, valores conhecidos, de teorias comuns e de regras que são aceites por todos os elementos de uma comunidade científica (Thomas Khun, 2000)

 Segundo Tomey e Alligood (2002), um paradigma  é outro termo para enquadramento concetual ou modelo concetual. É uma expressão usada para mostrar o esquema ou abordagens prevalecentes numa disciplina, tal como o Modelo de Adaptação de Roy ou o Modelo de Sistemas de Neuman. Estas abordagens incluem uma visão global, um modelo de enfermagem, os métodos e os instrumentos de pesquisa, os resultados próprios do modelo e uma comunidade de eruditos que contribuem para a ciência.

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MODELOS CONCEPTUAIS

 Conjuntos de ideias com uma certa organização que fornece a estrutura global do ensino e da pratica do profissional. Exemplo: conceção do cuidar, como o vejo.

 O modelo teórico é a reoresenraçao da realidade organizada e unificada e refere-se à estrutura mais do que aos pormenores. Exemplo: conceção de cuidados propostos por Virginia Henderson com as suas 14 NHF.

 Segundo Tomey e Alligood (2002), os modelos conceptuais de enfermagem  são estruturas ou

paradigmas “que fornecem um amplo quadro de referência para abordagens sistemáticas aos fenómenos

com os quais a disciplina está relacionada.

 Segundo Tomey e Alligood (2002), o termo modelo é definido de várias formas. Os modelos verbais são declarações, uma forma intimamente relacionada com o desenvolvimento do conceito. Por exemplo, os modelos conceptuais de enfermagem  são estruturas de palavras que fornecem uma determinada perspetiva de enfermagem, através da inter-relação de conceitos na estrutura. Uma segunda forma de modelo, os modelos esquemáticos, explica uma ideia através da utilização de esquemas, símbolos ou visualização física, podendo ser diagramas, desenhos, gráficos ou figuras que facilitam a compreensão.  Os modelos conceptuais de enfermagem fornecem diferentes perspetivas de enfermagem de acordo com

a característica do modelo. Por exemplo, King centra-se na interação e Roy na adaptação.

 Um modelo para o exercício é uma imagem descritiva do exercício que representa adequadamente a coisa verdadeira (Pearson e Vaughan, 1992)

 Um modelo de enfermagem é constituído pelos componentes ou ideias que entram na construção da enfermagem: o que são crenças, os valores e as teorias e conceitos sobre as quais se erque

 Fornecem diferentes perspetivas de enfermagem de acordo com as características do modelo. Por exemplo, o modelo de Orem centra-se no autocuidado e o de Roper nas atividades de vida.

TEORIAS

Uma definição científica de teoria é dada por Kerling (1980)

 Conjunto de proposições interrelacionadas duma forma sistemática, uma hipótese baseada em dados científicos ou empíricos. Exemplo: relação entre os principais conceitos, valores e crenças.

 Uma teoria é um conjunto de constructos (conceitos), definições e proposições relacionadas entre si, que apresentam uma divisão sistemática de fenómenos especificando relações entre variáveis, com a finalidade de explicar…..

 As teorias são propostas que dão uma explicação racional para um acontecimento. Uma vez que tenha sido provada uma teoria passa a ser considerada uma lei

 Segundo Tomey e Alligood (2002), a teoria de enfermagem é um grupo de conceitos relacionados que provêm dos modelos conceptuais de enfermagem. Algumas teorias de enfermagem também provêm de outras disciplinas como a de Leininger (da antropologia) e a Peplau, de fontes psiquiátricas

 A teoria confere significado ao conhecimento de modo a melhorar a prática, descrevendo, explicando e antevendo os fenómenos

 O poder de uma enfermeira é aumentado através do conhecimento teórico.

 Conceptualização de algum aspeto da realidade (inventado ou descoberto) que seja pertinente à enfermagem (Meleis, 1997)

 As diferentes conceções de enfermagem por parte dos teóricos enriquecem a disciplina e o seu conhecimento

 A tarefa para o futuro é testar as teorias na prática de enfermagem na investigação e criar novas teorias.  Muitas vezes as teorias utilizam os modelos para facilitar a sua compreensão, já que estes ajudam a

explicar os componentes da teoria

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TEORIAS DE MÉDIO ALCANCE  Vaughan, citando meleis….

 Segundo Tomey e Alligood (2002), as teorias de médio alcance têm um foco de interesse mais limitado do que a teoria e que incluem pormenores característicos da prática de enfermagem. Têm informações qual a situação ou estado de saúde, a população de doentes ou a sua faixa etária, o estabelecimento ou a área de prática e a atuação da enfermeira ou a intervenção.

OUTRAS NOTAS

 Segundo Tomey e Alligood (2002), a amplitude das teorias é, normalmente, determinada pelo nível de abstração e pelo conteúdo que determina. A maior parte dos modelos conceptuais de enfermagem tem uma diversidade de teorias das quais derivaram.

 As grandes teorias são quase tao alargadas quando o modelo de enfermagem de que provêm, mas são diferentes destes porque os modelos de enfermagem dão uma visão ou perspetiva, mas não propõem verdades que possam ser testadas. Por isso, as grandes teorias, são teorias, porque propõem realmente algo verdadeiro ou testável, tal como a teoria de Roy da pessoa enquanto sistema adaptável, derivado do Modelo de adaptação de Roy.

CONCEITOS

 Segundo Tomey e Alligood (2002), um conceito é “uma ideia ou  imagem mental complexa de um fenómeno (objeto de propriedade ou evento).Os conceitos são os mais importantes componentes da teoria. São as etiquetas utilizadas para identificar os fenómenos”.

 Os conceitos abstratos são independentes do tempo e do espaço e são indiretamente observáveis. A esperança é um exemplo de um conceito abstrato

 Os conceitos concretos são característicos do tempo e do espaço e são observáveis. As características de uma pessoa, tais como a cor dos olhos, altura ou peso, são exemplos de conceitos concretos.

PRESSUPOSTOS, POSTULADOS E PROPOSIÇÕES (Tomey e Alligood, 2002, p.8)

Pressupostos – são declarações que o teórico ou investigador tem como verdades, excluindo a hipótese de as medir ou testar

Postulados (igualmente chamados princípios ou proposições) - descrevem a relação entre 2 ou mais conceitos

Proposições – são postulados que determinam as relações propostas entre os conceitos de uma teoria. As afirmações de proposição conduzem à declaração conclusiva da teoria de médio alcance, que declara o que é proposto ser verdade e testável sobre a forma de hipótese (afirmação de relação testável)

RAZÕES PARA A TEORIA

 Segundo Tomey e Alligood (2002), a teoria confere significado ao conhecimento de modo a melhorar a prática descrevendo, explicando e antevendo os fenómenos.

 O poder de um enfermeiro é aumentado através do conhecimento teórico, pois os métodos sistematicamente desenvolvidos orientam o pensamento crítico e a tomada de decisões na prática profissional e é mais provável que sejam bem sucedidos.

 Para além disso, os enfermeiros perceberão porque fazem o que estão a fazer e serão capazes de o explicar claramente a outros profissionais de saúde.

 Por conseguinte, a teoria conduz à autonomia profissional  orientando a prática, o ensino e a investigação dentro da profissão.

 Além disso, o estudo da teoria  desenvolve capacidades analíticas e poder de pensamento crítico, clarifica valores e pressupostos e dirige os objetivos da prática, do ensino e da investigação na enfermagem.

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 Por outro lado, no que reporta às razoes da teoria para o estudante de enfermagem, segundo Kuhn “os paradigmas de uma disciplina científica preparam, em primeiro lugar, os alunos para aprática, como mebros daquela comunidade profissional”.

 O paradigma (modelo ou esquema) desempenha um papel vital na prática porque “sem uma estrutura,

toda a informação com que o profissional se depara parece ser igualmente relevante.” Portanto, os alunos

são iniciados nos modelos, como orientação para as abordagens utilizadas na pratica da disciplina.

 Depois de uma introdução e visão geral dos modelos e teorias, os alunos estão prontos a escolher as que irão utilizar na prática.

Síntese da terminologia apresentada por Tomey e Alligood (2002, p. 9)

 As obras dos teóricos de enfermagem foram organizada num dos três tipos de conhecimento, baseado nas suas características predominantes enquanto obra teórica de enfermagem.

 Ao classificar-se as obras deste modo, não só se acrescenta especificidade à discussão, mas mais importante, contextualiza-se para as considerar em relação a um estrutura de conhecimento de enfermagem.

 Os trabalhos teóricos de enfermagem são vistos de uma forma sistemática, que melhora a compreensão do desenvolvimento do conhecimento, insere os trabalhos dos teóricos num contexto mais alargado e facilita a perceção do crescimento da ciência de enfermagem (Tomey e Alligood, 2002, p. 6)

 O primeiro dos três tipos gerais de obras é a filosofia de enfermagem, que dá a conhecer o significado dos fenómenos de enfermagem através da análise, do raciocínio e do argumento lógico. Estes últimos incluem tanto os primeiros trabalhos que precedem ou apresentam a era da teoria de enfermagem e que contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento da enfermagem fornecendo indicações ou fornecendo uma base para posteriores desenvolvimentos, como os últimos, que refletem uma expansão mais recente nas áreas da ciência humana e dos seus métodos.

 O segundo tipo, os modelos concetuais de enfermagem, compreende as obras dos grandes teóricos ou pioneiros de enfermagem.

 Como explica Fawcett: “um modelo conceptual fornece um quadro de referência distinto aos seus

aderentes…isso indica-lhes como observar e interpretar os fenómenos de interesse para a disciplina.”

 As obras dos grandes teóricos de enfermagem são modelos de enfermagem alargados que incluem as suas perspetivas sobre os seres humanos, o seu ambiente e a sua saúde. A maior parte dos modelos concetuais de enfermagem têm grandes teorias que os teóricos elaboraram a partir dos seus próprios modelos.

 As grandes teorias diferem dos modelos, porque fornecem um orientação proposicional aos membros da profissão num campo científico.

 Os modelos de enfermagem contêm grandes teorias implícitas e explícitas. Exemplos disso podem ser observados na teoria de Roy sobre a pessoa enquanto sistema adaptável, derivada do seu modelo de adaptação, ou a teoria da consecução de objetivos que de King obteve a partir da sua Estrutura de Sistemas de Interação. O nível abstrato das grandes teorias, facilita a obtenção de muitas teorias de médio alcance, muito características da prática de enfermagem.

 O terceiro tipo, as teorias de enfermagem e teorias de médio alcance, podem ter derivado de trabalhos de outras disciplinas e estarem relacionadas com a enfermagem a partir de filosofias e teorias de enfermagem primitivas, de grandes teorias de enfermagem ou dos modelos conceptuais de enfermagem.  A teoria de médio alcance tem um âmbito menos alargado e, no seu nível de abstração, é muito mais

concreta do que a grande teoria. Por conseguinte, as teorias de médio alcance são mais precisas e concentram-se em responde a questões específicas da prática de enfermagem. relacionam-se com as especificidades das situações de enfermagem na perspetiva do modelo ou teoria da qual derivam.

Notas finais (Tomey e Alligood, 2002, p. 11)

 O primeiro capitulo do livro de Tomey e Alligood (2002) introduz o trabalho de um grande numero de teóricos que, por diferentes razões, podem ser vistos de diversas formas. Para traçar a evolução do

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desenvolvimento da teoria na enfermagem, os teóricos e os seus trabalhos são apresentados cronologicamente, em termos de sequencia histórica e são classificados como filosofias, modelos concetuais e teorias.

 A partir dos trabalhos teóricos de enfermagem, o leitor pode traçar a evolução do desenvolvimento da teoria na enfermagem.

 Primeiro, desenvolveu-se uma filosofia para a enfermagem, com Nightingale.

 Depois foram desenvolvidas as teorias de enfermagem iniciais, com enfase nas relações interpessoais (Peplau, Orlando, Travelbee, Barnard, Mercer).

 Posteriormente, surgiram mais filosofias, enfatizando-se a arte da enfermagem (Henderson, Wiedenbach e Hall), seguidas do inicio da enfase nos aspetos científicos da enfermagem (Abdellah).

 Estas filosofias foram seguidas pelos modelos concetuais de enfermagem que refletem a adaptação, a teoria do campo comportamental, abordagens a sistemas e um enfase na ciência (Johnson, Neuman, Rogers, King, Orem, Roy, Levine e Roper, Logan e Tierney).

 Finalmente, há a teoria de enfermagem oriunda das filosofias primárias e dos modelos conceptuais de enfermagem (Parse, Newman e Adam).

 Acompanhando este desenvolvimento, as enfermeiras continuam a sintetizar e a adaptar teorias de outras disciplinas para aplicações na enfermagem (Erickson, Tomlin, Sawains e Pender), conforme fora feito anteriormente (Leininger)

 Os finais dos anos 80 e princípios dos anos 90 evidenciam a combinação da teoria com a filosofia para a uma perspetiva humanista da enfermagem que reenfatiza a prática da enfermagem (Watson, Parse e Benner).

 Estão a surgir as teorias de médio alcance mais recentes (Mishel e Kobalca).

 A tarefa para o futuro é testar as teorias na prática de enfermagem e na investigação e criar novas teorias a partir dos modelos concetuais de enfermagem.

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Aula 5 – COMPONENTES DE UM MODELO | MODELO BIOMÉDICO E MODELO HOLÍSTICO 14/11/2013

Profª Idalina Gomes

1.3. COMPONENTES DE UM MODELO: Crenças e valores; postulados e elementos Objetivos

 Analisar as diferenças entre um modelo biomédico/holístico O QUE É UM MODELO BIOMÉDICO (BM)?

O Modelo Biomédico pode ser compreendido em termos das respostas às seguintes questões: 1. O que causa uma doença?

Fatores externos ao corpo que atuam sobre ele causando mudanças físicas ou mudanças físicas involuntárias de origem interna. Tais doenças podem ser causadas por vários fatores tais como desequilíbrios qu…..

2. Quem é que é responsável pela doença?

A doença resulta de mudanças biológicas fora do seu controlo; os indivíduos não são responsáveis pela sua doença; são considerados vitimas de alguma força externas que causa mudanças internas

3. Como deve ser tratada?

Meios físicos e biológicos que visam mudar o estado físico do corpo 4. Quem é responsável pelo tratamento?

Médicos e outros profissionais de saúde; saúde e doença são qualitativamente diferentes – está saudável ou

doente; não há um continuum entre as duas

MODELO HOLISTICO

 Holismo (do grego holos que significa inteiro ou todo) é a ideia de que as propriedades de um sistema, quer se trate de seres humanos ou outros organismos, não podem ser explicadas apenas pela soma dos seus componentes. O sistema como um todo determina como se comportam as partes.

 O princípio geral do holismo pode ser resumido por Aristóteles, na sua Metafísica, quando afirma: O todo é maior do que a simples soma das suas partes.

 Vê o mundo como um todo integrado, como um organismo. MODELOS

Dualismo (modelo biomédico)

A doença física resulta de processos físicos

….. …..

NATUREZA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM

Base de construção do conhecimento - Quem é, o que pensa e necessita o ser humano; Inter-relação dos indivíduos

Sujeito– ser humano

Foco– cuidado

 Os termos cuidar e cuidados  têm surgido sempre ligados à prática e ao estudo da enfermagem como sendo o seu núcleo fundamental

(14)

 No entanto, tal como diz Colliére (1989: 27), “Desde que surge a vida existem cuidados, porque é preciso

tomar conta da vida para que ela possa permanecer. Os homens…sempre precisaram de cuidados porque cuidar, tomar conta, é um ato de vida”Ver Patrícia Benner.

NATUREZA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM

 Jean Watson é uma das mais importantes teóricas defensoras da escola “Caring”. Para Watson, o cuidado é um ideal moral de enfermagem, cujo fim é a proteção, engrandecimento e preservação da humanidade. Realça a as dimensões morais e éticas do cuidar, ao considerar o cuidado humano, um processo interpessoal e intersubjetivos de pessoa a pessoa, que implica um compromisso moral.

 Este ideal moral reporta para a questão ética, a qual pressupõe um determinado conceito do homem, como um fim em si mesmo e conduz também à questão moral, do “dever ser”, do crescimento mental

espiritual, que deve promover, preservar e fortalecer.

 Nesta perspetiva, Watson, inspira-se na metafísica, no humanismo, na arte e ciência, a sua orientação é fenomenológica, espiritual e existencial.

 Watson (1985-1988) acolhe o humanismo  retirando dele a noção de dignidade humana, como algo universal, pois o humanismo é a doutrina moral que reconhece o homem como valor central.

 Deste modo, defende a formação de um sistema de valores humanísticos-altruístas que constitui um dos fundamentos filosóficos da ciência do cuidar

 O cuidar deve ser concebido como um dom, num conjunto de valores humanos universais –  bondade interesse e amor para nós e o próximo

 Como vimos, Watson (1985-1988: 54) apela a uma revalorização humana e do cuidar… A natureza do cuidado de enfermagem tem que ter em conta

 O ser humano, cuidador e ser cuidado, são sujeitos únicos e singulares, no processo de cuidar  Os valores universais e valores individuais são constructos do cuidado humano

 O cuidado humano é um dever moral, ético e estético

 A prática específica da enfermagem enquanto disciplina estrutura-se numa base teórica

 O desenvolvimento e aplicação de referenciais teórico-metodológicos, modelos de classificações de enfermagem é essencial para a prática clínica

NOTAS DE SLIDES DAS AULAS DA TARDE – COMPONENTES DE UM MODELO; MODELO HOLISTICO O QUE É UM MODELO?

 É uma imagem, um modo de representar a realidade

 Uma representação concetual da realidade organizada e unificada  Um esquema completo da imagem que se pretende reproduzir

 Um modelo teórico é uma representqçao abstrata que explicita uma persowticva da disciplina de enfermagem. Quer dizer uma conceção que guia a prática, a investigação, a formação e a gestão dos cuidados de enfermagem. (Kerouac, 1994: 138)

TIPOS DE MODELOS

 Empíricos – é factual, descritivo, discursivamente formulado e publicamente verificável.

 Conceptuais – imagem mental da profissão; uma conceção daquilo que a mesma poderia ou deveria ser… é uma abstração, uma conceção, uma criação de espirito… só é útil à disciplina para a qual foi concebido,

sendo uma representação mental estruturada da sua própria disciplina (Adam, 1994) MODELO E TEORIA

 Qual a diferença entre modelo e teoria?  Como se desenvolvem os modelos?

 Podem existir varias teorias que explicam uma mesma situação empírica? Teoria

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 É uma representação simplificada e estruturada do real

 Segundo Dickoff e James (1978), as teorias classificam-se em 4 níveis: isolamento de fatores, relacionamento de fatores, relacionamento de situações e produção de situações

 Teoria de enfermagem – Conceptualização de algum aspeto da realidade (inventado ou descoberto) que seja pertinente à enfermagem (Meleis, 1997)

 Muitas vezes as teorias utilizam modelos para facilitar a sua compreensão, já que estes, ajudam a explicar os componentes da teoria: a teoria representa um nível mais profundo da realidade do que o modelo (o modelo representa a estrutura). A teoria descreve o modelo (a teoria representa o funcionamento)

Teorias de medio alcance

Teorias de situação especifica

MODELO BIOMÉDICO

Quais as crenças e valores subjacentes ao modelo?

 Surgiu em conformidade com o pensamento de Descartes

 Teve repercussões positivas no conhecimento mais profundo de determinadas áreas de cuidados e na existência de uma ciência especializada;

 Considera essencialmente o órgão afetado  Valoriza o diagnostico e o tratamento

 Desvaloriza a subjetividade e os sentimentos do utente  Atua de acordo com a rotina e normas

 Centra-se na doença

 Modelo desajustado à pratica de enfermagem Comparativamente com as

grandes teorias, menos absrtatas

Acréscimo de conhecimento em enfermagem: refletem a pratica

A expansão das teorias de medio alcance enriqueceram a estrutura da estrutura da disciplina de enfermagem. Enriquecimento da disciplina de enfermagem.

Nem sempre se podem testar. são menos abstratas Acréscimo de conhecimento em enfermagem: teorias focalizadas num fenómeno, pulsação ou contexto especificos Desenvolvem planos de ação. enriquecimento da disciplina de enfermagem.

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SÍNTESE

ENFERMAGEM ATUAL ENFERMAGEM TRADICIONAL Função Enfermeiro autónomo, medico

parceiro na equipa interdiscilipnar

Enfermeiro dependente, deferência ao medico

Atividade Enfermagem segura, efetiva e fundamentada na evidencia de praticas profissionais testadas; pensamento criativo, critico e reflexivo; perícia intelectual

Enfermagem pouco segura, pouco fundamentada, centrada no fazer

Informação Base teórica racional; construída ativamente. Utilização sistemática de investigação

Recebida passivamente.

Trabalho Holístico e dinâmico; centrado no utente e família; visão de cuidados interdisciplinares

Rotineiro, centrado nas tarefas

Desempenho Envolvido com o utente e família; dimensões alargadas às bases das ciências sociais e humanas (psicologia, sociologia e antropologia)

Evita envolvimento com o utente; restrito às necessidades físicas

Responsabilidade Individual Difusa, hierarquia alargada BASES FILOSÓFICAS

Humanismo e existencialismo

 Humanismo assenta na qualidade da existência do ser humano.

 O existencialismo dá relevância à qualidade dessa existência no ser humano individual.

 Valorizam o individuo como ser único, individual, a qualidade de vida, a liberdade de escolha, a autorresponsabilidade pela saúde (Amarilis, 2003).

Holismo

 Surge a visão holística das pessoas que significa a interação permanente da mente com o corpo, contrariando a abordagem dualista (separação do corpo e espirito)

 O individuo reage sempre como um todo unificado

 O individuo, como um todo, é diferente de, e mais que, a soma das partes. COMPONENTES ESSÊNCIAS DE UM MODELO

 Postulados, o como  Valores, porquê  Elementos, o quê

o O objetivo da enfermagem o Alvo da atividade profissional o A função do profissional o A origem da dificuldade o A intervenção do profissional

o As consequências da atividade profissional

TRABALHO AUTÓNOMO

(17)

Paradigma

O termo é uma forma latina do substantivo grego“ paradeigma” , que significa modelo

O conceito de paradigma, define-se como um conjunto articulado de postulados, valores conhecidos, de teorias comuns e de regras que são aceites por todos os elementos de uma comunidade cientifica

Metaparadigma

Determina os principais conceitos que envolvem o conteúdo da disciplina

 Leitura da obra de PEARSON, A.& VAUGHAN, B. (1992) –  Modelos para o exercício de enfermagem. Londres: Heinemann Nursing. (1º e 2º cap. Modelos, Teorias, Holismo

Aula 6 – AS DIFERENTES CORRENTES DE PENSAMENTO EM ENFERMAGEM 28/11/2013

Profª Idalina Gomes

1.4. AS DIFERENTES CORRENTES DE PENSAMENTO EM ENFERMAGEM: O que é um paradigma? Como é que nasce um paradigma? Quais os conceitos centrais em enfermagem?

 Paradigma da categorização  Paradigma da integração  Paradigma da transformação OBJETIVOS

 Identificar as diferentes correntes de pensamento em enfermagem CONCEITOS DE METAPARADIGMA E PARADIGMA

(Thomas Khun, 2000) Segundo Kérouac (1994), é difícil, se não impossível, discutir a disciplina de enfermagem independentemente dos contextos que marcaram a sua evolução. Neste sentido, é adequado considerar as principais correntes de pensamento que favoreceram o surgimento de conceitos modernos da disciplina de enfermagem.

Estas grandes correntes de pensamento ou formas de ver e compreender o mundo, têm sido designadas por alguns autores como "paradigmas", incluindo o filósofo Kuhn (1970) e o físico Capra (1982). Estes estudiosos salientaram os paradigmas dominantes dos paradigmas mundiais ocidentais que influenciaram todas as disciplinas.

Como nasce um paradigma? Como muda um paradigma? MUDANÇA DE PARADIGMA

 Flexibilização

 Mudança nas “regras do jogo”

 Paradigmas novos colocam em risco todos os que praticam o paradigma antigo –  todos aqueles que praticavam o paradigma antigo sentiam segurança por conhece-lo e, naturalmente, medo perante a imprevisibilidade e novidade de um novo paradigma

 Para dar sustentabilidade a uma nova teoria, é preciso não somente, uma nova descoberta, mas sim uma argumentação suficiente por parte dos cientistas que a defende, de modo que o grupo que defende o

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paradigma antigo se convença de que é preciso que ocorra uma mudança na forma de olhar is fenómenos e assim aceitarem o paradigma proposto.

 “Quando mudam os paradigmas, muda com eles o próprio mundo (…) os cientistas adotam novos

instrumentos e orientam o seu olhar em novas direções…”

Khun, S. Thomas. A estrutura das revoluções cientificas. 9ed. São Paulo: Perspetiva, 2007 CAMINHO PARA A ORIGEM DA ENFERMAGEM

 Surge de representações epistemológicas em função dos paradigmas dominantes e em particular das representações sobre a natureza (feminino) e cultura (masculino), o lugar do corpo na cultura ocidental, da religião, da dissimetria entre os sexos, dos conceitos de episteme  (saber-ciência) e Techné  (fazer) e

conceitos de vida, doença e morte.

PARADIGMAS EM ENFERMAGEM

 A forma de conceber enfermagem foi evoluindo no contexto dos eventos históricos e movimentos sociais que tiveram lugar nos últimos séculos (Kerouac et al, 1994), circunscreveram as grandes correntes do

pensamento e o desenvolvimento de diversos níveis de conceção da enfermagem, segundo três paradigmas: Paradigma da categorização, paradigma da repetição e paradigma da transformação.  A predominância de determinadas orientações sobre a enfermagem, em períodos de tempo demarcados,

possibilitou uma classificação dos paradigmas relacionada com épocas cronologicamente referenciadas.

PARADIGMA DA CATEGORIZAÇÃO (1850-1950)

Orientado para a saúde publica (até 1900); para a doença (a partir de 1900) A orientação para a saúde publica

 É caracterizada pela necessidade de aplicação dos princípios de higiene pública. A obra Notes on Nursing de Nightingale (1859/1992), apresenta a primeira teoria de enfermagem.

 Preocupação: Pessoa doente e pessoa saudável.

 A preocupação com a doença situa-se no fim do século XIX num contexto marcado pela tentativa de controlo das infeções

 Intervenção de enfermagem: centra-se na pessoa e ambiente;  Objetivos do cuidado Categorização Saúde publica (1850-1900) Doença (1900-1950) Fenómenos: Divisíveis em categorias, classes ou grupos definidos.

Elementos: definiveis; mensuráveis; ordenáveis; sequenciais Relação: linear causal Integração Pessoa (1950-1975) Fenómeno: Contextual Variável Elementos: multiplos Relação: circular interacional Transformação Para o mundo (1975-20XX) Fenómeno: Unico Complexo Global Elementos em interação: contínuos recíprocos simultâneos

(19)

 Manter a saúde

 Prevenir a infeção/ doença (a manutenção da saúde só é alcançada através da prevenção da doença)  Ensinar modos de vida saudáveis

 Controlar as condições

 Na segunda orientação, erradicar a doença Orientação para a doença

 Preocupação – doença

 Intervenção de enfermagem - intervir significa “fazer por”  Objetivo: erradicar doenças transmissíveis

 Doença:  Física

 Independente do ambiente, sociedade e cultura  A origem da doença é reduzida a uma única causa  O fator causal orienta o tratamento

NOTAS – Tese de mestrado de Tavares (2008)

O paradigma da categorização localiza-se por volta do século XVIII-XIX e caracteriza-se “(…) por perspetivar os

fenómenos de modo isolado, não inseridos no seu contexto, e por os entender dotados de propriedades definíveis e mensuráveis” (Lopes, 1999: 35). Este paradigma conduziu a Enfermagem para duas orientações

distintas: para a saúde pública e para a doença.

Rocha Pereira (2005) menciona que Florence Nightingale (1820-1910) se associa ao primeiro tipo de orientação e refere que ações que a mesma desenvolveu neste período, foram responsáveis pelo ponto de viragem na história e no desenvolvimento da disciplina de Enfermagem. Para Nightingale saúde era entendida

como “sentir-se bem”, utilizando, para tal, todas as  suas capacidades; a doença consistia num processo

reparador instituído pela natureza, e a manutenção da saúde só era alcançada através da prevenção da doença.

Por outro lado, a orientação para a doença ganha terreno na primeira metade do seculo XX com a progresso do conhecimento sobre os processos patológicos e sobre os procedimentos técnicos. Segundo Rocha Pereira (2005), neste período a pessoa é entendida como a soma das suas partes, que são separadas e identificáveis, sendo a saúde vista como um equilíbrio e a doença como a ausência de saúde. Os clientes são considerados

em função da doença e não da pessoa que são, passando a enfermagem a “fazer por”.

PARADIGMA DA INTEGRAÇÃO (1950-1975)

Na decada de 50 assiste-se ao nascimento do paradigma da integração para o que contribui o desenvolvimento de teorias que contemplam uma visão holística do ser humano que valorizam e exaltam a globalidade da pessoa como um valor supremo (Kerouac, 1994, p.10)

 Preocupação: ser humano no seio da sociedade

 Intervenção de enfermagem: agir com; intervir significa agir a fim de responder às suas necessidades (Kérouac et al, 1994, p. 9). Desresponsabilização da pessoa pelos seus próprios cuidados

 Objetivo:

 Manter a saúde da pessoa em todas as suas dimensões: saúde física, mental e social  Avaliar as necessidades de ajuda da pessoa e as suas preocupações

- A enfermeira avalia as necessidades de ajuda da pessoa tendo em conta as perceções e considerando-a na sua globalidade. Centra a atenção sobre a situação atual e usa os princípios da relação de ajuda.

- Intervir significa "agir" a pessoa para satisfazer as suas necessidades.

- A enfermeira planeja e avalia as suas ações com base nas necessidades identificadas. Ela tornou-se consultora que ajuda a pessoa a escolher comportamentos de saúde mais adequados para um funcionamento pessoal e interpessoal mais harmonioso.

(20)

 Binómios saúde doença:  Distintas

 Coexistem

 Estão em interação dinâmica

 Saúde é um ideal a atender e é influenciada pelo contexto onde se vive  Pessoa

 Todo formado pela soma das partes  Ser bio-psico-social-cultural e espiritual

 Pode influenciar os fatores preponderantes à sua saúde

 Cuidar: Visa a manutenção da saúde da pessoa em todas as suas dimensões  Ambiente

 Interno

 Externo– fisico, social, politico, etc.

 As interações entre o ambiente e a pessoa são como estímulos positivos ou negativos e respostas adaptativas. Estas interações são circulares.

NOTAS – Tese de mestrado de Tavares (2008)

Por volta dos anos 50 e com o fim da 2ª Guerra Mundial, surgiu uma nova orientação no contexto da disciplina da Enfermagem, o paradigma da integração, caracterizado por perspetivar os fenómenos de forma multidimensional e os acontecimentos dentro de um contexto, valorizando tanto dados objetivos como subjetivos, onde as alterações são perspetivadas em função de múltiplos fatores que as antecedem.

A enfermagem orienta-se para a pessoa como um todo formado pela somas das suas partes que estão em

interação uns com os outros, surgindo a “expressão” ser “bio-psico-sócio-cultural e espiritual”. A pessoa passa

a ser vista como um ser que pode influenciar o contexto onde se insere e os cuidados de enfermagem têm

como objetivo manter a saúde em todas as suas dimensões, deixando de “fazer por”, para “fazer com”.

(Kérouac, 1994), salienta que perante esta orientação, saúde e doença, constituem entidades distintas, mas em interação dinâmica. A saúde é um ideal a atingir e é influenciada pelo contexto onde a pessoa se insere. A saúde ótima é possível quando existir ausência de doença e presença de vários elementos de saúde. Teóricas como Peplau, Callista Roy e Henderson advogam esta conceção de saúde e doença. Kérouac at al (1996), menciona que, para Henderson, a saúde pode ser vista como a capacidade que uma pessoa possui para satisfazer as suas necessidades humanas básicas, de forma independente e plena, com o objetivo de manter a sua integridade.

PARADIGMA DA TRANSFORMAÇÃO (1975-1977)

Caracteriza-se pela abertura sobre o mundo. Esta orientação é influenciada pelos acontecimentos a nível internacional nomeadamente a abertura das fronteiras no mundo, no que concerne aos aspetos culturais, económicos e políticos

Preocupação: ser humano e globalização Intervenção de enfermagem

 “Ser com”

 Parceria de cuidados

 Participar nas diferentes etapas do processo de cuidados Objetivo:

 Ajudar a pessoa a encontrar respostas para satisfazer as necessidades de saúde e do desenvolvimento económico

(21)

 A enfermeira, apesar de terem vários conhecimentos armazenados dá prioridade ao modo de ver da pessoa.

 A enfermeira e a pessoa são parceiros de um cuidado individualizado. (1975-2012)

Pessoa

 Ser único

 Ser indissociável do universo

 Aproximação dos indivíduos, família e comunidade Ambiente

 Externo  Interno

 Constante interação e troca mutua e simultanea  Abertura para o mundo

 As culturas influenciam-se

 A composição ética de um país transforma-se  A comunicação intensifica-se

Saúde

 É uma experiência que engloba o ser humano e o ambiente  A população é agente da sua própria Saúde

Cuidar

 OMS- propõe um sistema de cuidados de saúde baseado numa filosofia onde o homem tem o direito e o dever de participar individualmente e coletivamente na planificação dos cuidados

 Hanuman necessidade de melhorar de vida de todos  A comunidade participar  Abertura de espirito  Tolerância  Capacidade de negociar  Compromisso  Compreensão da diversidade

NOTA: Ver cronologia (Kérouac, 1994:24)

Nesta orientação há uma tentativa de cortar com uma visão centrada na resolução de problemas, para passar a um processo de cuidados centrados na pessoa, onde enfermeiro e pessoa doente são considerados como dois parceiros e onde é a pessoa que orienta o sentido da sua mudança

Entende-se, neste paradigma, que não se podem prestar cuidados sem um trabalho aprofundado sobre as significações das pessoas, os seus valores e fundamento que suportam os seus comportamentos.

NOTAS – Tese de mestrado de Tavares (2008)

Na década de 70 do século XX, surge o paradigma da transformação que se traduz, tal como Lopes (1999) menciona, numa visão do Homem e do mundo. A pessoa passa a ser percecionada como um ser único, em interaçao com o ambiente e os cuidados direcionam-se para a saúde “tal como a pessoa a define para si mesma”, deixando de ser “atuar com”, para ser “estar com”. A saúde é um valor e uma experiência e está

relacionada com a perspetiva de cada pessoa. A doença é vista como um experiência de saúde e o ambiente é composto por diferentes contextos.

(22)

Madelene Leininger, Rosemarie Parse, Martha Rogers e Jean Watson integram a saúde na vida dos individuos, da família e grupos sociais, que evoluem num ambiente específico. Saúde, para Jean Watson, segundo Kérouac et al (1996), traduz-se, na perceção, na harmonia do corpo, da lama e do espirito. A saúde está associada ao grau de coerência entre o percecionado e o vivido. A experiência da doença faz parte da experiência da saúde e esta vai para além da ausência da doença.

Segundo Rocha Pereira (2005), a partir deste momento, o conhecimento de Enfermagem orienta-se para a

“globalidade do ser humano”. As necessidades em termos de cuidados de saúde, cada vez mais deixam de

ter como foco principal a doença, para passar a ser, ajudar o individuo a ultrapassar problemas de saúde.

Neste sentido, a OE define saúde como “um estado e, simultaneamente, a representação mental da condição

individual, o controlo do sofrimento, o bem-estar físico e o conforto emocional e espiritual (…) trata-se de um estado subjetivo, portanto, não pode ser tido como conceito oposto ao conceito de doença”, ou seja, a saúde

traduz-se num sistema dinâmico e contínuo de procura de equilíbrio. A saúde deixa, assim de ser da inteira responsabilidade do sistema de saúde, para ser assumida por todos e por cada um, exigindo estilos de vida saudáveis para se atingir o bem-estar. O objetivo dos cuidados passa por comparticipar com aa pessoas na criação da sua própria saúde, ou seja, o centro de interesse é a tomada de decisão por parte do cliente.

TRABALHO AUTÓNOMO

Leitura da obra – KÉROUAC, S. et al. (1996). El pensamiento enfermero. Barcelona: Doyma

(23)

Aula 7 – ESCOLAS DE PENSAMENTO EM ENFERMAGEM 19/12/2013

Profª Idalina Gomes

1.5. AS DIFERENTES ESCOLAS DE PENSAMENTO EM ENFERMAGEM

As escolas de pensamento surgiram a partir da década de 50. A partir destas, pode agrupar-se os conceitos da disciplina de enfermagem em seis escolas:

Escolas orientadas para a pessoa  Escola das necessidades  Escola da interação

 Escola dos efeitos desejados  Escola da promoção da saúde

Escolas orientadas para a abertura ao mundo  Escola do ser humano unitário

 Escola do cuidar

PERGUNTAS PARA A FREQUÊNCIA

- A partir de uma história, face a esta situação, como enfermeira, baseando-se no conceito central da autora que estudou, que perguntas faria face a esta situação; que cuidados prestaria.

- O paradigma da integração é caracterizado pela orientação para a pessoa. Face a essa orientação e conceito de pessoa para este paradigma, diga que implicações é que isto tem nos cuidados de enfermagem.

- Comente esta frase tendo em conta o objetivo da intervenção de enfermagem no paradigma x. OBJETIVOS

 Seja capaz de caracterizar as diferentes escaladas de cuidar em enfermagem ESCOLA DAS NECESSIDADES

 No período do paradigma da integração, de 1950/75  Modelos concetuais orientados para a pessoa

 Principais teóricas: Virgínia Henderson (1964); Dorothea Orem (1991 –  data de edição do livro que a professora utilizou) e Faye Abdellah.

 Os modelos conceptuais da escola das necessidades tentaram responder à questão:   o que fazem os enfermeiros? (Meleis, 1991)

Influências da escola

 A hierarquia das necessidades de Maslow e as etapas do desenvolvimento de Erickson Orientação/ cuidados

 Para a pessoa

 Segundo estes modelos, o cuidado está centrado na independência da pessoa, na satisfação das suas NHF (Henderson, 1964), ou na sua capacidade de concretizar o seu autocuidado (Orem, 1991).

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 Esta escola tem como princípios fundamentais: o respeito pela unicidade, autenticidade e individualidade do ser humano; a enfermagem é prestada a uma pessoa e não à sua doença ou desequilíbrio

 O cuidado de enfermagem é preventivo e de reabilitação; a pessoa é reconhecida….. Papel da enfermeira

 A enfermeira substitui o doente que durante um tempo não pode realizar certas atividades relacionadas com a sua saúde, ajudando-o a recuperar o mais cedo possível a sua independência na satisfação das necessidades humanas básicas (Kerouác et al, 1994)

NOTA

- O que é ter um pensamento de enfermagem?  É ter um quadro concetual de enfermagem que me permite interagir com a pessoa e fazer o que os enfermeiros fazem. De acordo com a escola das necessidades significa centrar-se na sua independência, satisfação das NHF e promoção do seu autocuidado.

ESCOLA DA INTERAÇÃO

 Em fins de 1950 e princípios dos anos 60 aparece a escola da interação, da qual destacámos as teóricas: Hildegard Peplau (1952), e Imogene King (1971). Para além destas, fazem parte da escola da interação Josephine Paterson e Loretta Zderad, Ida Orlando, Joyce Travelbee e Ernestine W

Influências

 A teoria psicanalista prevalece nesta época. Assim, dá-se especial atenção às necessidades de intimidade e de relação humana (Meleis, 1991);

 As teóricas que fazem parte desta escola inspiraram-se nas teorias na interação, da fenomenologia e do existencialismo, para tentar dar resposta à forma como os enfermeiros desenvolvem a enfermagem, isto é, à questão: como é que as enfermeiras fazem o que fazem? (Meleis, 1991).

Orientação/ cuidados

 Assim, nesta escola os teóricos interessam-se, sobretudo, sobre o processo de interação  entre enfermeiro e pessoa.

 Segundo esta escola a interação no cuidado, ação humanitária e não mecânica, é um processo interativo entre uma pessoa que tem necessidade de ajuda e outra que oferece a ajuda com o fim de poder ajudar a pessoa

 A pessoa que ajuda deve clarificar os seus próprios valores e utilizar a sua própria pessoa como um processo terapêutico

 A interação faz-se, portanto, entre duas pessoas e pressupõe um fim comum, isto implica respeito e aprendizagem para os parceiros desta interação

 A doença é considerada uma experiência humana que pode permitir o crescimento se a pessoa entende o seu significado

 A arte da enfermagem é vista como uma força que visa o desenvolvimento dos dois parceiros (in Kerouác, 1994)

ESCOLA DOS EFEITOS DESEJADOS

 Mais tarde, por volta de 1970, surge a escola dos efeitos desejados. Esta escola propõe que os cuidados de enfermagem tenham em atenção a pessoa vista como um sistema em constante interação com o ambiente.

 Segundo Meleis (1991), citado por Kérouac (1994), a escola dos efeitos desejados pretende responder à questão: Porque é que os enfermeiros fazem o que fazem?

 Sem ignorar o “o quê” e o “como”, este grupo de teóricos tenta conceptualizar os resultados ou efeitos desejados dos cuidados de enfermagem.

(25)

 Das principais teóricas destacamos: Callista roy (197..) E Betty Neuman Orientação/ cuidados

 Consideram que os objetivos dos cuidados consistem em restabelecer o equilíbrio, a estabilidade, a homeostasia ou preservar a energia

Papel da enfermeira

 Promover a adaptação da pessoa  Homeostasia e o equilíbrio

 As intervenções visam a manutenção das respostas adaptativas eficazes e modificação daquelas que são ineficazes

ESCOLA DA PROMOÇAO DA SAÚDE

 A escola da promoção da saúde responde novamente à questão: O que fazem os enfermeiros? Para além disso, esta escola interessa-se também pela resposta à questão: A quem se destinam os cuidados de enfermagem?

 Mory Allen (1963) integra esta escola e defende que os cuidados de enfermagem são direcionados para a promoção de comportamentos de saúde, através da implementação de ações de enfermagem que envolvem toda a família.

Influências

 Baseia-se na filosofia dos cuidados de saúde primários. Orientação dos cuidados

 A preponderância que as anteriores escolas atribuíam À pessoa é, neste caso, conferida à família.  A pessoa e a família são um sistema aberto em constante interação com o ambiente e a comunidade.  A aprendizagem da pessoa pode fazer-se em diferentes ambientes: em casa, na escola e no local de

trabalho

 A pessoa e o ambiente estão em interação constante com o ambiente.

 O primeiro dos cuidados é a promoção da saúde, ou manutenção, o reforço e desenvolvimento da saúde da família e dos seus membros, a partir do processo de aprendizagem.

- Qual a influência desta orientação dos cuidados na prática de cuidados de enfermagem? Passou a considerar-se que a pessoa esta inserida num ambiente

Papel da enfermeira

 A enfermeira serve de guia à pessoa/ família e realiza em colaboração com eles a planificação dos seus cuidados

 É estimulador, facilitador e motivador face à aprendizagem.

 A abordagem da enfermeira centra-se sobre a interação dos conceitos de família, saúde, aprendizagem e colaboração

 A enfermagem tem como objetivo: compreender todas as suas experiências de saúde, de forma a orientar os seus comportamentos para estilos de vida mais saudáveis.

ESCOLA DO SER HUMANO UNITÁRIO

 Situa-se no paradigma da transformação e de abertura para o mundo, cujas principais teóricas são Martha Rogers (1970) e R. Parse (1987)

 Os teóricos desta escola tentam responder à questão: a quem se dirige os cuidados de enfermagem? Influências

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 Trabalhos filosóficos

 Teoria geral dos sistemas de Von Bertalanffy (1968) NOTAS

- O que significa dizer que a experiencia vem antes da essência, segundo a corrente filosófica do existencialismo? O que significa o existencialismo? E o humanismo?

Segundo o humanismo a pessoa é um fim em si mesmo e não um meio. Por isso, é um ser de direitos e deveres, com dignidade que deverá ser reconhecida.

Orientação/ cuidados

 Esta escola caracteriza-se por considerar que existe um processo de transformação contínuo e a pessoa que precisa de ajuda e o enfermeiro encontram-se neste processo, mas é a pessoa que é responsável pelo seu projeto de vida, portanto pela procura do caminho para a sua transformação

 Nesta orientação há uma tentativa de cortar com uma visão centrada na resolução de problemas para passar a um processo centrado na pessoa.

ESCOLA DO CARING

 Outra escola importante deste período é a escola do caring ou orientação para o cuidar. Nesta tenta-se responder à questão: como é que os enfermeiros são o que são?

 Surge com Leninger (1970), com a sua teoria transcultural do cuidar e Watson (1978) com a teoria do

Human Care (Kerouác, 1994)

Influências

 Humanismo, existencialismo, fenomenologia

 Cultura, humanidades, arte e ciência, teoria transpessoal (Carl Rogers) Orientação/ cuidados

 Esta escola caracteriza-se por respeitar os valores, crenças, espiritualidade e modo de vida e cultura das pessoas

 Orientação de abertura ao mundo  Conceitos centrais: cuidar e cultura Papel da enfermeira

 As duas autoras Watson (1988) e Leininger (1988) defendem o cuidar como essência da enfermagem  Hoje em dia, o foco está apontado na direção da pessoa

 A pessoa é vista como um ser aberto em constante sinergia com o meio, que a pessoa transforma e é transformada por ele.´

 Os indivíduos são sujeitos a agentes da sua própria aprendizagem e responsáveis pelas suas opções, pelo que os cuidados de enfermagem devem assentar num trabalho conjunto

 Ao enfermeiro cabe proporcionais os meios para uma opção livre e responsável.

 É evidente que esta mudança obriga a um (re)construção de todo o sistema que vise os cuidados na pessoa doente

 O doente tem que ser visto com um parceiro ativo de cuidados

 Os objetivos para o seu restabelecimento estabelecidos em conjunto, sem atitudes paternalistas

 Considerar o doente como um parceiro, obriga ao reconhecimento da integridade da pessoa e implica considera-la como um ser autonomo, cuja dignidade é preciso preservar.

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- Sobre os processos de parceria, considera-se duas perspetivas uma era assegurar o cuidado da pessoa na promoção do cuidado de si e outra era a construção conjunta do cuidado. Ao enfermeiro cabe assegurar os meios para …

O processo de parceria envolve algumas fases: BIBLIOGRAFIA

Referências

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