• Nenhum resultado encontrado

CORRELAÇÃO ENTRE A VARIABILIDADE PLUVIOMÉTRICA E PNEUMONIA EM MACEIÓ AL DE 2005 A 2009.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CORRELAÇÃO ENTRE A VARIABILIDADE PLUVIOMÉTRICA E PNEUMONIA EM MACEIÓ AL DE 2005 A 2009."

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

CORRELAÇÃO ENTRE A VARIABILIDADE PLUVIOMÉTRICA E PNEUMONIA EM MACEIÓ – AL DE 2005 A 2009.

¹ANA CARLA DOS SANTOS GOMES Mestranda em Meteorologia, (ICAT- UFAL)

Instituto de Ciências Atmosféricas - Universidade Federal de Alagoas anacarlasg@bol.com.br

²VINICIUS NUNES PINHO Meteorologista, (SEMARH-AL)

Secretaria de meio ambiente e recursos Hídrico- AL viniciuspinho@hotmail.com

³MAICON EIROLICO VEBER Mestrando em Meteorologia, (ICAT- UFAL)

Instituto de Ciências Atmosféricas - Universidade Federal de Alagoas veber.maicon@bol.com.br

4

MANOEL DA ROCHA TOLEDO FILHO Profº. Doutor (ICAT-UFAL)

Instituto de Ciências Atmosféricas- Universidade Federal de Alagoas toledo@ccen.ufal.br

RESUMO׃ Os efeitos dos fenômenos meteorológicos devem ser conscientemente avaliados e diagnosticados, para que as necessidades da população sejam atendidas, já que a mesma cresce rapidamente e as atividades afetam substancial e negativamente o meio ambiente. O município de Maceió situado na região litoral do estado de Alagoas, segundo informações do DATASUS, Banco de Dados do Sistema Único de Saúde, faz parte da terceira região de maior número de casos registrados de pneumonia do país. A cada ano, dois milhões de casos da doença ocorrem no Brasil e mais de 33.000 brasileiros chegam ao óbito, DATASUS (2005). Pneumonia é uma inflamação ou infecção dos pulmões. Se existe oxigênio insuficiente no sangue, as células do corpo não podem funcionar adequadamente. Diante dos efeitos diretos e indiretos das variações atmosféricas e climáticas sobre a saúde, realizou-se esse estudo para visualizar a ocorrências de correlação entre a variável meteorológica e a pneumonia em Maceió, obteve-se valores entre 0,60 a 0,90, mostrando que há correlação média a fortíssima. Podendo assim dar suporte para novos conceitos e tecnologias, que ajudem a minimizar os efeitos climáticos adversos sobre a saúde.

ABSTRACT׃ The effect of weather must be consciously assessed and diagnosed, so that people's needs are met, since it grows rapidly and whose activities are substantially and adversely affect the environment atmosphere. The city of Maceió located in the coastal region of Alagoas state second information DATASUS Database Health System, is part of the third region of highest number of reported cases of pneumonia in the country. Each year, two million cases of pneumonia occur in Brazil and more than 33. 000 Brazilians come to death, DATASUS (2005). Pneumonia is an inflammation or infection of the lungs. If there is insufficient oxygen in the blood, body cells can not function properly. Considering the direct and indirect effects of changing weather and climate on health, was carried out this study to visualize the correlation between the occurrence of meteorological variable and pneumonia in Maceio, we obtained values between 0.60 to 0.90 showing there exist medium to very strong correlation. May thus give support for new concepts and technologies that help minimize the adverse climatic effects on health.

(2)

PALAVRAS CHAVE: Precipitação, Pneumonia e Correlação.

INTRODUÇÃO׃ A precipitação é a variável climatológica mais importante nos trópicos. Apesar da simplicidade de sua medida, é uma das variáveis mais difíceis de ser observada com exatidão, uma vez que apresenta erros instrumentais, de exposição e de localização. Diante de tal importância, procurou-se observar essa variação e relacionar com os números de casos de pneumonia no município de Maceió – AL. MOLION e BERNARDO (2000) apresentam evidências que a mesma está sob influência alternada dos ventos alísios de Sudeste, mais freqüentes (de velocidade fraca a moderada) e os ventos de retorno do Nordeste nos meses mais quentes (janeiro, fevereiro e março). O valor médio mensal da velocidade de vento é de 2,8m/s, podendo chegar a valores absolutos mais intensos de 10m/s na direção Nordeste. A pluviosidade média anual é de 1654 mm, com meses mais chuvosos de abril a julho.

Maceió faz parte da terceira região de maior incidência de casos registrados de pneumonia do país. A cada ano, dois milhões de casos de pneumonia ocorrem no Brasil e mais de 33.000 brasileiros chegam ao óbito, DATASUS (2005). Pneumonia é uma inflamação ou infecção dos pulmões. Os brônquios, após múltiplas divisões, acabam em milhões de pequenos sacos de ar (alvéolos), de onde o oxigênio atravessa a parede para pegar o sangue, na pneumonia os alvéolos se enchem de pus, muco e outros líquidos e não podem funcionar adequadamente, o oxigênio não pode alcançar o sangue. Se existe oxigênio insuficiente no sangue, as células do corpo não podem funcionar adequadamente. Devido a isso e também porque a infecção pode se espalhar pelo corpo, a pneumonia é a principal causa de morte por doença infecciosa no mundo. Ao se trabalhar com um município situado próximo ao equador, possuidor de temperaturas elevadas, foi dada atenção à precipitação, já que a temperatura não possui números mínimos consideráveis, ocorrendo o contrário com a precipitação, que pode ser um dos fatores limitantes para a ocorrência do aparecimento ou aumento no número de casos da doença na localidade. Diante dos efeitos das variações atmosféricas e climáticas sobre a saúde, realizou-se esse estudo para determinar o grau de relação entre as variáveis, ou seja, procurar determinar quão bem uma equação linear, ou de outra espécie, descreve ou explica a relação entre as variáveis, visualizando a ocorrência de correlação, entre a variável meteorológica e a pneumonia em Maceió, visando dar suporte para novos conceitos e tecnologias, que ajudem a minimizar os efeitos climáticos adversos sobre a saúde.

METODOLOGIA׃ Foram utilizados dados de precipitação referentes ao período de 2005 a 2009 disponibilizados pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas - SEMARH e os dados de internações por pneumonia pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), do município de Maceió que se encontra, entre a latitude 9º39’57” Sul e longitude 35º44'07” Oeste, às margens do oceano atlântico. Testes de correlação polinomial foram aplicados entre as variáveis para subsidiar as reflexões, foram gerados gráficos para visualizar se ocorreram ou não as mesmas.

Quadro 1 - Classificação dos valores das correlações

R R² Classificação

0 0 Nula 0,00... І 0,30 0,00... І 0,09 Fraca 0,30... І 0,60 0,09... І 0,36 Média 0,60... І 0,90 0,36... І 0,81 Forte 0,90... І 0,99 0,81... І 0,99 Fortíssima 1 1 Perfeita Fonte: Cavalcante, J. C., 2003

(3)

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Tabela 01: Classificação dos valores das correlações entre a Precipitação e Pneumonia de 2005 A 2009.

ANO R CLASSIFICAÇÃO 2005 0,60 Média 2006 0,90 Fortíssima 2007 0,40 Média 2008 0,32 Média 2009 0,60 Média

A figura 01 mostra o comportamento entre a variabilidade pluviométrica e os números de casos de pneumonia para o ano de 2005, encontrando o coeficiente de correlação de Pearson no valor de 0,60, sendo esse valor, segundo a classificação de Cavalcante, J. C., (2003), médio. 0 100 200 300 400 500 600 0 200 400 600 800 1000 1200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

 de  Casos Precipitação  (mm) MESES 2005 PNEUMONIA 2005 PRP

Figura 01: Precipitação e Pneumonia em Maceió – AL de 2005.

A figura 02 mostra o comportamento entre a variabilidade pluviométrica e os números de casos de pneumonia para o ano de 2006, encontrando o coeficiente de correlação de Pearson no valor de 0,90, esse valor segundo a classificação de Cavalcante, J. C., (2003), é fortíssimo.

Figura 02: Precipitação e Pneumonia em Maceió – AL de 2006.

0 100 200 300 400 500 600 0 200 400 600 800 1000 1200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

 de  Casos Precipitação  (mm) MESES 2006 PNEUMONIA 2006 PRP

(4)

A figura 03 mostra o comportamento entre a variabilidade pluviométrica e os números de casos de pneumonia para o ano de 2007, encontrando o coeficiente de correlação de Pearson no valor de 0,40 esse valor segundo a classificação de Cavalcante, J. C., (2003), é médio.

Figura 03: Precipitação e Pneumonia em Maceió – AL de 2007.

0 100 200 300 400 500 600 0 200 400 600 800 1000 1200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

 de  Casos Precipitação  (mm) MESES 2007PNEUMONIA 2007 PRP

A figura 04 mostra o comportamento entre a variabilidade pluviométrica e os números de casos de pneumonia para o ano de 2008, encontrando o coeficiente de correlação de Pearson no valor de 0,32 sendo esse valor segundo a classificação de Cavalcante, J. C., (2003), médio.

Figura 04: Precipitação e Pneumonia em Maceió – AL de 2008.

0 200 400 600 0 200 400 600 800 1000 1200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

 de  Casos Precipitação  (mm) MESES 2008PNEUMONIA 2008 PRP

A figura 05 mostra o comportamento entre a variabilidade pluviométrica e os números de casos de pneumonia para o ano de 2009, encontrando o coeficiente de correlação de Pearson no valor de 0,60, esse valor segundo a classificação de Cavalcante, J. C., (2003), é médio.

Figura 05: Precipitação e Pneumonia em Maceió – AL de 2009.

0 200 400 600 0 200 400 600 800 1000 1200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

 de  Casos Precipitação  (mm) MESES 2009PNEUMONIA 2009 PRP

(5)

Os valores encontrados permitem visualizarmos que os dados pluviométricos e a Pneumonia são covariáveis, já que possuem tendência à variação simultânea, em

grandeza e sinal, dos termos de duas séries cronológicas.

As correlações médias encontradas permitem não só estabelecer hipóteses sobre os fatores envolvidos no processo de internamento e óbito, mas também avaliar as medidas e as ações de saúde pública e evidenciar a melhoria da qualidade de vida na saúde da população. Diante disso, percebe-se a grande relevância em se conhecer a evolução da morbimortalidade por pneumonia e suas particularidades.

Constatou-se que o maior risco de internamento por pneumonia ocorreu nos meses mais chuvosos (maio e junho) e o menor risco de internamento, no mês menos chuvoso (novembro). Acredita – se que a distribuição sazonal das internações hospitalares possa estar relacionada à variação cíclica da presença da maioria dos agentes patogênicos, causadores de pneumonia. De fato, sabe-se que tal padrão é mais proeminente para os agentes virais, muito embora também se verifique em patogênicos bacterianos. Além disso, supõe-se que a correlação média encontrada na maioria dos anos estudados, entre a distribuição sazonal das internações por pneumonia e a precipitação se devam provavelmente à tendência à aglomeração das pessoas em períodos mais chuvosos.Silva et al.(2007).

CONCLUSÃO: Por se tratar de um estudo que utiliza dados de diferentes fontes, diversas limitações podem interferir na interpretação dos resultados. A limitação principal deste estudo é a deficiência na abrangência e qualidade dos dados que foram obtidos de um sistema de informações que ainda apresenta muitas subnotificações. O presente trabalho identificou uma correlação positiva entre os dados de precipitação e o coeficiente de morbidade por pneumonia no período de 2005 a 2009, demonstrando efetividade a existência de uma relação direta entre ambos. As ações de prevenção e assistência médica devem ser priorizadas nos períodos chuvosos, devido a uma correlação de média a fortíssima e positiva. Para finalizar, necessita-se de novos estudos no intuito de reavaliar essas associações e de esclarecer possíveis fatores causais, visando melhor planejar e intervir com ações integradas de saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS׃

CAVALCANTE, J. C. Mortalidade em menores de um ano: utilização de novos indicadores para avaliação. Dissertação de mestrado em Saúde da criança, Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Tocoginecologia. Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2003.

DATASUS – Base de dados do Sistema Único de Saúde. Extraído de [http://www.datasus.gov.br.], acesso em [10 Fev. 2010]

MOLION, L. C. B., BERNARDO, S. O. Dinâmica das Chuvas no Nordeste Brasileiro. Anais do XI. Congresso Brasileiro de Meteorologia, 2000, Rio de Janeiro. SILVA, B. M. P., BISPO, D.C. CARDOSO, D.R, ROCHA, M.T, FERREIRA, M. A., BARRETO, N.S, REGO, M. A. V. Tendência da morbimortalidade por pneumonia na Região Metropolitana de Salvador – 1980 A 2004. Revista_V30.Pmd (2007).

Referências

Documentos relacionados

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

segunda guerra, que ficou marcada pela exigência de um posicionamento político e social diante de dois contextos: a permanência de regimes totalitários, no mundo, e o

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

Diante dos potenciais impactos no ciclo hidrológico da Amazônia decorrentes da mudança do clima global, previstos pelos modelos climáticos, uma importante questão

(grifos nossos). b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é

Os projetos contratados comporão a programação do Ciranda Cultural e serão desenvolvidos em diversos equipamentos públicos como o Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira, o